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maio 22, 2017
Frestas - Trienal de Artes do Sesc anuncia artistas da 2ª edição a partir 12 agosto, em Sorocaba
Com o tema “Entre Pós-Verdades e Acontecimentos” e curadoria de Daniela Labra, a Trienal conta com projetos de 58 artistas contemporâneos, de 13 países e diferentes gerações, questionando as ambiguidades formais e conceituais presentes nas artes e as duvidosas verdades dos discursos midiáticos cotidianos
Além da exposição, em uma área de 2.300 m2 que será construída no Sesc Sorocaba, Frestas terá instalações em prédios históricos, comércios e espaços públicos da cidade
Daniel Senise, Dias & Riedweg, Guerrilla Girls, Francesca Woodman, Panmela Castro, Teresa Margolles e Wanda Pimentel estão entre os participantes
O Sesc acaba de anunciar a lista dos artistas que participarão da 2ª edição de “Frestas – Trienal de Artes”, que será realizada entre os meses de agosto e dezembro de 2017, na cidade de Sorocaba, a 90 km da capital paulista. A trienal, idealizada pela equipe do Sesc, busca promover o intercâmbio entre artistas locais, regionais e internacionais, estimular pesquisas e estudos sobre a arte contemporânea e ainda proporcionar o acesso a variadas formas de manifestação cultural no interior de São Paulo, em um movimento de descentralização dos polos de arte contemporânea.
Tendo como prerrogativa o tema “Entre Pós-Verdades e Acontecimentos”, o projeto da curadora e crítica de arte Daniela Labra selecionou, até o momento, 58 artistas contemporâneos, de diferentes gerações, cujos trabalhos nos levam a refletir sobre as ambiguidades e indefinições nas artes e as duvidosas verdades dos discursos midiáticos cotidianos.
Ao olharmos para o contexto de nosso tempo, saturado de informações incompletas e estímulos de consumo ininterruptos, a proposta curatorial aponta caminhos para refletir acerca da impossibilidade de definir Verdade e Real, tanto nas narrativas políticas globais, sustentadas por redes de memes, falsos profetas e populismos midiáticos, como também na arte, cujas certezas sobre sua natureza academicamente regrada começa a ruir nas primeiras vanguardas Modernas no final do Século XIX”, diz a curadora geral, que tem Yudi Rafael como curador assistente desta edição de Frestas.
Durante os quatro meses da Trienal, serão apresentadas cerca de 160 obras, entre projetos comissionados, performances, memes-obras (feitas exclusivamente para a internet), residências artísticas e intervenções urbanas. A programação traz também conferências internacionais, debates, oficinas, vivências, espetáculo de teatro e show musical.
Explorando premissas como: ambiguidades formais e transdisciplinaridade, temporalidades e registros, performatividade, questões de gênero e sexualidade, artisticidade e crítica social, a exposição acontece em uma área de 2.300 m2 que será construída no estacionamento do Sesc Sorocaba especialmente para a mostra. Frestas ocupará ainda outros espaços da cidade, com instalações e intervenções em ruínas históricas, estabelecimentos comerciais, outras instituições, terrenos e espaços públicos de grande circulação.
O projeto educativo de Frestas 2017 terá curadoria de Fabio Tremonte e a curadoria editorial é de Ana Maria Maia e Júlia Ayerbe. O projeto gráfico é de autoria de Julia Masagão e o projeto expográfico do Estúdio Gru.
ARTISTAS PARTICIPANTES
A seleção de artistas da 2ª edição da Trienal de Artes do Sesc traz cerca de 40 artistas nacionais e 18 artistas internacionais de 12 países: Alemanha, Argentina, Áustria, Cuba, Espanha, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Guatemala, Japão, México e Peru.
