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agosto 30, 2010
Comofaz com André Mesquita, Ana Luisa Lima, Ana Tomé, Emerson Dionísio, Ligia Nobre, Ricardo Resende e Tadeu Chiarelli no Centro Cultural da Espanha,
O Projeto Comofaz coloca em pauta possibilidades de espaços de exibição e discussão de arte contemporânea, problematizando a gestão institucional e sondando espaços ditos independentes – para isso serão realizadas conversas com profissionais que representam diferentes instâncias no cenário brasileiro, como André Mesquita, Ana Luisa Lima, Ana Tomé, Emerson Dionísio, Ligia Nobre, Ricardo Resende e Tadeu Chiarelli. O Projeto Comofaz ocupará o Centro Cultural da Espanha entre os dias 8 e 17 de setembro, apresentando também um arquivo de material de coletivos, grupos e espaços de arte de todo o Brasil, bem como textos de referência e estatutos.
PROJETO COMOFAZ
Rua Martinico Prado 474, Higienópolis, São Paulo-SP
11-3822-2627
Apoio: Centro Cultural da Espanha
Patrocinio: Funarte
PALESTRANTES: André Mesquita, Ana Luisa Lima, Ana Tomé, Emerson Dionísio, Ligia Nobre, Ricardo Resende e Tadeu Chiarelli
Agenda:
- 08/09, 17h: Ricardo Resende
- 09/09, 19h: Ana Tomé
- 10/09, 19h: Ana Luisa Lima
- 13/09, 19h: Ligia Nobre
- 14/09: atividade em aberto
- 15/09, 17h: Emerson Dionisio
- 16/09, 19h: Tadeu Chiarelli
- 17/09, 19h: André Mesquita
Resumo conceitual:
O projeto Comofaz pretende discutir formatos possíveis de gestão de espaços para a arte contemporânea. Foram convidados profissionais (artistas, agenciadores culturais, críticos, curadores) para debater problemas e virtudes dos modelos atuais. A proposta nasce do ensejo de levantar possibilidades de gestão, de forma que as instituições de arte sejam mais porosas, instigantes e dêem conta de uma nova produção. Talvez essas respostas possam também ajudar no problema da urgente necessidade de consolidação das instituições artísticas.
Como tornar os espaços institucionais mais aptos às demandas dos produtores e dos receptores? E como estruturar propostas independentes e alternativas de espaços de forma que se respeite a intempestividade e efemeridade da produção? Tendo em vista que os propositores deste projeto já passaram por diversas instituições culturais e que também são artistas, percebemos uma defasagem entre os modelos de gestão da maioria das instituições e as questões problematizadas atualmente na arte. A corrente chamada Pós Institucionalista data de 2001 e buscou justamente uma reavaliação das funções sociais das instituições e também um ensejo de discussão de rearticulação de espaços para arte contemporânea por meio de novas proposições de novos diretores e pensadores que vinham de íntimos diálogos com a produção contemporânea.
Porém, trata-se de uma discussão européia: como trazer essas questões para o contexto brasileiro? Resta também perguntar: quais seriam os anseios da produção brasileira? Produção essa que cada vez mais excede a mera produção objetual, se expandindo de forma interdisciplinar e muitas vezes é obrigada a se adequar a modelos que não suportam totalmente todas essas novas propostas.
Outro intuito do projeto é a formação de público. Se de um lado há dificuldade da relação do artista com a instituição, temos também uma série de mal entendidos quanto ao público e se faz urgente uma formação mais atenciosa. Colocá-lo dentro dos modelos de discussão de forma mais ativa - pois as questões institucionais que dizem respeito à arte, ou melhor, as questões que dizem respeito à cultura, não pertencem apenas aos artistas e devem ser colocadas para debate.
Pretendemos também tornar mais transparente a forma que as instituições funcionam, das mais estruturadas até as mais simples tentativas de organizar uma exposição ou um debate. Pretende-se promover intercâmbios com diversas iniciativas por todo Brasil e no local será mantida uma central de informações com materiais de centros culturais independentes ou governamentais (catálogos, folderes, etc.), além de estatutos e textos institucionais de diversos centros culturais.
FICHA TÉCNICA
Currículo resumido dos participantes:
Coodernadores:
Lívia Benedetti
Formada em Artes Plásticas pela Universidade de São Paulo, foi co-editora da Risco, revista de teoria, história e crítica de arte da graduação da ECA, participou do coletivo Hóspede e do grupo de estudos de Curadoria e Crítica de Arte coordenado pelo professor Tadeu Chiarelli. Atualmente coordena a mediação na Divisão de Ação Cultural e Educativa do Centro Cultural São Paulo e é integrante do grupo de estudos Máquina de Responder ligado à 29ª Bienal de São Paulo.
Tiago Alem Santinho
Arte-educador e artista plástico. Participou do grupo Hóspede até o ano de 2008 e se dedica atualmente à produção individual, tendo feito exposições no Brasil e exterior. Coordenador do projeto Laboratório Hotel (2007), vencedor do edital PAC pela Secretária de Cultura do Estado de São Paulo, uma pesquisa sobre urbanismo e arte contemporânea. Atualmente tem pesquisado estruturas institucionais que trabalham arte contemporânea.
