|
janeiro 27, 2005
Projeto Artista sem Idéia, por Cezar Migliorin
Migliorin / Meu nome é Paulo Leminski
Projeto Artista sem Idéia
Envio de material até 20 de março de 2005
Rua Nascimento Silva 137/302
Ipanema Rio de Janeiro
22421-020
Prêmio: US$ 1 mil
Maiores informações e ficha de inscrição: www.migliorin.org
cezarmig@visualnet.com.br
Projeto Artista sem idéia, por Cezar Migliorin
Oferece-se US$ 1 mil por filme/vídeo de qualquer duração, captado em qualquer formato. O projeto tem apenas três regras invioláveis: 1. a obra deve estar pronta e ser inédita; 2. uma vez vendida, os direitos sobre a obra serão integralmente cedidos ao idealizador do projeto, Cezar Migliorin; 3. a obra não será alterada, com exceção dos créditos, onde passará a constar: um filme/vídeo de Cezar Migliorin. Apenas um trabalho será escolhido.
Em novembro de 2004 recebi um prêmio de US$ 4 mil em um festival na Suíça (Viper Basel). Durante a premiação, a diretora do festival me dizia: "espero vê-lo aqui o ano que vem com novas idéias e projetos". Em duas entrevistas que se seguiram após a premiação, a mesma demanda clichê: "qual seu próximo projeto?".
Sem projetos, sem idéias e com US$ 4 mil, decido comprar um filme. Dois mil dólares para mim, pelo filme antigo (Ação e Dispersão) e dois mil para o filme novo (Um artista sem idéia). Mil para comprar o filme e mil para divulgação, produção de site, cópias, inscrição em festivais, etc.
O titulo é provisório, mais tarde dará lugar ao título do filme comprado; "Uma lágrima e uma flor", por exemplo.
Os textos abaixo surgiram em resposta aos quase 100 e-mails recebidos depois da divulgação do projeto e de uma conversa com Claudia Tavares e Dani Soter sobre o projeto Artista sem Idéia
A origem do projeto
Esse projeto só existe porque ganhei um prêmio com um outro trabalho - Ação e Dispersão - e é com o dinheiro do prêmio que eu estou realizando o Artista sem Idéia.
Na noite da premiação, em Basel, na Suíça, várias pessoas me perguntavam qual era o próximo projeto, eu mal conseguia digerir o prêmio e já me perguntavam pelo próximo. Não tinha idéia, mas tinha dinheiro.
O lugar do artista e os editais
É uma humilhação para o artista participar de tantos editais, com freqüência inevitáveis. Há um efeito estético que tendemos a desprezar nesta estratégia de poder. Neste projeto, eu deixo de ser um artista para ser uma empresa, uma organização. Sempre me interessou, nesse projeto, criar uma máquina que funcionasse de modo autônomo e imprevisível, que regula mas que não domina seus efeitos, nem social nem esteticamente.
Eu respondi a todos os mails que recebi, o que era muito interessante. Estou descobrindo que esse é o filme mais trabalhoso que eu já fiz. Algumas pessoas diziam assim: obrigado por ter respondido, como se eu fosse uma grande empresa, uma instituição e não um cara que faz vídeo.
O novo trabalho
Podes imaginar a excitação de saber que daqui há dois meses eu terei um filme novo e até agora não tenho a menor idéia do que ele será e, até o último momento eu posso oscilar entre coisas muito diferentes? Até o último momento o meu ato muda tudo. Posso escolher quem eu quero ser na hora da escolha. Nada mais terá valor em si, tudo será contaminado por essa escolha que não tem como ser medida e que pode ser adiada até o último momento.
Essa presença humana; minha, das pessoas que mandam filmes, dos 100 e-mails que recebi nos dois primeiros dias, etc, associada a esse radical descontrole, essa abertura em que a obra ainda se apresenta é um dos aspectos que mais me interessam nesse projeto.
