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outubro 6, 2019
21ª Bienal de Arte Contemporânea Sesc_Videobrasil no Sesc 24 de Maio, São Paulo
Imaginar é preciso. Comunidades Imaginadas dão tema à 21ª Bienal de Arte Contemporânea Sesc_Videobrasil
A presença dos nacionalismos para a compreensão das disputas que marcam o nosso tempo. É este o cenário sobre o qual se debruça a 21ª Bienal de Arte Contemporânea Sesc_Videobrasil | Comunidades Imaginadas, que ocorre de 9 de outubro de 2019 a 2 de fevereiro de 2020, no Sesc 24 de Maio, em São Paulo, reunindo mais de 60 obras e duas coleções, 55 artistas de 28 países, entre vídeos, pinturas, fotografias e instalações.
Juntos, a diretora artística Solange Farkas, o trio de curadores Gabriel Bogossian, Luisa Duarte e Miguel López e os membros do júri de seleção Alejandra Hernández Muñoz, Juliana Gontijo e Raphael Fonseca analisaram 2.280 inscrições, de 105 nacionalidades para selecionar obras advindas do Brasil, América Latina, África, Ásia, Oriente Médio e Oceania. Pela primeira vez, o tema norteador foi anunciado já na convocatória.
A 21ª Bienal de Arte Contemporânea Sesc_Videobrasil | Comunidades imaginadas toma de empréstimo o título do clássico estudo de Benedict Anderson para pensar nos tipos de organização social e comunitária que existem para além, às margens ou nas brechas dos Estados-nação: comunidades religiosas ou místicas, grupos refugiados de seus territórios originais, comunidades clandestinas, fictícias, utópicas ou aquelas constituídas nos universos subterrâneos de vivências corporais, sexuais.
É esse horizonte que se faz presente nas obras de autoria de artistas indígenas ou de povos originários do Brasil, Estados Unidos, Canadá, México, Peru e Nova Zelândia com trabalhos que tencionam as questões presentes no fazer e na representação dessas culturas na arte e no mundo (obras de Alberto Guarani, Jim Denomie, Alto Amazonas Audiovisual, Claudia Martínez Garay e outros), nas obras que abordam o universo cuir/LGBT (como Aykan Safoglu, Megan-Leigh Heilig, Nilbar Güres, Paulo Mendel & Vitor Grunvald), questões raciais (Emo de Medeiros, Nelson Makengo, Thierry Oussou, Jonathas de Andrade etc), conflitos fronteiriços. A essas e tantas obras vem somar-se projetos de cinco artistas convidados – Andrea Tonacci, Hrair Sarkissian, Teresa Margolles, Rosana Paulino e Thierry Oussou.
A Bienal divide-se em três plataformas: exposição, programas públicos e publicações.
Exposição
Obras dos 50 artistas selecionados e cinco convidados estão distribuídas no térreo, terceiro, quinto e sexto andares. Ao longo do percurso de mais de 60 obras e duas coleções, o visitante vai se deparar com uma videoinstalação inédita de Rosana Paulino, bandeiras feitas por Mônica Nador e pelo coletivo JAMAC, uma coleção de joias africanas adquirida pelo MAE-USP nos anos 1970 e nunca exibida a público, um totem memorial desenvolvido pelo artista neozelandês Brett Graham, uma instalação de mosaicos islâmicos feita de areia que será varrida na abertura da exposição pela artista saudita Dana Awartani, os visitantes poderão participar e ativar a obra RESISTA do coletivo Chameckilerner, ações com o público programadas pelo coletivo #VOTELGBT, obras de povos originários e indígenas, como o trabalho de Alberto Guarani, além de vídeos, fotografias, pinturas e instalações em diferentes formatos capazes de propiciar ao visitante contato íntimo e imersivo com o tema da Bienal.
Programas Públicos
Uma programação de performances, debates, programas de filmes e ações com o público se estende pelos três meses da exposição (consulte dias e horários em bienalsescvideobrasil.org.br). Dentro dessa grade, um dos destaques é o seminário "Comunidades Imaginadas", que ao longo de seis dias (15, 16 e 17 de outubro; 12, 13 e 14 de novembro) reúne convidados nacionais e internacionais para debater os temas diretamente ligados à exposição - Lucy Lippard, Vladimir Safatle, Suely Rolnik, Guilherme Wisnik, Maria Rita Khel, Amara Moira, Ampam Karakras, Laymert Garcia dos Santos, entre outros.
