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outubro 31, 2018

Transborda Brasília: catálogo e nova mostra em A Pilastra, Brasília

Transborda Brasília apresenta catálogo da premiação e mostra de obras dos artistas selecionados na galeria A Pilastra

No próximo dia 1º de novembro, às 19h, a organização do Transborda Brasília - Prêmio de Arte Contemporânea lança o Catálogo da 3ª Mostra dos Artistas Selecionados na galeria A Pilastra, no Setor de Oficinas do Guará II. Junto com a apresentação da publicação será inaugurada a mostra com obras inéditas dos 12 artistas selecionados ao prêmio, incluindo o trabalho “My sweet president”, de Diego Bresani, que não pôde ser apresentada no período da mostra na CAIXA Cultural Brasília devido ao período eleitoral. A mostra fica em cartaz até o dia 10 de novembro, com visitação de segunda a sábado, das 14h às 21h. A Pilastra fica na QE 40, Conjunto D, Lote 30, Ap. 101 - Guará II – Brasília-DF. Telefone (61) 98318-1879. A entrada é franca e a classificação é livre para todos os públicos.

Os 12 artistas selecionados, entre eles os quatro premiados no Transborda Brasília 2018, apresentarão obras entre as apresentadas na mostra dos artistas selecionados e inéditas em fotografia, pintura, performance e ocupação de espaço e site specífic. No dia do lançamento, acontece uma apresentação do Culto das Malditas. Participam da mostra os artistas Alice Lara (DF-SP), Cecília Bona (DF), Cléo Alves Pinto (DF), Diego Bresani (DF), Gu da Cei (DF), Hilan Bensusan (DF), José de Deus (DF), Ju Lama (DF), Kabe Rodríguez (DF), Laura Fraiz-Grijalba (DF), Raquel Nava (DF) e Rodrigo de Almeida Cruz (DF). As obras foram selecionadas pelo júri formado por Agnaldo Farias (SP), Clarissa Diniz (PE), Guga Carvalho (PI), Lisette Lagnado (RJ) e Marilia Panitz (DF).

Sobre Prêmio

O Transborda Brasília – Prêmio de Arte Contemporânea é realizado pela produtora Virgínia Manfrinato e tem como objetivo fomentar e acompanhar a produção de Artes Visuais do Distrito Federal e das cidades do Entorno. Puderam se inscrever artistas visuais naturais ou residentes no Distrito Federal e região do Entorno, formada pelos municípios de Abadiânia, Água Fria de Goiás, Águas Lindas de Goiás, Alexânia, Cabeceiras, Cidade Ocidental, Cocalzinho de Goiás, Corumbá de Goiás, Cristalina, Formosa, Luziânia, Mimoso de Goiás, Novo Gama, Padre Bernardo, Pirenópolis, Planaltina, Santo Antônio do Descoberto, Valparaíso de Goiás e Vila Boa, no Estado de Goiás, e de Unaí, Buritis e Cabeceira Grande, no Estado de Minas Gerais. Nesta edição, a organização recebeu 197 inscrições artistas que apresentaram cerca de 1.000 obras, um incremento de 38% relação às edições anteriores, realizadas em 2015 e 2016.

A terceira edição do Transborda Brasília – Prêmio de Arte Contemporânea premiou quatro artistas: Gu da Cei, Hilan Bensusan, Laura Fraiz-Grijalba e Raquel Nava. Cada artista receberá um prêmio aquisição no valor de R$15 mil e um prêmio especial de pesquisa e acompanhamento crítico com a crítica de arte e curadora Clarissa Diniz.

O Transborda Brasília – Prêmio de Arte Contemporânea 2018 tem o patrocínio do Fundo de Apoio à Cultura do Governo do Distrito Federal e da CAIXA e do Correio Braziliense.

Posted by Patricia Canetti at 12:37 PM

50ª Anual de Arte FAAP no MAB FAAP, São Paulo

Exposição chega à 50.ª edição com o objetivo de apresentar o processo de reflexão em artes visuais de futuros artistas, a partir de investigações e experimentações pioneiras em arte contemporânea, com diversas abordagens sobre questões da atualidade

A tradicional exposição coletiva de artes visuais, dos alunos da Faculdade Armando Alvares Penteado, a Anual de Arte FAAP, abre as portas ao público no próximo dia 7 de novembro. Serão apresentadas nesta edição 33 obras selecionadas, entre 115 inscrições. Performance, pinturas, vídeos, desenhos, gravuras, colagens, objetos, publicações e instalações são alguns dos meios e linguagens presentes na mostra, que comemora 50 edições, em 2018.

A Anual de Arte é uma das mais duradouras mostras de arte contemporânea do País e configura-se como um espaço que privilegia a experimentação e o potencial criador dos artistas. De acordo com o professor Marcos Moraes, coordenador dos cursos de Artes Visuais da FAAP e responsável pela exposição, também é um ambiente de reflexão sobre os possíveis rumos da produção contemporânea, de investigação e de provocação artística.

A mostra permitirá ao público entrar em contato com obras que propõem reflexão sobre várias questões, como o consumo, a política, a relação com o tempo e com o cotidiano. "O aluno, e futuro artista contemporâneo, deve ter o espaço para exercitar esse olhar crítico em relação ao tempo no qual está inserido", ressalta o professor.

Seleção

A comissão responsável pela seleção das 33 produções foi composta por Maria Carolina (Caru) Duprat, coordenadora do curso de pós-graduação em História da Arte da FAAP; Aline van Langendonck, artista e professora da FAAP; Mônica Barth, pintora, artista multimídia e professora da FAAP; e pelo curador e professor Marcos Moraes.

Para alicerçar o método de trabalho, a comissão levou em consideração a qualidade das propostas e projetos, o potencial dos processos e a possibilidade de inovação, além do domínio das linguagens utilizadas e a pertinência com os referenciais de contemporaneidade.

"O que me chamou atenção na seleção deste ano foi a participação de alunos dos semestres inicias com trabalhos que nos surpreenderam pela qualidade, além da participação de alunos formandos da licenciatura, que também foi muito expressiva", explica a professora Caru Duprat, para quem a Anual é uma excelente oportunidade, dada a sua importância e visibilidade no sistema da arte, além de fazer com que os alunos, antes de se formarem, exercitem a maneira de apresentar seus próprios trabalhos.

A professora Monica Barth compartilha da mesma opinião. Segundo ela, os trabalhos apresentam diversidade de experimentos trazendo instigantes narrativas nas várias linguagens contemporâneas. "A Anual de Artes da FAAP, em suas 50 edições, vem sendo um importante espaço de incentivo para novos artistas, além de proporcionar visibilidade para suas produções", disse.

Sala especial

Além das obras selecionadas, a Anual de Arte conta com uma sala especial onde são apresentados os trabalhos de artistas convidados, que participaram do Programa de residência artística da FAAP na Cité des Arts, em Paris, a partir do convênio entre as duas instituições. Nesta edição, o público poderá conferir os trabalhos de Karola Braga e Paula Scavazzini, além de materiais que documentam e apresentam a pesquisa que ambas desenvolveram na cidade.

Karola Braga vai apresentar a obra Sillage de la Reine, composta por 10 mil rosas de gesso, perfumadas, formando um tradicional jardim francês. Camuflado no jardim haverá um busto de gesso da rainha Maria Antonieta guilhotinada. De acordo com a artista, o slogan de uma das maiores casas de perfume da história, a Houbigant Paris, fundada por um dos perfumistas da rainha, dizia que quando o rei Luiz XVI e Maria Antonieta tentavam fugir durante a revolução francesa, a rainha foi descoberta por conta do seu perfume, levando-os à guilhotina e ao final da monarquia constitucional.

"Durante o meu processo de residência coletei o maior número de perfumes que dizem ser o cheiro um dia usado pela rainha. Portanto, será possível sentir desde o perfume de 8 até o de 8 mil euros", explica a artista que questiona em sua obra: "Afinal, qual é o cheiro real?".

Paula Scavazzini vai expor 16 trabalhos, de um total de 25 desenvolvidos a partir de sua residência em Paris. Peintures d´Intérieurs consiste na investigação de imagens de pinturas presentes nos interiores de cavernas pré-históricas francesas. Para tanto, foram utilizados diversos suportes, encontrados em Paris, como papel marmorizado, amostras de papéis de parede, tela de linho, mármores, pasta de modelagem e madeira. A pintura em tinta a óleo, técnica recorrente em seus trabalhos, também está presente em todo o conjunto de obras.

"Os trabalhos buscam discutir alguns aspectos já existentes no meu trabalho, como a própria pintura, a camuflagem, a padronagem, o trompe-l'oeil e o retrato. Também abordo a relação entre as partes e o todo e como essas partes podem criar autonomia, o registro do recorte de uma época, por meio das pinturas dos interiores de residências e as milhares de camadas de texturas e de cores encontradas nas pinturas rupestres e nas formações rochosas, entre outras questões", destaca a artista.

Posted by Patricia Canetti at 11:31 AM

outubro 29, 2018

Eduardo Monteiro e Manoela Furtado na Ecarta, Porto Alegre

Quinto projeto expositivo do ano traz performances em vídeo e foto dos artistas Eduardo Monteiro e Manoela Furtado

Na terça-feira (30.10), a Galeria Ecarta promove abertura da exposição Não há esquecimento, só há abandono, dos artistas Eduardo Monteiro e Manoela Furtado, a partir das 19h. A mostra faz parte do edital de seleção da Ecarta que contou com comissão julgadora formada por Francisco Dalcol, Mônica Zielinsky e Vera Pellin. A comissão avaliou 40 projetos e selecionou duas propostas.

Os artistas Monteiro e Manoela partem das experiências com o corpo e com a matéria, que interseccionam processos de criação, transitando entre performance, desenho, pintura, montagem e apropriação de objetos.

A dupla sobrepõe suas próprias experiências por meio de performances em vídeo e foto, apoderando-se de objetos e lugares, relacionando seus corpos com a matéria descartada e abandonada. “O projeto expositivo discute questões sociais, passando pelo abandono e violência e propõe uma reflexão sobre como os indivíduos se relacionam com o ambiente e o espaço cotidiano”, completam.

Não há esquecimento, só há abandono pode ser visitado até 2 de dezembro com entrada gratuita. A próxima exposição, também integrante do edital, A frente e o verso do olho, de Carlos Donaduzzi, Elias Maroso e Emanuel Monteiro, com curadoria de Paula Luersen, terá estreia em 13 de dezembro com visitação até 27 de janeiro.

Haverá também uma itinerância em Novo Hamburgo com a exposição de desenhos Os infortúnios nos são úteis, de Gustavo Assarian, que foi lançada na Ecarta em agosto. A mostra tem curadoria do paulista Gilberto Habib de Oliveira e estreia em 13 de novembro, às 19h, no espaço cultural Albano Hartz (Passeio Calçadão Osvaldo Cruz, 112). O projeto é composto de 15 desenhos recentes e inéditos, produzidos nos últimos três anos, com uso mínimo de cor e espaços em branco. De acordo com o curador, os desenhos de Assarian provocam uma avalanche de associações pelos vínculos figurativos com a história da arte. A visitação é gratuita e pode ser realizada até 26 de janeiro.

