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junho 29, 2021
O Canto do Bode na Casa da Cultura da Comporta, Portugal
O Canto do Bode
Alexandre da Cunha, Anderson Borba, Arnaldo de Melo, Caetano de Almeida, Cildo Meireles, Dalton Paula, Daniel Fagus Kairoz, Edu de Barros, Erika Verzutti, Ernesto Neto, Fernanda Gomes, Janaina Tschäpe, João Loureiro, João Maria Gusmão, Jorge Queiroz, Juan Araujo, Julião Sarmento, Kim Lim, Laura Lima, Leonor Antunes, Lucia Laguna, Luiz Zerbini, Manata Laudares, Marcius Galan, Marina Rheingantz, Marina Saleme, Mauro Restiffe, Michel Zózimo, Panmela Castro, Pedro Victor Brandão, Rebecca Sharp, Rivane Neuenschwander, Robert Mapplethorpe, Sheroanawe Hakihiiwe, Tadáskía (anteriormente conhecida como max wíllà morais), Tonico Lemos Auad.
Fortes D’Aloia & Gabriel, Galeria Luisa Strina e Sé têm o prazer de anunciar O Canto do Bode, uma exposição colaborativa na Casa da Cultura da Comporta, em Portugal. São três galerias brasileiras de gerações distintas que se unem à iniciativas globais de construção de novos modelos de atuação diante de um contexto inédito no circuito das artes. As obras de 32 artistas representados pelas galerias, além de 4 artistas convidados, ocupam o antigo cinema da histórica Casa da Cultura, na Fundação Herdade da Comporta, que se converte numa galeria pop-up no verão europeu.
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A exposição que acontece em dois atos, é estruturada como uma peça de teatro, com arquitetura concebida pelo artista João Maria Gusmão, e uma narrativa que se desdobra simultaneamente na plateia, palco e bastidores. O título faz referência ao termo grego tragoedia [tragos ("bode") e oidé ("canto") e celebra a tradição brasileira de sacralização do profano e profanação do sagrado, desconstruindo a dicotomia entre o dionisíaco e o apolíneo.
No proscênio, mirando a plateia, as baquetas penduradas da obra Slit IX (2019), de Alexandre da Cunha, definem o ritmo do primeiro ato, no pulso do erotismo. A obra inédita de Ernesto Neto, Umbigo Ventre Fruto Arte, 2021, também evoca ritmo e fertilidade. Sheroanawe Hakihiiwe incorpora desenho e cor à tradição oral da cultura Yanomami - El Alto Orinoco, Venezuela - sua cosmogonia e ancestralidade. A pintura de Edu de Barros remete à história dos afrescos e sua relação com a ascensão espiritual enquanto o universo pós simbólico de Jorge Queiroz se revela em sua pintura enigmática.
No centro do palco, as obras de Daniel Fagus Kairoz e Cildo Meireles questionam momentos políticos infames na história brasileira. Em The Weeping White Man e Word (ambas 2020), o artista convidado Anderson Borba justapõe práticas da escultura modernista e de artistas autodidatas para tratar de temas atuais. As esculturas suspensas de Leonor Antunes usam materiais como o vime e latão criando uma coreografia visual enquanto as pinturas Depois da Tempestade de Rivane Neuenschwander (2021) sugerem novas topologias desenhadas com papel embebido pelas chuvas tropicais, passando para a natureza empírica na pintura luxuriante de Laguna Laguna. A reformulação de significados do mundo material permeia a exposição e também se reflete nas obras de Joao Loureiro, Manata Laudares e Pedro Victor Brandão.
Explorando as relações entre o espaço interior e exterior, seja como lugar imaginário ou representativo, o segundo ato abre o palco com as obras históricas Narcissus (1959) e Caryatid (1961) de Kim Lim, que reconhecem o seu interesse por civilizações antigas enquanto ativam a tensão entre uma experiência ordenada e os ritmos dinâmicos das formas orgânicas. A prática pictórica e meditativa de Rebecca Sharp revela senários insólitos e surreais e Bandeirinha (2013) de Marcius Galan questiona as capacidades metafóricas no espaço e nossa relação com ele.
O gesto abstrato confere materialidade à tensão psicológica, nas pinturas de Arnaldo de Melo e na tela de Janaina Tschäpe, enquanto Marujo (2020) de Marina Rheingantz sugere a reconstrução de uma memória. A representação da figura surge no trabalho da Panmela Castro que retoma a tradição do retrato em pinturas de seus contemporâneos dos circuitos das artes e do ativismo social assim como no retrato de Dalton Paula através de um processo de reinterpretação de identidades históricas e culturais da diáspora negra. O corpo aparece como esculturas clássicas nas fotografias de bailarinos de Robert Mapplethorpe e como um desenho inusitado em três dimensões na escultura do torso tatuado de Joao Maria Gusmão. Nos trabalhos de Mauro Restiffe e Juan Araujo, palimpsestos de narrativas da arquitetura e arte suspendem-se na história da própria imagem enquanto vestígios do estúdio e restos do mundo extemporâneo se articulam nas obras de Erika Verzutti e Fernanda Gomes.
Na encenação de dois atos ao longo da exposição, diálogos e sinergias se estabelecem entre artistas de distintas gerações e percursos formais. O Canto do Bode reafirma assim seu enredo- a possibilidade de integração de vozes que, juntas propõem novas narrativas.
Fundação Herdade da Comporta: a Fundação Da Herdade Da Comporta tem como missão melhorar a vida das populações residentes na Herdade da Comporta, litoral alentejano nos arredores de Alcácer do Sal, a 1h30 de Lisboa. A Fundação renovou a histórica Casa da Cultura e, desde 2016, desenvolve o projeto Patrimônio Vivo, uma iniciativa para impulsionar as atividades culturais e turísticas que buscam integrar e beneficiar a comunidade local.
Fortes D’Aloia e Gabriel: Fundada em 2001, Fortes D’Aloia & Gabriel é referência pela força e qualidade da arte contemporânea brasileira no cenário internacional. Em agosto, comemora seu 20º aniversário. A galeria representa 40 artistas por meio de uma programação dinâmica e diversificada, com uma média de 15 exposições por ano, lançamentos de livros, workshops infantis, projeções e palestras com especialistas na área. Participa das feiras de arte mais importantes do mundo e apoia regularmente publicações e exposições institucionais. Fundada em 2001 por Márcia Fortes e Alessandra D’Aloia como Galeria Fortes Vilaça, teve seu nome alterado em 2016 quando Alexandre Gabriel, que até então havia atuado como Diretor Artístico, se tornou sócio. Atualmente, são duas salas de exposições com perfis distintos: Galpão em São Paulo e Carpintaria no Rio de Janeiro.
Galeria Luisa Strina: em 2021 a Galeria Luisa Strina completa 47 anos de atividade. Luisa Strina começou como marchande em 1970 e abriu sua galeria em 1974. Durante a década de 1970, Strina introduziu no mercado diversos expoentes do que mais tarde se chamaria Geração 70, como Cildo Meireles, Tunga, Waltercio Caldas e Antonio Dias. Sua galeria foi a primeira latino-americana convidada a participar da feira de arte de Basel, em 1992. Na década de 1990 começou a trabalhar com artistas brasileiros que posteriormente desenvolveriam carreira internacional, como Alexandre da Cunha, Fernanda Gomes, Marcius Galan e Marepe. Na década de 2000, a galeria voltou sua atenção para jovens artistas latino-americanos como Mateo Lopez, Gabriel Sierra, Jorge Macchi, Pedro Reyes e Carlos Garaicoa, bem como para uma nova geração de brasileiros, como Renata Lucas, Laura Lima, Jarbas Lopes e a portuguesa Leonor Antunes. Na última década, a Galeria Luisa Strina coroou sua longa trajetória trazendo para a galeria nomes como Anna Maria Maiolino, Lygia Pape, Alfredo Jaar e Robert Rauschenberg.
Sé Galeria: em 2011, a artista e curadora Maria Montero fundou a Phosphorus. Situado em um contexto histórico, na primeira rua da cidade de São Paulo, foi um espaço dedicado à experimentação artística e residências. Em 2014, após um programa contínuo de exposições e mais de vinte residências, Montero fundou a galeria Sé no mesmo edifício. Após 6 anos no centro de São Paulo, a Sé mudou sua sede para a casa 2 da Vila Modernista de Flávio de Carvalho, no bairro dos Jardins. Sé representa 19 artistas brasileiros, com sólida trajetória institucional ou acadêmica, a maioria deles iniciou seu diálogo com o mercado de arte por meio da galeria. A Sé ganhou vida em um momento de revisão do modus operandi da arte contemporânea, trabalhando em colaboração e parceria com os artistas representados, privilegiando o acompanhamento crítico e a realização de projetos institucionais, com foco na formação de novos públicos para artistas e obras que expressam uma visão conceitual e baseada em pesquisa da arte contemporânea.
Fortes D’Aloia & Gabriel, Galeria Luisa Strina and Sé are pleased to announce O Canto do Bode [The Song of the Goat], a collaborative exhibition at the Casa da Cultura da Comporta, in Portugal. Three Brazilian galleries from different generations join global initiatives in building new working models in an unprecedented context for the art circuit. 32 artists represented by the galleries, in addition to 4 guest artists, will occupy a former cinema within the historic Casa da Cultura, at the Herdade da Comporta Foundation, which becomes a pop-up gallery in the European summer.
The exhibition takes place in two acts and is structured like a play, with architecture design by artist João Maria Gusmão, and a narrative that unfolds simultaneously in the audience, stage and backstage. The title refers to the Greek term tragoedia [tragos (“goat”) and oide (“song”) and celebrates the Brazilian tradition of sacralizing the profane and profaning the sacred, deconstructing the dichotomy between the Dionysian and the Apollonian.
In the proscenium, facing the audience, the suspended drumsticks in Alexandre da Cunha’s Slit IX (2019) define the first act’s cadence, on the beat of the erotic. Ernesto Neto’s new work Umbigo Ventre Fruto Arte [Belly Button Womb Fruit Art] (2021) also evokes rhythm and fertility. Sheroanawe Hakihiiwe incorporates colour and Yanomami oral tradition from El Alto Orinoco, Venezuela, its cosmogony and ancestry. Edu Barros’ painting calls upon the history of frescos and its relationship with spiritual ascension, whilst Jorge Queiroz’s post-symbolic world is revealed in his enigmatic painting.
At centre-stage, the works of Daniel Fagus Kairoz and Cildo Meireles call into question infamous moments in Brazilian political history. In The Weeping White Man and Word (both from 2020), invited artist Anderson Borba juxtaposes the practice of modernist sculptors and self-taught artists as a way of dealing with current issues. Leonor Antunes’ suspended sculptures use materials such as wicker and brass to create a visual choreography. In turn, Rivane Neuenschwander’s painting After the Storm (2021) suggests new topologies designed on paper soaked in tropical rain, followed by the empirical nature of Lucia Laguna’s luxurious painting. The reformulation of meanings from the material world permeates the entire exhibition and is also reflected in the works of João Loureiro, Manata Laudares and Pedro Victor Brandão.
Exploring the relationship between interior and exterior, both as places of imagination and representation, the second act opens the stage with Kim Lim’s historic works Narcissus (1959) and Caryatid (1961), showcasing her interest in ancient civilisation whilst activating the tension between ordered experience and the dynamic rhythm of organic forms. Rebecca Sharp’s pictorial and meditative practice reveals unusual and surreal scenes, and Marcius Galan’s Bandeirinha [Bunting] (2013) questions the metaphorical capacity of space and our relationship with it.
Abstract gesture confers materiality onto psychological tension in the paintings of Arnaldo de Melo and Janaina Tschopp, whilst Marujo [Sailor] (2020) by Marina Rheingantz suggests the reconstruction of a memory. Figurative representation emerges in the work of Panmela Castro, where she revisits the tradition of portrait by painting her contemporaries in the art and activism fields, as well as in the portrait by Dalton Paula who reinterprets black diaspora historic and cultural identities. The body appears as classical sculpture in Robert Mapplethorpe’s ballet photographs and odd three-dimensional shapes in João Maria Gusmão’s sculpture of a tattooed torso. In the works of Mauro Restiffe and Juan Araujo, palimpsests of architecture and art are suspended in the history of image, whilst vestiges of studio practice and remnants of an extemporaneous world come together in the works of Erika Verzutti and Fernanda Gomes.
In the staging of two exhibition acts, dialogues and synergies are established between artists from different generations who have followed different formal paths. The Song of the Goat unfolds its main plot – the possibility of bringing together voices that propose new joint narratives.
Fundação Herdade da Comporta: the mission of Fundação da Herdade da Comporta is to improve the lives of people who live in Herdade da Comporta, a village on the coast of Alentejo next to Alcácer do Sal, a 1.5-hour drive from Lisbon. The foundation has renovated the historic building of Casa da Cultura and, since 2016, has been developing a project called Live Heritage, a public initiative that aims to foster cultural and tourist activities that seek to integrate and benefit the local community.
Fortes D’Aloia & Gabriel: Fortes D’Aloia & Gabriel is a standard for the strength and quality of Brazilian contemporary art within the international scene. This August marks its 20th anniversary. The gallery represents 40 artists through a dynamic and diverse program, with an average of 15 exhibitions a year, book launches, workshops for kids, screenings, and talks with experts in the field. It takes part in the most important art fairs worldwide and regularly supports institutional publications and exhibitions. Founded in 2001 by Márcia Fortes and Alessandra D’Aloia as Galeria Fortes Vilaça, it had its name changed in 2016 when Alexandre Gabriel, who had until then had served as Artistic Director, became a partner. There are currently two exhibition venues with distinct profiles: Galpão in São Paulo and Carpintaria in Rio de Janeiro.
Galeria Luisa Strina: in 2021 Galeria Luisa Strina complets 47 years of activity. Luisa Strina started as a marchand in 1970 and opened her gallery in 1974. During the 1970s, Strina introduced into the market diverse exponents of what later would be called Geração 70, such as Cildo Meireles, Tunga, Waltercio Caldas and Antonio Dias. Her gallery was the first Latin-American one invited to participate in the Basel Art Fair, in 1992. During the 1990s she started working with Brazilian artists that would afterwards develop an international career, such as Alexandre da Cunha, Fernanda Gomes, Marcius Galan and Marepe. In the 2000s, the gallery moved its attention to young Latin American artists like Mateo Lopez, Gabriel Sierra, Jorge Macchi, Pedro Reyes and Carlos Garaicoa, as well as to a new generation of Brazilians like Renata Lucas, Laura Lima, Jarbas Lopes and the Portuguese Leonor Antunes. In the last decade, Galeria Luisa Strina has crowned its trajectory, bringing Anna Maria Maiolino, Lygia Pape, Alfredo Jaar and Robert Rauschenberg to the gallery.
Sé Galeria: in 2011 artist and curator Maria Montero founded Phosphorus. Located in a historical context, at the very first street of the city of São Paulo, it was a space dedicated to artistic experimentation and residencies. In 2014, after a continuous program of exhibitions and over twenty residencies, Montero founded Sé gallery in the same building. After 6 years in São Paulo downtown, Sé changed its headquarters to house 2 of Flávio de Carvalho’s modernist village in the Jardins neighborhood. Sé represents 19 Brazilian artists, with a solid institutional or academic path, most of them began their dialogue with the art market through the gallery. Sé came to life in a moment of revision of the contemporary art modus operandi. Sé works in collaboration and partnership with the represented artists, privileging the critical accompaniment and the realization of institutional projects. The gallery seeks to form new audiences for artists and works that express a conceptual and research-based vision of contemporary art.
junho 28, 2021
Mateo López na Luisa Strina, São Paulo
A Galeria Luisa Strina tem o prazer de anunciar a terceira exposição individual de Mateo López, Hesitante, de 29 de junho a 21 de agosto de 2021, em que o artista colombiano exibe dez obras em diferentes suportes: desenho, vídeo, escultura e instalação. São trabalhos que exploram a ideia de jogo, movimento e ativação do espaço expositivo.
Seguindo sua inventiva pesquisa sobre a espacialização do desenho, López extrapola para o espaço expositivo diferentes sistemas de linhas e grids: em Palenquera (2021), por exemplo, uma estrutura modular semelhante a um andaime, porém produzida artesanalmente com madeira, sugere um corpo em movimento, com tecidos monocromáticos de algodão fazendo as vezes de vestimentas deste corpo abstraído. A inspiração para a obra vem das vendedoras de frutas nas ruas de Cartagena, conhecidas como “palenqueras”. O termo tem origem em San Basilio de Palenque, Departamento de Bolivar, perto da costa caribenha da Colômbia, onde se formou no século 18 o povoado, um dos quilombos mais antigos das Américas. As mulheres desta comunidade levavam em cestos equilibrados sobre a cabeça frutas colhidas em áreas de cultivo para vender na cidade e garantir, assim, seu sustento. Nos dias de hoje, as “palenqueras” de Cartagena, que usam roupas coloridas e carregam as frutas à venda em bacias na cabeça, constituem um patrimônio cultural imaterial como as baianas vendedoras de acarajé em Salvador.
Outros trabalhos da exposição são um convite a ser ativados pelo espectador, tal como Caja de Pinturas, Staccato, Bosque Paralelo, Monstera, Si Pero No. Apesar de, no contexto atual, essa ideia de participação e interação com o outro parecer impossível, seguirá persistindo em provocar e fazer pensar nossa relação com a arte de maneira mais horizontal, lúdica e menos hierárquica.
Algumas das obras têm como origem anedotas autobiográficas e sua relação pessoal com a história da arte. Um exemplo é a série intitulada Caja de Pintura, que carrega uma gênese do campo afetivo, pois os trabalhos foram projetados a partir de uma caixa de materiais para pintura com que o tio de Mateo, um pintor aficionado, o presenteou quando soube que este estudaria artes visuais. Também modulares, essas obras são feitas com cartão de encadernação e receberam camadas de tinta vinílica. Os painéis modulares correm por delicadas ranhuras feitas na caixa, gerando intervalos e espaços internos que permitem passear os olhos pelo interior da pintura, como acontece, por exemplo, na fruição das obras de Donald Judd.
O minimalismo é uma referência para López, que prefere, entretanto, opor à monumentalidade do movimento norte-americano a escala mais humana de objetos criados pelo concretismo e neoconcretismo brasileiros. Uma homenagem a este último está na obra Monstera (2021), uma abstração dobrável e manipulável, da planta Monstera Deliciosa da família Araceae, que cresce no pátio da casa do artista en Bogotá e que o visitante poderia vestir, como um parangolé, ou habitar como o Abrigo Poético, de Lygia Clark.
No final da sala, no fundo, se encontra a peça central da exposição, Corpos Desobedientes (2020-2021), projeção audiovisual que reforça o aspecto da resiliência humana em meio às crises sanitária e política. O vídeo é a documentação de uma obra comissionada pelo Museo Banco de la Republica, filmado em colaboração com três bailarinos, Lobadys Perez, Ana Contreras, Melissa Alvarez, em lugares de passagem dentro do museu em Bogotá. Ali, segundo o artista, foi impactante ver a imensa biblioteca pública vazia, com os jornais de 17 de março de 2020 intactos sobre a mesa. Aquela terça-feira, 17, foi o dia em que começou o lockdown na cidade de López, quatro dias depois de nossa fatídica sexta-feira, 13, em São Paulo. Ao receber autorização para realizar o projeto dos vídeos nos espaços internos da instituição, com vistas a uma exposição individual prevista para julho deste ano, Mateo López conta que a proposta de ocupação dos espaços pelos corpos dos bailarinos ganhou mais força, dado o estado de suspensão em que encontrou corredores, anfiteatro, auditório, biblioteca e salas de exposição em visita técnica ao museu fechado por causa da pandemia.
Nas palavras do artista: “o título, Cuerpos Desobedientes, me veio à cabeça realizando as ativações no espaço. E foi especificamente no auditório da Biblioteca Luis Ángel Arango em que Melissa -uma das bailarinas- se movia sobre as cadeiras do auditório de uma maneira bastante anárquica e contrária às normas de comportamento em espaços públicos de uso específico que “o corpo desobediente” sucedeu e creio que todos ao vê la sentimos essa liberdade. Meu trabalho é preciso, minucioso e com o tempo aprendi a lidar com o caos, fazer algo a partir do caos em uma época em que nos fizeram acreditar que tudo está sob controle."
Sobre o Artista
A prática de Mateo López (Bogotá, 1978) fala de cartografias, viagens e processos de construção, ao mesmo tempo em que gira em torno de temas como o acaso, o encontro, o tempo e a conexão dos eventos que ocorrem em nosso cotidiano. Seu trabalho traça uma abordagem conceitual e se desenvolve dos desenhos às instalações, arquitetura, filmes e coreografias escultóricas.
Exposições individuais incluem: Si Pero No, Casa Republicana, Museo Banco de la Republica, Bogotá (2021); Hesitante, Galeria Luisa Strina, São Paulo (2021); Goodman Gallery, Londres (2020); Travesía Cuatro, Cidade do México (2020); Ruta del Castor, Cidade do México (2020); Bodega Piloto, Bogotá (2019); Travesía Cuatro, Madrid (2019); Casey Kaplan, Nova York (2019); Travesía Cuatro, Guadalajara (2018); Blue Project Foundation, Barcelona (2018); Drawing Center, Nova York (2017); Galeria Luisa Strina, São Paulo (2016); Casey Kaplan Gallery, Nova York (2015).
Exposições coletivas recentes: Goodman Gallery, Cape Town (2019); KMAC Museum, Louisville (2019); Museo de Arte Moderno de Medellín, (2019); Contemporary Art from the Colección Patricia Phelps de Cisneros, Puebla (2019); Museo de Arte Moderno de Bogotá (2018); Museo de Arte de la Universidad Nacional de Colombia, Bogotá (2018); Museum of Contemporary Art, Detroit (2017); MuBE, São Paulo (2017); MoMA, Nova York (2017); MANA Contemporary, Jersey City (2016); UCCA Ullens Center for Contemporary Art, Beijing (2016); Drawing Room, Londres (2015).
Seus trabalhos são parte de coleções como: MoMA Museum of Modern Art, USA; CACI Centro de Arte Contemporânea Inhotim, Brasil; Banco de la Republica, Biblioteca Luis Ángel Arango, Colombia; CIFO Cisneros Fontanals Art Foundation, EUA; Coleção Patricia Phelps de Cisneros, Venezuela e EUA; Coleção Berezdivin, Puerto Rico.
junho 25, 2021
Nuno Ramos na Fortes D'Aloia & Gabriel, São Paulo
A Fortes D’Aloia & Gabriel tem o prazer de apresentar a nova exposição individual de Nuno Ramos. Brujas toma um único gesto repetido infinitas vezes como elemento central em trabalhos que mesclam conceitualmente desenho e monotipia. São 25 obras feitas com carvão, pigmento, grafite e tinta óleo sobre papel, que ocupam sequencialmente o espaço, como em uma galeria de retratos.
Composições cromáticas, luminosidade e uma cadência na intensidade do gesto definem a identidade individual de cada trabalho e também sua filiação em subgrupos. As passagens gradativas fazem da instalação das 25 obras um conjunto cuidadosamente orquestrado. A prática da monotipia está no cerne da fatura, mas Ramos desenha no avesso do papel. A superfície é atravessada pela ponta que desenha e a matéria que se acumula. O pó interage e negocia seu espaço com os poros do papel determinando o resultado final, sem o total controle do artista. “A superfície do País está totalmente tomada pela discursividade fátua, maluca, louca, mentirosa, violenta, e parece que temos que atravessar essa camada e encontrar uma porosidade que permita pegar uma coisa mais verdadeira, mais amorosa, mais interessante”, diz o próprio.
