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agosto 30, 2007

Catálogos MAMAM: Eudes Mota

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Catálogos MAMAM: Eudes Mota

Preço: R$ 17 + correio

Como comprar: clique aqui para se informar

Formato fechado: 16 x 20 cm
Nº páginas: 32
Impressão: offset, 4 x 4 cores
Peso: 113g
Edição bilíngüe: português/inglês
Texto: Moacir dos Anjos
Tradução: Paul Webb
Projeto gráfico: Zolu design
Fotos: Flávio Lamenha
Exposição: 16 de junho a 7 de agosto de 2005
Organização: Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães - MAMAM, Prefeitura do Recife


Fragmento do texto Do rigor e do prosaico, de Moacir dos Anjos

As pinturas de Eudes Mota não resultam do acaso, mas de uma reflexão continuada sobre os significados e a importância que a expressão pictórica pode ainda deter no mundo contemporâneo. Tal questionamento - pouco programático, porém orientador de sua trajetória - faz com que suas pinturas maduras claramente remetam a duas tradições artísticas distintas, sem que, por isso, padeçam de ambigüidade estilística. Por um lado, são devedoras de um interesse pela abstração geométrica do espaço vivido, cujas formulações mais radicais foram feitas, nas primeiras décadas do século XX, pelos russos Kasemir Malevitch (1878-1935) e Alexander Rodchenko (1891-1956), e pelos holandeses Piet Mondrian (1872-1944) e Theo Van Doesburg (1883-1931) Por outro lado, traem um fascínio pela trilha de investigação inaugurada, à mesma época. pelo francês Marcel Duchamp (1887-1968), ocupada em inserir e legitimar, no campo restrito da arte, objetos e imagens banais do cotidiano. Embora discordantes em quase tudo, essas duas vertentes se aproximam por aludirem _ implícita ou explicitamente - ao fim da pintura. Uma, pelo abandono gradual da representação (seja ela mimética ou subjetiva) e redução do próprio espaço pintado em arena auto-referente, onde um redundante "grau zero" da pintura seria supostamente atingido A outra, por assumir, radicalmente, as implicações da mecanização extrema da vida moderna - inclusive das ações relacionadas ao ate de pintar - e questionar, em conseqüência disso, a especificidade do meio frente a quaisquer outros artefatos de utilidade comum.

Embora seja evidente que a pintura contemporânea tenha sobrevivido aos discursos teleológicos das vanguardas modernas, são poucos os pintores que, como Eudes Mota, refletem sobre esse anunciado fim - sempre adiado para um futuro incerto - de modo crítico, valendo-se dos procedimentos básicos que definem o meio e incorporando, simultaneamente, assuntos e ações que põem à prova sua continuada pertinência. Nos trabalhos da série "Gráfico" - desenvolvida, em simultâneo a outras citadas adiante, ao Iongo de vários anos -, o artista traduz anotações da vida ordinária para o espaço codificado da tradição geométrica da pintura.

Posted by João Domingues at 4:19 PM