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setembro 26, 2018
Seminário Arte além do horizonte no Pivô, São Paulo
O Pivô apresenta o seminário “Arte além do horizonte: Repensando o meridiano da política e da estética” – organizado pelo Antropólogo Alex Flynn – como parte do programa Pivô Recebe, que apresenta projetos previamente formatados por artistas, curadores ou produtores culturais selecionados por afinidades conceituais com o programa da instituição.
Participantes: Alex Ungprateeb Flynn, André Mesquita, Bruno de Almeida, Catalina Lozano, Fernando Palma Rodríguez, Isabella Rjeille, Jonas Tinius, Juliana Caffé, Laymert Garcia dos Santos, Luiza Crosman, Pedro Cesarino, Simon Njami, Virgínia de Medeiros, Wura-Natasha Ogunji, Yudi Rafael
29 e 30 de setembro de 2018
Pivô
Avenida Ipiranga 200, Edifício Copan, loja 54, São Paulo, SP
11-3255-8703 ou contato@pivo.org.br
O seminário propõe uma reflexão crítica acerca das intersecções entre arte, estética e política a fim de repensar noções relevantes para o futuro da arte contemporânea, que nos últimos anos, esteve sujeita a uma série de incursões teóricas e práticas que questionam seus próprios modelos e estruturas, a hegemonia de um cânone geograficamente localizado, assim como a noção de autonomia.
Obras que sugerem experiências de sociabilidade e que desafiam os sistemas da arte contemporânea dos países hegemônicos ganharam maior visibilidade, propondo caminhos inesperados para engajar-se na história e orientando a prática artística como de produção de conhecimento. Paralelamente, surgiram proposições teóricas que perceberam tais práticas como “modos de fazer” que intervêm na ordem geral da vida cotidiana, ao mesmo tempo em que identificam a relação entre a inserção da arte na sociedade e seu desejo por autonomia.
É importante ressaltar que essas possibilidades estão situadas simultaneamente no interior e no exterior dos paradigmas existentes na história da arte, em um campo liminar e de contestação, entre a prática artística e a intervenção ativista.
“Arte além do horizonte” visa refletir sobre essas questões abrangendo perspectivas intersticiais – muitas delas oriundas de territórios do Sul Global – através de uma série de diálogos entre artistas, curadores e acadêmicos com o interesse de repensar as noções hegemônicas que circulam pelo sistema da arte contemporânea, revisando formas de socialbilidade, a reconfiguração de cânones eurocêntricos, a relação entre arte e sociedade, assim como as consequências da produção contemporânea.
PROGRAMAÇÃO
Dia 29
11h – Introdução: Julian Fuchs (Goethe Institut), Alex Ungprateeb Flynn (Universidade de Durham)
11h30 – Primeira mesa: Jonas Tinius (Antropólogo, Universidade Humboldt, Berlim) e Wura Ogunji (Artista/Curadora). Moderador: Laymert Garcia Dos Santos (Universidade Estadual de Campinas)
13h30 – Café
14h: Segunda mesa: Fernando Palma Rodríguez (Artista) e Catalina Lozano (Curadora, Museu Jumex). Moderador: Pedro Cesarino (Universidade de São Paulo
16h: Encerramento do primeiro dia
Dia 30
13h – Primeira mesa: Luiza Crosman (Artista) e Bruno de Almeida (Curador). Moderadora: Isabella Rjeille (Curadora, Museu de Arte de São Paulo)
15h – Café
15h30: Segunda mesa: Juliana Caffé, Yudi Rafael e Alex Ungprateeb Flynn (Curadores da Residência Artística Cambridge) e André Mesquita (Museu de Arte de São Paulo). Moderadora: Virginia de Medeiros (Artista)
17h30- Keynote talk: Simon Njami (Curador)
18h30 – Recepção
19h: Encerramento
PARTICIPANTES
Alex Ungprateeb Flynn vive e trabalha em São Paulo. Sua pesquisa se dirige ao campo da antropologia da arte, com ênfase em estética, política e subjetividade, e desenvolve pesquisas no Brasil desde 2007 com temáticas relativas a intervenções ativistas, produção de conhecimento e noções do Sul Global. Em 2016 integrou a equipe curatorial da Residência Artística Cambridge e fará a curadoria de duas exposições sobre o fenômeno de editoras cartoneras em São Paulo e Londres em 2018 e 2019. É autor dos livros ‘Anthropology, Theatre and Development’ (Palgrave, 2015) em parceria com Jonas Tinius, e ‘Claire Fontaine: em vista de uma prática ready-made’ (GLAC 2016) com Leonardo Araujo, entre vários outros artigos. Atualmente é professor no Departamento de Antropologia na Universidade de Durham e coordena a Anthropologies of Art [A/A], plataforma de difusão de perspectivas contemporâneas da antropologia da arte.
