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outubro 29, 2008
I Encontro Internacional sobre Educação – Arte e Analfabetismo Funcional no Auditório Gilberto Freyre, Rio de Janeiro
I Encontro Internacional sobre Educação – Arte e Analfabetismo Funcional
1 e 2 de dezembro de 2008
Auditório Gilberto Freyre - Palácio Gustavo Capanema
Rua da Imprensa 16, Centro, Rio de Janeiro
Vagas limitadas
Inscrições de 27 de outubro a 24 de novembro
eventos@casadaros.net
www.casadaros.net
Analfabeta funcional é a pessoa que está ou esteve na escola, mas não consegue interpretar o que lê nem usar a leitura e a escrita em atividades cotidianas. Está, portanto, impossibilitada de se desenvolver pessoal e profissionalmente, ficando cada vez mais afastada das novidades do mundo contemporâneo.
O problema do analfabetismo funcional atinge os países da América Latina, especialmente o Brasil. Recente levantamento, divulgado em setembro pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), revela que pelo menos oito entre dez crianças que não sabem ler e escrever freqüentam a escola.
Neste encontro, pesquisadores, artistas, pedagogos e arte-educadores nacionais e internacionais, além de professores e diretores de escolas públicas do Brasil, debaterão a relação entre arte e pedagogia com a finalidade de pensar propostas que façam uso da arte como um importante veículo de aprendizagem. Todas as experiências que serão apresentadas no evento indicam que esta associação tem produzido metodologias e práticas de educação capazes de ensinar com qualidade e, ao mesmo tempo, proporcionar aos professores ferramentas de trabalho ricas em conteúdo e criatividade.
O I Encontro Internacional sobre Educação – Arte e Analfabetismo Funcional, realizado em colaboração com o artista e curador pedagógico Luis Camnitzer, foi dividido em duas etapas. Em um primeiro momento, um seminário aberto ao público, organizado em quatro mesas temáticas. Em seguida, uma série de encontros de grupos de trabalho, em que será elaborado um primeiro plano de ação experimental, que poderá ser desenvolvido com um ou mais grupos ligados a práticas educativas através da arte.
Casa Daros
A Casa Daros é um projeto da Daros-Latinamerica, instituição sediada em Zurique, na Suíça, que hoje reúne a maior coleção de arte latino-americana da Europa, iniciada no ano 2000. O objetivo da Casa Daros é criar uma plataforma de encontro e reflexão sobre a atualidade sócio-cultural e artística da América Latina e promover a arte contemporânea latino-americana no cenário internacional. É um espaço de discussão independente, aberto a todas as linhas de pensamento, que será inaugurado em 2009, no Rio de Janeiro, em um casarão de estilo neoclássico tombado pelo Patrimônio Histórico, onde será realizada intensa programação. Contará com espaços para exposições, oficinas, residência de artistas, programação em arte-educação, audiovisual, fóruns e seminários. A Casa Daros abrigará ainda um auditório e uma biblioteca.
