|
abril 4, 2008
Arte e Esfera Pública, São Paulo
Arte e Esfera Pública
3 de abril a 10 de maio de 2008
BASE móvel
contato@arte-esferapublica.org
www.arte-esferapublica.org
Casa da Cidade
Rua Rodésia 398
Centro Cultural São Paulo
Rua Vergueiro 1000, Paraíso
JAMAC - Jardim Miriam Arte Clube
Rua Maria Balades Correa 8, Jardim Miriam
São Paulo - SP
Inscrições para a seleção para as oficinas através do site Fórum Permanente: http://forumpermanente.org
Organização: Graziela Kunsch e Vitor Cesar
Colaboradores: Ana Maria Tavares, Cristina Ribas, Fabíola Salles, Graziela Kunsch, Jorge Menna Barreto, Julie Ault, Louise Ganz/Breno da Silva, Maíra Vaz Valente, Rafi Segal, Raquel Garbelotti, Regina Melim, RISCO, Rubens Mano, Tatiana Ferraz, Vitor Cesar e 5uper.net
Realização: Conexão Artes Visuais MinC/Funarte/Petrobras
A noção de arte pública tradicionalmente diz respeito à instalação de uma obra de arte em praças e parques. Mas o que seria a arte pública no contexto atual? E será que podemos falar em uma esfera pública? Ou seria mais apropriado pensarmos em diferentes esferas públicas, em diferentes contextos, em diferentes espectadores? O mundo da arte pode ser entendido como uma esfera pública? Como o mundo da arte se relaciona com outros mundos/outras esferas? Qual o papel do artista nesta relação? Estas são algumas das questões que o projeto Arte e esfera pública objetiva discutir, entre os dias 3 de abril e 10 de maio de 2008.
As atividades acontecem na Casa da Cidade, no Centro Cultural São Paulo e no Jamac – Jardim Miriam Arte Clube. Algumas atividades terão transmissão simultânea no site do Fórum Permanente, que hospedará também a documentação do evento (relatos críticos e vídeos). No Centro Cultural está montada a terceira edição da BASE móvel, que funcionará durante os 40 dias do evento.
A BASE móvel é uma estrutura flexível que objetiva proporcionar encontros, conversas e estudos. A primeira edição da BASE móvel aconteceu no interior do Ceará, com o projeto Artistas e suas formas de organização. Sua segunda edição – uma poltrona namoradeira que acolhe uma biblioteca – pode ser utilizada até 1º de junho, na exposição Campo Coletivo, no Centro Universitário Maria Antonia. A BASE móvel do Arte e esfera pública foi desenhada em colaboração com o grupo Risco e abriga debates, oficinas e três projetos:
O Arquivo de emergência existe desde 2005 e agrega material documental sobre “eventos de ruptura” da arte brasileira desde 1998, construindo uma história da arte específica.
Desde 2001 Graziela Kunsch abre sua biblioteca pessoal para uso público e leva partes desta biblioteca para exposições. Desta vez foram escolhidas obras sobre esfera pública, arte site-specific, produção de públicos/contra-públicos, práticas urbanas e práticas discursivas. Além de disponibilizar seus livros a artista trabalhou com a Biblioteca Ricardo Rosas, doada ao Centro Cultural no ano passado. André Mesquita, atual editor do Rizoma [http://rizoma.net], projeto fundado por Ricardo, foi convidado para colaborar na seleção de livros.
A idéia do Café Educativo surgiu em 2006, quando Jorge Menna Barreto coordenava o Grupo de Educação Colaborativa do Paço das Artes. Neste espaço relacional o visitante poderia tomar um café, ler um livro e acessar o material disponibilizado, como publicações e vídeos. O atendente-educador do Café, além de garçom, estaria preparado para conversar sobre a exposição em cartaz, dependendo da disponibilidade do cliente-espectador. O ambiente acolhedor serviria como um momento de desaceleração e digestão da exposição, ou mesmo como um aquecimento-aperitivo. Como projeto irrealizado no Paço, o Café Educativo ganha autonomia e se espacializa pela primeira vez ligado à BASE móvel do Arte e esfera pública.
Programação:
10 de abril, quinta-feira, 20h
Lançamento da revista URBÂNIA 3
Casa da Cidade
O projeto editorial da revista Urbânia 3 foi pensar o direito à cidade, entendido não apenas como um direito de acesso à cidade, mas como o direito de refazê-la. Uma parte da revista é dedicada a reflexões sobre a metodologia site-specific, abordando noções de contexto, escuta e pertencimento. Foram aproximados textos e projetos de artistas, arquitetos, geógrafos e ativistas.
12 de abril, sábado, 17h
Nas margens do urbanismo
Debate com Louise Ganz/Breno da Silva, Rubens Mano, Tatiana Ferraz e Vitor Cesar
BASE móvel/Piso Flávio de Carvalho - Centro Cultural São Paulo
Quem constrói as cidades? Quem define o que deve ser feito ou construído nelas? Projetos de arte podem ou são capazes de participar do processo de transformação da cidade? Tais projetos poderiam ser chamados de urbanismo? Este debate reúne artistas que possuem formação em arquitetura e trabalham com questões relativas à cidade.
14 a 18 de abril, segunda a sexta, 18h30-22h
Práticas artísticas contemporâneas em sistemas de movimentação ou o site-specific hoje
Oficina com Jorge Menna Barreto e Raquel Garbelotti
BASE móvel/Piso Flávio de Carvalho - Centro Cultural São Paulo
Vagas: 15
Investigar questões relacionadas à tradução de uma realidade local/global a partir das práticas e críticas sobre o site-specific. Dia 1: O site físico. Dia 2: A instituição como site. Dia 3: O site discursivo. Dia 4: Site-specific: metodologia vs. categoria? Dia 5: Especificidades moventes.
