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março 2, 2018
Cursos de outono 2018 na Casa seLecT, São Paulo
Professores: Artur Lescher, Daniela Bousso, Felipe Martinez, Jacqueline Moraes Teixeira, Lia Chaia, Lucia Santaella, Marcia Mansur, Marina Thomé, Ricardo van Steen
Início dos cursos a partir de 26 de março de 2018
Casa seLecT
Rua Itaquera 423, Pacaembu, São Paulo, SP
Inscrições pelo email casaselect423@gmail.com ou pelo whatsapp 11-96570 7279
A/C de Marcelo Rainho
CURSOS
Quem tem Medo do Corpo? A Representação do Corpo na Arte Contemporânea
Lia Chaia
O curso tem 4 encontros, nos quais serão discutidos aspectos relacionados ao corpo humano, a partir da sua representação nas artes visuais contemporâneas. Neste sentido, a partir de referências da anatômia humana, pretende-se entender os diferentes processos ultilizados pelos artistas em performances, desenhos, pinturas e em outras linguagens da arte. Dando enfâse ao trabalho de artistas mulheres.
Assim, as aulas propõem investigar o corpo num movimento que vai desde os orgãos internos, passando pelo esqueleto até atingir a pele. Na sequência, o corpo deverá ser pensado além de si, ocupando o espaço circundante e interagindo com outros corpos e os seus prolongamentos. Também serão propostos exercícios práticos para ativar o corpo e o espaço. O método tem por base a produção e idéias de artistas como, por exemplo, Louise Bourgeois, Ana Mendieta, Valie Export, Rebeca Horn, Leonilson, Tunga, Lygia Clark, Hélio Oiticica, Marina Abramovik, Letícia Parente, Robert Morris e Helena Almeida.
Lia Chaia é artista plástica, também vem desenvolvendo pesquisas na área da dança e na performance do palhaço. Sua obra trânsita por diferentes suportes, tendo como um tema recorrente o corpo humano, e suas relações com o urbano e a natureza. Participa de exposições nacionais e internacionais.
Inicio 28 de março
Horários terças, das 20h às 22h30
Carga horária 4 encontros 28/3, 4/4, 11/4, 18/4
Investimento 2 x R$ 200,00
A Condição Disruptiva da Arte Contemporânea
Lucia Santaella e Daniela Bousso (idealizadoras e professoras)
No seu edital de cultura para 2018, Oi Futuro levantou as seguintes perguntas e prenúncios de respostas:
“Já que as fronteiras entre linguagens artísticas estão cada vez mais alargadas, para que compartimentar? Para que insistir nas classificações tradicionais? Para que reforçar nomenclaturas? Não há mais tempo para os mesmos verbetes. Não há mais espaço para o ensimesmado”
Embora breves, as questões parecem bem sintonizadas com o estado da arte contemporânea ao final da segunda década do século 21. De fato, cada vez mais tudo se embaralha e se expande no campo das artes: espaços e tempos rodopiam. Materiais, métodos, suportes, mídias, estilos e tendências se misturam. Circuitos de exposições, de comercialização e de mercados perdem suas fronteiras nitidamente definidas. Como a crítica da arte se coloca diante disso? Com que teorias e categorias tratar essa condição embaraçosa porque excessivamente miscigenada? A nosso ver, o primeiro passo é dispensar velhas crenças, categorias e divisões. Aceitar que a arte hoje nos coloca em posição de reaprendizagem constante. Estamos no meio de um redemoinho que nos obriga a abrir os olhos com curiosidade no espírito e atenção no olhar.
Partindo desses pressupostos, o curso composto de 4 encontros, a serem desenvolvidos na parceria de Daniela Bousso e Lucia Santaella, propõe tratar de quatro fatores que podem lançar algumas luzes no complexo território da arte contemporânea.
Aula 1 Misturas inextricáveis entre arte contemporânea e arte digital (Lucia Santaella)
Aula 2 ‘Similaridades e diferenças entre o mercado das feiras e os suportes financeiros das grandes exposições internacionais (Daniela Bousso).
Aula 3 Teorias que melhor respondem à complexidade das condições disruptivas da arte contemporânea (Lucia Santaella).
Aula 4 Posições da crítica diante dos desafios da arte contemporânea (Daniela Bousso).
Inicio 3 de Abril
Horários 17h às 19h30 (terças e quinta-feiras)
Carga horária 4 encontros: 3/4, 5/4, 10/4 e 12/4
Investimento 2 x R$ 200,00
Workshop: Narrativas Transmídia e Patrimônio Cultural
Marina Thomé e Marcia Mansur (Estúdio Crua)
Na era das interfaces e da tecnologia digital, o modo como as pessoas acessam informações e produzem conteúdo vem sendo profundamente alterado. O objetivo do curso é
facilitar a concepção de experiências transmídia que sejam ao mesmo tempo informativas e criativas.
