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julho 7, 2009
Workshops On_off com D-Fuse, Laborg, Lucas Bambozzi no Itaú Cultural, São Paulo
Uma das referências internacionais do gênero, o japonês Ryoji Ikeda vem ao Brasil pela primeira vez e apresenta duas obras; outros trabalhos inéditos são as performances do brasileiro Lucas Bambozzi, que pede a participação do púbico com a luz dos diplays de seus celulares, e do coletivo brasileiro Laborg. Evento integra a programação da exposição GamePlay, em cartaz no instituto desde o início do mês de julho.
21 de julho de 2009, terça-feira, 14-18h - Workshop com Laborg (fechado para ONG´s)
22 de julho de 2009, quarta-feira, 14-18h - Workshop com Lucas Bambozzi
23 de julho de de 2009, quinta-feira, 14-18h - Workshop com D-Fuse
Inscrições pelo telefone 11-2168-1779; segunda-feira a sexta-feira, 10-18h
Vagas: 40
Itaú Cultural - Sala Vermelha
Avenida Paulista 149, Paraíso, São Paulo - SP
11-2168-1700 ou instituto@itaucultural.org.br
www.itaucultural.org.br
ON_OFF – Experiências em Live Image traz performances inéditas e experiências com mesclas sonoras e visuais
De 17 a 19 e de 21 a 25 de julho, sempre às 20h, o Itaú Cultural apresenta a quinta edição do ON_OFF – Experiências em Live Image, com a exibição de sete obras de artistas brasileiros, japoneses e ingleses que operam em tempo real música e imagens projetadas nas paredes do palco do instituto. Formas geométricas, orgânicas, desenhadas à mão ou captadas por câmeras digitais são manipuladas com o som em tempo real e criam atmosferas audiovisuais exclusivas. Os trabalhos são assinados por artistas que são referência no gênero: o japonês Ryoji Ikeda, em sua primeira visita ao Brasil, o coletivo inglês D-Fuse e os brasileiros VJ 1mpar, Lucas Bambozzi e coletivo Laborg – estes dois trazem trabalhos inéditos. Além disso, D-Fuse, Laborg e Bambozzi ministram workshops abertos ao público, em que contam mais detalhes sobre suas trajetórias, estilos e referências, além de mostrar técnicas e equipamentos em simulações das performances ao vivo.
Principal artista visual e compositor eletrônico do Japão, Ikeda abre a programação no dia 17 (para convidados) e volta a se apresentar ao público nos dias 18 e 19. Ele cria trabalhos em que a música, o tempo e o espaço são moldados por métodos matemáticos, explorando o som como sensação e reduzindo a pó suas propriedades físicas para revelar sua relação com a percepção humana.
Na abertura, para convidados, às 20h, ele apresenta a performance Datamatics [ver.2.0]. Trata-se do segundo concerto audiovisual da série de mesmo nome que impressiona pelo ritmo extremamente rápido com o qual explora o limiar das percepções do público. Às 21h, acontece um coquetel para o lançamento do catálogo do projeto. A obra contém informações sobre todas as edições do ON_OFF, desde 2005, além de textos inéditos sobre live image de Patrícia Moran, doutora em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP, Roberto Cruz, gerente do núcleo de Audiovisual do instituto e do coletivo inglês D-Fuse.
A mesma performance será reexibida por Ikeda no dia 18, também às 20h, desta vez para o público. No dia seguinte, 19, ele apresenta test pattern [live set], a sua mais recente obra ligada a esta série: uma espécie de teste de sons e imagens, processados com extrema rapidez, para dispositivos de áudio e vídeo. A obra gera formas intensas, em preto e branco, que flutuam na escuridão acompanhadas por uma trilha sonora potente e altamente sincronizada.
Hol, de Henrique Roscoe, mais conhecido como VJ 1mpar, é a performance audiovisual que toma o palco no dia 21. Nela, o VJ, artista digital, músico e designer mistura diversas composições com formas, cores e movimentos de notas, harmonias e muito ritmo. Para cada composição o artista constrói um instrumento e cada som representa uma emoção e um sentimento. Nesta obra, a mescla sonora e visual tem a mesma importância e é gerada simultaneamente.
Urbanidade, obsolescência e experiências sensorias
O coletivo brasileiro Laborg trabalha com substâncias comuns como água, óleo e pigmentos coloridos para criar atmosferas orgânicas. No dia 22, o grupo apresenta Umbra pela primeira vez ao público. Neste trabalho os artistas utilizam técnicas do teatro de sombras e trilha também inédita. Por meio da mixagem de imagens capturadas ao vivo, a obra cria cenários e pequenas histórias, com a proposta de uma experiência sensorial de contemplação e imersão.
No dia seguinte, 23, acontece a performance também inédita Da Obsolescência Programação, em 3 Atos, do paulista Lucas Bambozzi. Com a participação dos músicos Jarbas Jacome e Paulo Beto, a obra é exibida em três atos, e começa com Ilusão, em que o artista propõe ao público deixar seus aparelhos celulares ligados. No início da apresentação o artista convida as pessoas a mostrar os displays acesos virados para a parte de cima do teatro, onde uma câmera capta as luzes e as transmite para uma tela. A platéia, por sua vez, interage com o artista e sua criação à medida que movimenta os seus aparelhos e vai modificando a imagem exposta.
No segundo ato Bambozzi apresenta Organização e Consumo, na qual estabelece um diálogo progressivo entre as imagens projetadas nas telas brancas de fundo com outras exibidas numa tela preta frontal. Antes abstratas, em um determinado momento do espetáculo, as formas começam a traçar contornos mais explícitos. Em Determinação, terceira e última parte do espetáculo, é projetada a destruição, com um martelo, de produtos hoje obsoletos como fitas VHS, telefones sem fio, cartuchos de impressora, entre outros. Para o artista, o som forte desse movimento provoca uma espécie de catarse coletiva dos espectadores, que consomem esses produtos tecnológicos de pouca durabilidade.
O coletivo inglês D-Fuse já tocou ao lado de músicos diferentes como o multi-instrumentista americano Beck e, na outra ponta, a Orquestra Sinfônica de Londres. O grupo utiliza tecnologia de ponta ao criar um trabalho multidimensioinal e multissensorial, com ênfase na relação entre som e imagem. Em São Paulo, no Itaú Cultural, eles apresentam, no dia 24, o espetáculo Latitude [31°10N/121°28E, inspirado na paisagem urbana e sonora das cidades chinesas Xangai, Cantão e Chungking. O cotidiano de sua população é retratado com uma multiplicidade de fragmentos de conversas, multidões, viagens, luzes, espaços abandonados e formas arquitetônicas. O grupo fecha o evento com Particle, no sábado, dia 25. É um trabalho voltado também à temática urbana, porém em um nível mais abstrato. O foco aqui cai em detalhes do tecido urbano, revelando uma trama de ritmos, padrões e texturas que existem em um espaço entre o real e o virtual.