Bruxas — aqui em espanhol Brujas — faz referência ao pintor espanhol Francisco de Goya, que usou imagens de bruxas como uma crítica social contemporânea. Em pinturas e gravuras, do final do século XVIII, os seus trabalhos ligados ao tema viam a bruxaria — a partir da inquisição — como uma lembrança perene dos perigos e males da religiosidade extrema.
Nas palavras de Nuno Ramos: “é uma evocação e um chamado de uma potência que não é dispensável agora. É como se a gente precisasse de forças para reagir e lutar de volta contra o que está acontecendo”. As obras que integram a mostra lidam com incertezas e uma necessidade incontestável de mudança.
A exposição é acompanhada de um texto crítico do pesquisador, professor e curador Diego Matos.
Nuno Ramos nasceu em São Paulo em 1960, onde vive e trabalha. Suas exposições individuais recentes incluem: A extinção é para sempre, Sesc São Paulo (São Paulo, 2021); Sol a pino, Fortes D'Aloia & Gabriel | Galeria (São Paulo, 2019); O Direito à Preguiça, CCBB (Belo Horizonte, 2016); O Globo da Morte de Tudo, em parceria com Eduardo Climachauska, SESC Pompéia (São Paulo, 2016); HOUYHNHNMS, Estação Pinacoteca (São Paulo, 2015); Ensaio Sobre a Dádiva, Fundação Iberê Camargo (Porto Alegre, 2014); Anjo e Boneco, Museu Oscar Niemeyer (Curitiba, 2013); Fruto Estranho, MAM Rio (Rio de Janeiro, 2010). Destacam-se ainda suas participações na Bienal de São Paulo (2010, 1994, 1989 e 1985) e na Bienal de Veneza (1995).
Em 2019, a editora Todavia publicou "Verifique se o mesmo", uma nova compilação que agrupa textos escritos entre 2008 e 2017, alguns já publicados em jornais e revistas, outros inéditos. Seu livro, "Junco", lançado em 2011 pela editora Iluminuras, ganhou o Prêmio Portugal Telecom de Literatura na categoria Poesia. Em 2008, ganhou o Prêmio Portugal Telecom de melhor livro do ano com "Ó", também publicado pela Iluminuras.
Gokula Stoffel na Fortes D'Aloia & Gabriel, São Paulo
A Fortes D’Aloia & Gabriel tem o prazer de apresentar Persona, a primeira exposição individual de Gokula Stoffel desde o anúncio de sua representação pela galeria. A mostra reúne 18 obras que revelam uma forte inquietação e subjetividade. Trabalhando na escala íntima de obras que cabem nas mãos até grandes formatos, a artista explora desde o gênero clássico da pintura em óleo sobre linho a esculturas de resina e biscuit, incluindo também uma prática de tecelagem e assemblage de tecidos.
Num modus operandi oposto à linearidade, Gokula sobrepõe pensamentos e humores à medida que combina materiais de naturezas distintas. Em Meditação, 2021, por exemplo, uma mão de biscuit é inserida na tecelagem de corda, que por sua vez adquire planos de cor com o uso de lã colorida entrelaçada na trama de sisal tecida organicamente. Após dias de observação, o conjunto ganha pernas de arame, roupas e um sugestivo perfil pintado a óleo; um corpo que toma forma enquanto reforça um embaralhamento entre paisagem e figuração.
A exposição resulta desse processo empírico caro à artista, que desenvolve grande intimidade com os materiais e suas possibilidades no trabalho cotidiano do ateliê. Na pequena pintura Suspense, 2020, pinceladas rarefeitas imprimem a imagem de um rosto que parece estar entre a tensão, a melancolia e a expectativa. Já Concha e falo, 2021, é uma escultura de parede que traz a manualidade como elemento central, formando dobras nas quais percebe-se protuberâncias e profundezas impressas com a força dos dedos da artista.
A exposição é acompanhada de um texto crítico do curador Ricardo Sardenberg.
Gokula Stoffel (Porto Alegre, 1988) vive e trabalha em São Paulo. Entre suas principais exposições individuais estão: Para-Sol, Pivô (São Paulo, 2018); Alvorada de Vênus, Auroras (São Paulo, 2018); e Madona Ansiosa, Fortes D’Aloia & Gabriel | Galpão (São Paulo, 2017). A artista participou de diversas mostras coletivas, incluindo: Nightfall, curadoria de Fernanda Brenner, Milovan Farronato e Erika Verzutti, na Mendes Wood DM (Bruxelas, Bélgica, 2018); e Abre Alas #12, curadoria de Adriana Varejão, Paula Borghi e André Sheik, em A Gentil Carioca (Rio de Janeiro, 2016).
On the Shoulders of Giants na Nara Roesler NY, EUA
Nara Roesler Nova York orgulha-se em anunciar Sobre os ombros de gigantes [On the Shoulders of Giants], mostra coletiva com curadoria de Raphael Fonseca, um dos mais aclamados curadores emergentes de arte contemporânea, com abertura em 24 de junho de 2021.
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Sobre os ombros de gigantes reúne artistas brasileiros de diferentes gerações, cujas produções investigam as relações e tensões presentes nas ideias de tempo e memória. A pluralidade do grupo de trabalhos apresentados, em diferentes linguagens e abordagens, permite uma visão ampliada sobre os temas, propondo uma diversidade de interpretações estéticas e conceituais. A exposição introduz abordagens contemporâneas que, ainda que nos possibilitam compreender como narrativas familiares e ancestrais caminham lado a lado com figuras presentes na elaboração de memórias coletivas.
A mostra reúne um variado grupo de artistas, em sua maioria fora da cena artística brasileira dominante, e que não são representados pela galeria Nara Roesler. A seleção de obras abrange práticas artísticas que recuperam narrativas esquecidas, abordando temas como indigenismo, raça e desigualdade. Nara Roesler se orgulha de promover a visibilidade de múltiplas vozes, trazendo à tona histórias significativas, tradicionalmente ausentes no debate brasileiro contemporâneo.
A exposição tem como premissa a máxima latina “nanos gigantum humeris insidentes”, que, em tradução para o português, gera a expressão que serve de título para a exposição. A frase, segundo o curador Raphael Fonseca, “aponta para o fato de que, para aprendermos algo no presente, precisamos nos colocar em diálogo com o passado e com os ‘gigantes’ que nos rodeiam.” Esses, por sua vez, são o enorme acervo que constitui nossa memória, ou tradição. Colocando-nos sobre seus ombros, conseguimos ter uma perspectiva ampliada sobre o que ficou para trás, assim como somos impelidos a moldar uma existência esclarecida e sensível dentro do que ainda está por vir.
A exposição traz trabalhos com artistas como Alan Adi, Gabi Bresola, Gustavo Caboco, Leila Danziger, Victor Galvão, André Griffo, Andrea Hygino, Randolpho Lamonier, Adriano Machado, No Martins, Virginia de Medeiros, Marta Neves, além do duo Amador and Jr. Segurança Patrimonial, que juntos nos levam a nos questionar qual engajamento desejamos ter com nossa própria memória, individual e coletiva. Sabendo que sua materialidade maleável é aquilo que constrói nossa identidade, pois acessando-a compreendemos de onde viemos, ao trabalhá-la ativamente podemos construir aquilo que pretendemos ser. Por outro lado, ao recuperar e valorizar as práticas tradicionais, podemos fortalecê-las ao longo das gerações, ao mesmo tempo que colocamos em primeiro plano o patrimônio anônimo, periférico e marginalizado. Sobre ombros de gigantes recorre à criação e elaboração de novas perspectivas, projeções e intenções para o amanhã, a partir de uma cuidadosa compreensão do passado.
A exposição faz parte do Roesler Curatorial Project, sob direção de Luis Pérez-Oramas, reafirma o compromisso da galeria com iniciativas inovadoras e experimentais, estimulando o diálogo entre diferentes agentes do circuito artístico.
Nara Roesler New York is proud to announce On the shoulders of giants, a group exhibition curated by Raphael Fonseca, one of Brazil’s most acclaimed emerging contemporary art curators, opening on June 24 2021.
On the shoulders of giants will showcase Brazilian artists from different generations, whose practices investigate the relations and tensions between ideas of time and memory. The plurality of the works presented will offer the opportunity to delve into an ample array of propositions on these themes, presenting different aesthetic and conceptual interpretations. The exhibition foregrounds contemporary engagements with popular and ancestral narratives, exploring how they coexist and intertwine with modern day contexts, in order to develop collective memory.
The exhibition brings together a varied group of artists, most of them from outside the mainstream Brazilian artistic scene, and neither represented by Nara Roesler gallery. The selection of works embraces artistic practices that address overlooked narratives by tackling subject-matters such as indigeneity, race, and inequality. Nara Roesler Gallery is proud to promote the visibility of multiple voices, bringing to the fore significant stories, traditionally absent in the Brazilian contemporary debate.
The title of the exhibition rests on the latin maxim ‘nanos gigantum humeris insidentes’. According to Fonseca, the premise ‘points to the fact that in order to learn in the present, we need to position ourselves in dialogue with the past and with its ‘giants’ that surround us.’, who offer an enormous inventory of memories and traditions. By placing ourselves on their shoulders, we are therefore able to achieve a more ample understanding of what has been, and strive to mold an informed and sensitive existence within what is yet to come.
Artists presented include works by artists such as Alan Adi, Gabi Bresola, Gustavo Caboco, Leila Danziger, Victor Galvão, André Griffo, Andrea Hygino, Randolpho Lamonier, Adriano Machado, No Martins, Virginia de Medeiros, Marta Neves, and Amador and Jr. Segurança Patrimonial, who together invite the audience to reflect upon what kind of collective and individual memory we might achieve. In knowing that the malleability of heritage is the basis of identity construction, we can actively seek it out, seeking to comprehend where we come from and what we intend to be. By recuperating and valuing traditional practices we are able to strengthen them across generations, while also foregrounding anonymous, peripheral and marginalized heritage. On the shoulders of giants, calls for the creation and elaboration of new perspectives, visions and intentions for tomorrow, coming from a careful discernment of the past.
On the shoulders of giants is part of the Roesler Curatorial Project, directed by Luis Pérez-Oramas, which asserts the gallery’s commitment to supporting innovative and experimental projects, stimulating the dialogue between different agents of the artistic circuit.
junho 16, 2021
Thiago Rocha Pitta na Triângulo, São Paulo
A Casa Triângulo tem o prazer de anunciar Nigredo, primeira exposição individual de Thiago Rocha Pitta na galeria. A mostra, que conta com texto curatorial de Pedro Cesarino, reúne a produção multimídia e mais recente do artista.
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Thiago explora através de vídeos, esculturas e pinturas a relação do homem com a natureza e o tempo. Sempre de maneira meditativa, o artista parece querer capturar fenômenos naturais por meio de técnicas e gestos simples e, ao mesmo tempo históricos, a exemplo de seus afrescos e aquarelas. Desde o início de sua carreira, Thiago explora as questões relativas ao surgimento do homem. Em suas obras iniciais, apresentava e trabalhava as células de cianobactéria, já havia uma busca pela origem da vida, um questionamento sobre processos, mas que, com o passar do tempo, se tornaram atualmente intenso e caótico. Thiago parece se encontrar neste momento, explora o caos após o surgimento da vida.
Nesta individual na Casa Triângulo, Thiago questiona todo o processo até aqui. As obras expostas incitam uma ação, o artista fornece os materiais primários para que o espectador tome a frente. Fósforo, madeira, portais e eclipses parecem direcionar este que observa a tomar uma decisão e, consequentemente, agir sobre o que lhe é proposto. Uma mudança parece estar iminente. Outras obras, ao mesmo tempo, evidenciam algo que já acontece, sem que precisemos fazer qualquer escolha, aqui somos apenas observadores. Em Nigredo temos o sentimento de que algo pode acontecer e, ao mesmo tempo, já está acontecendo e é justamente isso que sentimos ao adentrar o universo do artista nesta mostra.
Em obras como Phosphorum Amplificatio e Portal Noturno, o artista parece fornecer os materiais que irão transformar o momento atual, transcender o tempo e lugar em que vivemos. O instante póstumo à ação é visível em outros trabalhos como Grande monumento alquímico e Incêndio no museu, onde uma ação se desenrola livremente e, curiosamente, alimenta-se dos materiais fornecidos pelo artista em outras produções. Já Retorno do Bendegó e Suplício de Cabral nos permitem presenciar o começo de um fim. A mudança do que foi e a promessa do que virá a ser.
Os eclipses retratados pelo artista podem representar, também, um ponto de mutação. Como no caso da obra Eclipse da Lua; 27 de julho de 2018 que pode ser percebido como um prenúncio do incêndio que atingiu o Museu Nacional em setembro do mesmo ano. Outro trabalho, Eclipse do Sol de 2 de julho de 2019 também parece anunciar o período desafiador que viria à frente no mesmo ano. Tais coincidências permeiam o trabalho do artista que irá inaugurar a exposição no dia 19 de junho e, dois dias depois, no dia 21, completa 20 anos de carreira e, não obstante, a data marca também o início do solstício de inverno.
A promessa do novo e a premissa de um futuro se encontram nos registros do artista e em toda a sua produção que aparenta aprisionar um momentum. O tempo, como tido pela fenomenologia, é singular e pessoal, mas aqui em Nigredo, há uma socialização deste. Nascemos e estamos, todos, no mesmo barco em chamas ou até mesmo, observamos este incêndio acontecer - como no caso do Museu Nacional, a que a vídeo instalação The cloopen door faz referência - juntos.
Através dos trabalhos apresentados, o artista estimula o espectador a tomar frente em relação às situações que lhes são expostas. O tempo é paralisado durante a exposição, cabe àquele que observa decidir o caminho a ser tomado. A dualidade das escolhas também faz-se presente durante todo o percurso. O que pode salvar é também o que pode iniciar o fim.
Thiago Rocha Pitta [Tiradentes, 1980. Vive e trabalha em Petrópolis] recebeu em 2009 o Prêmio Open Your Mind da Fundação St. Moritz Art Masters, da Suíça, e em 2004 o Prêmio CNI-SESI Marcantonio Vilaça de Artes Plásticas. Entre suas exposições individuais destacam-se: Noite de Abertura, Projeto Intervenções, curadoria de Fernando Cocchiarale e Fernanda Lopes, Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Brasil [2020]; O Primeiro Verde, Galeria Millan, São Paulo, Brasil [2018]; The First Green, Marianne Boesky Gallery, Nova York, EUA [2017]; Mapas temporais de uma terra não sedimentada, A Gentil Carioca, Rio de Janeiro, Brasil [2016]; Temporal Maps of a Non-Sedimented Land, Marianne Boesky Gallery, Nova York, EUA [2015]; L’Eremo e Il Campo Accampa, Gluck50, Milão, Itália [2013]; Nostalgia of Pangea, Andersen’s Contemporary, Copenhague, Dinamarca [2012]. Participou de diversas exposições coletivas como: Heritage, Waterloo Billboard Commission, parte da exposição Among the Trees, Hayward Gallery, Londres, Reino Unido; FOR aig veit existen af vorld, Hå Gamle Prestegard, Hå, Noruega [2020]; Hugo França & Thiago Rocha Pitta: Tropical Molecule, organizado por Melanie Kress, Nova York, EUA; Oito décadas de abstração informal, curadoria de Lauro Cavalcanti e Felipe Chaimovich, Instituto Casa Roberto Marinho, Rio de Janeiro, Brasil; Passado/Futuro/Presente, curadoria de Vanessa Davidson e Cauê Alves, Museu de Arte Moderna de São Paulo, São Paulo, Brasil e 16th Instanbul Biennial, Istanbul Foundation for Arts and Culture, Istambul, Turquia [2018]; 30 a Bienal de São Paulo – A Iminência das Poéticas, curadoria de Luis Pérez-Oramas, São Paulo, Brasil [2012]. As obras do artista estão presentes em coleções públicas como: Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil; Hara Museum of Contemporary Art, Tóquio, Japão; Museum of Modern Art - MoMa, Nova York, EUA; Maison Européenne de la Photography, Paris, França; Museu de Arte Moderna de São Paulo, São Paulo, Brasil, entre outras.
Casa Triângulo is pleased to announce Nigredo, Thiago Rocha Pitta's first solo exhibition at the gallery. The exhibition, which has a curatorial text by Pedro Cesarino, gathers the artist's most recent multimedia production.
Thiago explores through videos, sculptures and paintings the relationship between man, nature and time. Always meditatively, the artist seems to want to capture natural phenomena by simple techniques and gestures, and at the same time historical, such as his frescoes and watercolors. Since the beginning of his career, Thiago explores issues related to the human being advent. In his early works, he presented and worked on cyanobacteria cells, there was already a search for the origin of life, a questioning about processes, but which, over time, have now become intense and chaotic. Thiago seems to find himself at this moment, exploring the chaos after the emergence of life.
In this individual at Casa Triângulo, Thiago questions the entire process so far. The works presented incite an action, Pitta provides primary materials for the spectator to take lead. Phosphorus, wood, portals and eclipses seem to direct the observer to make a decision and, consequently, to act on what is proposed to him/her. A change appears to be imminent. Other works, at the same time, show something that is already happens, without the necessity of we have to do any choice, here we are just observers. In Nigredo, we have the feeling that something can happen and, simultaneously, it is happening already and that is exactly what we feel when we enter the artist's universe in this exhibition.
In works such as Phosphorum Amplificatio and Night Gate, the artist seems to provide the materials that will transform the current moment, to transcend the time-space in which we live. From the posthumous moment to action is visible in other works such as Great Alchemical Monument and Fire in the museum, in which an action is freely revealed and, curiously, feeds themselves from the materials provided by the artist in other productions. The return of Bendegó and Cabral’s torment allow us to witness the beginning of an end. The change from what it was and the promise of what will become.
The eclipses depicted by the artist can also represent a turning point. As in the case of the work Lunar eclipse of 27th july of 2018, which can be seen as a pressage of the fire that hit the Museu Nacional in September of the same year. Another work, Solar eclipse of 2nd july of 2019 also seems to herald the challenging period that would lie ahead in the same year. Such coincidences permeate the work of the artist who will open the exhibition on June 19th and, two days later, on June 21st, he completes 20 years of career and, nevertheless, the date also marks the beginning of the Winter solstice.
The promise of the new and the premise of a future are found within the artist's work and at his entire production, which seems to imprison a momentum. Time, as seen by the phenomenology, is unique and personal, but here in Nigredo, there is a socialization of it. We are all born and we are all in the same burning-boat, and even, we watch this fire happen - as in the case of the Museu Nacional, which the video installation The Cloopen Door makes reference to - together.
Through the works presented, the artist encourages the viewer to face up to situations that are exposed to themselves. The time is paralyzed during the exhibition, it is up to the observer to decide the path to be taken. The duality of choices is also present throughout the journey. What can save is also what can start the end.
Thiago Rocha Pitta [Tiradentes, 1980. Lives and works in Petrópolis] received in 2009 the Open Your Mind of St. Moritz Art Masters Foundation award, at Switzerland, and in 2004 the CNI-SESI Marcantonio Vilaça de Artes Plásticas award. Among his individual exhibitions, the following stands out: Noite de Abertura, Projeto Intervenções, curated by Fernando Cocchiarale and Fernanda Lopes, Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Brazil [2020]; O Primeiro Verde, Galeria Millan, São Paulo, Brazil [2018]; The First Green, Marianne Boesky Gallery, New York, USA [2017]; Mapas temporais de uma terra não sedimentada, A Gentil Carioca, Rio de Janeiro, Brazil [2016]; Temporal Maps of a Non-Sedimented Land, Marianne Boesky Gallery, New York, USA [2015]; L’Eremo e Il Campo Accampa, Gluck50, Milan, Italy [2013]; Nostalgia of Pangea, Andersen’s Contemporary, Copenhagen, Denmark [2012]. He took part in several group exhibitions such as: Heritage, Waterloo Billboard Commission, part of the exhibition Among the Trees, Hayward Gallery, London, United Kingdom; FOR aig veit existen af vorld, Hå Gamle Prestegard, Hå, Norway [2020]; Hugo França & Thiago Rocha Pitta: Tropical Molecule, organized by Melanie Kress, New York, USA; Oito décadas de abstração informal, curated by Lauro Cavalcanti and Felipe Chaimovich, Instituto Casa Roberto Marinho, Rio de Janeiro, Brazil; Passado/Futuro/Presente, curated by Vanessa Davidson and Cauê Alves, Museu de Arte Moderna de São Paulo, São Paulo, Brazil and 16th Instanbul Biennial, Istanbul Foundation for Arts and Culture, Istanbul, Turkey [2018]; 30 a Bienal de São Paulo – A Iminência das Poéticas, curated by Luis Pérez-Oramas, São Paulo, Brazil [2012]. His works are part of collections such as: Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brazil; Hara Museum of Contemporary Art, Tokyo, Japan; Museum of Modern Art - MoMa, New York, USA; Maison Européene de la Photography, Paris, France; Museu de Arte Moderna de São Paulo, São Paulo, Brazil, among others.
Alvaro Seixas na Cavalo @ Espaço C.A.M.A., São Paulo
O Espaço C.A.M.A apresenta as exposições: 'The Artworld Will Never End' de Alvaro Seixas e 'Lazy Bones' de Toby Christian.
Nos dias 18 e 19 de junho abre para visitação a exposição ‘The Artworld Will Never End’ de Alvaro Seixas no Espaço C.A.M.A. Em sua primeira individual em São Paulo, o artista carioca apresenta uma nova série de pinturas iniciada durante o período da pandemia. Alvaro continua sua pesquisa crítica e humorada sobre temas como a espetacularização do mercado de arte, a indústria cultural, e o fenômeno de celebridade, confrontando imagens apropriadas de mídias sociais com tradições como a ‘Dança da Morte’, gênero artístico-literário medieval. O evento é uma iniciativa da galeria carioca Cavalo e acontece na casa da vila modernista Flávio de Carvalho compartilhada por galerias de diferentes cidades.
As alegorias de ‘Dança da Morte’ (ou ‘Dança Macabra’) possuem figuras animadas de esqueletos humanos personificando a morte e costumavam atentar para a efemeridade da vida. Produzidas sob o impacto da Peste Negra na Europa do século XIV, podem ser encontradas também em túmulos de figuras ilustres como lembrança de que a morte une todas as camadas sociais. Nesse sentido o título da exposição, ‘The Artworld Will Never End’ (ou ‘O sistema de arte nunca irá acabar’, em tradução livre), traz certa ambiguidade. Por um lado há a confiança esperançosa de que a humanidade não acabará apesar das crises futuras, mas atenta, em compensação, para o fato de que o meio artístico continuará a perpetuar fugacidades oportunistas e estimular a desigualdade entre seus membros.
Críticas jocosas às instituições de arte são frequentes em obras recentes de Alvaro Seixas. Com referências eruditas e vocabulário pop, o pintor e professor universitário satiriza em desenhos, telas e instalações as ambições de estrelato de jovens artistas, curadores, coletivos de arte e galeristas. “A arte faz parte de um sistema, não está isolada do mundo” constata Alvaro. “Minha postura tem sido elaborar a pintura como avatar de questões críticas, criar imagens e objetos que representem e critiquem a si mesmos.”