Descontrole
O mais complicado hoje é criar uma situação no audiovisual onde apareça um imprevisto, onde o acaso assuma um papel relevante. Onde as pessoas precisem inventar algo na hora, criar fora do roteiro - dos vários roteiros - que já temos disponíveis para nós mesmos. O desafio é criar estratégias para esse descontrole. A maioria das imagens que interessam hoje estão contaminadas pela ação que as produz, seja esta ação um artifício, um dispositivo de aparecimento de imagens seja uma ação produtora de intervenção no real.
O filme
Queria fazer um filme onde você tivesse mesmo dúvidas se se trata de um filme, tal a força com que ele aponta para fora, a força com que ele aponta para um estado de coisas que o ultrapassam, queria que cada imagem remetesse o tempo todo para um fora radical, para algo que não está ali.
Acho que este projeto tem esse micro-efeito; o filme escolhido, normalmente fadado ao desaparecimento encontrou uma mídia que o reinventa. O filme comprado, ou, os potenciais filmes comprados já estão fazendo seu papel, já estão sendo esvaziados da sua corrente inutilidade.
As imagens são a nossa natureza, são o nosso mundo, habitam o mundo como naturais, como não mais criadas pelos homens. Tenham elas uma assinatura ou não. Esse projeto de alguma forma devolve a autoria para quem as fez, só que para que isso aconteça ele deve desaparecer. É tão absurdo que eu acho bonito.
Mau gosto
Algumas pessoas me escreveram dizendo que era um projeto de mau gosto, talvez elas tenham razão, o filme, que pode ser sublime, terá que carregar esta carga de ter sido comprado, uma carga que está no mundo. Não consigo me imaginar como artista sem ser forçando o limite do que acontece. Talvez a única forma de pensar um determinado estado de coisas seja explicitando a sua lógica, ai o mau gosto aparece. Mas, quanto tempo dura o mau gosto? Uma década, um dia? As questões de gosto na arte são tão desprovidas de robustez que eu tenderia a desprezá-las.
Indignação
Retirar o fetiche dos créditos. Fazer filmes, botar meu nome nos créditos é uma forma de aparecer. A obra não interessa. A obra é mero meio para tentar achar o valor absoluto/fetiche. - Um êxtase do valor. (Baudrillard).
Entenda, só me incluindo nessa lógica posso explicitar a perversão. Dou um valor ao fetiche e o rei aparece nu. Não estar nos créditos é um insulto porque o efeito Caras invadiu tudo; como ficar fora do único lugar que eu tenho para botar meu nome?
Para alguns artistas é mais gostoso viver nesse lugar separado do mundo, como se fossem enviados, possuidores de um olhar de originalidade absoluta sobre as coisas e que seus trabalhos não tem como ser trocados em valor - o que é feito o tempo todo. Eles ficam lá nas alturas, olhando para essa merdinha de dia-a-dia sem se sujar. Artistas platônicos; uma piada.
Cinema e artes plásticas
É lamentável que essa separação tenha se estabelecido de forma tão rígida, mas, no vídeo nós temos vários exemplos que rompem essa lógica; é o caso dos mineiros Éder Santos, Cao Guimarães, Lucas Bambozzi, Marcellvs L., Carlos Magno e do Arthur Omar. No maioria do cinema, infelizmente, cada filme parece feito para que o cara tenha a possibilidade de fazer outro. O filme só interessa como afirmação do sistema, como marca da possibilidade de estar inserido, curta-cartão de visita, como se dizia.
Colocar um logo da Petrobras antes do filme tudo bem, colocar 20 logos de padarias a bancos antes do filme, tudo bem, mas tirar o seu nome vira um insulto. A diferença aqui não é de natureza, mas de grau; é isso que o Artista sem Idéia explicita. O filme com os logos é importante, o cara prova que tem boas conexões, que ganhou dinheiro, que está inserido, que tem uma carreira pela frente etc. É sempre mais fácil ser um medíocre e pensar na carreira do que pensar a lógica dessas carreiras e das instituições.
