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janeiro 27, 2021
2ª edição do Pivô Satélite apresenta curadoria de Victor Gorgulho
2ª edição do Pivô Satélite apresenta O assombro dos trópicos: Anarca Filmes, Diambe, Rafael Bqueer e Davi Pontes & Wallace Ferreira são os artistas participantes do projeto com curadoria de Victor Gorgulho
O assombro dos trópicos é o título da segunda edição do programa Pivô Satélite, que estreia no dia 26 de janeiro com uma série de vídeos do coletivo Anarca Filmes. O projeto tem curadoria de Victor Gorgulho e traz ainda propostas de Diambe, Rafael Bqueer e da dupla Davi Pontes & Wallace Ferreira. Cada artista ocupará a plataforma com propostas individuais mensais. A plataforma digital Pivô Satélite é uma espécie de sala de projetos dentro do site do Pivô. Seu programa é concebido por artistas e curadores convidados pela instituição e compreende propostas artísticas em formatos variados, pensadas especialmente para os meios digitais.
Corpo, linguagem, tropicalidade, ficção especulativa e autoficções são algumas das palavras-chave que fundamentaram as escolhas do curador carioca. Ele pondera: "Se os discursos históricos em torno da ideia de trópico (e do signo da tropicalidade) foram responsáveis por acachapar as complexidades da(s) cultura(s) daqui, como pensar hoje contranarrativas que ultrapassem tais noções hegemônicas?". Gorgulho propõe uma curadoria-narrativa para investigar as contradições em torno da construção histórica do signo da tropicalidade.
O coletivo Anarca Filmes é o primeiro a ocupar a plataforma com a exposição Usina-Desejo contra a Indústria do Medo.
A mostra de vídeos apresenta uma retrospectiva dos 6 anos de atividades do grupo, além de um filme inédito, produzido especialmente para o projeto. Anarca Filmes é uma proposição coletiva em cinema e arte contemporânea que existe desde 2014. Seus filmes, vídeos, festas e residências artísticas manifestam-se como dispositivos relacionais, que exercitam a coexistência da diferença e criam interlocuções entre presenças e espaços, expandindo seus suportes e temporalidades pelo diálogo com as linguagens da performance, instalação, vídeo e internet. Suas obras já foram exibidas em festivais e instituições na Holanda, Portugal, Alemanha, México e diversos estados do Brasil. Participam do Pivô Satélite: Amanda Seraphico, Clarissa Ribeiro e Lorran Dias.
PROGRAMA
Usina-Desejo contra a Indústria do Medo
(Filmes inéditos)
SESSÃO TERRÍVEIS (26/01 a 09/02)
1 - O conto do nunca mais (11:29)
2 - Edna (15:52)
3 - Barriga cheia de imagens (13:32)
4 - This is an optical illusion(10:08)
SESSÃO TAPETE VERMELHO (10/02 a 25/02)
5 – Bad galeto - no limite da morte (13:02)
6 - A carne é beijo e o avesso é água (4:50)
7 - Walesca Molotov (19:34)
8 - X-Manas (17:45)
9 - Perpétuo (24:32)
10 - Migues (3:46)
11 - Prototypo (1:22)
12 - Desmonte (6:49)
Sobre o Pivô Satélite
Desde 2020, a plataforma Pivô Satélite tem apresentado trabalhos de 12 artistas selecionados por 3 jovens curadores brasileiros. Cada curador indica quatro artistas para ocupar esta sala de projetos digital com propostas individuais, durante um mês. Diane Lima assinou a curadoria que inaugurou a plataforma, Os dias antes da quebra, com propostas de Rebeca Carapiá (BA), biarritzzz (CE), Diego Araúja (BA) e Ana Raylander Martís dos Anjos (MG).