Uma das obras fundamentais para o gênero ‘Dança da Morte’ é uma série homônima de gravuras do artista alemão Hans Holbein, O Jovem. Produzidas no século XVI em Basel, cidade que hoje sedia a mais prestigiada feira de arte mundial, essas imagens aparecem redimensionadas na exposição no formato de posters, que dão fundo e dialogam com as pinturas coloridas e matéricas de Alvaro. Nas pinturas individuais há também citações a cânones da arte moderna como a brasileira Tarsila do Amaral e o belga James Ensor, gestos derivados do expressionismo abstrato, piadas provocativas e personagens cartunescos.
Em um momento de reflexão coletiva sobre a iminência da morte, o artista responde com humor ácido às angústias do período pandêmico. Alvaro se apropria de recursos fúnebres da história da arte como Vânitas e Memento Mori para debater as políticas de poder dentro do sistema cultural e noções de sucesso e espetáculo. ‘The Artworld Will Never End’ permanece até o dia 24 de julho. Para mais informações contate a galeria em info@galeriacavalo.com ou (21) 99206-4944.
Alvaro Seixas. (Rio de Janeiro, 1982). Vive e trabalha no Rio de Janeiro. Doutor em Linguagens Visuais no Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da UFRJ. Desde 2009 é professor da Escola de Design da Universidade Veiga de Almeida, Rio de Janeiro. Em 2005 realizou sua primeira exposição individual, na Galeria de Arte do SESC Niterói. Em 2008, em Belém do Pará, recebeu o Prêmio SIM de Artes Visuais e participou da coletiva Janelas Para o Mundo no Espaço Cultural Casa das Onze Janelas. Em 2009, o artista foi premiado pelo Instituto Itaú Cultural e participou da quinta edição da exposição coletiva Rumos Itaú Cultural Artes Visuais – Trilhas do Desejo (Instituto Itaú Cultural, São Paulo; Paço Imperial, Rio de Janeiro). Foi contemplado, juntamente com os artistas Rafael Alonso e Hugo Houayek, com o Prêmio Projéteis Funarte de Arte Contemporânea – Rio de Janeiro, resultando na exposição coletiva Palácio, realizada no Mezanino da Funarte do Palácio Gustavo Capanema, Rio de Janeiro.
junho 15, 2021
Clara Moreira na Amparo 60, Recife
Clara Moreira realiza primeira mostra individual no Recife
“Ato-desato”. Corpos que realizam movimentos, ações e gestos. Todos eles construídos por traços poéticos e afetivos que refletem sobre o próprio processo criativo e a prática do desenho. Essa é uma possível síntese para enxergar a nova exposição da recifense Clara Moreira. Ato-desato entrará em cartaz na Galeria Amparo 60, Zona Sul do Recife, nesta sexta-feira (18), sendo a primeira mostra individual com obras totalmente inéditas realizadas pela artista visual e desenhista. A curadoria é de Sofia Lucchesi.
Realizada em uma parceria com a SpotArt, a mostra conta com um espaço expositivo montado na antessala da galeria. Em 2020, Clara foi apontada como uma das 20 artistas de destaque no Brasil em editorial da SP-Arte e, no mesmo ano, foi selecionada pelo programa Convida, do Instituto Moreira Salles, e para o Salão Único de Artes do SESC Pernambuco. Antes disso, expôs ao lado de Tereza Costa Rêgo (1929 - 2020) e Juliana Lapa em Antes do cio dos gatos, na Amparo 60, e diversas outras exposições coletivas no Recife, além ter realizado duas mostras individuais, uma em Portugal e outra no Palácio da Artes, em Belo Horizonte (MG), como retrospectiva de seu trabalho com desenhos manuais utilizados em cartazes de cinema.
Em Ato-desato será possível ver uma boa amostra da natureza poética que caracteriza o trabalho da artista, com dezoito desenhos em diversos formatos (incluindo um autorretrato em tamanho natural). Clara também é conhecida pelo uso minucioso do lápis de cor, com resultados que se encontram entre a delicadeza e a força, a precisão técnica e a liberdade artística, o realismo e o sonho, mas principalmente, como num gesto que convida ao diálogo: "gosto de imaginar que o desenho é como uma carta ou um poema, que será lido por alguém que o vê, mas essa pessoa participa ativamente na leitura, compondo também com a sua própria subjetividade, por isso sempre procuro deixar uma pista e um segredo dentro de cada desenho, para que ele possa ser um convite ao pensamento vivo". "Para mim, o meu corpo é como uma linguagem que posso acionar através do desenho, assim como pássaros, fitas de cetim, lágrimas, mas também geometria, composição, cor: são gramáticas
entrecruzadas que procuro utilizar na 'escrita' desses desenhos. Nesta exposição, estou tentando colocar todos esses personagens para uma pequena coreografia que acontece no momento presente, em que estamos todos mergulhados, e nesta sala, no Recife e que quer envolver e se aproximar do público, quer conversar".
“Ato-desato fala sobre o desenho em si, a prática de estar sempre desenhando. Clara tem um desenho realista, mas sem compromisso com a realidade pragmática, e com uma imensa liberdade gestual e poética. É o ato de desenhar, mas com um certo ‘desato’, que são os desvios que caracterizam a própria criação artística”, diz a curadora Sofia Lucchesi. “Também existe um desejo de se conectar que perpassa o conjunto de obras dessa exposição. Essa intimidade que ela traz do fazer artístico e das suas vulnerabilidades presentes nele têm um poder de acessar o coletivo. É possível acessar sentimentos comuns a uma coletividade tanto quando olhamos para os seus autorretratos quanto ao nos debruçarmos sobre as obras em que aparecem ações em grupo”.
A exposição faz parte do projeto Mirada, idealizado pela galerista Lúcia Costa Santos em parceria com a SpotArt. A ideia é, a partir da mirada, do olhar, de um espaço expositivo reduzido, quase uma vitrine, ampliar o alcance das obras. A artista também vai apresentar uma serigrafia, outra característica presente em todas as mostras do projeto. A iniciativa nasceu durante a pandemia e tem um caráter virtual muito forte, com uma série de ações online, aliado à possibilidade do presencial. Esta será a quarta exposição do projeto, que vai se estender ao longo de 2021.
junho 11, 2021
Ana Teixeira na Mário de Andrade, São Paulo
“Cala a boca já morreu!”, de Ana Teixeira, na Biblioteca Mário de Andrade - A intervenção fica exposta na fachada e a parte sonora acontece todos os dias, das 10h às 18h
Uma biblioteca como a Mário é muito mais do que um lugar onde se guardam livros. Ela é um espaço público que participa da vida da cidade, interferindo no cotidiano das pessoas que o frequentam ou mesmo que passam em frente às suas instalações.
Com isso em mente, a partir da próxima segunda, dia 14, o espaço da biblioteca é tomado pela intervenção “Cala A Boca Já Morreu!”, de Ana Teixeira, que inaugura um novo ciclo na Mário.
No projeto de Ana, que acontece desde 2019 em espaços públicos como ruas, praças e outros ambientes de convivência, a artista conversa com mulheres, individualmente ou em grupo, fazendo-lhes a pergunta: “O que você não quer mais calar?”. Desses diálogos são recolhidas frases que explicitam as demandas e desejos dessas mulheres, fotografadas, em seguida, com um cartaz contendo a resposta de cada uma delas.
Durante 2019, foram cento e uma mulheres fotografadas, em São Paulo e fora do país. Grande parte dessas fotos foram transformadas em desenhos, que entre 2019 e 2020, foram expostos no Centro Universitário Maria Antonia e no MAB-FAAP–Museu de Arte Brasileira.
Agora na Mário, o projeto inicial se desdobra em uma intervenção sonora e visual, estampando a frase “Cala A Boca Já Morreu!” nos vidros da fachada e instalando caixas de som no jardim. Nesse ambiente, ecoam as frases das cento e uma mulheres que conversaram com a artista em 2019, entoadas pelas vozes de outras cento e uma convidadas. As gravações aconteceram durante a pandemia.
Paralelamente à intervenção, a artista Ana Teixeira estará fazendo uma pesquisa no acervo da biblioteca, atualmente com acesso restrito ao público. A pesquisa tem como foco livros de temática feminista escrito por mulheres, dos quais serão retirados trechos que abordem o silenciamento feminino. Como o acervo é muito amplo, fez-se necessário um recorte temporal que vai de 2010 a 2020.
O objetivo final é produzir uma publicação com excertos dessas obras, que contará ainda com resumo do projeto original e um texto crítico de Galciani Neves, professora e curadora do Museu Brasileiro de Escultura. O volume, então, será doado à biblioteca, servindo como um índice remissivo sobre o tema a ser consultado pelos visitantes.
Ana Teixeira é artista visual, formada pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP) e mestra em Poéticas Visuais pela mesma escola. Participou de programas de residência artística no Brasil, Alemanha, Chile, Dinamarca e Canadá, e de exposições em diferentes partes do mundo. Seu trabalho transita por diferentes meios, com interesse particular pelo desenho e pelas intervenções em espaços públicos, tendo a literatura e o cinema como suas principais referências. Grande parte de sua produção nos últimos vinte anos faz da cidade e seus habitantes/passantes elementos substanciais.
#BibliotecaMárioDeAndrade #BMA #spcapitaldacultura #culturapresente #artecontemporânea #feminismo #escritorasfeministas
MASP lança MASP Clipes, seu novo projeto digital
O MASP lançou em 8 de junho, um novo projeto digital chamado MASP Clipes em seus perfis no Instagram e YouTube. Tratam-se de vídeos de cerca de 7 minutos nos quais um profissional do museu irá explorar minuciosamente uma obra emblemática do acervo, revelando questões técnicas, bem como o seu contexto histórico e detalhes sobre a trajetória do ou da artista. Por ser audiovisual, o projeto se vale de recursos como imagens e vídeos de obras, fotografias históricas, documentos e mapas para imersão completa no universo do artista.
A proposta é que os vídeos expandam, de maneira crítica, como uma obra de arte pode ser vista, seja ofertando detalhes pouco conhecidos, seja na comparação com outros trabalhos. E que, ao mesmo tempo, tornem a coleção do MASP cada vez mais acessível para todos os tipos de público.
O primeiro trabalho escolhido foi A canoa sobre o Epte, circa 1890, de Claude Monet (1840-1926). Com pesquisa e narração de Laura Cosendey, assistente curatorial, mediação e programas públicos, MASP, o vídeo começa com uma descrição da tela e segue com informações para relacioná-la com o que estava sendo experimentado naquele contexto por Monet e por artistas franceses da geração conhecida como impressionismo.
O conteúdo revela também a intensa busca de Monet para transpor em suas telas uma experiência imersiva da natureza. Além disso, desnuda as similaridades do quadro A canoa sobre o Epte com outras telas de Monet do mesmo período e expõe suas referências para o trabalho em questão, como as gravuras japonesas.
Os conteúdos são gravados e serão lançados a cada dois meses nos canais do MASP no Instagram e no YouTube. O próximo episódio será divulgado em agosto.
O projeto MASP Clipes tem o patrocínio do Bradesco.
Terra e Temperatura na Almeida e Dale, São Paulo
Almeida e Dale abre, dia 12 de junho, a exposição Terra e Temperatura, com curadoria de Germano Dushá
Exposição reúne cerca de 90 obras de 30 artistas de diferentes épocas, regiões e práticas, como Mestre Guarany, Madalena dos Santos Reinbolt e Mira Schendel para abordar aspectos do imaginário social brasileiro por múltiplos vieses
A partir de um conjunto diverso de pinturas, desenhos, esculturas e objetos, a exposição “Terra e Temperatura” propõe um ambiente imersivo para colocar em diálogo questões universais manifestas em suas formas mais locais e singulares. Numa jornada não linear, livre de caminhos definidos, o projeto propõe encontros intensos entre artistas como Mestre Guarany (1884-1985), Tarsila do Amaral (1886-1973), Madalena dos Santos Reinbolt (1919-1977), Mira Schendel (1919-1988), Agnaldo Manoel do Santos (1926-1962), Solange Pessoa (1961-) e Castiel Vitorino Brasileiro (1996-).
No lugar de um método de aproximação definido ou recorte temático fechado, a mostra se orienta pela busca de um mesmo vigor que faz sentir a liberdade de conformação e transmutação da matéria.
Sempre sob um calor específico, as energias, atmosferas, paisagens e corpos que emergem das obras são aberturas para as pulsões vitais e suas inúmeras possibilidades de mundo. Cada gesto carrega consigo testemunhos genuínos do cotidiano, dos conflitos e das celebrações nucleares de um país que só pode ser entendido por meio das expressões de uma infinidade de existências, e da força de suas imaginações.
No cruzamento do discurso literal e figurativo com as sensações, deduções e abstrações, a exposição reitera repetidamente o convite para a experiência de fenômenos esotéricos, intangíveis, subjetivos em toda sua potência material e estética. “É o estado de espírito de um país, obviamente cheio de conflitos e contradições, mas também marcado pela inventividade da linguagem, pelos dribles diários, e pelos festejos e celebrações. É sobre como essas coisas inapreensíveis e indizíveis elaboram um povo vivendo num mesmo lugar; sobre suas ideias e formas sempre em movimento, em transformação”, diz Dushá.
Tomie Ohtake – Os sons dos sins no Tomie Ohtake, São Paulo
A sala especial dedicada à Tomie com mostras de longa duração, traz novo recorte de sua produção, desta vez acompanhado de composição musical. O curador Paulo Miyada concebeu Tomie Ohtake - Os sons dos sins a partir de um gênero chamado jisei, poema que reconhece a transitoriedade da vida e acolhe a inevitabilidade da morte; associado à sabedoria zen budista, evoca silêncio e transformação.
Para o curador, neste momento do mundo e do país em que enfrentamos a perda inenarrável de milhares de vidas e ponderamos como continuar e, ao mesmo tempo, como respeitar o silêncio de um estado de luto duradouro, seria oportuno reencontrar a pintura última de Tomie Ohtake. “Por analogia, é possível considerar a última série de pinturas feitas por Tomie Ohtake – monocromos brancos de superfície revolta que delineia sutis sombras e texturas – como uma espécie de despedida de vida, seu próprio jisei pictórico”, afirma Miyada.
Posicionada ao fundo de um longo corredor escurecido, iluminada por um foco de luz tênue, essa pintura está acompanhada por uma seleção de gravuras e, a cada meia hora, o espaço será tomado pelo cântico Béradêro, de Chico César, cordialmente cedido pelo músico. Conforme destaca Miyada, “um acalanto brasileiro, aboio de esperança e dor que, entre outras coisas, nos diz”:
‘A contenteza do triste
Tristezura do contente
Vozes de faca cortando
Como o riso da serpente
São sons de sins, não contudo
Pé quebrado verso mudo
Grito no hospital da gente’
“Esses versos reverberam como um convite para que se dê tempo ao caminhar, ao olhar e ao sentir. Algumas gravuras de Tomie Ohtake ladeiam esse percurso com lampejos de cor e forma, ao ritmo de memórias que porventura cada visitante trará de pessoas próximas e distantes atingidas pela pandemia. Imagino que Tomie Ohtake se surpreenderia com essa apresentação de sua obra, mas também imagino que ela se orgulharia, como me orgulho, desta instituição que se entende como parte de uma sociedade que é sua verdadeira razão de existência e continuidade. Mesmo agora. Sobretudo agora”, completa Miyada.
Série de gravuras comemorativa de 20 anos do Instituto Tomie Ohtake
As séries de gravuras expostas, por pertencer às tiragens feitas pela artista para apoiar o Instituto que leva seu nome, estarão à venda com selo comemorativo de 20 anos do Instituto Tomie Ohtake a serem completados em novembro de 2021. 80% dos recursos obtidos serão revertidos para a instituição, nesse momento em que enfrenta um desafio sem precedentes para a continuidade de suas atividades. Os demais 20% serão doados à campanha #TemGenteComFome, da Coalizão Negra por Direitos, que vem exercendo um papel fundamental no suporte emergencial de pessoas em situação de vulnerabilidade extrema.
Bodas de Madeira na Janaina Torres, São Paulo
Bodas de Madeira: um olhar para celebrar os 5 anos de nossa história.
Dando início ao programa de celebração dos cinco anos da Janaina Torres Galeria, nosso projeto para o online viewing room 2021 alinha este momento especial à SP-Arte, uma referência de nossa trajetória e que, tradicionalmente, é o ponto de partida no calendário de eventos relevantes do circuito de arte nacional.
Dentro da mitologia popular, as Bodas de Madeira são a comemoração de meia década de união. Para a Janaina Torres Galeria, que desde sua criação compromete-se com a formação de públicos diversos e a expansão do trabalho de arte, através de uma aproximação e abertura genuínas, essa união acontece entre indivíduos e espaços, onde, artistas, equipe e colaboradores, pensamos mercado, arte, cultura, educação e respeito a subjetividades como cerne de nossa existência.
O recorte de obras baseia-se na celebração da pluralidade e potência de nossos artistas e suas pesquisas, além do desejo de compartilhar com o público um olhar que celebra a nossa história, mirando o futuro.
Artistas: Andrey Zignnatto, Daniel Jablonski, Feco Hamburger, Heleno Bernardi, Kika Levy, Kitty Paranaguá, Laíza Ferreira, Luciana Magno, Osvaldo Carvalho, Paula Juchem, Pedro David, Ricardo Siri
Wooden Wedding: a look to celebrate 5 years of our history.
Starting the Janaina Torres Galeria's five-year celebration program, our project for the online viewing room 2021 aligns this special moment with SP-Arte, a reference of our trajectory and which, traditionally, is the starting point in the relevant events calendar of the national art circuit.
Within popular mythology, the Wooden Wedding is the celebration of half a decade of union. For Janaina Torres Galeria, which since its creation has been committed to the formation of diverse audiences and the expansion of art work, through a genuine approach and openness, this union takes place between individuals and spaces, where artists, staff and collaborators, thinking on the market, art, culture, education and respect for subjectivities as the core of our existence.
The selection of works is based on the celebration of the plurality and power of our artists and their researches, in addition to the desire to share with the public a look that celebrates our history, looking to the future.
Artists: Andrey Zignnatto, Daniel Jablonski, Feco Hamburger, Heleno Bernardi, Kika Levy, Kitty Paranaguá, Laíza Ferreira, Luciana Magno, Osvaldo Carvalho, Paula Juchem, Pedro David, Ricardo Siri
Sheroanawe Hakihiiwe na Carpintaria, Rio de Janeiro
É com grande prazer que apresentamos a primeira exposição individual de Sheroanawe Hakihiiwe no Brasil. Com essa mostra inauguramos o Aquário — espaço frontal da Carpintaria visível a partir do jardim — dedicado a introduzir novas vozes do circuito.
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Nascido em 1971, no Amazonas, na Venezuela, Sheroanawe Hakihiiwe é um artista indígena residente em Pori Pori, comunidade Yanomami em El Alto Orinoco. Hakihiiwe desenvolve um corpo de trabalho que incorpora desenho e cor à tradição oral de seu povo -- a natureza das crenças espirituais e as práticas culturais e sociais. Linhas retas, paralelas, curvas e pontilhadas, arcos, círculos, triângulos, grades, teias e anéis evocam os insetos, os animais, as plantas e os espíritos da floresta. Sua prática tem início nos anos 1990 a partir do encontro com a artista mexicana Laura Anderson Barbata. Com ela aprende a fazer papel com fibras nativas como Shiki ou Abaca, sobre o qual aplica tinta vegetal. Juntos, eles fundam o projeto comunitário Yanomami Owëmamotima, uma iniciativa pioneira que desde então vem viabilizando a publicação de livros produzidos coletivamente pela comunidade Yanomami.
Sheroanawe Hakihiiwe
Por Catalina Lozano
Sheroanawe Hakihiiwe é um artista Yanomami que vive e trabalha em Pori Pori, uma comunidade no Alto Orinoco, no lado venezuelano da Floresta Amazônica. Quando está na Amazônia, sem nenhuma comunicação com o exterior do seu território, o artista mantém um caderno de esboços, no qual desenvolve uma linguagem visual sintética. Hakihiiwe também passa períodos de tempo em Caracas, onde traduz esses esboços usando diferentes técnicas, tais como desenho, pintura e gravura em papel e tecido. Em Mohomi pariki omi, por exemplo, ele representa o peito de uma águia na forma mais minimalista possível sem perder a sua expressividade.
A proteção do conhecimento e da memória Yanomami é uma das principais motivações por trás da produção de Hakihiiwe, que busca combater a imposição esmagadora do conhecimento e das tecnologias ocidentais sobre as pessoas indígenas. Em constante ataque por meio de diferentes formas de extrativismo, evangelização e assimilação, os Yanomami que vivem nas convincentes ficções chamadas Venezuela e Brasil, como a maior parte dos indígenas do mundo, tiveram que lutar contra sucessivas tentativas de apagamento das suas perspectivas e práticas diárias. Considerado “sem nome” por um missionário – os Yanomami não usam nomes conforme o cânone ocidental –, o artista recebeu um nome em homenagem ao padre católico Juan Bosco, uma alcunha que rejeitou quando adulto, adotando o nome Sheroanawe, que indica o seu local de nascimento.
Em geral, os Yanomami não desenham em papel, mas em seus corpos. O xamã e ativista Davi Kopenawa Yanomami explica como as palavras que contêm conhecimento são mantidas em proximidade para que não escapem. Em vez de “desenhado” em livros – ou “peles de imagem”, segundo Kopenawa –, o conhecimento pertence à comunidade e ao território. Esse entendimento radicalmente diferente sobre as tecnologias que contêm e transmitem informações é muito importante para desestabilizar formas hegemônicas de imaginar o mundo. Em Thari keke, Hakihiiwe representa um escudo que oferece proteção contra espíritos, evocando dimensões que são invisíveis para a maioria das pessoas, mas que exigem uma série de aparatos tecnológicos enraizados em cosmogonias específicas da Amazônia. Hakihiiwe aprendeu a fazer papel com fibras vegetais com a artista mexicana Laura Anderson Barbata, em 1992. Esse novo suporte permitiu que o imaginário destinado ao corpo viajasse para fora da Amazônia. Em alguns casos, isso é mais explícito, tal como em Mapuu (pintura facial funerária), de 2019, enquanto em outros, o formato do papel parece ter uma influência mais direta no tema, tal como em Hino naripe (favo de mel), de 2019. Sua obra faz parte de uma tradição abstrata que não está relacionada com as genealogias ocidentais, mas com as cosmologias amazônicas. Usando uma taxonomia que vai na contramão da ambição classificatória da tradição ocidental, esses desenhos se referem ao contexto e à agência de um organismo e não à sua representação. Hakihiiwe evoca e recria ritmos vitais. Isso é particularmente interessante na série de 2018 dedicada à Huwe moshi (cobra-coral). Esses trabalhos revelam, contra um pano de fundo, estruturas em vez de formatos, organizações em vez de formas, evidenciando uma maneira de ver na qual a natureza e a cultura não são distinguíveis uma da outra.