André Mesquita vive em São Paulo onde realiza pesquisas sobre as articulações entre arte, política e ativismo. Ele recebeu seu doutorado em História Social pela Universidade de São Paulo. É autor dos seguintes livros: Insurgências poéticas: arte ativista e dinâmica coletiva (Annablume / Fapesp, 2011), Esperar não é saber: arte entre o silêncio e a evidência (2015), realizado com financiamento da Bolsa Funarte de Estímulo à Produção em Artes Visuais 2014, e co-autor do Desinventario: esquirlas de Tucumán Arde no arquivo de Graciela Carnevale (Ocho Libros, 2015). Em 2014, Mesquita foi pesquisador residente do Museu Nacional de Arte Reina Sofía, na Espanha. Como membro do Red Conceptualismos del Sur (Rede de Conceptualismos do Sul), ele foi um dos curadores de Perder la forma humana: uma imagen sísmica de los años ochenta en América Latina (Museo Reina Sofía, 2012) e contribuiu para a publicação que acompanha. Além disso, foi co-curador da exposição Politização da Amizade (Moderna Galerija / Museu de Arte Contemporânea Metelkova, Ljubljana, 2014). Atualmente Mesquita trabalha no Programa Público no Museu de Arte de São Paulo (MASP).
Bruno de Almeida. Curador e arquiteto, integra o Programa Curatorial 2018/19 da instituição De Appel, Amsterdã, Países Baixos. Fundador e curador das plataformas de exposição/pesquisa SITU (2015-2017) e 1:1 (2018-), ambas em São Paulo, Brasil. Nas suas 7 edições o projeto SITU comissionou uma série de obras públicas que exploram a relação entre arte, arquitetura e a cidade como uma forma de investigar aspectos sócio-espaciais da urbanidade contemporânea. 1:1 comissiona trabalhos que se desenrolam simultaneamente no espaço de exposição e num segundo estabelecimento local pré-existente no bairro da galeria. Bruno de Almeida é Mestre em Arquitetura pela Accademia di Architettura, Mendrisio, Suíça, e Bacharel pela Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto, Portugal. Desenvolveu outros projetos com instituições tais como: Harvard University, Graduate School of Design, Cambridge, EUA; Storefront for Art and Architecture, Nova Iorque, EUA; 11ª Bienal de Arquitetura de São Paulo, Brasil; Pivô Arte e Pesquisa, São Paulo, Brasil, entre outras. Participou das residências: TATE Intensive, TATE Modern, Londres, Inglaterra (2018); IdeasCity, New Museum em colaboração com LUMA Foundation, Arles, França (2017); Curatorial Intensive Accra, Independent Curators International, Acra, Gana (2017), entre outras.
Catalina Lozano é Curadora Assistente do Museu Jumex na Cidade do México e pesquisadora independente. Ela se interessa em narrativas históricas minoritárias que questionam formas hegemônicas de conhecimento. A análise das narrativas coloniais e a desconstrução da divisão moderna entre natureza e cultura foram pontos de partida para muitos de seus projetos curatoriais e editoriais, como C’est qui ne sert pas s’oublie (CAPC Bordeaux, 2015) e A Machine Desires Instruction as a Garden Desires Discipline (MARCO Vigo, FRAC Lorraine, e Alhóndiga Bilbao, 2013-14) e o livro Crawling Doubles: Colonial Collecting and Affects (B42, Paris), co-editidado com Mathieu K. Abonnenc e Lotte Arndt.
