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maio 18, 2021

Lab eXtremidades: Da adversidade seguimos vivendo na Oswald de Andrade, São Paulo

Programação gratuita promove pré-lançamento do livro Extremidades: Experimentos Críticos 2, reflexões contra-coloniais e debates sobre a experiência contemporânea; encontro acontece dias 19 e 20 de maio

O Grupo de Pesquisa Extremidades: redes audiovisuais, cinema, performance, arte contemporânea realiza o “Lab eXtremidades: Da adversidade seguimos vivendo”, na Oficina Cultural Oswald de Andrade (Rua Três Rios, 363 - Bom Retiro, São Paulo, SP), nos dias 19 e 20 de maio de 2021, com transmissão simultânea pelo canal das Oficinas Culturais e pelo canal da Plataforma Extremidades no YouTube. Coordenado por Christine Mello e Larissa Macêdo, o grupo integra o Programa de Pós-Gradução em Comunicação e Semiótica da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).

O encontro tem como objetivo ativar conversas e escutas relacionadas ao pré-lançamento do livro Extremidades: Experimentos Críticos 2 produzido pelo grupo, e gerar reflexões acerca do ciclo de leituras de epistemologias contra-coloniais, realizado ao longo do primeiro semestre de 2021 em parceria com o grupo de pesquisa Corpo-imagem-Som: pesquisa artística e práticas experimentais da UFPEL (Universidade Federal de Pelotas - RS).

O evento terá quatro mesas temáticas divididas entre os dois dias, com discussões sobre a experiência contemporânea sob a perspectiva das extremidades, conceito criado por Christine Mello, contando sempre com a presença de um mediador responsável pelas mesas, apresentações de convidados sobre os temas propostos e um grupo aberto para comentários.

Na abertura do encontro, teremos análises críticas sobre fenômenos e experiências artísticas e midiáticas no século XXI, apresentadas pelos autores do livro Extremidades: Experimentos Críticos 2, que será publicado pela Estação das Letras e Cores Editora. O texto de Christine Mello, organizadora da Coleção Extremidades, convida o leitor a refletir sobre passagens, atravessamentos e contaminações entre os campos da comunicação, da arte e das redes audiovisuais em um panorama de agenciamentos políticos, históricos, estéticos e tecnológicos, a partir da abordagem das extremidades. “O pensamento das extremidades caminha em direção à articulação entre campos não oponentes, mas complementares. É utilizado como atitude de deslocamento do campo observacional, de olhar para as zonas-limite, as pontas extremas, interconectadas em variadas práticas da atualidade”, afirma Christine.

O livro é formado ainda por mais seis artigos. O ensaio “Da adversidade seguimos vivendo”, de Andrea Lombardi, analisa o papel dos museus e instituições de arte a partir dos casos de censura às artes que ocorreram em 2017 no Brasil, em um período marcado por intolerância e conservadorismo. O artigo “Outras estratégias para o documentário a partir de vídeocartas no trabalho de Coraci Ruiz e Julio Matos”, de Felipe F. Neves, faz aproximações entre os conceitos de dispositivo e vídeo-cartas, demonstrando a construção de uma rede audiovisual e a potencialidade da imagem em rede a partir dos vetores de leitura das extremidades.

O texto “Mutabilidade e potência de vitalidade na obra Gênesis (1999)”, de Eduardo Kac, de Nathalia Silveira Rech, concentra-se na análise da obra Gênesis (1999), do artista brasileiro Eduardo Kac (Rio de Janeiro, 1962), partindo da abordagem das extremidades. Já o artigo “Canal*MOTOBOY: nas extremidades da arte contemporânea”, de Maria Eunice Azambuja de Araujo, apresenta uma leitura crítica sobre o projeto Canal*MOTOBOY, que é uma proposição artística idealizada pelo artista Antoni Abad (Lérida, 1956), realizada de forma colaborativa com motoboys da cidade de São Paulo.

O ensaio “As extremidades do vídeo na Internet em Verde e Amarelo: trilogia incompleta do coletivo quarta pessoa do singular”, de Juliana Garzillo e Lucas Lespier, analisa o documentário Verde e amarelo: trilogia incompleta (2016), realizado pelo Coletivo Quarta Pessoa do Singular, que retrata os protestos que ocorreram na Avenida Paulista, em São Paulo, a favor do impeachment da presidenta Dilma Rousseff. No artigo “Conexões sistêmicas nas redes: aproximações entre arte e matemática”, Hermes Renato Hildebrand e Andréia Machado Oliveira apontam que a Teoria das Redes e dos Grafos organizam os espaços de representação de várias áreas do conhecimento humano, em particular das produções matemáticas, artísticas e midiáticas.