Programação
1 de dezembro, segunda-feira
8h
Inscrição
9h
Abertura: Isabella Rosado Nunes, Gerente Geral da Casa Daros, e Eugenio Valdés Figueroa, Diretor de Arte e Educação da Casa Daros
9h30
Mesa I: Analfabetismo Funcional: uma questão de política pública
Palestrante: André Lázaro – Secretário de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, Ministério da Educação;
Debatedora: Beatriz Azeredo – Diretora do Instituto Desiderata e do Centro de Estudos de Políticas Públicas (CEPP, Brasil)
Mediador: Antônio Góis – Jornalista, Folha de São Paulo
11h
Pausa para café
11h30
Mesa II: Arte, Linguagem e Alfabetização na Contemporaneidade
Palestrantes: K. David Harrison – Ph.D e professor de lingüística da Swarthmore College (EUA); Kurt Wootton – Diretor e fundador do projeto ArtsLiteracy da Brown University (EUA)
Mediador: Luis Camnitzer – Artista plástico e curador pedagógico da Fundação Iberê Camargo
13h30
Pausa para almoço
15h
Mesa III: Quebrando Modelos – Interações Horizontais
Palestrantes: Marle Macedo – Coordenadora de Arte e Educação do Projeto Axé; Tião Rocha – Antropólogo, Educador, Folclorista e fundador do Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento; Carla Rinaldi - Pedagoga e presidente da Reggio Children, Itália
Mediadora: Roberta Scatolini – Arte-educadora e orientadora pedagógica do Instituto Paulo Freire
16h30
Pausa para café
17h
Mesa IV: Quebrando Modelos – Interações Horizontais
Palestrantes: José Pacheco – Educador e criador do projeto Escola da Ponte, Portugal; Ana Elisa Siqueira – Pedagoga e diretora da Escola Municipal Desembargador Amorim Lima
Mediador: Carlos Barmak – Educador, artista plástico e compositor
18h30
Espaço para perguntas
19h
Encerramento
Dia 2 de dezembro
8h
Inscrição
9h
Abertura
9h30
Mesa V: Arte em Formato de Pedagogia – bloco 1
Palestrantes: Tania Bruguera – Artista plástica, Cuba; Humberto Vélez – Artista plástico, Panamá; Lázaro Saavedra – Artista plástico, Cuba
Mediadores: Eugenio Valdés Figueroa – Diretor de Arte e Educação da Casa Daros; Luis Camnitzer – Artista plástico e curador pedagógico da Fundação Iberê Camargo
11h30
Pausa para café
12h
Mesa VI: Arte em Formato de Pedagogia – bloco 2
Palestrantes: Mônica Nador – Artista plástica; Sally Mizrachi – Diretora-executiva e coordenadora do projeto “Lugar a Dudas”, Colômbia; Luis Camnitzer – Artista plástico e curador pedagógico da Fundação Iberê Camargo
Mediadores: Eugenio Valdés Figueroa – Diretor de Arte e Educação da Casa Daros; Luis Camnitzer – Artista plástico e curador pedagógico da Fundação Iberê Camargo
13h30
Encerramento
Breve descrição das mesas e dos participantes
Mesa I: Analfabetismo Funcional: uma questão de política pública
Palestrante: André Lázaro
Debatedora: Beatriz Azeredo
Mediador: Antônio Góis
Pesquisas divulgadas recentemente indicam que a avaliação da educação no Brasil vem melhorando gradualmente, mas os índices do analfabetismo funcional entre crianças e adultos ainda são alarmantes. O Ministério da Educação vem criando uma série de instrumentos de identificação das dificuldades enfrentadas pelos estudantes e pelas escolas como base de apoio ao trabalho de capacitação dos professores e de melhoria da qualidade da educação oferecida. A continuidade dos programas de efeitos duradouros é questão de política pública. Ao mesmo tempo, iniciativas envolvendo instituições do terceiro setor, empresas privadas e governos são exemplos de como a união entre os diversos setores da sociedade pode produzir metodologias alternativas, capazes de envolver os estudantes e melhorar os níveis de aproveitamento escolar.
Tema: Analfabetismo funcional e política pública
André Lázaro
Secretário de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (SECAD), formado em letras pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, mestre e doutor em comunicação e cultura pela Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). É professor universitário e já lecionou nas Faculdades Integradas Hélio Alonso, Pontifícia Universidade Católica (PUC-RJ) e Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). Lázaro é autor do livro “Amor: do mito ao mercado” (Editora Vozes, 1996).
Tema: Políticas públicas para o analfabetismo e iniciativas do terceiro setor
Beatriz Azeredo
Doutora em economia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), diretora e fundadora do Instituto Desiderata desde 2003, diretora do Centro de Estudos de Políticas Públicas (CEPP) e professora do Instituto de Economia da UFRJ na área de Políticas Públicas. Entre os anos de 1996 e 2002, foi superintendente e diretora do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) nas áreas de Desenvolvimento Social, Infra-estrutura Urbana e Planejamento. Foi diretora de políticas sociais do Instituto de Pesquisas Econômicas e Aplicadas (IPEA) no ano de 1995 e assessora técnica na Assembléia Nacional Constituinte e no Congresso Nacional.
Antônio Góis
Jornalista da Folha de São Paulo especializado em educação, tema que cobre desde 1996.