Galeria Ecarta – dedicada à arte contemporânea e à experimentação produzida no Rio Grande do Sul. Completou 13 anos recebendo, em média, seis exposições anuais. Promove também itinerâncias, laboratórios de curadoria e montagem, entre outras atividades próprias e em parceria com instituições em âmbito local, regional e nacional. A coordenação é do artista, curador e gestor cultural, André Venzon.

Posted by Patricia Canetti at 2:25 PM

Tomie Ohtake na Nara Roesler NY, EUA

A Galeria Nara Roesler | Nova York tem o prazer de apresentar um novo desdobramento da aclamada exposição Tomie Ohtake: Nas Pontas dos Dedos, com curadoria de Paulo Miyada, curador chefe do Instituto Tomie Ohtake. Especialmente organizada por Miyada para a filial de New York e incluindo pinturas, estudos, gravuras e fotografias, esta exposição concisa apresenta exemplares do rico corpo de obra criado por Ohtake nas décadas de 1960 e 70, além de raros registros do processo feitos pela própria artista. A exposição é um desdobramento das exposições Tomie Ohtake: na ponta dos dedos apresentadas na Galeria Nara Roesler | São Paulo (agosto a setembro de 2017) e na Galeria Nara Roesler | Rio de Janeiro (fevereiro a março de 2018) e proporciona um enfoque único sobre o desenvolvimento das composições da artista, de colagens de recortes de revistas a óleos sobre tela.

Tomie Ohtake é uma figura fundamental na história da abstração brasileira. Sua dedicada investigação dos aspectos formais, temporais e espirituais da cor, da forma e do gesto resultaram num corpo de obra extraordinário, produzido ao longo de seis décadas. Nascida em 1913, ela teve uma criação tradicional em Kyoto e viajou ao Brasil em 1936 para visitar um de seus irmãos, que fizera parte de uma grande onda de imigração japonesa ao país. Impossibilitada de voltar ao Japão devido à Segunda Guerra Mundial, Ohtake destacou que dois fatores foram fundamentais em sua decisão de se estabelecer permanentemente no Brasil: ela encantou-se de imediato com a luminosidade tropical única do país, e percebeu que no Brasil teria a oportunidade de ser uma artista com liberdades criativas que lhe seriam negadas enquanto mulher no Japão. Após casar-se e criar seus dois filhos, dedicou-se ao seu trabalho e estabeleceu uma ligação estreita com o grupo Seibi, uma rede informal de artistas nipo-brasileiros unidos por seu interesse pela abstração. Mas Tomie também era ligada a grupos mais amplos de críticos e artistas, como Willys de Castro, Mário Pedrosa, Paulo Herkenhoff e Mira Schendel, entre outros. Essa multiplicidade de filiações e ligações a desobrigava de alinhar-se com qualquer abordagem artística específica, colocando-a numa trajetória artística singular. Foram Schendel e, principalmente, Herkenhoff que incentivaram a artista a empregar mais explicitamente elementos das tradições japonesas, como o zen-budismo e a caligrafia. Em 1975, Ohtake afirmou: “Meu trabalho é ocidental, mas tem grande influência japonesa, um reflexo da minha criação. Esta influência está na busca da síntese: poucos elementos devem dizer muito. Na poesia haiku, por exemplo, fala-se do mundo em dezessete sílabas”.

Em meio aos materiais de arquivo guardados por Tomie em sua casa-ateliê, Paulo Miyada encontrou cadernos de estudos até então virtualmente desconhecidos, contendo pequenas colagens que revelam o caminho percorrido pela artista até chegar à síntese dos anos 1960 e 70. Os delicados estudos foram criados rasgando, recortando e colando pedaços de materiais impressos: revistas, convites, jornais, panfletos. “Ao prestar atenção à natureza do processo de Tomie Ohtake aqui, obtemos acesso às ligações que sua pintura tem com o acaso, o gesto e a ousadia cromática”, observa o curador. Miyada aponta que os estudos em miniatura são um recurso consistente e recorrente empregado pela artista em seu trabalho até a década de 1980. “As composições encontradas serviam de parâmetro para pinturas e gravuras que experimentavam com diferentes tamanhos e combinações cromáticas. É como se a prancheta com recortes de papel fosse uma zona de mineração em que se buscavam formas e combinações de cores”, afirma ele. Em suas composições da década de 1960, Tomie rasgava pedaços de papel para criar a gênese de suas pinturas. “As figuras, neste caso, se assemelham a formas geométricas simples, embora com contornos imprecisos; elas contêm a memória de terem sido rasgadas com as pontas dos dedos”, salienta o curador. Então, na década de 1970, quando suas pinturas começaram a utilizar formas de contornos mais definidos, os estudos também se transformaram, já que a artista passou a utilizar tesouras – nunca réguas ou navalhas – para recortar o papel. “Era uma maneira de lidar com a instantaneidade do gesto e impregnar todo o processo de pintura com este equilíbrio entre acaso e controle”. Além disso, de acordo com o curador, em alguns casos, as texturas das pinturas surpreendentemente advêm da colagem em si, apropriadas a partir de materiais fotográficos variados. “A paleta cromática também se expande, refletindo o cromatismo de uma era que flertava com a psicodelia”.

Tomie Ohtake nasceu em Kyoto, Japão em 1913 e viveu em São Paulo, Brasil de 1936 até sua morte no início de 2015. Ela começou sua carreira como artista profissional com quase 40 anos de idade, com uma investigação imersiva da abstração, trabalhando inicialmente com pintura, e posteriormente gravura e escultura. Durante sua longa e prolífica carreira, seu trabalho foi apresentado em inúmeras exposições individuais, incluindo diversas mostras no Museu de Arte Moderna de São Paulo, a partir de 1957; em grandes exposições no Hara Museum of Contemporary Art, Tóquio; Mori Art Museum, Tóquio; Barbican Centre, Londres; Museu de Arte Moderna, Rio de Janeiro; e em uma retrospectiva no Instituto Tomie Ohtake em São Paulo por ocasião de seu centenário, entre muitas outras. Participou de inúmeras bienais internacionais, inclusive as de Veneza, Havana e Cuenca, além de oito edições da Bienal de São Paulo. Desde a década de 1980, Ohtake produziu diversas esculturas públicas de grande porte em grandes e pequenas cidades do Brasil, inclusive obras que se tornaram cartões-postais de São Paulo, a cidade onde morou. Em 2001, inaugurou-se em São Paulo o Instituto Tomie Ohtake, com um programa dedicado a importantes exposições de arte contemporânea, arquitetura e design, bem como à preservação do legado da artista. O trabalho de Tomie Ohtake está em coleções permanentes no mundo todo, entre elas as do Museu de Arte Contemporânea de Hara, Tóquio; M+, Hong Kong; Metropolitan Museum of Art, Nova York; MASP, Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, São Paulo; MAM-SP, Museu de Arte Moderna de São Paulo, São Paulo; MAM-RJ, Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro; MAC-USP, Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, São Paulo; MAC-Niterói, Museu de Arte Contemporânea de Niterói, Niterói; Patricia Phelps de Cisneros Collection, Caracas; Pinacoteca do Estado de São Paulo, São Paulo; e Tate Gallery, Londres. Tomie Ohtake é representada pela Galeria Nara Roesler desde sua fundação.

Paulo Miyada nasceu em São Paulo em 1985. Concluiu mestrado pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. Miyada é curador-chefe e supervisor do Departamento de Curadoria e Pesquisa do Instituto Tomie Ohtake. No Instituto, Miyada foi curadorde exposições como Cecily Brown – If Paradise Were Half as Nice (2018), Aprendendo com Dorival Caymmi: Civilização Praieira e Leda Catunda – I love you baby (2016). Também colaborou em várias outras mostras, entre elas Os Muitos e o Um (2016), Tomie Ohtake 100-101 (2015), Nelson Felix: Verso (2013) e o programa Arte Atual (desde 2013). É também um dos coordenadores de curso da Escola Entrópica, onde leciona. Miyada foi curador assistente na 29ª Bienal de São Paulo (2010) e membro da equipe curatorial do programa Rumos Artes Visuais do Itaú Cultural (2011-2013), bem como da retrospectiva do programa em 2014. Foi curador de exposições coletivas como A parte que não te pertence, Wiesbaden (Kunsthaus Wiesbaden, 2014), É preciso confrontar as imagens vagas com os gestos claros e Em direto (Oficina Cultural Oswald de Andrade, 2011 e 2012). Miyada foi cocurador do 34º Panorama da Arte Brasileira – Da pedra, da terra, daqui (Museu de Arte Moderna de São Paulo, 2015) e curador-chefe do projeto Estou cá (Sesc Belenzinho, 2016).

Posted by Patricia Canetti at 12:38 PM

Celso Renato no Palácio das Artes, Belo Horizonte

Mostra comemora o centenário do pintor, que ao lado de Amílcar de Castro se tornou representante do construtivismo artístico mineiro

Pintor expoente no abstrato geométrico brasileiro, Celso Renato de Lima foi um dos mais singulares artistas no diálogo com o construtivismo em Minas Gerais. Toda a multiplicidade de sua obra compõe a nova exposição 100 anos de Celso Renato, que contempla a fase do abstracionismo informal, encontrada no início da carreira do artista, até as pinturas-assemblages, datadas do final do século passado. Os trabalhos da mostra abrangem todo o período de criação do artista (1960-1990), representando a maior individual já dedicada à Celso Renato. Serão expostas na Grande Galeria Alberto da Veiga Guignard mais de 80 obras pertencentes a importantes museus e coleções particulares brasileiras, selecionadas pela artista plástica, professora, galerista e curadora Claudia Renault.

A exposição conta com desenhos sobre papel, óleo sobre tela, óleo sobre Eucatex (chapas de aglomerados de polpa de eucalipto) e tinta acrílica sobre madeira. “Esta é a única exposição que abarcará toda a trajetória de Celso, não se detendo apenas em sua fase áurea das pinturas em madeira. Foram feitos minuciosos levantamentos e um grande trabalho de busca das obras, que serão organizadas em três módulos: o primeiro, com os primeiros desenhos, o segundo, com as pinturas abstratas, e o terceiro, com as obras em madeira que consagraram Celso Renato como um dos maiores artistas brasileiros”, explica a curadora, que também ressalta a importância de ocupar a Grande Galeria Guignard para a visibilidade das obras. “É sempre uma honra ocupar um espaço nobre, à altura desse grande pintor. 100 Anos de Celso Renato dá a merecida visibilidade para todos os públicos, o leigo e o especializado”, ressalta.

Grafismo sensível – O artista, que completaria 100 anos em 2019, iniciou a carreira no começo dos anos 1960. Suas primeiras produções foram marcadas pela influência da abstração informal, vertente artística que tende a suprimir toda a relação entre a realidade e o quadro, predominando os sentimentos e emoções do pintor. Celso Renato passou pelos grafismos gestuais, que amadureceram ao longo do tempo com o surgimento das formas geométricas – no auge de suas pinturas a óleo, fez bastante uso das cores azul e marrom no fundo das telas, e sobre elas trabalhava as figuras simétricas.

