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outubro 29, 2012
Colóquio História e Geografia da Arte da EBA no Museu da República, Rio de Janeiro
Colóquio História e Geografia da Arte
A recente implantação de uma graduação específica para o ensino de História da Arte na EBA/UFRJ produz, quase que espontaneamente, a necessidade de discussão do tema. O que pensa o corpo docente do departamento de História da Arte? Devemos não só ouvi-lo, mas também tentar estabelecer um diálogo que extrapole as fronteiras da nossa instituição. Certamente o intuito desse diálogo não é reviver dicotomias retrógradas, tal como “tradição e inovação”, nem deve possuir qualquer intenção imediatista de construir algum tipo de gramática de normas didáticas. Visamos, acima de tudo, exercitar a reflexão sobre essa questão fundamental para a história da arte.
Palestrantes: Ana Cavalcanti, Beatriz Lagoa, Carlos Terra, Cezar Bartholomeu, Gamba Junior, Glória Ferreira, Kenny Neoob de Carvalho, Marcelo Campos, Marcus Vinicius de Paula, Marisa Flórido Cesar, Patricia Correa, Peter Pál Pelbart, Rosana Freitas, Rubens de Andrade, Sonia Gomes Pereira, Tatiana da Costa Martins, Verônica Damasceno, Viviane Matesco
8 e 9 de novembro de 2012
Inscrições: historiaegeografiadarte@gmail.com
Profissionais: R$ 40 / alunos: R$ 20
Museu da República - Auditório
Rua Catete 157, Catete, Rio de Janeiro - RJ
Serão concedidos certificados de participação no colóquio
Instituição Realizadora do colóquio: Universidade Federal do Rio de Janeiro - Escola de Belas Artes
Escola de Belas Artes - UFRJ
Av. Pedro Calmon 550, 7º andar, Cidade Universitária - Ilha do Fundão, Rio de Janeiro - RJ
21-2598-1653 / 9636 ou diretor@eba.ufrj.br
http://www.eba.ufrj.br
Programação
Quinta-feira, 08 de novembro 2012
09h00 - 10h00
Inscrições e Credenciamento
10h00 - 10h30 – Abertura
Representante da Escola de Belas Artes
Prof. Dr. Carlos Terra – Diretor da EBA
Representante do Curso de História da Arte EBA/UFRJ
Profa.Dra. Ana Cavalcanti – EBA/UFRJ
Coordenação do Colóquio
Prof. Dr. Rubens de Andrade – EBA/UFRJ
Prof. Dr. Marcus Vinicius de Paula – EBA/UFRJ
10h30 - 12h30 – História e geografia da arte
Conferência de abertura
Prof. Dr. Peter Pál Pelbart (PUC-SP)
Mediadora: Profa. Dra. Verônica Damasceno (EBA/UFRJ)
12h30 – Livre
14h00 - 17h30 - Sessão I
A História da arte internacional e as culturas regionais
Mediadora: Profa. Dra. Patricia Correa (EBA/UFRJ)
14h00 Prof. Dr. Marcelo Campos (UERJ)
14h40 Profa. Dra. Rosana Freitas (EBA/UFRJ)
15h30 Prof. Dra. Viviane Matesco (UFF)
16h20 Intervalo
16h40 Debate
Sexta-feira, 09 de novembro 2012
10h00 - 17h30 – Sessão II
A História da arte erudita e a massificação da imagem
Mediador: Prof. Dr. Gamba Junior (PUC-RIO)
10h10 Prof. Dr. Marcus Vinícius de Paula (EBA/UFRJ)
11h30 Profa. Dra. Sonia Gomes Pereira (EBA/UFRJ)
12h00 Profa. Dra. Beatriz Lagoa (ECO/UFRJ)
12h20 Debate
12h40 - Livre
14h00 - 17h30 – Sessão III
A História da arte instituída e os discursos marginais
Mediador: Prof. Dr. Cezar Bartholomeu (EBA/UFRJ)
14h00 Profa. Dra. Kenny Neoob de Carvalho (EBA/UFRJ)
14h40 Dra. Marisa Flórido Cesar (Curadora e Crítica de Arte)
15h30 Profa. Dra. Tatiana da Costa Martins (EBA/UFRJ)
16h20 Intervalo
16h20 Debate
Conferência de encerramento
16h40 Profa. Dra. Glória Ferreira (Curadora e Crítica de Arte)
18h00 – Encerramento
Coordenação
Prof. Dr. Marcus Vinícius de Paula
Prof. Dr. Rubens de Andrade
Colaboradores
Bianca Jurema Ferreira Brito
Carlos Rodrigo Laranjeira Cunha
Edwilhan Carvalho de Oliveira
Joana Pinho
Leticia Teixeira Rocha
Thaís Busko
Sharon dos Santos Borgatte
Simpósio Trigésima Bienal de São Paulo - A iminência das poéticas no SESC Belenzinho, São Paulo
Simpósio Trigésima Bienal de São Paulo - A iminência das poéticas
Palestrantes: Adele Nelson, Angela Mengoni, Antonio Nóbrega, Estrella de Diego, Giovanni Careri, Homi Bhabha, Jaime Reyes, John Rajchman, Maria Helena Bernardes, Nelson Brissac, Peter Pál Pelbart, Pilar Garcia de Germenos, Raul Antelo, Stephen Bann, Suely Rolnik
Realizado em parceria com o SESC-SP, o Simpósio 30a Bienal – A iminência das poéticas consiste em um ciclo de palestras proposto pela curadoria da mostra, a ser realizado no SESC Belenzinho entre os dias 6, 7 e 8 de novembro. Com o objetivo de trazer questionamentos em torno do motivo A iminência das poéticas foram convidados historiadores, escritores, poetas e artistas para falarem ao público. Composto de três encontros, o Simpósio está organizado em três eixos conceituais: Iminências, Arte Contemporânea: disciplina e antidisciplinae Arquivar o futuro. O Simpósio tem a intenção de dar lugar a perguntas fundamentais que estimularam o pensamento curatorial e orientaram as linhas de reflexão propostas pela 30ª Bienal de São Paulo, A iminência das poéticas.