Mesa II: Arte, Linguagem e Alfabetização na Contemporaneidade
Palestrantes: K. David Harrison e Kurt Wootton
Mediador: Luis Camnitzer
A proposta desta mesa é discutir, através das experiências e pesquisas expostas pelos palestrantes, as relações existentes entre a prática artística e aquisição de linguagem. A intenção é mostrar como programas e ações envolvendo diversas linguagens artísticas podem se transformar em ferramentas criativas de alfabetização e desenvolvimento da capacidade de ler e escrever. Além disso, haverá um debate em torno de questões relacionadas à oralidade sob a perspectiva das línguas ameaçadas, bem como uma discussão a respeito de como a linguagem pode ser apreendida de outras formas que não a escrita. Serão abordadas as implicações sociais de uma tradição oral e suas possíveis comparações com aquelas da tradição escrita.
Tema: Alfabetização e oralidade na perspectiva das línguas ameaçadas
K. David Harrison
Professor assistente de lingüística da Swarthmore College e diretor de pesquisa de línguas ameaçadas de extinção do Living Tongues Institute for Endangered Languages, instituição que ajudou a fundar. Sua pesquisa foca na documentação e na preservação de línguas ameaçadas e pouco documentadas, com principal ênfase nas línguas turcas da Inner Asia (Sibéria Central e Mongólia Ocidental). Harrison desenvolveu, junto com o National Geographic Society, um mapa das línguas ameaçadas de extinção. Até o momento, ele tem investigado Tuvan, Tsengel Tuvan, Tofa, Ös (Médio Chulym), Tuha (Dukha), e Monchak. Em 2005, ele começou a pesquisa de campo em três línguas Munda do nordeste da Índia. Em 2006, sobre a Siletz Dee-ni, língua do Oregon, e, em 2007, sobre a linguagem Kallawaya, da Bolívia. Autor de When Languages Die.
Tema: Projeto ArtsLiteracy (ArtsLit), EUA, e projeto HABLA, Mérida, México: a adoção de metodologias que pressupõem a relação entre a arte e a prática educacional
Kurt Wootton
Diretor e co-fundador do projeto ArtsLiteracy no Departamento de Educação da Brown University, EUA. Dirigiu o projeto Lab Schools nos Estados Unidos e no Brasil, onde artistas, professores, estudantes universitários e jovens de várias partes do mundo se juntaram para explorar maneiras de conectar a performance e outras linguagens artísticas ao desenvolvimento da capacidade de ler e escrever. Atualmente está desenvolvendo uma nova escola laboratório em Mérida, no México, chamada HABLA: Centro para Cultura e Linguagem. HABLA é um centro internacional para o desenvolvimento de projetos para o ensino da linguagem, leitura e escrita através da arte (arts-based literacy).
Luis Camnitzer
Luis Camintzer é artista plástico e algumas de suas obras figuram na coleção Daros Latinamerica. Nasceu na Alemanha, em 1937. Emigrou para o Uruguai em 1939 e vive nos EUA desde 1964. É Professor Emérito de Arte da Universidade Estadual de Nova York, no campus de Old Westbury. Foi curador do Viewing Program, do The Drawing Center, Nova Iorque, de 1999 a 2006. Em 2007 fez a curadoria pedagógica para a 6ª Bienal do Mercosul. Atualmente Luis Camnitzer é o curador pedagógico da Fundação Iberê Camargo, em Porto Alegre. Participou da Bienal de São Paulo, de exposições no Centre Pompidou (França), da Bienal do Mercosul, da Documenta XI, em Kassel, Alemanha, entre outras.
Mesa III: Quebrando Modelos – Interações Horizontais
Palestrantes: Marle Macedo, Tião Rocha e Carla Rinaldi
Mediadora: Roberta Scatolini
A proposta desta mesa é apresentar as experiências e trabalhos desenvolvidos pelos profissionais na área da educação, cujos projetos são considerados inovadores nas suas propostas pedagógicas, por romperem com modelos tradicionais de ensino.
