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novembro 28, 2013

Seminário Mitos do Contemporâneo na Caixa Cultural, Rio de Janeiro

Seminário Mitos do Contemporâneo

O seminário, idealizado e organizado pelos historiadores da arte Rafael Cardoso e Sérgio Bruno Martins, reunirá artistas, críticos, historiadores e intelectuais de diversas áreas, “de modo a encorajar discussões que extrapolem clichês e se abram para novos debates”, afirmam os curadores. Serão discussões sobre o papel central que a noção do contemporâneo desempenha “nas relações do fazer artístico com sua história, com a geografia de sua circulação, com os discursos que o cercam e com as posições estéticas e políticas que o pautam”.

Participantes: Briony Fer, Francisco Bosco, Frederico Coelho, Laura Erber, Lorenzo Mammì, Marcio Doctors, Marcus Vinícius Faustini, Matheus Rocha Pitta, Moacir dos Anjos, Nelson Brissac Peixoto, Paulo Herkenhoff, Paulo Sergio Duarte, Pedro Duarte, Roberto Conduru, Rodrigo Nunes, Tania Rivera, Waltercio Caldas

3, 4, 5, 10, 11 e 12 de dezembro de 2013, terças, quartas e quintas-feiras, das 19h às 21h

Caixa Cultural - Cinema 2
Av. Almirante Barroso 25, Centro, Rio de Janeiro
Entrada gratuita, com distribuição de senhas às 18h (Capacidade: 83 pessoas)
Telefone: 21-2262-5483

APRESENTAÇÃO

A Caixa Cultural apresenta o seminário “Mitos do Contemporâneo”, idealizado e organizado pelos historiadores da arte Rafael Cardoso e Sérgio Bruno Martins, em parceria com a Automatica, que discutirá em seis mesas-redondas, de 3 a 12 de dezembro de 2013, sempre às 19h, o conceito de “contemporâneo”, na arte e na cultura. Nas duas semanas de debate – às terças, quartas e quintas-feiras – o seminário reunirá artistas, críticos, historiadores e intelectuais de diversas áreas, “de modo a encorajar discussões que extrapolem clichês e se abram para novos debates”, afirmam os curadores. Serão discussões sobre o papel central que a noção do contemporâneo desempenha “nas relações do fazer artístico com sua história, com a geografia de sua circulação, com os discursos que o cercam e com as posições estéticas e políticas que o pautam”.

Para Rafael Cardoso e Sérgio Bruno Martins, o contemporâneo é “esta noção que nos é familiar, mas que escapa a qualquer definição simples”. “Cada mesa tomará como ponto de partida um mito – uma percepção dominante, um lugar-comum ou um pressuposto – a respeito da arte e da cultura contemporâneas”, explicam.

Para discutir os temas “o contemporâneo é agora”, “o artista como marginal herói”, “arte contemporânea é para todos”, “vale tudo na arte contemporânea”, “a contemporaneidade é global”, e “a arte precisa ter densidade discursiva”, estarão presentes os artistas Laura Erber, Matheus Rocha Pitta, Marcus Vinícius Faustini e Waltercio Caldas, os historiadores Briony Fer (University College London), Frederico Coelho, Lorenzo Mammì, Paulo Sergio Duarte, Roberto Conduru, os filósofos Francisco Bosco, Nelson Brissac Peixoto, Pedro Duarte, Rodrigo Nunes, os curadores Marcio Doctors, Moacir dos Anjos, Paulo Herkenhoff, e a psicanalista e professora Tania Rivera.

O seminário será gravado e depois disponibilizado integralmente no youtube. Será ainda editado um vídeo com os melhores trechos de cada uma das mesas-redondas.

PROGRAMAÇÃO

3 de dezembro, terça-feira – O contemporâneo é agora
Participantes: Briony Fer, Marcio Doctors e Waltercio Caldas

O contemporâneo é quando? Quando começa e quando termina? Hélio Oiticica (1937- 1980) é considerado um nome fundador da arte contemporânea, mas quando ele morreu nem eram nascidos grande parte dos artistas que atuam hoje. Sem falar de Duchamp (1887-1968), aclamado como pioneiro e precursor da contemporaneidade, sem ser contemporâneo de ninguém com menos de 42 anos hoje (o próprio ano de sua morte é emblemático). Até onde se estenderá a noção da arte contemporânea, antes que seja esgarçada impossivelmente pela duração do período abrangido?