Publicações
A Bienal traz consigo o lançamento de duas publicações impressas bilingues: o catálogo ganha contornos de um Livro de Artista, com ensaios de três autores convidados – Glagys Tzul Tzul, Bonaventure Ndikung e Erica Moiah. Resultante do seminário internacional "Comunidades Imaginadas", o Livro de Leituras, a ser lançado após a realização dos seminários, derivará de uma seleção das falas desenvolvidas nas mesas de debate. Vale destacar ainda a produção de um audioguia e projetos de conteúdo desenvolvidos especialmente para o site e ambiente digital.
LISTA DE PARTICIPANTES
Adrian Balseca (Equador), Ahmad Ghossein (Líbano), Alberto Guarani (Brasil), Alto Amazonas Audiovisual (Brasil), Ana Carvalho, Ariel Kuaray Ortega, Fernando Ancil, Patrícia Para Yxapy, (Brasil), Andrea Tonacci (Itália / Brasil), André Griffo (Brasil), Aykan Safoglu (Turquia / Alemanha), Brett Graham (Nova Zelândia), Chameckilerner (Brasil / Estados Unidos), Clara Ianni (Brasil), Claudia Martínez Garay (Peru / Países Baixos), Dana Awartani (Arábia Saudita), Ellie Kyungran Heo (Coreia Do Sul / Reino Unido), Emo De Medeiros (França / Benin), Erin Coates (Austrália), Ezra Wube (Etiópia / Estados Unidos), Federico Lamas (Argentina), Gabriela Golder (Argentina), George Drivas (Grécia), Georges Senga (República Democrática Do Congo), Hiwa K (Iraque / Alemanha), Hrair Sarkissian (Síria / Reino Unido), Jim Denomie (Estados Unidos), Jonathas De Andrade (Brasil), Julia Mensch (Argentina), Köken Ergun (Turquia), Luiz De Abreu (Brasil), Marilá Dardot (Brasil), Marton Robinson Palmer (Costa Rica), Maya Shurbaji (Síria), Megan-Leigh Heilig (África Do Sul / Bélgica), Mohau Modisakeng (África Do Sul), Mônica Nador (Brasil), Movimento De Luta Nos Bairros, Vilas E Favelas (Brasil), Natalia Skobeeva (Rússia / Reino Unido), Nelson Makengo (República Democrática Do Congo), Nidhal Chamekh (Tunísia / França), Nilbar Güres (Turquia / Estados Unidos), No Martins (Brasil), Noe Martinez (México), Omar Mismar (Líbano), Paul Rosero Contreras (Equador), Paulo Mendel e Vitor Grunvald (Brasil), Roney Freitas e Isael Maxacali (Brasil), Rosana Paulino (Brasil), Sadik Afraji (Iraque / Países Baixos), Tang Kwok Hin (China), Teresa Margolles (México), Thanh Hoang (Vietnã), Thierry Oussou (Benin / Países Baixos), Tiecoura N'daou, (Mali), Tomaz Klotzel (Brasil), #VoteLGBT (Brasil), Ximena Garrido-Lecca (Peru).
SOBRE O VIDEOBRASIL
O Videobrasil é uma plataforma de arte e uma associação cultural que pesquisa e difunde a produção artística das regiões do Sul geopolítico do mundo – América Latina, África, Leste Europeu, Ásia e Oriente Médio. Criado e dirigido por Solange Farkas, integra uma rede de ações que inclui exposições, mostras, publicações, documentários, encontros e residências artísticas. Com mais de mil obras em vídeo e quatro mil itens, seu acervo é referência para conservação de vídeos, videoinstalações e registros de performance no continente.
SOBRE O SESC
O Sesc – Serviço Social do Comércio é uma instituição privada, sem fins lucrativos, criada em 1946 pelos empresários do comércio e de serviços presente em todo o Brasil. No estado de São Paulo, o Sesc conta com 40 unidades, em sua maioria, instalações que congregam suas áreas de atuação nos campos da Cultura, Educação, Esportes, Lazer e Saúde. As ações do Sesc São Paulo se norteiam por seu caráter educativo e pela busca do bem-estar social com base em uma compreensão ampla do termo cultura.