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julho 3, 2017
Mostra Performatus #2 no SESC, Santos - performances
Realizada pelo Sesc São Paulo e com curadoria de Paulo Aureliano da Mata e Tales Frey, a mostra acontece em sua segunda edição e pela primeira vez realizada pelo Sesc Santos. Com produções de 8 países e 41 ações em 9 dias, a arte da performance estará presente em performances ao vivo, instalação, bate-papos com artistas e teóricos, exibições, residência artística e formativas.
Participantes: Alexandre Sá, Arthur Scovino, Bianca Tinoco, Caio Riscado, Carlos Martiel, Carol Cony & Cristina Moura, Carolee Schneemann, Cassils, Ed Marte, Élle de Bernardini, Enauro de Castro, Eve Bonneau, Felipe Bittencourt, Fernanda Magalhães, Fernanda Silva & Sônia Sobral, Grasiele Sousa a.k.a. Grasiele Cabelódroma, Grupo Empreza, Jaqueline Vasconcelos, Linn da Quebrada, Lizi Menezes, Lucio Agra, Lyz Parayzo, Lyz Parayzo & Augusto Braz, Marcela Tiboni, Marie Carangi, Miguel Bonneville, Pedro Galiza, Priscila Rezende, Priscilla Davanzo, Renan Marcondes, Ricardo Basbaum, Rodrigo Munhoz a.k.a. Amor Experimental, Sarah Hill, Victor de la Rocque, Yara Pina,
Yolanda Benalba, Yves Klein feat. Roland Dahinden
1 a 9 de julho de 2017
Sesc Santos
Rua Conselheiro Ribas 136, Aparecida, Santos, SP
PROGRAMAÇÃO COMPLETA
veja os horários atualizados online
1 a 9 de julho
Auditório
Carolee Schneemann (exibição de filmes)
Cassils (exibição de vídeo)
Priscilla Davanzo (resquício de performance/gravura)
Yara Pina (performance-instalação)
Caio Riscado (objeto relacional)
2 a 9 de julho
Auditório
Carlos Martiel (residência artística)
1 de julho, sábado
Teatro
Yves Klein feat. Roland Dahinden
Auditório
Sarah Hill
Fernanda Magalhães
Área de Convivência
Fernanda Silva & Sônia Sobral
Conversa Performance e Geração 80, com Bianca Tinoco e Ricardo Basbaum
1 a 9 de julho
Auditório
Victor de la Rocque (performance-instalação)
2 de julho, domingo
Auditório
Grupo Empreza
Yolanda Benalba
Área de Convivência
Pedro Galiza
4 de julho, terça-feira
Área de Convivência
Priscila Rezende
Auditório
Lizi Menezes
Felipe Bittencourt
Oficina-Conversa-móvel Lab Livre Desconversa, com Jaqueline Vasconcelos e Rodrigo Munhoz a.k.a. Amor Experimental
4-6 de julho
Oficina Teoria e História da Performance, de Lucio Agra
5 de julho, quarta-feira
Teatro
Miguel Bonneville
Em trânsito
Ed Marte
Área de Convivência
Eve Bonneau
Em frente ao SESC
Élle de Bernardini
6 de julho, quinta-feira
Auditório
Grasiele Sousa a.k.a. Grasiele Cabelódroma
Em trânsito
Ed Marte
Conversa Yashira e a Trajetória da Arte Performática em Goiás, com Enauro de Castro
6-8 de julho
Auditório
Lyz Parayzo (performance-instalação)
7 de julho, sexta-feira
Praia
Grupo Empreza
Auditório
Arthur Scovino
Conversa Outros Fluxxxos, com Alexandre Sá
1-9 de julho
Auditório
Lucio Agra (instalação)
Arthur Scovino (instalação)
8 de julho, sábado
Auditório
Marie Carangi
Na cidade
Grupo Empreza
Teatro
Carol Cony & Cristina Moura
8-9 de julho
Oficina Aproximar Corpos e Coisas, de Renan Marcondes
9 de julho, domingo
Praia
Marcela Tiboni
Área de Convivência
Lyz Parayzo & Augusto Braz
Auditório
Linn da Quebrada
Carlos Martiel
ver programa conversas e oficinas
PROGRAMAÇÃO EM ORDEM ALFABÉTICA (ARTISTA)
Arthur Scovino
performance-instalação Oráculo Caboclo
Instalação: 01-09 DE JULHO DE 2017
site do artista: https://arthurscovino.wordpress.com
Auditório | Duração: 1 dia
Oráculo Caboclo é uma experiência diferente a cada vez que apresento. A base é uma compilação de entrevistas de Hélio Oiticica entre um pau-de-resposta e O Guarani de José de Alencar. Consulto o Oráculo Caboclo diante do caos. Falo com o público, um por vez, buscando respostas para os nossos anseios diante do caos, da arte e da vida. A imagem vai se formando. As respostas são colocadas na parede, em balões de Hélio, ou sai em segredo com algumas pessoas. Dura uma tarde inteira. Apresentei pela primeira vez no MAM em Salvador em 2013, depois na XXXI Bienal de São Paulo em 2014 e na Casa da Luz em 2016.
ARTHUR SCOVINO (Brasil, 1980) é nascido na região metropolitana do Rio de Janeiro e mudou-se para Salvador em 2008 para estudar na Escola de Belas Artes da UFBA. Desde então, desenvolve suas pesquisas artísticas em torno do ambiente, da cultura e das relações afetivas e sociais, sobretudo na Bahia. Atualmente, em suas instalações e performances, investiga símbolos do imaginário religioso e da miscigenação brasileira. Em 2013 recebeu dois prêmios dos Salões de Artes Visuais da Bahia, que ocorrem em diferentes cidades do estado, e em 2014 participou da Terceira Bienal da Bahia e da XXXI Bienal de São Paulo. Foi indicado ao Prêmio PIPA nos últimos três anos. Em 2016 participou da exposição Softpower – Arte Brasil na Holanda e teve uma mostra individual na Galeria Solyanka VPA em Moscou. É representado pela Galeria Casa Triângulo em São Paulo.
Caio Riscado
BICHA (2016)
Objeto relacional
1) Retirar as camisetas do suporte; 2) Vestir as camisetas; 3) Tendo cinco pessoas vestidas com as camisetas, todas devem se posicionar lado a lado para, juntas, formarem a palavra “BICHA”; 4) Tirar fotografias; 5) Devolver as camisetas ao suporte; 6) Por fim, postar as fotos em alguma rede social. Usem a hashtag #performatus.
CAIO RISCADO (Brasil, 1988) é membro-fundador de MIÚDA, doutorando em performance pela Unirio, mestre em Processos e Métodos da Criação Cênica pela Unirio, diretor teatral formado pela UFRJ, artista pesquisador, professor, performer, produtor e bicha.
Carlos Martiel
ARTISTA EM RESIDÊNCIA
Residência Artística: 02-08 DE JULHO DE 2017
Performance Ao Vivo: 09 DE JULHO DE 2017 | duração variável | Auditório
artista que integra a Bienal de Veneza desse ano
site do artista: http://www.carlosmartiel.net
sobre o artista: http://performatus.net/traducoes/carlos-martiel/
Para esta residência, Carlos Martiel realizará um projeto sobre a discriminação racial no Brasil, partindo da sua pesquisa in loco e em contraposição com as sua experiências prévias, as quais abordam a mesma problemática em países como Estados Unidos e Cuba. Como resultado da residência, Carlos Martiel realizará uma apresentação pública do seu trabalho investigativo através de uma performance inédita.
CARLOS MARTIEL (Cuba, 1989) vive e trabalha em Nova York e Havana. Graduado pela Escola Nacional de Belas-Artes San Alejandro em Havana. Estudou em Cátedra Arte de Conducta entre 2008 e 2010, onde foi orientado pela artista Tania Bruguera. Seus trabalhos foram apresentados em: Bienal de Havana; Bienal de Pontevedra; Bienal de Veneza; Bienal de Liverpool; Bienal “La Otra” de Bogotá; Bienal Internacional de Performance Art de Houston; e Bienal de Casablanca. Realizou exposições individuais em espaços como: Y Gallery e Robert Miller Gallery, ambas em Nova York; Samsøn Projects, em Boston; Steve Turner, em Los Angeles; Axenéo7, em Gatineau; Nitsch Museum, em Nápoles; Lux Gallery, na Cidade da Guatemala; e no Contemporary Art Center “Wifredo Lam”, em Havana. Recebeu prêmios como: Franklin Furnace Fund, em Nova York, 2016; “CIFOS Grants & Commissions Program Award”, em Miami, 2014; e “Arte Laguna”, em Veneza, 2013. Seu trabalho foi exibido em respeitáveis instituições, dentre elas, Padiglione d’Arte Contemporanea de Milão; Benaki Museum de Atenas; Tornielli Museum de Ameno; Estonian Museum of Art and Design de Talim; Museo de Arte Moderno de Buenos Aires; entre outras.