A partir dos anos 1970, Celso Renato passa a explorar diferentes materiais, incluindo tapumes e tábuas antigas de construção, coletadas em canteiros de obras. A geometria, já cara ao processo do artista, passa a somar com diferentes texturas de madeiras, inovando seu trabalho. Dos traços às formas geométricas, o artista produz na década de 1980 pinturas-assemblages sobre madeira, singulares no movimento construtivista* mineiro.

Na última fase artística, Celso Renato utiliza com mais frequência as cores branca, preta e vermelha como identidade – mas é a simplificação destes traços e a aproximação da sua arte ao universo da expressão popular indígena que fez deste seu período o mais conhecido. “Com um trabalho considerado ‘solitário’, a última fase de produção do artista é uma criação própria e singular. Foi uma época completamente original, na qual existia uma ressonância, a precisão que toca o construtivismo”, explica Claudia Renault.

Multiplicidade sobre madeira – Para a curadora, pelas mãos de Celso Renato, a madeira velha tornou-se mediadora de novos significados. “Celso foi o primeiro artista no Brasil e de que eu tenha conhecimento, no mundo, a usar o tapume – madeiras e restos da construção civil – como suporte para suas pinturas”, ressalta Renault, que aponta como o trabalho do artista merece ser valorizado. “Este trabalho do Celso é inovador, e só quase 30 anos após a sua morte começa a ser valorizado e reconhecido no mercado de arte, despertando grande interesse dos colecionadores. O verdadeiro valor do artista está sendo realmente descoberto agora”, revela.

Segundo Renault, Celso Renato foi um artista autodidata e teve orientações preliminares de pintura com seu pai, o também pintor Renato de Lima. “Sua trajetória é surpreendente. Celso começa a pintar na idade madura, já com o abstracionismo informal, com gestos largos, soltos e livres. Em entrevista, o artista afirmou ter visto em revistas estrangeiras obras abstratas e declara ter ficado muito impressionado, se interessando e buscando se aperfeiçoar”, conta a curadora.

A importância de realizar uma exposição dedicada a um dos mais significativos artistas do construtivismo geométrico em Minas Gerais é inquestionável. “Celso marca sua presença na arte brasileira, deixando fortes impressões que se renovam com o passar do tempo, influenciando o olhar de várias gerações. É necessário que o público mineiro conheça a obra desse grande artista, ainda tão desconhecido dos brasileiros em geral”, enfatiza Renault.

Celso Renato de Lima (1919 — 1992) – Pintor expoente no abstrato geométrico brasileiro nos anos 60. Ainda criança, transfere-se com a família do Rio de Janeiro para Belo Horizonte. Recebe alguns ensinamentos de pintura de seu pai, o também pintor Renato de Lima (1893-1978). Forma-se em direito pela Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG, em 1944; trabalha como representante de empresas de produtos químicos e, de 1965 a cerca de 1985, como advogado da Telecomunicações de Minas Gerais S. A. - Telemig. Paralelamente, dedica-se à carreira artística e passa a expor suas obras a partir de 1962. Desde a década de 1970, realiza pinturas-assemblages com base em madeiras recolhidas em obras de construção civil. Nos fragmentos selecionados das madeiras, cria, com o uso de poucas cores, composições abstrato-geométricas orientadas pelas marcas neles existentes.

*Construtivismo: O Construtivismo representou um movimento de vanguarda artística (artes plásticas, escultura, arquitetura, cenografia, dança, fotografia, design) que surgiu no início do século XX na capital russa, Moscou. Durou até meados da década de 1920 e influenciou o movimento artístico da Bauhaus. Essa vertente de influência futurista mostrou uma nova configuração da arte, imbuída dos aspectos da Revolução Industrial: uma arte que rompia com o passado tradicional, trazendo à tona outras formas de apresentação, associados aos avanços técnicos e tecnológicos modernos (as máquinas, a engenharia, a eletrônica e a evolução fabril).

Posted by Patricia Canetti at 11:47 AM

Arte Aproxima no MnBA, Rio de Janeiro

Voltada para o público jovem, mostra traz obras contemporâneas, em diálogo com “A Primeira Missa” de Cândido Portinari, que completa 70 anos.

No dia 30 de outubro, o Museu Nacional de Belas Artes (MnBA) inaugura a exposição participativa Arte Aproxima, com obras dos artistas Ernesto Neto, Efrain Almeida, Priscila Fiszman, Emilia Estrada, Aline Gonet e da psicóloga Robertha Blatt, idealizadora do projeto, que tem o objetivo de familiarizar o público jovem com o mundo da arte, despertando trocas sensíveis e novas experiências. Com curadoria de Lisette Lagnado, será criado um circuito inédito integrado entre as obras contemporâneas e pinturas emblemáticas da história da arte pertencentes ao Museu, como “A Primeira Missa” (1948), de Cândido Portinari (1903-1962), e obras do século XIX, de artistas como Victor Meirelles (1832-1903) e Pedro Peres (1841-1923). A exposição é incentivada pela Lei Municipal de Incentivo à Cultura Carioca.

“A arte é curativa e transformadora, permite entrar em contato consigo mesmo, trazendo insights. Os artistas vivenciam isso durante a produção das obras, mas essa oportunidade pode existir para todos. O projeto tem como objetivo democratizar e disponibilizar essa experiência para as pessoas”, diz Robertha Blatt, que é psicóloga, educadora há 20 anos e tem 15 anos de experiência em terapia de família.

A exposição é aberta a crianças de todas as idades e será complementada com a participação do público. Os artistas e educadores estarão presentes na mostra e os trabalhos criados pelo público ao longo da exposição, através das atividades propostas e dos materiais disponíveis, ficarão expostos, integrando-se às obras existentes, como um grande tricô coletivo que será produzido pelo público e, ainda, uma estrutura a ser construída com tijolos contendo desenhos feitos pelas crianças. Ao longo da exposição, haverá, ainda, conversas com os artistas, a curadora e a idealizadora do projeto.

CIRCUITO DA EXPOSIÇÃO

A mostra começa no segundo andar do Museu Nacional de Belas Artes, onde estão as pinturas “Primeira Missa no Brasil” (1861), de Victor Meirelles (1832-1903) e “Elevação da Cruz” (1879), de Pedro Peres (1841-1923). A artista Emilia Estrada desenvolveu especialmente para a ocasião uma versão do jogo de telefone sem fio, com a finalidade de criar narrativas sobre a história do Brasil.

O percurso segue na Sala de Chá, convertida em ambiente imersivo. O lugar foi renomeado de “campo sagrado” por Robertha Blatt, que convida as pessoas a percorrerem um caminho espiral sugerido por amplas camadas de tecidos de voal colorido. Nessa instalação, as crianças recebem uma segunda pele que lhes permite abraçar sensorialmente o espaço externo. Vestidas de ‘guri-guru’, poderão explorar livremente a experimentação desta veste e são convidados a seguirem assim até a sala onde está exposta ‘A Primeira Missa’, de Cândido Portinari (1903-1962), pintura histórica que completa agora 70 anos, consagrada pelo crítico de arte Mário Pedrosa (1900-1981) como ‘uma de suas obras mais bem concebidas.

Segundo a educadora Aline Gonet, “o trabalho manual é uma porta de interação com o mundo. “Rosa dos Ventos” é uma proposição que desenvolve a intimidade emocional a partir de técnicas manuais. As pontas de nossos dedos têm uma grande densidade de terminações nervosas, o que permite ao cérebro identificar o que os dedos estão explorando”. “A cada dia, uma trança de tricô amarelo (a cor sagrada na tradição cristã e chinesa, como nos lembra Pedrosa) irá crescer no espaço expositivo, evidenciando a presença de encontros e brincadeiras anteriores”, conta a curadora.

Na sala de exposição, a fruição e compreensão do quadro de Cândido Portinari, momento histórico que representa um “enxerto de civilização cristã”, ganha relevo graças a um conjunto de três esculturas de Efrain Almeida, evocando as informações ausentes na grandiosa pintura realizada setenta anos atrás: a fauna, a flora e a presença de povos indígenas quando os portugueses chegaram ao Brasil. Os estandartes com desenhos sobre tela de Emilia Estrada criam uma perspectiva crítica desse maravilhoso Novo Mundo com sua obra Fake News / Cacofonia.

“Língua de fogo” é a obra-oficina de Priscila Fiszman, em parceria com a bombeira do MnBA, que irá abraçar o tema da segurança e prevenções, explicando o funcionamento de um extintor. Desenhando sobre tijolos, o público irá colaborar na construção coletiva de um templo. “O incêndio do Museu Nacional do Rio, na Quinta da Boa Vista, acarretou a perda de um patrimônio incalculável, mas, também, um trauma ainda incalculável no inconsciente coletivo”, ressalta a curadora.

Seguindo na exploração de possibilidades de interação sensorial, Ernesto Neto introduz a ideia de “esculturacura”, pontuando um recolhimento interior necessário para enfrentar a atual conjuntura sociopolítica, agravada com a disseminação de relações mediadas pela tecnologia. A obra “EstrelaTerra vibra nois. Todos somos nós” consiste em crochê com voal de algodão, bambu, areia, quartzo transparente, folhas secas e folhas de louro e permite que público entre na obra e tenha experiências sensoriais.

SOBRE O PROJETO

Desenvolvido ao longo de um ano, em colaboração com crianças, famílias, pedagogos, artistas, ativistas e psicólogos, o projeto surge da experiência clínica de Robertha Blatt, que vem elaborando novas abordagens para o jovem público acessar emoções difíceis de serem expressas. Por meio de estímulos lúdicos, conversas e dinâmicas, acredita-se na ecologia transformadora da experiência estética como catalizadora de linguagem. O projeto traz em seu bojo a utopia de reconectar as pessoas com a pulsão criativa da vida. A produção executiva é feita pela Next Produções.

SOBRE A CURADORA

Lisette Lagnado é Doutora em Filosofia pela Universidade de São Paulo, crítica de arte e curadora independente. Foi curadora-chefe da 27a Bienal de São Paulo (2006) e da exposição “Desvíos de la deriva”, no Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofia, Madri (2010). Dirigiu a Escola de Artes Visuais do Parque Lage (RJ), onde foi também curadora dos programas públicos (2014-2017). Em 2017, foi curadora da exposição “O Nome do Medo”, de Rivane Neuenschwander em colaboração com Guto Carvalhoneto (Museu de Arte do Rio, MAR). Em 2018, curou a exposição “Cabelo - Luz com trevas” (BNDES, RJ), duas mostras monográficas sobre León Ferrari (Galeria Nara Roesler, SP e NY), e a coletiva “Com o ar pesado demais pra respirar” (Galeria Athena, RJ).

SOBRE A IDEALIZADORA

Robertha Blatt atua nas fronteiras entre arte, psicologia e educação. Há 15 anos, pesquisa a articulação de práticas terapêuticas e expressões artísticas, trafegando pelos papéis de educadora infantil, terapeuta de família, psicóloga, mãe e artista. Especializada em terapia de família e casal. Seu consultório-ateliê disponibiliza recursos multissensoriais que viabilizam outras manifestações expressivas além do discurso verbal. Explora imersões em museus pelo mundo, observando a interação entre as pessoas e as proposições destes espaços. Interessa- se pelo estudo de terapia somática e bodynamic. Realiza palestras e encontros com os temas voltados para educação e psicologia. Investiga a relação dinâmica entre a expressão das emoções, a criação artística e a construção de si.