Em um contexto no qual museus e organizações sociais estão comprometidos em apresentar novas formas de interação e oferecer experiências significativas para incentivar a descoberta de suas coleções e sensibilizar seus públicos, este workshop lança luz sobre metodologias de desenho e planejamento de tais experiências.
O programa faz uma imersão em conceitos e cases que utilizam narrativas multiplataforma como suporte para conteúdo documental, discute etapas de produção e questiona como a interatividade transforma as possibilidades de promoção do patrimônio cultural, impacto social e engajamento.
O workshop inclui ateliê prático de formatação de projetos audiovisuais multiplataformas que utilizem novas mídias e debate a relação entre uso criativo de conteúdo documental (fotos, áudios, vídeos, animações) em narrativas interativas e transmídia.
Público alvo: Pesquisadores, Documentaristas, Museólogos, Artistas, Curadores,
Fotógrafos, Produtores Culturais, Antropólogos, Historiadores, Estudantes, Professores.
Marina Thomé
Fotógrafa, documentarista e artista multimídia. Mestre em Documentário Criativo (UAB – Barcelona), Pós-graduação em Arte & Tecnologia (UBA – SP) e especialista em fotojornalismo e storytelling (International Center of Photography, NYC). Produz e pesquisa conteúdo documental para plataformas multimídia, cinema e TV. Suas produções incluem o documentário “La Ciudad Tipográfica” (exibido em festivais europeus), “De viver de rios, de viver de ruas” (documentário filmado no Pará e SP, lançado com intervenção urbana em vídeo mapping), “Las sombras del Progreso” (primeiro documentário interativo da Espanha), “Totes les llavors Sembrades” (documentário coletivo lançado na Caixafórum – Barcelona) e GARY(curta metragem que teve sua estreia em 2017 no Festival Internacional de Curtas Metragens do Rio de Janeiro, e foi selecionado para festivais no Uruguai, Espanha e Polônia). Produz conteúdo fílmico para músicos como Alzira Espíndola e Banda Corte, com projeções audiovisuais em shows e vídeos web. Participou como artista convidada na Residência Brasis SP | Redbull Station e apresentou a exposição individual fotográfica “Sobre Rios – Às Margens de Laos”, que circulou no Estúdio Lâmina (SP) e nos Centros Culturais do Banco do Nordeste (CE e PB). Consultora de Comunicação e Conteúdo para a Cinemateca Brasileira desde 2016.
Marcia Mansur
Antropóloga, documentarista e produtora executiva. Artista residente do Núcleo de Estudos Contemporâneos do Museu da Imagem e do Som de São Paulo (NEC-MIS 2018), que atua na confluência entre arte e tecnologia. Doutoranda em Antropologia na Unicamp. Atuou como diretora, roteirista, editora e pesquisadora em curtas metragens documentais que foram exibidos em festivais como Contro-Sguardi International Festival of Anthropological Cinema (Itália) e premiados em festivais como: menção honrosa no II Festival do Filme Etnográfico do Recife, melhor documentário no Festival Guarnicê de Cinema do Maranhão, os 10 mais escolha do público e Prêmio Aquisição Canal brasil no Festival Internacional de Curtas de São Paulo. Produziu as séries de documentários para TV Olaria Cultural (6 x 26’’), sobre mestres da cultura popular de Pernambuco e Releitura (12 x 26’), sobre o universo da literatura contemporânea de Recife. Especialista em Arts Administration com ênfase em museus e centros culturais, atuou também como produtora do co-lab na Uniondocs Center for Documentary Arts (Brooklyn – NY),e como gestora de projetos de formação na área de economia criativa do British Council e da agência governamental RioFilme.
Inicio 19 de março
Horários De segunda a quinta das 19h às 22h
Carga horária 12 horas (4 encontros: 19/3, 20/3, 21/3 e 22/3)
Investimento 2x R$ 240
Sexualidade e Gênero em Perspectiva: introdução a Michel Foucault e Judith Butler
Jacqueline Moraes Teixeira
Introduzir de maneira aprofundada alguns conceitos chave das teorias de Michel Foucault e de Judith Butler, com o intuito de compreender a importância das temáticas de gênero e sexualidade na constituição dos sujeitos modernos, permitindo pensar algumas formas de constituição de poder e de desigualdades que se estruturam como políticas sociais.