Contemporâneo é a mesma coisa que atualidade na arte? Nesse caso, por que há artistas vivos, atuantes, que não são considerados contemporâneos? Existe alguma coerência reflexiva que embase o conceito de contemporaneidade? Ou seria apenas uma questão de sociabilidade e pertencimento a um meio, uma identidade no sentido antropológico? Em outras palavras: como determinar se somos ou não contemporâneos do contemporâneo?

O contemporâneo tem sua história. Como o termo foi empregado no passado? Qual sua relação com o moderno e com o modernismo? Como situar o sentido do contemporâneo em uma cultura pós-moderna definida por noções de simultaneidade e multipresença, marcada pela experiência constante de compressão do tempo, na qual já foi anunciado o fim da história e roteirizado o fim dos tempos? E, na arte, teria o fim das vanguardas condenado o contemporâneo a ser uma repetição esmaecida das manobras modernas?

4 de dezembro, quarta-feira – O artista como marginal herói
Participantes: Paulo Herkenhoff, Rodrigo Nunes e Tania Rivera

Desde que Hélio Oiticica deu a senha, “seja marginal, seja herói”, a ideia de marginalidade do artista ganhou nova força. Na verdade, essa noção tem raízes bastante antigas, sendo apenas a versão atualizada do mito do artista boêmio, do gênio incompreendido romântico, que tem prosperado no imaginário social desde a década de 1840. Os ecos desse mito estão presentes nos personagens públicos construídos por Duchamp, Warhol, Beuys, entre outros, posicionando-se estrategicamente como outsiders para melhor usufruir de sua centralidade.

No estágio atual da arte contemporânea, alguns artistas atingem um grau de celebridade condizente com os maiores heróis artísticos do romantismo e do modernismo. E, com o reconhecimento da mídia, vem o mercado. Cada um ao seu tempo, artistas como Jeff Koons e Damien Hirst poderiam afirmar que são mais ricos e famosos do que Picasso e Dalí, com a vantagem de continuarem sendo vistos como agentes provocadores. Por outro lado, a celebridade é muitas vezes o limite para a credibilidade do artista dentro do seu próprio meio.

Com tantas mudanças nos últimos 40 anos, com o colapso do bipartidarismo ideológico e a diluição da dicotomia rígida entre centro e periferia, será que a marginalidade continua a mesma? Quem faz a arte contemporânea precisa se postar fora das convenções? E quando isto se torna também uma convenção? Seria a celebridade a nova transgressão? De que valem a intenção do artista, as noções de autoria e agência, as boas intenções, enfim, se o caminho do inferno está indicado para todos no Google? Podem ainda o crítico e o historiador fiar-se na ideia do artista como um sujeito progressista?

5 de dezembro, quinta-feira – Arte contemporânea é para todos
Participantes: Marcus Vinícius Faustini e Francisco Bosco

A arte contemporânea não tem público, dizem uns. A arte contemporânea é para poucos, dizem outros. A arte contemporânea não precisa de público, porque tem por propósito derrubar a barreira entre artistas e espectadores, tornando a todos participantes. Todos seriam artistas, e todos, público. Esses argumentos circulares são objeto de unanimidade surpreendente. No entanto, toda bienal e todo evento artístico realizado em espaço público anunciam com indisfarçável orgulho os números de visitantes como prova de seu êxito. Estão vendo os milhões? A arte tem público, e merece existir, portanto! Muitas críticas ao trabalho de artistas são rebatidas com o argumento de que fazem sucesso no mercado e no circuito expositivo.

Dizem ainda que a arte contemporânea produz seu(s) próprio(s) público(s). Em que sentido? E até que ponto? A arte que afirma atuar diretamente sobre uma situação social é legítima? Ou seria pura – e conveniente – ingenuidade esquecer as mediações pelas quais passam as manifestações artísticas quando circulam por galerias, museus, feiras, bienais, livros, sites e universidades? Quem é o público da arte contemporânea? Existe alguém que não o seja? A arte tem seus inimigos? Quem seriam eles, e por que motivos?