Fernando Palma Rodríguez combina sua formação como artista e engenheiro mecânico para criar esculturas robóticas que utilizam software customizado para executar coreografias complexas. Seus trabalhos respondem a questões enfrentadas pelas comunidades indígenas no México, abordando direitos humanos e o direito à terra, violência e crises ambientais urgentes. Palma Rodríguez vive e trabalha na região agrícola de Milpa Alta, perto da Cidade do México, onde administra a Calpulli Tecalco, uma organização sem fins lucrativos dedicada à preservação da língua e da cultura Nahua.
Isabella Rjeille é Curadora Assistente do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP) e co-editora da revista Nossa Voz na Casa do Povo, São Paulo. Fez curadoria de exposições como “Tunga: O Corpo em Obras” (2017-18, MASP), “Tracey Moffatt: Montagens” (2017, sala de vídeo, MASP), “TOTEMONUMENTO” (2016, Galeria Leme), “O que Caminha ao lado ”(2015, SESC Vila Mariana, São Paulo). Foi Assistente Curadora na exposição “Artevida”, com curadoria de Adriano Pedrosa e Rodrigo Moura, realizada no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Casa França Brasil e Escola de Artes Visuais do Parque Lage, Rio de Janeiro (2015); Assistente curatorial da 32ª Bienal de São Paulo – “Incerteza ao Vivo” (2016) e co-editora de sua antologia de textos “Dias de Estudo” com Jochen Volz. Atualmente, está pesquisando as interseções entre arte e ativismo dentro de uma perspectiva feminista na arte contemporânea.
Jonas Tinius é antropólogo da arte e pesquisador de pós-doutorado no Centro de Pesquisa Antropológica sobre Museus e Patrimônio (CARMAH), Instituto de Etnologia Européia, Universidade Humboldt, Berlim. Seu projeto de pesquisa atual visa entender como as instituições de arte baseadas em Berlim se engajam com noções de alteridade através de estratégias curatoriais críticas.
Juliana Caffé é curadora independente e pesquisadora em arte contemporânea. Possui especialização em Curadoria pela University of Cape Town UCT (África do Sul); em Arte: História, Crítica e Curadoria pela Coordenadoria Geral de Especialização, Aperfeiçoamento e Extensão da PUC SP. Integrou a equipe da Associação Cultural Videobrasil entre 2013 e 2017, onde trabalhou na programação das exposições e demais atividades do Galpão VB. É co-curadora e coordenadora da plataforma Conversas em Gondwana. Entre os trabalhos de curadoria destacam-se: a Residência Artística Cambridge, projeto recipiente do Prêmio APCA 2016 na categoria apropriação urbana; o Seminário: Pensar a América Latina | Panorama Político e Cultural na Associação Cultural Videobrasil (São Paulo, 2017), e a exposição How to Remain Silent? na A4 Arts Foundation (Cidade do Cabo, 2017).
Laymert Garcia dos Santos, professor da UNICAMP, foi diretor da Fundação Bienal de São Paulo (2009-2010). Atua principalmente nas seguintes áreas: biotecnologia, tecnologia e arte contemporânea. Atualmente coordena o Laboratório de Cultura e Tecnologia em Rede.
Luiza Crosman é artista, escritora e pesquisadora de dinâmicas institucionais e estratégias especulativas. Seu trabalho geralmente envolve ‘positive feedback loops’, usando sistemas recursivos que se referem a um evento original. Isso se manifesta em desenhos, textos, instalações e oficinas e no interesse de visualizar como as coisas estão em movimento, produzindo constantemente novas possibilidades de futuro. Crosman está atualmente focando nos conceitos visuais em torno da especulação sobre espaços, coletividade e mega-estruturas. Recentemente Crosman participou de exposições e desenvolveu projetos com Josza Gallery, Iselp, Projetos Greylight, Constant, (Bruxelas 2018, 2017, 2016), KW (Berlim, 2017), CAC (Vilnius, 2017) e CCSP (São Paulo, 2017). Projetos atuais e futuros incluem “TRAMA” na 33 Bienal de São Paulo, São Paulo (2018), “Desenhos azuis para potenciais espaços de arte” na Universidade HKB, Berna (2018) e “BLOCC – Alavancagem do Capitalismo Criativo” na SommerAkademie Paul Klee, Berna (2019).