Este curso pretende esquadrinhar os modos como Michel Foucault e Judith Butler desenvolvem de forma peculiar e, em alguns pontos, complementar, um arcabouço teórico indispensável para a compreensão das relações na modernidade, ao pensarem a produção política de tecnologias para o saber-poder, a constituição dos sujeitos, o cuidado de si, os processos de subjetivação dos corpos, a dimensão pública das subjetividades, o Estado e os movimentos sociais. Se para Foucault, a compreensão das estruturas de poder na sociedade ocidental moderna estão profundamente atreladas a emergência da sexualidade como um dispositivo histórico, Judith Butler, por sua vez, evidencia a partir do conceito de gênero, a importância de se repensar os modelos binários das relações sociais que foram estruturadas pela ideia de sexo biológico. O conceito de gênero emerge assim como um instrumento para a produção de uma teoria da ação política. De modo geral, o curso pretende oferecer a partir deste referencial bibliográfico, instrumentos analíticos para a apreensão dos fenômenos políticos atuais.
Programa
Aula 1 Arqueologia dos saberes
Leituras: Foucault, Michel. Foucault, Michel. A ordem do discurso: aula inaugural no College de France em 2 de dezembro de 1970. São Paulo. Edições Loyola
Aula 2 O Governo dos outros e a anatomo-política do corpo
Leituras: Foucault, Michel. “As cabeças da política”, “A angustia de julgar”, “O bom uso do criminoso”. In: Segurança, Penalidade e Prisão. Coleção Ditos e Escritos VIII. Rio de Janeiro: Forense Universitária.
Leitura Complementar: FOUCAULT. Michel. Microfisica do Poder. Rio de Janeiro. Graal. 2005
Aula 3 Sexualidade, biopolíticas e governamentalidade
Leituras: FOUCAULT. Michel. Segurança, Território e População. São Paulo: Martins. Fontes.2008
Leitura Complementar: Davidson, Arnold. “Ética como ascese: Foucault, a história da ética e o pensamento antigo” in Gutting, Gary (Org.) Foucault.
São Paulo. Editora Ideias & Letras
Aula 4 Performatividade de gênero e reflexividade
Leituras: BUTLER. Judith. Problemas de Gênero. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 2003
Aula 5 Violência do Estado e éticas do reconhecimento
Leituras: BUTLER. Judith. Relatar a si mesmo: crítica da violência ética. Belo Horizonte. Autêntica. 2015.
Aula 6 Precariedade, performatividade pública e Teoria do Ajuntamento
Leituras: Butler. Judith. Vidas Precárias. Dossiê Diferenças e Desigualdades. Revista Contemporânea n.1, p- 13-33, jan-jun- 2011
Metodologia
Aulas expositivas sobre o conteúdo selecionado para o curso, seguido de discussões e dinâmicas que visem uma maior interação dos participantes entre si.
Recursos
Computador, Datashow e áudio: para exibição de imagens e de vídeos que serão usados como recursos didáticos
Inicio 26 de março
Horários segunda-feira, das 20h às 22h30
Carga horária 6 encontros: 26/3, 2/4, 9/4, 16/4, 30/4 e 7/5
Investimento 2 x R$ 240
Arte e Mercado
Felipe Martinez
Ao contrário do que normalmente se acredita, arte e mercado estão intimamente ligados. Para entender a arte contemporânea, é fundamental que se entenda a dinâmica do mercado de arte na modernidade. Mais do que somente uma maneira de vender a produção de um artista, o mercado é um forte componente na criação do gosto, e historicamente foi fundamental para própria ideia de liberdade criativa. Ao longo do curso, será visto como o atual sistema de produção de venda de obras de arte, marcado pelas importantes feiras de arte e pela proximidade com curadores e críticos, é um desdobramento da própria lógica da arte na modernidade. Por fim, o curso abordará como o mercado de arte é um importante indicativo da concentração de renda do século XXI.
Os seguintes tópicos conduzirão a discussão:
– Antecedentes históricos: i) Rembrandt – liberdade criativa e mercado; ii) Arte moderna e advento do capitalismo – os marchands e o impressionismo;
– Arte contemporânea e mercado: i) A fuga da mercadoria objeto; ii) Arte conceitual e o grupo Fluxus;
– O mercado de arte no final do século XX: i) A pop art e suas implicações para o mercado; ii) Jeff Koons; iii) Damien Hirst e os Young Britsh artists;
– O mercado no século XXI: i) As grandes feiras, os índices e a sofisticação do mercado. ii) Curadores e críticos e sua relação com o mercado;
– Reconfiguração do sistema financeiro internacional depois dos anos 70;
– Colecionadores e financeirzação da arte: o mercado de arte com termômetro da concentração de renda.