Tema: Apresentação do histórico do Projeto Axé (Salvador, Bahia) e metodologia adotada através da “pedagogia do Desejo”
Marle Macedo
Marle Macedo é coordenadora de Arte-educação do Projeto Axé, Socióloga e Mestre em Educação. O Projeto Axé foi pensado como um espaço educativo para jovens em situação de exclusão social, sobretudo aqueles em situação de rua. Por isso, o Axé, através da figura do educador de rua, estimula permanentemente os jovens a construírem um projeto de vida novo e renovador, onde passam a se reconhecer não apenas como “Sujeitos de Direito”, mas também, “Sujeitos de Desejo”.
Tema: Relato do trabalho desenvolvido no Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento, cuja metodologia inovadora é conhecida como a Pedagogia da Roda. Abordará a busca por formas criativas de educação através da utilização dos saberes e fazeres culturais
Tião Rocha
Antropólogo, Educador e Folclorista. Fundador e Presidente do Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento (CPCD), ONG fundada em 1984, e que se tornou um dos empreendimentos sociais mais bem sucedidos no Brasil voltados para a Educação e o Desenvolvimento Sustentado, com reconhecimento e premiações nacionais e internacionais. Eleito Empreendedor Social (Fundação Schwab e Folha de São Paulo – 2007), Líder Avina (Fundação Avina – 2002), Líder Social do Brasil (Ethos 2001), Prêmio Criança / Educação (Fundação Abrinq – 1995).
Tema: História e metodologia educacional do Projeto Reggio Emilia, Itália.
Carla Rinaldi
Graduada em pedagogia pela Universidade de Bolonha, Carla Rinaldi trabalhou, durante muitos anos, como pedagoga em creches municipais e pré-escolas de Reggio Emilia, cidade italiana que ficou conhecida por implantar nas escolas públicas um sistema de ensino inovador. Mais tarde, tornou-se diretora pedagógica e diretora dessas instituições de ensino. Foi consultora pedagógica da Reggio Children desde 1994 e é responsável por projetos de pesquisa em parceria com a Universidade de Harvard, Universidade de Milão e Universidade de New Hampshire. Atualmente, Rinaldi ocupa o cargo de presidente da Reggio Children. Professora da Faculdade de Educação na Universidade Modena-Reggio, foi vice-presidente do Gruppo Nazionale Nidi-Infanzia (Associação Nacional de Primeira Infância) e foi membro da Câmara Municipal de Reggio Emilia.
Roberta Scatolini
Pós-graduada em Psicodrama Clínico pela Escola Paulista de Psicodrama e psicóloga pela Universidade Mackenzie. Atualmente, é arte-educadora e orientadora pedagógica do Instituto Paulo Freire, onde atua no Programa Cultura Viva do Ministério da Cultura e na Secretaria Sócio-ambiental e Intertranscultural do instituto.
Mesa IV: Quebrando Modelos – Interações Horizontais
Palestrantes: José Pacheco e Ana Elisa Siqueira
Mediador: Carlos Barmak
A proposta desta mesa é apresentar as experiências e trabalhos desenvolvidos pelos profissionais na área da educação. Foi através de projetos que inovaram por suas propostas pedagógicas que modelos tradicionais de educação realizados nas escolas foram questionados. Além disso, mostrará exemplos de escolas que se uniram com a comunidade, pais, alunos e professores para, juntos, criarem um outro modelo de gestão, alterando a organização da escola e questionando as práticas educativas em vigor.
Tema: História e proposta pedagógica da Escola da Ponte, Portugal.
José Pacheco
Especialista em música e em leitura e escrita, é mestre em Educação da Criança pela Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto. Coordena, desde 1976, a Escola da Ponte, em Portugal, da qual é idealizador. A Escola da Ponte é uma instituição que se notabilizou pelo projeto educativo que desafiou os modelos tradicionais de ensino, já que se baseia na autonomia dos estudantes. É autor de livros e de diversos artigos sobre educação, definindo-se como “um louco com noções de prática”. Foi professor da Escola Superior de Educação do Porto e Membro do Conselho Nacional de Educação de Portugal.