6, 7 e 8 de novembro de 2012
Inscrições: 31 de outubro a 4 de novembro de 2012 pelo site: www.divertecultural.com.br
SESC Belenzinho
Rua Padre Adelino, 1.000 - Belém - São Paulo
11-2076-9700 ou email@belenzinho.sescsp.org.br
Para informações, enviar e-mail para educativo@bienal.org.br
(inscrições sujeitas à lotação do teatro)
Programação
Iminências
06 de novembro de 2012
A prática artística produz seu significado mantendo o sentido no estado de potência: história e discurso artístico como chave da iminência. Este eixo dá lugar a algumas perguntas centrais:
- o que vem?
- a arte é um estado de iminência?
- como viver a temporalidade da iminência no mundo atual?
Tarde - 15h às 18h
15h: abertura com Luis Pérez-Oramas
15h30: palestrantes:
Homi Bhabha
Giovanni Careri
Peter Pál Pelbart
17h30: tempo para perguntas
18h: encerramento
Arte Contemporânea: disciplina e antidisciplina
07 de novembro de 2012
Com o objetivo de questionar a crescente disciplina da arte contemporânea, será discutido o tema de arte e disciplina ou antidisciplina, evocando as seguintes questões:
- anacronismo e criação
- o papel moderno do artista como sujeito antidisciplinado
- a situação do artista contemporâneo ante um mundo regido pela ideologia das expertises.
Manhã - 10h às 13h
10h: abertura com Luis Pérez-Oramas
10h30: palestrantes:
Stephen Bann
Nelson Brissac
Estrella de Diego
12h30: tempo para perguntas
13h: intervalo
Tarde - 15h às 18h
15h: abertura
15h30: palestrantes:
John Rajchman
Antonio Nóbrega
Maria Helena Bernardes
17h30: tempo para perguntas
18h: encerramento
Arquivar o futuro
08 de novembro de 2012
Diante de manifestações de arquivo, atlas e constelação, cada vez mais frequentes na materialização da arte contemporânea, o encontro abordará o estado do conhecimento das artes diante das práticas de arquivo e da lógica arquivista que prevalece em nossa cultura digital e numerada. Também serão observadas suas inflexões na conservação, transformação e futuro dos acervos mnemônicos. Arquivar é uma prática de memória. Suas consequências, contudo, ativam nosso entendimento do futuro: o arquivo garante a dimensão profética do passado?
Manhã - 10h às 13h
10h: abertura com Luis Pérez-Oramas
10h30: palestrantes:
Raul Antelo
Adele Nelson
Angela Mengoni
12h30: tempo para perguntas
13h: intervalo
Tarde - 15h às 18h
15h: abertura
15h30: palestrantes:
Jaime Reyes: Arquivo Histórico José Vial Armstrong
Pilar Garcia de Germenos
Suely Rolnik
17h30: tempo para perguntas
18h: encerramento
PALESTRANTES
Adele Nelson é professora-doutora assistente de História da Arte na Universidade de Temple, EUA. PhD em História da Arte do Institute of Fine Arts, Universidade de Nova York e bacharel pela Universidade de Brown, EUA. Autora de Jac Leirner in Conversation with/en conversación con Adele Nelson (Fundação Cisneros, 2011), suas publicações incluem ensaios sobre a história da Bienal de São Paulo e a emergência do abstracionismo no Brasil.
Angela Mengoni é pesquisadora na Universidade de Veneza, Itália. Após seu PhD em Semiótica, trabalhou em um projeto de pesquisa sobre o Atlas de Gerhard Richter na Eikones -NFS Bildkritik na Universidade de Basiléia, Suíça. Seus interesses investigativos se referem ao relacionamento entre imagem e memória, a temporalidade plural da obra de arte e, mais amplamente, teoria da arte e imagem. Publicou recentemente um livro sobre a "pós-vida" das injúrias na arte da modernidade recente e seu relacionamento com questões de biopolíticas.
Antonio Nóbrega iniciou carreira na Orquestra de Câmara da Paraíba, Brasil. Em 1971, Ariano Suassuna o convida para formar o Quinteto Armorial. A partir daí, passa a unir os chamados universos "popular" e "erudito" - pesquisa e integra a sua obra expressões dos brincantes populares. Em sua versatilidade artística, ele compõe, toca diversos instrumentos, atua e dirige seus espetáculos. Há 20 anos, com Rosane Almeida, fundou o Teatro-Escola Brincante em São Paulo, Brasil. Seus últimos espetáculos: "Naturalmente" (2010), "Mátria" (2011) e "Lua" (2012). Atualmente dirige a Cia. Antonio Nóbrega de Dança.