Carol Cony & Cristina Moura
performance Retratos
Teatro | Duração: 50 minutos
A obra da artista norte-americana Cindy Sherman – que se auto-fotografa personificando personagens fictícias em diversas situações – é o ponto de partida do solo de Retratos, da bailarina Carol Cony, sob a direção de Cristina Moura. As personagens de Cindy Sherman são clicadas em situações dramáticas ou cotidianas, capturando e subvertendo instantes de suas vidas inventadas. São mulheres que nos afetam pelas imagens impactantes e de narrativas fortes. O espetáculo é uma experiência cênica fotográfica, onde o retrato se desloca da fotografia para a cena, a partir de percursos criativos vivenciados pela intérprete, que dialoga e brinca com as características das duas linguagens: a fotografia e a dança. Retratos é um passeio entre os possíveis passados, presentes e futuros das mulheres criadas virtualmente. Em cena, diversas trocas de figurinos se unem a uma vigorosa partitura coreográfica para evocar a atmosfera em torno das personagens. Retratos convida o espectador a um passeio imagético e imaginativo, em que o corpo da intérprete é o guia entre o humor, memória, drama, paixão e tragédia.
FICHA TÉCNICA
Idealização e Interpretação: CAROL CONY | Direção: CRISTINA MOURA | Direção Musical: DOMENICO LANCELLOTTI | Figurinos e Cenário: RAQUEL THEO | Iluminação: PAULO CÉSAR MEDEIROS | Extensão da Iluminação: TABATTA MARTINS | Direção de Produção: CIDA DE SOUZA
CAROL CONY (Brasil, 1980) é atriz, bailarina e acrobata. É formada pela Faculdade de Dança Angel Vianna e pelo TEPA (Teatro Escola de Porto Alegre). De 2006 a 2011, atuou no grupo carioca Intrépida Trupe, participando de alguns espetáculos. Criou a videodança Autorretrato, que participou de diversos festivais, como o Festival Internacional de Videodança de Barcelona – Nu2's, onde, em consequência, integrou parte do acervo do museu Caixa Fórum. Foi contemplada com o Programa de Fomento a Cultura do Rio de Janeiro para a montagem do espetáculo solo Retratos com direção de Cristina Moura, que estreou em 2014. Criou, junto de oito artistas, o espetáculo e intervenção artística Mão – Translação da Casa Pela Paisagem, dirigido por Renato Linhares, que teve estreia em 2016. No cinema, protagonizou três curtas: Mariana, com direção de Daniel Galera; O Lugar das Coisas, com direção de Rafael Figueiredo; e Intimidade, com direção de Camila Gonzatto, sendo condecorada com o prêmio de melhor atriz no Festival de Belém.
CRISTINA MOURA (Brasil) é diretora de espetáculos de teatro e dança contemporânea, coreógrafa, atriz e intérprete. Entre 1996 e 2003, viveu na Europa e integrou o Les Ballets C de La B, de Alain Platel, entre outras Cias. Em 2003, cria seu solo Like an Idiot, que, entre 2004 e 2011, foi mostrado em diversos países da Europa, América Latina, Estados Unidos, Canadá e Brasil. Em 2009, dirige A Mulher que Matou os Peixes… e Outros Bichos, peça premiada com Mariana Lima, Renato Linhares e Luciana Fróes. Foi colaboradora de Enrique Diaz em Ensaio.Hamlet e Gaivota e, em 2010, codirige OTRO, do Coletivo Improviso, peça que fez turnê na Europa e no Brasil. Em 2011, dirige O Menino que Vendia Palavras, com Du Moscovis e elenco de cinco atores. Em 2012, cria o duo Peça Coração, com Volmir Cordeiro. Em 2013, assina a direção de Philodendrus, Uma Conferência Imaginária, espetáculo de teatro-dança para seis atores. Codirige Nós de Borboletas, com Emílio de Mello. Colabora também com Lia Rodrigues Cia de Danças. Em 2014, dirige Retratos, solo de Carol Cony, entre outros.
Carolee Schneemann [ARTISTA DE HONRA]
exibição de filmes
Meat Joy
(1964-2010, 10’35’’, cor, som, filme em película 16 milímetros em vídeo)
Schneemann escreve: “Meat Joy é um rito erótico – excessivo, indulgente, uma celebração da carne bem como tais matérias: peixe cru, frango, salsichas, pintura húmida, plástico transparente, cordas, escovas e resíduos de papel. A sua propulsão é para o êxtase, deslocando e transformando – entre ternura, selvageria, precisão, abandono – qualidades que poderiam a qualquer momento ser sensuais, cômicas, alegres ou repelentes. Equivalências físicas são promulgadas como um fluxo psíquico imagético, em que os elementos em camadas de malha ganham intensidade pelo complemento de energia do público. A performance original tornou-se notória e apresentou uma visão sobre ‘sagrado erótico’. Este vídeo foi convertido a partir da filmagem original de três apresentações da performance Meat Joy de 1964: no Festival de la Libre Expression, em Paris; no Dennison Hall, em Londres; e na Judson Memorial Church, em Nova York.”
Fuses
(1964-66, 29’37’’, cor, silencioso, filme em película 16 milímetros em vídeo)
A auto-filmagem erótica de Schneemann continua a ser um clássico controverso. Esta é uma notória obra-prima em que a artista promove uma celebração silenciosa e em cor de uma relação sexual. O filme unifica energias eróticas dentro de um ambiente doméstico através dos cortes, das sobreposições e camadas de impressões abstratas riscadas na própria película.
Body Collage
(1967, 3’57’’, preto e branco, sem som, filme em película 16 milímetros em vídeo)
Em Body Collage, Schneemann pinta o seu corpo com pasta de papel de parede e melaço, e então corre, salta, cai e rola através de pedaços de papel branco da impressora, criando uma colagem corporal não predeterminada.
Up To and Including Her Limits
(1976, 29’, cor, som, filme em película 16 milímetros em vídeo)
Vemos aqui os princípios da pintura da ação de Jackson Pollock. Schneemann é suspensa nua por uma corda, nua e desenhando. Seu corpo em movimento torna-se uma medida de concentração, os movimentos sustentados e variáveis de sua mão estendida a desenhar cria uma teia densa de traços e marcação. Este vídeo capta a concentração e a intensidade bruta da presença e do uso de Schneemann de seu próprio corpo.
Interior Scroll – The Cave
(1975-1995, 7’30’’, cor, som, filme em película 16 milímetros em vídeo)
Em uma vasta caverna subterrânea, Schneemann e sete mulheres nuas executam as ações ritualizadas de Interior Scroll, que consistem em ler os textos presentes nos pergaminhos que cada mulher extrai lentamente de suas vaginas. Cada pergaminho encarna a primazia de uma linha visual estendida, moldada como conceito e ação. O texto extraído funde a teoria crítica com o corpo como uma fonte de conhecimento.
