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março 21, 2007
Curso Arte de Colher - uma introdução à arte contemporânea, com Milton Machado no Maurice Valansi, Rio de Janeiro
Arte de Colher - uma introdução à arte contemporânea, com Milton Machado no Maurice Valansi
Inscrições abertas
Espaço Cultural Maurice Valansi
Rua Martins Ferreira 48, Botafogo, Rio de Janeiro - RJ
21-2527-4044
Inscrições: 21-2286 2043 ou nenarache@terra.com.br
Curso em cinco sessões, em forma de palestras e projeções audio-visuais.
Horário: segundas, 19h30-21h30
Início: 2 de abril de 2007
Preço: R$230
O Espaço Cultural Maurice Valansi tem reunido semanalmente pessoas em torno de temas bem variados: musica clássica, jazz, cabala. Chegou a vez das Artes Plásticas.
Nos dias 2, 9, 16 e 23 de abril o Espaço abre suas portas para mais um ciclo de palestras sobre arte contemporânea sob a batuta de Milton Machado.
No programa, temas instigantes:
- o que é o "belo"?
- o que é a "arte"? o caminho traçado desde as certezas modernistas à perplexidade contemporânea;
- o que é uma "instalação" , uma "performance"?
- existiria atualmente uma crise da representação?
- do quadro na parede ao mictorio invertido e assinado por Marcel Duchamp....
- das montanhas de Cézanne ao Cristo Redentor iluminado de vermelho:
- existe um conceito ou um preconceito?
- Alguns artistas e movimentos citados e analisados entre outros: Manet, Courbet, Matisse, Marcel Duchamp, Brancusi, Cézanne, Picasso, Braque, Malevich, Dadaísmo, Mondrian, Construtivismo russo, Kandinsky, Klee Richard Serra, Pollock e Action Painting, De Kooning, Rothko, Barnett Newman e suas marcas particulares, Minimalismo: Judd, LeWitt, Andre, Flavin e seus "objetos específicos", Arte Conceitual (da Vinci: "la pittura è cosa mentale"), Pós-modernismo.
Milton Machado é artista plástico, professor de História e Teoria da Arte da EBA-UFRJ, PhD em Artes Visuais pela Universidade de Londres.
Aula 1.
Modernismo: uma longa história de rejeições: Manet e Courbet recusados nos salons; Matisse estranhado pelos colecionadores; Duchamp criticado pelos cubistas; os formalistas rejeitados pelos construtivistas; os minimalistas desprezados pelos formalistas; Brancusi barrado na alfândega norte-americana; Richard Serra acusado pela municipalidade de Nova York, entre outras histórias de recusas. Tradição e traição: as rupturas como condição essencial da contemporaneidade. Caso particular de estranhamento - As Férias do Investigador. Certa manhã, ao sentar-se para o chá, Madame encontra um estranho cartão dentro de seu açucareiro. Alarmada, chama imediatamente o Investigador, que vaticina: - Minha cara Madame, trata-se de um crime. Mas, afinal, quem é a vítima?
Aula 2.
Em pintura: a crise da representação e a representação da crise. Autonomia do gesto, da cor, da pincelada: Manet e suas manchas cromáticas. Impressionismo: Monet e a pintura da luz. Cézanne e a reconstrução do espaço pictórico por meio de pequenas sensações. O quadro como objeto e como presentação concreta do real. As vanguardas históricas: o Cubismo de Picasso e Braque; Malevich, Tatlin, Rodchenko e o Construtivismo Russo: a busca de um grau zero da pintura e da escultura; Dadaismo: arte e anti-arte. Pode-se atravessar o oceano num pequeno barco a remos? A propósito: Mondrian atravessa o Atlântico e aprende a dançar o boogie-woogie.
Aula 3.
Dadaísmo. Marcel Duchamp e o readymade. Pode um quadro de Rembrandt ser usado como tábua de passar roupa? Verdade que a Mona Lisa usava bigode e cavanhaque? A pergunta: "o que é belo" dá lugar à pergunta: "o que é arte?" - perguntas que continuam, ambas, sem respostas. Arte como um jogo de xadrez: o xeque-mate erótico de Rrose Selavy. A virgem é desnudada por seus celibatários, mesmo. A longa tradição e a permanência do readymade. Magritte troca algumas palavras com Duchamp, para deleite de Foucault e nervosismo de Saussure. Por que então Joseph Beuys reclamou tanto do silêncio de Duchamp?
Aula 4.
Em pintura: verdade que teremos 1000 anos de arte abstrata? Kandinsky e Klee. Expressionismo Abstrato e a Escola de Nova York. Pollock e Action Painting. De Kooning, Rothko, Barnett Newman e suas marcas particulares. Minimalismo: Judd, LeWitt, Andre, Flavin e seus "objetos específicos". Uma arte que não é nem pintura nem escultura? Land-art, intervenções concretas, aterros, terraplanagens: a paisagem como arte. Pop-art, conceptual art, performance art. Por que os movimentos não são mais denominados pelo sufixo ismo, e sim pelo sufixo art(e)? Verdade que pretendiam comprar a aura de Andy Warhol?
Aula 5.
A pintura diante do readymade. O readymade diante da pintura. Yves Klein assina o céu e pinta o cosmos de azul ultramar. Manzoni faz merda mas coloca o mundo no pedestal. Kounellis faz da galeria um curral. O bode de Rauschenberg e a bandeira de Jasper Johns. Beuys viaja para os Estados Unidos só para se encontrar com um coiote. Arte Conceitual (da Vinci: "la pittura è cosa mentale"). Pós-modernismo; (arte) e sua exterioridade. Qualquer lugar pode ser um lugar de arte. Fast-forward (não confundir com fast-food): um breve mas amplo panorama da arte contemporânea, dos anos 60 até os nossos dias. Podem 500 homens deslocar por 15 centímetros uma duna de areia peruana empunhando vassouras?