Estrella de Diego é ensaista e professora titular de Arte Contemporânea na Universidade Complutense de Madri, Espanha. Participou da 22º Bienal de São Paulo e da 49º Bienal de Veneza sobre Warhol y Sophie Tauber-Arp como representante espanhola. Publicou diversos livros e artigos, dentre eles, o Tristísimo Warhol, Travesías por la Incertidumbre, Contra el Mapa e No Soy Yo. É colunista do diário El País e dirige a série “Azul Mínima” da editora Siruela. Foi contemplada com o prêmio jornalístico sobre a leitura pela Fundação Sánchez Ruipérez e foi premiada pelo trabalho realizado como escritora e pesquisadora.
Giovanni Careri é diretor de estudos do EHESS e membro associado do Laboratoire d’Anthropologie sociale (EHESS, CNRS, Collège de France). Professor da Ecole des Beaux-Arts de Lion. Coordena o grupo de pesquisas Art Contemporain et temps de l’histoire (CEHTA-EHESS / Ecole des Beaux-Arts de Lion) com Bernhard Rüdiger. Suas pesquisam têm como foco objetos singulares e singularmente complexos: a “configuração” das artes nas capelas barrocas de Bernin, França; quadros, peças de balé e teatro que fazem referência à libertação de Jerusalém a partir do poema de Torquato Tasso e, mais recentemente, a edificação cristã da Capela Sistina. Sua aproximação à história e à crítica baseia-se nos métodos e questões semióticas e antropológicas.
Homi Bhabha é professor doutor Anne F. Rothenberg de Humanidades, diretor do Centro de Humanidades Mahindra, conselheiro sênior do presidente e reitor da Universidade Harvard, EUA. Seu trabalho seminal O Local da Cultura apresenta uma teoria sobre o hibridismo cultural para entender as conexões entre colonialismo e globalização. Bhabha é membro do conselho do Relatório Mundial da UNESCO sobre Diversidade Cultural, da comissão de coordenação do Prêmio de Arquitetura Aga Khan. Atua no conselho do Prêmio Literário Homem Asiático, na Comissão indo-americana de Museus e Cultura, na Fundação de Pesquisa Alemã e na Faculdade de Graduação de Estudos Norte-americanos e Centro de Pesquisa Internacional “Entrelaces das Culturas Performáticas” na Universidade Livre de Berlim, Alemanha. Recebeu diplomas honorários da Université Paris 8, University College London, e Universidade Livre de Berlim. Em 2012 recebeu o Prêmio Presidencial Padma Bhushan do Governo Indiano na área da literatura e educação.
Jaime Reyes é poeta, designer industrial, mestre e doutorando em História. É professor na Escuela de Arquitectura y Diseño da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Valparaíso, no Chile, e diretor do Arquivo Histórico José Vial na mesma cidade. Membro da Ciudad Abierta de Amereida. Mantém participação ativa em performances, obras e travessias literárias que a Escola realiza em diversas localidades do continente americano.
John Rajchman é filósofo e editor colaborador da Artforum. É Professor no Departamento de História da Arte na Universidade de Columbia, EUA. Escreveu amplamente sobre a filosofia francesa do pós-guerra e sua intersecção com a arte e a arquitetura. Seu trabalho mais recente é French Philosophy Since 1945: Problems, Concepts, Inventions (The New Press, 2011), coeditada e apresentada com Etienne Balibar.
Maria Helena Bernardes é artista plástica e professora de História e Teoria da Arte na Arena, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Com André Severo, criou o Projeto Areal no ano 2000, no qual desenvolve seu trabalho artístico e mantém a série de livros “Documento Areal”, pela qual publicou ”Vaga em Campo de Rejeito” e (em co-autoria com Severo) “Histórias de Península" e "Praia Grande/Arranco, Dilúvio e Ensaio”.
Nelson Brissac é filósofo e trabalha com questões relativas à arte e ao urbanismo. Foi curador de Arte/Cidade, um projeto de intervenções urbanas em São Paulo. Publicou: Paisagens Urbanas, Ed. Senac, 1996; Brasmitte, catálogo, 1997; Arte/Cidade - Intervenções Urbanas, Ed. Senac, 2002; Paisagens Críticas - Robert Smithson: arte, ciência e indústria, Ed. Senac / Educ, 2010; e Arte/Cidade Zona Leste, Ed Dardo, 2011. Dedica-se também a pesquisas sobre as dinâmicas territoriais na região sudeste do Brasil e as relações entre arte e indústria.
Peter Pál Pelbart é filósofo e escreve sobre loucura, tempo, subjetividade e biopolítica. Nasceu em Budapeste, estudou em Paris e atualmente vive em São Paulo, onde é professor titular de filosofia na Pontifícia Universidade Católica, São Paulo, Brasil. Publicou, entre outros livros, O Tempo não-reconciliado e Vida Capital. Traduziu várias obras de Gilles Deleuze para o português. É um dos coordenadores da Cia. Teatral Ueinzz.
Pilar Garcia de Germenos possui graduação e mestrado em História da Arte pela Universidade Iberoamericana, no México. Diretora do CURARE e do Espacio Crítico para las Artes, desde 1992 integra o grupo e o conselho editorial da revista publicada pela organização. Atualmente é curadora das coleções documentais do Museo Universitario de Arte Contemporáneo (MUAC) da UNAM – Universidade Nacional Autônoma do México, e é também responsável pelo centro de documentação Arkheia e pelo programa de exposições da mesma. Publicou diversos ensaios em catálogos e revistas, vindo a se especializar em arte contemporânea, arte mexicana das décadas de 60 e 70, assim como na arte moderna das três primeiras décadas do século XX. Participou em diversos projetos curatoriais, livros e catálogos de exposições mexicanas e internacionais. Junto a Olivier Debroise, Cuahtémoc Medina e Álvaro Vázquez, dividiu a curadoria da exposição e do catálogo La era de la discrepancia: Arte y Cultura visual en México 1968-1997, realizada no Museo de Ciencias y Arte (MUCA), coordenando também o simpósio internacional Recargando lo Contemporáneo: Estratégias Curatoriales de Rescate del Arte Reciente, organizado junto a mesma exposição. Atualmente faz parte do projeto Redes Intelectuales, promovido pelo Instituto de Pesquisas da Getty, EUA.