CAROLEE SCHNEEMANN (Estados Unidos, 1939) é uma inovadora artista transdisciplinar. Criou uma série de performances e faz uso do vídeo desde os anos 1960. Quebrando tabus e redefinindo a noção de erótico, ela confronta a sexualidade, gênero e construção social através do corpo feminino. Suas performances seminais da década de 1970 eram tão transgressoras quanto influentes. Schneemann continua a provocar, como também não para de explorar a sexualidade feminina em relação ao fazer artístico, ao ritual e à cultura.
artista premiada com o Leão de Ouro da Bienal de Veneza desse ano.
site da artista: http://www.caroleeschneemann.com
sobre o trabalho da artista: http://performatus.net/traducoes/notas-relativas-cs/ | http://performatus.net/traducoes/carolee-schneemann-pintura/ | http://performatus.net/traducoes/entrevista-carolee-schneemann/ | http://performatus.net/traducoes/interior-scroll/ | http://performatus.net/traducoes/mulher-no-ano-2000/ | http://performatus.net/traducoes/a-morfina-da-vulva/ | http://performatus.net/traducoes/dos-cadernos/
Cassils
103 shots (2016)
exibição de vídeo
site da artista: http://cassils.net
Com 103 Shoots, Cassils apresenta sons de tiros que nos colocam em um estado de alerta e, ao mesmo tempo, corpos que se abraçam para que haja o estouro de balões. Apresentados sobrepostos, tais estalos assemelham-se a fogos de artifício ou ao abrir de garrafas de champanhe; os sons têm conotação violenta e festiva ao mesmo tempo, respondendo à violência – que ameaça os corpos e as relações entre eles – através de um ato amável, subvertendo os sons que seriam interpretados como ameaçadores para ganharem outro código.
Este trabalho faz menção ao atentado ocorrido no clube gay Pulse na cidade de Orlando, Estados Unidos, em junho de 2016.
CASSILS (Canadá) é artista, dublê e body builder que usa o físico de forma contundente para intervir em vários contextos sob a finalidade de interrogar sistemas de poder e controle. Muitas vezes, empregando várias das estratégias usadas pelo FLUXUS e pelo teatro de guerrilha, seu método é transdisciplinar e atravessa um espectro de cultura física, produção cinematográfica e performance ao vivo. Cassils exibiu no Reino Unido, na Alemanha, na Áustria, nos Estados Unidos, entre outros lugares.
Ed Marte
performance Retratinho com Você
Em trânsito | Duração: 60 minutos
Ed Marte, ao se colocar à disposição para tirar fotos com qualquer transeunte que tiver interesse em posar ao lado do artista, faz alusão ao mundo onde todas(os) estão conectadas(os) com as redes sociais através de uma performance bem-humorada que faz um paralelo com a popularização da celebridade pop instantânea, que pode ser de apenas 15 minutos de fama (ou não).
performance Réquiem para Uma Noiva
Em trânsito | Duração: 60 minutos
Na performance Réquiem para uma Noiva, o artista visual Ed Marte trabalha as relações entre corpo político, espaço e público, arte e vida. Aborda as questões de gênero, feminismo e o universo queer do homem-mulher-trans, as lutas políticas de empoderamento e reafirmação de o corpo ser livre.
ED MARTE (Brasil, 1968) trabalha as relações entre corpo, espaço e público, arte e vida. Rito, fluxo e interação. O corpo se coloca, artisticamente, na fabricação de uma imagem que aborda questões comportamentais emergentes na contemporaneidade, como deslizamento entre gêneros, recombinação de vestuário, questionando o padrão das poéticas visuais que vestem o corpo.
Élle De Bernardini
performance Bááárbaros
site da artista: http://www.elledebernardini.com
Em frente ao SESC | Duração: aprox. 40 minutos
No dia 16 de abril de 2015, às 16h30, gritei a palavra “Bárbaros” em um microfone instalado na praça central da cidade universitária de Santa Maria, no Rio Grande do Sul (Brasil). Gritei repetidamente esta única palavra até perder totalmente a voz. O grito é uma crítica, e autocrítica, à falta de civilidade da sociedade contemporânea; é uma repulsa aos atos bárbaros cometidos pelos humanos do mundo inteiro.
ÉLLE DE BERNARDINI (Brasil, 1991) é artista visual, performer, bailarina e butoka. Possui formação em balé clássico pela Royal Academy of Dance, foi aluna dos mestres de butô japonês Yoshito Ohno e Tadashi Endo, é graduanda de filosofia pela Universidade Federal de Santa Maria. Seus trabalhos já foram apresentados na Europa e na América Latina. Entre eles destacam-se: o butô London Butoh, London, em London Tower, Londres (2012); a instalação Via-Láctea, no Planetário da Gávea, Rio de Janeiro (2014); a performance As Lágrimas do Artista, no Memorial da América Latina, São Paulo (2015); a instalação Ponto Limítrofe, na Casa de Cultura Mario Quintana, Porto Alegre (2016); e a videoperformance Me Veja se Puder, no Santander Cultural, Porto Alegre (2017). Suas obras integram os acervos dos Museus: Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul (Porto Alegre, Brasil), Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Porto Alegre, Brasil), e Museu de Arte de Santa Maria (Santa Maria, Brasil).
Eve Bonneau
performance Infiltration
site da artista: http://evebonneau.tumblr.com
Área de Convivência | Duração: aprox. 40 minutos
Infiltration [Infiltração] agrupa uma multiplicidade de formas artísticas (performances, intervenção visual e instalação) elaboradas após três anos de pesquisa contínua sobre o “estar aqui”. Este projeto nasceu no laboratório “ça”, meio pelo qual examinei a presença no espaço público. A minha maneira de me sentir dentro de mim torna-se a minha posição social. Esta série de atos poéticos promulga essa sensação interna de estar à beira do desequilíbrio numa tensão imediata: viver. A questão da morte surge de forma tangível. Todo o processo foi transpor uma sensação, usando materiais variados e a presença num espaço público à procura da empatia dos corpos, do senso comum que nos liga, partilhando experiências. A água é um elemento constante em Infiltration: contingente, orgânica e pura. O vidro encarna a fragilidade e o perigo instaurado no momento presente.
EVE BONNEAU (França, 1981) é performer, tem formação em balé e dança contemporânea pela École Nationale de Musique et Danse de La Rochelle na França e pela P.A.R.T.S em Bruxelas. Seguiu o conjunto de trabalhos de corpo do psicoterapeuta Jacques Garros. Sua pesquisa “ça” foi desenvolvida através do programa “Body Art and Performance”, na Visual Arts School La Cambre, bem como através dos laboratórios públicos na La Bellone. E justamente essa configuração pública determinou as suas abordagens artísticas e políticas posteriores. Ao longo dos últimos cinco anos, Eve fez intervenções no México, dando oficinas e criando o seu projeto Infiltration. Através de sua última longa permanência no espaço de arte Sign6 em Bruxelas, Eve aprimorou a sua linguagem pedagógica e as metodologias para criar suas performances. Em apresentações paralelas, organiza eventos alternativos de performance. Suas últimas ações foram realizadas na Polônia, Alemanha e Áustria.
Felipe Bittencourt
performance Palhaço Ergométrico
site do artista: http://felpochatt.wixsite.com/felipebittencourt
Auditório | Duração: aprox. 120 minutos
O performer, usando maquiagem e nariz de palhaço, senta-se em bicicleta ergométrica posicionada no centro do espaço. Ele deve andar no aparelho até que toda a maquiagem escorra pelo suor.
FELIPE BITTENCOURT (Brasil, 1987) é ator e artista visual, bacharel em Artes Visuais pelo Centro Universitário Belas Artes de São Paulo, 2007, com especialização em Fotografia pela Escola Panamericana de Arte e Design, 2010. Atua principalmente com performance, utilizando também o desenho como linguagem base de pesquisa e desenvolvimento de seus trabalhos, além do uso da fotografia na exploração do espaço urbano e de seu próprio corpo. Em suas obras, investiga o limite físico e a autoagressão como possibilidades poéticas em performances de longa duração, questionando o corpo enquanto suporte artístico. Suas obras foram apresentadas em diferentes festivais e instituições, como Verbo, Galeria Vermelho, São Paulo (2013); Paço das Artes, São Paulo (2013); Museu Brasileiro da Escultura, São Paulo (2011); Arte Pará, Belém (2008); entre outros. Participou também de residências na Fundação Joaquim Nabuco, Recife (2014), e na Red Bull House of Art, São Paulo (2011). Vive e trabalha em São Paulo.
Fernanda Magalhães
performance A Natureza da Vida
site da artista: http://www.fernandamagalhaes.com.br
sobre a artista: http://performatus.net/estudos/engordurando-fronteiras/
Auditório | de 10 a 15 minutos
A Natureza da Vida é um projeto em desenvolvimento que utiliza os meios foto.vídeo.performance nas produções e problematizações propostas no trabalho. As ações são realizadas em locais públicos em diversas cidades do mundo. As performances são constituídas de uma movimentação pelo espaço e da ação de tirar a roupa e posar, quase sempre nua, para fotos e vídeos. Diferentes fotógrafos participam do trabalho, profissionais, artistas e quaisquer interessados.
