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fevereiro 22, 2018

3a edição de Olho - mostra de vídeo arte: fichas técnicas

OLHO III _ Tentacular / Fichas técnicas e sinopses das obras

Classificação indicativa: As Aventuras de Paulo Bruscky: 16 anos / todos os outros filmes são apropriados para um público de maiores de 12 anos

Gênero: vídeo arte

• Ali Cherri (LIB)


The Disquiet
Vídeo digital HD, 20’, 2013
Inglês, legendas em português
Produção: Líbano/França _ Ginger Beirut Productions, Galerie Imane Farê / Participação: Arab Fund for Arts and Culture.


As quatro falhas geológicas que atravessam o território do Líbano geram instabilidade só comparável, em tempos modernos, aos intermitentes reveses bélicos e políticos experimentados pelo povo do país – que, de resto, fica no Oriente Médio, uma das regiões mais conturbadas por conflitos do globo. O artista usa uma poderosa analogia para comentar situações cujo impacto sobre o tecido social só se compara à incomensurável (e incontrolável) sanha destruidora da natureza.


• Agnieszka Polska (PL)


What the Sun has Seen
Animação HD, 7 ', 2017
Inglês, legendas em português
Trabalho comissionado pela curadora Nadja Argyropoulou para a Polyeco Contemporary Art Initiative (PCAI), Grécia

O filme empresta seu título de um poema da poetisa polonês Maria Konopnicka (1842-1910), que relata de forma infantil as atividades cotidianas, pacíficas e rurais do campo, observadas pelo sol em sua jornada diária através do céu. Polska oferece sua própria versão, sombria e irônica do poema, introduzindo a contaminação pela informação (devido ao excesso de informações inúteis) e o papel do "observador indefeso" que, como o "Anjo da História" no bem conhecido adágio de Walter Benjamin, pode apenas olhar ao amontoado de escombros sem poder intervir.

• Cao Guimarães (BR)


Concerto para Clorofila
Filme 16 mm convertido em vídeo digital HD, 7'25'', 2005

Conjunção de luz e sombra, formas, cores e texturas que denunciam a interrelação necessária de tudo que é vivo e vibra.


• Cao Guimarães e Rivane Neuenschwander (BR)


Quarta-feira de Cinzas, Cao Guimarães e Rivane Neuenschwander
Vídeo digital, 6', 2006

Após o carnaval, no ocaso melancólico de uma Quarta-feira de Cinzas, as formigas começam sua festa profana, multicolorida, ao ritmo de samba em caixa de fósforo.

O inquilino, Cao Guimarães e Rivane Neuenschwander
Vídeo digital HD, 10', 2010

O filme descreve a trajetória de uma bolha de sabão que examina as salas vazias de uma casa em reforma. Em suspensão permanente, sem nunca estourar, a bolha flutua de uma sala a outra, investigando cantos vazios e paredes destruídas. Todas as janelas estão fechadas, não há saída. A trilha sonora, composta pelo duo O Grivo, traz sons de casa vazia, presença humana e sintetizadores, imprimindo um aspecto psicológico à narrativa.


• Carlos Motta (COL)


Carlos Motta, Letter to My Father (Standing by the Fence)
Vídeo digital, 14', 2005
Inglês, legendas em português
Produção: EUA

Imagens quase genéricas, imprecisas, contrastam com palavras e informações concretas e específicas que nos trazem o suposto tema da obra: o 11 de setembro de 2001. O artista não se propõe tanto a refletir sobre o acontecimento no passado ou em um futuro possível, quanto a sublinhar, de forma emocional – como em uma carta ao pai – sua genealogia afetiva, seus efeitos, suas estatísticas e as experiências pessoais dos participantes diante do vazio que substitui as torres gêmeas do World Trade Center. A única referência clara e específica que se repete no decorrer do vídeo é a imagem de uma grade de contenção, que sublinha aquilo que carece de representação: o imigrante, o estrangeiro.



• Clément Cogitore (FR)


An Archipelago
Vídeo digital, PAL 16/9, 11', 2011
Sem falas, legendas em inglês
Produção: Groupe de recherches et d’essais cinématographiques – France Télévisions. Com o apoio da Villa La Brugère e do Palais de Tokyo.

22 de outubro de 2010: o submarino nuclear H.M.S Astute deixa a base naval de Edimburgo em uma missão de transferência da equipe de bordo. A missão virá a ser considerada um dos episódios mais desastrosos da história naval britânica. Constituído principalmente a partir de imagens da Internet e de agências de imprensa, e pontuadas por várias cartelas de texto, um arquipélago se aventura na encruzilhada do filme mudo, do cinema experimental e das narrações de Hollywood.