Raul Antelo nasceu em Buenos Aires, mas reside no Brasil há 40 anos. É professor titular de literatura na Universidade Federal de Santa Catarina, Brasil. É autor de vários livros, dentre os mais recentes “Transgressão & Modernidade”, “Potências da imagem,” Crítica acéfala", "Ausências", "Maria com Marcel e Duchamp nos trópicos" e "Alfred Métraux: antropofagia e cultura". Colaborou também em várias obras coletivas e catálogos, entre eles "Roteiros. Roteiros. Roteiros…", da Bienal de São Paulo (1998).
Stephen Bann é editor de uma das primeiras antologias internacionais de poesia concreta, em 1967, é historiador da arte, crítico e curador. Foi Presidente do CIHA (Comitê Internacional d'histoire de l'art) de 2000 a 2004, e é Professor Emérito de História da Arte na Universidade de Bristol, Reino Unido. Sua colaboração com Ian Hamilton Finlay desenvolveu-se a partir de 1964. Durante esse período também manteve contato com o grupo Niogandres de São Paulo, Brasil.
Suely Rolnik é psicanalista, crítica de arte e cultura, curadora, professora titular da PUC-SP e docente convidada do Programa de Estudios Independientes doMuseu de Arte Contemporáneo de Barcelona, Espanha. Foi docente convidada do Master Oficial em História da arte contemporânea e cultura visual, pela Universidade Autônoma de Madri, Espanha e pelo Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofía. Sua investigação enfoca as políticas de subjetivação em diferentes contextos, abordadas de um ponto de vista teórico transdisciplinar e indissociável de uma pragmática clínico-política. É autora de 80 ensaios e tradutora dos Vol. III e IV de Mille Plateaux, de Deleuze e Guattari (Ed.34, 1997), entre outros. Criadora do Arquivo para uma obra-acontecimento, projeto de pesquisa e ativação da memória corporal das proposições artísticas de Lygia Clark.
outubro 25, 2012
Curso “Questões sobre o moderno e o contemporâneo” no MAM, Rio de Janeiro
Curso “Questões sobre o moderno e o contemporâneo” no MAM, Rio de Janeiro
Com: Frederico Coelho, Guilherme Vergara, Luiz Camillo Osorio, Marta Mestre, Pedro Duarte, Sérgio Martins
O tema será “Subtrações, adições e (outros) lugares de enunciação”, onde será abordada a singularidade da contribuição artística brasileira para a questão dos limites do modernismo e da emergência da contemporaneidade. Será discutida não apenas a trajetória histórica da arte brasileira, mas também os problemas historiográficos oriundos de sua recepção internacional tardia, com questões como: Qual é o papel do historiador da arte hoje? É apenas tirar o atraso? Ou será que estes problemas não são também oportunidades, pontos de vistas únicos para que repensemos o legado moderno?
7 a 28 de novembro de 2012
Inscrições e informações: atendimento@mamrio.org.br
Valor: R$ 80
Vagas: 60
Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro - MAM RJ
Av Infante Dom Henrique 85, Parque do Flamengo, Rio de Janeiro - RJ
21-2240-4944 ou atendimento@mamrio.org.br
Programação:
24 de outubro - Luiz Camillo Osorio
31 de outubro - Pedro Duarte
7 de novembro - Sérgio Martins
14 de novembro - Guilherme Vergara
21 de novembro - Frederico Coelho
28 de novembro - Marta Mestre
O curso “Questões sobre o moderno e o contemporâneo” será realizado até o dia 28 de novembro. A cada módulo, pesquisadores, críticos ou curadores irão abordar o lugar da arte brasileira na história, os olhares estrangeiros sobre a nossa produção cultural, as relações constitutivas ou conflitantes entre a arte e outros campos da cultura, o legado experimental e sua potencia educativa, e diversos outros momentos-chave, formadores das genealogias da contemporaneidade. Será dada especial atenção a campos da cultura brasileira que, durante décadas, tiveram um estatuto apartado do sistema clássico das artes visuais, mas que foram veículos importantes de renovação das linguagens estéticas e de resistência política.
outubro 17, 2012
Seminário Internacional Isaac Julien no SESC Pompeia, São Paulo
Seminário Internacional Isaac Julien
Como parte da curadoria educativa da exposição Isaac Julien: Geopoéticas, o seminário formado por três mesas analisa aspectos da obra de Isaac Julien que constituem temas centrais para a produção contemporânea: o papel das exposições na circulação da arte, questões étnicas e de gênero, deslocamentos geográficos, fluxos migratórios.
Palestrantes: Lisa Bloom, Rania Gaafar, Vinicius Spricigo
20 de outubro, sábado, das 10h30 às 15h45
Teatro do SESC Pompeia
Rua Clélia 93, Pompeia, São Paulo - SP
11-3871-7700
Ingressos são gratuitos e devem ser retirados a partir das 9h30 do dia 20/10, na bilheteria do SESC Pompeia. Sujeito à lotação do espaço. Tradução simultânea: empréstimo do equipamento mediante apresentação de documento com foto.
