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abril 14, 2008
Seminário Internacional Conceitualismos do Sul / Sur no MAC USP, São Paulo
Seminário Internacional Conceitualismos do Sul / Sur
23 a 25 abril de 2008
MAC USP Ibirapuera - Auditório
Rua da Reitoria 160, Cidade Universitária, São Paulo - SP
11-3091-3033 / 3559
Coordenação Geral: Profa. Dra. Cristina Freire – Universidade de São Paulo; Profa. Dra. Ana Longoni – Universidade de Buenos Aires
Inscrição: R$ 20 (isenção para professores da rede pública)
Seminário Internacional “Conceitualismos do Sul/Sur”
As décadas de 1960 e 70 têm sido bastante revisitadas pela história e crítica de arte recentemente. No entanto, esse grande interesse não implica na homogeneidade dos enfoques e perspectivas, nem tampouco nos sentidos que se atribuem a tais experiências.
O Seminário Internacional “Conceitualismo do Sul/Sur” propõe ampliar o espaço de discussão, assim como propor vetores para uma crítica não-hegemônica, distante dos padrões convencionalizados pela narrativa da história da arte vigente.
O modelo anglo-saxão, amplamente imposto na historiografia oficial e reafirmado pelas instituições artísticas sobretudo pelos museus, não é capaz de fundamentar criticamente a emergência da arte conceitual e das práticas artísticas que podemos aproximar do conceitualismo nos países latino-americanos e naqueles em outras partes do mundo, que enfrentavam ditaduras.
Os regimes militares e ditatoriais foram fatores decisivos nas formas de produção e distribuição artística no período. Recuperados hoje, por meio de investigações, muitos documentos, obras, artistas, coletivos e movimentos vêm sendo reavaliados.
A recuperação de arquivos oriundos das práticas e dos sistemas de circulação artísticos alternativos, importantes naqueles anos difíceis, sugere uma atenção para estratégias e táticas onde outros instrumentos de análise devem ser buscados .
As estratégias conceituais tornam-se bastante relevantes, desse modo, para se repensar aos rumos das instituições como os museus, as exposições e os arquivos diante da globalização e das estratégias neo-liberais correlatas que assolam as políticas culturais mundo afora.
No limite, ao revisitar a produção conceitual dos anos 60 e 70, buscamos aproximar-nos a um certo sentido de utopia ainda capaz de alimentar o horizonte do possível.
O Seminário Conceitualismos do Sul/ Sur, coordenado por Cristina Freire ( Universidade de S.Paulo) e Ana Longoni ( Universidade de Buenos Aires) é um projeto iniciado pela Rede de Investigadores de Conceitualismos na América Latina. Tal rede formulou-se no âmbito dos debates realizados em Barcelona (2007) dentro do projeto Vivid radical memory ( memória radical vivida: arte conceitual radical revisitada. A perspectiva do leste e do sul) – www.vividradicalmemory realizado pela Universidade Barcelona , Kunstverein de Stutgart e C3 da Hungria.
No Brasil, o projeto temático “Lugares e Modos da Crítica”, que tem o apoio da Fapesp também investiga, sobretudo a partir do acervo de arte conceitual do MAC-USP, redes convergentes de relações da arte conceitual e conceitualismos, dos anos 60 e 70, em diferentes contextos.
O Seminário “Conceitualismos do Sul/Sur” é um evento paralelo à exposição Ars Brevis em cartaz no MAC-Sede.
Programação:
23 de abril, quarta-feira, 14h
Mesa redonda 1
Artistas/ curadores / arquivistas – Políticas de arquivo e a construção das memórias da arte contemporânea
São valiosas as iniciativas de grande fôlego na reunião de documentos, obras, registros de momentos-chave da arte conceitual latino-americana. Tais esforços vêm sendo realizados por artistas que foram protagonistas de obras e movimentos nas décadas de 60 e 70 e hoje se tornam curadores, pesquisadores e arquivistas dessa memória viva.
Cristina Freire (coordenação) – MAC/USP/Brasil
Editora como projeto artístico: Beau Geste Press/Libro Acción Libre
Felipe Ehrenberg – artista/México
Poesia não-objetual – Da representação à ação
Clemente Padín – artista/Uruguai
Pequena história: Interrogações sobre o arquivo
Graciela Carnevale – artista (ex-integrante Tucumán Arte) /Argentina
O arquivo Fluxus: balanço geral
Paulo Bruscky - artista /Brasil
24 de abril, quinta-feira, 14h
Mesa redonda 2
Relatos de outros dos conceitualismos
Na última década em diferentes pontos da América Latina e em países como Espanha e outros do Leste Europeu, desenvolveram-se investigações que resgatam do esquecimento cenários, produções e artistas que nos obrigam a repensar os relatos inaugurais e canônicos do conceitualismo global e ainda hegemônico.
Ana Longoni (coordenação) - Universidade de Buenos Aires/Argentina
Práticas”revulsivas”. Edgardo Antonio Vigo às margens do conceitualismo
Fernando Davis - Universidade Nacional de La Plata/Argentina
Noções sobre o conceitual/noções sobre o experimental: Chile anos 60/70
Soledad Novoa Donoso – Universidade do Chile / Santiago
Desgaste e dissolução do objeto na arte peruana dos anos 60 – Uma coordenada de rastro apenas perceptível
Miguel López López – artista e curador/Peru
Emílio Tarazona – crítico e curador/Peru
O desafio da patrimonialização da Arte Conceitual: Grupo de Treball
Antoni Mercader – Universidade de Barcelona/Espanha
25 de abril, sexta-feira, 14h
Mesa redonda 3
Sentidos em luta: a recuperação contemporânea dos conceitualismos e da arte conceitual
Na história da arte contemporânea é evidente a sanção institucional que houve às práticas conceituais críticas, cujo destino foi opor-se as categorias convencionais da Arte. No entanto, nem todas as recuperações recentes desse complexo legado têm o mesmo sentido ou caminham na mesma direção.
Lisbeth Rebollo Gonçalves (coordenação) – MAC/USP/Brasil
Da fetichização à ativação da memória dos conceitualismos na arte: implicações estéticas, clínicas e políticas
Suely Rolnik – PUC/ S.P./Brasil
Arte conceitual depois da arte conceitual
Cristina Freire – MAC-USP/Brasil
Dilemas Pendentes: Perguntas frente a recuperação da Arte Conceitual dos anos 60
Ana Longoni – Universidade de Buenos Aires/Argentina