Em geral, também produzo fotografias e vídeos durante minha movimentação e faço imagens que são fragmentos do meu ponto de vista, a reação do espectador perante minhas performances. Estas ações querem refletir sobre as relações das imagens com os corpos. São provocações que se impõem através de um posicionamento político, discutindo padrões, estética e as diferenças. Uma ocupação do espaço, um posicionamento, colocar-se presente e visível. Os vídeos e fotografias performam como o corpo, dando vida e fluxo aos movimentos. Os trabalhos são realizados a partir de observações, experiências e a constatação da hipocrisia latejante em nosso dia a dia. Realizar estes nus em locais públicos, mostrando este corpo-incômodo, com toda liberdade, é uma ação-proposição. É o corpo que reivindica o seu espaço, que não se detém perante à norma, que não se submete à lógica dos modelos ditados por sistemas onde o capital está acima do ser. Em A Natureza da Vida, as ações se impõem e os corpos ocupam os espaços. Proposições ativadoras e agenciadoras de outros sentidos pretendem trazer à tona estas relações devoradoras em busca de novas possibilidades para estes corpos. Avessos, desejos latentes, dobras e redobras, linhas de fuga que conectam formas de pensar e agir, refletindo sobre as normas regulatórias da sociedade contemporânea que con(formam) o ser e aquilo que produz.
FERNANDA MAGALHÃES (Brasil, 1962) é artista, fotógrafa, performer, professora de Artes na Universidade Estadual de Londrina, pós-doutora pelo LUME Teatro (Unicamp, 2016) e doutora em Artes (Unicamp, 2008). Recebeu o VIII Prêmio Funarte Marc Ferrez de Fotografia 1995 pelo projeto A Representação da Mulher Gorda Nua na Fotografia. Publicou os livros Corpos Re-Construção Ação Ritual Performance (2010) e, em parceria com Karen Debértolis, A Estalagem das Almas (2006). Organizou o livro fac-símile Eulália Neutra (2011), dos poetas Antônio Vilela e Arnaldo Magalhães, com ilustrações de Darcy Penteado, originalmente publicado em edição limitada de autor em São Paulo em 1952. Suas obras integram os acervos de instituições como a Maison Européenne de la Photographie (Paris, França) e o Museu Oscar Niemeyer (Curitiba, Brasil), e, também, a Coleção Joaquim Paiva de Fotografia Contemporânea do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.
Fernanda Silva & Sônia Sobral
performance Involuntários da Pátria
Área de Convivência | Duração: 30 minutos
17 abril de 2016: impeachment de Dilma Rousseff pelos deputados federais;
20 de abril de 2016: Eduardo Viveiros de Castro profere uma aula pública nas escadarias da Câmara Municipal do Rio de Janeiro;
Julho de 2016: Sonia Sobral e Fernanda Silva se encontram numa residência artística no CAMPO Arte Contemporânea em Teresina (Piauí, Brasil).
FICHA TÉCNICA
Concepção e criação: SÔNIA SOBRAL | Criação e performance: FERNANDA SILVA | Produção: REGINA VELOSO | Texto: EDUARDO VIVEIROS DE CASTRO, DA SÉRIE PANDEMIA (N-1 EDIÇÕES) | Imagens: MAURÍCIO POKÉMON | Realização: CAMPO GESTÃO E CRIAÇÃO EM ARTE CONTEMPORÂNEA
FERNANDA SILVA (Brasil) atriz e diretora, conduz há 23 anos o Grupo de Teatro Metáfora, que desde 2005 mantém o Galpão Teatro Metáfora como espaço de resistência em Parnaíba, litoral do Piauí.
SÔNIA SOBRAL (Brasil) é gestora cultural de artes cênicas. Atualmente integra grupos de estudos, pesquisas cênicas e dramaturgias.
Grasiele Sousa a.k.a. Grasiele Cabelódroma
performance Performance da Serpentina
site da artista: http://cabelodroma.blogspot.pt
sobre o trabalho da artista: http://performatus.net/perfil-de-artista/grasiele-sousa/
Auditório | Duração: aprox. 40 minutos
Luz del Fuego e Loïe Fuller foram mulheres que desafiaram os “bons costumes” e inovaram com suas formas de dançar. Luz, artista brasileira, conhecida principalmente por seu número de dança acompanhado de duas cobras foi naturista, escritora e feminista. Loïe, nascida nos Estados Unidos, inventou um corpo que expandia a presença no palco com a ajuda de uma “roupa-escultura” e efeitos de luz projetada. Seu vestido-luz parecia uma serpente sinuosa, cadenciando cada movimento que não parecia ter fim. Apesar das invenções dessas artistas no campo da arte e do comportamento social, Luz del Fuego foi assassinada – uma forma de silenciar seu corpo, seu espírito provocativo – e Loïe Fuller teve sua vida reencenada em um filme (La Danseuse, de Stéphanie Di Giusto, 2016) que ignora a performatividade de seu corpo feminino, amante de outros femininos. Nesta ação, Grasiele se apropriará da performance da serpentina de carnaval para evocar as danças de Luz e Loïe, numa tentativa de reinventar – ainda que momentaneamente – um lugar e um interesse por essas artistas na atualidade das discussões sobre corpo, gênero e performance.
GRASIELE SOUSA A.K.A. GRASIELE CABELÓDROMA (Brasil, 1978) vive e trabalha em São Paulo (Brasil) desde 2002. É mestra em Psicologia Clínica Núcleo de Estudos da Subjetividade Contemporânea da PUC/SP, com a dissertação Uma Edição de Si: As Meninas do Youtube (2015), e graduada em Educação Artística pelo Instituto de Artes da Unesp (2003). Pesquisa ações corporais, em particular para o cabelo, autobiografia e re-performance. Escreve sobre cultura do vídeo amador na Web, é crítica de arte e material didático. Organiza, desde 2013, o evento anual Perfor (Fórum de Performance da Brasil Performance) juntamente ao Grupo BrP (extinta associação Brasil Performance). Desenvolve os projetos Cabelódromo e Cia. Subdesenvolvida de Dança. Faz parte da equipe editorial da publicação acadêmica Cadernos de Subjetividade (2012-). Já apresentou seu trabalho artístico em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Vitória, Curitiba, Chile, Portugal, Espanha e Alemanha. Participou da edição de 2016 da Temporada de projetos do Paço das Artes. Prepara, para o segundo semestre de 2017, a exposição “Retroperformance”, em parceria com o Grupo BrP.
Grupo Empreza
performance Antropofagia
sobre o grupo: http://www.grupoempreza.com
Auditório | Duração: até 10 minutos
A antropofagia é inerente a nós, mesmo quando ela se manifesta em suas formas mais sutis, onde o que nos servem de alimento são apenas as palavras e a presença passiva de outro corpo. Consumindo e experimentando o sabor daquilo que vem de outro ser, nos temperamos, percebemos o que nos falta, o que nos satura. Muitas das vezes esse consumo precisa ser conspícuo, e nos retemos, suprimimos a fome, que muitas das vezes é insaciável. A civilidade nos deixou quase inanes, nos apresentou outras formas de alimentos e seus sabores nos alienam do desejo endocanibal.
PARTITURA
Dois performers se posicionam um atrás do outro. O artista que está atrás, pouco a pouco, começa a ingerir os cabelos do performer à frente. Partindo das pontas dos fios, o performer que ingere segue colocando lentamente os cabelos em mechas para dentro de sua boca, para então seguir com movimentos sutis de deglutição dos fios. Quando a boca do performer que ingere alcançar a nuca do outro corpo, com dois passos o performer da frente se afasta arrastando os cabelos pelo esôfago de quem o ingeriu, até os fios se soltarem completamente.
performance SeHão
sobre o grupo: http://www.grupoempreza.com
Praia | Duração: até 50 minutos
Um ou mais pares de performers, atados um ao outro, costas com costas, em amarrações feitas com ataduras, negociam entre si formas de se locomoverem pelos centros urbanos da cidade. Os performers ora exploram a relação dos próprios corpos em movimentos de sustentação (carregam um ao outro sobre as costas), ora em movimentos de interação com os espaços e dificuldades estruturais encontradas no trajeto percorrido. O trajeto é escolhido através de investigação do grupo sobre os lugares simbólicos da cidade que podem compreender a ação.
performance Ações de Assalto pela Cidade
sobre o grupo: http://www.grupoempreza.com
Na cidade | Duração: até 50 minutos
Ação inédita.
