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maio 15, 2006
Inscrições: Reconstrução - Seminário Internacional da 27ª Bienal de São Paulo
Reconstrução - Seminário Internacional da 27ª Bienal de São Paulo
Palestrantes: Jean-Marc Poinsot (França), João Frayze-Pereira (Brasil), Minerva Cuevas (México), Renato Janine Ribeiro (Brasil), Tony Chakar (Líbano), Viktor Misiano (Rússia)
Coordenação: Cristina Freire, co-curadora da 27ª Bienal de São Paulo
Inscrições abertas
Fundação Bienal de São Paulo
Parque Ibirapuera, Portão 3 - Pavilhão da Bienal, São Paulo - SP
Inscrições e informações: 11-5574-5922 ramal 257 / F: 11-5549-0230 ou seminarios27bsp@bienalsaopaulo.org.br
Preço: inteira R$ 52, meia R$ 27
Vagas limitadas
Reconstrução - Seminário Internacional da 27ª Bienal de São Paulo: 9 e 10 de junho de 2006
Reconstrução - Seminário Internacional da 27ª Bienal de São Paulo
A 27ª Bienal de São Paulo reúne conferencistas em torno do tema "Reconstrução". Coordenado pela co-curadora Cristina Freire, este é mais um seminário do ciclo de encontros que apresenta ao público os conceitos que guiam a produção artística desta edição. Depois de "Marcel, 30" e "Arquitetura", é a vez de focar o debate em mais um tema ligado à idéia central da Bienal 2006: "Como viver junto".
"A reconstrução, assim como o trabalho da memória, aglutina passado e futuro, permanente e transitório no projeto de um permanente devir", diz Cristina Freire. Na arte contemporânea, o processo se torna mais importante que o objeto, o tempo é material de criação. "No fundamento de todo viver-junto, há um conglomerado de sentimentos partilhados em constante recriação na vida cotidiana. A reconstrução é um instrumento de prospecção do presente, uma perspectiva para a observação do mundo contemporâneo", completa Freire.
Para a curadora geral, Lisette Lagnado, a 'reconstrução' permeia debates de toda sorte: reconstrução de uma cidade, de um ideal de esquerda, de territórios novos ou, ao contrário, de fronteiras, separações, muros. O seminário marca uma mudança no discurso de artistas, curadores, filósofos, arquitetos e historiadores da arte, que passam a tratar o que sobrou das promessas não cumpridas no caminhar da história e das artes.
A vida coletiva na contemporaneidade, a tentativa de restauração da subjetividade, a arte como ferramenta prática de mudança social, o debate sobre a materialidade da obra artística e a nova organização social de comunidades no leste europeu pós-reformas neoliberais estão entre os temas de discussão. Participam das mesas os brasileiros Renato Janine Ribeiro e João Frayze-Pereira, o francês Jean-Marc Poinsot, o libanês Tony Chakar, o russo Viktor Misiano e a mexicana Minerva Cuevas. O encontro acontece nos dias 09 e 10 de junho.
Estão programados ainda mais quatro seminários da 27ª Bienal. Nos dias 4 e 5 de agosto, a curadora geral Lisette Lagnado coordena o encontro "Vida Coletiva". Em outubro, é a vez de "Trocas", sob o comando da co-curadora Rosa Martinez; em novembro, José Roca coordena o seminário "Acre" e "Cinema", coordenado por Esther Hamburger e Rubens Machado, encerra a série nos dias 21 e 22 de novembro.
Reconstrução - Seminário Internacional da 27ª Bienal de São Paulo - Programação:
9 de junho
18h
Credenciamento
19h
Conferência: A separação construtiva
Renato Janine Ribeiro
20h45
Conferência: S/K/N (SaKaNa)
Tony Chakar
10 junho
10h
Conferência: Restauração da subjetividade
João Frayze-Pereira
11h
Conferência: Criatividade coletiva: um case da Europa Oriental
Viktor Misiano
11h45
debate
15h
Conferência: Uma companhia para a memória
Jean-Marc Poinsot
16h
Conferência: Arte e mudança social
Minerva Cuevas
16h45
Debate
18h00
Encerramento do seminário
Conferencistas e temas do seminário Reconstrução:
Jean-Marc Poinsot
É professor de história da arte contemporânea. Em 1989, fundou os Archives de la critique d'art, em Rennes, e atualmente dirige o Departamento de Pesquisa do Instituto Nacional de História da Arte (INHA), em Paris. Sua exposição "Uma companhia para a memória" trata a materialidade da obra de arte e o período em que artistas passaram a conceber ou construir obras de materialidade intermitente como forma de crítica ao mercado e aos museus. Poinsot apresenta um novo sistema de memória baseado em uma nova fé e na comunidade.
Viktor Misiano
Nascido em Moscou, foi curador de arte contemporânea do Museu Nacional Pushkin de Belas Artes. Hoje é editor-chefe da Moscow Art Magazine, que ele mesmo fundou em 1993. Com "Criatividade coletiva: um case da Europa Oriental: de comunidades confidenciais a comunidades operacionais", Misiano discute a evolução de conceitos estéticos e sociais no leste europeu após as reformas neoliberais. Desde então, as comunidades da região se baseiam não mais na amizade, mas na solidariedade.
João Frayze-Pereira
É professor do Instituto de Psicologia da USP, onde defendeu seu doutorado. Fez pós-doutorado em estética na École des Hautes Études en Sciences Sociales, Paris. A exposição "Restauração da subjetividade" que ele apresenta trabalha a possibilidade de resgatar a sensibilidade na era das ilusões perdidas. Como a banalização do mal torna a sociedade mais cética? É possível ao espectador ser sensibilizado por tais questões e pensá-las sem a realização de um trabalho subjetivo de restauração de si?
Minerva Cuevas
É artista plástica nascida na Cidade do México. Sua obra parte da intervenção social em diversos espaços, que vão desde o virtual, da Internet, até o urbano e os museus. Já expôs nas bienais de Sidney (2004) e Istambul (2003). A apresentação "Arte e mudança social" explora o modo como experiências estéticas voltadas criticamente para ambientes sociais e políticos podem contribuir para a mudança social. Trata-se de uma reflexão sobre arte pública, campanhas gráficas, intervenções e eventos como exemplos do uso de um fazer artístico que serve para a construção de vínculos como forma de reconstrução social.
Renato Janine Ribeiro
É professor titular de Ética e Filosofia Política na Universidade de São Paulo, onde defendeu seu doutorado. Ribeiro traz ao seminário a exposição "A separação construtiva". Ele discute a gestão da economia e sociedade modernas que, ao reduzir o excesso, provocam uma ruptura de laços sociais e afetivos. Os ganhos econômicos justificam o custo social? Saberemos engendrar uma ética da separação, que a torne respeitosa e permita guardar a lembrança do que foi bom?
Tony Chakar
O arquiteto libanês é professor de História da Arte e História da Arquitetura na Academia Libanesa de Belas Artes (ALBA), em Beirute. A exposição "S/K/N (SaKaNa)" discute a natureza da moradia ou sobre o significado de viver, amar, sofrer e morrer em uma cidade como Beiture - ou talvez qualquer outra cidade neste planeta. É uma investigação sobre o que foi omitido, preterido, forçado a uma condição de resíduo pelas promessas passadas e não cumpridas da modernidade.