PROGRAMAÇÃO
Mesa 1 - Dia 20/10, das 10h30 às 12h30
A história imaginada | Vinicius Spricigo
Com base nos escritos de Vilém Flusser, o pesquisador propõe uma leitura histórica que relaciona as exposições de arte contemporânea realizadas no Brasil ao pensamento e às práticas pós-colonialistas e antropofágicas de produção de arte. A fala remete à tese de Flusser segundo a qual exposições são lugares onde obras são expostas ao público, e o público é exposto às obras, o que inauguraria novos modos de consumo e produção de arte.
Vinicius Spricigo é pesquisador do Centro Interdisciplinar de Semiótica da Cultura e da Mídia (CISC) da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP).
Mesa 2 - Dia 20/10, das 14h às 14h45
Fantasias polares e estética na obra de Isaac Julien | Lisa E. Bloom
A partir de seu livro Gender on Ice: American Ideologies of Polar Expedition (1993), em que narra a conquista do Polo Norte sob a perspectiva de mulheres, negros, inuítes e outros excluídos dos relatos oficiais, Lisa Bloom faz observações estéticas e políticas sobre as questões de colonização, sexualidade e migração presentes em Fantôme Créole.
Lisa E. Bloom é mestre em belas-artes pelo Rochester Institute of Technology and Visual Studies Workshop (1985), a autora de livros como With Other Eyes: Looking at Race and Gender in Visual Culture (1999) leciona cultura visual na Universidade da Califórnia em San Diego.
Mesa 3 - Dia 20/10, das 15h às 15h45
Planaridade/Planetaridade | Rania Gaafar
A pesquisadora traça paralelos entre o espaço geográfico e o espaço criado pela arte contemporânea que envolve instalação e imagem em movimento, e analisa a forma como as raízes antropológicas, sociológicas e geopolíticas são tratadas por Isaac Julien na produção de imagens e instalações.
Com publicações sobre filmes, arte da imagem em movimento, alteridade cultural e teoria da mídia, Rania Gaafar é pesquisadora associada do Departamento de Arte de Mídia da Universidade de Arte e Design em Karlsruhe, na Alemanha, e doutoranda no Departamento de Cultura Visual da Goldsmiths, Londres.
O evento Seminário Internacional faz parte da programação paralela à mostra Isaac Julien - Geopoéticas, SESC Pompéia, São Paulo, SP - 03/09/2012 a 16/12/2012
outubro 11, 2012
Oficinas de Processos Criativos e Tecnologia: Futebol de robôs: oficina de eletrônica básica, computação física e Arduíno no Oficina Cultural Luiz Gonzaga, São Paulo
Futebol de robôs: oficina de eletrônica básica, computação física e Arduíno
Professor: Ricardo Guimarães
Inscrições até 22 denovembro de 2012
22 de novembro a 13 de dezembro, terça e quinta-feira, 14-17h
Oficina Cultural Luiz Gonzaga – São Miguel Paulista
Rua Amadeu Gamberini, 259 - São Miguel, São Paulo - SP
11- 2956-2449 / 2058-1200 ou luizgonzaga@oficinasculturais.org.br
Funcionamento: Segunda a sexta-feira das 14h às 22h e sábado das 14h às 18h
15 vagas
Inscrições abertas a interessados em geral, a partir dos 12 anos
Utilizando a plataforma livre de prototipagem eletrônica Arduino, a oficina propõe apresentar conceitos e práticas de eletrônica básica e computação física, onde circuitos eletrônicos e sensores analógicos/digitais amplificam a forma de interação entre o ser humano e a máquina. Durante a prática os participantes aprenderão a construir robôs para uma partida de futebol.
Ricardo Guimarães é pesquisador independente no Hacklab Gypsyware. Desenvolve projetos de computação física, arte e tecnologia com hardware e software livres, na filosofia “Faça-você-mesmo”. Possui formação técnica em Mecatrônica e atualmente é graduando em Física (USP). gypsyware.org
Oficinas de Processos Criativos e Tecnologia: Introdução à Prática de Remix Audiovisual e Oficina de VJ e Video Mapping no Oficina Cultural Alfredo Volpi, São Paulo
Introdução à Prática de Remix Audiovisual e Oficina de VJ e Video Mapping
Orientadores: Lina Lopes, Milena Szafir
Inscrições até 17 de outubro de 2012
Oficina Cultural Alfredo Volpi – Itaquera
Rua Victório Santin 206, Itaquera São Paulo - SP
11 - 2205-5180 ou avolpi@oficinasculturais.org.br
segunda a sexta-feira, 13- 22h e sábado, 10-18h
Parceria: Instituto Sergio Motta
Introdução à Prática de Remix Audiovisual com Milena Szafir
VOCÊ faz uso do “Ctrl-C & Ctrl-V”, adora ficar horas no YouTube e sempre quis fazer vídeo? Aliste-se ao nosso exército de realizadores audiovisuais! Uma boa “remixagem” requer muita pesquisa e planejamento para a composição das referências. Venha discutir sobre diferentes práticas audiovisuais e experimentar tanto em programas para edição de vídeo como em ações “em tempo real” (vj'ing & live cinema). Nesta oficina VOCÊ será o realizador e multiplicador!
20 de outubro a 15 de dezembro de 2012, sábado, 10h -13h
(não haverá aula nos dias 03 e 17 de novembro)
Milena Szafir é doutoranda-pesquisadora (bolsa CAPES) na ECA-USP, professora universitária e artista. Recebeu o Prêmio Sergio Motta (2011), participou das exposições Mostra 3M de Arte Digital, FILE, entre outros. Coordena o prêmio de TV Digital "EuroITV Grand Challenge Competition".