NILCEMAR NOGUEIRA – SECRETÁRIA MUNICIPAL DE CULTURA

À frente da Secretaria Municipal de Cultura, temos direcionado esforços para a implementação de uma política de estado baseada na democratização cultural da cidade. Com o compromisso de dar fim ao pesadelo da “cidade partida”, nossa gestão acredita que os conceitos de centro e periferia não contemplam uma política cultural de fato integradora. Por isso, foi traçado um novo mapa simbólico, em que toda a cidade é o centro e cada região é um manancial de produção pulsante de cultura.

Para avançar nesse processo de ressignificação e equacionar as potencialidades, elegemos cinco eixos estratégicos: gestão de escuta ampliada e participativa, cultura pela diversidade e cidadania, programa integrado de fomento à cultura, valorização da rede de equipamentos culturais, e memória e patrimônio cultural. Assim pudemos colocar em prática uma série de ações efetivas, com foco no lema “Cultura+Diversidade”.

A cultura plural, rica e forte do Rio de Janeiro é, ao lado na natureza opulenta, o grande capital da cidade. Ela tem poder regenerador, capaz de corrigir rumos e mudar vidas. Fortalecer, apoiar e difundir nossa cultura não é apenas dever de cada um de nós: é questão de sobrevivência e de resistência.

Posted by Patricia Canetti at 11:07 AM

outubro 28, 2018

Leila Danziger na Caixa Cultural, Brasília

A Caixa Cultural apresenta a mostra em artes visuais Navio de emigrantes de autoria da artista Leila Danziger em homenagem a Lasar Segall

A mostra proporciona uma reflexão sobre refugiados, migrações e exílios, em narrativas construídas com documentos diversos, encontrados no Arquivo Nacional e também na internet, num diálogo com a obra de Lasar Segall (1891-1957).

A exposição individual de Leila Danziger, Navio de emigrantes, em cartaz na Caixa Cultural Brasília de 30 de outubro a 23 de dezembro de 2018, cuja curadoria tem assinatura de Raphael Fonseca e produção de Anderson Eleotério, convida o visitante a uma experiência expandida do espaço do arquivo e tem como ponto de partida memórias da família da artista, ampliando-se na construção de narrativas da memória coletiva e reconfigurações geopolíticas.

A exposição reúne duas grandes séries, intituladas Navio de emigrantes e Mediterrâneo. A primeira parte das listas de passageiros de quatro navios que chegaram do porto do Rio de Janeiro entre 1935 e 1939. O levantamento dos documentos foi desencadeado por lembranças afetivas da artista (o pai e avós de Leila escaparam da Alemanha nazista a bordo do navio Aurigny). A segunda série parte de material encontrado na internet acerca daqueles que nos últimos anos tentam fugir do Oriente Médio e da África, atravessando o Mar Mediterrâneo.

“A pintura ‘Navio de emigrantes’, de Lasar Segall (c. 1939/41, óleo s/ tela, 230 x 275 cm) que retrata a viagem de famílias ou solitários fugindo, num navio, da guerra, fome e miséria de sua terra natal, é crucial neste projeto”, destaca Raphael Fonseca. “A obra, uma das referências do modernismo, orienta os dois eixos da exposição: um que diz respeito à sobrevivência, o início de uma nova vida em um novo país; e o outro à incerteza, uma vez que os refugiados retratados na pintura encontraram um navio, mas não sabemos se encontrarão um porto”, explica o curador.

“Ao se apropriar, deslocar e resignificar imagens e textos oriundos de arquivos de história, da história da arte e da mídia em geral, a exposição contribui decisivamente para a elaboração de novas narrativas históricas, baseadas em horizontes locais, mas pensadas a partir da nova configuração geopolítica internacional”, avalia o curador.

Apresentando a produção mais recente de Leila Danziger, em diálogo com a obra de Lasar Segall, a mostra Navio de emigrantes atesta a atualidade do artista (falecido em agosto de 1957), evidenciando e rendendo homenagem aos 60 anos de sua morte. Em seu processo de trabalho, Leila Danziger desenvolve ações de inscrição e apagamento, tendo a página impressa e o documento histórico no centro de sua produção artística, orientada pela interface entre arte e história desde a década de 1990. Com 25 anos de produção ininterrupta, a artista assume a escrita da história, consciente de que esta tarefa não cabe apenas ao historiador, mas também ao artista.

Navio de emigrantes, ao propor o cruzamento entre presente e passado, reforça a dimensão histórica dos fatos recentes e contribui para que o visitante seja especialmente sensibilizado para uma importante reflexão sobre as políticas da memória na contemporaneidade e também contribui para o conhecimento da história da arte no Brasil.

Com patrocínio integral da Caixa Econômica Federal e produção da Adupla Produção Cultural, a exposição apresenta um conjunto inédito de obras gráficas e vídeos construindo uma narrativa visual em que imagem e palavra (escrita e sonora) problematizam-se mutuamente. A exposição conta também com nove gravuras da série Emigrantes de Lasar Segall, reimpressas pelo Museu Lasar Segall, São Paulo, reforçando o diálogo da artista com a obra do modernista lituano-brasileiro.

Posted by Patricia Canetti at 3:39 PM

outubro 24, 2018

Pequenas escalas na Funarte, Brasília

Olhar o mundo a partir de diferentes perspectivas, na recorrência das pequenas escalas através de um recorte da arte contemporânea brasileira. Essa é a proposta da exposição Pequenas Escalas, que será inaugurada dia 25 de outubro, quinta-feira, às 19h, na Galeria Fayga Ostrower do Complexo Cultural Funarte de Brasília. A visitação poderá ser feita de terça-feira a domingo, das 10h às 21h.

Organizada sob a curadoria de Ivair Reinaldim, a mostra contará com trabalhos de Ana Miguel, Anna Bella Geiger, Brígida Baltar, Cadu, Cildo Meirelles, Gê Orthof, Luiz Zerbini, Nazareno, Márcia X e Regina de Paula. As obras em exibição – entre elas, um conjunto inédito de Luiz Zerbini – foram produzidas em diferentes momentos e reforçam a constância do uso de miniaturas ou objetos na trajetória desses artistas.

“Pequenas Escalas” traz à tona o papel das representações do mundo físico em diferentes tamanhos e proporções, evidenciando a relação dos seres humanos com objetos da vida real e suas miniaturizações. Assim, a mostra aposta para a direção oposta à tendência de monumentalização da arte atual, apresentando obras que evidenciam o uso da redução de escala na produção contemporânea.

“Quem trabalha com cartografia, geografia e arquitetura sempre se relaciona com escalas. Na mostra, procurei expandir essa percepção, pois todos convivemos com escalas sem saber”, explica o curador. Desse modo, todas as peças da mostra possuem formato tridimensional, oferecendo uma experiência imaginativa e lúdica acerca do tema.

O projeto da exposição foi contemplado pelo Prêmio Funarte Conexão Circulação Artes Visuais – Atos Visuais Funarte Brasília / AM - Centro de Artes Visuais Galeria do Largo. A mostra é realizada pelo Ministério da Cultura e Funarte e produzida pela Rosado Torres Produções Culturais. Depois de Brasília, a exposição fará itinerância no Centro de Artes Visuais Galeria do Largo em Manaus, de 24 de janeiro a 28 de abril de 2019.

Posted by Patricia Canetti at 8:26 PM

Patricio Farías na FIC, Porto Alegre

Patricio Farias realiza instalação para a Fundação Iberê Camargo

Escultor e artista multimídia desenvolveu uma obra em escala monumental, que será exibida no pátio da Instituição a partir de 27 de outubro a 6 de janeiro de 2019. Na ocasião, o artista lança livro sobre sua obra, com entrada franca

De 27 de outubro de 2018 a 6 de janeiro de 2019, a Fundação Iberê Camargo, em Porto Alegre/RS, exibe a instalação HNWI, do artista multimídia e escultor Patricio Farias. Com curadoria de Adolfo Montejo Navas, a obra monumental – uma grande mala de viagem, em tamanho 2x3m, repleta de dinheiro - será inaugurada no dia 27 de outubro (sábado) e ficará em exibição no pátio da Instituição. Na ocasião, o artista lança o livro Patrício Farías, organizado por Adolfo Montejo Navas, às 17h.

Segundo Navas, a instalação é dessacralizadora, satírica e política: “Não há como negar que o trabalho do artista é atual, quase jornalístico, mas sobretudo se inscreve nas obras-radiografias do Brasil contemporâneo”. HNWI refere-se, em inglês, a high net world individuals, ou seja, aos indivíduos que são detentores de fortunas de mais de US$ 1 milhão. Segundo a agência New World Wealth, o Brasil está no sétimo lugar na fuga de capitais no mundo (dados de 2017), significando que 2.000 milionários brasileiros fizeram suas malas como emigrantes classe A. Para o curador, a instalação de Patricio Farias “joga com as desequivalências ocultas, subliminares, com as dimensões do conteúdo ao que alude, respirando sua pertinência como obra política, sendo porém uma peça metalinguística e metacultural”. E finaliza: “Como ferida, ela é um totem artístico que, todavia, responde a um tabu sociocultural”. Leia aqui o texto curatorial.

Patricio Farias é escultor e artista multimídia chileno, radicado no Brasil. Frequentou cursos de Desenho na Escuela de Bellas Artes de la Universidad de Chile entre 1964 e 1968, ​onde licenciou-se em Artes Plásticas em 1972, e foi professor de Desenho e Expressão Gráfica entre 1969 e 1975.​ ​Mudou-se para Porto Alegre/RS, Brasil, em 1983, onde lecionou Desenho e Serigrafia no Atelier Livre da Prefeitura Municipal de Porto Alegre e no Museu de Arte do Rio Grande do Sul. ​A partir de 1970 até o presente realiza inúmeras exposições no Chile, Brasil, Alemanha e Espanha. ​Entre 1989 e 1​9​9​​​6 pertenceu ao corpo de artistas da Galeria Artual.​ ​A partir de 1985, desenvolve farta obra escultórica, também realizando incursões na área de vídeo e fotografia e na utilização de imagens apropriadas. Divide seu tempo entre seus estúdios em Viamão, Brasil e Barcelona, Espanha.

Adolfo Montejo Navas é poeta, crítico e curador independente. Colabora com diversos veículos culturais, é correspondente da revista de arte internacional Lápiz, de Madri, desde o fim dos anos 1990, e foi editor da revista DASartes. Coordena a Limiar edições extraordinárias, uma editora de autor. Suas curadorias mais recentes foram FotografiaTransversa (Fundação Vera Chaves Barcellos, 2014), Ana Vitória Mussi – Imagética (com Marisa Flórido César, Paço Imperial, 2015) e Fotoimagens (Casa da Imagem, 2016). Recebeu diversas bolsas de tradução, o Prêmio Mário Pedrosa de Ensaio de Arte e Cultura Contemporânea, em 2009, e o XV Prêmio Marc Ferrez de Fotografia (categoria Teoria e Crítica) em 2015. Em 2016 foi honrado com o título de Notório Saber em Artes pela UFRGS. Como artista visual tem realizado diversas exposições, sempre na fronteira da palavra-imagem-livro-objeto, entre elas, a individual Moto contínuo (Projeto Degraus, Escritório de Arte Ypsilone, sp, 2016).