10 de dezembro, terça-feira – Vale tudo na arte contemporânea
Participantes: Paulo Sergio Duarte, Matheus Rocha Pitta e Lorenzo Mammì

Não existe cânone na pós-modernidade. Todas as tentativas recentes de refazê-los, nos estudos literários e em outras áreas, têm redundado em cisões e dissensões ainda mais profundas. Todavia, a falta de um cânone explícito não impede que proliferem premissas e regras não escritas. Todo artista jovem, recém-saído da escola de artes, já sabe o que o circuito e o mercado aceitam, ou não. Por um lado, nada é proibido: conceitualmente, vale tudo, desde que Piero Manzoni nos presenteou com sua “Merde d’artiste”, em 1961. Por outro lado, muitas técnicas e mídias são vistas com desconfiança, na prática, como provam as discussões reiteradas em torno da “volta” da pintura em décadas passadas, ou os limites, sempre bem patrulhados, que separam a produção artística daquelas descritas como artesanato, design ou cinema.

Nenhum crítico ou historiador escreve que um trabalho é “bom” ou “ruim”. Mas, em aberturas e conversas entre amigos, ninguém se furta a classificar seus escolhidos. Como ocorre a consagração artística no mundo atual? Na falta de um cânone institucional ou de uma unanimidade crítica, quem decide? Seria simplesmente um conluio entre mercado, instituições, curadores e artistas – o famigerado dealer-critic system, diagnosticado nos anos 1960 e raramente discutido? Ou existem outros valores a regerem o circuito que não os econômicos? E qual o papel do sistema expositivo internacional – das bienais, dos museus, das premiações – na consolidação de novos valores artísticos?

11 de dezembro, quarta-feira – A contemporaneidade é global
Participantes: Moacir dos Anjos, Roberto Conduru e Nelson Brissac

Paris era o centro artístico do século 19. Nova York era o centro artístico do século 20. E no século 21, não há centro? Existe um trânsito crescente entre artistas em todo o mundo, nitidamente perceptível em um país como o Brasil, antes bastante marginal ao sistema. Nunca tantos artistas brasileiros conseguiram levar seu trabalho para o exterior e obter reconhecimento nos centros tradicionais do circuito artístico internacional. Ainda assim, cabe a pergunta: a arte contemporânea é igualmente contemporânea no Brasil e na China?

Será o meio artístico a vanguarda, por assim dizer, de uma nova ordem internacional? A aldeia global veio mesmo para ficar? Em caso afirmativo, quais os ganhos e as perdas para a arte local? Há quem critique a crescente homogeneização das linguagens, como contrapartida sombria da maior internacionalização. Em um país como o Brasil, onde a relação entre arte erudita e arte popular nunca foi devidamente esclarecida, quais serão as decorrências possíveis da globalização cultural?

12 de dezembro, quinta-feira – A arte precisa ter densidade discursiva
Participantes: Laura Erber, Frederico Coelho e Pedro Duarte

A máxima “uma imagem vale mil palavras” tornou-se corrente nos séculos 19 e 20, resumindo o entusiasmo da era moderna com a nova visualidade – em especial, com a fotografia. Com a ascensão de novos paradigmas reflexivos na discussão da arte, ganhou força a inversão irônica dessa frase: “uma imagem não vale nada sem mil palavras”. Hoje, o discurso impera.

A arte moderna foi constituída por manifestos e posicionamentos críticos, culminando numa quase autonomia do discurso em relação ao objeto a partir da década de 1960. O legado dessa tradição é uma crescente densidade discursiva que passa, na conjuntura atual, de sua localização ortodoxa nos textos de críticos e curadores para uma ênfase nova em escritos dos próprios artistas. Quais os caminhos futuros desse entrelaçamento? Ainda é possível uma autonomia do objeto artístico, ou o deslizamento entre linguagens e registros é uma tendência incontrovertível?

SOBRE OS CURADORES

Sérgio Bruno Martins
Mestre e doutorando em história da arte pela University College London (UCL)/Universidade de Londres. Foi editor do periódico Object (UCL) e é atualmente editor-convidado do periódico britânico Third Text, onde coordena a elaboração de um número especial sobre arte brasileira a ser publicado no início de 2012. Organizou no Rio de Janeiro, em parceria com Felipe Scovino, o Projeto Portfólio, série de mesas-redondas voltadas para a discussão do trabalho de artistas emergentes. Atua também como crítico de arte e tem artigos, resenhas e ensaios publicados internacionalmente em revistas e jornais, como Third Text, Enclave, Lado7, Object, O Globo, Arte & Ensaios, DasArtes e Dardo.