O objetivo do Pivô Satélite é contribuir para a criação de uma rede de apoio à comunidade artística brasileira em um momento adverso. Para desenvolver o conteúdo a ser veiculado pelo Pivô Satélite, os 12 artistas contarão com a estrutura das equipes de produção e comunicação do Pivô, a interlocução dos curadores convidados e receberão uma bolsa de auxílio à produção. Os projetos terão caráter experimental, e poderão assumir vários formatos e durações, sem restrições quanto ao tipo de mídia ou tema, tendo sido solicitado apenas que não implicassem nenhuma forma de quebra às medidas de isolamento social vigentes.
Os colaboradores deste programa foram convidados segundo critérios que levam em conta a relevância e qualidade de suas pesquisas artísticas, além da diversidade de identidades presentes no Brasil – de gênero, étnico-racial, regionalidade, contexto social e cultural. Ao consolidar este programa, o Pivô espera reunir um grupo consistente e plural de novas vozes atuantes no cenário artístico brasileiro, em um momento premente de nossa história.
Para viabilizar o programa o Pivô reuniu, em colaboração com os mantenedores da instituição Georgiana Rothier, Bernardo Faria e Ticiana Terpins Strozenberg, um grupo especial de apoiadores aos quais agradecemos imensamente: Alan Terpins, Antônia Bergamin, Antônia de Sá Cavalcante Borges, Camila Yunes Guarita, Catherine Petitgas, Coleção Coletiva, Denise Terpins, Fabiana Sonder, Fabiano Al Makul, Felipe Dmab, Frances Reynolds, Heloisa Genish, Iris Kaufmann, Maria do Mar Guinle, Mariana Clayton, Monica Bouqvar, Paula Macedo Weiss e Daniel Weiss, Simone Coscarelli Parma e Alejandro Parma, Susana e Ricardo Steinbruch.
Sobre o coletivo
Anarca Filmes é uma proposição coletiva em cinema e arte contemporânea que existe desde 2014. Seus filmes, vídeos, festas e residências artísticas manifestam-se como dispositivos relacionais, que exercitam a coexistência da diferença. Criam interlocuções entre presenças e espaços, expandindo seus suportes e temporalidades pelo diálogo com as linguagens da performance, instalação, vídeo e internet. Influenciados pelas tensões políticas no Brasil a partir de 2013, os artistas integrantes iniciam suas atividades na noite do Rio de Janeiro e de Recife, registrando e fomentando movimentos politicamente engajados, além de festas e espaços voltados à produção de impacto social. Sempre em diálogo com uma rede de artistas, ativistas, cineastas, terapeutas, produtoras culturais, pesquisadoras e educadoras de todo o Brasil. Suas obras já foram exibidas em festivais e instituições na Holanda, Portugal, Alemanha, México e diversos estados do Brasil. Atualmente possuem cópias disponíveis online e no acervo da Cinemateca do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.
Sobre o curador
Victor Gorgulho (Rio de Janeiro, 1991) é curador, jornalista e pesquisador. Graduado em Jornalismo pela Escola de Comunicação da UFRJ e mestrando em Literatura, Cultura e Contemporaneidade pela PUC-Rio. Curou as exposições Vivemos na melhor cidade da América do Sul, junto com Bernardo José de Souza (Átomos, Rio de Janeiro, 2016 e Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre, 2017); O terceiro mundo pede a bênção e vai dormir (Despina, Rio de Janeiro, 2017); Eu sempre sonhei com um incêndio no museu – Laura Lima & Luiz Roque no Teatro de Marionetes Carlos Werneck (Rio de Janeiro, 2018); Perdona que no te crea (Fortes D’Aloia & Gabriel, Rio de Janeiro, 2019).Foi co-curador, com Keyna Eleison, da exposição Escrito no Corpo, em exibição na Carpintaria, no Rio de Janeiro, até fevereiro de 2021. Desde 2019 é o curador do MIRA, programa de videoarte da ArtRio. Integra o corpo curatorial da Despina, centro de pesquisa e residência artística no Rio de Janeiro, sob a direção de Consuelo Bassanesi. No Cineclube do espaço, já promoveu a exibição de filmes e conversas com artistas como Cristiano Lenhardt, DISTRUKTUR e Karim Aïnouz. Como jornalista, foi editor assistente de cultura do Jornal do Brasil (2014-2017) e hoje colabora com veículos como o El País Brasil. Co-organizador, junto da crítica e curadora Luisa Duarte, do livro No tremor do mundo - Ensaios e entrevistas à luz da pandemia (Editora Cobogó, 2020).