Posted by Patricia Canetti at 2:05 PM

Regina Vater na Jaqueline Martins, São Paulo

Regina Vater ganha retrospectiva na Jaqueline Martins, em outubro

A partir do dia 27 de outubro, cerca de 50 obras, entre fotografias, vídeos e instalações, estarão reunidas na galeria, que ocupa prédio na região central de São Paulo. A artista foi pioneira incontestável ao explorar as relações entre sociedade, natureza e tecnologia.

Toda a obra de Regina Vater se localiza em um espaço fronteiriço entre a ação política e a criação artística. “Na sua foto-performance Tina América, 1976, internacionalmente conhecida, ela utiliza a própria imagem para representar conjunturas sociais e éticas da América Latina”, diz Jaqueline Martins, organizadora da exposição. Segunda a própria Regina: “qualquer tipo de arte, mesmo que de forma inconsciente, é um processo de contato com as forças criativas e regenerativas do universo”.

Ao longo da pesquisa da artista sempre estiveram presentes exercícios sobre temas abrangentes, como o tempo, e sua relação com mitos indígenas, quanto questões urgentes e pontuais vistas através da lente do feminismo e a posição social da mulher. Em Tina América, realizada depois de uma viagem pela América Latina voltando ao Brasil depois dos dois anos do seu prêmio de residência nos EUA, Regina retrata em 1976, as diversas mascaras per-formadas pela mulher latino-americana. Em Mulher Mutante ou SWIMER, escultura interativa de 1969, a artista apresenta um corpo feminino sensual e colorido: um objeto atraente, porém inerte, que depende de terceiros para ser ativado. Ambos os trabalhos estarão presentes nesta que será a primeira exposição individual organizada pela Galeria Jaque-line Martins desde que começou a representar a artista em 2012. A exposição apresenta também instalações fundamentais da trajetória da artista. Organizadas por Jaqueline Martins, de acordo com uma logica poética, ao invés de formal, desde os anos setenta os materiais e assuntos de sua obra tem sido tão variados e experimentais que se torna difícil definir características que possam ser aplicadas a todas elas.

A abrangência radial da obra de Regina Vater vai desde uma visão metafisica da vida e do universo, inspirada em leituras filosóficas e antropológicas, à sua paixão por poesia, sua ética política, e seu interesse na aventura humana. Este amplo leque de sua criação, impossível de ser contido numa gaveta, acabaram causando certa negligencia de uma esfera da arte apressada e ocupada com uma produção de mais fácil catalogação. Com esta mostra a Galeria Jaqueline Martins se esforça em compartilhar segmentos pontuais com o público paulista da obra de uma artista com 55 anos de carreira.

Posted by Patricia Canetti at 10:28 AM

Água da palavra / Quando mais dentro aflora na Adelina, São Paulo

Coletiva que já foi apresentada em Berlim propõe diálogos entre as artes visuais e a palavra, como matéria-prima. No mesmo dia da abertura da mostra, a Adelina dá início ao ateliê aberto dos artistas que fazem parte da segunda etapa do programa de residência.

Água da palavra / Quando mais dentro aflora traz obras de dez artistas brasileiros e abre para público no próximo dia 27 de outubro, na Adelina - Instituto Cultural. A mostra foi apresentada pela primeira vez no HilbertRaum, em Berlim e, para a remontagem em São Paulo, a curadora Galciani Neves reúne 10 artistas: Anna Guilhermina, Fabio Morais, Isabella Beneducci Assad, Lívia Aquino, Karina Machado, Marta Matushita e Ricardo Barcellos, Jorge Menna Barreto, Elida Tessler e Deco Adjiman.

Na primeira montagem da exposição em Berlim, a ideia era apresentar processos de criação de artistas que se relacionavam com obras de escritores brasileiros. Os artistas buscaram inspiração nas obras e universos dos seguintes autores: Ana Cristina Cesar, Clarice Lispector, Guilhermina Cavalcanti Bulcão (Miná), Hilda Hilst, Paulo Leminski e João Guimarães Rosa.

"Quando recebi o convite para assinar a curadoria da mostra em Berlim, parti de um problema bem elementar: o que nós, artistas e curadora brasileiros apresentaríamos para Berlim, levando em consideração nosso momento histórico e político? A palavra era nosso abrigo, nosso lugar de experimentação. Daí, nos incentivamos por processos de tradução, não no sentido estrito de tradução de uma língua para outra. Mas em um sentido amplo, de uma linguagem para outra, e no nosso caso, seria da literatura para as artes visuais”, explica a curadora Galciani Neves. Para a versão brasileira da mostra, Galciani convidou outros e artistas e acrescentou outras obras de Karina Machado e Lívia Aquino. “Nesse percurso de volta, a tradução deixa de ser nosso único foco. Na conversa com os artistas, pensamos como a força da palavra pode ser uma força de resistência e de luta”, diz.

O título da exposição surge de um verso de uma música de Caetano Veloso e Milton Nascimento, A Terceira Margem. Nas palavras de Galciani Neves, “O título da mostra, explícita referência aos versos da música, tenta evidenciar a palavra e, junto com ela, a sua pronúncia e a sua força de narrar e ficcionalizar, como fonte inesgotável de sentidos: sempre a serem refeitos, exploráveis, manufaturados, em plena abundância de algo a dizer, pensar e inventar sobre o mundo. Podemos, assim, admitir nessa exposição, a palavra como um rio imenso, de águas profundas a se mergulhar, cujo percurso é um abismo sem fim e em cujas margens não cartografáveis os avanços de poder não penetram, pois a jurisdição é a do desejo, sempre mutante, sempre insistente, sempre incontestável”.

“A palavra foi nossa matéria-prima, mas ela está presente em todo o processo da exposição até a sua materialização em obra de arte”, diz a curadora.

RESIDÊNCIA ADELINA

No mesmo dia da abertura da nova exposição da Adelina, os artistas da segunda fase do programa de Residência Artística da Adelina também dão início à abertura dos seus ateliês para o público. Abigail Reyes (El Salvador) e Ele Godoy (Brasil) irão compartilhar seus projetos e pesquisa com as pessoas que tiverem interesse em acompanhar esse processo.

A primeira edição da Residência Adelina para América Latina já recebeu a brasileira Élle de Bernardini e a argentina Natalia Forcada. A seleção para o programa aconteceu por um júri formado por Josué Mattos, curador da residência – e mais cinco curadores e artistas com experiência e atuação no circuito latino-americano. São eles: Camila Bechelany, Galciani Neves, Julia Lima, Vitor Cesar e Renata Cruz.

Os jurados avaliaram mais de 200 inscrições e, para escolherem os nomes, além da qualidade artística das propostas, também buscaram abranger gêneros e diferentes regiões da América Latina. O júri também buscou localizações diferentes entre os quatro ganhadores (principalmente na escolha dos representantes estrangeiros) para que o projeto amplie seu intercâmbio com a região da América Latina. Mais de 10 países da América Latina tiveram representantes nas propostas enviadas para a convocatória da Residência Adelina

SOBRE OS ARTISTAS DA MOSTRA

Anna Guilhermina (São Paulo - SP, Brasil, 1977)
Artista e arquiteta, suas pesquisas debruçam-se sobre a imagem em sua tridimensionalidade, mesclando fotografia e materiais como madeira, acrílico, cobre e vidro.

Deco Adjiman é artista plástico e, desde criança, se dedica à poesia. Sua pesquisa se expandiu para outros suportes e o artista passou a criar projetos e composições misturando o papel — seu velho conhecido — à madeira, trabalhando a junção entre poesia e artes visuais. É representado pela Sé Galeria, em São Paulo. Entre as suas exposições individuais, destacam-se “a poesia venceu “ (Curadoria de Maria Montero, 2014). eu, mesmo: outro” (Curadoria de Galciane Neves, 2016) e “:háuma” (Curadoria de Maria Montero, 2018). Participou das coletivas “da raiz ao objeto“ (São Paulo, 2015), “dexposição ou rearranjo” (São Paulo, 2015), “avesso do avesso do avesso “ (São Paulo, 2015); “o mar” (São Paulo, 2015) e “matéria: 6” (São Paulo, 2015) “tudo joia” (São Paulo, 2016).

Eduardo Borém (Montes Claros, MG, Brasil) - Vive e trabalha entre a Capital Federal e São Paulo, SP. É músico-fundador da banda Móveis Coloniais de Acaju (1998), do escritório de design de interiores Borém & Borém (2008) e atua como designer desde a graduação em Desenho Industrial pela Universidade de Brasília - UnB, (2004), com habilitação em Projeto Gráfico e Projeto de Produto. Sua atuação em artes visuais, em todos estes anos, aconteceu principalmente nos cruzamentos entre poesia, música, design, desenho e fotografia. Entre 2003 e 2018, participou de exposições, prêmios, shows e feiras, no Brasil e no exterior.

Elida Tessler é artista plástica e professora do Departamento de Artes Visuais e do Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais do Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS. Realizou doutorado em História da Arte Contemporânea na Université de Paris I - Panthéon-Sorbonne (França), onde residiu de 1988 a 1993. Entre 2009 e 2010, realizou o Pós-Doutorado na EHESS-Ecole des Hautes Etudes en Sciences Sociales e junto ao Centro de Filosofia da Arte - UFR de Philosophie - Université de Paris I- Panthéon – Sorbonne. É pesquisadora do CNPq, desenvolvendo pesquisa em torno das questões que envolvem arte e literatura, relacionando a palavra escrita à imagem visual. Foi fundadora em 1993 e coordenou até 2009, junto com Jailton Moreira, o TORREÃO, espaço de produção e pesquisa em arte contemporânea, em Porto Alegre. Mantém um grupo de pesquisa chamado .p.a.r.t.e.s.c.r.i.t.a., onde articula produção e reflexão crítica a partir de textos de artistas e da presença da palavra em produções contemporâneas de arte.

Fabio Morais (São Paulo - SP, Brasil, 1975) é artista visual escritor, doutorando em artes visuais na Universidade do Estado de Santa Catarina. É representado pela Galeria Vermelho. Sua mais recente exposição individual foi “Escritexpográfica”, na Galeria Vermelho (São Paulo, janeiro de 2017). Em sua prática artística, atua entre o circuito expográfico e o editorial

Isabella Beneduci Assad (São Paulo - SP, Brasil, 1992) - Artista, graduada em Artes Visuais pela Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP) em 2016. Em sua produção investiga as dimensões da palavra: falada, grafada, construída, desenhada, formada, vista. A palavra como vestígio e indício. Em paralelo integra o Metade junto com a arquiteta Ana Tranchesi, com quem também desenvolve pesquisas e trabalhos. Em 2016 o grupo foi contemplado pelo edital de intervenção pública do projeto Contracondutas com o projeto centoeonze.

Jorge Menna Barreto (Araçatuba, SP, 1970.) Vive e trabalha no Rio de Janeiro, RJ. Representado pela Galeria Carbono. Indicado ao Prêmio PIPA 2015 e 2017. Membro do Comitê de Indicação do Prêmio PIPA 2010 e 2014. Artista e pesquisador, há 18 anos deixa que o lugar determine aquilo que irá construir e, mais recentemente, o que irá comer. Professor no Instituto de Artes da UERJ, Rio de Janeiro, Rj e doutor em Poéticas Visuais em Artes pela USP, São Paulo, SP. Recentemente concluiu um Pós-doutorado na UDESC, Florianópolis, SC, onde se dedicou a investigar relações possíveis entre agroecologia e as práticas site-specific em arte.