Les Indes Galantes
Vídeo digital HD, 6', 2017

Les Indes Galantes (As Indias Galantes), é um balé para ópera criado por Jean Philippe Rameau em 1735. Ele se inspirou nas danças tribais indianas da Louisiana realizadas pelos chefes Metchigaema em Paris, em 1723. Clément Cogitore adapta uma pequena parte do balé mobilizando um grupo de dançarinas Krump, uma forma de arte nascida no gueto preto de Los Angeles na década de 1990. Seu nascimento ocorreu após a morte de Rodney King e fora originado pelos tumultos e a repressão policial que desencadearam. No meio dessa atmosfera coerciva, jovens dançarinas começaram a encarnar as violentas tensões do corpo físico, social e político. Tanto a dança tribal realizada em Paris em 1723 como os bailarinos rebeldes de Krump da década de 1990 moldaram uma reconstituição do livreto original de Rameau, encenando jovens que dançavam na beira de um vulcão.


The Resonant Interval
Video digital HD, 24’, 2016
Inglês, legendas em português
Produção: Palais de Tokyo / Futur antérieur productions, com o apoio de SAM Art Projects, SCAM, CNC-Dicréam, DRAC Alsace.

O ponto de partida do vídeo de Cogitore é baseado em dois fenômenos não explicáveis mas que possuem origens físicas: a suposta percepção de sons emitidos pelas auroras do norte e a aparência de um misterioso objeto luminoso no Alasca. Em ambos os casos, as superstições e os sistemas de crenças Inuit e Saami contaminam a busca por explicações científicas. Através das imagens e das histórias produzidas por esses fenômenos, se define um conto "entre uma mitologia pessoal e coletiva, entre o protocolo científico e a celebração ritual, entre a ficção e o documentário".

As imagens do céu, refletidas no chão, se fundem com a dispersão, na penumbra, de uma voz poliglota e da música celestial composta por Francesco Filidei e Lorenzo Bianchi Hoesch, levando a uma perda dos marcadores espaciais e a uma perturbação dos sentidos.


Elegies
Video digital HDCAM, 6’, 2014 (legendado)

Centenas de pequenas telas luminosas flutuam sobre uma maré humana: o público de um concerto fotografa e filma a cena com telefones celulares.
Como as legendas de uma música ausente ou a voz interior de um narrador invisível, os versos das "Elegies of Duino" de R.M Rilke pontuam esse gigantesco impulso coletivo na atmosfera de uma liturgia digital.

• Gabriel Mascaro (BR)


As Aventuras de Paulo Brusky
Animação 3D, Formato: DVCAM, 20’, 2010

O artista Paulo Bruscky entra na plataforma de relacionamento virtual “Second Life” e conhece um ex-diretor de cinema, Gabriel Mascaro, que hoje vive, se diverte e trabalha fazendo filmes na rede virtual. Paulo encomenda a Gabriel um registro machinima em formato de documentário de suas aventuras no “Second Life”.

Paulo Bruscky foi um pioneiro na gravação eletrônica, projeção de diapositivos, fac-símile, filme super-8, vídeo, xerox, off-set e mimeógrafo. Possui importante acervo documental das vanguardas artísticas do pós-guerra, incluindo trabalhos originais do Grupo Fluxus e Gutai (Japão), tendo mantido correspondência regular com alguns de seus membros. No período de 1979 a 1982 realizou 30 videoartes. Em 1980, inventou os “xerofilmes”, que são filmes feitos a partir de imagens xerográficas, abrindo um novo campo para o desenho animado e o cinema experimental.


• Jonathas de Andrade (BR)


O Peixe
16mm convertido em vídeo digital HD, Som 5.1, 22', 2016
Versão para cinema

Uma vila de pescadores tem ritual de abraçar os peixes na hora de pescar / logo após a pesca. O gesto afetuoso que acompanha a passagem para a morte atesta uma relação entre espécies pautada na força, violência e dominação.