janeiro 25, 2005
15º Videobrasil - Festival Internacional de Arte Eletrônica - Inscrições
Inscrições
15º Videobrasil - Festival Internacional de Arte Eletrônica
Comissão de seleção: André Brasil, Eduardo de Jesus, Christine Mello e Solange Farkas
Envio de material prorrogado até 29 de abril de 2004
Associação Cultural Videobrasil
Av. Imperatriz Leopoldina 1150
São Paulo
05305-002
Promoção: SESC-SP
Apoio: Prince Claus Fund
Inscrições on-line: www.videobrasil.org.br/15/inscricoes
Maiores Informações: 11-3645-0516
Serão bem-vindas obras de arte eletrônica produzidas a partir de junho de 2003 por artistas de língua portuguesa e todos aqueles oriundos dos países do chamado "circuito sul": América Latina, Caribe, África, Sudeste Asiático, Europa do Leste, Oriente Médio e Oceania. Cada participante poderá submeter somente 1 (uma) obra à seleção. Para efeito de inscrição, as obras em vídeo devem ser submetidas somente em fitas VHS ou DV (NTSC e/ou PAL), que não serão devolvidas. Se selecionadas, serão solicitadas para exibição nos seguintes formatos: vídeo (Beta SP, Mini-DV; PAL/ NTSC) e DVD. No caso de obras multimídia, o participante deverá especificar a plataforma e a configuração necessária. No caso de projetos de internet é imprescindível uma especificação técnica detalhada.
REGULAMENTO:
INSCRIÇÕES
Serão bem-vindas obras de arte eletrônica produzidas a partir de junho de 2003 por artistas de língua portuguesa e todos aqueles oriundos dos países do chamado "circuito sul": América Latina, Caribe, África, Sudeste Asiático, Europa do Leste, Oriente Médio e Oceania.
Cada participante poderá submeter somente 1 (uma) obra à seleção. As obras em vídeo não poderão ter duração superior a 30 (trinta) minutos. Conteúdos institucional, promocional e publicitário não serão aceitos. A inscrição é gratuita.
Para efeito de inscrição, as obras em vídeo devem ser submetidas somente em fitas VHS ou DV (NTSC e/ou PAL), que não serão devolvidas. Se selecionadas, serão solicitadas para exibição nos seguintes formatos: vídeo (Beta SP, Mini-DV; PAL / NTSC) e DVD. No caso de obras multimídia, o participante deverá especificar a plataforma e a configuração necessária. No caso de projetos de internet é imprescindível uma especificação técnica detalhada.
DATA-LIMITE
A data-limite para inscrições é 15 de abril de 2005. Somente serão aceitos os trabalhos cuja data de postagem não ultrapasse a data-limite. A organização do Festival não se responsabiliza por eventuais danos no transporte.
SELEÇÃO
As obras inscritas serão selecionadas para as seguintes mostras:
Investigações contemporâneas: obras que se destacam pela inventividade e pela inovação do processo de pesquisa que desenvolvem (linguagem, temática e abordagem).
Novos vetores: obras de realizadores ou coletivos artísticos emergentes das mais variadas regiões do circuito sul.
Panoramas do sul: obras que ampliam o estado da arte da produção do sul.
PREMIAÇÃO
Um júri especializado premiará 1 (uma) obra de cada uma das mostras. Fica a critério do júri oferecer ainda menções especiais. O júri é soberano e sua decisão, final e irrevogável.
TRANSMISSÃO DE DIREITOS
A todos os selecionados será pedido que transfiram à Associação Cultural Videobrasil os direitos de transmissão, difusão, direitos de arquivo, direito de uso de trechos pela imprensa, para fins promocionais, e em serviços de mídia digital (como internet, CD-ROM, DVD etc.) incidentes sobre seus trabalhos.
As obras poderão ser exibidas em televisão somente em conexão com a competição, e todo uso adicional será feito mediante acordo. As cópias das obras selecionadas ficarão em propriedade da Associação Cultural Videobrasil, como parte do acervo histórico do Festival. Poderão ser acessadas gratuitamente pelo público na Videoteca da Associação, apresentadas em outros festivais, mostras e atividades culturais, sempre sendo feita menção à sua participação no Festival. No caso das obras premiadas, os organizadores terão o direito de exibi-las e reprisá-las em televisão pública e privada, sempre mencionando os prêmios a elas atribuídos.
DOCUMENTOS
Somente serão considerados inscritos no Festival trabalhos acompanhados do seguinte material:
Protocolo de inscrição inteiramente preenchido e devidamente assinado.