Rafael Cardoso
Escritor e historiador da arte, PhD pelo Courtauld Institute of Art/ Universidade de Londres. Entre seus trabalhos principais de não-ficção estão os livros: Impresso no Brasil, 1808-1930: Destaques da história gráfica no acervo da Biblioteca Nacional (Verso Brasil, 2009), A arte brasileira em 25 quadros (1790-1930) (Record, 2008) e O design brasileiro antes do design: Aspectos da história gráfica, 1870-1960 (Cosac Naify, 2005). Na ficção, sua produção inclui os livros Controle remoto (2002) e A maneira negra (2000), todos pela editora Record. Atua como professor da UEJ curador independente e perito judicial.

SOBRE OS PARTICIPANTES

Briony Fer é professora de História da Arte. Passou a integrar o departamento de história da faculdade de História e Teoria da Arte da Universidade de Essex, com sua pesquisa de doutorado sobre as vanguardas russas e francesas, recebeu seu PhD em 1988. Em 1980 ingressou no Departamento de História da Arte na Universidade Aberta como palestrante. Ainda nesta universidade atuou em cursos, publicando ensaios sobre Modernidade e Modernismo, pela Open University e Yale University Press em 1993. Realizou publicações sobre o século XX e arte contemporânea, como: Abstract Art (2000) e The Infinite Line (2004), ambos publicados pela Yale University Press.

Marcio Doctors é curador da Fundação Eva Klabin e foi o idealizador do Espaço de Instalações do Museu do Açude, ambos no Rio de Janeiro. Foi secretário particular do crítico Mário Pedrosa, depois de sua volta do exílio. Manteve coluna de artes visuais no jornal O Globo entre 1979 e 1982. Em 2007, renunciou ao cargo de curador da 28ª Bienal de São Paulo por discordar dos rumos da instituição. Como curador independente, organizou numerosas exposições nos últimos trinta anos com os principais artistas brasileiros, entre eles Ernesto Neto, Anna Maria Maiolino, Hélio Oiticica, Artur Barrio, Nuno Ramos, Abraham Palatnik e Jorge Barrão. Escreveu inúmeros textos sobre artistas e publicou livros sobre Anna Maria Maiolino (J. J. Carol, 2007), Rui Chafes: Nocturno (FEK-Fundação Calouste Gulbenkian, 2008), Brígida Baltar: Passagem secreta (Circuito, 2010) e Projeto Respiração (Ed. Cobogó, 2012).

Waltercio Caldas estudou no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro com Ivan Serpa. Em 1973, realizou sua primeira individual importante. Expôs em diversos países: Kanaal Art Foundation (Kortrijk, Bélgica, 1991), Stedelijk Museum (Schiedam, Holanda, 1992), Documenta 9 (Kassel, Alemanha, 1992), Centre d’Art Contemporain (Genebra, Suíça, 1993) e Museum of Modern Art (Nova York, EUA, 1993). Integrou as Bienais de São Paulo em 1983, 1987 e 1996, e representou o Brasil nas Bienais de Veneza de 1997 e 2007. Em 2008, a Fundação Calouste Gulbenkian, em Portugal, e o Centro Galego de Arte Contemporánea, na Espanha, organizaram importantes individuais do artista. Em 2010, realizou a individual Salas e Abismos; em 2012, Cromática, na Casa França-Brasil; e, em 2013, Waltercio Caldas: O Ar Mais Próximo e Outras Matérias, na Pinacoteca do Estado de São Paulo e no Blanton Museum of Art, em Austin, Texas.