• Júlio Cavani (BR)

História Natural
Vídeo digital HD, 11’, 2014

A travessia de um personagem em uma floresta torna-se uma jornada através das tensas relações entre plantas, bichos e homens. A trilha sonora, realizada por Henrique Vaz e Marcelo Campello e inspirada por suas pesquisas nas bandas Bestiarum, Uiu, Pooru e Embuás, busca sugerir uma tensão crescente, um espiral alucinatório semelhante à tontura, a um processo de desmaio ou aos efeitos de substâncias (como o clorofórmio ou o éter) quando inaladas pelo corpo, em um resultado que reforça o crescimento do caos sugerido pela narrativa. Os sons que surgem quando o personagem encontra um misterioso objeto orgânico foram elaborados junto com o artista sonoro Guga Rocha com a intenção de sugerir que há uma vida pulsante naquela estranha forma. Para alcançar essa sugestão biológica, foram pesquisados sons de líquidos de diferentes consistências, combinados com a sonoridade de um djeridoo (instrumento musical feito com um grosso caule de bambu). O cineasta paraguaio Pablo Lamar fez a captação de som direto durante as filmagens, trabalho importante por causa do ambiente imersivo da floresta de mata atlântica onde o curta foi filmado.


• Luiz Roque (BR)


S
Vídeo digital HD, 5’, 2017

S é adaptação livre do texto “Rumo a uma redistribuição desobediente de gênero e anticolonial da violência!”, de Jota Mombaça. No filme, Roque trabalha a partir da comunicação não verbal - dança e movimentos coreografados - em uma linguagem corporal que mistura os estilos musicais break e vogue, ambos com raízes na cultura negra, relacionados a grupos sociais distanciados do mainstream, porém dissonantes entre si.


Ancestral
Vídeo digital HD, 5’, 2016

Raios e trovões anunciam a aurora de um mundo ancestral, ainda não humano ou, talvez, e mais certeiramente, pós humano, onde a natureza não é idílio nem projeção romântica de um sujeito deslocado, mas tudo o que existe antes e depois da vida, do homem, do antropoceno. Nesse ambiente, em uma cadência estranha, própria, desloca-se um majestoso tamanduá bandeira; esse bicho enigmático, cuja morfologia peculiar mobilizou inúmeras mitologias indígenas e fascinou o imaginário ocidental – praticamente extinto hoje, foi um dos animais mais capturados pelo colonizador espanhol para ser mostrado na Europa.

Projeção
Vídeo digital HD, 6’, 2011

O artista trabalha de forma explícita a noção de limite, limiar e ruptura das coisas. Por intermédio de uma paisagem idílica, entre o real e o fantasioso, o vídeo apresenta um movimento cíclico de quebra de uma peça de vidro quadrangular por um objeto esférico e, em seguida, de união de seus estilhaços em um só plano. Questionando os limites da representação, o vídeo oferece, através de uma gradação de intensidade, a ideia de um pleno retorno. Situando-se além do passado e do futuro, sugere um presente em suspensão.


• Marc Johnson (FR/BJ)


Ultraviolet
Vídeo digital HD (4K), som 5.1, 2018
Sem falas, legendas em português

"Uma noite, sonhei que eu era um escorpião. Um escorpião feliz consigo mesmo e que fazia o que quisesse, sem saber que eu era eu mesmo. Logo despertei e lá estava eu, inconfundivelmente real. Não sei se eu estava sozinho quando estava sonhando que eu era escorpião, ou se agora sou um escorpião, sonhando ser humano. No entanto, entre um humano e um escorpião deve haver alguma diferença, não acha? ".

Uma mulher chamada Kanchana e vários escorpiões exploram abordagens colaborativas de sobrevivência em um futuro pós-humano em que todos os seres vivos são considerados iguais. "Ultraviolet" nos convida a um encontro com outras formas de vida e experiências que envolvem o temas da sociabilidade inter-espécies, o Antropoceno, o Capitaloceno e as Fabulações especulativas. Inspirado por um poema chinês do século III a.c. - escrito por Zhuangzi - "The Butterfly's Dream", "Ultraviolet" traz uma narrativa alegórica onde a parábola e a fábula se desenvolvem em um mundo futurista e encantado.

• Mika Taanila (FI)


Optical Sound
Filme em 35mm convertido em vídeo digital HD, 6', 2005

Vivemos em uma realidade sobrecarregada de tecnologia. No filme, ferramentas de escritório obsoletas transformam-se em instrumentos musicais do futuro. O filme é baseado na Symphony # 2 for Dot Matrix Printers for [The User]. Usando imagens noturnas em stop motion, câmeras de vigilância em miniatura e fotocopiando a partitura diretamente em celuloide transparente, Optical Sound explora a estética sonora e visual do barulho das impressoras. A música foi feita usando apenas sons de impressoras matriciais; sem sampling, sem outras fontes sonoras e com um processamento eletrônico mínimo.