janeiro 24, 2021
3ª Edição da Semana Paulista de Dança no MASP e Studio3, São Paulo
Programação gratuita com curadoria de Anselmo Zolla inclui espetáculos e bate-papos entre José Possi Neto, diretores e coordenadores artísticos e bailarinas de cinco grandes companhias de dança
De 25 a 29 de janeiro, o MASP Auditório volta a abrigar a Semana Paulista de Dança. Ela chega à sua terceira edição depois de atrair 1.500 espectadores em 2018 e 2.071 em 2019. Desta vez, no entanto, por conta das medidas de segurança impostas pela pandemia do novo coronavírus, todas as apresentações serão transmitidas pelo canal do MASP no YouTube.
Com patrocínio Klabin e correalização Studio3 e MASP Auditório, a programação neste ano marca o aniversário de 467 anos de São Paulo, no dia 25 de janeiro. O Balé da Cidade de São Paulo foi escolhido para dar início aos eventos em homenagem à capital.
“A ideia é continuar aproximando a cidade da dança por meio de atrações gratuitas e, desta vez, a agenda inclui espetáculos históricos que marcaram a trajetória de cinco companhias: quatro brasileiras e uma internacional”, afirma Anzelmo Zolla, curador da programação e que também foi responsável pela curadoria das duas primeiras temporadas.
A programação de 2021 contará com apresentações do Balé da Cidade de São Paulo, Theater Lüneburg (Alemanha), Quasar Cia de Dança e Studio3 Cia de Dança. O Balé Folclórico da Bahia fará o encerramento. Todos os espetáculos foram gravados antes da pandemia e serão transmitidos pelo canal do museu no YouTube.
Uma novidade desta edição são os bate-papos que ocorrerão entre diretores e coordenadores artísticos e bailarinas dos grupos que irão se apresentar e o diretor de teatro José Possi Neto, referência do assunto no Brasil. Possi é encenador de espetáculos para os atores de teatro mais prestigiados do país. É ligado também ao teatro musical, com realizações bem-sucedidas nesse gênero.
Eles irão conversar, ao vivo no MASP Auditório, sobre as trajetórias das companhias, sobre os espetáculos que serão apresentados e fazer conexões com as Histórias da dança no MASP, eixo temático ao qual o museu se dedicou em 2020. O público poderá interagir mandando dúvidas pelo chat do YouTube.
Participam Raymundo Costa, Olaf Schmidt, Henrique Rodovalho, William Pereira, Vavá Botelho, Erika Ishimaru, Mara Mesquita e Nildinha Fonseca.
Os eventos começam às 19h com os bate-papos e os espetáculos ocorrem em seguida. Para assistir basta acessar youtube.com/maspmuseu.
PROGRAMAÇÃO
Dia 25.1, segunda-feira, às 19h
Balé da Cidade de São Paulo
Bate-papo: com o coordenador artístico Raymundo Costa e a bailarina Erika Ishimaru
Espetáculos: Frágil e Axioma 7
Frágil é uma ode ao bailarino, sublinhando a vulnerabilidade e medos inerentes à essa profissão. Um dueto íntimo no qual a mulher expõe a sua vulnerabilidade, e daí o seu vigor, na expectativa de convencer o homem a transpor os seus limites.
A palavra “axioma” vem do vocabulário matemático. Trata-se de um princípio evidente, não demonstrável, mas admitido por todos; é um conjunto de deduções e demonstrações. Segundo o coreógrafo e dançarino israelense criador deste espetáculo, Ohad Naharin, tem a ver com a dança pois, no trabalho coreográfico, “há uma beleza matemática na construção dos movimentos e na lógica das suas ligações”.