Sobre o artista
Sheroanawe Hakihiiwe (Sheroana, Amazonas, Venezuela, 1971). Vive e trabalha em El Alto Orinoco, Vezezuela. Entre as suas exposições individuais, destacam-se: Puhi Tropao (Estar feliz), Galería Abra, Caracas, Venezuela (2017); Puhi Tropao (Estar feliz), Museo del Diseño y la Estampa Carlos Cruz-Diez, Caracas, Venezuela (2016); Porerimou (Viajar como espíritu invisível), Oficina # 1, Caracas, Vezuela (2013); Oni The pe Komi, Oficina # 1, Caracas, Venezuela (2010); Etnias bajo la piel, Escuela Nacional de Pintura, Escultura y Grabado La Esmeralda, Cidade do México, México (2010). Dentre as exposições coletivas, destacam-se: Uma História Natural das Ruínas, Pivô, São Paulo, Brasil (2021); Bienal de Berlim - The Bones of the World, Berlim, Alemanha (2019); Le jour des esprits est notre nuit, CRAC Alsace, Altkirch, França (2019); Amazonías, Centro de Arte Matadero Madrid, Espanha (2019); XII Bienal de Xangai, Power Station of Art, Xangai, China (2018).
Esta exposição foi possível graças à nossa colaboração com a galeria de Sheroanawe Hakihiiwe na Venezula, ABRA. Um agradecimento especial aos seus fundadores Melina Fernández Temes e Luis Romero. abracaracas.com
We are delighted to present Sheroanawe Hakihiiwe's first solo exhibition in Brazil. With this show, we inaugurate the Aquário — the front space at Carpintaria, visible from the garden — dedicated to introducing new voices from the circuit.
Born in 1971 in Amazonas, Venezuela, Sheroanawe Hakihiiwe is an indigenous artist living in Pori Pori, a Yanomami community in El Alto Orinoco. Hakihiiwe develops a body of work that incorporates drawing and color into the oral tradition of his people -- the nature of spiritual beliefs, cultural and social practices. Straight, parallel, curved and dotted lines, arcs, circles, triangles, grids, webs, and rings evoke insects, animals, plants, and spirits of the forest. His practice began in the 1990s when he met the Mexican artist Laura Anderson Barbata, who taught him how to make paper with native fibers such as Shiki or Abaca, on which he applies vegetable ink. Together, they founded the Yanomami Owëmamotima community project, a pioneering initiative that has since enabled the publication of books produced collectively by the Yanomami community.
Sheroanawe Hakihiiwe
by curator Catalina Lozano
Sheroanawe Hakihiiwe is a Yanomami artist who lives and works in Pori Pori, a community in the Upper Orinoco, at the Venezuelan side of the Amazon rainforest. While in the Amazon, where he has no communication outside his territory, he keeps a notebook of sketches where he develops a synthetic visual language. He then spends periods of time in Caracas where he translates them using different techniques such as drawing, painting and screen-printing onto paper and fabric. In Mohomi pariki omi, for instance, he depicts the breast of an eagle in its most minimal yet expressive form. The protection of Yanomami knowledge and memory is a key motivation behind Hakihiiwe’s work, who seeks to counteract the crushing imposition of Western knowledge and technologies on indigenous peoples. Constantly harassed by different forms of extractivism, evangelization, and assimilation, the Yanomami living in the efficacious fictions called Venezuela and Brazil, like most indigenous people around the world, have had to endure constant attempts of erasure of their worldviews and daily practices. Considered “unnamed” by a missionary—Yanomami people do not use names according to the Western canon—, the artist was called after Italian Catholic priest Juan Bosco, a moniker he rejected as an adult and changed to Sheroanawe which relates to his place of birth.
Yanomami people don’t normally draw on paper but on their bodies. Shaman and activist, Davi Kopenawa Yanomami explains how the words that contain knowledge are kept close so that they don’t escape. Rather than “drawn” on books, or as he calls them “image skins,” knowledge belongs to the community and to the territory. This radically different understanding of the technologies that contain and transmit information are very important to destabilize hegemonic ways of imagining the word. In Thari keke, Hakihiiwe represent a shield to protect oneself from spirits, an indication of dimensions that are invisible to most people but that require a series of technological devices embedded in specific cosmogonies of the Amazon.
Hakihiiwe learnt to make paper with plant fibers with Mexican artist Laura Anderson Barbata in 1992. This new support allowed the imagery destined to the body to travel outside the Amazon. In some cases, this is more explicit, as in Mapuu (Face funerary Painting), 2019, while in others the format of the paper seems to influence more directly the motif, as in Hino naripe (Honeycomb), 2019. His work is part of a tradition of abstraction, not connected to Western genealogies, but to Amazonian cosmologies. In a taxonomy that runs contrary to the classificatory ambition of Western tradition, these drawings refer to the context and agency of an organism, instead of representing it, Sheroanawe evokes and recreates vital rhythms. This is particularly interesting in the 2018 series dedicated to Huwe moshi (coral snake). The works reveal structures rather than shapes, organization rather than forms against a background, exposing a way of seeing where nature and culture are not distinguishable from one another.
About the artist
Sheroanawe Hakihiiwe (Sheroana, Amazonas, Venezuela, 1971). Lives and works in El Alto Orinoco, Vezezuela. Among his solo exhibitions, the following stand out: Puhi Tropao (Estar feliz), Galería Abra, Caracas, Venezuela (2017); Puhi Tropao (Estar feliz), Museo del Diseño y la Estampa Carlos Cruz-Diez, Caracas, Venezuela (2016); Porerimou (Viajar como espíritu invisible), Oficina#1, Caracas, Vezuela (2013); Oni The pe Komi, Oficina#1, Caracas, Venezuela (2010); Etnias bajo la piel, Escuela Nacional de Pintura, Escultura y Grabado La Esmeralda, Mexico City, Mexico (2010). Among the group exhibitions, the following stand out: A Natural History of Ruins, Pivô, São Paulo, Brazil (2021); Berlin Biennale - The Bones of the World, Berlin, Germany (2019); Le jour des esprits est notre nuit, CRAC Alsace, Altkirch, France (2019); Amazonías, Centro de Arte Matadero Madrid, Spain (2019); XII Shanghai Biennale, Power Station of Art, Shanghai, China (2018).
This exhibition was possible thanks to our collaboration with Sheroanawe Hakihiiwe’s gallery in Venezulea, ABRA. Special thanks to its founders Melina Fernández Temes and Luis Romero. abracaracas.com
junho 9, 2021
Karla Osorio, Portas Vilaseca e Sé no Espaço Fonte @ Gallery Week
Projeto colaborativo entre as galerias Karla Osorio (Brasília), Portas Vilaseca (Rio de Janeiro) e Sé (São Paulo) apresenta mostra coletiva Diamante-Grafite-Carvão, com curadoria de Fernando Mota, no Galpão do Espaço Fonte-SP.
A iniciativa reúne nove artistas representados por três galerias de diferentes estados brasileiros, e inaugura por ocasião da Gallery Week, que ocorre em São Paulo entre 8 e 12 de junho de 2021, promovida por meio de parceria entre a ABACT – Associação Brasileira de Arte Contemporânea e a SP-Arte. A mostra segue em cartaz até 24 de julho.
As galerias Karla Osorio (Brasília), Portas Vilaseca (Rio de Janeiro) e Sé (São Paulo) se reúnem por meio do olhar do curador Fernando Mota, que buscou equilibrar e diversificar a mostra ao selecionar obras nos acervos das galerias, além de acolher obras inéditas, especialmente propostas para o evento, respondendo a uma provocação curatorial.
A exposição “Diamante-Grafite-Carvão” trata de assuntos atemporais, operando como um laboratório de estudos para uma tradução artística experimental do universo químico e geológico em questão. No contexto expográfico apresenta obras, pesquisas e linguagens variadas que traçam paralelos entre si, evocando metáforas visuais e conceituais a partir da correlação existente entre os três minerais.
“A relação entre as obras dos artistas abre caminhos para várias formas de interpretação: ora uma leitura mais plástica ligada à materialidade, à estética e à formação, ora relacionada à disposição dos trabalhos no espaço e ao dialogo presente entre eles, sendo possível levar tanto para um lado mais conceitual e abstrato, adentrando um campo de ideias mais aberto e impermanente, quanto para uma analise visual e sensorial; em ambos os casos é uma mostra em constante transformação. Apesar da aparente complexidade do tema, minha intenção é que a exposição fale por si só - que qualquer pessoa, independente da formação ou do conhecimento que tenha, seja capaz de olhar e entender como os trabalhos conversam entre si e com o espaço, para alem da temática proposta; é sobre a formação do mundo que vemos e também do que não vemos, sobre as possibilidades de mutação das coisas”, finaliza Mota.
A exposição ocupa todo o Galpão do Espaço Fonte, um espaço alugado para abrigar a mostra, localizado na Vila Madalena. São apresentados trabalhos em mídias distintas: esculturas, instalações, pinturas e desenhos, além de ações performáticas que ativam as obras no espaço.
Como destaques a Galeria Karla Osorio apresenta a série dos anos oitenta “Yokos” de Bené Fonteles, obras históricas com xerografia e colagem muito relevantes na trajetória do artista e que foram produzidas na mesma máquina na Pinacoteca de SP usada, simultaneamente, por grandes artistas como Hudinilson Jr., Regina Silveira e outros; Portas Vilaseca apresenta uma instalação inédita de Felipe Seixas, a qual contrapõe diversos materiais naturais, como areia e pedras, a componentes tecnológicos e digitais; Daniel Fagus Kairoz, da Sé Galeria, realiza uma instalação site-specific que forma no espaço um desenho coreográfico feito com 81 kg de sal grosso, 16,2kg de grafite em pó e 10,8kg de enxofre e pólvora. A obra será ativada através de ações performáticas em momentos distintos da exposição.
Materiais como pedras, cerâmica, grafite, enxofre, sal, concreto, madeira, areia e objetos resgatados, entre outros, sugerem a seguinte progressão mineral na natureza, a qual entitula a mostra: diamante - grafite – carvão; os arranjos de suas estruturas moleculares distintas diferenciam um mineral do outro - um detalhe invisível a olho nu que muda por completo o resultado final e define os estados físicos de ambos. De acordo com Mota, é a partir daí que surge indiretamente a ideia equivocada de que o diamante é um carvão que deu certo. “A hipotética sugerida aqui segue a premissa de que, a partir do carbono, dadas as condições naturais necessárias, temos um constante espectro em potencial entre esses três elementos, um estado continuum de transformação da matéria; consequentemente, no campo sensorial, é aberto um prisma exponencial de percepções de texturas, cores e luz, ou ainda, aludindo à sociedade contemporânea, uma vasta gama de forma, uso e valor.”
Para o curador, seja no âmbito material ou teórico, a mostra propõe diálogos que atravessam disciplinas e áreas de conhecimento, colocando na mesma roda ciências humanas e exatas.
Galerias e artistas participantes:
- Karla Osorio (Brasília)- Bené Fonteles, José Ivacy e Rodrigo Garcia Dutra
- Portas Vilaseca (Rio de Janeiro) - Felipe Seixas, Íris Helena e Raquel Nava
- Sé (São Paulo) - Brisa Noronha, Daniel Fagus Kairoz e Denise Alves-Rodrigues
Karla Osorio
Criada em 2016, a galeria Karla Osorio é a única de Brasília com presença internacional, participando de feiras em vários países.
A galeria representa 22 artistas brasileiros e estrangeiros, em começo ou meio da carreira e também atua no mercado secundário. Privilegia a produção artística inovadora e fomenta linguagens e técnicas diversificadas.
Seu programa tem um foco importante em geometria, minimalismo e poesia visual, além do abstracionismo. Tem preocupação de apoiar artistas que tratam de questões do gênero e abordam temas sócio-políticos aprofundando questões sobre seu próprio tempo. Desenvolve um projeto de estímulo a novos colecionadores e de inclusão de artistas no cenário nacional e internacional.Sua sede está em local muito único, com 5 pavilhões tendo 6 galerias e um programa de residência artística, unidos por um amplo jardim utilizado para obras de espaço público.
Mantém programação de exposições temporárias, lançando publicações com textos curatoriais bilíngues. Oferece também cursos, oficinas e intervenções no espaço público, frequentemente em parceria com outras instituições.
Portas Vilaseca
Portas Vilaseca Galeria foi fundada por Jaime Portas Vilaseca em 2012 no Rio de Janeiro. Até 2018 funcionou no bairro do Leblon para, em seguida, ocupar um edifício de três andares no bairro de Botafogo, onde vem promovendo uma agenda dinâmica de exposições e projetos artísticos especiais, entre outras ações. Atualmente, a galeria representa 24 artistas que compõem um importante recorte da produção da arte contemporânea brasileira recente em seus diferentes contextos. A galeria caracteriza-se por duas frentes de trabalho: (a) a aposta em jovens artistas; (b) a experimentação. Nascidos em diferentes gerações e oriundos de diversas regiões do Brasil, os artistas representados desenvolvem pesquisas em várias linguagens – pintura, desenho, escultura, gravura, fotografia, vídeo, instalação e performance. Mais do que criadores, nossos artistas são pesquisadores das artes visuais
extremamente preocupados com o estatuto da imagem na contemporaneidade, assim como com a apresentação de suas produções. Ao observarmos as exposições realizadas, tanto na galeria, quanto em feiras de arte, fica claro que o ato expositivo é encarado como um ato experimental, em que nenhuma proposição será igual à outra; e onde os visitantes terão uma experiência física e visual única.
Sé
Em 2011 a artista e curadora Maria Montero fundou o espaço de arte Phosphorus. Voltado à experimentação, estava localizado em um casarão histórico na primeira rua de São Paulo. Em 2014, após um programa contínuo de exposições, mais de vinte residências , Montero fundou a Sé no mesmo edifício. Após 6 anos no centro histórico da cidade, a Sé transferiu sua sede para a casa 2 da Vila Modernista de Flávio de Carvalho nos Jardins.
A Sé representa 19 artistas brasileiros, todos com sólida trajetória institucional ou acadêmica. A maioria deles inaugurou seu diálogo com o mercado por meio da galeria. A Sé surgiu num momento de revisão do modus operandi da arte contemporânea. Atua em colaboração e parceria com os artistas representados, privilegiando o acompanhamento crítico e a realização de projetos institucionais. Busca também formar novos públicos para artistas e obras que expressem uma visão conceitual e processual de arte contemporânea. A Sé participa de importantes feiras nacionais e internacionais como Arco Madrid e LISTE Basel.
Fortes D’Aloia & Gabriel na SP-Arte Viewing Room 2021
A participação da Fortes D’Aloia & Gabriel na SP-Arte Viewing Room 2021, com trabalhos recentes de artistas representados, se reflete em uma montagem física no Galpão da Barra Funda. A seleção de obras está apresentada no novo viewing room que faz parte de um redesenho do espaço de 1500 m2, reaberto ao público após reforma, e reitera o propósito da galeria de oferecer uma experiência única na fruição da arte. A montagem expositiva num ambiente físico faz parte de um movimento global de diálogo entre as narrativas presenciais e online.
Artistas: Barrão, Efrain Almeida, Erika Verzutti, Gokula Stoffel, Iran do Espírito Santo, Jac Leirner, Leda Catunda, Luiz Zerbini, Márcia Falcão, Marina Rheingantz, Mauro Restiffe, Nuno Ramos, Rodrigo Cass, Rodrigo Matheus e Sara Ramo & Tatiane Selio.
Nas palavras de Alex Gabriel, diretor da Fortes D’Aloia & Gabriel: “O ambiente virtual não vai substituir os espaços físicos. Daqui para frente o online será uma extensão de algo que existe no programa da galeria. Usamos o canal da feira para apresentar o espaço reformado e a nossa construção de um novo modelo de atuação frente as mudanças recentes do mercado de arte no Brasil e no mundo."
As duas salas expositivas que antecedem o espaço dedicado a apresentação da SP-Arte abrigam, até o dia 12 de junho, as exposições individuais de Yuli Yamagata e Luiz Zerbini. Em sua primeira mostra na galeria, a paulistana Yuli Yamagata apresenta um novo corpo de trabalho pautado pela experiência tátil, pela construção de volumes e fragmentos. Ao gerar imagens corpóreas que projetam-se para o espaço, a artista arquiteta relações complexas entre a pintura, a escultura e o espectador.
A exposição de Luiz Zerbini compreende quatro pinturas emblemáticas dos anos 1990, que compartilham em si uma narrativa pessoal marcante. Ao explorar o gênero do auto retrato, o artista produz imagens que simbolizam a pessoa e não sua representação pictórica mimética. A figura da caveira é recorrente e uma referência direta ao momento mori, argumento icônico cuja expressão do latim significa algo como lembre-se de que você é mortal.
Pinacoteca de São Paulo e Osgemeos apresentam a série documental sobre o Hip Hop
A produção audiovisual é um desdobramento da exposição Osgemeos: Segredos e conta com 4 episódios com depoimentos de Thaíde; DJ Lisa Bueno; Fabi Girl; Edi Rock; Speto; Doze Green, entre outros. Lançamento a partir de 10 de junho de 2021 no canal do Youtube da Pinacoteca de São Paulo.
A Pinacoteca de São Paulo, museu da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, apresenta para o público a inédita série audiovisual Segredos que aborda a origem, essência e perspectivas do hip hop paulista. A produção é um projeto idealizado pelos artistas Osgemeos, Gustavo e Otávio Pandolfo, e conta com 4 episódios, sendo aproximadamente 20 minutos cada, que serão disponibilizados gratuitamente todas as quintas-feiras às 20h, a partir do dia 10 de junho no canal do YouTube da Pinacoteca.
Após o tour virtual e a visita educativa online, ambos já disponíveis no site do museu, a série documental é mais um desdobramento da exitosa exposição Osgemeos: Segredos em cartaz até 9 de agosto de 2021 na Pinacoteca de São Paulo. Os episódios foram gravados de modo a revelar para os espectadores as principais influências criativas da dupla de artistas que tem no movimento hip hop uma importante fonte de inspiração. Além de aproximar o público com o seu universo criativo, os vídeos também têm a intenção de incentivar outros jovens brasileiros a conhecerem e se aproximarem das manifestações artísticas de rua e seguir na busca de sua própria identidade, podendo até mesmo transformar a sua realidade. Por isso, além do canal do YouTube da Pinacoteca de São Paulo, o material será amplamente divulgado para a rede de professores e escolas estaduais e particulares, atingindo um grande número de jovens de todo o país.
“Gustavo e Otávio cresceram no bairro do Cambuci, na região central de São Paulo, e foram envolvidos pela cena hip hop local no início dos anos 1980, quando começaram a dançar break e a grafitar. Desde criança eram frequentadores do Largo São Bento, berço da difusão do movimento hip hop pelo país, e desdobraram essas influências em múltiplas linguagens artísticas que podem ser vistas na ampla exposição em cartaz na Pinacoteca de São Paulo e nos seus trabalhos pelo mundo”, conta Jochen Volz, diretor-geral da Pinacoteca de São Paulo.
Influenciado por este contexto, a série documental Segredos parte da própria trajetória dos irmãos para demonstrar didaticamente como o hip hop se transformou em uma das manifestações artísticas e culturais mais relevantes no Brasil, influenciando a música, a arte, a moda, os costumes e claro, a dança. Os episódios foram gravados em um cenário que simula um vagão de metrô, construído pelos próprios artistas em seu atelier. Dentro do veículo, figuras icônicas da cena cultural se encontram para revelar segredos e discutir as origens, o presente e o legado de um estilo que começou nos Estados Unidos e atualmente impacta a vida de milhares de pessoas no Brasil.
O roteiro obedece a lógica de uma viagem de trem de uma grande cidade; a cada parada, o telespectador é transportado para um fragmento do universo hip hop a partir de entrevistas com MC’S, DJ’S, dançarinos de break dance e artistas do graffiti conduzidos pela dupla Osgemeos. Os convidados são: DJ’S - Erick Jay, DJ HUM, KL Jay, Lisa Bueno e Ninja ; Breakdance - Alam Beat, B-boy Neguin, B-boy Pelezinho, B-Girl Fabi Girl, Nelson Triunfo, Ricardinho; GRAFFITI - Binho, Doze Green, Gueto, ISE, Pran, Soberana Ziza, Speto, Tinho, Venus, Vitché; MC’S: Bivolt, Edi Rock, Ice Blue, Jack e Thaíde.
"Desde o início, quando começamos a imaginar a exposição “Segredos”, nossa ideia era produzir uma série de entrevistas na qual fosse possível compartilhar a história de alguns dos principais expoentes da cultura Hip Hop nacional e internacional. Essa minissérie é um projeto super especial nosso com a Pinacoteca de São Paulo. Uma viagem de “trem” ao tempo. Uma troca de aprendizados, histórias, vivências e descobertas. Acreditamos na educação e no poder da arte como transformação. Que essas janelas sejam o começo de uma longa jornada que possamos dar continuidade.", afirma Osgemeos.
A série foi produzida pela Pinacoteca de São Paulo dirigida por Vinicius Colé em parceria com as produtoras Porqueeu, Bicho, Tilt e Core. O projeto contou com patrocínio do Iguatemi São Paulo via Programa Municipal de Apoio a Projetos Culturais (Pro-Mac).
Série Documental Segredos
A partir de 10 de junho no canal Youtube/PinacotecadeSaoPaulo
Um episódio inédito será lançado toda quinta-feira sempre às 20h.
Duração: aproximadamente 20 minutos cada
Produção, roteiro e gravação: Porqueeu, Bicho Produções, Tilt e Core.
Direção: Vinícius Colé
SINOPSES DE CADA EPISÓDIO
1 EP 10 de junho - Todos os caminhos levam à São Bento
O nascimento do hip hop em São Paulo. Um resumo pelas trajetórias e origens individuais de alguns personagens até o encontro de todos os caminhos na histórica Estação São Bento.
Convidados neste episódio: Rooney, Nelson Triunfo, Alam Beat, Ricardinho Electric Boogies, Thaíde, MC Jack, DJ KL Jay, DJ Hum e DJ Ninja.
2 EP Dia 17 de junho - A essência do Hip Hop
Um resumo da explosão criativa e cultural que nasce a partir do movimento da São Bento. O papel primordial que o hip hop teve como uma cultura de integração e as possibilidades que o movimento ofereceu aos jovens das décadas de 80 e 90 de vivenciar múltiplas expressões artísticas. A evolução do hip hop e os desafios que os personagens superaram para chegar no topo.
Convidados neste episódio: Doze Green, Lisa Bueno, Speto, Binho, Tinho, Vitché, ISE, DJ Erick Jay e Rooney.
3 EP Dia 24 de junho - Hip Hop: a história continua
Conheça a nova geração e saiba como o Hip Hop é importante na missão de unir e salvar vidas, as semelhanças e diferenças entre passado e futuro. O que a nova geração está fazendo para continuar o legado?
Convidados neste episódio: Venus, Bivolt, Soberana Ziza, Gueto, Pran, B-boy Pelezinho, B-boy Neguin e B-Girl Fabi Girl.
4 EP Dia 1 de julho - Segredos: A busca de um estilo
Um episódio mais filosófico, onde os personagens compartilham suas percepções, falam de seus processos criativos, mostram caminhos e dão conselhos para quem está pensando em entrar para esse universo.
Convidados neste episódio: todos os artistas.
Apresentação: Osgemeos
Convidados: DJ’S: DJ HUM, Ninja, Erick Jay, KL Jay, Lisa Bueno
Breakdance: Nelson Triunfo, Alam Beat, Ricardinho Electric Boogies, B-boy Pelezinho, B-boy Neguin, B-Girl Fabi Girl
Graffiti: Doze Green, Soberana Ziza, Venus, Gueto, Speto, Tinho, Binho, ISE, Vitché, Pran
MC’S: Jack, Thaíde, Ice Blue, Edi Rock, Bivolt.