Palestrantes:
Ana Luisa Lima
Editora da revista de arte Tatuí desde 2006. Graduada no curso de Lic. Ed. Artística/Artes Plásticas pela UFPE. Foi curadora do I Salão Universitário de Arte Contemporânea –UNICO (SESC-PE), crítica de arte convidada para acompanhar os trabalhos dos artistas selecionados no Prêmio Interações Florestais 2010–prêmio de residência artística da EcovilaTerra UNA –MG, já escreveu diversos textos para exposições e catálogos, é pesquisadora membro do Grupo de Pesquisa P.I.A. - Pesquisas e Interações Artísticas, hoje atuando em parceria com o MAMAM - Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães –Recife-PE. É editora da ReviSPA 2010; autora de um dos artigos do livro Artes Visuais: Conversando Sobre (Org. Madalena Zaccara e Sebastião Pedrosa), Editora Universitária/UFPE; além de ser crítica de arte convidada do espaço expositivo Sala Recife (PE).
Ana Tomé
Nasceu em La Coruña (Galícia), norte da Espanha, onde viveu até mudar-se para Madrid com a finalidade de estudar Jornalismo e Filologia na Universidade Complutense, completando posteriormente sua educação em Londres (1981-82) e Nova Iorque (1985). Sua experiência profissional multidisciplinar; jornalismo, educação e comércio exterior voltado para o turismo, acabou por levá-la à área de gestão cultural em 1989, como coordenadora de exposições no Museu de Ciências Naturais e na Casa América, ambos em Madri. Em 1995, juntou-se à Agência Espanhola de Cooperação para o desenvolvimento, como diretora do Centro Cultural da Espanha em Santo Domingo (República Dominicana), depois em Havana (Cuba) e, por fim, a partir de 2005 em São Paulo.
André Mesquita
Pesquisador das relações entre arte, política e ativismo. Mestre pelo departamento de História Social da Universidade de São Paulo e atualmente doutorando no mesmo departamento com um estudo sobre “mapas e diagramas dissidentes”, pesquisando diferentes cartografias sobre o capitalismo contemporâneo. É integrante da Rede Conceitualismos do Sul e participante de experiências coletivas relacionadas a práticas de democracia direta, autogestão e movimentos sociais.
Emerson Dionísio Gomes de Oliveira
Graduado em Comunicação Social pela Universidade Estadual Paulista – Unesp. Mestre em História da Arte e da Cultura pela Universidade Estadual de Campinas – Unicamp. Doutor em História Cultural pela Universidade de Brasília com a tese intitulada: Memória e Arte - a (in) visibilidade dos acervos de museus de arte contemporânea brasileiros. Curador independente e ex-diretor do Museu de Arte Contemporânea de Campinas. Atualmente é Professor no Departamento de Artes Visuais da Universidade de Brasília e terá seu livro "Museus de fora: a visibilidade dos acervos de arte contemporânea no Brasil" lançado pela Editora Zouk.
Ligia Nobre
Arquiteta, graduada pela FAU – Universidade Mackenzie (São Paulo), e mestre em Teoria e História da Arquitetura e do Urbanismo pela Architectural Association School of Architecture (Londres). Co-dirigiu a plataforma sem fins lucrativos exo experimental org., entre 2002 e 2007 em São Paulo, que promoveu pesquisas e projetos experimentais nas áreas de urbanismo, artes visuais e dimensões políticas, através de publicações, seminários, workshops, exposições e residências. Recebeu bolsa-residência para pesquisa teórica em Arquitetura e Urbanismo na Akademie Schloss Solitude (Stuttgart, 2006-2007). Foi assistente de pesquisa e de ensino dos arquitetos Jacques Herzog e Pierre de Meuron no Studio Basel- Contemporary City Institute - ETH (Basiléia, Suíça 2007- 2008). Co-editora de Guia do Copan, de Pablo Leon de la Barra (exo, 2006) e coordenadora da publicação Working at Copan, de Peter Friedl (Steinberg Press, 2007), dentre outras publicações. Professora convidada do curso de especialização “Arquitetura na Metrópole Contemporânea”, Universidade Mackenzie. Atualmente é consultora do Programa Mais Cultura do Ministério da Cultura em Brasília.
Ricardo Resende
Mestre em História da Arte pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP), tem carreira centrada na área museológica. Trabalhou entre 1988 a 2002, no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo e no Museu de Arte Moderna de São Paulo. Desde 1996, coordena o Projeto Leonilson. Foi diretor do Museu de Arte Contemporânea do Ceará, diretor do Centro de Artes Visuais da Funarte e atualmente é diretor do Centro Cultural São Paulo.
Tadeu Chiarelli
É professor-doutor da Universidade de São Paulo há 27 anos, coordenador do Centro de Estudos Arte e Fotografia e o Grupo de Estudos de Crítica de Arte e Curadoria, ambos do Departamento de Artes Plásticas da Universidade, curador e historiador de arte. Foi curador-chefe do Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM) entre 1996 e 2000 e atualmente é diretor do MAC.
Pra variar, faltou mencionar o site do projeto:
http://sitedocomofaz.wordpress.com/