Pedro Cesarino é Professor de Antropologia da Universidade de São Paulo (USP), suas pesquisas concentram-se na área de antropologia das formas expressivas e etnologia indígena. Desenvolve estudos sobre xamanismo, cosmologia, tradições orais, tradução e antropologia da arte.
Simon Njami é curador independente, crítico de arte e escritor. Ele é o co-fundador e editor-chefe da “Revue Noire”. Anteriormente, Njami foi diretor artístico da Bienal de Fotografia de Bamako de 2000-2010 e co-curador do primeiro pavilhão africano na 52ª Bienal de Veneza em 2007. Foi curador de numerosas exposições de arte contemporânea e fotografia, incluindo Africa Remix (2004-2007) e a primeira feira de arte africana em Joanesburgo em 2008. Em 2014, a exposição Divine Comedy, criada e comissariada por ele, iniciou uma digressão mundial no MMK (Museum für Moderne Kunst) em Frankfurt, passando para o SCADMuseum of Art em Savannah e o Museu Smithsonian de Arte Africana em Washington, DC. Ele é o diretor das Master Classes Pan-africanas em Fotografia, um projeto criado em parceria com o Instituto Goethe; diretor artístico da Fundação Donwahi (Abidjan, Costa do Marfim); assessor da Coleção Sindika Dokolo (Luanda, Angola); secretário do júri especial do World Press Photography Awards; diretor artístico da primeira edição da Off Biennale (Cairo, 2015) e da Bienal de Dak’Art de 2016 e 2018 (Dakar, Senegal), o primeiro e mais importante evento artístico da África.
Virgínia de Medeiros é artista visual, adapta imagens documentais para usos subjetivos e conceituais propiciando a revisão dos modos de leitura da alteridade. Recebeu em 2015 o Prêmio PIPA Júri e Voto Popular e a 5a Edição do Marcantonio Vilaça. Participou várias exposições como 27ª Bienal Internacional de São Paulo (Pavilhão da Bienal, 2006); 31a Bienal de São Paulo, São Paulo (Pavilhão da Bienal, 2014); La réplica Infiel (Centro de Arte 2 de Mayo, Madrid, 2016).
Wura-Natasha Ogunji vive entre Austin (EUA) e Lagos (Nigéria). Seu trabalho transita entre desenhos, vídeos e performances. Seus desenhos feitos em grafite, tinta e bordados à mão sobre papel vegetal são inspirados nas interações cotidianas que ocorrem na cidade de Lagos, das mais íntimas às mais extraordinárias. Já suas performances, exploram a presença feminina no espaço público e tratam de questões como trabalho, lazer, liberdade e banalidades. Atualmente atua como artista-curadora na 33a Bienal de São Paulo com projeto intitulado sempre, nunca a proposta de Ogunji que apresenta um diferencial: é composta somente por obras comissionadas especialmente para a mostra, feitas apenas por artistas mulheres que criarão trabalhos através de um processo curatorial colaborativo e horizontal.
Yudi Rafael é curador independente, pesquisador e artista. Realizou diversas curadorias em São Paulo, tendo atuado, recentemente, como co-curador do projeto Residência Artística Cambridge (2016-17), na Ocupação Hotel Cambridge, e como curador assistente da 2a edição de Frestas: Trienal de Artes, Entre Pós-Verdades e Acontecimentos (2017), no Sesc Sorocaba. Atualmente, é doutorando em Culturas Latino-Americanas e Ibéricas na Universidade Columbia.