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agosto 3, 2007
Seminário performático Fetichismos visuais: metrópole comunicacional, mercadoria digital, corpos panoramas no SESC Avenida Paulista, São Paulo
Seminário performático Fetichismos visuais: metrópole comunicacional, mercadoria digital, corpos panoramas
15 a 17 de agosto, quarta a sexta, 14-22h
SESC Avenida Paulista
Avenida Paulista 119, Paraíso, São Paulo - SP
Informações e inscrições: 11-3179-3700 / 3716 ou seminario@avenidapaulista.sescsp.org.br
www.sescsp.org.br
Taxas de inscrição: R$ 10 (trabalhador no comércio e serviços matriculado e dependentes, estudante, aposentado e professor da Rede Pública), R$ 15 (usuário matriculado), R$ 20 (demais interessados)
Formas de pagamento:
Depósito bancário
Nome: Serviço Social do Comércio - SESC Avenida Paulista
Banco: Caixa Econômica Federal
Agência: 0235
C/C: 1307-5
Rede SESC
O pagamento da taxa de inscrição pode ser feito em todas as unidades pelo Sistema Ingresso SESC.
A inscrição será validada após o envio do comprovante de pagamento da taxa de inscrição para o fax 3179-3765. O fax deve ser acompanhado da ficha de inscrição ou conter nome completo, telefone e e-mail do inscrito.
Este seminário performático e interdisciplinar manifesta uma urgência desejante - ao mesmo tempo crítica e sensorial - que cruza, mistura e inova linguagens perceptivas: por penetrar e ser penetrado pelos fetichismos visuais.
O objetivo é que tenha uma disjunção entre o tradicional conceito de fetiche e a crescente proliferação de diversificados fetichismos visuais. Nesta perspectiva, a matriz "colonial" da palavra fetiche, aquela "alienada" de Marx ou "perversa" de Freud não conseguem dar o sentido desta mutação. As dimensões visuais dos novos fetichismos são ligadas a processos que, em grande parte, têm as novas tecnologias digitais como força propulsora junto a uma subjetividade mais fluida num contexto comunicacional trans-urbano.
Um panorama sempre mais denso de códigos mutantes e aberturas sensoriais se incorpora entre arquitetura, arte, publicidade, cinema, design, música, moda, cirurgia. Todas estas dimensões são incompreensíveis sem relações corporalizadas da comunicação visual-digital. O contexto policêntrico desde difusão fetichista não é mais o tradicional conceito de sociedade industrial, mas sim das áreas híbridas das metrópoles comunicacionais, da mercadoria digital, do corpo como panorama.
O seminário se apresenta como uma composição interdisciplinar, com diversas tanto quanto dissonantes vozes polifônicas postas em cena. Antropólogos, filósofos, arquitetos, coreógrafas, psicanalistas, semióticos, estilistas, informáticos, publicitários, artistas, músicos, cirurgiões expõem suas visões sobre os Fetichismos Visuais.
Enfim, propõe-se, seja uma metodologia compositiva, baseada no estupor que incorpora, atravessa e força o poder dos fetichismos visuais; seja uma exposição performática, que mistura linguagens e percepções. Neste sentido, a citação de Vivienne Westwood antecipa filosofia e antropologia, música e psicanálise, coreografia e arquitetura.
Fetichismos visuais: metrópole comunicacional, mercadoria digital, corpos panoramas - Programação:
15 de agosto, quarta-feira, 19h
O estupor do fetichismo - palestra performática de Massimo Canevacci
O conceito de fetichismo, seu nascimento e desenvolvimento na cultura ocidental desde o colonialismo. Isso se modifica profundamente quando o fetichismo se cruza com a comunicação visual, em particular na digital, e se difunde mais no consumo do que na produção. O desafio reside na elaboração de uma metodologia diferente, baseada no "estupor", que incorpore e atravesse os fetichismos visuais.
16 de agosto, quinta-feira
16h
Painel Códigos Fetichizados
Sérgio Bairon (PUC-SP)
Pedro Fiori Arantes - arquiteto
Clotilde Perez (ECA-USP e PUC-SP)
Gal Oppido - fotógrafo
Mediação: Pollyana Ferrari (PUC-SP)
Este painel pesquisa o âmbito do hipermídia aplicados na semiótica, nas construções da arquitetura, design, fotografia e publicidade. Assim se indaga também como celulares, internet, Orkut e You tube elaboram novos ideogramas e videogramas que nas mesmas formas gráficas incorporam códigos fetichizados além do tradicional alfabeto.
19h
Corpos flexíveis e práticas disciplinares
Conferência de Vladimir Safatle (USP)
Uma reflexão sobre como a flexibilização contemporânea da imagem do corpo e da noção de identidade de si é um dispositivo fundamental de funcionamento dos procedimentos disciplinares. Isto pode nos explicar porque o corpo se transformou em elemento central da política.
21h
Sandmann - O Homem de Areia
Coreografia-etnografia-musicografia, com Sheila Ribeiro, Massimo Canevacci e Arrigo Barnabé
Penetrando os novos fetiches visuais contemporâneos, este seminário-performático apóia-se no conto de E.T.A. Hoffmann, Der Sandmann, na arte e na publicidade, para habitar as relações entre corpo, metrópole e comunicação visual. Em um tecido performático múltiplo, a etnografia de Massimo Canevacci, a coreografia de Sheila Ribeiro e a música de Arrigo Barnabé, evocam Freud, Rilke e Hans Bellmer, entrelaçando fetichismo metodológico, hipertextual e coreográfico.
17 de agosto, sexta-feira
16h
Painel Corpos Digitais
Alexandre Herchcovitch - estilista
Olgária Matos (USP)
Paulo Jatene - cirurgião plástico
Oscar Cesarotto (PUC-SP)
Lucia Santaella (PUC-SP)
Mediação: Ilana Feldman (UFF)
A percepção do corpo contemporâneo na cultura "ocidental" é um "centro decentrado", fluido que modifica o tradicional conceito de corpo monista (só material) ou dualista (corpo-alma ou corpo-mente). A introdução do digital no "corpo-a-corpo" pluraliza uma condição sempre menos "natural" e mais cultural e comunicacional. Esta visão fetichista e mutante do corpo digital é difundida e problematizada pela moda, cirurgia, arte, filosofia e pela psicanálise a partir do sex-appeal do inorgânico (W. Benjamin) até o Videodrome de David Cronenberg.
19h
Painel Second Life
Abel Reis (Agência Click)
Laura Graziela Gomes (UFF)
Romero Tori (POLI-USP)
Mediação: Edu Almeida (FIEO)
A comunidade virtual Second Life é exemplo claro da proliferação dos fetichismos visuais através da comunicação digital. O SL envolve economia imaterial, psiquê multi-identitária, corpo expandido e design digital, de maneira crescente e normatizadora. O avatar é confinado em uma visão dualista (a segunda vida), ainda que o conceito nasça associado à comunicação digital, posto que desenvolve uma multiplicidade dos "eus". O SL é parte dos conflitos comunicacionais contemporâneos, nos quais o corpo-fetiche é uma presença-ausência perturbativa.
21h
Experimento Portátil - uma ação sob encomenda
performance de Letícia Sekito
Proposta de dança-experimento que tocará na relação entre corpo, desejo, comunicação, escolha e cultura.