Rodrigo Nunes é professor do Departamento de Filosofia da PUC-Rio. É PhD em Filosofia pelo Goldsmiths College, Universidade de Londres, onde estudou com uma bolsa CAPES. De 2010 a 2013, foi pós-doutorando na PUCRS, com bolsas combinadas PNPD/CAPES e FAPERGS. Foi professor visitante no Goldsmiths College, na University of East London e na Jan Van Eyck Academie, entre outros. Seus textos têm aparecido em publicações nacionais e internacionais como Radical Philosophy, South Atlantic Quarterly, Mute, Ephemera, Serrote, Le Monde Diplomatique, Al Jazeera e The Guardian, bem como diversas antologias. Como curador, organizou o ciclo de filmes e debates Stronger Are the Powers of the People: Politics, Poetics and Popular Education in Brazilian Cinema, 1962-1979, apresentado em Londres e Berlim.

Tania Rivera é psicanalista e professora da Universidade de Brasília. Doutora em Psicologia pela Université Catholique de Louvain, Bélgica. Pós-Doutorado em Artes Visuais na escola de Belas-Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (2006). É pesquisadora bolsista do CNPq e autora de diversos artigos e dos livros Arte e psicanálise; Guimarães Rosa e a Psicanálise; A Psicanálise se Entrelaça à Literatura. O Desejo do Analista Através de um Conto de Guimarães (2002); Uma Psicanálise para Salvar o Mundo. Desencontros entre Surrealismo e Psicanálise (2002).

Paulo Herkenhoff (nascido em 1949) é curador e crítico independente, e vive e trabalha no Rio de Janeiro. De 2003 a 2006, foi diretor do Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro. Anteriormente Herkenhoff foi curador adjunto do Departamento de Pintura e Escultura no Museu de Arte Moderna de Nova York (1999-2002), e curador-chefe do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro (1985-1990). Também foi diretor artístico da 24 ª Bienal de São Paulo (1998), São Paulo (1997-1999), e fez a curadoria do Pavilhão do Brasil na 47 ª Bienal de Veneza, Veneza, 1997. Herkenhoff recentemente realizou a co-curadoria do Brasil: desFocos (O Olho de Fora), Paço das Artes, São Paulo, 2008 e contribuiu para a Psycho Buildings: Artists Take on Architecture (2008). Ele também publicou textos sobre artistas como Raul Mourão (2007), Guillermo Kuitca (2006); Rebecca Horn (2005), Julião Sarmento (2004) e Louise Bourgeois (2003).

Marcus Vinícius Faustini (Rio de Janeiro, 26 de novembro de 1971) é diretor teatral, documentarista e escritor que se destaca na cena teatral desde 1998. É autor do “Guia Afetivo da Periferia” (2009) e co-autor de “O novo carioca” (2012), com Jaílson de Souza e Silva e Jorge Luiz Barbosa. Em 2011, criou a metodologia da Agência de Redes para Juventude, para transformar ideias de jovens das favelas cariocas em projetos para impactar suas comunidades, aumentando suas redes e repertórios. Entre suas direções mais destacadas está “Capitu”, de 1999, adaptação do romance “Dom Casmurro”, de Machado de Assis, com foco na personagem Capitu. A peça foi premiada pela Academia Brasileira de Letras.

Francisco Bosco é poeta, letrista, filósofo e escritor, é doutor em Teoria Literária pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, colunista do Jornal O Globo e autor de inúmeros livros. Recentemente, lançou “Alta Ajuda”, Foz Editora - os ensaios reunidos nesta obra são 35 textos publicados nos últimos sete anos.
Sobre os participantes:

Lorenzo Mammì nasceu em 1957, na cidade de Roma, Itália. É formado em Matérias Literárias pela Universidade dos Estudos de Florença e doutor em Filosofia pela Universidade de São Paulo (USP). Reside no Brasil desde 1987. É crítico de música, de arte e professor de História da Filosofia Medieval na Universidade de São Paulo desde 2003. Lecionou História da Música na Escola de Comunicação e Artes desta mesma universidade, entre 1989 e 2002. Publicou ensaios em Carlito Carvalhosa (Cosac Naify, 2000) e Três canções de Tom Jobim (Cosac Naify, 2004). Foi responsável também pela organização de Vida de Rossini, de Stendhal (Companhia das Letras, 1995) e pela tradução de Clássico anticlássico e Arte Moderna na Europa, de Giulio Carlo Argan (Companhia das Letras, 1999 e 2010). Em 2012, publicou O que resta. Arte e Crítica de Arte, pela Companhia das Letras.