3 (três) a 5 (cinco) fotos cor ou p&b da obra em formato 35 mm ou digital em CD.
1 (uma) foto cor ou p&b do(s) autor(es) em formato 35 mm ou digital em CD.
CV do(s) autor(es) contendo endereço, telefone e/ou e-mail atualizado.
Caso as fotos enviadas estejam em formato digital, estas devem respeitar as seguintes especificações:
Imagens em jpeg
Formato 640x480 pixels
Resolução 300 dpi
Para obras enviadas de fora do Brasil, deverá constar na embalagem, de forma visível, a seguinte informação: FITA DE VÍDEO PARA FESTIVAL DE CARÁTER CULTURAL, SEM FINS LUCRATIVOS. Para evitar problemas na alfândega, por favor não declare um valor maior do que 5 (cinco) dólares.
INSCRIÇÕES OFF-LINE
A inscrição off-line somente terá validade se a obra estiver acompanhada do formulário de inscrição (impresso da internet ou fotocópia), inteiramente preenchido e devidamente assinado, enviado por correio.
Caso queira receber o formulário de inscrição por correio, encaminhe o pedido para o e-mail 15festival@videobrasil.org.br, ou entre em contato conosco pelo telefone 11-3645-0516.
VII Salão e Colóquio Internacional de Arte Digital - Inscrições
Inscrições
VII Salão Internacional de Arte Digital
Envio de material até 15 de abril de 2005
Centro Cultural Pablo de la Torriente Brau
Calle de la Muralla 63
La Habana Vieja
Ciudad de Habana Cuba
537-866-6585 / 861-6251
Maiores informações: www.centropablo.cult.cu/form/formularioviisalon.htm
centropablo@centropablo.co.cu
janeiro 10, 2005
Seleção pública para diretor do Museu de Arte Contemporânea do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura
Seleção de Diretor-Gerente Museu de Arte Contemporânea
Inscrições até 31 de janeiro de 2005
Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura
Rua Dragão do Mar 81
Praia de Iracema Fortaleza CE
CEP: 60060-390
85-488-8600
dragao@dragaodomar.org.br
O Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura - CDMAC, através do Instituto de Arte e Cultura do Ceará, organização social ligada à Secretaria de Cultura do Estado, inaugurada em abril de 1999, está selecionando profissional para o cargo de Diretor-Gerente do Museu de Arte Contemporânea - MAC.
O CDMAC tem como missão definida no Plano Estadual de Cultura 2003 - 2006 a "democratização do acesso a bens artísticos e culturais, capacitando pessoas e produzindo bens simbólicos, lugares de criação, memória e reflexão".
O MAC integra-se neste complexo como responsável por fortalecer a arte contemporânea e como espaço privilegiado de formação e informação para artistas e a população em geral, contribuindo para a afirmação das culturas cearense e brasileira dentro do nosso Estado e ainda nos planos nacional e internacional.
O museu possui uma área total de 700 m2, distribuídos em dois pisos onde funcionam 14 galerias, e conta com equipamentos que atendem às normas internacionais de museologia. Seu diretor-gerente trabalhará em consonância com um Conselho Curador e estará subordinado à Diretoria de Ação Cultural do CDMAC.
Os candidatos devem ter formação em curadoria além de experiência de três anos (não necessariamente em cargos de direção/gerência); e ainda experiência na gestão de pessoas e conhecimento das rotinas administrativas de um museu.
A seleção dar-se-á em duas etapas:
1. Análise de Curriculum Vitae.
2. Entrevista para os possíveis pré-selecionados.
Essas etapas estarão a cargo de uma comissão composta por 3 curadores de referência nacional e 2 membros da diretoria do Dragão do Mar. Os currículos devem ser enviados, com os comprovantes devidos, em envelope lacrado, com as seguintes indicações:
SELEÇÃO MUSEU DE ARTE CONTEMPORÂNEA
Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura
Rua Dragão do Mar, 81 - Praia de Iracema
Fortaleza - Ceará CEP 60060-390
Receberemos envelopes com o carimbo dos Correios até 31/01/2005