OSGEMEOS
Projetos recentes da dupla de artistas incluem exposições individuais em: Frist Art Museum (Nashville, 2019), Hamburger Bahnhof (em colaboração com Flying Steps) (Berlim, 2019), Mattress Factory (Pittsburgh, 2018), Pirelli HangarBicocca (Milão, 2016), Museu Casa do Pontal (Rio de Janeiro, 2015), ICA - The Institute of Contemporary Art (Boston, 2012). Suas obras integram coleções importantes ao redor do mundo, como: MOT (Tóquio), Franks-Suss Collection (Londres), MAM-SP (São Paulo), Pinacoteca de São Paulo (São Paulo), Museu Casa do Pontal (Rio de Janeiro).
OSGEMEOS: Segredos
Mais de 92 mil pessoas visitaram a exposição OSGEMEOS: Segredos na Pinacoteca de São Paulo, que segue na liderança das atividades culturais mais disputadas desde a sua inauguração em outubro de 2020. Devido ao grande sucesso, a mostra, com curadoria de Jochen Volz, já foi prorrogada duas vezes e segue agora até 09 de agosto de 2021.
A exposição ocupa 10 espaços do museu com mais de mil itens do rico imaginário dos irmãos Gustavo e Otávio Pandolfo. Recentemente, em abril deste ano, um tour virtual foi lançado com foco no público que ainda não conseguiu ingressos ou até mesmo para que pessoas de outros estados/países tenham acesso aos trabalhos expostos.
O tour já supera a marca dos 50 mil acessos desde o seu lançamento e pode ser acessado gratuitamente pelo site do museu.
Os artistas Gustavo e Otávio Pandolfo também gravaram uma visita educativa guiada pela mostra OSGEMEOS: Segredos, disponível no site do museu (https://www.pinacoteca.org.br) ou pelo canal do YouTube (Pinacoteca de São Paulo). O vídeo lançado em janeiro deste ano acumula mais de 43 mil visualizações.
Pinacoteca de São Paulo
A Pinacoteca de São Paulo é um museu de artes visuais com ênfase na produção brasileira do século XIX até a contemporaneidade e em diálogo com as culturas do mundo. Museu de arte mais antigo da cidade, fundado em 1905 pelo Governo do Estado de São Paulo, vem realizando mostras de sua renomada coleção de arte brasileira e exposições temporárias de artistas nacionais e internacionais. A Pinacoteca também elabora e apresenta projetos públicos multidisciplinares, além de abrigar um programa educativo abrangente e inclusivo. Possui dois edifícios abertos ao público e com intensa programação: a Pinacoteca Luz e a Pinacoteca Estação.
junho 7, 2021
Reestreia de Acervo em movimento no MARGS, Porto Alegre
MARGS reestreia exposição de longa duração “Acervo em movimento”
Programa expositivo voltado a exibir o acervo do Museu destaca aquisições recentes, trazendo a público obras que tiveram entrada desde 2019, em diálogo com outras já pertencentes à coleção
Exposição que marcou a estreia da atual gestão opera com um modelo de rotatividade das obras expostas, com o objetivo de manter uma renovação frequente e constante do conjunto em exibição
Com o retorno de “Acervo em movimento”, o MARGS volta a ter uma mostra de longa duração dedicada à exibição do seu acervo, e de modo permanente nos espaços e na programação do Museu
Reaberto desde 11 de maio de 2021 com 2 exposições inéditas, o Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS), instituição vinculada à Secretaria de Estado da Cultura do RS (SEDAC), traz a público a partir desta terça-feira, 08.06, o retorno da exposição de longa duração “Acervo em movimento”, que reestreia totalmente renovada e também em versão inédita.
Em sua nova configuração, são destacadas aquisições recentes para o Acervo Artístico do MARGS, trazendo a público obras que tiveram entrada desde 2019 ao longo da atual gestão, em diálogo com outras que já integravam anteriormente a coleção.
São apresentadas mais de 50 obras, de 26 artistas, compondo um conjunto diverso em pintura, gravura, desenho, fotografia, vídeo, filme, escultura e objeto, que datam desde o século 19 até a atualidade.
Depois do retorno parcial e gradual em razão de coordenar com a atual reforma em andamento, o Museu passa agora a ter todos os seus espaços expositivos abertos ao público, que ainda poderá conferir até agosto as atuais mostras individuais em exibição desde a reabertura: “Lia Menna Barreto: A boneca sou eu — Trabalhos 1985-2021” e “Bruno Gularte Barreto: 5 CASAS”.
“Acervo em movimento” é um programa expositivo voltado ao acervo do Museu e suas mais de 5 mil obras de arte. O projeto, que marcou a estreia da atual gestão em 2019, opera com um modelo expositivo de rotatividade das obras expostas, mediante um processo curatorial transversal e compartilhado entre as equipes.
Com o retorno, o MARGS volta a ter uma exposição de longa duração dedicada à exibição pública do acervo do Museu, ocupando agora 3 espaços expositivos de modo permanente no 2º andar: a galeria João Fahrion e as salas Pedro Weingärtner e Angelo Guido.
Em “Acervo em movimento”, obras entram e saem da exposição com o objetivo de manter uma renovação frequente e constante do conjunto em exibição. As alterações se dão segundo escolhas propostas pela curadoria do Museu e em colaboração com as equipes, que exercitam de modo compartilhado e transversal um mesmo método de organização de uma mostra dedicada a exibir o acervo.
Nas palavras do diretor-curador do MARGS, Francisco Dalcol:
“Com a estratégia de rotatividade das obras expostas, as substituições geram recombinações que procuram propor novos diálogos e chaves de compreensão, oferecendo ao público uma exposição sempre viva e dinâmica, que aposta na experiência mais do que nos discursos, e na descoberta mais do que nas verdades.
Assim, ‘Acervo em movimento’ pergunta ao visitante: quais relações podem ser feitas entre objetos de diferentes origens, períodos e linguagens? O convite é que o público constitua os seus caminhos interpretativos, estabelecendo os seus próprios encontros, relações e conexões.
Como um dos programas expositivos implementados pela atual gestão já em seu início em 2019, ‘Acervo em movimento’ é um projeto de caráter permanente que integra uma política institucional de exibição do acervo do MARGS instituída com o objetivo de explorar estratégias de sua abordagem por meio de processos curatoriais voltados à experimentação de modelos expositivos.” (ler texto curatorial)
junho 6, 2021
Marco A. Castillo na Nara Roesler, São Paulo
Nara Roesler São Paulo tem o prazer de anunciar Propiedad del Estado, primeira individual do artista cubano Marco A. Castillo no Brasil. A mostra é um desdobramento de seu icônico projeto The Decorator’s Home, apresentado na 13ª Bienal de Havana (2018), em Cuba, e no UTA Artist Space (2019), em Los Angeles, nos Estados Unidos. A exposição fica aberta para visitação na Nara Roesler São Paulo de 10 de junho a 24 de julho de 2021. Simultaneamente, do dia 9 ao 13 de junho, a galeria participa do Online Viewing Room da SP-Arte, onde irá apresentar uma seleção de trabalhos do artista exclusiva para a feira online.
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Marco A. Castillo é um dos membros fundadores, junto a Alexandre Arrechea e Dagoberto Rodríguez Sánchez, do coletivo cubano Los Carpinteros. Sua carreira solo, por sua vez, baseia-se na pesquisa da história de Cuba, com foco nas mudanças sociais e culturais ocorridas no país após a revolução. Castillo tem realizado uma ampla investigação sobre os campos da arquitetura, do design e da escultura, linguagens fundamentais presentes em sua prática artística. Sua produção se dá nos meios da instalação, do desenho e da esculturas, estabelecendo uma estreita relação com o espaço contextual e físico em que se inserem a partir de uma negociação entre o funcional e o não funcional.
Propiedad del Estado traz ao público brasileiro a mais recente pesquisa de Castillo. Os trabalhos expostos são resultado de seu interesse pela utopia dos designers e arquitetos do movimento modernista em Cuba, em atuação desde a década de 1950, anos iniciais da Revolução Cubana. Nesse período, esses profissionais desenvolveram projetos responsáveis por instaurar uma verdadeira revolução estética no país. Eles atuaram na produção de novos espaços que deveriam se adequar e moldar a vida do “homem novo”, alcunha dada ao indivíduo que, ao estabelecer novas relações com o trabalho, construiria uma nova sociedade, com um novo modo de produção e uma nova moral. Suas criações, em design e arquitetura, caracterizavam-se pelo desenho austero, capaz de entrelaçar referências que abrangem desde o passado aborígene às influências nórdicas e africanas, resultando em uma linguagem própria.Contudo, na década de 1970, o projeto é abandonado, devido à falta de compreensão institucional que o estigmatizou como sendo uma manifestação de “gosto burguês”.
Castillo tem atuado de modo a recuperar essa tradição, lançando sobre ela novas abordagens e perspectivas. O artista tem realizado uma extensa pesquisa de recuperação do vocabulário formal e técnico do período, voltando-se para figuras chaves daquilo que ficou conhecido como ‘geração esquecida’, tais como os designers Gonzalo Córdoba, María Victoria Caignet e Rodolfo Fernández Suárez, e o arquiteto Walter Betancourt, entre outros. Esses nomes aparecem como referências diretas nos títulos dos trabalhos de Castillo, tornando-se uma homenagem que evita o completo apagamento de toda uma geração de criadores.
Uma das obras centrais da exposição é o vídeo Generación (2019), feito em colaboração com o cineasta cubano Carlos Lechuga. O curta participou das mostras do 41o Festival internacional del Nuevo Cine Latinoamericano de La Habana (2019) e do Vancouver Latin American Film Festival (2020). Os personagens do filme são artistas, fotógrafos, escritores, arquitetos e curadores que compõem a atual cena intelectual cubana e que, juntos, são capazes de incorporar o espírito criativo da geração da década de 1970. Essa conexão com o passado não se dá em uma única via, na realidade, o artista nos apresenta as complexidades presentes nas relações temporais em que o passado influencia o presente pela tradição e este renova o primeiro, recuperando-o e transformando-o a partir de novas proposições.
Por outro lado, as esculturas e trabalhos em papel apresentados na Nara Roesler São Paulo, combinam elementos tanto do vocabulário modernista cubano, quanto do design soviético, deixando a tradição cubana transparecer nas técnicas, como a treliça, e nos materiais, como o mogno. Ao justapor elementos históricos e políticos com técnicas artesanais, Castillo estabelece um processo artístico capaz de entrelaçar diferentes narrativas e formas, a partir de um ponto de vista pessoal que nos apresenta novas interpretações do modernismo cubano, assim como das trajetórias sociais, políticas e econômicas do país.
Nara Roesler São Paulo is pleased to announce Propiedad del Estado, artist Marco A. Castillo’s first solo exhibition in Brazil. The exhibition develops from his iconic presentation titled The Decorator’s Home, showcased on the occasion of the 13 Bienal de Havana (2018), in Cuba and subsequently at UTA Artist Space (2019), in Los Angeles, USA. The exhibition will be open to the public at Nara Roesler São Paulo from June 8th until July 31st, 2021.
Marco A. Castillo is a founding member of the cuban collective, Los Carpinteros, alongside Alexandre Arrechea and Dagoberto Rodríguez Sánchez. In his career as a solo artist, Castillo has focused on a body of work that engages with Cuban history, concentrating on the social and cultural shifts that occurred in the country following the revolution. The artist has undertaken an ample investigation in the fields of architecture, design, and sculpture, which have come to form the core of his practice. Castillo’s artistic production consists of installations, drawings and sculptures, which establish an intricate relationship with space - both contextual and physical - and occupy a liminal area between the functional and non-functional.
Propiedad del Estado, will present Castillo’s most recent investigations. The works exhibited result from the artist’s interest in the utopic universe of Cuba’s modernist designers and architects at work in the 1950s, in the early years of the Cuban revolution. During this period, these professionals developed a series of projects that would later be part of an aesthetic revolution in the country. Their work notably consisted of creating new spaces meant to accommodate and mold the life of the ‘new man’, words used to describe an individual who could build new relations towards working life, and thus construct a new society, with new modes of production and morals. The design and architecture produced during this time, were characterized by austere designs that intertwined references ranging from the aboriginal past, to nordic and african influences, resulting in a unique visual lexicon. However, in the 1970s, the aesthetic project was abandoned due to the new government denouncing it as being derived from ‘bourgeois taste.’
Castillo has worked to recover and revive the tradition, developing new approaches and perspectives for it. He has therefore undertaken extensive research with the aim of retrieving formal and technical vocabulary of the time, engaging with key figures of a ‘forgotten generation’, including individuals such as Gonzalo Córdoba, María Victoria Caignet, Rodolfo Fernández Suárez, and architect Walter Betancourt, amongst others. Castillo notably makes direct reference to these figures by naming many of his works after them, making each piece a homage that also prevents an entire generation of creators from being forgotten.
One of the main works of the exhibition is a short-film titled Generación (2019), created in collaboration with the film director Carlos Lechuga. The video was shown on the occasion of the 41st Festival internacional del Nuevo Cine Latinoamericano de La Habana (2019) and of the Vancouver Latin American Film Festival (2020). The film includes fictional characters enacted by artists, photographers, writers, architects and curators, who make up today’s Cuban intellectual scene. As they embody the 1970s state of mind, the metrage establishes a time ellipse between Cuba’s past and present contexts. The connection established between the past and the present foregrounds the complexities that underlie temporalities, revealing how the past may influence the present through tradition, while the present may also renew the past, recovering and transforming it with new propositions.
In addition, the exhibition at Nara Roesler São Paulo will include a series of sculptures and works on paper, which entwine elements of both, the Cuban modernist and Soviet designs, all while including aspects of Cuban tradition through the use of latticework, or of rattan. In juxtaposing historical and political components, with artisanal techniques of production, Castillo establishes an artistic process capable of weaving together different narratives and forms. His propositions are imbued with his own personal perspective, which put forward new interpretations of Cuban modernism, and of its social, political and economic trajectories.
Toby Christian na Casanova @ Espaço C.A.M.A., São Paulo
O Espaço C.A.M.A apresenta as exposições: 'The Artworld Will Never End' de Alvaro Seixas e 'Lazy Bones' de Toby Christian.
A Casanova tem o prazer de apresentar “Lazy Bones”, a segunda exposição individual do artista britânico Toby Christian no Brasil. Composta por uma série de esculturas inéditas em mármore e uma intervenção pública de textos instalados no entorno da galeria, a exposição amplia a natureza dinâmica e recíproca entre a escrita e a escultura na produção do artista.
O título da exposição, “Lazy Bones”, é inspirado no nome do primeiro controle remoto de televisão com sucesso comercial lançado na Inglaterra. Fabricado em 1950 pela Zenith Radio Corporation, foi projetado para silenciar propagandas ou mudar os canais. Com ele, era possível controlar a 'Byron' TV, cuja tela, de acordo com a publicidade, além de estar instalada dentro de um 'gabinete do século XVIII revestido de ricas folhas de mogno' era 'à prova de reflexo' e 'mais larga do que uma página de jornal'. O dispositivo em si, semelhante a uma granada dourada, era conectado ao aparelho de TV através de um longo cabo, o que acabou por iniciar o pensamento para uma solução sem fios.
Toby Christian, nesse novo grupo de obras, considera o caráter formalista e ergonômico dos controles remotos produzidos em escala industrial. Em 2015, começou uma série de trabalhos escultóricos em pequena escala que abordam objetos projetados para caber nas nossas mãos e corpos. Nestas esculturas silenciosas, suas funções originais são removidas, dando espaço para a criação de novas transmissões e coreografias para a mão. Com precisão e nuance, estas obras ecoam para a série anterior “Apêndices”, (2008-), onde dedos de mármore surgem separados de seu corpo.
Partindo de um lugar onde a ergonomia do controle remoto é assertiva em relação ao trabalho do corpo, aqui a figura deste dispositivo remoto caminha para um espaço de adiamento, descontentamento, incerteza, esperança, extração, mudança, tédio, cansaço. Na narrativa de Christian estas três esculturas de mármore, montadas na parede sobre folhas coloridas de papel A3, sugerem que cada uma sintoniza em seu próprio canal.
A obra Zeta Reticulans expõe uma face oculta, extraterrestre, onde no compartimento feito para colocar as pilhas revela-se o mármore bruto de Carrara. Em contraste, a obra Selling Sunset (Old Sky), remodela um controle remoto da Sky TV como um esboço conceitual para uma peça de roupa.
Um conjunto de nove cartazes destacáveis são distribuídos e expostos no quarteirão ao redor da galeria. Em locais distintos, cada cartaz apresenta um trecho retirado de textos publicados e inéditos do artista da última década, colados em paredes, postes de luz e qualquer espaço disponível. Estes extratos curtos, potentes e abstratos vendem fragmentos de descrições e vislumbres de objetos, a serem retirados pelo público, rasgando o rodapé de cada página. Ao serem levados para casa, escondidos em carteiras, ou caídos no chão como confetes, estes papéis rasgados e gastos lembram também a contribuição de Christian para a exposição colectiva Stick Stamp Fly, Gasworks, Londres (2007) onde um único cartaz amarelo rasgado no canto da sala deixou uma mensagem à imaginação.
Toby Christian (nascido em 1983, Boston, Lincolnshire) vive e trabalha em Londres. É professor de Belas Artes na Central Saint Martins, Universidade do Arts, Londres. Suas exposições e performances individuais recentes incluem Repeller with Good Gear, para StudioAudio, uma comissão da AICA-UK e PEER, estreando em Resonance FM (2020), Londres; Burners, Alessandro Albanese, Milão (2019); Old School New Body, Celine, Glasgow (2019); Trippy Scroller, PEER, Londres, (2018); The News, Swimming Pool, Sofia, comissariado por David Dale, Glasgow (2017); e Railing, Whitechapel Gallery, Londres (2017). O seu próximo livro “Commuters” será publicado por Koenig Books em 2021, e traz uma introdução de Chris Fite-Wassilak. Os seus livros Medidas (2013) e Colarinho (2017) também foram publicados pela Koenig Books.
Marcelo Solá na Cassia Bomeny, Rio de Janeiro
Primeira individual de Marcelo Solá na Cassia Bomeny Galeria
A primeira individual do artista goiano Marcelo Solá na Cassia Bomeny Galeria será inaugurada no dia 9 de junho. Batizada de Do inventário das casas e dos bichos, a mostra tem curadoria de Bianca Coutinho Dias e reúne cerca de nove trabalhos inéditos.
“Para Solá, o desenho é uma linguagem gráfica e um trajeto, um aceno e uma presença no mundo, de onde emergem outras linguagens. Mas é a natureza aberta do desenho que permite a liberdade da experimentação. Letras, palavras, nomes, tintas e outras impressões revelam uma caligrafia singular que irradia e afirma o gesto primário de abertura ao espontâneo, a partir de um centro íntimo ou de uma ideia”, escreve a curadora no texto crítico.
A exposição acontece como projeto solo em paralelo no SP-Arte Viewing Room, de 9 a 13 junho. No espaço físico da galeria, “Do inventário das casas e dos bichos” poderá ser visitada por hora marcada até 10 de julho. A Cassia Bomeny Galeria fica na Rua Garcia D’Ávila, 196 – Ipanema. Agendamento pelos telefones: 21-3085-3000 ou 97390-5995.
Sobre o artista
Marcelo Solá (1954) é de Goiânia, onde vive e trabalha. Assíduo desenhista, se comunica principalmente através desta linguagem. O artista transmite sua maneira de ver o mundo e a vida cotidiana nas cidades, com constantes destaques para a arquitetura. Explora seus traços em mídias diversas, como a serigrafia, a monotipia e até a instalação. Participou de importantes exposições no Instituto Tomie Ohtake, na Funarte, nos Museus de Arte Moderna do Rio de Janeiro e de São Paulo, no Centro Cultural São Paulo, no Festival de Cultura da Bélgica, na 25ª Bienal de São Paulo e no Drawing Center, (Nova York). Recebeu prêmios como a “Bolsa de Apoio à Pesquisa e Criação Artística”, da Secretaria de Cultura do Estado do Rio de Janeiro, e duas vezes o “Prêmio Projéteis de Arte Contemporânea”, da Funarte. Além disso, ainda participou de residências artísticas no Brasil e no exterior, como nos Estados Unidos, Canadá e Holanda.
Sobre a curadora
Psicanalista, escritora, ensaísta e crítica de arte, Bianca Coutinho Dias atua no território multidisciplinar da psicanálise, literatura, filosofia, teoria e prática artística. Mestre em Estudos Contemporâneos das Artes pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Especialista em História da Arte pela Faculdade Armando Álvares Penteado (FAAP). Graduada em Psicologia pelo Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora - CES (2002). Fundou e coordenou o Núcleo de Investigação em Arte e Psicanálise do Instituto Figueiredo Ferraz - IFF (Ribeirão Preto/SP 2012-2015). Participou do grupo Redes de Pesquisas Escritas da Experiência da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). Coordena o Projeto de Cinema e Psicanálise Cine-Cult USP Ribeirão Preto, em parceria com o Centro Lacaniano de Investigação da Ansiedade (CLIN-A).
junho 5, 2021
Sergio Camargo no IAC, São Paulo
O Instituto de Arte Contemporânea apresenta a exposição “mis piedras — Sergio Camargo”. A exposição traz ao público uma seleção de imagens fotográficas, estudos em papel (desenhos) e em gesso (esculturas), além de recortes de jornal que apresentam o artista Sergio Camargo em seus ateliês.
Com curadoria do artista Carlos Nunes e de Marilucia Bottallo, museóloga e diretora técnica do IAC, a exposição é um desdobramento da exposição virtual de mesmo nome em cartaz na plataforma Art Curator Grid. Ambas nascem de uma reflexão derivada do livro homônimo publicado pelo IAC em 2020, a partir do material do arquivo pessoal de Sergio Camargo ali depositado.
Horários de visitação: 11h, 14h, 15h e 16h, grupos de até 5 pessoas.
Sergio Camargo no IAC Online
A exposição “mis piedras — Sergio Camargo” apresentada pelo Instituto de Arte Contemporânea – IAC, em parceria com a plataforma Art Curator Grid, traz ao público uma seleção de imagens fotográficas que apresentam o artista Sergio Camargo em seus ateliers, seja no contato com a matéria-prima de suas esculturas, seja em processo de reflexão sobre sua produção. O evento faz parte do selo IAC Online, lançado pelo instituto em março desse ano.
Com curadoria de Carlos Nunes e Marilucia Bottallo, a exposição é uma reflexão derivada do livro de mesmo nome publicado pelo IAC em 2020, a partir do material do arquivo pessoal de Sergio Camargo ali depositado.
Com formação na Sorbonne em filosofia e na École Pratique des Hautes Études em sociologia da arte, Camargo hospedou suas “pedras”, pesquisas e inquietações conceituais e pragmáticas em ateliês nas cidades do Rio de Janeiro (Brasil), Paris (França) e Massa (Itália). A mostra apresenta justamente essa faceta do artista que, por meio da prática do ateliê, consegue fundir seus interesses em um processo único e em gestos profundamente meditados.
Sobre o artista
Sergio Camargo Estuda na Academia Altamira em Buenos Aires, em 1946, com Emilio Pettoruti e Lucio Fontana. Na Europa, para onde viaja em 1948, faz curso livre de filosofia na Sorbonne, em Paris, período em que sofre o impacto da obra de Constantin Brancusi, cujo ateliê visita com frequência. O contato com as obras de Georges Vantongerloo, Hans Arp e Henri Laurens também estimularão sua produção futura. De volta ao Brasil em meados dos anos 1950, aproxima-se do pintor Milton Dacosta, que nesse momento produz suas principais obras construtivistas.