Tema: Trabalho desenvolvido na direção da Escola Municipal Desembargador Amorim Lima (São Paulo) e
seu projeto pedagógico inovador
Ana Elisa Siqueira
Cursou pedagogia na PUC-SP e é professora municipal. Hoje, dirige a Escola Municipal Desembargador Amorim Lima, no bairro Butantã, na zona sul de São Paulo, cujo projeto pedagógico, inédito no Brasil, se baseia na Escola da Ponte (Portugal). As paredes das salas de aula foram derrubadas. A capoeira, o teatro e a educação ambiental passaram a fazer parte do currículo e alunos passaram a decidir, junto com os professores, o que iriam aprender e as formas de avaliação. O sucesso da implantação deste projeto pedagógico inovador se deu principalmente por conta da participação da comunidade, envolvendo pais, professores e educadores.
Carlos Barmak
Educador, artista plástico, artista gráfico e compositor. Carlos Barmak é formado pelo London International Film School (em Londres) e trabalha com educação em artes plásticas e na criação, coordenação e implantação de projetos culturais e educacionais. Tem experiência em coordenação de equipes em programas de educação e artes para crianças, adolescentes e adultos com enfoque trans-disciplinar. Em 2005, fez a coordenação geral do setor educativo do Instituto Moreira Salles e a coordenação pedagógica do Instituto Rodrigo Mendes. Trabalhou como professor formador do Instituto Tomie Ohtake e fez a coordenação geral do setor educativo do Museu de Arte Moderna de São Paulo.
Mesa V: Arte em Formato de Pedagogia
Palestrantes: Tania Bruguera, Humberto Vélez e Lázaro Saavedra – Bloco 1
Palestrantes: Mônica Nador , Sally Mizrachi , Luis Camnitzer – Bloco 2
Mediadores: Eugenio Valdés Figueroa (Casa Daros), Luis Camnitzer
A partir de uma pesquisa em bibliotecas e arquivos de arte contemporânea, principalmente na Europa, na América do Norte e América Latina, é possível observar com freqüência que não há seções dedicadas a projetos pedagógicos conduzidos por artistas ou a programas educativos heterodoxos realizados por instituições de arte. Além disso, quase sempre estes projetos e programas não aparecem nos dossiês dos artistas ou nas programações gerais desenvolvidas pelas instituições. Este fato dificulta a possibilidade de um diagnóstico dessas iniciativas e também impede a mensuração do impacto gerado pelos diversos critérios pedagógicos conduzidos através da prática experimental da arte.
Bloco 1
Tema: Apresentação do projeto Cátedra Arte de Conduta (Havana, Cuba) e seu ponto de vista sobre a estreita relação entre arte e educação
Tania Bruguera
Tania Bruguera nasceu em Havana, é artista e pedagoga. Atualmente vive e trabalha entre Havana e Chicago. Formou-se no Instituto Superior de Arte de Havana (ISA) e no Instituto de Arte de Chicago. Tania conceituou e dirigiu como artista o projeto Cátedra Arte de Conduta, em 2002, em Cuba. No início de sua carreira, foi professora da Escola de Conduta Victor Marante, em Havana. A partir desta experiência, no início dos anos 80, Tania buscou maneiras transgressoras de interação com a sociedade através de experiências artísticas. Recebeu a bolsa John Simon Guggenheim, em 1998, e participou de várias exposições nacionais e internacionais, incluindo a Documenta XI (Alemanha), as bienais de Veneza, Shangai, Havana, São Paulo, além da Feira de Arte Contemporânea (ARCO), em Madri, Espanha.
Tema: Relação entre arte e educação e maneiras de ativar dinâmicas culturais coletivas para gerar a aquisição de formas conscientes, visíveis e legíveis por outras comunidades
Humberto Vélez
Humberto Vélez nasceu no Panamá e atualmente vive e trabalha na Inglaterra. Estudou Lei e Ciências Políticas na Universidade do Panamá, depois Cinema e Televisão na Escola Internacional de Cinema San Antonio de Los Baños, em Cuba, em 1990. Desde 1997, trabalha internacionalmente como artista e realizador de filmes independentes. Participou de residências artísticas em Havana, Viena e Londres. Participou de numerosas mostras de arte como a Bienal de Shangai, Bienal de Lima, Bienal de Liverpool e Bienal do Panamá, entre outras, e realizou várias exposições individuais, entre elas, The Fight, na Tate (Londres) e Mancunian Way (Manchester).