A mesa 2, cujo tema é a Pluriversalidade e Ética na Pesquisa, trata da importância e da necessidade da pluriversalidade na pesquisa como processo ético, essencial e contínuo. Com mediação de Felipe Merker e Larissa Macêdo, a mesa será formada por Andy Marques, Lucas Moura Barboza, Luna Girão, Marco Antonio Duarte Silva, Natalia Homero e Renata Sampaio, e tem como intuito propor reflexões para o avanço das questões étnico-raciais e o rompimento com os epistemicídios no campo científico social. Como parte desse processo, destaque-se a realização do ciclo de leituras contra-colonais brasileiras e debates realizados ao longo do primeiro semestre de 2021 no Grupo de Pesquisa Extremidades: redes audiovisuais, cinema, performance, arte contemporânea em parceria com o Grupo de Pesquisa Corpo-imagem-Som: pesquisa artística e práticas experimentais da UFPEL (Universidade Federal de Pelotas), e a organização do livro Debates (título provisório) que será lançado pela Coleção Extremidades em 2022.

A mesa 3 trata da Diversidade da pesquisa nas extremidades, com propostas de trabalhos de participantes do grupo Grupo Extremidades. Fernanda Oliveira e Paula Squaiella apresentam o Meio a Meio - Coletivo Curatorial, cujo proposta está estruturada nos questionamentos sobre as formas de curadoria contemporânea e suas possíveis reconfigurações.

Henrique Nogueira Neme articula o Mise en scène e corpo no cinema contemporâneo: a multiplicidade estética cinematográfica na sua articulação em imagens e questiona: a multiplicidade de ordem estética e expressiva do cinema poderia ser evidenciada ao se olhar as produções centradas nas salas de exibição, sob a perspectiva da abordagem das extremidades?

Malka Borenstein propõe uma residência virtual com encontros pela ferramenta Zoom, na qual as participantes compartilham seus processos em Vai Passar, uma residência artística on-line para mulheres. Um dos objetivos da residência é o de troca de pensamentos em um espaço de acolhimento, escuta e ativação dos afetos.

Em Tecnologias Desobedientes, Laura Andreato, Luiz Ricas e Victor Guerra abordam a pesquisa do artista cubano Ernesto Oroza, radicado na França, que relaciona a fabricação e estética do objeto voltado a noção de desobediência tecnológica e sua aplicação prática na vida das pessoas. O foco aqui é criar um espaço coletivo de discussão, documentação e atuação prática na democratização dessas tecnologias com foco na aprendizagem e aplicação desses processos em contextos sociais específicos de impermanência e emergência. Já na Performatividade drag queen na Comunidade gaymers, Vitor Henrique busca compreender as expressões de captura da coletividade da comunidade LGBTQIA+ e da arte drag queen que estão sendo associadas e inseridas ao segmento de mercado do mundo dos jogos.

Para fechar o encontro, na mesa 4 teremos Jovens do fundão: redes comunitárias e multiplicação de articuladores no extremo da cidade. Jovens residentes nas regiões periféricas da cidade de São Paulo falando sobre a constituição da Rede de Jovens do Fundão, a partir das demandas especificamente locais. O papo entre Bruno Souza, Felipe Costa, Lucas Moura Barboza, Rogério Souza e Vanessa Nunes será mediado por Renata Sampaio, e vai abordar desde o início do projeto como um Núcleo de Jovens Políticos até as ações recentes e suas metas para o futuro, dando ênfase ao poder das ações individuais e coletivas e o potencial de formar e multiplicar lideranças.

PROGRAMAÇÃO
Inscrição necessária apenas para aqueles que desejarem solicitar o certificado de participação; até 20/05 neste link.

19 de maio, quarta-feira

• 16h – 18h: Da adversidade seguimos vivendo
Pré lançamento livro extremidades: experimentos críticos 2

• Abertura: Christine Mello
• Tema: Da adversidade seguimos vivendo | antes e depois, temporalidade da escrita x publicação (impactos do COVID-19)
• Mediação: Geovana Pagel
• Apresentações: Christine Mello e Andrea Lombardi
• Autores do livro Extremidades: Experimentos Críticos 2: Andréia Machado Oliveira, Hermes Renato Hildebrand, Juliana Garzillo, Lucas Lespier e Nathalia Silveira Rech.