GRUPO EMPREZA (Brasil, 2001) foi fundado inicialmente como grupo de estudo e pesquisa em performance arte e possui hoje um vasto repertório de ações performáticas, happenings e produções audiovisuais e fotográficas. Vários artistas já passaram pela formação do Grupo EmpreZa, que atualmente é formado pelos membros-integrantes: Aishá Kanda, Babidu, Helô Sanvoy, João Angelini, Marcela Campos, Paul Setúbal, Paulo Veiga Jordão, Rava e Thiago Lemos.
Linn Da Quebrada
performance Fechação
site da artista: https://www.linndaquebrada.com
Auditório | Duração: 60 minutos
Linn da Quebrada – acompanhada pela cantora e persona Jup do Bairro, do percussionista Valentino Valentino e do DJ Pininga – propõe uma vivência festiva em clima de fechamento/fechação da Mostra Performatus # 2 ao oferecer uma descomedida quantidade de confetes em tons cor-de-rosa e dourados para serem atirados ao ar pelo público enquanto a apresentação acontece. Esta vivência faz referência à performance-instrução Throw a Party (2012) da artista Amalia Pica.
LINN DA QUEBRADA (Brasil) é performer, cantora, compositora, dançarina e atriz. De todas as suas possibilidades, Linn da Quebrada é um corpo em constante transformação e movimento. Atualmente em fase de pré-produção do seu primeiro disco cheio, Pajubá, Linn segue rodando o país com suas músicas sobre empoderamento e questões do universo TLGB+. Linn cresceu no interior paulista e durante a adolescência lidou com transformações pessoais diversas que, certo tempo depois, a levaram aos 20 anos de idade para Santo André, na Grande São Paulo. Foi lá que Linn cursou a Escola Livre de Teatro, onde encontrou caminhos para dar voz, corpo e vazão às suas potências e expressões. Influenciada por nomes como Mc Xuxú, Mc Trans, Deize Tigrona, Valesca Popozuda, Tati Quebra Barraco e Cláudia Wonder, Linn entrou em contato com o funk. Ela descobriu em beats a poesia que faltava para transformar em música tudo aquilo que tinha para falar. Em 2016, ela estreou na música com o hit “Enviadescer”, seguidos por “Talento” e logo no começo de 2017, com “Bixa Preta”. Além da música, Linn também já colaborou no Coletive Zoooom, na periferia da Fazenda da Juta, em São Paulo, onde desenvolveu um trabalho com adolescentes da região a partir das questões relativas à sexualidade e gênero e com a Coletive Friccional, cujo foco é a realização de performances na rua.
Lizi Menezes
performance Panquecas Civilizadas
site da artista: http://www.corporalidade.com
sobre o trabalho da artista: http://performatus.net/criticas/lizi-menezes/
Auditório | Duração: aprox. 100 minutos
Panquecas Civilizadas busca questionar as negligências naturalizadas nos corpos/sexos frente às situações que violam os sentidos corporais. A ação tenciona a retirada dos corpos da sua zona de conforto através da exaustão diante das repetições de signos, tais como a imagem e o áudio, que são representações de violências consumidas cotidianamente.
LIZI MENEZES (Brasil, 1981) é feminista e artista visual formada pela Universidade Federal de Santa Maria (Brasil), com especialização e mestrado em Estudos Feministas pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (Portugal) e, atualmente, cursa doutoramento em Arte Contemporânea do Colégio das Artes da Universidade de Coimbra, onde explora o interesse em pesquisa de histórias de vida de mulheres, sexualidade e sexo como discursos emancipatórios através da transdisciplinaridade da linguagem poética.
Lucio Agra
performance Vejo Tudo Nu
Instalação: 01-09 DE JULHO DE 2017
ver sobre a performance em: http://performatus.net/criticas/vejo-tudo-nu/
Em trânsito | Duração: aprox. 40 minutos
O nome da performance deriva de uma comédia erótica italiana de 1969 cujo trailer assisti por acaso aos nove anos de idade. Trata-se de uma ação para espaço aberto na qual meu corpo nu é coberto por um aparato cilíndrico de pano preto que impede totalmente a visão externa mas não impede que eu me oriente no espaço. Com o auxílio de equipamento de áudio (portátil ou via mic s/ fio), leio textos que se referem ao ocultamento de nomes e ações artísticas e culturais na História, na Bibliografia de Arte Contemporânea e no cotidiano atual.
LUCIO AGRA (Brasil, 1960) é performer, poeta e professor. Atua artisticamente no Brasil e no exterior, como na França, no Canadá, nos Estados Unidos, em Montevideo, na Colômbia, no México, entre outras localidades. Autor de Monstrutivismo – Reta e Curva das Vanguardas (São Paulo: Editora Perspectiva, 2010), de diversos artigos em publicações nacionais e internacionais, e, em breve, de Performance: Corpo em Expansão.
Lyz Parayzo
performance-instalação Manicure Política
Instalação: 01-09 DE JULHO DE 2017
site d_ artista: http://lyzparayzo.tumblr.com
sobre _ artista: http://performatus.net/perfil-de-artista/lyz-parayzo/
Auditório | Duração: aprox. 180 minutos
Instauração: manicure como proposta estética. Um salão é montado, o Salão Parayzo, e voluntários são convidados a pintar suas unhas apenas de rosa pela manicura. A manicura não quer só criar uma imagem a partir da repetição da ação de pintar unhas. A manicura é pintora e cria uma obra na casa-corpo. A cor se torna vírus, diminuto infeccioso que não tem capacidade metabólica autônoma, mas que ganha vida contra luz à performatividade do rosa. Leituras corporais são recriadas a partir da fusão da unha/cor.
LYZ PARAYZO (Brasil, 1994) vive e trabalha entre a periferia e o centro do Rio de Janeiro. É educador, performer e membro do Coletivo Seus Putos. Atualmente é graduando em Licenciatura em Teatro pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro. Participou de coletivas: Bem Me Cuir (Centro Cultural Laurinda Santos Lobo, Rio de Janeiro, Brasil, 2016); Descamada (Antiga Fábrica da Bhering, Rio de Janeiro, Brasil, 2016); Experiência N. 6 – Compasso Binário (Mesa, Rio de Janeiro, Brasil, 2016); Noites Performáticas (Galeria Índica Arte e Design, Rio de Janeiro, Brasil, 2016); Da Urgência de Cada Um (Despina/ Largo das Artes, Rio de Janeiro, Brasil, 2016); Mostra de Verão: Videoarte e Videoinstalação (Centro Municipal Cultural Oduvaldo Vianna Filho/ Castelinho do Flamengo, Rio de Janeiro, Brasil 2016); entre outras.
Lyz Parayzo & Augusto Braz
performance Fato-Indumento
Área de Convivência | Duração: aprox. 120 minutos
Calcinha de renda vermelha, dois tijolos, barbante de obra, papel manilha rosa, cola branca, pincel, balde e duas bixas. Como uma bomba plástica, Fato-Indumento dinamita alicerces normativos por meio de uma TransFiguração de valores. Não só as usualidades do papel manilha e do tijolo são abandonadas como também a “naturalidade” do corpo e suas leituras socialmente construídas a partir de tecnologias heteronormativas. Um corpo lido como masculino, por possuir um pênis, é atacado com informações ditas femininas ao fundir-se com um papel/vestido e um tijolo/salto. Novas leituras são criadas e o periférico se torna centro.