25 de abril, sexta-feira, 19h30
Group Material: caso reaberto
Palestra de Julie Ault
Sala de debates – Centro Cultural São Paulo
O evento terá tradução simultânea e será transmitido on-line pelo site do Fórum Permanente.
A artista vai realizar uma discussão sobre o projeto que fundou em 1979 em colaboração com outros artistas de Nova Iorque, o Group Material. Durante seus 17 anos de atuação, o Group Material produziu mais de 50 exposições e projetos públicos engajados em relações entre questões sócio-políticas e estéticas. Julie focará na prática e nos processos do grupo, assim como nas condições contextuais em que este trabalho ocorreu e às quais se endereçou. As exposições do Group Material incluíram: Americana, na Whitney Biennial, em Nova Iorque, 1985; Democracy, no Dia Art Foundation, em Nova Iorque, 1988; AIDS Timeline, no Berkeley University Museum, 1989; e Democracy Wall, no Boston Museum of Fine Arts, 1994.
20 de abril, domingo, 12h-13h30 e14h30-16h
A exposição como meio
Conversa com Cristina Ribas, Graziela Kunsch, Jorge Menna Barreto e Regina Melim
BASE móvel e Jardim das esculturas - Centro Cultural São Paulo
Quais são os modos de endereçamento ao outro? Podemos pensar as exposições como um meio? O artista como mediador? Para abordar estas questões serão apresentados e discutidos os projetos Arquivo de emergência, Exposições portáteis, Projeto Matéria, Café Educativo, Um espaço para a contracultura inglesa e Não há nada para ver.
Almoço Educativo
No intervalo das conversas será oferecido um almoço no Jardim das esculturas/Terraço do Centro Cultural São Paulo, com vista para a Av. 23 de maio. Para preparar este almoço foi convidado o coletivo Alimento para a vida, que cozinha refeições vegetarianas em manifestações populares, em eventos de rua. Apoio: Verdurada [http://verdurada.org]
21 a 25 de abril, segunda (feriado), 14h-17h, terça a sexta, 18h30-22h
Contexto como prática
Oficina com Julie Ault
BASE móvel/Piso Flávio de Carvalho - Centro Cultural São Paulo
15 vagas. A oficina será em inglês.
A partir de seus projetos individuais e colaborativos e da obra de Felix Gonzalez-Torres e de Corita Kent, Julie dará uma oficina de cinco dias focada em princípios teóricos e aspectos práticos da prática artística contextualmente embasada. Métodos dialógicos, processos de pesquisa, atividades curatoriais e editoriais, exposição como meio, forma e formato, display, estratégias de apresentação e distribuição são tópicos para serem elaborados e articulados. Atualmente Julie trabalha na organização do arquivo do Group Material, para que este material seja acessível em uma instituição, e pretende discutir na oficina assuntos relacionados a processos de arquivamento/historicização de projetos temporários.
30 de abril, quarta-feira, 20h
Cidades sem fim
Palestra de Rafi Segal
Sala de debates - Centro Cultural São Paulo
*haverá tradução simultânea
A palestra vai discutir o fenômeno das cidades dispersas e questionar o lugar e o papel de espaços públicos/coletivos. Vai apresentar um trabalho de pesquisa que lida com projetos arquitetônicos e urbanos recentes que re-interpretam a relação entre edifícios, paisagem e infra-estrutura em ambientes de baixa densidade.
1 a 3 de maio, quinta (feriado) e sexta, 9h30-12h30 e15h-17h, sábado, 10h-13h
Mapeando espaços públicos/projetando vazios urbanos
Oficina com Rafi Segal
Casa da Cidade
Vagas: 15
A oficina será em inglês.
Apesar de todo o discurso de uma sociedade rapidamente mutável governada pela mídia e pela tecnologia, o humano ainda é um ser físico, com emoções e necessidades concretas. As transformações mais substanciais acontecem em uma velocidade mais lenta, quase sem serem notadas. Como um fato consumado, nós descobrimos que as cidades cresceram além do nosso controle, e que a nossa concepção de espaço público não mais reflete a cultura em que vivemos. Estas mudanças precisam ser consideradas. Antes de buscarmos soluções arquitetônicas imediatas, os problemas precisam ser redefinidos e recolocados, através de ferramentas apropriadas. Métodos tradicionais de mapeamento, que foram desenvolvidos em resposta a certas convenções de edificação, ainda estão sendo usados em situações em que estas convenções mudaram. Precisamos explorar novas formas de leitura e compreensão de nosso ambiente, para melhorar a forma como operamos nele. Esta oficina irá explorar algumas possibilidades nesta direção, buscando revelar novos tipos de espaço coletivo. São Paulo será o estudo de caso.
5, 7 e 9 de maio, segunda, quarta e sexta, 14h-17h
Arte no interesse público
Oficina com Graziela Kunsch e Vitor Cesar
A que nos referimos quando falamos em “interesse público”? De quem são esses interesses? A partir do mapeamento e da escuta de algum lugar/de alguma situação no Jardim Miriam, bairro periférico de São Paulo, esta oficina propõe que artistas e moradores do bairro desenvolvam projetos em colaboração.
JAMAC - Jardim Miriam Arte Clube
Vagas: 15
Público específico: moradores do Jardim Miriam.
10 de maio, sábado, 17h
Como gerar uma esfera pública?
Reflexão Final
BASE móvel/Piso Flávio de Carvalho - Centro Cultural São Paulo