Tema: A pedagogia da arte aplicada à formação de artistas e à cultura popular
Lázaro Saavedra
Lázaro Saavedra nasceu em Havana, Cuba, local onde vive e trabalha. Formou-se em pintura, em 1988, pelo Instituto Superior de Arte (ISA). Realizou diversas exposições individuais e coletivas, conjugando sua obra pictórica com diferentes meios de expressão. Participou de residências e programas de bolsas nos Estados Unidos, Canadá, Alemanha, Suíça, Japão, Inglaterra e Cuba. No final dos anos 80 e início dos 90, colaborou com ilustrações e desenhos para as publicações Albur, Credo e Memória de las Postguerra. Professor do ISA desde 1991, foi membro do grupo Puré, na década de 80, do projeto Pilón (1988-89), assim como do coletivo Enema, grupo formado por estudantes do Instituto, nos anos 90. Criador da galeria IMEIL, projeto em curso. Sua obra integra várias coleções, entre elas a do Museu Nacional de Belas Artes de Cuba, a Coleção Ludwig, da Alemanha, a Coleção Daros-Latinamerica, da Suíça, e o Museu de Belas Artes, do Canadá.
Bloco 2
Tema: Apresentação do Projeto JAMAC – Jardim Mirian Arte Clube, São Paulo
Mônica Nador
Mônica Nador nasceu em 1955, em Ribeirão Preto, São Paulo. Graduou-se em Artes Plásticas na FAAP, em 1983. Em 2000, concluiu mestrado em Poéticas Visuais pela ECA-USP, com a dissertação “Paredes Pinturas”, sob orientação de Regina Silveira. Participou da mostra coletiva “Como Vai Você Geração 80?”, no Rio de Janeiro, em 1984, de extrema importância histórica. Suas últimas exposições foram: Bienal de Havana (Cuba, em 2000); In site 2000 (Tijuana, México/EUA, em 2000); Bienal de Sydney (Austrália, em 2004); Rencontres Paralleles (Centre D’Art Contemporaine de Basse-Normandie, em 2005); Galerie Croix Baragnon, nas Comemorações do Ano do Brasil na França (em Toulouse, em 2005), e 27ª Bienal de São Paulo (em 2006). Atualmente, desenvolve parcerias com moradores do bairro Jardim Miriam, em São Paulo, no Jardim Miriam Arte Clube (Jamac), inventando padronagens para telas, papéis e paredes das casas.
Tema: Apresentação do projeto “Lugar a Dudas” com coletivos de jovens artistas que atuam com comunidades
periféricas em Cali, Colômbia
Sally Mizrachi
Sally Mizrachi é diretora-executiva e coordenadora do projeto “Lugar a Dudas”, instituição independente, sem fins lucrativos, cuja finalidade é promover e divulgar a criação artística contemporânea através da investigação, da produção e do confronto aberto de idéias. A principal meta do projeto é se tornar uma plataforma de lançamento e divulgação de projetos de arte, criar pontos de encontro, reflexão, pesquisa. “Lugar a Dudas” situa-se em Cali, a terceira maior cidade e mais influente do sudoeste da Colômbia, com uma população de cerca de 2,5 milhões pessoas.
Tema: A partir de uma experiência própria, a produção pedagógica e artística, que influenciou artistas e pedagogos em Cuba e em outras partes do mundo, ao propor a ruptura com modelos educativos tradicionais no meio artístico
Luis Camnitzer
O trabalho do artista Camnitzer acompanha paralelamente sua produção pedagógica e crítica e é fortemente embasado na palavra e na imagem, na arte conceitual, bem como na ambivalência entre mercado e revolução, estética e ética, indivíduo e coletividade, centro e periferia, hegemonia e marginalidade. Seus trabalhos são, muitas vezes, escritos em papel, gravados em placas de metal, ou são simplesmente instalações e fotografias, onde uma ordenação entre objeto e imagem forma um grupo conceitual. Camnitzer acredita que, para um trabalho de arte ser bom, ele precisa comunicar e, assim, educar.