The World
Vídeo digital, 8’, 2017

O homem que caiu na Terra fora desalojado e segregado. Nas paisagens abandonadas, animais de estimação, móveis e veículos são abandonados a seu destino, espera do fim. “Tínhamos que ter morrido sozinhos, muito tempo atrás” (David Bowie). “The World é a minha segunda tentativa de desmantelar a narrativa cinematográfica trazendo um filme bem conhecido da história do cinema e excluindo o essencial. Os seres humanos são retirados de todas as cenas, a gravidade permanece. Outro ‘filme sem filme’ e meu tributo Bowie” (Mika Taanila).

• Naïmé Perrette (FR)


I Wanna Be Blind
Vídeo digital HD, 29’, 2016
Inglês, legendas em português

I Wanna Be Blind retrata um jovem pintor ativo como músico na cena do punk de Melbourne. Ele trabalha turnos noturnos como agente funerário, removendo cadáveres e entregando-os ao Mortuário Forense. O filme analisa a forma como os diferentes aspectos de sua vida se afetam, questionando o equilíbrio entre controle e vulnerabilidade. A presença constante da câmera em sua casa revela sua identidade, envolvendo-o na tensão entre uma atitude performativa e momentos auto-reflexivos. Suas observações sensíveis sobre os cadáveres despidos que ele manipula ecoam seus próprios sentimentos ao ser examinado pelo cineasta.


• The Otolith Group (GBR)


Otolith
Vídeo digital, 23’, 2003
Inglês, legendas em português

No ano de 2103, o planeta Terra não é mais habitável. Incapazes de lidar com a força da gravidade, os seres humanos passaram a viver numa estação internacional espacial. Não mais suportando o contato direto com o ambiente terrestre, têm nos arquivos fílmicos, fotográficos, escritos e digitais a única fonte de conhecimento sobre seu próprio passado. O personagem Usha Adebaran Sagar, descendente de Anjalika Sagar, membro do Otolith Group, explora o diário e o arquivo de sua antepassada. A documentação explorada revela, por sua vez, a pesquisa de Anjalika sobre sua própria avó, membro da Federação Nacional de Mulheres Indianas durante os anos de 1970. Estruturada como uma mise em abyme — expediente pelo qual enredos são concatenados no interior de outros —, a narrativa cria uma imagem de tempo circular na qual pontos distintos da história acabam por se sobrepor. Ainda que produza um efeito distópico, o procedimento também revela virtualidades históricas não efetivadas, dando espessura ao tempo. O vídeo recebeu uma continuação, Otolith II, de 2007, no qual Usha segue lendo o diário de Anjalika. É um dos primeiros trabalhos do grupo, que iniciava sua investigação do chamado afrofuturismo. Ao se utilizar dos artifícios da ficção científica, as obras do grupo não perdem de vista os processos históricos e os conflitos políticos neles engendrados. A visão pós-apocalíptica dissocia-se de uma leitura caricata, até então muito comum no cinema.


• Regina Parra (BR)

Capitão do Mato
Vídeo digital HD, 5', 2016

O vídeo “Capitão do Mato” tem o título tomado do pássaro que habita muitas das florestas da América Latina e que no passado ganhou tal alcunha por anunciar, com seu canto agudo, qualquer movimentação estranha na mata, delatando escravos fugitivos que nela se embrenhavam e se escondiam. Em paisagem tão exuberante quanto claustrofóbica, a artista faz confluir canto de pássaro e som saído da boca de homem, em rememoração encenada dessa improvável e mortífera aliança.

Sobre la marcha
Vídeo digital, 5', 2010-11
Cartelas em português

No vídeo "Sobre la marcha" (2010-2011), Regina Parra usa imagens de câmeras de vigilância localizadas perto de uma das fronteiras mais contestadas e protegidas do mundo (a que une e divide os territórios dos Estados Unidos e do México), onde nós veja filas de homens vagando por um lugar de desejo sem qualquer certeza de que haverá uma chegada.

Como as legendas desta cena borrada que ela exibe, a artista usa trechos de um texto de Maurice Blanchot sobre a alteridade e a condição de ser estrangeiro. [Texto de Moacir dos Anjos].


• Sebastian Díaz Morales (AR)

The Lost Object
Vídeo digital HD, 14’, 2016
Produzido com apoio do Mondriaan Fund, Sonsbeek16 e do Museum for Gegenwartskunst, Siegen.

