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agosto 24, 2007

Catálogos MAMAM: Delson Uchôa

Delson Uchoa CAPA.jpg

Catálogos MAMAM: Delson Uchôa

Preço: R$ 17 + correio

Como comprar: clique aqui para se informar

Formato fechado: 16 x 20cm
Nº páginas: 32
Impressão: offset, 4 x 4 cores
Peso: 114g
Edição bilíngüe: português/inglês
Texto: Moacir dos Anjos
Tradução: Paul Webb
Projeto gráfico: Zolu design
Fotos: Flávio Lamenha, Celso Brandão
Exposição: 16 de junho a 7 de agosto de 2005
Organização: Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães - MAMAM, Prefeitura do Recife


Fragmento do texto Primeiro cegam, depois iluminam, de Moacir dos Anjos

Iniciada na década de 1980, a trajetória de Delson Uchôa pode ser repartida em duas, embora a parcela mais recente guarde e atualize conquistas feitas na primeira. Com vários pintores de sua qeração, explorou, em seus anos de formação no ofício - passados, em sua maior parte, no Rio de Janeiro -, a liberdade da reinvenção coletiva de um meio precocemente dado como exaurido. Atento à profusão de imagens do cotidiano e da história da arte à disposição de todos, fez trabalhos que as citavam sem apelo a qualquer forma de ilusionismo, empregando campos definidos de cor como elemento central de sua representação em tinta. No início da década seguinte, contudo, volta a Maceió - cidade onde nasceu e morou até ficar adulto -, onde abandona 0 repertório antes adquirido e resignifica, em função da memória atávica de signos e luzes, o que havia incorporado como instrumento de pintor, embora mantendo intocado o interesse por ver o mundo através de cores. É a partir desse momento que sua obra se singulariza e que começa a forjar a originalidade da qual é detentora.

As pinturas maduras de Delson Uchôa são clarões: primeiro cegam, depois iluminam. Em todas, há uma cor quente que domina o espaço pintado - quase sempre de grandes dimensões - e também seu entorno próximo, provocando o estímulo alongado da retina. Amarelo, verde, azul, vermelho, todos pulsam, em diferentes trabalhos, de modo incontido. Embora quando observadas de longe é que mais clareiem o olhar, é vendo suas pinturas de perto - de uma distância em que a visão se avizinha das superfícies entintadas - que se percebe que suas luzes intensas são feitas, em sua maior parte, de delicados fios. São inúmeras linhas de cor bem finas, cordões de alqodão. tramas de juta ou tecido que, amalgamados sobre uma Iona bruta e abrigados sob uma resina lisa, tecem o corpo e o brilho de seus trabalhos. Por meio dessas intricadas construções cromáticas - feitas de agrupamentos de delgados traços retos e curvos e de alguns poucos campos onde o monocromo domina -, o artista busca apreender a luz que habita o campo perceptivo que separa "a visão e o visto", a qual traduz estados de espírito diversos (alegre, austero, saudoso) e não se deixa capturar por quaisquer outros procedimentos cognitivos' A luz pintada é, portanto, em sua obra. forma irredutível de conhecer e registrar um fato físico da vida, pouco se prestando à descrição de figuras ou cenas.

Posted by João Domingues at 2:35 PM