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novembro 17, 2020
Mês da Consciência Negra no MAM, Rio de Janeiro
Programação do museu se estende até o dia 30 com projeções ao ar livre, mesas redondas, cursos e palestras
Dentro do atual processo de renovação do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro - MAM Rio (Av. Infante Dom Henrique 85, Aterro do Flamengo, Rio de Janeiro, RJ), a questão da racialização é um elemento fundamental, presente continuamente nas considerações da instituição sobre as programações e relações estabelecidas dentro e fora do museu. No mês de novembro, por ocasião do Dia da Consciência Negra, a programação se estenderá até o dia 30, com a proposta de debater questões raciais em forma de projeções de cinema, mesas redondas, cursos e palestras.
No Dia da Consciência Negra, 20 de novembro, às 18h, será realizado o debate presencial “Expressão e Documentação da Cultura Negra Brasileira”, na área externa do museu, com participação do cineasta Jom Tob Azulay; do músico, percussionista e pesquisador Djalma Correa; do cantor e compositor carioca, Caio Prado; da diretora artística do MAM, Keyna Eleison, e do diretor do Festival 1666, Rodrigo Sousa & Sousa. O debate antecede a exibição da versão digital restaurada em 4K do documentário "Os Doces Bárbaros", às 19h.
Com capacidade para 50 pessoas (debate e projeção), cada assento será higienizado e posicionado com o devido distanciamento. Será a primeira sessão presencial e ao ar livre da Cinemateca, desde o início da pandemia. Os ingressos estarão disponíveis on-line, com contribuição sugerida e opção de gratuidade.
“O debate recupera a participação do cinema e da arte na criação de registros mais sistemáticos e diretos das manifestações socioculturais afro-brasileiras. Os filmes do Jom Tob, as gravações de Djalma e a interpretação de Macalé no filme 'Amuleto de Ogum' deram maior visibilidade à presença negra na sociedade brasileira, dentro de uma perspectiva que valorizava tanto a expressão quanto a constituição de acervos em torno das vivências cotidianas, religiosas e artísticas”, afirma o gerente da Cinemateca, Hernani Heffner.
"Os Doces Bárbaros" (1978), de Jom Tob Azulay, é um registro da turnê que Gilberto Gil, Gal Costa, Maria Bethânia e Caetano Veloso fizeram em 1976, em comemoração aos dez anos de suas carreiras. Jom Tob Azulay e Djalma Correa são pioneiros no registro da musicalidade popular, dos terreiros de candomblé e da medicina popular através das ervas, entre outros aspectos da cultura negra brasileira. Seus trabalhos e acervos são importante contribuição para a afirmação do negro na sociedade brasileira.
No dia seguinte, 21 de novembro, às 18h30, Gilberto Gil volta à tela da Cinemateca, novamente ao ar livre, com a exibição de “Corações a mil” (1983), documentário de Jom Tob Azulay, que acompanha um tour de apresentações do músico e compositor. Primeiro filme brasileiro realizado com som Dolby Stereo, a produção tem a participação de Regina Casé, interpretando a personagem ficcional de uma supertiete.
“A Cinemateca é um dos acervos do MAM Rio mais acessados no Brasil. Entendemos que precisamos trazer essa programação a público e, dentro do contexto pandêmico, nada mais consciente do que trazer a programação ao ar livre e integrada à importância desta data”, afirma Eleison, diretora artística do museu.
Protocolos previstos para o público
Aferição de temperatura no acesso ao espaço, totens de álcool 70%, distanciamento mínimo entre as cadeiras de 1,5 m e higienização do espaço entre as sessões. Além disso, os protocolos serão monitorados por orientadores de público durante a programação.
Falas públicas: Próximas de Nós
No dia 21, às 16h, será lançado o ciclo de falas públicas do Programa MAM | Capacete de residências artísticas e pesquisas, com fala da cientista social e pesquisadora Elô Nunes em diálogo com a diretora artística do Programa MAM | Capacete, Camilla Rocha Campos. A atividade será realizada presencialmente para 30 pessoas, com lugares higienizados e posicionados com o devido distanciamento. Os ingressos estarão disponíveis on-line, com contribuição sugerida e opção de gratuidade.
Intitulado Próximas de Nós, este ciclo de conversas abordará temáticas trazidas pelos residentes e pesquisadores que fazem parte do programa iniciado em setembro, apresentando ao público linhas de pensamento conectadas com algumas dinâmicas da arte contemporânea e além. Estão em pauta a relação da arte, a partir da cidade do Rio de Janeiro, e suas dinâmicas de território, conflitos socioambientais, etnografias visuais, antropologia das imagens e a relação entre história da arte e a sociedade civil.
Elô Nunes tem uma trajetória militante e profissional, que busca em seu território investigar práticas por meio de construções coletivas com mulheres, o que inclui a valorização das narrativas e o retorno às práticas ancestrais. Ela participa do Coletivo Mulheres de Pedra, que privilegia a autoria e protagonismo de mulheres negras no oeste da cidade do Rio de Janeiro.
