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julho 8, 2006
Inscrições: Vida Coletiva - Seminário Internacional da 27ª Bienal de São Paulo
Vida Coletiva - Seminário Internacional da 27ª Bienal de São Paulo
Inscrições abertas
Porão das Artes - Fundação Bienal de São Paulo
Parque Ibirapuera, Portão 3 - Pavilhão da Bienal, São Paulo - SP
Inscrições e informações: 11-5574-5922 ramal 257 / F: 11-5549-0230 ou seminarios27bsp@bienalsaopaulo.org.br
Preço: inteira R$ 52, meia R$ 27
Vagas limitadas
Organização: Lisette Lagnado
Arquitetura - Seminário Internacional da 27ª Bienal de São Paulo: 4 e 5 de agosto de 2006
Vida Coletiva - Seminário Internacional da 27ª Bienal de São Paulo
A 27ª Bienal de São Paulo continua seu programa de seminários em torno do tema "Como Viver Junto". Após a realização de três encontros que lotaram o Pavilhão no Ibirapuera, com enorme sucesso, a curadora geral Lisette Lagnado é organizadora do próximo seminário: "Vida Coletiva", marcado para os dias 04 e 05 de agosto, com inscrições abertas.
O debate se estrutura em torno de uma das vertentes dos seminários de Roland Barthes no Collège de France realizados em 1976 e 1977, que deram origem ao tema da mostra. Em sua análise de sanatórios e claustros, o filósofo examinou sistemas para um viver-junto e um viver-só. Estendendo o olhar para a sociedade, Barthes reflete sobre ritmos de vida com síncopes diferentes.
Outra base conceitual tanto para o seminário como para esta edição da Bienal é o "Programa Ambiental" de Hélio Oiticica. Trata-se de analisar a passagem do museu para o mundo, a transformação do espectador da arte em participador.
Celso Favaretto enfoca o desejo de viver a arte, a partir de uma análise da produção artística nas décadas de 60 e 70. Jane Crawford discutirá o surgimento de novos movimentos estéticos em Nova York dos anos 70 e a proposta de uma arte inclusiva, próxima da comunidade.
Além da vertente histórica do seminário, a exposição de Jeanne Marie Gagnebin apresenta reflexões sobre a condição do "estrangeiro" em uma comunidade. A curadora Catherine David explora a busca de novas formas de expressão entre a compulsão e a subjetividade a partir dos filmes de Pedro Costa. Peter Pál Pelbart centra as atenções em torno da solidão condicionada pela falência das comunidades em tempos modernos e Yuko Hasegawa avança para uma análise da arte do século 21.
Programação:
4 de agosto, sexta-feira
18h
Credenciamento
19h
Conferência: "Gordon Matta-Clark e o Mundo Artístico de NYC nos anos 70" - Jane Crawford
20h45
conferência: "60/70: Viver a Arte, Inventar a Vida" - Celso Favaretto
5 de agosto, sábado
10h
Conferência: "Como Viver Junto?" - Jeanne Marie Gagnebin
11h
Conferência: "Novos meios de expressão a partir dos filmes de Pedro Costa" - Catherine David
11h45 - debate
15h
Conferência: "Como viver-só" - Peter Pál Pelbart
16h
Conferência: "Museu de Arte no século 21: lugar de confronto e coexistência" - Yuko Hasegawa
16h45
Debate
18h
Encerramento do seminário
Conferencistas e os temas do seminário "Vida Coletiva":
Jane Crawford
É documentarista e cineasta radicada em Nova York. Roteirizou e dirigiu os filmes Matta: the eye of a surrealist, sobre o artista Roberto Matta, Sheds and Rundown, sobre o trabalho de Robert Smithson e Gray Scale sobre Richard Serra. É viúva de Gordon Matta-Clark e restaurou seus 19 filmes. Sua exposição "Gordon Matta-Clark e o Mundo Artístico de NYC nos anos 70" fala de um projeto artístico nascido da indignação com mentiras e hipocrisia do governo norte-americano durante a guerra do Vietnã. Crawford discutirá a arte de Nova York dos anos 70 e a dialética de um circuito artístico ligado à comunidade.
Celso Fernando Favaretto
É Mestre e Doutor em Filosofia pela FFLCH-USP, é professor de filosofia e estética no ensino superior desde 1970. Leciona na Faculdade de Educação da USP e escreveu os livros Tropicália, alegoria alegria e A invenção de Hélio Oiticica. Sua conferência "60/70: Viver a Arte, Inventar a Vida" fala sobre o desejo de viver a arte, transformar a produção artística para mudar a vida a partir de uma análise da arte das décadas de 60 e 70.
Jeanne Marie Gagnebin
Nascida na Suíça, Jeanne Marie Gagnebin leciona há muitos anos no Brasil. É professora titular de filosofia na PUC-SP e livre-docente de teoria literária na Unicamp. Publicou Walter Benjamin: Os cacos da história, História e Narração em Walter Benjamin e Sete aulas sobre memória, linguagem e história. Sua conferência discute a posição do estrangeiro nas sociedades. Parte do texto Digressão sobre o estrangeiro, escrito em 1908 pelo filósofo G. Simmel e tem como base a formulação de Edmond Jabès: "O que é um estrangeiro? - Aquele que te faz crer que você está em casa".
Catherine David
Formada em lingüística e história da arte pela Université de la Sorbonne e École du Louvre em Paris. Foi curadora do Centre Georges Pompidou, diretora do Witte de With, em Roterdã e curadora da Documenta X de Kassel. Sua exposição discute experiências do mundo capazes de ultrapassar circunstâncias de classe social, educação, geopolítica, etc. Também debate a busca por uma forma de expressão entre a compulsão (pathos) e a pura subjetividade (projeção) a partir do rigor formal e político de Pedro Costa.
Yuko Hasegawa
Vive em Tóquio. Foi diretora artística do 21st Century Museum of Contemporary Art, em Kanazawa, e professora de história da arte na Tokyo National University of Fine Arts and Music. Sua conferência discute a produção artística do século XXI a partir de uma análise dos valores que norteiam a contemporaneidade. Fala de obras que pedem a participação do espectador e mostras que propõem trocas de conhecimento para um aprendizado coletivo.
Peter Pál Pelbart
É filósofo e ensaísta nascido na Hungria. Vive em São Paulo e leciona como professor titular na PUC-SP. Traduziu obras de Gilles Deleuze e publicou O tempo não-reconciliado e Vida capital. Sua conferência "Como viver-só" discute o aumento no número dos que não têm comunidade e o surgimento de novas solidões. Também levanta questões sobre o futuro das comunidades.