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agosto 24, 2007

Catálogos MAMAM: Oswaldo Goeldi

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Catálogos MAMAM: Oswaldo Goeldi

Preço: R$ 17 + correio

Como comprar: clique aqui para se informar

Formato fechado: 16 x 20cm
Nº páginas: 32
Impressão: offset, 4 x 4 cores
Peso: 81g
Edição bilíngüe: português/inglês
Texto: Moacir dos Anjos
Tradução: Paul Webb
Projeto gráfico: Zolu design
Fotos: Flávio Lamenha
Exposição: 10 de dezembro de 2003 a 15 de fevereiro de 2004
Organização: Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães - MAMAM, Prefeitura do Recife


Fragmento do texto Testamento e testemunho, de Moacir dos Anjos

Nascido no Rio de Janeiro em 1895, Oswaldo Goeldi passou dos 6 aos 24 anos na Suíça, onde iniciou suas atividades como desenhista e, em seguida, como gravador. Essa experiência européia e a inadaptação ao provinciano ambiente artístico do Rio de Janeiro à época de sua volta marcariam o contéudo e a forma que a sua obra iria adquirir dai em diante. Não fosse a escolha da xilogravura como meio privilegiado de construção de imagens - o qual refreia a rapidez possível do gesto -,o artista talvez houvesse se submetido aos excess os expressionistas então em voga na Europa. 0 tempo e o esforço necessários ao entalhe da matriz da gravura, contudo, mediaram o embate entre as demandas intelectuais de um artista em formação e as frustrações impostas por um meio cultural ainda acanhado, conferindo à sua obra rigor ético e formal.

Nas imagens urbanas criadas por Oswaldo Goeldi há pouco espaço para o encontro fortuito ou para o congraçamento. Embora se passem, quase todas, do lado de fora das casas, não há nelas sinais de vida partilhada ou pública. Há, ao contrário, indícios de solidão profunda, em que figuras pequenas e curvadas traçam caminhos incertos ao longo de becos, ruas e praças de uma cidade hostil ou indiferente aos dramas de cada um. Em outras composições, não há sequer a presença humana, mas somente objetos de uso doméstico abandonados no chão, índices da completa desimportância e desamparo dos seus donos. Há, também, nas suas gravuras, um perturbador silêncio. todo o som suposto abafado pelo escuro que as domina, o qual é só rompido por finos rasgos de luz branca ou pequenas superfícies de cor. Quase nada, ademais, acontece no espaço gravado, com narrativas sugeridas e abortadas no mesmo instante. A passagem do tempo parece, por isso tudo, ter sido suspensa, como se para obrigar o observador a sentir o peso e a densidade de cada uma das cenas.

Posted by João Domingues at 5:04 PM