Oficina de VJ e Video Mapping com Lina Lopes
A Projeção Mapeada (Video Mapping) é uma técnica que permite utilizar qualquer objeto como superfície para a exibição de vídeo. Pode ser em grande escala, como fachadas de casas e edifícios, ou em ambientes internos, como cenários de shows e peças de teatro. Na oficina, o participante aprenderá como executar um projeto desde a medição do espaço e escolha dos equipamentos adequados até a finalização de vídeos e controle para apresentação em tempo real.
22 de outubro a 14 de novembro de 2012, segunda e quartasfeira, 19 - 21h30
15 vagas
Lina Lopes é graduanda em audiovisual (ECA/USP), engenharia da computação (FIAP) e está se especializando em iluminação e design (IPOG). Trabalha com de manipulação de imagem em tempo real, montagem de instalações interativas, programação em arduíno, entre outros. senhoritalina.wordpress.com
outubro 3, 2012
Seminário Crítica da Crítica: expansões e limites do pensamento 2.0 na Caixa Cultural, Rio de Janeiro
Seminário Crítica da Crítica: expansões e limites do pensamento 2.0
Convidados:
Música: Lucas Santanna, Marildo Nercolini e Mauro Ferreira; Artes Visuais: Daniela Labra, Frederico Coelho e Laura Erber; Cinema: Consuelo Lins, Daniel Caetano e Juliano Gomes; Literatura: Karl Erik Schøllhammer, Sérgio Rodrigues e Simone Campos
Curadoria: Leandro de Paula
A internet revolucionou modos de produzir, difundir e debater cultura. Qual o papel da crítica quando todo mundo tem direito a opinião? Entre os dias 16 e 19 de outubro, sempre às 18h30, o Seminário Crítica da Crítica: expansões e limites do pensamento 2.0 vai reunir artistas, jornalistas e pesquisadores na Caixa Cultural, no centro do Rio, para discutir os desafios da crítica cultural hoje. As mesas de Música, Artes Visuais, Cinema e Literatura contarão com a fala de expoentes de cada área e o público será convidado a fazer parte do debate. Entrada gratuita.
16 a 19 de outubro, 18h30
Caixa Cultural - Cinema 2
Av. Almirante Barroso 25, Centro (próximo ao metrô Carioca), Rio de Janeiro - RJ
21-2544-4080
www.caixa.gov.br/caixacultural
www.facebook.com/seminariocritica
Realização: Provisório Permanente Produções Culturais
Patrocínio: Caixa Econômica Federal
Apoio: Programas de Pós-Graduação em Comunicação da UFRJ (ECO-Pós) e Estudos de Literatura da UFF
Programação
Dia 16 – Música: Lucas Santanna, Marildo Nercolini e Mauro Ferreira
Dia 17 – Artes Visuais: Daniela Labra, Frederico Coelho e Laura Erber
Dia 18 – Cinema: Consuelo Lins, Daniel Caetano e Juliano Gomes
Dia 19 – Literatura: Karl Erik Schøllhammer, Sérgio Rodrigues e Simone Campos
Sobre o evento
Seminário reúne artistas, jornalistas e pesquisadores para debater o papel da crítica entre 16 e 19 de outubro na Caixa Cultural
Quais seriam os desafios e possibilidades abertos para a crítica cultural com o advento da internet? Como as plataformas de compartilhamento de conteúdo alteram os circuitos de distribuição e recepção de produtos culturais? O surgimento de um grande número de emissores de opinião seria capaz de ameaçar ou transformar o discurso da crítica hoje?
Essas são algumas das questões que o seminário Crítica da crítica: expansões e limites do pensamento 2.0 colocará em cena entre os dias 16 e 19 de outubro na Caixa Cultural, no centro do Rio de Janeiro. Quatro mesas de debate reunirão expoentes das áreas de Música, Artes Visuais, Cinema e Literatura para refletir sobre a relação entre a crítica cultural e a chamada Web 2.0, o conjunto de recursos que marcou a segunda idade da internet dando ao usuário comum o poder de criar, classificar e disseminar conteúdos on-line.
Desde a popularização do acesso à rede, muito se fala sobre seu impacto na difusão de produtos culturais, como a crise da indústria fonográfica em escala mundial tornou evidente. Mas não apenas a maneira de viabilizar a circulação de músicas, imagens, filmes e textos se alterou nos últimos anos: a distância entre artistas e público foi encurtada, o que traz significativas mudanças também para a atividade de mediação da qual o jornalismo cultural historicamente se ocupou.