Matheus Rocha Pitta (Tiradentes, MG, 1980) vive e trabalha no Rio de Janeiro. Sua obra já foi exposta em mostras como a 29ª Bienal de São Paulo, em São Paulo (2010), Rendez Vous, no Institut d’Art Contemporain de Lyon, França (2011), Travessias - Arte Contemporânea na Maré, no Rio de Janeiro (2012). Realizou as exposições individuais Provisional Heritage, na Sprovieri em Londres (2011) e Dois Reais, no Paço Imperial no Rio de Janeiro (2012). Move o artista, em particular, a vontade de explorar e expor a mercadoria – coisa qualquer que o trabalho humano produz e pela qual existe inequívoco desejo de posse – como índice de paradoxos que tais intercâmbios encerram ou engendram. Articula objetos e imagens que inventa para gerar conhecimento.

Paulo Sergio Duarte é crítico, professor de história da arte e pesquisador do Centro de Estudos Sociais Aplicados, na Universidade Candido Mendes, no Rio de Janeiro, e diretor do Centro Cultural Candido Mendes. Dirigiu programas públicos na área da educação e da cultura para os governos federal, estadual e municipal (Rio de Janeiro). Foi o primeiro diretor-geral do Paço Imperial/Iphan, de 1986 a 1990, responsável por sua implantação como centro cultural e pela curadoria de exposições. Foi curador-geral da 5ª Bienal do Mercosul (2005), em Porto Alegre, e curador-geral do programa Rumos Itaú Cultural Artes Visuais 2008/2009, entre inúmeras exposições. Publicou, entre outros, os livros Arte Brasileira Contemporânea – um prelúdio (Ed. Silvia Roesler/Inst. Plajap, 2008), A Trilha da Trama e outros textos sobre arte (Funarte, 2004, 2010), Carlos Vergara (Santander Cultural, 2003) e Waltercio Caldas (Cosac Naify, 2001).

Moacir dos Anjos é pesquisador e curador de arte contemporânea da Fundação Joaquim Nabuco, no Recife. Desenvolve, de modo integrado, pesquisas, curadorias e textos sobre as relações entre arte e política e, em particular, acerca das representações de situações de conflito. Foi diretor do Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães - MAMAM, no Recife (2001-2006), e pesquisador visitante no centro de pesquisa TrAIN – TransnationalArt, IdentityandNation, UniversityoftheArts London (2008-2009). Foi curador do pavilhão brasileiro na Bienal de Veneza (2011), curador da Bienal de São Paulo (2010), co-curador da Bienal do Mercosul, em Porto Alegre (2007) e curador do Panorama da Arte Brasileira, no Museu de Arte Moderna de São Paulo (2007). É autor, entre outros, dos livros Local/Global. Arte em Trânsito (Rio de Janeiro, Zahar, 2005) e ArteBra Crítica. Moacir dos Anjos (Rio de Janeiro, Automática, 2010), além de editor dePertença, Caderno Videobrasil 8, São Paulo (2013). Vive e trabalha no Recife.

Roberto Conduru é doutor em história pela Universidade Federal Fluminense, professor de História da Arte do Instituto de Artes da UERJ.
Publicou estudos sobre as obras de Francisco Bologna e Jorge Machado Moreira, Antonio Dias e Willys de Castro, bem como sobre a arquitetura militar no Rio de Janeiro e sobre a Bienal de São Paulo.Desenvolveu o projeto Pérolas Negras – Experiências Artísticas e Culturais nos Fluxos entre África e Brasil, a partir do qual publicou o livro Arte Afro-Brasileira(Belo Horizonte, C/Arte, 2007).Conduru realizou vários projetos de curadoria de exposições e ministrou palestras sobre arte e cultura afro-brasileiras e africanas. Também publicou diversos ensaios em livros, catálogos de exposição e periódicos.