LYZ PARAYZO (Brasil, 1994) vive e trabalha entre a periferia e o centro do Rio de Janeiro. É educador, performer e membro do Coletivo Seus Putos. Atualmente é graduando em Licenciatura em Teatro pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro. Participou de coletivas: Bem Me Cuir (Centro Cultural Laurinda Santos Lobo, Rio de Janeiro, Brasil, 2016); Descamada (Antiga Fábrica da Bhering, Rio de Janeiro, Brasil, 2016); Experiência N. 6 – Compasso Binário (Mesa, Rio de Janeiro, Brasil, 2016); Noites Performáticas (Galeria Índica Arte e Design, Rio de Janeiro, Brasil, 2016); Da Urgência de Cada Um (Despina/ Largo das Artes, Rio de Janeiro, Brasil, 2016); Mostra de Verão: Videoarte e Videoinstalação (Centro Municipal Cultural Oduvaldo Vianna Filho/ Castelinho do Flamengo, Rio de Janeiro, Brasil 2016); entre outras.
AUGUSTO BRAZ (Brasil, 1993) é paulistano e vive no Rio de Janeiro desde 2013, quando trocou a graduação em Jornalismo por um curso de Artes Visuais na UERJ. Desde então, produz trabalhos que exploram suas próprias vivências, especialmente no tocante à sexualidade, ao desejo, às representações dos corpos e às suas identidades sociais e de gênero, através de linguagens como performance, vídeo, desenho e fotografia. Participou de mostras coletivas como: “Olha Geral” (Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 2014); “Motirõ” (Hotel e Spa da Loucura, Rio de Janeiro, 2014); “Ateliê de Performance” (Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 2014); “Terceiro Festival Multicultural de Inverno de Embu Guaçu” (Espaço Hervé, Embu Guaçu, 2014); entre outras. Colaborou ainda na exposição “Trans”, de Victor Arruda (Artur Fidalgo Galeria, Rio de Janeiro, 2016); e apresentou trabalhos na Galeria TATO (São Paulo, 2016); entre outros locais. Além da graduação em Artes Visuais na UERJ, sua formação de artista passa pela EAV Parque Lage, onde frequentou cursos como Fundamentação (com Alexandre Dacosta, Cristina de Pádula e Ivair Reinaldim, 2013); Arte Ação – Oficina Experimental de Performance (com Nadam Guerra, 2015); entre outros.
Marcela Tiboni
performance Ataque Aéreo
Instalação: 01-09 DE JULHO DE 2017
sobre o trabalho da artista:
http://performatus.net/perfil-de-artista/as-armas-de-marcela-tiboni/
Praia | Duração: aprox. 100 minutos
O eminente estado de medo e perigo com relação a possíveis ataques terroristas islâmicos, sauditas ou afegãos assolou a cabeça de determinados políticos e cidadãos brasileiros no ano de 2016. Dentre as ameaças fantasmas (que nunca foram comprovadas ou ocorridas) estavam homens bomba, ataque aéreo, carros bomba, ataques à mão armada. A veracidade destas ameaças nunca foi comprovada, mas foi possível perceber que é preciso muito pouco para deixar a população em pânico e cheia de medo. A ação Ataque Aéreo consiste na discussão e reflexão destas situações de ameaças fantasmas e suas repercussões sociais. Serão construídas sessenta pipas em papel de seda branco, que terão pintadas de preto, em suas superfícies, imagens de bombas, mísseis e projéteis. Estas pipas ficarão à disposição do público para que as empinem coletivamente na praia, realizando assim um “ataque aéreo”. A ação não tem limite de idade para a participação e o tempo da ação será o tempo que os participantes quiserem empinar suas pipas bombas. Haverá possibilidade de realização das famosas “rinhas de pipas” em que os participantes tentam derrubar as pipas bombas dos “oponentes”, e o que restar das pipas bombas podem ou não participar da exposição.
MARCELA TIBONI (Brasil, 1982) é bacharel em Artes Plásticas pela Fundação Armando Álvares Penteado - FAAP (São Paulo, 2003), mestre em Estética e História da Arte pelo Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo - MAC-USP (SP, 2009), e pós-graduada em Gestão Cultural pelo Senac (SP, 2015). É artista, educadora e pesquisadora. Trabalha com performance, fotografia e escultura. Atualmente sua pesquisa plástica envolve questões da violência urbana, o medo coletivo, situações de terrorismo, manifestação e confrontos. Suas obras e ações performáticas investigam as relações pessoais e sociais diante de situações e objetos ditos violentos. Desde 2003 tem exposto com regularidade em importantes espaços culturais brasileiros, tais como Museu Oscar Niemeyer, Paço das Artes, MAMAM, Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, Caixa Cultural, SESC Pompeia, Fundação Memorial da América Latina, Centro Cultural Fiesp, Museu Nacional da República, MAC-USP, Instituto Tomie Ohtake. Suas obras também já estiveram em países como Argentina, Espanha, Estados Unidos, França e Peru.
Marie Carangi
performance Teta Lírica,
site da artista: http://cargocollective.com/umabrasileiraqualquer
Auditório | Duração: de 13 a 16 minutos
Teta Lírica é uma performance que envolve a relação de atrito entre o movimento do corpo e o instrumento musical teremim. Com o corpo recoberto por uma malha preta, que deixa à mostra, através de buracos, somente os seios, realizo um concerto diante do teremim pelo movimento dos meus seios. Esse instrumento possui uma antena que emite um campo vibracional no ar, onde as notas musicais se distribuem reagindo à proximidade do corpo. Enquanto o corpo se sacode, as tetas balançam tocando aleatoriamente as notas nesse campo gerando sons. O grau de aproximação entre tetas e antena, associado à velocidade de movimento, gera picos de agudo variáveis, resultando num canto lírico estridente.
MARIE CARANGI (Brasil, 1989) vive e trabalha no Recife. Graduada em Arquitetura e Urbanismo na UFPE, trabalha com performance, vídeo e instalação. Inicia o trabalho de performance-serviço — Peluqueria Carangi — no Lesbian Bar do artista Fernando Peres, no mesmo momento que libera seu cabelo crespo do alisamento. Em Peluqueria Carangi, as relações entre corpo, espaço, estruturas e autoimagem que atravessam o corte de cabelo viram trabalho de conclusão do curso de Arquitetura e Urbanismo. Esse laboratório se desdobra em outros gestos nas performances Corte estilo guilhotina e GRITOFONIA, apresentadas na exposição GRITO CORTE, já exibida na Galeria MauMau (PE), Centro Cultural São Paulo (SP) e Galpão Bela Maré (RJ), em 2015. Em pesquisas mais recentes, como Teta Lírica, outras camadas de textura são misturadas em movimento, corpo e som. Participou em 2016 das residências CASA COMUM, no Rio de Janeiro; Margens: encontros e devires pelo Rio, em Belém; e, em 2017, no Q21 MuseumsQuartier em Viena (Áustria).
Miguel Bonneville
performance A Importância de Ser Simone de Beauvoir + Conversa
site do artista: http://miguelbonneville.com/home/sets/the-importance-of-being-simone-de-beauvoir/
sobre o trabalho do artista: https://www.publico.pt/2015/01/14/culturaipsilon/noticia/miguel-bonneville-tem-simone-de-beauvoir-no-corpo-1682108
Teatro | Duração da performance: 60 minutos | Duração da conversa: aprox. 30 minutos
A Importância de Ser Simone de Beauvoir insere-se num projeto de espetáculos concebidos em série, partindo da vida e obra de artistas cuja relevância tenha sido vital no meu percurso artístico. Desde quando li A Convidada – primeiro trabalho publicado da autora –, Simone de Beauvoir tem estado presente em todas as minhas obras. Seus livros exploram questões fundamentais que surgem também no meu trabalho: autobiografia, política/feminismo, gênero/sexualidade, existencialismo e morte. São assuntos que abordamos de formas distintas, mas cuja base e cujo princípio são os mesmos: acreditamos na procura da verdade e no valor da cultura, visto que ambas, desde muito cedo, nos salvaram do desespero.