Dia 26.1, terça-feira, às 19h
Teatro Luneburg (Theater Lüneburg) – Alemanha
Bate-papo: com o diretor artístico Olaf Schmidt
Tradutor: Pedro Rinaldi
Espetáculo: Room
Compõem o espetáculo várias histórias de pessoas isoladas durante a pandemia. Existem encontros, mas sem toque. No entanto, mesmo com a distância, parece haver uma comunicação íntima entre os dançarinos.
Dia 27.1, quarta-feira, às 19h
Quasar Cia de Dança
Bate-papo: com o diretor artístico Henrique Rodovalho
Espetáculo: Divíduo (1998)
A solidão é o tema que serve de fio condutor para a dramaturgia. Apartamentos urbanos, de pessoas que se encerram em 4 paredes e que criam e recriam relações com imagens, objetos e sons. O espetáculo propõe um diálogo entre o que é real e o que é virtual e solicita a participação de agentes externos, como a programação de rádio, a televisão que sintoniza canais abertos e o contato telefônico com profissionais do sexo.
Dia 28.1, quinta-feira, às 19h
Studio3 Cia de Dança
Bate-papo: com o diretor cênico William Pereira e a bailarina Mara Mesquita
Espetáculo: Depois
O roteiro gira em torno de uma companhia de dança e os acontecimentos, sentimentos e sensações provocados após o final do espetáculo: o processo de individualização dos bailarinos; o corpo coletivo que se dissolve em cenas íntimas, de memórias, reflexões e confrontos. Um espetáculo metalinguístico onde a dança reflete a própria dança e seus intérpretes. A apresentação terá a participação especial da atriz e coreógrafa Marilena Ansaldi.
Dia 29.1, sexta-feira, às 19h
Balé Folclórico da Bahia
Bate-papo: com o diretor artístico Vavá Botelho e a bailarina e coreógrafa Nildinha Fonseca
Espetáculos: Bolero, 2-3-8 e Okan
Bolero
Fusão de “Bolero”, de Maurice Ravel, aos ritmos africanos que dão o tom dos movimentos da companhia. Este espetáculo foi criado, há dois anos, para celebrar os 30 anos de existência da companhia.
2-3-8
Slim Melo, ex-bailarino da companhia, propõe uma coreografia que remete à sua memória afetiva quando morador da Cidade Baixa, em Salvador. Ele deseja celebrar a vida, as cores, texturas e aromas de sua terra natal, evocando os movimentos de rua com sua espontaneidade, técnica e simplicidade.
Okan
Nildinha Fonseca, primeira bailarina do Balé Folclórico da Bahia, assina esta nova coreografia que traz elementos de matriz africana somados à feminilidade. O espetáculo engloba diversas linguagens artísticas como teatro, dança e música que juntas conduzirão o público a um passeio pelo universo feminino.
janeiro 17, 2021
Presença na Ausência - coletiva online na Feevale
Apresentada pela Feevale em ambiente virtual inédito, “Presença na Ausência” é pioneira em acessibilidade
Com a proposta de pensar a pandemia do coronavírus pelo viés da arte, a exposição virtual “Presença na Ausência” vai ao ar em 18 de janeiro de 2021, às 18h, no site presencanaausencia.com.br. A mostra online pode ser acessada até o dia 18 de junho de 2021. O diferencial do evento, apresentado pela Feevale, é que realmente todos os públicos estão convidados: pessoas com deficiência visual, auditiva e com mobilidade reduzida poderão vivenciar a exposição por meio de audiodescrição, libras, legendas ou utilizando um leitor de tela.
Para garantir essa acessibilidade tão rara em exposições, foi reunida uma equipe multidisciplinar com profissionais de arte, TI, psicologia, design e arquitetura, entre outras áreas. O grupo trabalha desde setembro para criar um modelo em 3D do Espaço Cultural Feevale priorizando a acessibilidade de pessoas com deficiência. Além disso, consultores cegos têm orientado cada etapa do trabalho.
“Presença na Ausência” exibe cerca de 50 obras de 22 artistas – além de arte digital, há fotos, vídeos, pinturas, desenhos, bordado e colagem apresentados em versão virtual especialmente para a mostra.
