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dezembro 9, 2010
Paço das Artes - temporada de projetos 2011: Selecionados
Informações gerais: foram 416 inscritos no Edital Temporada de Projetos 2011. A maioria dos projetos enviados apresentava trabalhos em pintura e desenho, poucas instalações e trabalhos em mídias digitais. A maioria dos projetos é da região sudeste (eixo Rio-SP), com alguns representantes do Sul do país.
Selecionados
Projeto de curadoria:
Daniela Mattos: o projeto selecionado, A performance da curadoria, propõe uma exposição coletiva composta pelos artistas Yiftah Peled, Margit Leisner, Micheline Torres, Mariana Marcassa, Aslan Cabral e Alexandre Sá. A mostra será composta por performances, partituras de performances e vídeos (com registros de ações realizadas), criada em um processo de autoria compartilhada e dialógica, a partir das trocas estabelecidas entre a curadora e os artistas convidados.
Projetos artísticos:
- Daniela Seixas - A artista carioca Daniela Seixas foi selecionada com a proposta de exposição individual A riscar, composta por: 1- Sem título (vídeo): uma mão risca uma folha de papel em branco com caneta esferográfica azul, até preenchê-la por completo; 2- Projeto para mares, horizontes e afins: desenho-instalação realizado a partir do mesmo processo visto no vídeo; com o desenho colocado sobre uma mesa cujo tampo fica no nível dos olhos, torna-se um objeto, a ser observado em suas ondulações e propriedades físicas e formais; 3- Ensaios sobre falésias (instalação): uma linha é construída na parede com as cargas de canetas utilizadas no processo.
- Elisa de Magalhães - A instalação A Vida dos Outros: Parque Laje consiste em “uma experiência de filme-labirinto”, formado por fotos tiradas do apartamento da artista, com vista para a favela do Parque Laje, no Rio de Janeiro. O labirinto de Elisa Magalhães remete à geografia das favelas cariocas. Suas ruelas e bifurcações, formadas por fotos, conduzem o espectador ao seu interior, mas sem a senha para chegar ao centro, que nada guarda, nem à saída.
- Felippe Moraes – A exposição Construção é proposta pelo artista como uma metáfora da condição humana de ser uma obra em progresso. A área externa das paredes do núcleo da exposição será recoberta por tapumes, sobre os quais serão projetados vídeos da série Encarnado, em que um operário executa tarefas prosaicas mas simbólicas, como subir escadas, acender e apagar luzes, atravessar portas. A área interna é preenchida por cinco trabalhos: 1- a obra π (PI), desenho sobre parede das 10 mil primeiras casas decimais dessa constante matemática; 2- Entranha, um buraco feito por marretadas no drywall que revela uma parede interna dourada, como que há muito esquecida dentro daquele ambiente escuro; 3- a instalação A Gênese, em que um prumo, antigo instrumento para nivelar construções, desce do teto em direção ao chão, quase tocando o cume de um montículo de terra; 4- Quatro Paredes Mágicas, que consiste em uma projeção sobre uma planta do Paço das Artes desenhada à mão sobre a parede; e 5- Projeto e Execução, constituído por dois martelos fincados à parede, um de madeira e metal e outro de resina translúcida com um prego dentro.
- Iara Freiberg - A artista apresentou o projeto Invasão, em que pequenos ambientes arquitetônicos serão embutidos nas paredes, conectados entre si por longos corredores, multiplicando-se e espalhando-se pelo espaço, formando um minilabirinto. Ambientes inventados, espaços irreais, muitas vezes sem sentido e quase oníricos, ganham várias dimensões neste trabalho, levando o público a questionar sua relação com o espaço.
- Ivan Grilo – Para a exposição Ninguém, o artista propõe três trabalhos inéditos. Comum união é uma instalação de parede constituída por 225 fotografias de arquivo familiar recortadas e recombinadas digitalmente. Identidade é um díptico de grande formato composto por dois trabalhos de impressão de carimbo-datador sobre papel vegetal, montados em caixa de madeira; com o carimbo, são desenhados retratos do início do século XX, período retratado em todas as obras da exposição. Aparição é um trabalho de aplicação de verniz spray diretamente na parede do espaço; a obra apresenta dois retratos de uma mulher em dois momentos, antes e depois de tornar-se freira.
- Lais Myrrha - O vídeo Coluna Infinita (do programa Zona de Instabilidade), que tem como referência A coluna infinita de Brancusi, apresenta a imagem de uma coluna formada pelo empilhamento contínuo de sacos de cimento. O vídeo começa com a coluna já ocupando o limite da projeção. A sensação de que a pilha está crescendo se dá pela oscilação causada pelo aumento da compressão dos sacos de cimento, pela formação de nuvens de pó de cimento e pelo áudio. A coluna nunca irá tombar, apesar da constante expectativa da derrocada.
- Lucas Arruda, Mariana Galender, Mariana Serri e Mariana Tassinari – O projeto selecionado, Paisagens à margem, propõe uma exposição coletiva composta por obras desses quatro jovens artistas paulistanos, a fim de gerar relações entre suas pesquisas individuais. A proposta visa a experimentar a contaminação entre os trabalhos, buscando novas inter-relações entre eles, bem como entre as linguagens que exploram (pintura e fotografia).
- Rafael Alonso - A exposição Pilhagem é composta por pinturas e objetos de Rafael Alonso. Sua poética é constituída a partir de experiências com situações mundanas que poderiam se perder no limbo do cotidiano. O artista se apropria de procedimentos, materiais e imagens da cidade para construir suas obras.
- Marina Camargo e Romy Pocztaruk - O coletivo composto por Marina Camargo e Rony Pocztaruk apresenta o projeto Percursos Simulados, exposição de fotografias e vídeos cuja proposta é pensar a vivência do espaço urbano através de deslocamentos, viagens ou experiências com elementos das cidades. Os percursos realizados em diversas cidades pelas duas artistas são ponto de partida para a criação das imagens apresentadas, que guardam como elemento comum seu olhar passageiro sobre os lugares, o estranhamento constante do viajante. Os percursos são reais, mas a narrativa visual que se forma no encontro das fotografias de Romy Pocztaruk e Marina Camargo é fictícia, um percurso simulado que toma forma na exposição.