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julho 3, 2020
EAV Parque Lage agora oferece cursos online
Escola de Artes Visuais do Parque Lage se abre para alunos de todo o País, com 12 cursos de férias e quase 50 cursos semestrais originalmente formatados para plataforma on-line interativa
A partir das limitações impostas pela pandemia de Covid-19, a Escola de Arte Visuais do Parque Lage (EAV) repensa sua experiência pedagógica, que há 45 anos acontece em torno da maior floresta urbana do mundo. Em julho, a instituição lança 12 cursos de férias e abre o segundo semestre em agosto com aproximadamente 50 cursos remotos, em plataforma digital cedida pela Secretaria de Educação do Rio de Janeiro (em parceria com a Secretaria de Cultura e Economia Criativa). Todas as ementas foram concebidas já na conjuntura da pandemia e do consequente isolamento social. Os encontros acontecem ao vivo, por videoconferência, em ambiente on-line que proporciona a interação entre professores e alunos.
Ao longo do primeiro semestre de 2020, o corpo docente da instituição se reuniu para criar estratégias que, de alguma forma, sejam capazes de subverter a distância, ou até mesmo, tirar proveito dela. As aulas remotas são uma possibilidade potente de, pela primeira vez, a instituição se comunicar com públicos de fora do Rio. “Absorver novas referências como ponto criador de sentido para as aulas da EAV, trocando experiências com alunos de outros estados e adensando nosso repertório em arte brasileira, é algo que nos interessa de maneira singular”, comenta Ulisses Carrilho, curador da EAV.
“A necessidade de viabilizar os cursos no momento de isolamento social acabou gerando a oportunidade de ampliar nossa área de atuação para além do Rio de Janeiro. O formato on-line vai permitir que pessoas de vários pontos do País e até de outros países possam usufruir de cursos voltados para a conjuntura atual em diversos campos das artes visuais”, afirma Yole Mendonça, diretora da EAV Parque Lage.
Cursos de férias
Durante o mês de julho, a EAV oferece cursos on-line, de curta duração, desenvolvidos a partir de recortes temáticos e dinâmicas que consideram o isolamento social. A proposições tomam a arte como uma importante ferramenta de construção de sentido para pensar a atualidade em suas dimensões estéticas, sociais e políticas. Com variados temas que investigam as artes visuais em múltiplas linguagens e abordagens, será possível conhecer técnicas, elaborar novos processos artísticos, se aproximar de artistas, movimentos históricos e correntes teóricas de relevância para a contemporaneidade.
Ao todo, são 12 cursos livres, teóricos e práticos, voltados a pessoas interessadas em se aproximar ou aprofundar conhecimentos e práticas em artes visuais, com foco em arte contemporânea.
Entre os cursos, que têm duração total de quatro a oito aulas, destaque para ‘Colagem como forma de pensamento’, com Pedro Varela; ‘Pintura Contemporânea 2000-2020’, com Bob N e Gustavo Matos; ‘Introdução à Videoarte’, com Marcos Bonisson, e ‘Arqueologia do Cotidiano - O acontecimento e o trivial como instrumento de produção em arte’, com Fabia Schnoor.
Para ver ementas, horários e valores, acesse Cursos - Julho 2020.
Cursos regulares - 2º semestre (3/agosto a 12/dezembro)
Com início em 3 de agosto de 2020, os 48 cursos regulares da EAV Parque Lage estão subdivididos em sete núcleos: pintura e desenho, imagem em movimento, estudos críticos e curatoriais, volume e espaço, corpos, oficinas gráficas e fotográficas, e desenvolvimento de projetos/poéticas.
Um corpo docente de quase 40 professores/artistas - entre eles Iole de Freitas, Franz Manata, Charles Watson, Bernardo Magina e Clarissa Diniz - oferece proposições bastante diversas, com mensalidades a partir de R$ 300.
Em “A dinâmica das cores”, Bernardo Magina analisa teorias propostas por artistas desde Da Vinci até os dias de hoje, com ênfase nos estudos de José Maria Dias da Cruz sobre Cézanne. O objetivo é fazer o aluno pensar o uso da cor para além do círculo cromático tradicional newtoniano, buscando harmonia e ritmo na criação de paletas.
Em seu “Atelier da Escuta”, Ana Emerich propõe uma imersão na linguagem musical tradicional, no campo sonoro-experimental da arte, nas contaminações poéticas entre imagem sonora e imagem visual, em diálogo com o tempo presente.
O curso “A arte Cura”, com Nadam Guerra, tem proposta vivencial e prática inspirada no método de Anna Halprin e na psicomagia de Alejandro Jodorowsky. Através de uma abordagem contemporânea, o curso visita o xamanismo, a magia e a alquimia.
“Linguagens Visuais: Teorias e Práticas em Fotografia e Vídeoarte”, de Marcos Bonisson, tem como objetivo orientar/dialogar com todos os interessados (sem pré-requisitos) em pesquisar e trabalhar a partir de leituras, teorias e práticas experimentais com fotografia, videoarte, colagem e outros suportes.
Para acessar os cursos por dia de semana, turno ou faixa etária, acesse Cursos - Núcleos.
Sobre a EAV
A Escola de Artes Visuais foi criada em 1975, pelo artista Rubens Gerchman, para substituir o Instituto de Belas Artes (IBA). Seu surgimento acontece em plena Guerra Fria na América Latina, durante o período de forte censura e repressão militar no Brasil. A EAV afirma-se historicamente por seu caráter de vanguarda, como marco da não conformidade às fronteiras e categorias, e propõe regularmente perguntas à sociedade por meio da valorização do pensamento artístico.
Alguns exemplos marcantes da história do Parque Lage são a utilização do palacete como sede do governo da cidade de Alecrim em Terra em Transe, dirigido por Glauber Rocha em 1967; e a exposição Como Vai Você, Geração 80?, que reuniu 123 jovens artistas de diferentes tendências numa mostra que celebrava a liberdade e o fim do regime militar. O palacete em estilo eclético também palco de “Sonhos de uma noite de verão”, clássico shakespeariano, e serviu como locação para Macunaíma, de Joaquim Pedro de Andrade.
A Escola de Artes Visuais do Parque Lage está voltada prioritariamente para o campo das artes visuais contemporâneas, com ênfase em seus aspectos interdisciplinares e transversais. Abrange também outros campos de expressão artística (música, dança, cinema, teatro), assim como a literária, vistos em suas relações com a visualidade. As atividades da EAV contemplam tanto as práticas artísticas como seus fundamentos conceituais.
A EAV configura-se como centro educacional aberto de formação de artistas e profissionais do campo da arte contemporânea. Como referência nacional, com uma consistente imagem no meio da arte, a EAV busca criar mecanismos internos e linhas de atuação externa que permitam um diálogo produtivo com a cidade e com o circuito de arte nacional e internacional. A instituição integra a Secretaria de Cultura e Economia Criativa do estado do Rio de Janeiro.