Os trabalhos refletem diferentes aspectos da vida durante a pandemia, como a solidão e as novas formas de estar junto, evocando a ausência física e a presença digital. Uma fotografia de Carlos Donaduzzi, por exemplo, exibe uma mesa com café da manhã, mas a única pessoa à vista está no monitor de um tablet. Magna Sperb fala sobre saudade no trabalho inédito “Teu Cheiro em Mim”, no qual mistura fotos de família com os frascos de perfume que eram usados por sua mãe.
Além desses e de outros nomes de destaque na arte no Rio Grande do Sul, a exposição inclui a paranaense Mariana Corteze, a paulista Marcela Novaes, a canadense Piper Maru, o chinês Zhang Qinzhe e os portugueses José Maçãs de Carvalho e Pedro Santos. Todos os artistas gravaram vídeos breves sobre as obras, material extra que estará disponível no hotsite da exposição.
Pesquisa acadêmica
“Presença na Ausência” nasceu como um projeto acadêmico da artista France Amaral e da designer Sheisa Bittencourt, doutorandas do Programa de Pós-Graduação em Diversidade Cultural e Inclusão da Universidade Feevale. As pesquisadoras são irmãs e há anos militam por inclusão social, por isso, a mostra traz uma preocupação ímpar com acessibilidade.
A partir de um levantamento dos recursos de acessibilidade oferecidos em grandes museus e galerias, as pesquisadoras perceberam como a inclusão é urgente nesses espaços. “Nem mesmo o Louvre é acessível a cegos. Só as grandes instituições têm navegação 3D. Mas não encontramos nenhuma exposição completa com todos os quesitos de acessibilidade, como estamos propondo”, comenta Sheisa. “A questão da falta de acessibilidade não é um problema das artes visuais, do design, da arquitetura... É estrutural”, explica France.
Cross-Cuts em capítulos na Nara Roesler NY, EUA
“Cross-Cuts funciona como capítulos que enfocam um corpo específico na obra de cada artista, ou uma conversa entre dois ou três artistas. Acreditamos numa apreciação artística de mente aberta, capaz de descobrir por meio de justaposições relevantes, feitas de forma comparativa e analógica, novos significados que ampliem as ressonâncias estéticas e políticas”, afirma Luis Pérez-Oramas, Diretor Curatorial Sênior.
Cross-Cuts em capítulos
12 de janeiro a 13 de fevereiro de 2021
Antonio Dias
12 a 16 de janeiro
Antonio Dias está entre os mais celebrados e relevantes artistas brasileiros do século 20. Uma figura primordial cuja carreira abarcou, com distinta singularidade, todo o repertório da mais recente arte moderna – de vídeos a instalações, do pop à arte conceitual até a pintura pós-formalista. Entre 1971 e 1978, Dias notavelmente produziu uma de suas séries de obras mais marcantes: The Illustration of Art.
Paul Ramirez Jonas e Berna Reale
19 a 23 de janeiro
A segunda parte de Cross-cuts apresenta uma mostra combinada que justapõe trabalhos de dois artistas contemporâneos. Paul Ramirez Jonas e Berna Reale, que coincidem em seu interesse mútuo pela noção do espaço público: sua prática, imagem, política e estética. Ambos artistas já abordaram este tema por meio de performances e trabalhos participativos em que o público é convidado a tomar parte. O paralelo estabelecido entre os dois distintos corpos de trabalho, Palomo, de Berna Reale, e a série Ventriloquists, de Paul Ramirez Jonas, envolve as variadas perspectivas que permeiam a percepção comum de monumentos. Nesta instalação de Cross-cuts, as duas formas mais comuns de monumentalidade escultural no mundo ocidental são, por sua vez, distorcidas com humor ácido por meio da crítica irônica e sarcástica.