• 18h: Intervalo

• 19h – 21h: Pluriversalidade e ética na pesquisa
• Mediação: Felipe Merker e Larissa Macêdo
• Apresentações: integrantes do grupo de pesquisa Corpo-imagem-Som: pesquisa artística e práticas experimentais da UFPEL (Universidade Federal de Pelotas - RS): Andy Marques, Lucas Moura Barboza, Luna Girão, Marco Antonio Duarte Silva, Natalia Homero e Renata Sampaio.

• 21h: Encerramento - Larissa Macêdo

20 de maio, quinta-feira

• 16h – 18h: Diversidade da pesquisa nas extremidades - propostas de trabalhos de participantes do grupo Extremidades
• Abertura: Christine Mello
• Mediação: Andrea Lombardi
• Apresentações:
• Fernanda Oliveira e Paula Squaiella | projeto: MEIO A MEIO - Coletivo Curatorial
• Henrique Nogueira Neme | projeto: Mise en scène e corpo no cinema contemporâneo: a multiplicidade estética cinematográfica na sua articulação em imagens”
• Laura Andreato, Luiz Ricas e Victor Guerra | projeto: Tecnologias Desobedientes
• Malka Borenstein | projeto: Vai Passar, uma residência artística online para mulheres
• Vitor Henrique | projeto: Performatividade drag queen na Comunidade gaymers

• 18h: Intervalo

• 19h – 21h: Jovens do fundão: redes comunitárias e multiplicação de articuladores no extremo da cidade
• Abertura: Larissa Macêdo
• Mediação: Renata Sampaio
• Apresentações: Bruno Souza, Felipe Costa, Lucas Moura Barboza, Rogério Souza e Vanessa Nunes

• 21h: Encerramento - Christine Mello

Sobre o Lab eXtremidades

O Lab Extremidades é uma plataforma experimental que busca desenvolver forças de encontro, criticismo e invenção no campo das redes audiovisuais, cinema, performance e arte contemporânea em torno de um grupo de estudos. Seu objetivo é expandir leituras, levar ao extremo e às extremidades as linguagens contemporâneas. Com isso, destacam-se investigações interconectadas entre as múltiplas racialidades, comunidades, linguagens e plataformas.

O Lab Extremidades é um dos formatos possíveis do Grupo de Estudos Extremidades [www.extremidades.art], e faz parte das atividades de extensão acadêmica do Programa de Pós-Gradução em Comunicação e Semiótica da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Sua formação se deu a partir de um encontro crítico e inventivo de pesquisadores, curadores e artistas. Atualmente é coordenado por Christine Mello (líder) e Larissa Macêdo (vice-líder).

O Grupo de Pesquisa Extremidades: redes audiovisuais, cinema, performance e arte contemporânea também conta com um conselho científico multidisciplinar que participa do conselho editorial da Coleção Extremidades e de alguns eventos.

Coordenação

Christine Mello é crítica, curadora e pesquisadora, é autora de Extremidades do vídeo (2008), Tékhne (2010) e Extremidades: experimentos críticos (2017, e-book 2020). Pós-doutora em Artes pela ECA-USP, doutora pela PUC-SP, é professora da PUC-SP e da FAAP. É líder do Grupo de Pesquisa Extremidades da PUC-SP (www.extremidades.art). Trabalhou na Bienal de São Paulo, Videobrasil, Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofia, Itaú Cultural, Laboratorio Arte Alameda, Paço das Artes, Sesc São Paulo, entre outros.

Larissa Macêdo é crítica, curadora, pesquisadora, professora, doutoranda e mestre em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP. Atualmente, desenvolve pesquisa de doutorado relacionada às práticas artísticas de mulheres afro-indígenas nas redes sociais, tendo desenvolvido a pesquisa de mestrado “Poéticas do efêmero: novas temporalidades em rede a partir do Instagram Stories”. Tem mais de quinze anos de atuação no mercado publicitário com experiência multidisciplinar nas áreas de marketing, planejamento de projetos, desenvolvimento de pessoas, educação corporativa e responsabilidade social, em empresas nacionais e multinacionais como: Globo, Adobe, TIM, Danone e F.Biz. É professora dos cursos de Comunicação Social do Centro Universitário Belas Artes (SP), ministra cursos e oficinas com temáticas voltadas para as redes sociais digitais, as novas estéticas, as práticas sociais e os modelos de produção artísticos e multimídia e vice-líder do Grupo de Pesquisa Extremidades (www.extremidades.art).

Os encontros do Grupo de Pesquisa Extremidades acontecem na sala do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Semiótica da PUC- SP e em plataformas on-line. Para participar dos encontros, favor entrar em contato por e-mail extremidades.art@gmail.com.

Posted by Patricia Canetti at 10:55 AM