FICHA TÉCNICA
Direção Artística e Interpretação: MIGUEL BONNEVILLE | Música original: SUSANA SANTOS SILVA | Figurinos: MARIANA SÁ NOGUEIRA | Desenho de luz: NUNO PATINHO | Apoio dramatúrgico: JOÃO MANUEL DE OLIVEIRA | Registo vídeo e fotográfico: JOANA LINDA | Coordenação de Produção: CRISTINA CORREIA | Produção: HORTA SECA ASSOCIAÇÃO CULTURAL | Apoio: FUNDAÇÃO CALOUSTE GULBENKIAN/PORTUGAL
MIGUEL BONNEVILLE (Portugal, 1985) concluiu os cursos de Interpretação, na Academia Contemporânea do Espetáculo (2000-2003), Artes Visuais, na Fundação Calouste Gulbenkian (2006), Autobiografias, Histórias de Vida e Vidas de Artista, no CIES-ISCTE (2008), Arquivo – Organização e Manutenção, no Citeforma (2013) e Costurar ideias, na Magestil (2013). Através de performances, desenhos, fotografias, vídeo, música e livros de artista, Bonneville introduz-nos a histórias autobiográficas centradas na destruição e reconstrução da identidade. Desde 2003 tem apresentado o seu trabalho em galerias de arte e festivais nacionais e internacionais, sobretudo os projetos Family Project, Miguel Bonneville e A Importância de Ser..., nomeadamente em Espanha, Alemanha, Polônia, Estônia, Itália, Argentina, Brasil, Estados Unidos e China. Colabora regularmente com artistas como Carlota Lagido, David Bonneville, Sónia Baptista, Joana Linda, Joana Craveiro e Maria Gil, tendo colaborado também com Francisco Camacho, Teatro Praga, Pablo Fidalgo, La Ribot, AVaspo, entre outros. Foi artista residente no Sítio das Artes, CAMJAP – Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa, 2007), Homesession (Barcelona, 2008), Mugatxoan – Fundação de Serralves (Porto, 2010), Festival Transeuropa 2012 (Hildesheim, 2012), Arts Printing House (Vilnius, 2013), Arte y Desarrollo (Madrid, 2014) e Azala (Lasierra, 2014). Fez parte do núcleo de artistas da produtora de dança contemporânea Eira (2004-2006) e da Galeria 3+1 Arte Contemporânea (2009-2013). Recebeu o Prêmio Ex Aequo (2015) pelas performances Medo e Feminismos, em colaboração com Maria Gil, e A Importância de Ser Simone de Beauvoir.
Pedro Galiza
performance Acidentes
site do artista: https://pglza.wordpress.com
Área de Convivência | Duração: 40 minutos
Acidentes são lapsos constantes que percorrem o corpo-tempo-espaço, descontinuando movimentos, desfigurando a identidade, trazendo à tona realidades cruas. Neste trabalho, Pedro Galiza ‘’acidenta’’ por entre cadeiras esparramadas pelo espaço, saturando as expectativas dos corpos expectadores.
FICHA TÉCNICA
Criação e Trilha Sonora: PEDRO GALIZA | Apoio: PLATAFORMA EXERCÍCIOS COMPARTILHADOS; CENTRO DE REFERÊNCIA DA DANÇA DA CIDADE DE SÃO PAULO | Orientação: ADRIANA GRECHI | Agradecimentos: RUBIA BRAGA
PEDRO GALIZA (Brasil, 1996) é artista transmídia e interdisciplinar. Trabalha com a arte da ação, remixagem do audiovisual e é criador na dança. É integrante da Estação de Trabalho Colaborativo La Plataformance. Em agosto de 2015 entrou com o trabalho ACIDENTES na Plataforma de Criação Exercícios Compartilhados, sob a coordenação de Adriana Grechi. Segue escavando o trabalho Acidentes como artista residente do Centro de Referência da Dança da Cidade de São Paulo.
Priscila Rezende
performance Bombril
sobre o trabalho da artista: https://www.youtube.com/watch?v=2uEWS9eNPmE
Área de Convivência | Duração: aprox. 70 minutos
Bombril, além de uma conhecida marca de produtos para limpeza e de uso doméstico, faz parte de uma extensa lista de apelidos pejorativos utilizados em nossa sociedade para se referir a uma característica do indivíduo negro, seus cabelos. Em Bombril, o corpo da artista se apropria da posição pejorativa a ele atribuída, transformando-se em uma imagem de confronto. Nesse contexto, o espectador se defronta com sua própria fala discriminatória e é obrigado a encará-la, sem que haja opções para evasivas, subterfúgios ou digressões.
Na performance Bombril, realizada originalmente no ano de 2010, a artista Priscila Rezende esfrega uma determinada quantidade de objetos de material metálico, e usualmente de origem doméstica, com seus próprios cabelos.
PRISCILA REZENDE (Brasil, 1985) vive e trabalha em Belo Horizonte. A inserção e a presença do indivíduo negro na sociedade brasileira atuam como principais norteadores e como questionamentos levantados no trabalho de Priscila Rezende. Partindo de suas próprias experiências, Priscila aciona as limitações impostas, discriminação e estereótipos aos quais é submetida como sujeito negro e os confronta em ações corporais viscerais que buscam estabelecer com o público um diálogo direto, sem permitir possibilidade de subterfúgios ou evasivas. Priscila é graduada em Artes Visuais pela Escola Guignard-UEMG (Belo Horizonte, Brasil) com habilitação em Fotografia e Cerâmica. Dentre os seus trabalhos destacam-se Primeira Mostra Perplexa de Performances, Belo Horizonte, 2010; Performance no Memorial, Memorial Minas Gerais Vale, Belo Horizonte, 2013; Outra Presença, Museu de Arte da Pampulha, Belo Horizonte, 2013; Limite Zero, Galeria Rabieh, São Paulo, 2014; Saldo de Performance, BDMG Cultural, Belo Horizonte, 2015; Projeto Raiz Forte, MAES, Vitória, 2015; Mostra De|generadas², São Paulo, 2016; The Incantation of the Disquieting Muse, SAVVY Contemporary, Berlim, 2016.
Priscilla Davanzo
projeto d.n.a. (2002/2005)
resquício de performance/gravura
site da artista: https://www.behance.net/priscilladavanzo
sobre o trabalho da artista: http://performatus.net/perfil-de-artista/priscilla-davanzo/
O projeto d.n.a. consiste em uma série de procedimentos artísticos que resultam em gravuras feitas a partir da técnica de somatogravura (procedimento gráfico em que o corpo humano é a matriz do processo gráfico). O processo de trabalho na matriz (encarving) é feito com bisturi cirúrgico de forma a possibilitar o auto-entintamento. No projeto d.n.a., a autora não escolhe as matrizes, mas elas se apresentam. São colocados convites em forma de cartazes requisitando-se CORPOS (e não participantes). Os participantes escolhem a parte do corpo e a dimensão da incisão. São feitas três cópias: uma para o participante, uma para a artista e uma para exposição. O projeto d.n.a. foi realizado duas vezes até o presente momento: em 2002, com exposição na Galeria do Instituto de Artes da Unesp/SP, e em 2005, a convite da III Bienal de Gravura de Santo André, com exposição em uma das salas especiais da Bienal.
PRISCILLA DAVANZO (Brasil, 1978) é artista plástica dedicada a muitas mídias. Para ela não existem limites entre uma linguagem artística e outra. Atualmente é doutoranda pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto em Portugal. Formada no Instituto de Artes da Unesp, desenvolveu uma pesquisa criativa sempre voltada ao corpo, culminando em sua dissertação de mestrado Corpo Obsoleto: Projetos Artísticos Para um Novo Corpo Humano, defendida no mesmo local em 2006. Seu trabalho busca compreender as possibilidades e limites do uso do corpo humano na obra de arte. Participou de exposições no México, nos Estados Unidos, na França, no Chile, na Argentina, no Brasil e em Portugal, onde vive atualmente.
Sarah Hill
performance I’m Fine
site d_ performer: http://sarahhill.org
sobre _ artista: http://performatus.net/perfil-de-artista/sarah-hill/
Auditório | Duração variável
Com I'm Fine, Sarah Hill se propõe a perturbar o público através da sua própria fúria acionada durante uma ação em que a catarse pode ser vivenciada de forma coletiva e não apenas como uma purgação experienciada pela artista para ser assistida por uma audiência não participativa. Repetindo incessantemente “I’m fine”, pisando forte no chão com seus pés calçando saltos altos, com o corpo adornado por uma peruca de cor vibrante, Sarah reitera a mesma frase enquanto bate os pés contra o piso e, aos poucos, propõe pisadas fortes que se transformam em saltos intensos contra o chão até a sua completa exaustão.
