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agosto 28, 2014
Prêmio Gravura EAV + Mul.ti.plo: mostra de selecionados na EAV Parque Lage, Rio de Janeiro
Um baiano, uma paulista e um carioca expõem, a partir de 29 de agosto, o resultado da imersão do Prêmio Gravura EAV Parque Lage + Mul.ti.plo e disputam bolsa na Scuola Internazionale di Grafica
Os três artistas selecionados na primeira etapa do Prêmio Gravura EAV Parque Lage + Mul.ti.plo, promovido pela Escola de Artes Visuais e a galeria carioca, se preparam para expor o resultado dos 20 dias de imersão nas oficinas de gravura do Parque Lage – e descobrir qual dos três será premiado com uma bolsa artística na Scuola Internazionale di Grafica, em Veneza. A partir de 29 de agosto, as gravuras em metal do baiano João Oliveira, as serigrafias sobre tecido da paulista Mariana Abasolo e as gravuras em côncavo (papel Panamá e técnica mista) do carioca Marcelo Oliveira estarão em exposição na Galeria EAV, no Parque Lage. E até 17 de setembro sai o resultado – o premiado voa para a Itália em outubro.
“Foi uma experiência incrível estar totalmente imerso no trabalho, pensar apenas nisso 24 horas por dia, durante quase um mês. E o fato de estar longe de casa inspirou o projeto que desenvolvi neste tempo, que fala de memórias, de lembrança, de saudade”, conta João Oliveira, que apresenta um políptico na exposição, formado por várias gravuras em metal. Marcelo Oliveira também foi para a imersão sem um plano de trabalho. Ao chegar lá, descobriu: “Trabalhei com a relação afetiva que travei com as pessoas do entorno do Parque Lage: os moradores de comunidades próximas, o vendedor de entrega em domicílio de guaraná... O resultado é um trabalho de crítica e de reflexão sobre o contraste social que a gente vê em todo lugar”, explica o artista carioca.
Já a paulista Mariana Abasolo trabalhou em uma serigrafia sobre tecido, um tríptico de bandeiras – fictícias, mas realizadas a partir do estudo dos componentes visuais de bandeiras existentes. “Movi esse artefato para fora do seu sistema e o reconectei a outra lógica semântica, na tentativa de criar uma narração paralela ao sistema. As bandeiras surgem como forma de reformular algumas noções de geografia, história e geopolítica, uma maneira de tornar sua teoria redundante; transformar esses sistemas de conhecimento até que eles se tornem caricaturas de si mesmos”, explica Mariana, que afirma que este é um trabalho sobre o poder da normalização e a legitimidade dos sistemas de conhecimento, mas principalmente sobre a fragmentação das nações e dos territórios.
SOBRE OS ARTISTAS
João Oliveira
1989, Salvador, BA
Vive e trabalha em Salvador, BA
Estudou artes visuais e licenciatura em desenho e plástica na Escola de Belas Aartes da Universidade Federal da Bahia (eba/ufba) e litogravura e gravura em metal nos cursos regulares das oficinas do museu de arte moderna da Bahia. Desenvolve o projeto “se preferir, adoce.”, que investiga e busca na memória íntima e no devaneio da lembrança, elaborar uma produção artística relacionada à gravura e ao desenho expandidos.
Fez sua primeira individual em 2011 e participou de exposições em galerias e museus, via seleção e/ou editais, como Esterno, Circuito das Artes, Tomar Coca-cola com você, Cabra Cega, Escultura Nova, Como Refazer o Mundo e Esquizópolis, respectivamente no Museu de Arte Contemporânea Raimundo Oliveira, nas galerias do Conselho e Cañizares, galeria Carlo Barbosa-cuca, Aliança Francesa, galeria Acbeu, onde têm obras no acervo, Luiz Fernando Landeiro Aarte Contemporânea e no Museu de Arte Moderna da Bahia.
Participou do Imprima – Salão Internacional de Gravura (Sobral, CE), da XI Bienal do Recôncavo (Cachoeira, BA), das residências Cambio 14 (México, d.f), e Prêmio de Gravura EAV Parque Lage e Mul.ti.plo Espaço Arte (Rio de Janeiro, RJ), do 65º Salão de Abril (Fortaleza, CE), e dos Salões de Artes Visuais da Bahia, onde recebeu menções especiais e foi premiado. É representado pela galeria RV Cultura e Arte.
Marcelo Oliveira
1971, Rio de Janeiro, RJ
Vive e trabalha no Rio de Janeiro
A partir da observação da cidade, do que está ao redor. Das cenas do cotidiano, de algo que desperta para o olhar ou dos cartazes populares que anunciam produtos e serviços são extraídos os meios pelo qual o enredo vai sendo traçado. O contexto das comunidades, fora da norma culta e bem aceita, as relações de afeto e as reflexões políticas são a massa que dá forma e liga às imagens que nascem.
Estes são os nortes das pesquisas atuais, porém a carreira teve início em 1999, nas oficinas de criação artísticas da Uerj, e depois, com José Maria Dias da Cruz, no Parque Lage. Atualmente freqüenta o atelier de gravura do Sesc Tijuca, sob orientação de Gian Shimada.
Mariana Abasolo
São Paulo, 1986
Vive e trabalha em São Paulo
Formação acadêmica: Graduação em artes plásticas pela UFRJ - 2004 a 2007; Graduação em tecnologia e mídias digitais pela PUC SP - 2009 a 2013
Exposições Individuais:
2010 Fé no Mistério. Espaço +SOMA, São Paulo, Brasil
2008 MDPF. Fundação Cultural Ormeo Junqueira Botelho, Cataguases, Brasil
Exposições Coletivas:
2014 Projeto Múltiplo. Red Bull Station, São Paulo, Brasil
2013
NBP. Pinacoteca do Estado de São Paulo, São Paulo, Brasil
OA. Museu da Imagem e do Som, São Paulo, Brasil.
Bote vertical. Phosphorus, São Paulo, Brasil
2012
Salisbury International Arts Festival. Salisbury, Reino Unido
Fantasmas. Espacio Niceta, Buenos Aires, Argentina
Fantasmas. Neblinaº, Rio de Janeiro, Brasil
14A1. RV Galeria, Salvador, Brasil
Girlcore. Orange Dot Gallery. Londres, Reino Unido
2011
Causas Naturais. Mini Galeria, Belo Horizonte, Brasil
Por que eu gosto de você? Cartel, São Paulo, Brasil