Entre 1961 e 1973 volta a residir em Paris, frequentando aulas de sociologia da arte com Pierre Francastel, na Ecole Pratique des Hautes Etudes. Nesse período, trabalha em seu ateliê de Malakoff, ao sul de Paris, e se aproxima do ateliê Soldani em Massa-Carrara, na Itália, para realizar as primeiras obras em mármore. A convite do crítico de arte inglês Guy Brett, realiza em 1964 individual na galeria Signals, em Londres, onde posteriormente introduz Lygia Clark, Hélio Oiticica e Mira Schendel, propiciando o lançamento na Europa desses artistas. No final de 1973 retorna definitivamente ao Brasil, estabelecendo-se no Rio de Janeiro, e inicia a construção de seu ateliê - projeto de José Zanine Caldas - no bairro de Jacarepaguá. A partir desse período começa a frequentar um grupo de artistas, tais como Waltercio Caldas, Iole de Freitas, Tunga, José Resende, Eduardo Sued e outros; e os críticos, Ronaldo Brito, Paulo Sergio Duarte e Paulo Venancio Filho, onde encontra um ambiente propício para discussão e reflexão, que perdurará até o fim de sua vida.
Além do Brasil, Sergio Camargo conquistou grande respeito no circuito internacional. Tem obras em museus nacionais e estrangeiros e integra conceituadas coleções privadas. Após sua morte, em dezembro de 1990, foi realizada uma exposição itinerante internacional em vários museus no exterior, de 1994 a 1996. Em 2000, comemorando os dez anos de seu falecimento, Sergio Camargo ganha um local de visitação permanente no Paço Imperial do Rio de Janeiro. O acervo documental do artista encontra-se sob a guarda do Instituto de Arte Contemporânea, em São Paulo.
Sobre o IAC Online
IAC Online é um novo selo do Instituto de Arte Contemporânea que integra ao ambiente digital algumas das atividades da instituição, incluindo seminários, cursos, palestras, lives, workshops, etc. Uma nova maneira que encontramos de unificar nossas atividades remotas e tornar o IAC mais acessível por meio das mídias digitais. www.iacbrasil-online.com
Sobre o Art Curator Grid
Lançada em 2019, Art Curator Grid é uma startup de arte-tecnologia criada por Pauline Foessel, curadora e empreendedora, com a missão de apresentar trabalhos de curadores e apoia-los com ferramentas necessárias para a expansão dos territórios da curadoria. ACG oferece uma plataforma onde seus membros podem dividir seus trabalhos e conectar-se com curadores, artistas e instituições em âmbito global, criando oportunidades para projetos futuros. www.artcuratorgrid.com
Marcos Roberto na Movimento, Rio de Janeiro
Nascido no interior de São Paulo, Marcos Roberto, se muda aos 23 anos para capital com o intuito de cursar Artes Visuais na Faculdade Paulista de Artes. Por questões socioeconômicas, precisou voltar ao interior e trabalhar como operário em uma fábrica de placas de trânsito – o que se tornará um dos seus principais suportes para pintura.
Aos 32 anos, Marcos Roberto, trabalha e vive como artista visual. Desde que deixou o trabalho na fábrica, dedica-se exclusivamente a sua produção na arte contemporânea, apropriando-se dos materiais que usava enquanto operário, como parafusos e placas de sinalização descartadas. Com uma produção plural, Marcos utiliza estas placas e retrata cenas de um cotidiano miserável do país, no intuito de chamar a atenção das pessoas para a desigualdade social, da qual também fez parte em algum momento. Retrata operários em parafusos, como pequenos agentes que fazem rodar a engrenagem de um sistema; ou até pensa no prato e na relação do seu vazio e a fome.
Tendo sua produção notada por curadores e críticos, foi convidado pelo curador Hélio Menezes para a coletiva Carolina Maria de Jesus: Um Brasil para os brasileiros, exposição que acontecerá no Instituto Moreira Salles de São Paulo, com previsão de abertura ainda em 2021.
A exposição individual na Galeria Movimento, com abertura dia 8 de junho, é de curadoria de Fernanda Lopes - leia o texto curatorial.
Parceria da SP-Arte com a ABACT gera o Gallery Week em São Paulo
Parceria da SP-Arte com a ABACT gera o Gallery Week na retomada gradual e limitada de visitação às galerias de arte
O Gallery Week é um evento que, em ocasião do SP-Arte Viewing Room (ver expositores), propõe a realização de atividades paralelas presenciais nas galerias de arte participantes da feira virtual, de forma a promover uma retomada gradual das práticas, porém sem aglomerações, no modelo do que vem sendo feito pelas feiras e organizações no exterior. Serão 41 atividades organizadas por 37 galerias de arte na cidade de São Paulo. O evento é uma parceria entre a ABACT e a SP-Arte e acontecerá entre os dias 8 e 12 de junho, junto ao SP-Arte VR, que será realizado na mesma semana, de 9 a 13 de junho.
As galerias participantes do Gallery Week estarão abertas ao público, das 11h às 19h, e os interessados podem agendar as visitações, que terão número limitado de participantes. Dentre os destaques da programação, que oferece visitas guiadas, conversas com artistas/curadores, talks virtuais e/ou intervenções urbanas, está a exposição coletiva “Diamante-Grafite-Carvão”, que reúne a Galeria Sé, de São Paulo, a Karla Osório, de Brasília, e a Portas Vilaseca, do Rio de Janeiro, juntas no Espaço Fonte, no bairro da Vila Madalena. Dentro da programação temos também uma caminhada com o artista Felippe Moraes com o tema de suas criações impactantes “Samba Exaltação”, que marcou de forma sensível o último carnaval durante a pandemia. Outra atividade inusitada do Gallery Week é uma intervenção urbana no quarteirão das Alamedas Lorena e Ministro Rocha Azevedo com as ruas Oscar Freire e Padre João Manuel com o artista Toby Christian organizado pela Casanova.
Galerias participantes: AM Galeria, Andrea Rehder Arte Contemporânea, Anita Schwartz Galeria, ArteFormatto, Ateliê Aberto, Berenice Arvani, Bianca Boeckel Galeria, Carmo Johnson Projects, Casa Triângulo, Casanova, Cavalo, Central Galeria, Choque Cultural, Dan Galeria, Espaço Zagut, Fortes D’Aloia & Gabriel, Galeria Aura, Galeria Eduardo Fernandes, Galeria Karla Osorio, Galeria Kogan Amaro, Galeria Leme, Galeria Lume, Galeria Marilia Razuk, Galeria Mario Cohen, Galeria Millan, Galeria Nara Roesler, Galeria Periscópio, Galeria Raquel Arnaud, Galeria Vermelho, Janaina Torres Galeria, Luciana Brito Galeria, Mendes Wood, Mul.ti.plo Espaço Arte, O Pequeno Colecionador, Oma Galeria, Portas Vilaseca Galeria, Sé Galeria, Simões de Assis Galeria de Arte, Verve, Zipper Galeria.
Todas as atividades do evento serão realizadas mediante agendamento prévio, respeitando os protocolos de segurança e prevenção contra a pandemia do COVID-19. Será obrigatória a disponibilização de álcool em gel, uso de máscaras, distanciamento e restrições de capacidade de público.
Além do Gallery Week, de acordo com Luciana Brito, presidente da ABACT, neste primeiro semestre, mesmo diante da crise atual, as galerias tiveram bastante movimentação no meio digital. "Nós da ABACT atuamos intensamente para fomentar a profissionalização e os caminhos digitais para a promoção da arte. Através do projeto Latitude, já foram 32 apoios em feiras e plataformas só neste ano de 2021”, afirma a galerista.
Sobre a ABACT
A ABACT - Associação Brasileira de Arte Contemporânea é uma entidade sem fins lucrativos que tem como missão ampliar o intercâmbio cultural, promover ações para profissionalização e desburocratização do mercado e fomentar o diálogo e educação em torno do setor de arte contemporânea no Brasil.
Criada em 2007, atualmente ABACT representa 61 galerias de arte, localizadas em diversos estados brasileiros. Entre os projetos administrados pela Associação estão Art Weekend São Paulo e o projeto de internacionalização Latitude – platform for Brazilian art galleries abroad.
junho 3, 2021
Programação artística em junho 2021 no MAM, Rio de Janeiro
EDUCAÇÃO E PARTICIPAÇÃO
ZONA ABERTA
Ateliê móvel que propõe atividades e práticas artístico-pedagógicas nos jardins e demais áreas externas do MAM Rio. Visa a integração e participação de grupos e pessoas que frequentam o Aterro do Flamengo, a partir de diferentes formas de vivenciar, conviver e se apropriar do museu. Classificação indicativa livre
SÁB 5 JUN, das 10h às 13h
Território Luminoso, com Shion Lucas e Prili
Como observamos a distribuição da luz? Ela chega da mesma forma em todos os lugares? Através da observação da distribuição da luz e do olhar, na zona aberta deste sábado, vamos investigar, a partir do desenho e do uso de objetos luminosos, as visibilidades e as invisibilidades, nos espaços do Aterro do Flamengo e do MAM Rio.
SÁB 19 JUN, das 10h às 13h
Território Sonoro, com Daniel dos Santos
O geógrafo Daniel dos Santos sugere cartografias para o Parque do Flamengo a partir de ativações sonoras e intervenções no espaço. Nessa ação, seremos convidados a experimentar e reimaginar locais do MAM através de provocações rítmicas e formas de vivenciar os territórios onde se situa o museu.
ACERVO EM FOCO
No último sábado do mês organizamos uma conversa dedicada a uma obra dos acervos do MAM, estudando junto com os públicos suas singularidades e sua história, e explorando diversos caminhos para entender sua possível relevância nos contextos da arte e da cultura.
SÁB 26 JUN, às 14h
Comfundo, de Marcos Chaves com Prili
Diálogo sobre a obra do artista Marcos Chaves de 1990 que integra a exposição Marcos Chaves: as imagens que nos contam, que agora faz parte do acervo do MAM. Vagas: 12. Distribuição de pulseira na bilheteria com 30 minutos de antecedência. Classificação indicativa livre
VISITAS PETROBRAS
Os educadores acompanham grupos de até 8 pessoas de qualquer idade, quando dialogam e compartilham olhares, leituras e significados nas exposições do MAM. Agendar em www.mam.rio/ingressos
DOM 06, 13, 20 e 27 JUN
10h30 - Uma volta pelas exposições - A visita propõe uma visão panorâmica da programação com uma volta pelas exposições em cartaz, instigando relações de contrastes e aproximações a partir da reflexão: o que pode ser um museu?
13h30 - Arquitetura MAM - Visita com foco no edifício, projetado por Affonso Eduardo Reidy, e nos Jardins do MAM, de autoria de Roberto Burle Marx. A arquitetura e o paisagismo como arte.
15h - Uma volta pelas exposições - A visita propõe uma visão panorâmica da programação com uma volta pelas exposições em cartaz instigando relações de contrastes e aproximações a partir da reflexão: o que pode ser um museu?
PERCURSOS
Monte um grupo de seu relacionamento para ter acesso exclusivo às exposições antes do horário de abertura do museu para o público. Com ingresso de valor diferenciado, o grupo terá direito a reserva no estacionamento e acompanhamento de educadores, que irão propor circuitos de visitação a cada grupo a partir de um percurso previamente escolhido. São apenas duas sessões diárias, para grupos de até 8 pessoas, e seguem todos os protocolos de segurança sanitária. Agendar em www.mam.rio/ingressos
QUINTAS E SEXTAS, às 10h e 11h30
Percursos à escolha:
Paisagens imaginantes - Como vemos e sentimos os lugares por onde passamos? A proposta da visita é fazer um percurso da paisagem que vemos na área externa do museu até as paisagens reais ou imaginadas, externas ou internas, presentes nas diversas exposições em cartaz.
História do MAM - Ao longo de sua história, o MAM realizou inúmeras exposições que marcam até hoje expressões e linguagens das artes visuais, assim como tornou-se um polo para múltiplos eventos e movimentos artísticos na cidade desde sua inauguração. O percurso sugere uma imersão na história do MAM através de exposições, arquitetura, obras e jardins.
Arquitetura MAM - Um percurso através da arquitetura de Affonso Eduardo Reidy enquanto obra motriz. A visita propõe um olhar sobre o marco da arquitetura moderna para além de um recipiente de exposições ou vanguardas artísticas no Rio de Janeiro, mas como obra que instala-se no território da cidade.
EXPRESSO EDUCAÇÃO - RESIDÊNCIA PROFESSOR-PESQUISADOR
Ciclo de Palestras - Arte, Educação e Cultura Digital
Ciclo de palestra no qual tornamos públicos os debates realizados no projeto Expresso Educação - Residência Professor Pesquisador. Serão 4 palestras, com periodicidade mensal, nas quais os temas arte, educação e cultura digital serão abordados por profissionais de diferentes áreas do conhecimento. As palestras serão voltadas para professores e educadores, de diferentes disciplinas e contextos educacionais. A participação acontecerá mediante inscrições prévias.
VISITAS ACESSÍVEIS
Com tecnologias assistivas e recursos visuais como animações, destaques e contraste para melhor visualização, esses vídeos são acessíveis aos mais diversos públicos, mas priorizam a experiência das pessoas com deficiências.
A partir de QUI, 10 JUN - YouTube e Vimeo
Estado bruto. As mãos do escultor projetam e moldam formas de maneira única. E nós, que relações podemos ter com as formas de uma escultura? Como o tato e a visão se relacionam no momento que observamos uma obra de arte? Vamos refletir sobre os sentidos e sua relação com o fazer artístico.
VISITAS MEDIADAS
AOS SÁBADOS, das 15h às 16h
Visitas às exposições, percorrendo obras e práticas artísticas, a partir das perspectivas de educadores, postas em diálogo com as do grupo. No mês de maio, as visitas serão em torno do tema ‘’matéria’’, elemento presente nas exposições em cartaz no MAM Rio. Vagas: 12. Distribuição de pulseira na bilheteria com 30 minutos de antecedência. Classificação indicativa livre
PARA FAZER EM CASA
Oficinas online para crianças de todas as idades. Vídeos nos quais artistas e educadores propõem atividades para serem realizadas em casa, disponível em www.vimeo.com/mamrio e divulgadas em redes sociais.
A partir de QUA 2 JUN
Oficina de Pregaturas, com Zie e Clarissa Diniz
Para dialogar com a exposição Estado Bruto, convidamos Zie e Clarissa Diniz que propuseram uma oficina na qual Zie e sua mãe vão mostrar como criar todo tipo de criaturas usando pregadores. Com muita imaginação, aquele cesto de pregadores que mora ao lado do varal pode se transformar num baú de seres, robôs, máquinas e outras coisas.
AniMAM Petrobras - Quinto filme
QUI 23 DE JUN (lançamento) nos canais Instagram, Facebook, YouTube e Vimeo
Fayga Ostrower é o tema do novo AniMAM, filme de animação para a primeira infância (0 a 6 anos) produzido pelo museu. A animação realizada por Nara Normande é feita em stop-motion, com areia colorida e terá como trilha sonora uma música composta por Letícia Novaes. A dupla propõe um passeio de livre associação pelas paisagens criadas por Fayga. O que se pode ver nos encontros das cores que aparecem nas gravuras e litografias da artista? De pássaros e baleias a fones de ouvido. Nara, Leticia e Fayga convidam para uma viagem mágica.
www.mam.rio/animam/
CICLO DE PALESTRAS Arte, Educação e Cultura Digital
O ciclo torna público os debates realizados no projeto Expresso Educação - Residência Professor-pesquisador. Quatro palestras, com periodicidade mensal, voltadas para professores e educadores de diferentes disciplinas e contextos educacionais. A participação acontecerá mediante inscrições prévias.
TER, 08 JUN, das 10h às 12h
Jogos digitais e hackerativismo, com Marli Bassini e Anápuàka, Muniz, Tupinambá, Hã ha hãe. Vagas: 50. Inscrições online: formulário. Debate sobre os dispositivos de jogos como mediação para a aprendizagem e as estratégias de luta por meio do hackerativismo. Marili Bassini é professora há 26 anos. Desenvolve projetos na área de gamificação e uso de games em sala de aula utilizando metodologias ativas no Ensino Médio (Núcleo de Educação Integral da Fundação Romi, Anglo São Pedro e Colégio Ser/Poliedro), no interior de São Paulo. Trabalha, também, com cursos pré-vestibulares (Iter cursos e pré-vestibular, e Anglo Piracicaba). Já lecionou na Educação Básica nos níveis Fundamental I e II, Ensino Superior e programas de Pós-Graduação/formação de professores, desenvolvendo projetos de gamificação. Atuou como pesquisadora do SAE e do Grupo Gestor de Projetos Educacionais do Gabinete do Reitor, na área de educação, na UNICAMP. Anápuàka, Muniz, Tupinambá, Hã hã hãe De Abya Yala, Filho de Pindorama, Nação Tupinambá, ancião e avô, comunicador, empresário, cultura digital indígena no Brasil, Tecno-Xamanista, Artista Indígena Orgânico e Virtual, etnomídia indígena, CEO, Produtor Executivo, Rádio Yandê (web rádio indígena), Casa Yandê, Prêmio da Música Indígena Contemporânea, Yby Festival, Yby MANI, Maker Indígena, especialista em HiperMuseus, Bussines RedSkin Money, RePangeia Indígena, e criando uma startup um Open Banking Indígena (o 1º banco indígena do Brasil), atualmente estudante de jornalismo na Faculdade Católica Paulista. E nas horas vagas por hobby sou alienígena.
ENCONTROS NO MAM
Conversas sobre artes, com pessoas convidadas, que a cada mês compartilham processos de trabalho, criação e pesquisa a partir de dinâmicas variadas.
SÁB 12 JUN, às 16h
Fala Pública - Residências MAM. Inscrições online, por meio de formulários: de 7 a 11 de junho. Este mês, o convidado é o artista angolano Yonamine, cujo trabalho articula-se por entre complexas instalações, grandes murais, fotografias e vídeos. Yonamine utiliza uma imensa gama de objetos e materiais, tais como jornais, serigrafias, grafismos, colagens e rasgos onde imagens oriundas da cultura popular, de filmes americanos, personalidades que povoam as massas e figuras políticas do continente africano e do mundo se sobrepõem. Nesta grande mescla, o artista constrói um vocabulário peculiar sobre estas referências, indicando seus posicionamentos político-sociais.
EXPOSIÇÕES
Ingressos em www.mam.rio/ingressos
ESTADO BRUTO
1 MAI – 29 AGO 2021
Curadoria: Beatriz Lemos, Keyna Eleison e Pablo Lafuente
Exposição com mais de 130 esculturas selecionadas dos acervos do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Obras de artistas de diferentes épocas, geografias e linguagens ocuparão a totalidade do Salão Monumental e áreas do terceiro andar do museu, em forma de uma acumulação organizada que pretende mostrar a amplitude e diversidade dos acervos.
MARCOS CHAVES: AS IMAGENS QUE NOS CONTAM
20 MAR – 25 JUL
Curadoria: Beatriz Lemos, Keyna Eleison e Pablo Lafuente
Panorama da obra do artista carioca Marcos Chaves, com trabalhos das últimas quatro décadas. Instalações, esculturas, objetos, fotografias e vídeos capturam aspectos fundamentais das paisagens que o artista habita e pelas quais circula. O espaço expositivo, com as vidraças descobertas, permitirá ao visitante conectar diretamente as obras de Chaves com a cidade do Rio, tema recorrente do seu trabalho.
FAYGA OSTROWER: FORMAÇÕES DO AVESSO
20 MAR – 25 JUL
Curadoria conjunta da equipe curatorial do MAM Rio: Beatriz Lemos, Keyna Eleison e Pablo Lafuente, e a equipe de Educação e Participação, com Daniel Bruno, Gilson Plano e Shion Lucas
A importância do trabalho artístico de Fayga Ostrower (1920–2001), especialmente no campo da abstração, é comparável a sua relevância como pensadora e educadora de arte, trabalho que desenvolveu no Bloco Escola do MAM Rio. Fayga Ostrower: formações do avesso traz ao MAM gravuras e tecidos da artista junto com seus textos e ideias, para celebrar o centenário do seu nascimento em 2020 e a recente doação de um conjunto de obras ao museu pelo Instituto Fayga Ostrower.
Programação da Cinemateca em junho 2021 no MAM, Rio de Janeiro
Cinemateca do MAM – Online
Programação gratuita: www.vimeo.com/channels/cinematecadomam
ALLAN RIBEIRO 20 ANOS DE CINEMA
SEX 4 JUN - QUI 10 JUN
Programa 5. Allan Ribeiro 20 anos de cinema. Mais do que eu possa me reconhecer de Allan Ribeiro. Brasil, 2015. Documentário. Com Darel Valença Lins. 72'. Classificação indicativa livre
A COR NO CINEMA: INCURSÕES E RELAÇÕES
Estabelecendo um diálogo com a exposição Fayga Ostrower: Formações do Avesso, a mostra A Cor no Cinema: incursões e Relações toma como ponto de partida o pensamento cromático da artista plástica para revisitar de forma pontual o uso tecnológico, estético, político e cultural da cor na composição visual do filme desde o final do século XIX até a atualidade.
QUA 2 JUN - TER 8 JUN
Programa 3- Bicromatismo. The toll of the sea de Chester M. Franklyn. Estados Unidos, 1922. Com Anna May Wong e Kenneth Harlan. 53’. Silencioso. Legendas em português. Classificação indicativa livre +
O assassinato de Jesse James pelo covarde Robert Ford (The Assassination of Jesse James by the Coward Robert Ford) de Andrew Dominik Estados Unidos, 2007. Com Brad Pitt, Casey Affleck, Mary-Louise Parker e Sam Shepard. 160’. Classificação indicativa 14 anos +
(Exibição em virtual screening room. No dia 03/06 - Horário a definir) A morte cansada (Der müde Tod) de Fritz Lang. Alemanha, 1921. Com Lil Dagover, Walter Janssen, Bernhard Goetzke e Rudolf Klein-Rogge. 105. Silencioso. Legendas em português. Classificação indicativa 14 anos + Moby Dick (Moby Dick) de John Huston. Reino Unido, 1956. Com Gregory Peck, Richard Basehart, Leo Genn e Orson Welles. 116’. Legendas em português. Classificação indicativa 10 anos
QUA 9 JUN - TER 15 JUN
Programa 4 - Tricromatismo. As aventuras de Tom Sawyer (The Adventures of Tom Sawyer) de Noman Taurog. Estados Unidos, 1938. Com Tommy Kelly, Jackie Moran, Ann Gillis. 91’. Legendas em português. Classificação indicativa 10 anos +Sol alegria de Tavinho Teixeira. Brasil, 2018. Com Mariah Teixeira, Jonas Medeiros, Mauro Soares, Tavinho Teixeira. Classificação indicativa 18 anos
QUA 16 JUN - TER 22 JUN
Programa 5 - Acromatismo. O nevoeiro (The Misty) de Frank Darabont. Estados Unidos, 2007. Com Thomas Jane, Marcia Gay Harden e Laurie Holden. 126’. (Versão preto e branca) Legendas em português. Classificação indicativa 16 anos + O desespero de Veronika Voss (Die Sehnsucht der Veronika Voss) de Rainer Werner Fassbinder. Alemanha, 1982. Com Rosel Zech, Hilmar Thate e Cornelia Froboess . 104’. Legendas em português. Classificação indicativa 14 anos + Ida (Ida) de Pawel Pawlikovski. Polônia e Dinamarca, 2013. Com Agata Kulesza, Agata Trzebuchowska e Dawid Ogrodnik. 80’. Legendas em português. Classificação indicativa 14 anos + Cores de Francisco Garcia. Brasil, 2012. Com Acauã Sol, Simone Iliescu, Pedro di Pietro e Tonico Pereira. 95’. Classificação indicativa 14 anos.