Karina Machado (São Paulo - SP, Brasil, 1975) - É artista visual e idealizadora da Casa Goia, onde desenvolve projetos culturais, artísticos, expográficos, cenográficos e de design. Após 16 anos dedicados à advocacia, formou-se em fotografia em 2013 e, desde então, integra grupos de estudo e produção de arte contemporânea e fotografia. Assinou cenários para Óperas e Espetáculos de Dança, bem como coleções de joias para o corpo. Participou de exposições individuais e coletivas, no Brasil e no exterior (Alemanha, Itália e Suíça), sob a curadoria de Galciani Neves, Josué Mattos, Agnaldo Farias, Chiara Zocchi, Fiammetta Cavalleri, Denise Gadelha, Armando Prado, Vitor Cesar, Regina Parra, Enrico Rocha e Ligia Nobre. Destacam-se os trabalhos “Abre a Tua Boca. E Grita este Nome Meu” (2018), “Rastro de Corpo Sonoro” (2017/2018), “Coincidentes” (2017), “Avesso Perfeiro (2017), “Quanto Silêncio há na Volta?” (2015) e CuriMbó (2014).

Lívia Aquino (Fortaleza - CE, Brasil, 1971) - É pesquisadora do campo das artes visuais, professora e artista. Doutora em Artes Visuais pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Atualmente é coordenadora da Pós-graduação em Fotografia: Práticas Poéticas e Culturais e professora da Pós-graduação em Práticas Artísticas Contemporâneas da Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP). Participou de exposições na Pinacoteca de São Paulo, no Centro Cultural São Paulo, na Oficina Cultural Oswald de Andrade, no Instituto Tomie Ohtake, na Fundação Joaquim Nabuco, no Museu de Arte de Ribeirão Preto, no Sesc São Carlos. Vive e trabalha em São Paulo, Brasil.

Marta Matushita (São Paulo - SP, Brasil, 1955) - Com pesquisas em diferentes linguagens artísticas (sumiê, dança, butô, desenho, pintura, fotografia, gravura), a artista utiliza elementos encontrados na natureza e construídos industrialmente. Com releitura e reorganização desses elementos, cria uma conversa ou confronto, trazendo um diálogo incessante e paciente, ressaltando o tempo e processos de transformação.

Ricardo Barcellos (Porto Alegre - RS, Brasil, 1969) - Graduado em Comunicação Social, PoA-RS, cursou ICP (International Center of Photography) em NY-EUA e Met film school, em Londres-UK. Atualmente frequenta o Grupo de estudos do atelier Fidalga, coordenado por Albano Afonso e Sandra Cinto. Sua pesquisa transita entre a fotografia, o vídeo e a instalação, permeando reflexões no condicionamento da imagem. Já expôs no PHotoESPAÑA em Madrid, na República Checa, na República Dominicana, Itália, Bogotá, França, Suíça. Seu trabalho pertence a importantes coleções como Masp-Pirelli, Pinacoteca do Estado de São Paulo, Mac-RS e Instituto Cervantes. Foi vencedor do prêmio Conrrado Wessel de fotografia, do prêmio Hasselblad Latin America, entre outros.

SOBRE A CURADORA

Curadora, professora e pesquisadora no campo das artes visuais. Possui mestrado e doutorado em Comunicação e Semiótica pela PUC - São Paulo, SP. Atualmente, é professora do curso de Artes Visuais, de Produção Cultural e da Pós-Graduação em Fotografia na Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP) em São Paulo, SP, no Programa de Pós-Graduação em Artes da Universidade Federal do Ceará e na Escola Entrópica (Instituto Tomie Ohtake – São Paulo, SP). Desenvolve projetos curatoriais e educativos, atividades relacionadas à crítica e acompanhamento de artistas.

SOBRE OS ARTISTAS DA RESIDÊNCIA ADELINA

Abigail Reyes (San Salvador, 1984)
Abigail vive e trabalha em La Libertad, El Salvador. Designer gráfico de formação, artista visual e poeta, realizou exposições individuais no Museu MARTE (El Salvador), no Palais de Tokyo (Paris), na Galeria Lokkus (Colômbia), na Galeria Extra (Guatemala), na Manzanita Hall Gallery CSUN (Estados Unidos), no Museu de Arte e Design (Costa Rica), entre outros. Participou de exposições coletivas na Galeria Sies + Höke (Alemanha), Taimiao Art Gallery (Pequim), Context Miami (Estados Unidos), Cine Tonalá (Colômbia), Spacio Poporopo (Guatemala), Teoretica (Costa Rica), Sala Nacional ( El Salvador), Centro Cutural da Espanha (El Salvador), Galeria Lokkus (Colômbia). Participou de residências artísticas em El Salvador e Nicarágua. Em 2012, levou o primeiro lugar no concurso de poesia IpsoFacto e já teve textos publicados na revista mexicana Círculo de Poesia.

Efe Godoy (Sete Lagoas, 1988)
Com propostas artísticas que transitam entre desenho, música e performance, Efe Godoy iniciou a graduação em Artes Plásticas na Escola Guignard (UEMG). Sua relação com o desenho é quase instintiva e começou na própria infância. Em suas obras vemos, frequentemente, animais e plantas em forte simbiose com o humano, além de toda uma intensa ligação com os aspectos ordinários da vida cotidiana, assim como da memória e do passar do tempo. Desde 2010, lidera os vocais do projeto musical “Absinto muito”. Em sua trajetória, Godoy atuou como arte-educador, entre 2011 e 2103, no Instituto inhotim, assim como em uma série de outras exposições.

SOBRE A ADELINA - INSTITUTO CULTURAL

Em abril de 2017, o empresário Fabio Luchetti criou o projeto Adelina, no Bairro Perdizes. Com ampla atuação no circuito de arte e educação contemporâneas, o projeto promove a difusão, produção e compartilhamento de conhecimento, por meio de encontros, debates, oficinas, publicações, além de cursos interdisciplinares, exposições de artistas contemporâneos e ações extramuros. O objetivo do projeto é firmar-se como um espaço para a concepção, formação e difusão da arte. Em suas muitas ações, a ideia é atingir os mais diversos perfis, favorecendo o intercâmbios entre artistas, curadores e amantes da arte. Desde a sua fundação, a Adelina pretende aproximar a arte e educação, participando ativamente da formação livre de públicos variados, entre os quais estão professores da rede de ensino público, estudantes, crianças, adolescentes e idosos.

Posted by Patricia Canetti at 6:50 AM

outubro 21, 2018

Projeto Latitude apoia cinco galerias brasileiras na Colômbia durante a ARTBO - Feira Internacional de Arte de Bogotá

Por meio de uma parceria entre a Associação Brasileira de Arte Contemporânea - ABACT e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos - Apex-Brasil, o Projeto Latitude – voltado à internacionalização do mercado brasileiro de arte contemporânea – apoia a participação de cinco galerias na Colômbia durante a realização da 14ª edição da ARTBO - Feira Internacional de Arte de Bogotá, de 25 a 28 de outubro de 2018.

As galerias Latitude participantes da seção Principal da ARTBO 2018 são: Galeria Eduardo Fernandes, representando os artistas Clemencia Echeverri, Edgar Racy, Fernando Arias, Niura Bellavinha, Luz Angela Lizarazo e Rosario López; Galeria Luisa Strina, com obras de Pablo Accinelli, Federico Herrero, Nicolás Páris, Beto Shwafaty e Clarissa Tossin; Portas Vilaseca Galeria, representando Iris Helena; e Vermelho, com obras de Gabriela Albegaria, Iván Argote, Tania Candiani, André Komatsu, Marcelo Moscheta e Nicolás Robbio. Da seção Proyectos, dedicada à exibição projetos de artistas selecionados e convidados por um curador, participa a Galeria Raquel Arnaud, com Carla Chaim.

Cildo Meireles, artista representado pela Galeria Luisa Strina, tem obra na mostra coletiva “Conjuro de ríos”, com curadoria de Luis Romero, Kiki Mazzucchelli e María Belén Sáez de Ibarra, no Museu de Arte da Universidade da Colômbia, que fica aberta até o dia 18 de dezembro. As artistas Iris Helena e Lia Garcia (Colômbia), da Portas Vilaseca Galeria, estão na coletiva “Espacio Cartográfico”, com curadoria das artistas, na galeria Rincón Projects. Carla Chaim, representada pela Galeria Raquel Arnaud, participa ainda da coletiva da Fundación ArtNexus, organizada pela renomada revista de arte colombiana, nessa mesma exposição participam ainda: Daniel Jablonski, representado pela Janaina Torres Galeria, Jaime Lauriano, representado pela Galeria Leme e os artistas representados pela Vermelho - Carmela Gross, Iván Argote e Rosangela Rennó.

Latitude - Platform for Brazilian Art Galleries Abroad

É um programa desenvolvido por meio de uma parceria firmada entre a Associação Brasileira de Arte Contemporânea - ABACT, e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos - Apex-Brasil, para promover a internacionalização do mercado brasileiro de arte contemporânea. Criado em 2007, conta hoje com 50 galerias de arte do mercado primário, localizadas em sete estados brasileiros e Distrito Federal, que representam mais de 1000 artistas contemporâneos. Seu objetivo é criar oportunidades de negócios de arte no exterior, fundamentalmente através de ações de capacitação, apoio à inserção internacional e promoção comercial e cultural.

Histórico

Nestes dez anos de atuação, o número de empresas participantes do Latitude cresceu de 5 para 49, contando com as galerias mais profissionalizadas do Brasil. Para atender ao influxo de novas galerias associadas, muitas delas iniciando seu processo de internacionalização, as ações desenvolvidas diversificaram-se e se tornaram mais complexas, por isso são oferecidas às galerias participantes um sofisticado programa de mais de 7 modalidades de ações.

O volume das exportações das galerias do projeto Latitude vem crescendo significativamente. Em 2007 foram exportados US$ 6 milhões, e em 2015 atingiu-se um pico de quase US$ 70 milhões, quantia quase duas vezes maior àquela de 2014. As galerias Latitude foram responsáveis por 41% do volume total das exportações do setor em 2016.

Desde abril de 2011, quando a ABACT assume o convênio com a Apex-Brasil, foram realizadas 48 ações em mais de 26 diferentes feiras internacionais, com aproximadamente 300 apoios concedidos a galerias Latitude. Neste mesmo período, foram trazidos ao Brasil aproximadamente 200 convidados internacionais, entre curadores, colecionadores e profissionais do mercado, em 20 edições de Art Immersion Trips. Além dessas ações, o Latitude realizou cinco edições de sua Pesquisa Setorial, com dados anuais sobre o mercado primário de arte contemporânea brasileira.