Cristina Canale, Karin Lambrecht e Maria Klabin
26 a 30 de janeiro
Milton Machado e Artur Lescher
2 a 6 de fevereiro
Tomie Ohtake
9 a 13 de fevereiro
Devido às circunstâncias impostas pelos protocolos de saúde relacionados à crise da Covid-19, a galeria será aberta a um número limitado de visitantes. Agendamentos com antecedência são incentivados, mas não obrigatórios.
janeiro 15, 2021
Celina Portella na Zipper, São Paulo
Em “Manobras”, a artista Celina Portella reúne nova produção que rompe as fronteiras que, em tese, separam os territórios da imagem, do suporte e da performance. Com texto crítico de Paula Alzugaray, a exposição reinaugura no dia 16 de janeiro – sábado, das 11h às 17h – e segue em cartaz até 20 de fevereiro de 2021.
Celina transborda a ação representada na imagem para a realidade. A ferro e fogo, ela materializa a ação nos suportes dos trabalhos presentes da exposição, em fotografia, vídeo e tela. Assim, a imagem da faca em punho sugere ação da incisão; o processo é reforçado pelo corte real, de fato, que se observa no papel, criando a vinculação entre a imagem e seu suporte. O mesmo ocorre nos trabalhos em fotografia queimada e no vídeo “Fogo-fátuo”: a vela acesa da imagem materializa seu efeito no papel em que a fotografia é impressa.
Celina Portella propõe, sobretudo, uma indissociação entre performance e meio. “Os trabalhos conectam corporeidades, o corpo em si e o corpo da obra, colocando em questão o suporte da imagem e, logo, a percepção e a ideia de realidade. A partir da interação entre a expressão corporal e o meio, fotografia e vídeo tornam-se partes estruturais do próprio trabalho, indissociáveis. A interseção entre a corporeidade das obras e os significados contidos nelas me interessa por pressupor ações presentes em outros tempos-espaços e sugerir realidades paralelas”, ela comenta.
Tal como no Espacialismo de Lucio Fontana (1899-1968), a investigação de Celina não apenas sugere a superação do suporte como um meio bidimensional, como busca cruzamentos entre a representação e sua materialidade e agregar nos trabalhos as dimensões da passagem do tempo e das transformações do espaço. Ou, como interpreta a crítica Paula Alzugaray, “Celina coloca em cheque ciclos de ícono-crises, de idolatria e ódio, vividos atualmente no Brasil: acervos museográficos queimados pela ação do descaso e do esquecimento; destruição de ícones religiosos por teoclastas intolerantes; políticas públicas arduamente conquistadas, desfeitas por governantes guiados pelo pensamento ideológico extremista”.
A reabertura da exposição acontecerá de acordo com os protocolos de segurança sanitária em vigor, que preveem medidas como: uso obrigatório de máscara pelos visitantes e colaboradores da Zipper; disponibilização de álcool em gel para visitantes e colaboradores; visitação limitada a 40% da capacidade instalada; manutenção de distanciamento mínimo de 1,5 metro entre clientes e colaboradores; higienização constante das instalações.
Sobre a artista
Celina Portella (Rio de Janeiro, 1977) estabelece diálogos entre arquitetura, cinema e performance, caracterizando sua pesquisa nos campos da representação do corpo e sua relação com o espaço. Utilizando o próprio corpo como objeto de experimentações no espaço, a artista combina práticas quase artesanais em vídeos, fotografias ou foto-objetos que desafiam características de cada suporte e a percepção por parte do observador. Principais exposições individuais: "Reunião", Caixa Cultural São Paulo (2019); “Foto objetos”, Museu Casa Sônia Menna Barreto (2018); “Movimento2”, Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica, Rio de Janeiro (2014); “Vídeo-Boleba”, Centro Cultural São Paulo, São Paulo (2012); “Celina Portella-Instalações”, Dança em Foco, Sesc Pinheiros, São Paulo, Brasil (2011). Principais exposições coletivas: Festival Internacional de Arte Eletrônica (FILE); CCBB (2018), Frestas Trienal de Artes, Sesc Sorocaba (2017); XX Bienal Internacional de Artes Visuales De Santa Cruz de la Sierra, Bolívia (2016); TRIO Bienal, Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro (2015); Territórios de Afetos, Fundação Joaquim Nabuco, Recife (2009).