A realidade ultrapassa a ficção. Em um set de cinema, os elementos e a linguagem da ficção estão sendo desarticulados. Isso se traduz em um ritual onde a câmera, as luzes do set e o conjunto dos objetos alcançam um lugar onde a ficção e a realidade se fundem em um único elemento. Onde a parafernália para articular a ficção desaparece, pois não há mais necessidade disso. A matriz que gera a ficção torna-se autônoma. Através do mesmo princípio, o da simulação, o universo pode ser controlado.


Insight
Vídeo digital, HD, 12' min, 2012
Produzido com apoio do Fonds voor Beeldende Kunsten, The Netherlands e Premio MAMBA / Fundación Telefónica.

Insight representa a abstração total. Uma equipe de filmagem cuidadosamente disposta aparece como um tableau vivant na frente do espectador. Então, de repente, essa imagem se desfaz - uma analogia entre romper a superfície e expor a simulação - e o espelho que a continha explode lentamente em mil pedaços. Filmado em alta definição, Insight é uma homenagem à câmera obscura mas reflete um espírito crítico direcionado aos meios de comunicação de massa contemporâneos. Diaz Morales empresta táticas da indústria midiática para expor e minar os fenômenos provocados por um mundo em que não existe mais distinção entre real e simulacro. Revelar em vez de ocultar seus métodos permite alcançar alguma epifania . À medida que os pedaços de vidro se desintegram em minúsculas galáxias, o contexto é desconstruído, retratando a tendência generalizadora da prática de Diaz Morales. Com uma graça atemporal, o artista contempla a natureza da existência. (Texto de Nathalie Levi)


• Tanya Busse (CA/NO)

Robo She
Vídeo digital HD, 10'05, 2015

ROBO SHE é um trabalho em vídeo que nos conduz através do funcionamento interno da planta de separação de materiais de Bjørnevatn da Noruega ártica, um espaço para a veneração de verbos de ação: rodar, moer, peneirar, misturar, penetrar. O equipamento tem uma semelhança inquietante com as partes do corpo: uma massa de bobinas e de cabos atados em um grande nó flutuam suspensos no meio de uma sala, lembrando um aparato cardíaco humano, enquanto os pulmões do separador de ferro inspiram e expiram. Outra tomada mostra uma máquina para lavar os materiais - uma roda escura e enorme domina o quadro, como um olho preto empoeirado. O desejo irônico de ver algo humano em tudo isso ressalta a desumanidade desses ambientes criados pelo homem, que, tendo movimentos e ritmos próprios, parecem ganhar autonomia.


• Tuomas Aleksander Laitinen (FI)


The Powder of Sympathy
Vídeo digital HD, 8 ', 2015
Inglês, legendas em português

O vídeo rastreia as características míticas e químicas do cobre. Começando por suas propriedades terapêuticas e, em seguida, passando a seu papel de condutor no desenvolvimento das sociedades modernas, dependentes da eletricidade. As imagens do filme, ocasionalmente interrompidas, se dissolvem entropicamente.


Dossier of Tentacular
Vídeo digital HD, 10’, 2018
Inglês, legendas em português

Dossier of Tentacular é um organismo nodoso e tragicômico que explora as técnicas de produção e disseminação da informação, além de mudanças ecológicas e questões relacionadas à linguagem neoliberal. A forma visual do trabalho é uma reminiscência de um caderno cujas páginas são preenchidas com imagens, diagramas e notas. Os textos exploram diferentes maneiras de usar o idioma: como uma palestra expositiva, ou através de expressões poéticas criadas por uma inteligência artificial, cujo material de origem são as obras coletadas de Samuel Beckett. Com base em palavras-chave desencadeadas por associações ao tema do vídeo, o algoritmo gera uma poesia absurda e laboriosa. Esses elementos se combinam de forma caótica no vídeo, criando camadas sobrepostas de meta-ficção.

• Yuri Firmeza (BR)

Nada é
Vídeo digital HD, 32', 2014

Em Aqui Nada É, tudo foi ou será.


Entretempos, Yuri Firmeza e Frederico Benevides (BR)
Vídeo digital HD, 7’, 2015

Um canto que evoca. Uma cidade que desmorona. Um prédio que se ergue. Um povo que embranquece. Uma família que convulsiona. Um silêncio que corta.

Posted by Patricia Canetti at 9:58 AM