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setembro 25, 2009
Curso: Burle Marx, Um artista total na Casa do Saber, Rio de Janeiro
Burle Marx criou, a um só tempo, o paisagismo tropical e uma linguagem internacional e moderna de jardins – um trabalho feito a partir da valorização estética da flora nativa, resgatando-a da triste condição de mato e revelando-a para o mundo e para os próprios brasileiros. O talento como pintor, desenhista, gravador, escultor, ceramista, cenógrafo, músico, designer de jóias e, claro, paisagista, faz dele um dos artistas totais, cada vez mais raros em nossos tempos de grande especialização. Em todas as suas facetas, nele prevaleciam, indissociáveis, as de pintor e de paisagista. A relação com a pintura ajudou Burle Marx a transplantar lógicas e formas da vanguarda artística para os jardins, criando, assim, uma estética singular e moderna de organização plástica da natureza. No centenário do artista, o curso presta uma homenagem a essa grande expressão da cultura e da História do país.
Professores: Lauro Cavalcanti, Fernando Chacel, Luiz Aquila, Sylvio Fraga Neto
Coordenação: Lauro Cavalcanti
8, 15, 22 e 29 de outubro, quintas-feiras, 20h
Casa do Saber
Av. Epitácio Pessoa 1.164, Lagoa, Rio de Janeiro - RJ
21-2227-2237
www.casadosaber.com.br
Segunda a sexta, 11-22h
Programação
08 de outubro
Burle Marx artista total e seu papel no Modernismo Brasileiro - Lauro Cavalcanti
Roberto Burle Marx, ao lado de Lucio Costa e Oscar Niemeyer, foi o responsável pelo sotaque particular e original do movimento modernista no Brasil. Foi o inventor de uma linguagem internacional de jardins e o mais importante e talentoso paisagista do século XX. Comparação com obras de Isamu Noguchi e Francisco Barragán. Introdução às várias facetas de Burle Marx: paisagista, pintor, desenhista, escultor, designer de objetos e joias, escultor e cenógrafo.
15 de outubro
Burle Marx, Paisagista - Fernando Chacel
O gesto paisagístico, a arte maior dos seus jardins e parques, onde o passado tem sempre futuro. O trabalho interdisciplinar com cientistas, ainda nos anos de 1940, para a criação dos ecossistemas de substituição de ambientes primitivos. O legado de Burle Marx para o terceiro milênio e a busca de uma estética ecológica para a reconstrução de paisagens.
22 de outubro
Burle Marx e a pintura - Luiz Aquila
Este encontro irá percorrer os diversos caminhos trilhados por Burle Marx no universo da pintura, abordando a relação entre a pintura e a natureza, a abstração da natureza, os sentidos de curvas e retas e o chão pictórico.
29 de outubro
Burle Marx e as Artes Plásticas - Sylvio Fraga Neto
O período inicial de sua carreira e a dedicação à expressão figurativa. Uma comparação com tendências estéticas do Brasil e dos centros artísticos do mundo. A técnica sólida como desenhista e o talento como pintor representativo foram fundamentais para seu desenvolvimento como pintor não figurativo e também como paisagista.
Sobre os professores:
Lauro Cavalcanti: Arquiteto e doutor em Antropologia Social pelo Museu Nacional/ UFRJ, com pós-doutorado no Programa Avançado de Cultura Contemporânea da mesma universidade. Professor da Escola Superior de Desenho Industrial (Esdi) e diretor do Paço Imperial. Autor, entre outros, de Moderno e brasileiro: a história de uma nova linguagem na arquitetura (1930-1960), Ainda moderno: arquitetura brasileira contemporânea, Quando o Brasil era moderno: guia de arquitetura (1928-1960). Foi curador da exposição Roberto Burle Marx 100 anos: a permanência do instável, realizada no Paço Imperial, no Rio de Janeiro, em 2008.
Fernando Chacel: Arquiteto paisagista formado pela Faculdade Nacional de Arquitetura, com mais de 50 anos de atuação na área. Foi estagiário de Roberto Burle Marx, com quem aprendeu, segundo suas próprias palavras, “o ofício de paisagista, por pensamentos, palavras e obras”. É conferencista internacional, consultor ambiental e professor visitante da Universidade de Montreal, no Canadá. Atualmente coordena os cursos de graduação e de pós-graduação em Paisagismo na Escola de Design e Artes Visuais da Universidade Veiga de Almeida no Rio de Janeiro. É autor do livro Paisagismo e ecogênese.
Luiz Aquila: Artista plástico, estudou com Aloísio Carvão, Oswaldo Goeldi, Tiziana Buonazolla e Stanley Jones. Foi professor da Universidade de Brasília (UnB), entre 1968 e 1972, e da Escola de Artes Visuais do Parque Lage, entre 1979 e 1986, instituição da qual também foi diretor no período de 1988 a 1991. Participou de diversas exposições no Brasil e exterior. Em 2000 expõe com Burle Marx, na série “Afinidades eletivas”, na Galeria TCE-RJ.
Sylvio Fraga Neto: Pesquisador em História da Arte e poeta. Membro do International Council of Museums, atualmente dirige o Museu Antônio Parreiras, em Niterói, e preside a Fraga e Maciel Levy Editora. Tem publicado artigos na imprensa e em revistas especializadas e está concluindo a etapa de pesquisa para seu livro sobre o pintor Antônio Garcia Bento (1897-1929).