SARAH HILL (Estados Unidos, 1985) é performer com prática fundamentada na teoria queer e transfeminista. Apresentou trabalhos no “Performatorium 2014 – Festival of Queer Performance Regina” e no “Le Lieu The Contemporary Art Center”, ambos no Canadá; no “Platform Lublin”, na Gallery Labirynt, na Polônia; na Proof Gallery e no Anthony Greaney, em Boston (EUA); no Grace Exhibition Space, em Nova York (EUA); no Living Arts Space, em Tulsa (EUA); no Waterloo Center for Arts (MACC), em Austin (EUA); entre outros espaços e eventos.
Victor De La Rocque
performance-instalação The Amazônia is not Here
Instalação: 01-09 DE JULHO DE 2017
site do artista: http://cargocollective.com/victordelarocque
sobre o artista: http://performatus.net/perfil-de-artista/victor-de-la-rocque/
Auditório | Duração variável
O artista veste macacão branco e sapatos brancos. As regras do jogo são apresentadas para o público pelo artista. 645 balas vermelhas poderão ser disparadas no corpo do artista pelas pessoas que visitam a Mostra Performatus #2, ao valor de trinta reais cada tiro. O valor arrecadado da performance será doado para Ongs que trabalham dentro dos conflitos de terra na Amazônia. A performance encerra quando as 645 balas forem disparadas e/ou o artista chegue ao seu limite físico.
VICTOR DE LA ROCQUE (Brasil, 1985), nascido na Amazônia e de coração selvagem, é artista que se relaciona através da performance e sua expansão como linguagem e prática numa espécie de rastro. Quase sempre em busca da sensação de incômodo que tais proposições causam, através dela, Victor inicia um diálogo como figura que parte de uma dobra da linguagem que a articula na sombra. A contradição também é recorrente. Camus dizia que “o único papel verdadeiro do homem, nascido num mundo absurdo, é ter consciência da sua vida, da sua revolta, da sua liberdade”; talvez ao acaso, Victor engendre monstros, ou a própria monstruosidade refletida. Sua tentativa é de articular o absurdo e a revolta, porém como nível de consciência de um atormentado. Neste momento, poderia descrever tais trabalhos como uma coleção/sucessão de fracassos que conservam a mesma ressonância, e com o tempo ela manifestará sua própria inutilidade, ecoando o seu segredo estéril. No final é possível afirmar que tudo isso ainda pode ser apenas um pequeno “floreio ocasional”, nascido de um desejo de liberdade e de uma paixão sem amanhã, através de composições (ou decomposições) para o vídeo, fotografia, cinema, peças de performance, textos, pinturas, desenhos, receitas culinárias, instalações, web e/ou pequenas ações sem audiência e registro. Participa de exposições e residências artísticas no Brasil e no exterior como Portugal, França, Escócia, Nova Zelândia, México, Estados Unidos e Colômbia.
Yara Pina
Sem Título (2017)
performance-instalação
site da artista: http://www.yarapina.com
sobre o trabalho da artista: http://performatus.net/entrevistas/entrevista-yara-pina/
Yara Pina transita pelos repertórios da destruição e violência. Em suas ações/intervenções a artista entra em confronto com diferentes corpos, lançando mão de armas e objetos carbonizados para agredir, destruir e deixar inscrições/evidências dos atos violentos. Ao priorizar marcas, e não o “ver” o corpo em ação, a artista propõe através de sua ausência física, deixar a memória de suas ações através das marcas.
YARA PINA (Brasil, 1979) vive e trabalha em Goiânia. É graduada em Biblioteconomia e Artes Visuais pela Universidade Federal de Goiás. Em suas ações e instalações, a artista entra em confronto com diferentes corpos, lançando mão de armas e objetos carbonizados para agredir, destruir e deixar inscrições/evidências dos atos violentos. Em 2015, Pina participou da III Bienal Internacional Desde Aquí (Bucaramanga, Colômbia) e da segunda edição do simpósio internacional de desenho e performance, Draw to Perform (Londres, Reino Unido). Em 2014, foi selecionada para integrar o programa Open Sessions, realizado pelo Drawing Center, Nova York, do qual resultou nas mostras Act + Object + Exchange (2014) e Name It by Trying to Name It (2015). Em 2012, foi premiada pelo Salão de Abril de Fortaleza (Ceará, Brasil). A artista já participou de coletivas, salões e de mostras de desenho e performance no Brasil e no exterior. O início de sua produção artística é marcado principalmente por investigações envolvendo os materiais e o campo performativo do desenho.
Yolanda Benalba
performance Españicidios: Viva el Vino y Las Mujeres
site da artista: http://yolandabenalba.com
Auditório | Duração: 15 minutos
Os assassinatos por violência machista na Espanha se configuram como um problema social que evidencia o atual estado de desigualdade de gênero. Esta ação versa sobre a dor e a subordinação das mulheres, centrando-se na maior corporificação do machismo: os feminicídios.
YOLANDA BENALBA (Espanha, 1992) interessa-se por espaços em que a violência e o poder patriarcal estejam presentes para então desenvolver proposições artísticas como respostas diretas ao que absorve desses contextos, sendo o feminicídio e a gordofobia temas frequentes explorados em sua prática artística. Codiretora da plataforma Decadence Performance Art, tem mestrado em Práctica Escénica y Cultura Visual pelo Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía em Madrid e graduação em Belas Artes pela Universitat Politècnica de Valência. Tem participado em encontros e eventos de performance na Espanha, Romênia, Itália, Alemanha, Países Baixos, Suíça, Estados Unidos, Indonésia, México, Colômbia, Equador, Peru, entre outros países.
Yves Klein feat. Roland Dahinden
performance Symphonie Monoton Silence
Maestro-performer: Roland Dahinden (Suíça)
site do maestro-performer: http://www.roland-dahinden.ch
Com a participação especial da Orquestra Sinfônica de Santos e do Coral de Cubatão
Teatro | Duração: 40 minutos
Esta sinfonia, com duração de quarenta minutos (mas isso não tem importância, como logo veremos), é constituída de um único “som” contínuo, estirado, privado de acentuação e de fim, o que cria uma sensação de vertigem, de aspiração da sensibilidade para fora do tempo. Essa sinfonia, portanto, não existe existindo, sai da fenomenologia do tempo, porque nunca nasceu nem morreu, após a existência, no entanto, no mundo das nossas possibilidades de percepção conscientes: é silêncio – presença audível. – Yves Klein, “Le Dépassement de la problématique de l’art” (em Le Dépassement de la problématique de l’art et Autres Écrits. Paris: Beaux-arts de Paris Les Éditions, 2011, p. 82, tradução livre de Fernando L. Costa)
YVES KLEIN (França, 1928-1962), judoca, pintor e escultor, membro-fundador do Nouveau Réalisme (Novo Realismo) com Pierre Restany. Yves Klein nasceu em um meio de pintores. Antes de enveredar na pintura, primeiro ele viajou e explorou outros caminhos, como o judô ou a cosmogonia rosacruz, que alimentaram a sua reflexão sobre o monocromático, o imaterial e o vazio. Em suas primeiras exposições, Klein apresenta monocromos de diferentes cores, mas, a partir de 1957, finalmente opta pelo azul, o International Klein Blue. Entre 1958 e 1960, ele expõe o Vazio, pintado com modelos nuas (Anthropométries), com elementos naturais (Cosmogonies), com fogo (Tableaux de feu), elabora a arquitetura do ar com o arquiteto Werner Ruhnau. A célebre fotografia do salto no vazio é a imagem dessa carreira deslumbrante muito cedo interrompido.
ROLAND DAHINDEN (Suíça, 1962) é trombonista e compositor. Estudou trombone e composição na Universidade de Música de Graz (Áustria) com Erich Kleinschuster e Georg Friedrich Haas, na Escola de Música de Fiesole (Itália) com Vinko Globokar. É mestre pela Universidade Wesleyan de Connecticut (EUA, 1994), onde estudou com Anthony Braxton e Alvin Lucier. É doutor pela Universidade de Birmingham (Inglaterra, 2002), onde estudou com Vic Hoyland. Em 2003, recebeu o prêmio “werkjahr” do conselho de arte do Cantão de Zug (Suíça). Como compositor, colaborou com diversos artistas plásticos, como Sol LeWitt, Inge Dick, Daniel Buren, Philippe Deléglise, entre outros.