Nelson Brissac Peixoto é filósofo, trabalhando com questões relativas à arte e ao urbanismo. Doutor em Filosofia pela Universidade de Paris I – Sorbonne, éprofessor do curso Tecnologias da Inteligência e Design Digital da PUC-SP. Publicou: A sedução da barbárie, Brasiliense, 1982; Cenários em ruínas, Brasiliense, 1987; América, Companhia das Letras, 1989; Paisagens Urbanas, Ed. Senac, 1996; Arte/Cidade - Intervenções Urbanas, Ed. Senac, 2002;Paisagens Críticas - Robert Smithson: arte, ciência e indústria, Ed. Senac / Educ, 2010; e Arte/Cidade Zona Leste, Ed Dardo, Espanha, 2011. Foi responsável pela organização e curadoria de exposições e de Arte/Cidade, um projeto de intervenções urbanas em São Paulo. Atualmente desenvolve o projeto ZL Vórtice, com o apoio de diversas universidades e instituições públicasNelson Brissac é filósofo e trabalha com questões relativas à arte e ao urbanismo. É organizador e curador de Arte/Cidade (www.artecidade.org.br), um projeto de intervenções urbanas em São Paulo, desde 1994. Publicou: A sedução da barbárie (Brasiliense, 1982), Cenários em ruínas (Brasiliense, 1987), América (Companhia das Letras, 1989), Paisagens Urbanas (Ed. Senac, 1996), Brasmitte (catálogo, 1997), Arte/Cidade – Intervenções Urbanas (Ed. Senac, 2002) e Paisagens críticas – Robert Smithson: arte, ciência e indústria (Ed. Senac/Educ, 2010). Dedica-se também a pesquisas sobre as dinâmicas territoriais na região Sudeste do Brasil e sobre as relações entre arte e indústria.

Frederico Coelho é pesquisador, ensaísta e professor de Literatura Brasileira e Artes Cênicas da PUC-Rio. Faz também textos para sites, audiovisual e exposições de arte e conteúdo cultural. Tem graduação e mestrado em História Social no IFCS-UFRJ e doutorado em Literatura pela PUC-Rio. Foi assistente de curadoria do MAM-RJ entre 2009 e 2011. Escreveu artigos para diversas revistas e periódicos. Publicou, entre outros, os livros Museu de Arte Moderna – Arquitetura e construção (2010), Livro ou livro-me – Os escritos babilônicos de Hélio Oiticica (2010) e Eu, brasileiro, confesso minha culpa e meu pecado 1960/1970 (2010). Lançou pela coleção Modernismo +90 o livro A Semana sem fim – Memória e comemorações da Semana de Arte Moderna de 1922.

Laura Erber nasceu em 1979 no Rio de Janeiro. Sua prática artística vem se caracterizando pelo constante trânsito entre linguagens (filme, vídeo, escrita, desenho, fotografia). Seu trabalho é motivado por uma constante necessidade de liberar os signos e renegociar campo verbal e campo visual. Suas obras foram exibidas em diversos festivais internacionais de cinema e vídeo, além de centros de arte no Brasil e na Europa (Le Plateau, Jeu de Paume, Casa Européia da Fotografia, Museu de Arte Contemporânea de Moscou, Museu de Arte Moderna de Paris, IASPIS em Estocolmo, MAM-Rio, Oi Futuro, CCBB). Foi artista residente no Centro de Arte Conteporânea Le Fresnoy (França), Akademie Schloss Solitude (Alemanha). Realizou exposições individuais na Fundação Miró (Barcelona) e no Centro Internacional de Arte da Ilha de Vassivière (França). Em 2007, com a peformer Marcela Levi, recebeu a bolsa Batiscafo/Triangle Arts (Cuba). Foi escritora em residência no Pen Center de Antuérpia e publicou os livros Insones (7Letras, 2002), Os corpos e os dias/Bodies and days (Editora de Cultura, 2008) e Vazados & Molambos (Editora da Casa, 2008).

Pedro Duarte é professor Adjunto do Departamento de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UniRio. É mestre e doutor em Filosofia pela PUC-Rio, onde atua na Pós-Graduação Lato-Sensu (Especialização em Arte e Filosofia e Especialização em Filosofia Antiga). Foi professor pesquisador na Brown University (EUA) em 2004 e 2006. É autor do livro “Estio do tempo: romantismo e estética moderna” (Zahar, 2011). Possui texto publicado no livro Walter Benjamin: arte e experiência, 2010, e Educação estética: de Schiller a Marcuse, 2011, ambos pela editora NAU.

Posted by Patricia Canetti at 4:48 PM