Entre os brasileiros, estão Daniel Senise, que apresenta um projeto inédito com fotografias e impressões do piso do antigo refeitório dos funcionários da estação da Estrada de Ferro Sorocabana; Wanda Pimentel, com telas e relevos pouco conhecidos de temas urbanos e femininos, pertencentes à coleção Sattamini/MAC Niterói; Dias & Riedweg, que fazem uma instalação a partir do trabalho fotográfico de Charles Hovland; e Panmela Castro, jovem grafiteira e ativista feminista, que utilizará o muro do Palacete Scarpa, sede do Secretaria de Cultura de Sorocaba, para realizar uma intervenção artística.
Da lista internacional, destaque para a fotógrafa norte-americana Francesca Woodman (1958-1981), com um conjunto de imagens de diversas coleções particulares do Brasil, que revelam força e urgência em seus sujeitos (muitas vezes ela própria) retratados de forma indefinida e esfumaçada; a mexicana Teresa Margolles, que criou uma coleção de joias em ouro 18 quilates com estilhaços de bala ou vidro retirados de corpos de vítimas da guerra do narcotráfico em seu país; e o coletivo de artistas feministas Guerrilla Girls, criado há mais de 30 anos nos Estados Unidos, que levam à Sorocaba o “Departamento de Reclamações” (apresentado pela primeira vez na Tate Modern, em Londres, em 2016), convidando o público a entrar no local e registrar qualquer tipo de reclamação.
Confira a lista de artistas confirmados do 2º Frestas – Trienal de Artes:
André Komatsu (São Paulo, Brasil)
Angélica Freitas (Pelotas, Brasil)
Bruno Baptistelli (São Paulo, Brasil/Budapeste, Hungria)
Bruno Mendonça (São Paulo, Brasil)
Celina Portella (Rio de Janeiro, Brasil)
Cleverson Salvaro (Belo Horizonte, Brasil)
Daniel Caballero (São Paulo, Brasil)
Daniel Escobar (Porto Alegre, Brasil)
Daniel Lie (São Paulo, Brasil)
Daniel Senise (Rio de Janeiro, Brasil)
Daria Martin (Londres, Grã- Bretanha)
Deborah Engel (São Paulo, Brasil)
Denis Darzacq (Paris, França)
Diango Hernández (Sancti Spíritus, Cuba)
Dias & Riedweg (Rio de Janeiro, Brasil/ Lucerna, Suíça)
Edson Barrus (Carnaubeira da Penha, PE, Brasil)
Fabiano Marques (São Paulo, Brasil)
Fabio Noronha (Curitiba, Brasil)
Francesca Woodman (Denver, EUA - 1958-1981)
Gala Berger (Villa Gesell, Argentina)
Georges Rousse (Paris, França)
Gervane de Paula (Cuiabá, Brasil)
Graziela Kunsch (São Paulo, Brasil)
Guerrilla Girls (Nova Iorque - Los Angeles, EUA)
Gustavo Speridião (Rio de Janeiro, Brasil)
Héctor Zamora (Cidade do México, México)
Hito Steyerl (Munique, Alemanha)
Irene de Andrés (Ibiza, Espanha)
Letícia Ramos (São Paulo, Brasil)
Lina Kim (São Paulo, Brasil/ Berlim, Alemanha)
Marcius Galán (São Paulo, Brasil)
Maria Thereza Alves (São Paulo, Brasil/ Berlim, Alemanha)
Marko Lulic (Viena, Áustria)
Matheus Rocha-Pitta (Tiradentes, Brasil)
Michael Wesely (Berlim, Alemanha)
Miro Spinelli (Nova Friburgo, RJ, Brasil)
NUNCA (São Paulo, Brasil)
O Nome do Boi (Várias cidades, Brasil)
On Kawara (Kariya, Japão - 1932-2014)
Panmela Castro (Rio de Janeiro, Brasil)
Pedro França (Rio de Janeiro, Brasil)
Rafael Alonso (Rio de Janeiro, Brasil)
Rafael RG (São Paulo, Brasil)
Raul Mourão (Rio de Janeiro, Brasil)
Reynier Leyva Novo (Havana, Cuba)
Ricardo Cástro (Rio de Janeiro, Brasil)
Rivane Neuenschwander (Belo Horizonte, Brasil)