O modo como se constroem e discutem valores estéticos na era dos blogs, do MP3, do Youtube e das redes sociais estará na pauta do seminário, que promoverá, ao longo de uma semana, quatro encontros, sempre às 18h30, entre artistas, jornalistas e pesquisadores de diferentes linguagens. Na mesa de abertura, em 16 de outubro, a dinâmica da produção musical hoje será debatida pelo cantor e compositor Lucas Santtana, pelo crítico Mauro Ferreira e pelo professor da UFF Marildo Nercolini. No dia seguinte, a incorporação do antigo espectador nos processos de criação da arte contemporânea será discutida pela artista Laura Erber junto aos críticos Daniela Labra e Frederico Coelho. A mesa de Cinema se dedica ao surgimento de novos formatos de exibição e recepção de filmes, incluindo as chamadas mídias móveis, reunindo os cineastas e professores Consuelo Lins (ECO/UFRJ) e Daniel Caetano (UFF), e o pesquisador Juliano Gomes. Na mesa de encerramento, a relação entre as práticas literárias emergentes, o mercado editorial e a crítica jornalística e acadêmica ganha destaque com a participação da escritora Simone Campos, do professor da PUC-Rio Karl Erik Schøllhammer e do crítico Sérgio Rodrigues. Em todos os dias, após a fala dos palestrantes, o público será convidado a fazer parte do debate.
outubro 2, 2012
Viagem de Estudos à Bienal com Cristiana Tejo pelo Espaço Fonte, São Paulo
Viagem de Estudos à Bienal de Arte de São Paulo
Com Cristiana Tejo
A primeira atividade aberta ao grande público é a viagem de estudos à Bienal de São Paulo. O intuito desta viagem de estudos organizada pelo Espaço Fonte é propiciar um mergulho qualitativo no universo da Arte Contemporânea tendo a experiência diante das obras e o diálogo sistemático como grandes pilares de construção de conhecimento. Antes da viagem, o grupo terá dois encontros de preparação com Cristiana Tejo, tutora da viagem, que abordará de antemão o que será visitado, tornando familiar o vocabulário e as questões principais levantadas pelas pesquisas dos artistas. No decorrer de uma semana, serão visitadas as principais instituições de arte de São Paulo, sempre com mediação da tutora,
não sendo descartados encontros com alguns dos artistas e curadores participantes da programação. Serão visitadas e discutidas as seguintes mostras: Bienal de São Paulo, Carmela Gross (Galeria Vermelho), Lygia Clark (Itaú Cultural), Adriana Varejão e Festival Arte e Gastronomia (MAM), Mario Cravo Neto (Pinacoteca de São Paulo), Isaac Julien e Lina Bo Bardi (SESC Pompéia) e Paulo Bruscky (Instituto Tomie Ohtake).
Inscrições até o dia 15 de outubro de 2012
Viagem: 29 de outubro a 3 de novembro de 2012
Investimento:
R$ 500 (em duas parcelas)
Espaço Fonte
Avenida Dantas Barreto, ed. Pernambuco 324, quarto andar, Recife - PE
contato@cristianatejo.com.br
Guida Marques: 81-9973-1646
Espaço Fonte – Centro de Investigações em Arte
Será que Marcel Duchamp tinha em mente as múltiplas acepções da palavra fonte quando nomeou seu urinol? A Fonte (1917) transformou-se no símbolo da renovação do conceito de arte, tendo de fato atingido seu cume e destino nos efervescentes anos 1960. Este readymade seria a origem avant la lettre da Arte Contemporânea...E é justamente na miríade de significados da palavra fonte que nos baseamos ao eleger este nome para um espaço que se quer investigativo em arte. Fonte é nascedouro, origem, procedência, manancial, torrente, algo que brota em abundância, motivo, referência, substância que
fornece calor, luz e energia. Na rubrica pirotecnia, o Houaiss aponta que fonte é “modalidade de fogos de artifício que lança chuva de lágrimas coloridas”. Sentimos necessidade de beber na fonte: arte. E de matar a sede do conhecimento. Desejamos num momento de fluidez, desapego e aceleração descomunal do tempo nos determos na densidade das idéias e das teorias, nos colocarmos criticamente contra uma noção de educação bancária, como pontuava Paulo Freire, e nos darmos a condição de assimilar
mudanças numa cadência mais orgânica. Sem extremismos e com muita atenção à tolerância em várias instâncias.
O grupo que compõe o Espaço Fonte – Centro de Investigações em Arte encontrou-se na faculdade (mais precisamente no Bacharelado em Artes Plásticas da AESO), ambiente de educação formal e passou a nutrir interesses em comum no que concerne à pesquisa em arte. A partir do cumprimento das etapas propostas pelo currículo tradicional, abriu-se a certeza de que o conhecimento é processo interminável e inalienável, independe de notas, parâmetros adotados em gabinetes e chamadas burocráticas. Busca-se, portanto, um ambiente de convivialidade que incita uma maior flexibilidade de contato com a pesquisa e o
estudo em arte. O educador austríaco Ivan Illich, em seu livro A Sociedade Desescolarizada (1971), teoriza que a escola capitalista não tem nada a ver com a “scholé” grega, lugar de ócio dignificante na qual os educandos se encontravam com a sabedoria e aprendiam, pelo diálogo, uns com os outros e todos com o filósofo (ILLICH, 1975). Entre muitos aspectos abordados em seus escritos, encontra-se seu ceticismo com relação à hierarquia professor – aluno. “Para Illich, ao contrário, a aprendizagem é a atividade humana que menos necessita da intervenção de terceiros; a maior parte da aprendizagem não é conseqüência da
instrução, mas o resultado de uma relação do aprendiz com um meio que tem um sentido, enquanto a instituição escolar o faz crer que o desenvolvimento cognitivo pessoal depende, necessariamente, de programas e de manipulações complexas”1. Ivan Illich vislumbra, num momento, o sistema ideal de aprendizado, que pode valer, obviamente, para a arte. Dividido em quatro redes, parece se aproximar muito ao que vivenciamos com a tecnologia atual:
(1.º) Serviço de consultas a objetos educacionais – que facilitem o acesso a coisas ou processos que concorrem para a aprendizagem formal. Algumas coisas podem ser totalmente reservadas para este fim, armazenadas em bibliotecas, agências de aluguéis, laboratórios e locais de exposição tais como museus e teatros; outras podem estar em uso diário nas fábricas, aeroportos ou fazendas, mas devem estar à disposição dos estudantes, seja durante o trabalho ou nas horas vagas.