QUA 23 JUN
Sessão Especial.
Experimento bicromático de Paulo Benedetti. Tricolor [Primeiras experiências coloridas no Brasil] de Paulo Benedetti. Brasil, 1929. Fragmento. 2’08”12 fotogramas (a 16 qps) ou 1’25”20 fotogramas (a 24 qps). Silencioso. Classificação indicativa livre
DEBATES
QUA 16 JUN, às 16h
(Via Youtube e Facebook)
Gabriela Campos (Figurinista), Marcos Pedroso (diretor de arte) e Alziro Barbosa (Diretor de fotografia). Mediação Hernani Heffner.
QUA 23 JUN
Curso de Paulo de Andrade. Color Grading.
RETROSPECTIVA JULIA MURAT
Seguindo a apresentação do trabalho de autores e autoras que construíram suas obras nas duas primeiras décadas do século XXI, a Cinemateca do MAM apresenta o trabalho da cineasta Julia Murat. Murat pode ser incluída no chamado Novíssimo Cinema brasileiro, termo que reúne uma nova geração de realizadores que começou a ganhar repercussão e prêmios nos principais festivais nacionais e internacionais no início da década de 10. No caso de Julia Murat, esse reconhecimento vem com seu primeiro longa-metragem ficcional, Histórias que só existem quando lembradas (2011). Iniciou seu trabalho mais próximo do campo das artes plásticas, com curtas e instalações de vídeo-arte na primeira década dos anos 2000. Desempenhou diversas funções na produção de filmes, tendo trabalhado com cineastas consagrados como Ruy Guerra e Lúcia Murat, mas também de novos realizadores. Embora sua atuação não se limite ao papel de diretora, a presente retrospectiva se concentra em suas obras mais autorais. Em 5 programas apresentamos 10 filmes de curta e longa-metragem, ficções, documentários e instalações, alguns realizados em co-direção.
SEX 11 JUN - QUI 17 JUN
Programa 1. A velha, o canto, as fotos de Julia Murat. Brasil, 2001. 7'. + Cinetismo luminoso de Carlos Alberto Murad, Julia Murat e Leonardo Ventapane. Brasil, 2002. 3'. + Movimento intrínseco de Carlos Alberto Murad, Julia Murat e Leonardo Ventapane. Brasil, 2002, 3' + Desvelar de Julia Murat. Brasil, 2003. Instalação. 4' + Ausência de Julia Murat e Valentina Homem. Brasil, 2004. Com Fernanda Bond e Renato Linhares. 8’ + Pendular de Júlia Murat. Brasil, 2009. Com Leo Corajo e Tereza Fournier. 12’. Classificação indicativa 14 anos
SEX 18 JUN - QUI 24 JUN
Programa 2. Dia dos pais de Julia Murat e Leo Bittencourt. Brasil, 2008. Documentário. 73’. Classificação indicativa 12 anos
TER 22 JUN - SEG 28 JUN
Programa 3. Operações de Garantia da Lei e da Ordem de Júlia Murat e Miguel Antunes Ramos. Brasil, 2017. Documentário. 80’. Classificação indicativa 14 anos
SEX 25 JUN - QUI 01 JUL
Programa 4. Histórias que só existem quando lembradas de Júlia Murat. Brasil, 2011. Com Sonia Guedes, Luiz Serra, Lisa Fávero e Ricardo Merkin. 98’.Classificação indicativa 10 anos
TER 29 JUN - QUA 30 JUN (Apenas 24 horas)
Programa 5. Pendular de Júlia Murat. Brasil, 2017. Com Raquel Karro. Rodrigo Bolzan, Neto Machado e Valéria Barreto. 108’. Classificação indicativa 16 anos
DEBATE
TER 29 JUN, às 16h ( ao vivo via Youtube e Facebook)
Caminhos e processos: conversa com Julia Murat. Com a participação de Julia Murat. Mediação: Nina Tedesco
V SEMANA NACIONAL DE ARQUIVOS
PROJETO OUVINDO HISTÓRIAS - DEPOIMENTOS SOBRE A CINEMATECA DO MAM
Organização: Juliana Mendes e José Quental
Entre os dias 7 e 11 de junho, acontece a V Semana Nacional de Arquivos, promovida pelo Arquivo Nacional, que este ano tem como tema central Empoderando Arquivos. Este ano, Empoderando Arquivos é o tema central do evento e, como parte da programação, a Cinemateca do MAM apresenta o projeto Ouvindo Histórias - Depoimentos sobre a Cinemateca do MAM. Trata-se de um projeto de história oral que vem recolhendo depoimentos de diversos colaboradores que ao longo das últimas seis décadas e meia participaram da história da Cinemateca do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Os entrevistados e entrevistadas são pessoas que fizeram parte dessa história: pesquisadores, programadores, professores, arquivistas, cineastas, funcionários da Cinemateca e do MAM, voluntários. Por meio do registro audiovisual desses depoimentos, busca-se construir parte da história da Cinemateca do MAM. Durante a V Semana Nacional de Arquivos, será apresentada a primeira entrevista com o cineasta Walter Lima Jr. e, em seguida, quinzenalmente serão disponibilizados os novos depoimentos no seguinte endereço: vimeo.com/showcase/ouvindohistorias. Além disso, durante o evento, será registrada uma entrevista, ao vivo, com o diretor Cacá Diegues e serão realizadas duas mesas de discussão.
TER 08 JUN, às 16h (via Youtube e Facebook)
A participação em um programa de história oral: a importância do testemunho. Com participação de José Roberto e Walter Lima Jr. Mediação: José Quental.
TER 08 JUN, às 18h
Lançamento da primeira entrevista do projeto ouvindo histórias. Depoimento de Walter Lima Jr. (vimeo.com/showcase/ouvindohistorias)
QUA 9 JUN, às 16h (via Youtube e Facebook)
Entrevista com Cacá Diegues. Com participação de Hernan, Hernani Heffner, José Quental e Juliana Maia.
QUI 10 JUN, às 16h (via Youtube e Facebook)
História oral e patrimônio audiovisual: construindo a memória institucional. Com a participação de Fabián Núñez (UFF), Carlos Eduardo Marconi (Arquivo Nacional) e Luciana Heymann (COC/Fiocruz) Mediação: Juliana Maia.
TRÊS DÉCADAS BRASILEIRAS PELA CINEFILIA
Curadoria: Bruna Toscano e Pedro Lovallo
Quais os melhores filmes brasileiros dos últimos trinta anos? A mostra Três Décadas Brasileiras pela Cinefilia se estrutura a partir de uma ampla lista, organizada pelo crítico Pedro Lovallo e elaborada a partir da contribuição de mais de 150 cinéfilos e entusiastas da arte cinematográfica. A proposta foi pedir uma lista de vinte filmes favoritos a
das décadas de 1990, 2000 e 2010 para este amplo grupo. A partir dessa lista, que inclui filmes de todos os países, selecionamos os filmes brasileiros que se destacavam. A programação traz os três mais bem votados filmes brasileiros de cada década, totalizando nove obras seminais da filmografia nacional.
SEG 7 JUN - DOM 13 JUN
Anos 90. Alma Corsária de Carlos Reichenbach. Brasil, 1993. Com Bertrand Duarte e Jandir Ferrari. 112’. Classificação indicativa 16 anos + O vigilante de Ozualdo Candeias. Brasil, 1992. Com Walter Carlos, Rogério Costa e Bárbara Fázio. 80’. Classificação indicativa 16 anos + O Viajante de Paulo César Saraceni. Brasil, 1999. Com Marília Pêra, Jairo Mattos, Leandra Leal, Nelson Dantas. 118’. Classificação indicativa 14 anos
SEG 14 JUN - DOM 20 JUN
Anos 00. Falsa Loura de Carlos Reichenbach. Brasil, 2007. Com Rosanne Mulholland, João Bourbonnais e Djin Sganzerla. 103. Classificação indicativa 16 anos + Jogo de Cena de Eduardo Coutinho. Brasil, 2007. Documentário. 105’. Classificação indicativa livre + O Signo do Caos de Rogério Sganzerla. Brasil, 2003. Com Eduardo Cabús, Guaracy Rodrigues, Helena Ignez. 80’. Classificação indicativa livre
SEG 21 JUN - DOM 27 JUN
Anos 10. Garoto de Júlio Bressane. Brasil, 2015. Com Marjorie Estiano, Gabriel Leone, Josie Antello. 76’ Classificação indicativa livre + Já Visto Jamais Visto de Andrea Tonacci. Brasil, 2014. Documentário. Classificação indicativa livre + Um Dia na Vida de Eduardo Coutinho. Brasil, 2010. Documentário. Classificação indicativa livre
VEREDAS DO PATRIMÔNIO AUDIOVISUAL - FILM HERITAGE FOUNDATION
Criada em 2014 por Shivendra Singh Dungarpur, a Film Heritage Foundation tem por objetivo salvaguardar a filmografia indiana, uma das maiores e mais atingidas por perdas em função da ausência da conservação dos filmes. Condutora de grandes projetos de restauração, a entidade tem logrado recolocar em circulação os clássicos dos vários centros regionais de produção do país, além de contar com Shri Amitabh Bachchan, ícone absoluto de Bollywood, do cinema indiano como um todo e recém agraciado com o Prêmio FIAF 2021, no posto de embaixador.
SEX 25 JUN - DOM 27 JUN
Mensagem de Amitabh Bachchan. + Don (Don) de Chandra Barot. Índia, 1978. Com Amitabh Bachchan, Zeenat Aman e Pran. 166’. Legendas em português. Classificação indicativa 14 anos (FILME A CONFIRMAR)
SEG 28 JUN
Conferência gravada de Shivendra Singh Dungarpur sobre a Film Heritage Foundation. Mediação: José Quental (Em inglês, legendado em português)
Clareira: Angelo Venosa no MAC USP, São Paulo
Nesse sábado, dia 5 de junho, Angelo Venosa inaugura uma mostra individual no MAC USP, em São Paulo, parte do projeto Clareira, com curadoria de Ana Magalhães e Marta Bogéa. Instalada no térreo do Museu, local de acolhimento de seus visitantes, a Clareira visa estabelecer diálogos entre trabalhos de artes visuais com diversas manifestações artísticas, abrindo novas possibilidades de leitura para o acervo do Museu.
A exposição de Venosa apresenta desde obras históricas, como a obra Sem Título (1987), que integra a coleção do Museu, até trabalhos recentes, dentre eles, obras que estiveram em exibição em Quasi, individual do artista na Nara Roesler Rio de Janeiro de abril a maio de 2021.
Um dos maiores escultores em atividade no Brasil, Angelo Venosa nasceu em São Paulo, em 1954, e vive no Rio de Janeiro. Entre 1984 e 1990, Venosa, juntamente com Daniel Senise (1955), Luiz Pizarro (1958) e João Magalhães (1945), formou o Ateliê da Lapa, contexto no qual desenvolveu seus primeiros trabalhos. Na prática de Venosa encontramos uma sensação de exílio, principalmente nas esculturas que nos remetem a fósseis, ou de figuras que tanto podem vir de um passado distante, como de um futuro indeterminado.
A CLAREIRA
Clareira (em tupi, Baependi) é uma área de pouca vegetação, ou de vegetação rasteira localizada no interior de uma floresta ou de um bosque. Sua conformação é fundamental para a renovação da floresta e para sua diversidade, pois ela funciona como uma espécie de celeiro: ali, as novas espécies podem emergir e as existentes garantem sua sobrevivência e germinação. No caso da floresta amazônica, por exemplo, são áreas nas quais grupos indígenas nômades estabelecem assentamentos temporários.
No MAC USP, a “Clareira”, instalada no térreo do Museu, local de acolhimento de seus visitantes e de contato com o “chão” da cidade, inaugura um sítio de diversidade e renovação, recebendo uma programação com várias formas de manifestação artística, para qual estão convidados artistas visuais, músicos, performers, bailarinos, escritores, atores, cineastas, curadores, diretores, configurando local de trocas e de expressão artística de linguagens diversas.
A programação alterna ações pontuais nas noites de quinta-feira, intercaladas com duas instalações de Artes Visuais que perduram no tempo. São Paulo Companhia de Dança, Teatro da Vertigem, Noemi Jaffé, Joel Pizzini, Livio Tragtenberg, Eduardo Monteiro, Angelo Venosa, Marcos Gallon, Ana Amorim, DC, Elilson, Julián Fuks, Natalia Timerman, Cristina Elias, César Meneghetti, Eugenio Puppo, Daniel Munduruku, Sonora e Lucia Koch são os artistas e coletivos que irão configurar a Clareira no MAC USP, em 2021.
Reserve seu ingresso
sympla.com.br/visitamacusp
PROGRAMAÇÃO
Junho
05/06 a 01/08 - Angelo Venosa
É um dos poucos artistas egressos da chamada “Geração 80” dedicados à escultura. Desde então lançou as bases de uma trajetória que inclui passagens pela Bienal de São Paulo (1987), Arte Brasileira Século XX (1987, Musée d’Art Moderne de La Ville de Paris), Bienal de Veneza (1993) e Bienal do MERCOSUL (2005). O artista conta com várias esculturas públicas instaladas no país - em São Paulo, no Jardim do Parque Ibirapuera, acervo Museu de Arte Moderna e no Jardim da Luz, acervo Pinacoteca do Estado de São Paulo.
angelovenosa.com
Agosto
5, 12 e 19/8 - Marcos Gallon (Curador convidado)
Graduado em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Como bailarino e coreógrafo, trabalhou em várias companhias de dança em São Paulo. É diretor artístico da Verbo – Mostra de Performance Arte, plataforma anual criada pela Galeria Vermelho (São Paulo), em 2005. Organizador de Verbo – mostra de performance arte (Ed. Tijuana, 2015). Curador convidado na Clareira, Gallon apresenta os artistas Ana Amorim, DC e Elilson.
galeriavermelho.com.br/pt/verbo
5/8 - Ana Amorim
Graduada em Artes Plásticas (FAAP), com mestrado nos Estados Unidos (Ohio University) e estudos na Inglaterra e Nova Zelândia, a artista propõe como poética que a sua vida é arte e elege desenhar mapas mentais em livros, ao final de todos os dias, desde 1988, como evidência do seu estar viva. Essa rotina se desdobra em suportes distintos como registro de suas derivas pelo mundo. Grande tela (1989), Grande tela (1990) e O espectro de cor da minha vida (1989) integram o acervo MAC USP.
12/8 - DC
DC atua de maneira transversal no terreno das Artes Visuais. Há nove anos é mediadora em espaços expositivos em instituições de arte. Realizou palestras na Suíça, Vevey e Lausanne. Dedica-se ao projeto Seus filhos também praticam, no qual utiliza a prostituição como ferramenta de trabalho e investigação, aproximando-se de garotos com idade entre 18 e 25 anos, brancos, ricos e autodeclarados héteros. Nesse projeto, busca cultivar o diálogo e a escuta no domínio da raça, classe, gênero e sexualidade.
19/8 - Elilson
Artista e professor, graduado em Letras (UFPE), mestre em Artes da Cena – Performance (UFRJ). Recebeu bolsa do Programa de Formação e Deformação da EAV – Parque Lage (2018), premiado em Rumos Itaú Cultural e pelo EDP nas Artes do Instituto Tomie Ohtake. Como educador concebeu e supervisionou o Educativo da XII Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo. Publicou Por uma mobilidade performativa (Editora Temporária, 2017) e Mobilidade [inter]urbana-performativa (Rumos Itaú Cultural, 2019).
26/8 - Julián Fuks
A ocupação (Companhia das Letras, 2019). É autor de Histórias de literatura e cegueira (2007) e Procura do romance (2011), ambos finalistas dos prêmios Jabuti e Portugal Telecom, e do romance A resistência (2015 , traduzido em cinco línguas e vencedor dos prêmios Jabuti de Livro do Ano de Ficção e Melhor Romance em 2016), Saramago (2017) e Anna Seghers (2018). Foi eleito pela revista Granta "um dos melhores jovens escritores brasileiros". Na Clareira fará leitura de trechos de A ocupação.
junho 2, 2021
Homenagem a Gelson Radaelli, por Eduardo Haesbaert, na Fundação Iberê, Porto Alegre
“Homem cheio de vida, pintor inquieto. Grande artista. Vai ser muito difícil sem a presença dele. Fica um vazio.”
Ainda é difícil para Eduardo Haesbaert compreender a partida precoce do amigo Gelson Radaelli, na madrugada do dia 28 de novembro do ano passado. O telefonema da esposa do artista, Rogéria, tirou seu chão. Foram mais de 30 anos de convívio.
A amizade dos dois começou no Atelier Livre da Prefeitura de Porto Alegre, em 1986. Haesbaert fazia gravura em metal, e Radaelli sempre passava por lá para distribuir o jornal que editava na época, o Pra Ver. Poucos anos depois, dividiram o mesmo ateliê, o porão de uma casa na Rua Garibaldi. Juntos, participaram de diversas exposições coletivas, em especial com o grupo que formaram com Fabio Zimbres, A Casa do Desenho.
Foi Radaelli quem apresentou Haesbaert a Iberê Camargo que precisava de um impressor, em 1990. Desde então, trabalhou como assistente e impressor de Iberê até a morte do artista, em 1994.
“Devo muito ao Gelson, era um cara generoso. Ele já era amigo de Iberê, conheceram-se também na época do Pra Ver”, recorda Eduardo Haesbaert.
Gelson Radaelli era, na verdade, um grande admirador do trabalho de Iberê. Foi influenciado pelo pai, Seu Zeno, um apaixonado por arte, que ele mergulhou nesse universo. O primeiro trabalho foi criar um catálogo pessoal de Iberê, como relembra em texto escrito para o catálogo da mostra “Iberê Camargo: Visões da Redenção”, em 2019.
“Ainda pré-adolescente, eu já tinha fascínio pelo trabalho do Iberê; morava em uma cidade minúscula, sem livraria, sem biblioteca nem banca de revistas. Meu pai, um apaixonado pela natureza e por arte, trazia da cidade maior publicações que falavam de pintores. Lembro-me bem da coleção Gênios da Pintura, com mais de vinte pequenos livros com capa dura, que reproduziam estampas dos principais quadros de cada artista consagrado, com fama mundial. Inconformado, eu garimpava fotos e matérias em revistas – Manchete e, quem sabe, na Revista do Globo ou na Cruzeiro!? – e em alguns fascículos e catálogos que chegavam às mãos. Recortando e colando, criei o exemplar do Iberê Camargo nessa coleção que eu tanto apreciava. Minha quase veneração por esse artista se manteve após adulto e uma admiração única persiste até hoje.
Na metade da década de 1980, tive a sorte e o privilégio de conhecer o pintor entorpecido pela série exuberante com figuras humanas, carga matérica, infindáveis veladuras e pinceladas cheias de fúria. Não podia tê-lo encontrado em momento mais admirável. Eu permanecia imóvel no canto do ateliê, completo silêncio, invisível, assistindo o espetáculo de entrega e criação incomum, talvez única. (...) Acompanhei inúmeras jornadas do artista pela procura dessas imagens que nos ferem com delicadeza, cheias de visualidade e significados. (...) Foi num dia desses, quando o Iberê ainda morava na Rua Lopo Gonçalves, que saímos a pé para mais um percurso no Parque da Redenção. Chegamos na fonte entre árvores, naquele momento riscada pela luz do sol: um cenário de filme. À volta dela, vários mendigos conversavam e lavavam as suas roupas. O artista pareceu iluminado. Apenas com os olhos e a mão em movimento, executou desenhos lindos e fluidos como música. Depois, num gesto de gratidão, pagou os modelos: entregou uma nota de dinheiro a cada um deles e fomos embora. Nesse dia, uma figura me provocou a atenção: o homem flagrado de frente, curvado sobre o espelho d’água da fonte, com o olhar fixo no artista e suas costas acima da própria cabeça, passava uma sensação simultânea de dignidade e de sofrimento, como se estivesse pronto para carregar o peso do mundo. Esse desenho é um dos estopins na minha série de pinturas em preto e branco com figuras curvadas, estreada no desfecho do século passado.”
Desta relação nasceu uma pintura, Gelson Radaelli foi modelo de Iberê por um dia. Sempre prometia voltar para terminar a obra, mas o sucesso do seu restaurante Atelier das Massas, no centro histórico, lhe ocupava todo o tempo. Iberê faleceu e a pintura ficou inacabada, apenas com assinatura atrás, junto ao título: Gelson.
Esta obra integra a pequena mostra que dialoga com a exposição “Um rio que passa”. Complementam “Homenagem a Gelson Radaelli, por Eduardo Haesbaert" três desenhos de Iberê Camargo e outras duas pinturas de Radaelli cedidas pela Galeria Bolsa de Arte.
Eduardo Haesbaert na Iberê Camargo, Porto Alegre
“Todo artista deveria ser como um rio com suas águas que se renovam sempre”. Esta é uma das frases de Iberê Camargo que mais marcou a trajetória de Eduardo Haesbaert ao lado do artista e que inspirou a produção para a sua primeira exposição individual na Fundação Iberê.
“Um rio que passa” apresenta trinta e seis trabalhos inéditos, entre desenhos, pinturas e monotipias na maior parte em grande formato, um deles de 157 x 500 cm. Todos foram executados a partir do convite do diretor-superintendente Emilio Kalil, em dezembro do ano passado. “Eduardo Haesbaert e a Fundação Iberê são como personagens indissociáveis. O nosso patrono (Iberê Camargo) sempre contou com Eduardo, fazendo dele um assistente/confidente. E, por sua vez, como um guardião desses tempos vividos ao lado do mestre, foi desenvolvendo nele mesmo um artista de talento incomum, entregue, em tempo integral, ao seu mundo criativo”, destaca Kalil.
Haesbaert viveu quatro meses intensos no ateliê que tem em casa, produzindo, em média, uma obra por semana. Uma imersão para dar vazão ao sentimento e transformar os tempos de incertezas em arte. Para ele, “o tema tem a ver com o momento que estamos vivendo e, também, com o desabamento de estruturas antes consideradas sólidas e seus consequentes desajustes humanitários e ambientais. No conjunto de obras realizadas para esta exposição expresso meu pensamento sobre a tensão e a suspensão do tempo, paisagens urbanas em ruínas. Projeto imagens de uma Babel que explodiu, de um plano piloto em desconstrução, de uma torrente de água que inunda o cenário ausente de presença humana e de um trampolim à espera do salto e do mergulho de quem as contempla”.
“Um rio que passa” não deixa de ser um desdobramento de suas exposições: “Negro de Fumo” (2015), “Desumano” (2017) e “Torrente” (2019), realizadas na Galeria Bolsa de Arte – em Porto Alegre e em São Paulo.
Para a exposição “Torrente”, Paulo Pasta escreve: “Nessa escuridão, que quase nos cega, vislumbramos aspectos de coisas, mas que não chegam a formar ou nos dar a notícia de sua totalidade. Não sei se estas feições são reveladas pela luz ou pela escuridão. Quanto mais eu olho para os trabalhos do Eduardo, mais fico convencido de que o negrume também desvela”.
