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dezembro 6, 2012
Seminário Internacionaldiscute a obra de Mira Schendel na Pinacoteca, São Paulo
Seminário Internacional discute a obra de Mira Schendel
Palestrantes: Cauê Alves, Irene Small, Isobel Whitelegg, John Rajchman, Sônia Salzstein, Taisa Palhares
14 e 15 de dezembro de 2012
Inscrições até o dia 13.12 pelo email eventos@pinacoteca.org.br
Pinacoteca de São Paulo
Estação Luz do Metrô
Centro - São Paulo
11-3324-1000
www.pinacoteca.org.br
Concebido em duas etapas, a primeira realizada em novembro na Tate Modern, Londres, o evento discute a obra de Mira Schendel (Suiça, 1919 - São Paulo, 1988) a partir de uma abordagem multidisciplinar. O objetivo é propiciar o encontro de especialistas e do público em geral para debater a produção desta que é considerada uma das artistas mais complexas da arte brasileira contemporânea. Este seminário concretiza a primeira etapa do projeto Mira Schendel que a Pinacoteca do Estado está desenvolvendo com a Tate Modern e que irá culminar em uma grande exposição internacional nas duas instituições em 2013 e 2014, numa parceria inédita de curadoria conjunta.
Palestrantes convidados: Cauê Alves, Irene Small, Isobel Whitelegg, John Rajchman, Sônia Salzstein, Taisa Palhares.
Sobre os palestrantes:
Cauê Alves: Crítico de arte e curador. Mestre e doutor em filosofia pela USP, é professor da Faculdade Belas-Artes e do curso “Arte: história, crítica e curadoria” da PUC-SP. Foi um dos curadores da 8ª Bienal do MERCOSUL e curador da mostra “Mira Schendel. Curador da mostra O Avesso do avesso” (Instituto de Arte Contemporânea, 2010).
Irene Small: Professora assistente de Arte Contemporânea no Departamento de Arte e Arqueologia da Princeton University (EUA). Especialista em arte latino americana, defendeu doutorodo na Yale University (EUA) com o trabalho Hélio Oticica and the Morphology of Things, em 2008.
Isobel Whitelegg: crítica de arte e curadora, especialista em arte contemporânea latino americana, possui doutorado pela University of Essex (Inglaterra). Atualmente é curadora da Nottingham Contemporary, na Inglaterra.
John Rajchman: Filósofo, especialista em estética e filosofia francesa contemporânea, com trabalhos importantes sobre Michel Foucault e Deleuze, entre outros. É editor colaborador da revista Artforum e professor do Departamento de História da Arte da Columbia University (EUA).
Sônia Salzstein: Crítica de arte e curadora. Doutora em filosofia pela Universidade de São Paulo e professora do Departamento de Artes Plásticas da ECA-USP. Foi curadora da mostra “Mira Schendel: no vazio do mundo” (Galeria de Arte do SESI, 1997).
Taisa Palhares: crítica de arte e pesquisadora da Pinacoteca do Estado de São Paulo. Doutora em filosofia pela Universidade de São Paulo, é co-curadora da mostra Mira Schendel juntamente com Tanya Barson (Tate Modern).
Programação:
14 de dezembro, sexta-feira.
10h00: Abertura com Ivo Mesquita, Diretor Técnico da Pinacoteca do Estado.
10h30 às 12h00: Primeira sessão com Cauê Alves e Taisa Palhares
12h às 14h: Intervalo para almoço
14h às 16h: Segunda sessão com Irene Small e Isobel Whitelegg
16h às 16h30: Coffee break
16h30 às 17h: Finalização dos trabalhos do dia com Taisa Palhares e Tanya Barson.
15 de dezembro, sábado.
10h30 às 13h: Terceira sessão com Sônia Salzstein e John Rajchman
Debate final com a presença de todos os palestrantes.
Mira Schendel (Zurique, Suíça 1919 - São Paulo SP 1988)
Emigra em 1949 para o Brasil como Mira Hargersheimer, estabelecendo-se em Porto Alegre. Nesta cidade inicia sua carreira de pintora e trabalha na Tipografia Mercantil como desenhista. Estuda filosofia de maneira autodidata, hábito que manteria por toda a sua vida. Participa da I Bienal Internacional de São Paulo em 1951 e dois anos depois muda-se para São Paulo. Em 1954 realiza sua primeira individual na capital paulista, no Museu de Arte Moderna de São Paulo, e no ano seguinte participa da III Bienal. Dedica-se fundamentalmente à pintura e passa a assinar seus trabalhos somente como “Mira” em meados da década de 1950. Em 1960 casa-se com o livreiro Knut Schendel, adotando a partir de então seu sobrenome. As décadas de 1960/70 representam um momento singular para o desenvolvimento de sua produção artística. Em poucos anos, Mira irá realizar boa parte de sua obra em papel, como as séries conhecidas como os “Bordados”, as “Monotipias” e as “Bombas”. Explora novos materiais como o acrílico, criando seu importante grupo de “Objetos Gráficos”, de “Discos” e de “Toquinhos”. Paralelamente realiza as “Droguinhas” feitas de papel-arroz retorcido, além de continuar uma produção considerável em pintura. Aproxima-se de importantes críticos e intelectuais como Mário Schenberg, Mário Pedrosa, Haroldo de Campos, Max Bense, Theon Spanudis, Vilém Flusser, Umberto Eco, Jean Gebser, entre outros. Por intermédio do crítico inglês Guy Brett, expõe na Signals Gallery em Londres em 1965 e 1966, e participa como representante do Brasil da Bienal de Veneza em 1968. Em 1969 apresenta a instalação “Ondas Paradas de Probabilidade” na X Bienal de São Paulo, conhecida como a “Bienal do Boicote”. No início da década de 1970 também irá realizar cerca de 150 cadernos que são expostos no Museu de Arte Contemporânea de São Paulo. Começa a desenvolver a grande série de colagens com papel tingido artesanalmente e com aplicação de letraset, conhecida como “Toquinhos”. Também nesses anos faz trabalhos tão heterogêneos entre si como os “Datiloscritos” e as “Mandalas”. Nos anos 1980, inicia as grandes pinturas em têmpera com aplicação de formas geométricas em folha de ouro que irão marcar seu trabalho nos últimos anos de vida. Em 1987 apresenta o conjunto de 12 telas em gesso e têmpera denominadas “Sarrafos”, última grande série acabada de sua produção.