(2.º) Intercâmbio de habilidades – que permite as pessoas relacionarem suas aptidões, dar
as condições mediante as quais estão dispostas a servir de modelo para outras que desejem
aprender essas aptidões e o endereço em que podem ser encontradas.
(3.º) Encontro de colegas – uma rede de comunicações que possibilite as pessoas descreverem a atividade de aprendizagem em que desejam engajar-se, na esperança de encontrar um parceiro
para essa pesquisa.
4.º) Serviços de consultas a educadores em geral – que podem ser relacionados num diretório dando o endereço e a autodescrição de profissionais, não profissionais, “freelancers”, juntamente com as condições para ter acesso a seus serviços. Tais educadores, como veremos, podem ser escolhidos por votação ou consultando seus clientes anteriores. Que fique claro o entendimento de que as proposições de Ivan Illich têm como contexto os turbulentos anos 1970 e que são formuladas por um educador austríaco que teve parte de sua experiência na América Latina. Entretanto, podemos trazê-lo para a
realidade do campo da arte em Pernambuco na segunda década dos anos 2000. Nota-se a necessidade de mais espaços que permitam a verticalização de conhecimento, as trocas de habilidades, o encontro entre pessoas com propósitos intelectuais semelhantes e a possibilidade de formar opinião a partir do encontro informal com perspectivas distintas. “Paulo Freire percebe a educação como comunicação, diálogo, encontro de pessoas que procuram a razão de ser dos acontecimentos (FREIRE, 1977, p. 77), pois, para ele, a educação é diálogo ou não é educação”2. Criemos, portanto, um lugar de diálogo!
Um espaço de arte tem uma dinâmica que não passa necessariamente pela questão financeira. Um ambiente propício para a reflexão sobre arte requer diálogo com fontes múltiplas: livros, revistas de arte, trabalhos de arte, conversas com artistas mais experientes, artistas de outras procedências, artistas de outras áreas e críticos de arte. Um lugar de encontro e de imersão.
Desde outubro de 2011, o grupo composto por Ana Cristina Cavalcanti, Anita Freitas, Cristiana Tejo, Margarida Vasconcelos, Risolene Cortez, Rosa Pandolfi, Sandra Becker e Tereza Goulart vem reformando, organizando e ocupando organicamente o espaço, com atividades voltadas para este núcleo central da Fonte. Uma forma de gerar um formato que não seja pré-fabricado e importado, mas coerente com a conformação do grupo e as potencialidades que seu entorno oferece. Localizado no Edifício Pernambuco, prédio que vem se firmando informalmente como um hub criativo no centro do Recife, o Espaço Fonte
dispõe de dois quartos para residentes e toda a infraestrutura para moradia temporária, espaço de estudo, biblioteca e equipamentos multimídia. Como espécie de prelúdio para a abertura ao público do espaço, ocorreram até agora as seguintes atividades: Residências artísticas e curatoriais: Raphäel Grisey (Berlim), Zanna Gilbert (Londres), Yuri Firmeza (Brasil) e Roberto Winter (Brasil).
Encontros para discutir processos artísticos: Nicolas Robbio (Argentina/Brasil), Jonathas de Andrade (Brasil), Lourival Cuquinha (Brasil) e Cristina Lucas (Espanha). A primeira atividade aberta ao grande público é a viagem de estudos à Bienal de São Paulo. O intuito desta viagem de estudos organizada pelo Espaço Fonte é propiciar um mergulho qualitativo no universo da Arte Contemporânea tendo a experiência diante das obras e o diálogo sistemático como grandes pilares de construção de conhecimento. Antes
da viagem, o grupo terá dois encontros de preparação com Cristiana Tejo, tutora da viagem, Peri Mesquida. O Diálogo de Illich e Freire em torno da educação para uma nova sociedade. Pp 551
que abordará de antemão o que será visitado, tornando familiar o vocabulário e as questões principais levantadas pelas pesquisas dos artistas. No decorrer de uma semana, serão visitadas as principais instituições de arte de São Paulo, sempre com mediação da tutora, não sendo descartados encontros com alguns dos artistas e curadores participantes da programação. Serão visitadas e discutidas as seguintes mostras: Bienal de São Paulo, Carmela Gross (Galeria Vermelho), Lygia Clark (Itaú Cultural), Adriana Varejão e Festival Arte e Gastronomia (MAM), Mario Cravo Neto (Pinacoteca de São Paulo), Isaac Julien e Lina Bo Bardi (SESC Pompéia) e Paulo Bruscky (Instituto Tomie Ohtake)
Investimento:
R$ 500,00 (em duas parcelas)
Os custos de passagens aéreas, traslado aeroporto-hotel-aeroporto, alimentação e hospedagem ficarão por conta de cada participante. O valor cobre o traslado da programação e a tutoria.
Diariamente, o grupo se encontrará em pontos previamente agendados de onde partirá o ônibus. Desta forma, cada participante pode escolher a acomodação que mais lhe convier, assim como a companhia aérea e horários de chegada e de partida.
Inscrições:
podem ser feitas no Espaço Fonte até o dia 15 de outubro.
Avenida Dantas Barreto, ed. Pernambuco, 324, quarto andar (em frente ao antigo prédio do INSS).
Informações:
contato@cristianatejo.com.br
Guida Marques – 81 9973 1646