Posted by Patricia Canetti at 11:51 AM

outubro 20, 2018

Lançamento do livro Domingos da Criação no Itaú Cultural, São Paulo

Livro que relembra Domingos da Criação, atividade realizada pelo crítico Frederico Morais no auge da ditadura, é lançado no Itaú Cultural

O livro Domingos da criação: uma coleção poética do experimental em arte e educação, da pesquisadora Jéssica Gogan, com a colaboração do curador e crítico Frederico Morais e contemplado pelo Rumos Itaú Cultural 2015-2016, é lançado no dia 23 de outubro, às 17h, no Itaú Cultural, depois de ter passado pelo Rio de Janeiro. O volume é um livro-arquivo que recupera a história dos eventos participativos organizados por Morais no museu em 1971. É composto por camadas de fotos, artigos, jornais da época e entrevistas com artistas e colaboradores nos eventos, cursos no MAM Rio e na experimentação do momento: Amir Haddad, Anna Bella Geiger, Angel Vianna, Antonio Manuel, Carlos Vergara, Cildo Meireles e Luiz Alphonsus.

No dia, após o lançamento, às 19h, ainda haverá exibição do audiovisual Os Domingos da Criação e a Criatividade de Maio, 1971, de Frederico Morais, seguida de mesa de debate com Agnaldo Farias, Frederico Morais e Júlia Rebouças, mediada por Jessica Gogan. A partir das 20h30, o público é convidado a assistir outra película: Um domingo com Frederico (2011), de Guilherme Coelho. A publicação foi organizada pelo instituto MESA, tem apoio do MAM e parceria com a editora Automática.

Em meio às mudanças radicais na arte e cultura nos anos 1960 e 1970, no auge da ditadura militar, os Domingos da Criação eram exercícios ligados ao espírito experimental da época, radicalizando a relação arte e educação com as ações criativas do antropofágico. Era um momento em que a arte surgia como uma proposta aberta e coletiva a ser criada em conjunto com artistas e público. Os eventos atraíram milhares de pessoas, aparecendo regularmente nos jornais do período. Ainda assim, havia pouca pesquisa e publicações sobre essas histórias.

Agora, a obra de Jéssica Gogan, que traz fotos, em sua maioria, dos fotógrafos Raul Pedreira e Beto Felício e pertencem ao arquivo de Morais, busca resgatar e revistar essa história, relembrando os seis happenings realizados no Domingos. A ideia de uma coleção poética, que permeia essa edição, vem da pesquisa de Frederico sobre os frequentadores do MAM no início dos anos 1970, revelando que para muitas pessoas há um acervo poético: na história, nas memórias e nos afetos, que sugerem outras perspectivas de museu e de exposição para além dos objetos, um espaço-tempo poético, que se refere também ao lugar e à própria paisagem.

O projeto traz uma pesquisa inédita, a fim de reconectar o atual com momentos passados de arte e educação experimental como uma ferramenta de imaginação sócio-política – além de inspirar exposição sobre o tema a ser aberta no Itaú Cultural no ano que vem. “Notadamente posicionado como ‘o país do futuro’ ao ponto do clichê irônico de descrença do presente, é nesta complexidade brasileira que se ressalta o valor da insistência na memória como vetor político”, fala Jéssica. “Essa coleção poética propõe focar no Domingos da criação como passado, gerando uma plataforma de memória e reflexão sobre esta história não como um meio para repeti-los ou recria-los, mas para afiar, desafiar e repensar práticas e potências para o contemporâneo.”

Sobre o Rumos Itaú Cultural

Um dos maiores editais privados de financiamento de projetos culturais do país, o Programa Rumos, é realizado pelo Itaú Cultural desde 1997, fomentando a produção artística e cultural brasileira. A iniciativa recebeu mais de 64,6 mil inscrições desde a sua primeira edição, vindos de todos os estados do país e do exterior. Destes, foram contempladas mais de 1,4 mil propostas nas cinco regiões brasileiras, que receberam o apoio do instituto para o desenvolvimento dos projetos selecionados nas mais diversas áreas de expressão ou de pesquisa.

Os trabalhos resultantes da seleção de todas as edições foram vistos por mais de 6 milhões de pessoas em todo o país. Além disso, mais de mil emissoras de rádio e televisão parceiras divulgaram os trabalhos selecionados.

Nesta edição de 2017-2018, os 12.616 projetos inscritos foram examinados, em uma primeira fase seletiva, por uma comissão composta por 40 avaliadores contratados pelo instituto entre as mais diversas áreas de atuação e regiões do país.

Em seguida, passaram por um profundo processo de avaliação e análise por uma Comissão de Seleção multidisciplinar, formada por 21 profissionais que se inter-relacionam com a cultura brasileira, incluindo gestores da própria instituição. Foram selecionados 109 projetos, contemplando todos os estados brasileiros.

SERVIÇO

Domingos da criação: uma coleção poética do experimental em arte e educação
Dia 23 de outubro
De 17h às 19h – Lançamento do livro
De 19h às 20h30 – Exibição do audiovisual Domingos da Criação e a Criatividade do Maio (1971), de Frederico Morais + mesa de debate com Agnaldo Farias, Frederico Morais e Júlia Rebouças. Mediação de Jessica Gogan
De 20h30 às 21h30 – Exibição do filme Um Domingo com Frederico (2011), de Guilherme Coelho
Classificação indicativa: livre
Preço do livro: R$75

Itaú Cultural
Avenida Paulista, 149, Estação Brigadeiro do Metrô
Sala Itaú Cultural (piso térreo)
Capacidade: 224 lugares
Entrada gratuita
Distribuição de ingressos:
Público preferencial: 1 hora antes do espetáculo (com direito a um acompanhante, que deve retirar o ingresso ao mesmo tempo)
Público não preferencial: 1 hora antes do espetáculo (um ingresso por pessoa)
Estacionamento: Entrada pela Rua Leôncio de Carvalho, 108
Se o visitante carimbar o tíquete na recepção do Itaú Cultural: 3 horas: R$ 7; 4 horas: R$ 9; 5 a 12 horas: R$ 10.

Posted by Patricia Canetti at 1:43 PM

Arthur Omar no Sesc Consolação, São Paulo

Sesc Consolação inaugura exposição A Origem do Rosto, de Artur Omar, que estabelece diálogo entre a fotografia, a percepção e a antropologia

Com curadoria de Adolfo Montejo Navas, exposição traz o tema do olhar para o outro a partir ensaios fotográficos, instalações multimídias e ciclo de debates sobre o pensamento sensorial

O fotógrafo, cineasta, artista plástico Arthur Omar propõe uma discussão sobre a fotografia, a percepção e a antropologia na exposição A Origem do Rosto, que inaugura no dia 29 de agosto no Sesc Consolação. A visitação é gratuita e acontece até 1º de dezembro, de segunda a sexta, das 11h às 21h30; e aos sábados e feriados, das 10h30 às 18h30.

Além disso, ao longo de toda a mostra, o ciclo de debates O Pensamento Sensorial convida pesquisadores para discutir a relação da fotografia com o cinema, com a antropologia e com questões contemporâneas a partir da obra artista.

Com séries fotográficas e projeções de imagens e filmes, a mostra reúne em um ambiente que funciona como uma grande instalação obras que tomam o rosto, a apercepção e o olhar como ponto de partida para pensar o presente urgente.

O premiado artista mineiro, que vive e trabalha no Rio de Janeiro, atravessa diferentes fases, séries e linguagens para expressão a violência e a empatia dos olhares. Nesses rostos – que manifestam e expressão a radicalidade do outro– passamos da forma mais figurativa, para a mais abstrata - até a dissolução da forma.

O que vemos? Quem nos olha? Olhar é um ato violento, mas os olhos que se cruzam produzem afetos, sensações, pensamentos.

Expressar estados alterados, mentais, o pensamento antes da forma é o “trabalho de campo” da obra de Arthur Omar, “sua exploração fundamental, além da categoria de beleza”. Nas palavras do curador Adolfo Montejo Navas “a origem do rosto é o descobrimento da alteridade, algo que provém de um esgarçamento das identidades do que vemos que já está onipresente na obra do artista, mas também deriva daquela vibração emocional que a câmera colada ao rosto oferece, produzindo, assim, um singular triângulo: o rosto do artista focando o rosto do outro para chegar ao rosto final da imagem”,

Para além das séries fotográficas inéditas _Antropologia Solúvel, Limbo, Multidão _ uma das atrações é a celebrada “Antropologia da Face Gloriosa”, uma série experimental in progress, que registra a multiplicidade quase alucinatória de rostos em êxtase ou delírio de foliões durante o carnaval do Rio de Janeiro. “A Antropologia da Face Gloriosa procura expressar esses sentimentos, à maneira de uma antropologia debruçada sobre o bárbaro, o difuso, o transversal da nossa realidade de brasileiros. E como se trata de rostos gloriosos, é necessária uma ciência diferente para abordá-los. Daí a fotografia como ferramenta”, comenta Ivana Bentes, coordenadora geral da mostra.

“Todas as fotos chamadas de ‘antropológicas’ talvez não passem de jogos de percepção, de jogos que aconteçam no interior e a partir da percepção, e não no mundo objetivo. Ou talvez suponham uma forte dominante lúdica percepcional, pré-construtiva, interna ao aparato sensorial e cerebral, de tal forma que a componente propriamente antropológica, que atua em nós com uma retórica de convencimento, não tenha esse status de verdade que se lhe quer atribuir”, conceitua Arthur Omar no livro “Antes de Ver”. Um livro em que desenvolve sua própria teoria fotográfica.

Outros destaques são as séries “Antes de Ver” e “Antropologia Solúvel”, nas quais os rostos emergem na sua luta por se tornarem figuras; a fotomontagem “Limbo”, em que as faces captadas na viagem do artista ao Afeganistão são superpostas a paisagens e elementos gráficos. Estamos falando de um “presente conturbado”, que discute como podemos atravessar barreiras sociais, culturais, de todos os tipos e constituir uma relação com o outro a partir do olhar e da arte.

CICLO DE DEBATES

O PENSAMENTO SENSORIAL - CINEMA, FOTOGRAFIA, ANTROPOLOGIA
Organização: Ivana Bentes

A Origem do Rosto
Sábado, 1/9, às 15h
Apresentação da exposição “A Origem do Rosto”, com a presença do artista Arthur Omar e do curador. A aparição do rosto na arte, os processos de criação das imagens e a relação da fotografia com o cinema, a antropologia e a percepção.
Convidados: Arthur Omar (artista), Adolfo Montejo (curador) e Ivana Bentes (pesquisadora, ECO/UFRJ).

Experimental Tropical
Sábado, 29/9, às 15h
É possível pensar por imagens? O efeito-cinema na arte e o pensamento sonoro e por música. Fotografia, arte e cinema experimental na obra de Arthur Omar.
Convidados: Ismail Xavier (pesquisador, ECA/USP), Guiomar Ramos (pesquisadora, ECO/UFRJ) e Rosane Kaminski (historiadora, UFPR).

Imagens do Êxtase e Políticas da Alteridade
Sábado, 20/10 às 15h
A questão do êxtase, do delírio e da arte como formas de atravessar as barreiras sociais e nossa relação com o outro e sua expressão na obra de Arthur Omar.
Convidados: Tania Rivera (pesquisadora e curadora, UFF–RJ), Charles Cosac (historiador e editor) e Vera Casanova (pesquisadora, UFMG).