Felipe Martinez é economista e doutorando em História da Arte, pela UNICAMP. Colabora como professor nos principais museus de São Paulo, como o MAM e o MASP, onde também atua como pesquisador. Participou de publicações acadêmicas sobre os períodos impressionista e pós-impressionista, explorando a relação de tais períodos com o nascimento do mercado moderno de arte. Foi pesquisador visitante do Museu Van Gogh, em Amsterdã.
Inicio 5 de Abril
Horários Quinta-feira, das 20h às 22h
Carga horária 8 horas (4 encontros em 5/4, 12/4, 19/4, 26/4)
Investimento 2 x R$ 200,00
Poéticas da Escultura – Exercícios Práticos de Linguagem e de Materiais
Artur Lescher
O curso tem como finalidade desenvolver a consciência dos discursos visuais, priorizando as relações construtivas assim como a escolhas dos materiais, considerando suas propriedades físicas e suas possibilidades de significação. Através de exercícios específicos, discutiremos as questões relacionadas: Suporte informado; Construção tridimensional; Elaboração de um discurso visual; Expansão para o espaço. O participante deverá trazer materiais diversos (em grande quantidade) de todos os tipos, tais como: plásticos, madeiras, tecidos, roupas usadas, jornais velhos, arames, barbantes, metais e papéis, além de material básico para desenho.
Artur Lescher é escultor. Lecionou escultura na Faculdade Santa Marcelina, em São Paulo, de 1991 a 2016. Em sua produção escultórica, utiliza materiais diversos, como metal, pedra ou madeira, e cria obras que evocam o design e lembram objetos conhecidos, mas destituídos de sua função. Nas instalações o artista mantém diálogo com o espaço arquitetônico. Publicou pela Cosac Naify os livros Artur Lescher, em 2002, com textos de Aracy Amaral, Rafael Vogt e Artur Nestrovski, e Rios, em 2013, a partir de uma parceria com a APC.
Inicio 20 de março
Horários Terça-feira, das 16h às 18h30
Carga horária 4 encontros 20/3, 27/3, 3/4, 10/4, os encontros serão no atêlie do artista
Investimento 2 x R$ 200,00
Pensar em Camadas – Aquarela Módulo I Técnicas da Renascença
Ricardo van Steen
Curso com quatro módulos que propõe a aproximação ao tema através da experimentação das técnicas já desenvolvidas com aquarela ao longo dos tempos.
Módulo I – Exposição de 100 aquarelas feitas entre 2000 a.C. e 2000 d.C. Os alunos são apresentados às imagens sem indicação do período em que foram feitas e convidados a sugerir uma cronologia, que aos poucos é ajustada pelo professor. Em seguida, os alunos escolhem dentre as reproduções 4 tipos bem diferentes de uso da técnica e a partir daí seguem-se 4 sessões de pintura assistida. Ao final de cada sessão os alunos e o professor conversam sobre os resultados.
Módulo II – Novas imagens são escolhidas no acervo de reproduções e a pesquisa de linguagem avança, sempre misturando mão na massa com análise dos resultados. O aluno adquire confiança e bons motivos para assumir o uso desta ou aquela técnica aprendida.
Módulo III – Nesta etapa alunos desenvolvem a aquarela de observação em campo, em uma viagem para o Saco do Mamanguá, perto de Paraty.
Módulo IV – Já habituados a pensar em camadas, os alunos experimentam os recursos aprendidos na ferramenta digital Photoshop. Partindo da escolha de imagens em alta definição obtidas após uma pesquisa, parte-se do zero para criar uma fusão de imagens impactante.
Ricardo van Steen é artista multimídia e tem como principais meios de expressão: o cinema, a aquarela e a fotografia. Produz aquarelas e fotos desde 1970 e realizou exposições individuais nas galerias Paulo Figueiredo, Millan, Vermelho e atualmente é representado pela Zipper. Participou de diversas coletivas no Paço das Artes, na Bienal do Mercosul, no Memorial da América Latina e no Panorama da Arte Brasileira do Museu de Arte Moderna de São Paulo (Masp). É diretor de arte da revista seLecT de arte e cultura contemporâneas. Links para trabalhos: issuu.com/ricardovansteen
Inicio 4 encontros (4/4, 11/4, 18/4 e 25/4)
Horários quarta-feira, das 17h às 19h30
Carga horária Cada módulo tem 10 horas
Investimento 2 x R$ 200,00