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agosto 20, 2007

Catálogos MAMAM: José Rufino

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Catálogos MAMAM: José Rufino

Preço: R$17 + correio

Como comprar: clique aqui para se informar

Formato fechado: 16 x 20cm
Nº páginas: 40
Impressão: offset, 4 x 4 cores
Peso: 130g
Edição bilíngüe: português/inglês
Texto: Moacir dos Anjos
Tradução: Paul Webb
Fotos: Beto Felício, Flávio Lamenha, IMAGO, José Rufino, Tiago Rivaldo
Exposição: 10 de dezembro de 2003 a 15 de fevereiro de 2004
Organização: Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães - MAMAM, Prefeitura do Recife

Fragmento do texto O tempo impreciso que se nomeia de agora, de Moacir dos Anjos

Se há um começo aqui, ele está na história de um nome. José Rufino não é o nome de registro do artista, mas como era chamado o seu avô paterna (1895-1979), antigo senhor do engenho Vaca Brava, situado em Areia, município do brejo da Paraíba. A apropriação do nome desse seu ascendente, já no final da década de 1980, coincide com o recebimento, como herança familiar, do acervo documental que àquele pertencera: formado por cartas, notas, recibos, bilhetes, livros e papelada diversa, esse ajuntamento de rastros materiais permitiu a reconstituição de parte do universo escriturário e sentimental no qual seu avô vivera e exercera, por tempo longo, o poder dos donos. Universo que inclui o ambiente familiar e geográfico no qual o artista, na infância, passara extensas temporadas. Foi a partir desse encontro com seu passado próximo e também distante que a obra que desenvolvia sob o nome de origem (José Augusto de Almeida) sofreu inflexão brusca, passando a tomar aquele acervo como suporte quase único.

É desse período o início das Cartas de Areia, centenas de desenhos e pinturas feitos sobre envelopes e cartas enviadas a seu avô por várias décadas e por gentes as mais distintas. Valendo-se de meios variados (lápis, nanquim, guache, têmpera, etc.). José Rufino criou, sobre esses registros de época. um outro inventário de lembranças e símbolos, estabelecendo laços entre gerações distintas e tecendo elos entre tempos distantes. Por vezes, são imagens de paisagens áridas tiradas da memória que enchem o papel antigo; noutras, são evocações da casa grande da fazenda ou de móveis da família. Há ainda figuras solitárias e despidas que exibem seus sexos, e também a presença recorrente de árvores e cruzes. Parcialmente encobrindo endereçamentos carimbos, selos ou mensagens formais, as imagens criadas desvelam a sobreposição de histórias diversas que, embora apartadas pelo tempo, já dividiram um mesmo lugar.

Posted by João Domingues at 4:26 PM | Comentários(1)
Comments

Pesquisei voce ,gosto de relembrar seu avô, e lindos momentos que desfrutei no engenho Vaca Brava, recebendo o carinho de sua avó ,tias, enfim de toda familia.Areia, linda cidade, mora no meu coração, recomende~me a seus pais. Tinane.

Posted by: Tinane de Almeida at maio 27, 2011 5:31 PM
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