Sandra Monterroso (Cidade de Guatemala, Guatemala)
Sergio Zevallos (Lima, Peru/ Berlim, Alemanha)
Simone Cupello (Rio de Janeiro, Brasil)
Susan Hiller (Londres, Grã Bretanha)
Teresa Margolles (Culiacán, México)
Thiago Honório (São Paulo, Brasil)
Traplev (Caçador, SC, Brasil)
Wanda Pimentel (Rio de Janeiro, Brasil)
Yara Pina (Goiânia, Brasil)
Yvon Chabrowski (Berlim, Alemanha)
Zé Carlos Garcia (Rio de Janeiro, Brasil)
SOBRE A CURADORA
Nascida no Chile, em 1974, Daniela Labra se mudou com a família para o Brasil ainda criança. Curadora independente e crítica de arte, é Pós-doutora em Estéticas da Comunicação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Desenvolve projetos de curadoria, escrita crítica e pesquisa na área de artes visuais, com ênfase na produção contemporânea, e atua principalmente com temas ligados à arte brasileira contemporânea, performance arte e história social e produção cultural do Sul global.
Em parceria com a Galeria Vermelho, de São Paulo, Labra desenvolveu, em 2005, o projeto inicial da VERBO – Mostra de Performance Arte e tem entre as principais curadorias o Festival Performance Presente Futuro, Oi Futuro, RJ (2008-2010), o Festival Performance Arte Brasil, MAM-RJ (2011), a exposição “Depois do Futuro”, EAV – Parque Lage, RJ (2016), e “Das Virgens em Cardumes e da Cor das Auras”, no Museu Bispo do Rosário Arte Contemporânea, RJ (2016-17).
Foi professora de Teoria e Arte Contemporânea na EAV – Parque Laje, no Rio de Janeiro, e de 2014 e 2016, colaborou como crítica de artes plásticas no jornal O Globo. Atualmente, reside e trabalha entre o Rio de Janeiro e Berlim.
FRESTAS
Desde a inauguração de sua sede, em 2012, o Sesc Sorocaba buscava estruturar um projeto capaz de retomar as atividades desenvolvidas em colaboração com os artistas da cidade na década de 1990, no projeto Terra Rasgada, realizado em parceria com a Secretaria de Estado da Cultura.
A partir dessa experiência, surgiu o Frestas, que também carrega no título o sentido do nome Sorocaba, que, traduzido do tupi-guarani, significa o “lugar da rasgadura”. Intitulada “O que seria do mundo sem as coisas que não existem?”, a 1ª edição de Trienal de Artes foi realizada entre outubro de 2014 e maio de 2015, com curadoria geral de Josué Mattos.
SOBRE O SESC
O programa de artes visuais do Sesc São Paulo está presente em todas as unidades da rede e lida prioritariamente com as manifestações da arte contemporânea, tendo como alicerce fundamental propostas e dinâmicas educacionais. Contempla exposições relacionadas à Arte Brasileira, Arte Latino-Americana, Arte Internacional, Arte Popular, História das Artes Visuais, Arquitetura e Design, Ilustração e Quadrinhos e Fotografia. Além do programa de artes visuais, o Sesc oferece também atividades relacionadas as linguagens artísticas de teatro, dança, música, circo, cinema e literatura, ações relacionas ao turismo social, saúde, educação ambiental e programas especiais para crianças, jovens e idosos. A instituição conta ainda com o Portal SescSP, o SescTV, as Edições Sesc e o Selo Sesc, e diversas revistas. O Sesc desenvolve, assim, uma ação de educação informal e permanente com intuito de valorizar as pessoas ao estimular a autonomia, a interação e o contato com expressões e modos diversos de pensar, agir e sentir.