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março 21, 2018
Fundação Iberê Camargo divulga selecionados no edital para exposições
Projetos Náufragos na correnteza do tempo, de Denise Gadelha, e Avesso, de Andressa Cantergiani e Maurício Ianês, foram escolhidos para serem exibidos na instituição em 2018
A Fundação Iberê Camargo – instituição cultural com sede em Porto Alegre/RS – revelou nesta quinta-feira, 15 de março, os selecionados no edital para a realização de exposições temporárias, cujas inscrições se encerraram no dia 15 de fevereiro. Foram escolhidos os projetos Náufragos na correnteza do tempo, de Denise Gadelha, e Avesso, de Andressa Cantergiani e Maurício Ianês.
O edital recebeu 57 inscrições (27 homologadas), de artistas de nove estados brasileiros e três nacionalidades. A seleção dos projetos envolveu a Comissão Técnica da Fundação Iberê Camargo e teve decisão do Júri Convidado, composto pela curadora, crítica e pesquisadora em artes visuais Gabriela Motta e pelo artista visual Luiz Roque.
Segundo o diretor artístico da Instituição, Bernardo José de Souza, a comissão julgadora levou em conta a profundidade conceitual dos projetos apresentados, a contemporaneidade do discurso, a excelência formal e a coerência entre a proposta e os currículos dos artistas integrantes. “O objetivo do edital foi oferecer aos artistas e curadores brasileiros e estrangeiros residentes no país uma alternativa para o desenvolvimento de suas atividades, e garantir uma programação mais diversa e dinâmica à Fundação, alinhada à sua atual postura de maior diálogo com a comunidade artística”, completa.
As duas propostas selecionadas serão exibidas em 2018 – sendo uma ainda neste semestre, e a outra no segundo semestre do ano –, com duração entre cinco e oito semanas cada uma. Os selecionados também receberão R$ 10.000,00 (dez mil reais) para custeio de despesas de execução.
Conheça os projetos e os artistas:
Náufragos na correnteza do tempo, de Denise Gadelha
A exposição é uma série de trabalhos desenvolvidos a partir de fotografias que foram atingidas por um drástico vazamento de água ocorrido no antigo atelier da artista, em Porto Alegre. O espaço ficou fechado por três meses, criando em seu interior um microclima que afetou as superfícies das obras de Gadelha. O que normalmente seria considerado como uma trágica decomposição, é tomado pela artista como transmutação.
Denise Gadelha (1980, Belém, PA, Brasil) é mestre em Poéticas Visuais pelo Programa de Pós-graduação em Artes Visuais da UFRGS. Atua como artista, professora, ensaísta e curadora; tomando todas as práticas como ações artísticas. Vive e trabalha em São Paulo. Em 2017 participou das mostras Antilogias: o fotográfico na Pinacoteca (Pinacoteca de São Paulo), O que a Imagem Não Revela (ISLA, São Paulo) e De Rerum Natura (Camera F. “Marginalia Museum”, Lugano, Suíça). Organizou a mostra Photo-Paged (Centre de la Photographie Genève, Suíça), TransNaturae (MIA-Photo, Milão, Itália), e os eventos Livrotecagem + Escambo (Galeria Vermelho /ação itinerante da SP-Arte/Foto 2017).
Avesso, de Andressa Cantergiani e Maurício Ianês
O projeto é uma ocupação performática do prédio da Fundação Iberê Camargo, buscando tornar visíveis as estruturas físicas e humanas do espaço. Contando com a presença dos artistas aos finais de semana, a ação-instalação terá com a participação do público, propondo um questionamento de como as relações são criadas dentro de um espaço artístico.
Andressa Cantergiani (1980, Caxias do Sul, RS, Brasil) é doutoranda em poéticas visuais no PPGAV-UFRGS. Mestre em Performance pelo Programa de Comunicação e Semiótica da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2008). Vive e trabalha em Porto Alegre/RS. Em sua produção recente destacam-se: Quaseuma Ilha, curadoria e Vídeoperformance (Galeria Península, Porto Alegre/RS,2014); Aterro, performance e exposição individual (Prêmio MINC-Intercâmbio Brasil/Cultura. Galeria Guillherme Cossoul. Lisboa, 2015); Jogos de Aproximação, residência artística e exposição coletiva (Galeria Península, Porto Alegre/RS, 2015); Exposição Coletiva Memórias e Identidades (Museu dos Direitos Humanos, Fórum Social Mundial. Porto Alegre, 2016); Residência artística Terra Una/MG (2016); Residência artística no Museu Bispo do Rosário de Arte Contemporânea, RJ (2016); Exposição individual Trance (Espaço Saracura, RJ, 2017); PPPP - Programa Público de Performance Península, concepção e curadoria (Porto Alegre/RS, 2016/2017).
Maurício Ianês (1973, Santos, SP, Brasil) é formado pela Faculdade de Artes Plásticas da Fundação Armando Álvares Penteado, São Paulo, SP. Vive e trabalha em São Paulo, SP. Seu trabalho questiona as linguagens verbal e artística, suas possibilidades expressivas e limites, suas funções políticas e sociais, muitas vezes propondo a participação do público em suas ações para criar situações de troca onde a linguagem e os seus desdobramentos sociais entram em jogo. Ianês busca referências e influências em filosofia, poesia, crítica social, literatura e música. Ações e performances que buscam questionar a relação entre espectador e artista, tirando o espectador do papel de observador passivo e transformando-o em parte importante da criação da obra são parte importante do trabalho de Ianês. Já participou de importantes exposições nacionais e internacionais, como as 28ª e a 29ª Bienais Internacionais de São Paulo, SP; Des Choses en Moins, Des Choses en Plus (Palais de Tokyo, Paris, França); Avante Brasi” (KIT Kunst im Tunnel, Düsseldorf, Alemanha); Il Va se Passer Quelque Chose (Maison de L’Amérique Latine, Paris, França) e Chambres Sourdes (Parc Culturel de Rentilly, França).