Protocolos previstos para o público
Aferição de temperatura no acesso ao espaço, totens de álcool 70%, distanciamento mínimo entre as cadeiras de 1,5 m e higienização do espaço entre as sessões. Além disso, os protocolos serão monitorados por orientadores de público durante a programação.
Curso: Como descolonizar o currículo a partir de olhares negros?
No dia 23 de novembro, das 19h às 21h, a área de Educação e Participação do MAM Rio inicia o segundo curso para educadores dessa primavera, pela plataforma Zoom para até 95 participantes. Inscrições neste link.
No mês da Consciência Negra, estão sendo convidados artistas, pesquisadores e educadores para dialogar acerca das questões: É possível descolonizar o currículo, a partir de práticas e olhares negros? Como instaurar questionamentos e ações que apresentam a perspectiva negra como base epistemológica para a arte e a educação?
As aulas serão ministradas por Wanderson Flor do Nascimento, professor de Filosofia da Universidade de Brasília; Andreza Jorge, artista, ativista e professora do Departamento de Arte Corporal da UFRJ; e Tiago Sant’Anna, artista visual, curador e doutorando em Cultura e Sociedade pela Universidade Federal da Bahia.
O programa “MAM para educadores” oferece cursos que abordam a transversalidade das áreas de educação, arte e cultura, a partir das coleções, exposições e acervos do MAM. O intuito é estreitar os laços entre o museu e a escola, e colaborar com a formação continuada dos profissionais da educação.
Clube de Colecionadores
A sétima edição do Clube de Colecionadores do MAM inclui quatro foto-performances das artistas Ana Beatriz Almeida, Ayrson Heráclito, Paula Scamparini e Rafael Bqueer, apresentadas recentemente na ArtRio 2020, que nos desafiam a pensar sobre o corpo.
PROGRAMAÇÃO COMPLETA
20 | NOV | sexta-feira
18h - Debate “Expressão e Documentação da Cultura Negra Brasileira”, com a participação do cineasta Jom Tob Azulay, do músico, percussionista e pesquisador Djalma Correa, do cantor, compositor e músico Jards Macalé e do diretor do Festival 1666, Rodrigo Sousa & Sousa. Mediação: Keyna Eleison, diretora artística do MAM.
19h - “Os Doces Bárbaros” (versão digital restaurada em 4K) para a sessão de abertura do Festival 1666.
21 | NOV | sábado - FESTIVAL 1666 – de 20 a 29 de novembro
Sessão da Cinemateca ao ar livre
50 lugares
Ingressos com contribuição sugerida e opção de gratuidade.
R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia entrada)
Entrada Livre
Em caso de chuva o evento será mantido.
O FESTIVAL 1666 é uma iniciativa do Coletivo Mundo em Foco, com apoio do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, através da Cinemateca do MAM. Esta segunda edição será realizada de 20 a 29 de novembro de 2020, através de duas programações presenciais nos espaços da Cinemateca e um conjunto de sessões virtuais e serem acessadas pelo site do Mundo em Foco e pelo vimeo do MAM Rio.
18h30 - CORAÇÕES A MIL, Dir: Jom Tob Azulay
A retrospectiva Jom Tob Azulay, cineasta homenageado da segunda edição do festival 1666, prossegue de forma presencial com a exibição de “Corações a mil”, documentário que acompanha um tour de apresentações do músico Gilberto Gil. Primeiro filme brasileiro realizado com som Dolby Stereo, a produção também se distingue pelo hibridismo, através de uma personagem ficcional, uma tiete interpretada por Regina Casé.
20h | SUPER 8 CARIOCA + FILMES DE OFICINA [ Super 8, 16mm e digital ]
A sessão dedicada ao Super 8 carioca revela a pujança de produção com a bitola em pleno século 21, apresentando 12 títulos curtos conjugados com as realizações fruto das duas oficinas oferecidas pelo Festival no mês de outubro, promovendo assim o instrumento criativo a experimentação com a película, o padrão amador e a tecnologia leve, prática e de baixo custo.
21 | NOV | sábado - PRÓXIMAS DE NÓS
Sessão no Espaço de Encontros MAM
Capacidade: 30 lugares
Ingressos com contribuição sugerida e opção de gratuidade.
Em caso de chuva o evento será mantido.
16h - Fala da cientista social e pesquisadora Elô Nunes em diálogo com a diretora artística do Programa MAM | Capacete, Camilla Rocha Campos.
23, 24 e 30 | NOV - CURSO MAM PARA EDUCADORES (gratuito)
Sobre como é possível descolonizar o currículo, a partir de práticas e olhares negros. Sessões via Zoom
95 vagas
Das 19h às 21h, aulas com Wanderson Flor do Nascimento, Andreza Jorge e Tiago Sant’Anna.