Nuno Ramos, em texto sobre as obras da exposição “Negro de Fumo”, destaca: “‘Diz a verdade quem diz sombra’”. Este verso do poeta romeno-alemão Paul Celan parece descrever perfeitamente o horizonte de trabalho de Eduardo Haesbaert. Feita de carvão, tinta a óleo, de pigmento, à maneira negra numa gravura ou naquela meia luz casual, é sempre a sombra, como uma matéria semis-sólida esparramando-se por tudo, que protagoniza sua obra. Parece estar tanto nas coisas como no intervalo entre elas, fazendo com que troquem de lugar para revelar uma origem (e uma espessura) comum”.
Paulo Pasta e Nuno Ramos participaram em 2005 e 2014, respectivamente, do projeto “Artista Convidado” do Ateliê de Gravura, coordenado por Haesbaert, onde criaram gravuras exclusivas na prensa que pertenceu a Iberê Camargo. Da soma de práticas e experiências, a Fundação Iberê compôs, ao longo dos anos, uma significativa coleção de gravuras assinadas por mais de cem artistas contemporâneos do Brasil e do exterior.
Arnaldo de Melo na Fundação Iberê, Porto Alegre
O alfabeto particular de Arnaldo de Melo
Um artista com a alma inquieta, crispada e ruidosa. Três virtudes do paulistano Arnaldo de Melo, 60 anos, que extravasam em seu ateliê localizado no distrito da Sé. As obras expostas são como um presente para o público. Apesar de ter uma trajetória precoce, com a participação em exposições desde 1979, no Brasil e na Alemanha, foi em 1990 que realizou sua primeira individual, na então recém-inaugurada Galerie Roepke, em Berlim.
Agora, pela primeira vez na Fundação Iberê, Arnaldo apresenta vinte e seis pinturas de grandes dimensões, a maioria realizada em 2019, e outras tão expressivas produzidas nos anos 1980, quando viveu em Nova York e em Berlim. “O Gesto Crispado” foi minuciosamente pensado para acompanhar os ambientes projetados pelo arquiteto português Álvaro Siza, de forma a usufruir de suas perspectivas abertas, voltadas ao vão livre interno e aos visitantes que chegam ao terceiro piso através das rampas.
Numa das salas de acesso, chama a atenção o conjunto de papéis sequenciados nos quais os traços largos, feitos com vassoura embebida em tinta acrílica, definem sinuosidades e contrações até os seus limites espaciais. “A esse conjunto de vinte e seis papéis, cada qual correspondendo a uma letra do alfabeto, o artista sugere uma ordenação visual e intencionalmente avessa ao alfabeto latino do qual deriva nossa escrita fonética. O alfabeto desta exposição apresenta as vogais como norteadoras para uma escrita, para logo se dispersar como que se esbarrando ou pedindo licença poética aos gestos que caracterizam a caligrafia oriental. Uma escrita-pintura no sentido de explicitar o seu apreço pelo gesto que se quer formativo enquanto disforme, tão preciso quanto ao mesmo tempo fugaz e desinteressado, em sintonia com o momento que vivemos”, escreve o curador Agnaldo Farias, que segue:
“Ao passo em que serve de pórtico para o ingresso ao seu universo poético, declara de saída seu tributo à caligrafia oriental, à caligrafia dispensada da significação unívoca, celebrando sua condição selvagem. O caminho trilhado por nosso artista assemelha-se ao de todo artista que escapa de estruturas convencionais por entendê-las como subsumidas a princípios éticos, a sistemas comunicativos responsáveis por soluções cristalizadas, que não avançam, ao contrário, reafirmam sensibilidades e formas de expressão determinadas. O artista tenta escapar desse cerco por entendê-lo como mais do que restrito, pela promessa de apaziguamento que ele proporciona, pelo modo como induz as pessoas a preferirem aquilo que já conhecem. Mas a vida pertence à mudança, ao movimento contínuo, a crises sucessivas, discretas ou ostensivas, como se nota tão logo se coloca o pé na rua, e não será necessário viver sob o peso de pandemia para reparar nisso. A menos que se esteja definitivamente amortecido”.
Entre 1987 e 1990, Arnaldo de Melo frequentou a Hochschule der Künste Berlin (hoje Universität der Künste) com bolsa DAAD (sigla para Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico). Durante esse período na então West-Berlin, recebeu orientação por parte do artista Karl-Horst Hödicke, um dos primeiros pintores que firmaram a escola neoexpressionista na Alemanha, ou a chamada Wild Malerei (Pintura Selvagem).
Antes, em 1984 e 1985, morou e trabalhou com pintura em Nova York, seguindo de forma autodidata sua escolha pela pintura abstrata expressionista, de evidente destaque nos grandes museus americanos. Ainda em Nova York, dedicou atenção especial à explosão da pintura neoexpressionista, que já adentrava os museus e trazia vigor às galerias de arte. Em simultâneo, recebeu forte influência dos grafites e dos artistas “de rua” que iniciaram suas carreiras naquele período.
Modelar no tempo: Iberê e a moda na Fundação Iberê, Porto Alegre
Em diálogo com a exposição de vestidos do estilista japonês Tomo Koizumi, pela primeira vez, a Fundação Iberê revela o “passeio” do pintor gaúcho pelo cenário da moda através de obras e documentos do acervo da instituição.
Modelar no tempo: Iberê e a moda apresenta, como uma pesquisa em andamento, oito estudos de figurinos, em guache, para o balé As Icamiabas (1959), outros seis estudos para a série Manequins e reproduções de fotos, jornais e editoriais de moda para revistas. A mostra é complementada por um conjunto de vestido e bolero com a primeira estampa assinada por Iberê, em 1963, para a empresa francesa de fibras sintéticas Rhodia, e que pertenceu a Maria Coussirat Camargo, esposa do artista.
Quando a arte vira moda
No final dos anos 1950, quando a moda ainda engatinhava no Brasil, a Rhodia desembarcou no país tropical em que reinava o algodão e foi cirúrgica para se tornar conhecida: contratou o visionário publicitário italiano radicado em São Paulo, Lívio Rangan (1933-1984), para comandar o marketing da empresa. Foi então que ele convidou artistas plásticos para desenhar estampas a cada coleção, entre eles: Iberê Camargo, Tomie Ohtake, Nelson Leirner, Manabu Mabe, Alfredo Volpi e Willys de Castro.
A escolha dos artistas por Rangan revelava o interesse em dialogar com a arte contemporânea do momento e refletia as principais tendências da arte e da moda. As coleções eram apresentadas na Feira Nacional da Indústria Têxtil (FENIT), em desfiles-show que tinham uma extraordinária força midiática, graças também à participação de artistas consagrados e de músicos brasileiros, importantes alavancas na cadeia da moda nacional.
A parceria entre Lívio Rangan e artistas plásticos durou aproximadamente sete anos, entre 1960 e 1967. Ele levou aos palcos da FENIT, às passarelas de todo o Brasil, a outros países e às páginas de diversas revistas nacionais, obras de artistas das mais diversas linhagens de trabalho. De lá para cá, muitos vestidos se perderam, entre eles os assinados por Iberê e Ohtake. Setenta e nove modelos com estampas de 28 artistas foram doados ao Museu de Arte de São Paulo (MASP).
O Fabuloso Universo de Tomo Koizumi na Iberê Camargo, Porto Alegre
Uma explosão de cores e volumes na Fundação Iberê
Depois de uma temporada de sucesso na Japan House São Paulo, a exposição O Fabuloso Universo de Tomo Koizumi, chega ao Rio Grande do Sul. Para a mostra no Brasil, que contou com a curadoria de Natasha Barzaghi Geenen, diretora cultural da instituição nipônica, foram criadas três peças exclusivas, mesclando referências do nosso carnaval e dos quimonos tradicionais japoneses.
A exposição marca também a criação do Departamento de Moda, Design e Arquitetura, três pilares pouco conhecidos que sustentam a Fundação Iberê: a arquitetura de Álvaro Siza premiada com o Leão de Ouro na Bienal de Arquitetura de Veneza (2002); os móveis por ele projetados e utilizados pela equipe e pelo público da instituição e as estampas e vestidos assinados por Iberê Camargo, nos anos 1960.
Tomo Koizumi - do origami à Semana de Moda de NY
"Eu venho pensando que nem todo mundo pode usar os meus vestidos, mas que todos possam se divertir vendo-os. Essa exposição mostra o lado da moda como uma fantasia e espero que possa ser o colírio para os olhos das pessoas".
Tóquio, 2002. Uma revista de moda, com fotos da alta-costura de Christian Dior, assinada por John Galliano, bastou para que Tomo Koizumi, aos 14 anos, dissesse: “Quero ser estilista”. Não era a moda em si que fazia seus olhos brilharem, mas as cores vibrantes das criações de Galliano e a excentricidade de seu ídolo.
Os primeiros moldes de Tomo eram hobbies. As aulas nas faculdades de Pedagogia e Artes Plásticas na Universidade Nacional de Chiba lhe ocupavam quase todo o tempo. E foram justamente essas criações despretensiosas com organza, econômicas e de fácil aquisição no Japão, principalmente os retalhos de cores fortes, somadas à admiração pelo estilista britânico e à memória afetiva que o transformaram em um dos nomes mais importantes do mundo fashion.
“Eu queria fazer algo como alta-costura. Encontrei cortes de organza em muitas cores, mas em pouca quantidade. Era o que o dinheiro podia pagar. Fiz as combinações por causa dessa limitação, e isso resultou em misturas únicas”, recorda o artista.
Uma de suas criações foi compartilhada no Instagram de uma amiga. Quis o destino que a foto chegasse até o dono de uma multimarca de Tóquio, que acabou se encantando pela peça e quis revendê-la. Em 2011, Tomo lançou a sua marca homônima, vendendo inicialmente apenas para esse cliente, e começou a trabalhar como assistente de um figurinista japonês, e depois como figurinista.
Os figurinos, aliás, se tornaram uma grande paixão de Tomo. Produções únicas, feitas com 50m a 200m de organza, de cores e volumes extravagantes, que representam o seu universo recheado de referências nas artes tradicionais e na sua ancestralidade. Tudo ganhou mais significado quando grandes cantoras pop do Japão e globais, como Miley Cyrus, Katy Perry e Lady Gaga, vestiram suas peças.
Fada madrinha
Em 2019, as criações de Tomo Koizumi atravessaram o oceano e chegaram às mãos da editora de moda britânica Katie Grand. Ela estava tão apaixonada pelos vestidos bufantes que deu um jeito do jovem ter um desfile na New York Fashion Week. O amigo Marc Jacobs cederia o espaço de uma de suas lojas, localizada na Madison Avenue; a renomada maquiadora Pat McGrath se encarregaria da beauté e o igualmente renomado cabeleireiro Guido Palau se ofereceu para fazer os penteados. Tomo teria menos de três semanas para preparar vinte e seis vestidos. Ele topou.
O estreante selecionou peças de uma coleção anterior e, com a ajuda de apenas um único assistente, criou outras inspiradas em pinturas abstratas, com material que tinha guardado. Tudo absolutamente reaproveitado, com o que tinha em casa. Como resultado, uma plateia boquiaberta. Ninguém esperava aquela explosão de cores e volumes.
A partir deste dia, Tomo foi considerado um dos 500 nomes mais influentes da moda, lista anual e superconcorrida do Business of Fashion. Em 2020, foi finalista do Prêmio LVMH de jovens estilistas e, em setembro do ano passado, anunciou uma colaboração com Emilio Pucci. Desde a saída de Massimo Giorgetti, em 2017, a marca italiana tem apostado em coleções cápsulas assinadas por diferentes designers e, para o Verão 2021, o estilista japonês foi o convidado para criar onze looks de organza, camisetas, sandálias e uma bolsa, que misturam tons de laranja, amarelo e branco.
Mesmo com as portas abertas e possibilidade de maior investimento, Tomo Koizumi segue os mesmos hábitos e usa os mesmos materiais. As peças mais simples demoram cerca de cinco horas para ficarem prontas. Cada uma delas pode usar até 200 metros de tecido nas coleções, que consistem, basicamente, em vestidos e conjuntos de saia. Em entrevista para a revista Vogue, Tomo disse que continuará fazendo moda para entreter as pessoas: "Trabalhar na indústria da moda significa que, eventualmente, você precisa começar a pensar comercialmente, para que consiga vender algo, mas ainda gostaria de fazer algo para entreter as pessoas. Elas sugerem que eu tente ser mais comercial, pois estou em um momento bem quente. Não estou pronto para isso. Não quero me apressar por algo que não preciso ou não me importa. Por agora".
junho 1, 2021
Zip'Up: Paloma Mecozzi na Zipper Galeria
Na primeira exposição do programa Zip’Up em 2021, a Zipper Galeria recebe a mostra nebulosa abóbada celeste, concha azul fincada no céu, primeira individual da artista paulistana Paloma Mecozzi. Com pinturas e objetos em cerâmica, a exposição pode ser visitada a partir deste sábado, dia 15 de maio de 2021.
“Paloma apresenta pinturas que remetem a registros de florestas, montanhas, rios e céus, que trazem uma leitura filosófica sobre a construção de uma paisagem, não somente externa, mas interna”, escreve Carollina Lauriano, que assina a curadoria da exposição.
O trabalho da artista levanta questões em torno da imagem e suas simbologias e foi, a partir desta investigação, que Paloma foi montando a expografia e pensando as relações entre as diferentes pinturas e objetos apresentados. “Assim como o título desta exposição, as obras estão livres para interpretações conforme nosso próprio repertório” comenta Lauriano.
A mostra “nebulosa abóbada celeste, concha azul fincada no céu” fica em cartaz até 12 de junho de 2021.
Idealizado em 2011, um ano após a criação da Zipper Galeria, o programa Zip’Up é um projeto experimental voltado para receber novos artistas, nomes emergentes não representados por galerias paulistanas. O objetivo é manter a abertura a variadas investigações e abordagens, além de possibilitar a troca de experiência entre artistas, curadores independentes e o público, dando visibilidade a talentos em iminência ou amadurecimento. Em um processo permanente, a Zipper recebe, seleciona, orienta e sedia projetos expositivos, que, ao longo dos últimos anos, somam mais de cinquenta exposições e cerca de 70 artistas e 30 curadores que ocuparam a sala superior da galeria.
Sobre a artista
Paloma Mecozzi (1989, São Paulo. Vive e trabalha em Piracaia, SP) é formada em Arquitetura e Urbanismo e trabalha com direção de arte para cinema. Em sua pesquisa, a artista levanta questões em torno da imagem e suas simbologias. Embora tenha a tela como suporte predominante em seu trabalho, Paloma também se utiliza de objetos tridimensionais e da palavra como ferramenta para pensar a construção de novas imagens. Participou de algumas residências artísticas, dentre elas: Pivô (2019 - SP), Astra (2018 - Spoleto, Itália), Residência Fazenda São João (2012 e 2014 - RJ), Casa das Caldeiras (2012 - SP). Foi premiada pela editora Lote 42 por VERMELHO (Vibrant Editora, 2015) como melhor livro de artista. Expôs em coletivas no Ateliê 397, Oficina Cultural Oswald de Andrade e Pivô. Foi selecionada para o 12º Salão dos Artistas Sem Galeria. Nebulosa abóbada celeste, concha azul fincada no céu é sua primeira mostra individual.
Sobre a curadora
Carollina Lauriano (1983, São Paulo. Vive e trabalha em São Paulo) é formada em Comunicação Social com ênfase em Jornalismo. Tem extensão em Pesquisa e Análise de Tendências (em arte, design e moda) pela Central Saint Martins/University of the Arts London (UAL) e atua como curadora independente desde 2017. De 2018 a 2020 integrou o time de curadoria e gestão do Ateliê397, um dos principais espaços independentes de arte de São Paulo. Em suas pesquisas, interessa discutir a inserção, desafios e conquistas de jovens mulheres artistas no mercado da arte. Dentre os principais projetos realizados estão as exposições "Corpo além do corpo", que discute a transexualidade feminina e a busca pelo protagonismo de novos corpos na sociedade, "Céus Cruzados", individual da artista Sol Casal e "A noite não adormecerá jamais nos olhos nossos", que reuniu artistas racializadas na Galeria Baró para apresentar e discutir a produção de corpos dissidentes dentro do mercado de arte. Curadora adjunta da 13ª. edição da Bienal do Mercosul, mostra que acontece em Porto Alegre em 2022.
Fábio Baroli na Zipper, São Paulo
As pinturas que Fábio Baroli apresenta na Zipper Galeria podem dar a impressão de que o artista aboliu o retrato em sua produção. Reconhecido por representar cenas interioranas – o modo de vida “matuto”, como o próprio alcunha –, Fábio Baroli vem retirando a presença humana das pinturas desde o site specific “Pra lá de dois pé-de-gabiroba” (CCBB Brasília, 2015). Em 2019, em sua primeira individual na Zipper Galeria, também não havia pessoas representadas. O mesmo se repete, agora, na exposição Hotspots - Memória, imaginação e resistência, que pode ser visitada a partir deste sábado, dia 15 de maio.
Entretanto, a produção de Fábio Baroli caminha, cada vez mais, para a antropogenia, ou seja, para a investigação do que seja o humano. Árvores típicas do Cerrado brasileiro, como ipês e buritis, muitas em tamanho real, grandiosas, surgem na exposição individualizadas, como modelos, abstraídas de seu contexto e deslocadas para o espaço de contemplação. E é neste processo que o humano nesta produção se revela.
A própria abstração – ou seja, a operação intelectual de isolar objetos e fatores do seu contexto de existência – é essencialmente humana. Hotsposts, por sua vez, é um conceito das ciências ambientais passível de entendimento apenas a partir da ação antrópica: o conceito indica áreas de espécies vegetais e animais endêmicas, constantemente ameaçadas de extinção. O Cerrado, salvaguardado nas memórias do artista, é um dos 35 hotsposts demarcados no planeta.
O processo de Fábio Baroli é, talvez, o principal que aproxima sua produção naturalista à antropogenia. “Eu sempre trabalhei a partir do retrato. E isso se mantém, mas agora são retratos de plantas. Cada uma delas se passou por um processo de individualização e se transformou em um ente, com memória, inteligência e personalidade próprias”, diz o artista. Este “saber oculto” das plantas tem sido objeto de investigações de Fábio Baroli, que busca agora uma representação visual à altura: imponentes em dimensão, cor e luz, os ipês de Fábio Baroli revelam suas raízes a partir do desenrolar das telas pelo chão da galeria. O artista faz menção ao pergaminho, ao que está oculto aos olhos e escapa à razão humana.
Segunda individual do artista na galeria, a exposição “Hotspots - Memória, imaginação e resistência” fica em cartaz de 15 de maio a 12 de junho. Andréia Narciso assina o texto crítico da mostra.
Sobre o artista
O trabalho de Fábio Baroli (Uberada, 1981) descende do ramo artístico de Almeida Júnior (1850-1899). Fábio expressa uma visão de mundo ancorada na vivência interiorana e no imaginário regional. Gêneros tradicionais — como retrato, paisagem e natureza-morta — se misturam às cenas do cotidiano em pinturas com gestos bruscos e marcantes, em trabalhos que revelam marcas de edição (montagens, colagens e intervenções) características de programas digitais. A apropriação e a referência da imagem fotográfica fazem parte do processo do artista. Vencedor dos prêmios Funarte de Arte Contemporânea (2011) e Marcantonio Vilaça (2013), o trabalho de Fábio Baroli consta em coleções como MAM Rio, Museu de Arte do Rio e Museu Nacional de Brasília. Principais exposições individuais: Goliath, MuseumsQuatier, Viena (2017); Deitei pra repousar e ele mexeu comigo, CCBB Brasília (2016); Muito pelo ao contrário, CCBNB, Fortaleza (2014); Vendeta: a Intifada, Funarte, Recife (2013). Principais exposições coletivas: Contraponto, Museu Nacional de Brasília (2017); É tudo nosso, Casa da Cultura da América Latina, Brasília (2017); Vértices – Coleção Sérgio Carvalho, Centro Cultural Correios, Braslília, Rio de Janeiro e São Paulo (2015/2016); Prêmio Aquisições Marcantonio Vilaça, Museu de Arte Moderna MAM Rio, Rio de Janeiro (2013).
Osesp MASP B3: Apresentação musical conecta Eugéne Delacroix a Camille Saint-Saëns, Claude Debussy, entre outros
Transmissão será ao vivo pelo canal do MASP no YouTube
Em 2 de junho, quarta-feira, às 19h, será realizada a próxima edição do concerto Osesp MASP B3. Como ocorreu no segundo semestre de 2020, em razão das medidas de isolamento social impostas pela pandemia de Covid-19, as apresentações serão on-line. O concerto ocorrerá no MASP Auditório e o público poderá acompanhá-lo pelo canal do MASP no YouTube.
O projeto, promovido pelo MASP e pela Osesp desde 2015, tem como objetivo estabelecer diálogos entre arte e música, relacionando similaridades estéticas e históricas entre ambas. Cada apresentação é comentada por um especialista convidado, que faz a conexão entre as obras de arte da coleção do MASP e do comodato MASP B3 com peças musicais interpretadas por músicos da Osesp.
Para a próxima transmissão foi escolhida a obra A primavera – Eurídice colhendo flores é mordida por uma cobra (a morte de Eurídice) – as quatro estações de Hartmann, 1856-63, de Eugéne Delacroix, pertencente ao acervo do MASP. O palestrante convidado, Sergio Molina, estabelecerá paralelos entre a pintura e peças de Camille Saint-Saëns, Jean-Michel Damase, Joseph Jongen, Claude Debussy, Anselme Vinée e Jacques Ibert. A interpretação da música fica por conta de três membros da Osesp: José Ananias Souza Lopes (flauta), Arcádio Minczuk (oboé) e Liuba Klevtsova (harpa).
Sérgio Molina é compositor e professor, graduado em composição, mestre em
musicologia e doutor em música pela Universidade de São Paulo (USP).
Até o mês de julho as apresentações terão o patrocínio exclusivo da B3, a bolsa brasileira. Dentro dessa parceria, as obras que dialogarão com a música poderão ser tanto do acervo do MASP quanto do Comodato MASP B3.
O Comodato MASP B3 possibilitou a cessão por um período de trinta anos de 66 obras de 28 artistas pertencentes às coleções das antigas BM&F e Bovespa. As obras abarcam um período de cerca de cem anos de arte brasileira. A iniciativa foi uma homenagem da B3, a bolsa brasileira, aos ex-conselheiros da BM&F e Bovespa.
PROGRAMA
José Ananias Souza Lopes Flauta
Arcádio Minczuk Oboé
Liuba Klevtsova Harpa
Camille Saint-Saëns
Sonata em Ré maior, Op.166 [Arranjo de Wolfgang Renz]
Jean-Michel Damase
Sicilienne Variée
Joseph Jongen
Danse Lente, Op.56b
Claude Debussy
Rêverie [Arranjo de Jacques Larocque]
Anselme Vinée
Trio Serenade
Jacques Ibert
Deux Interludes
PALESTRANTE
Sergio Molina
OBRA
Eugène Delacroix
A primavera - Eurídice colhendo flores é mordida por uma cobra (a morte de Eurídice) - as quatro estações de Hartmann, 1856-63
Acervo MASP, Compra, 1958, Patrocínio máster B3