Texto crítico: Paula Alzugaray
Paula Alzugaray é curadora independente, critica de arte e jornalista especializada em artes visuais. Doutora em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP e Mestre em Ciências da Comunicação pela Escola de Comunicação e Artes da USP. É diretora de redação da revista de arte e cultura contemporânea seLecT e editora da seção semanal de artes visuais da revista Istoé. É autora do livro “Regina Vater: Quatro Ecologias” (Oi Futuro/Fase 3, 2013). Entre seus projetos curatoriais recentes incluem-se as exposições “A Invenção da Praia: Cassino”, no Istituto Europeo di Design, Rio de Janeiro (setembro 2017), “A Invenção da Praia”, no Paço das Artes SP (Abril -junho 2014), “Circuitos Cruzados – Centre Pompidou Encontra o MAM”, no MAM SP (Jan-Mar 2013); “+2 – Katia Maciel e André Parente”, na Caixa Cultural de Brasília (Setembro de 2012); “Latin America Uncontained”, na LOOP Fair Barcelona (Maio 2012); “Video Brésilienne: un Anti-Portrait”, no Centro Georges Pompidou (Paris, outubro de 2010) e “Observatórios”, no Itaú Cultural, em Belo Horizonte e Vitória (2009). É autora do documentário “Tinta Fresca” (2004), prêmio de Melhor Media Metragem na 29ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, e de “Shoot Yourself” (2012), documentário realizado durante residência no Centre International d’accueil et d’échanges des Récollets, em Paris, Prêmio em Poéticas Investigativas, no Cine Move Arte 2012.
janeiro 14, 2021
12º Salão dos Artistas sem Galeria na Lona e Zipper, São Paulo
O mais tradicional salão de arte de São Paulo abre o calendário anual de exposições da cidade com mostras simultâneas nas galerias Lona e Zipper.
Promovido pelo portal de arte Mapa das Artes, o salão serve de ponte entre artistas e galerias de São Paulo, atuando como porta de entrada para artistas no circuito de galerias de arte.
A 12ª edição do Salão dos Artistas Sem Galeria, promovido pelo impresso e portal Mapa das Artes (www.mapadasartes.com.br), realiza duas exposições simultâneas com obras dos 10 artistas selecionados. A abertura das exposições acontece em 14/01/2021, na Lona Galeria de Arte, e 16/01/2021, na Zipper Galeria. As duas mostras ficam em cartaz até 20/02/2021.
Participam da 12a edição do Salão dos Artistas Sem Galeria os artistas: Ana Andreiolo (RJ), André Bergamin (RS), Evandro Angerami (SP), Laura Villarosa (Itália/RJ), Leonardo Luz (RJ), Marc do Nascimento (SP), Mateus Moreira (MG), Paloma Mecozzi (SP), Rafaela Foz (SP) e Thiago Fonseca (RJ/MA). Os dez artistas foram selecionados entre as 375 inscrições recebidas de maneira mista, via online ou pelo envio de portfólio impresso, pelo júri formado por Jurandy Valença (jornalista, curador independente, produtor cultural e poeta), Julie Dumont (curadora independente e criadora do projeto The Bridge Project) e Fernando Oliva (curador do MASP). Os dez artistas participam de duas mostras coletivas simultâneas em São Paulo, nas galerias paulistanas Lona e Zipper, a partir de janeiro de 2021. A mostra dos artistas selecionados reúne obras em diferentes técnicas e formatos, como pinturas, esculturas, assemblages, colagens e fotografias.
O Salão dos Artistas Sem Galeria tem como objetivo avaliar, exibir, documentar e divulgar a produção de artistas plásticos que não tenham contratos verbais ou formais (representação) com qualquer galeria de arte na cidade de São Paulo. O Salão tradicionalmente abre o calendário de artes em São Paulo e é uma porta de entrada para os artistas selecionados no mundo das artes.