As Portas da Percepção
Sábado 10/11 às 15h
Um antropólogo e um neurologistas falam sobre arte, antropologia, sonho e rituais e como essas questões aparecem na obra de Arthur Omar.
Convidados: Carlos Fausto (antropólogo, Museu Nacional/PPGA), Sidarta Ribeiro (neurocientista, UFRN) e Lúcia Monteiro (pesquisadora, USP).

A Vida das Imagens
Sábado, 24/11 às 15h
Como viver entre imagens? As questões interculturais, de mídia, política e filosofia e como a arte contemporânea e a obra de Arthur Omar dialogam com o presente urgente. Conferência de encerramento e diálogo com Arthur Omar.

SOBRE O ARTISTA

Arthur Omar é um artista múltiplo, cineasta, fotógrafo, artista plástico. Seu trabalho alia inovação tecnológica, experimentação com as linguagens e uma grande intensidade dramática, destinada à excitação dos sentidos, visando montar uma nova iconografia para a representação do Brasil.

Como artista visual, participou de duas Bienais de São Paulo. Na de 1998, apresentou, a série fotográfica “Antropologia da Face Gloriosa”, objeto de livro com o mesmo nome, reunidas em uma instalação com 100 fotografias de rostos ocupando uma parede de quarenta metros com o título de “A Grande Muralha”. Na Bienal de 2002, exibiu fotografias feitas no Afeganistão central, na região de catástrofe entre Cabul e Bamyian.

Sobre essas experiências, publicou o livro “Viagem ao Afeganistão”, com prefácio do filósofo italiano Antonio Negri. Outros livros de Omar são “O Zen e a Arte Gloriosa da Fotografia”, “Lógica do Êxtase” e “O Esplendor dos Contrários”, este último com paisagens da Amazônia e o mais recente: “Antes de Ver. Fotografia, Antropologia e as Portas da Percepção”.

Uma grande retrospectiva de seus filmes e vídeos foi apresentada no Museu de Arte Moderna de Nova York e nas sedes do Centro Cultural Banco do Brasil no Rio de Janeiro e em São Paulo, com o conjunto dos seus curtas-metragens experimentais e os seus vídeos. Seu longa-metragem “Triste Trópico” é considerado um clássico do cinema brasileiro.

Omar também dirigiu e produziu diversos filmes para Channel Four e ZDF Arte, como o longa-metragem “Sonhos e História de Fantasmas”, um documentário metafórico em linguagem experimental sobre a cultura negra nos quilombos de Minas Gerais e nas favelas do Rio de Janeiro. Seu filme mais recente é “Cavalos de Goethe”, filmado no Afeganistão.

Pioneiro do uso de instrumentos eletrônicos na música de cinema no Brasil, o artista compôs a trilha sonora da maioria de seus filmes e instalações, propondo relações inovadoras entre imagem.

Entre suas exposições, destaca-se “O Esplendor dos Contrários”, com paisagens em 3D, vistas com óculos especiais, que foi premiada com o troféu da APCA de melhor exposição do ano em São Paulo. Outras mostras do artista foram: “Frações da Luz” (também recebeu o prêmio APCA), “Demônios, Espelhos e Máscaras Celestiais” e “Um Olhar e Sete Véus”.

Em 2006, no Rio de Janeiro, apresentou “Zooprismas”, conjunto de 12 videoinstalações, apontada pelo jornal O Globo como a melhor exposição do ano. No festival Vídeobrasil, apresentou a “Trilogia Cognitiva”, composta por três instalações – “Dervixxx”, “Infinito Maleável” e “Ciência Cognitiva dos Corpos Gloriosos”, em projeções circulares.

No Oi Futuro de Belo Horizonte, apresentou “As Portas da Percepção”, com fotografias e instalações. Seu último livro, lançado em setembro de 2014, é “Antes de Ver — Fotografia, Antropologia e as Portas da Percepção”, uma obra de conceituação teórica sobre a imagem, com 160 fotografias inéditas. Em 2016, apresentou no Rio de Janeiro a exposição “Outras Portas da Percepção”, com seus trabalhos fotográficos mais radicalmente experimentais, ocupando várias salas encadeadas, com imagens e textos referentes à natureza antropológica da percepção.

Posted by Patricia Canetti at 1:10 PM

Lourival Cuquinha no Marco, Campo Grande

Transição de Fase dialoga com a temática da imigração, a partir do dia 24, quarta, no MARCO

A nova exposição do artista Lourival Cuquinha, Transição de Fase, será inaugurada na quarta (24/10), às 19h (31/10), às 19h30, no MARCO - Museu de Arte Contemporânea de MS, em Campo Grande. Exposto pela primeira vez na Funarte MG, em Belo Horizonte, a exposição chega ao Mato Grosso do Sul em itinerância. O conjunto exposto dialoga com a temática da imigração; reúne dezenas de obras e uma instalação sonora, criada em parceria com Mariana Lacerda e Muep; e foi contemplado com o Prêmio Funarte Conexão Circulação Artes Visuais. A entrada é franca.

No processo de criação do trabalho, durante quatro anos, em várias partes do mundo, o pernambucano Cuquinha encontrou-se com vendedores ambulantes, que vivenciavam situações de imigração. A cada um deles, propôs adquirir mercadorias que eles ofertavam, pagando o dobro do valor cobrado. Em troca, pediu um retrato de cada imigrante. Por fim, imprimiu as imagens sobre materiais como cobre, ou cédulas, com um detalhe: as superfícies tinham o mesmo valor do custo dos produtos negociados.

Assim, pode-se conhecer, na mostra, enfileirados ao lado de suas mercadorias, o ambulante jamaicano que vende bandeiras de países em Londres; a boliviana que oferece meias infantis nas ruas de São Paulo enquanto carrega o filho amarrado ao corpo; e o retirado da Costa do Marfim, que comercializa miniaturas chinesas da Torre Eiffel, em Paris (FR).

Na abertura da exposição, mercadores de diversos países serão convidados a ocupar o espaço expositivo e nele negociar sua mercadoria com o público. Cuquinha explica que “Transição de Fase” é um termo da física, que retrata a mudança do sólido ao líquido, ou do líquido ao gasoso. “Dentro da exposição, porém, abrange mais: é partir de um território familiar e conhecido para um território novo não-doméstico”, diz o artista, que viveu a condição de imigrante no Reino Unido, por cinco anos.

Já a peça sonora, concebida em parceria com os artistas Mariana Lacerda e Muep, é composta por trechos de entrevistas com alguns dos imigrantes retratados na pesquisa. “O registro sonoro foca especialmente em uma imigrante do Congo, Hortense Mbuyi Mwanza, que narra a vivência de refugiada política e cuja história também estará narrada no catálogo”, adianta Cuquinha.

A exposição Transição de fase chega a o Mato Grosso do Sul com produção executiva de Marcelo Calheiros. A mostra segue em exibição até o dia 7/12.

Lourival Cuquinha nasceu no Recife (PE), em 1975. Já expôs em nações como Indonésia, Alemanha, Inglaterra, Holanda, França, Estados Unidos, Cuba, Bélgica e Espanha, entre outras. Seus trabalhos integram coleções de instituições como o Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM SP), na capital paulista; a Coleção de Arte da Cidade de São Paulo (CCSP); e o Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães (Recife). Obras suas figuram em coleções privadas em diversos países.

Posted by Patricia Canetti at 12:42 PM

outubro 16, 2018

Nelson Felix na Galeria Reocupa, São Paulo

Nelson Felix faz exposição de Inauguração da Galeria Reocupa

A primeira exposição da Galeria Reocupa - Esquizofrenia da forma e do êxtase - traz um grupo de obras inéditas de Nelson Felix, desenvolvidas durante a estada de 24 horas do artista na Ocupação 9 de Julho. Os trabalhos fazem parte de uma ação desenvolvida pelo artista em três locais distintos: primeiramente em dois pontos da América, atingindo geograficamente o início e o fim do Continente; o segundo, no edifício da Ocupação da 9 de Julho, no centro de São Paulo, trabalhando no espaço externo e interno da Galeria Reocupa e, por último, no prédio da Bienal de São Paulo, como parte da mostra internacional, apresentando uma série de sete esculturas.

Para Nelson, a percepção do espaço se caracteriza por um emaranhado de questões, englobando a poesia e o desenho. Nesse sentido, o artista faz uso de esculturas, objetos, fotografias, ações, coordenadas geográficas e deslocamentos para construir uma ideia de espaço que extrapola o local imediato da obra instalada, atingindo a escala do global. O trabalho apresentado parte de ações de Felix iniciadas com deslocamentos a dois lugares na América: Anchorage, no Alasca e Ushuaia, na Argentina. Os pontos seriam como ‘o início e o fim’ das cordilheiras formadas pelas Montanhas Rochosas na América do Norte, e dos Andes na América do Sul, vistas poeticamente pelo artista como a coluna vertebral do globo terrestre.

A partir daí, foram escolhidos os posicionamentos de duas partes de uma escultura no edifício da Ocupação, uma na parte externa e outra no espaço da Reocupa. A mostra na galeria é complementada por desenhos, essenciais a todo o processo de trabalho. Segundo Nelson, “o amalgama desta série de ações foi feito através do desenho, do ato de desenhar constante. Nesse exagero de elementos articulados nasce uma noção de ‘paisagem’, uma noção de espaço em que se mesclam espaço natural, operações poéticas e espaço construído. Está carregada de percepções, significados, história, sentimentos, desejos, memórias. Um esforço se faz necessário por parte do observador. A obra requer tempo para que você possa tatear e começar a ver sua estrutura”.

O artista também apresenta uma série de obras desenvolvidas nesse processo a partir do dia 20 de outubro na Galeria Milllan em São Paulo.

Sobre a Galeria Reocupa A Galeria Reocupa é um projeto artístico que visa colaborar para o posicionamento da Ocupação 9 de Julho, no centro de São Paulo, como espaço de referência para discussão e reflexão sobre cultura, cidade e sociedade contemporânea.

O projeto reativa o antigo saguão do edifício, localizado na Avenida 9 de Julho. Inativo há décadas, o espaço se oferece simultaneamente como potência e desafio aos que se propuserem a ocupá-lo. Buscando evidenciar artistas e trabalhos dentro e fora do circuito estabelecido, contará com uma programação de mostras e atividades paralelas desenvolvidas a partir de cada projeto. Sua gestão será compartilhada entre artistas, curadores, arquitetos e gestores culturais que atuam em parceria com os moradores da ocupação. A Galeria Reocupa se propõe a atuar como vetor de convergência entre os diversos atores do circuito da arte e, mais amplamente, como instrumento de construção e articulação entre o meio artístico, o corpo social da Ocupação e a população do centro de São Paulo. A ideia é desenvolver partilhas, ativações, trocas, conversas, afetos, articulações entre artistas, curadores, colecionadores, editores, galerias, coletivos, instituições, produtoras, e movimentos sociais.

Posted by Patricia Canetti at 4:31 PM

(Em) Conversa com André Santangelo e Pedro Gandra na Referência, Brasília

Referência Galeria de Arte realiza encontro entre os artistas André Santangelo e Pedro Gandra para debate sobre arte, processos criativos e produção.

No dia 20 de outubro, sábado, às 11h, a Referência Galeria de Arte recebe o público para o projeto (Em) Conversa, que reunirá os artistas André Santangelo e Pedro Gandra que apresentarão ao público seus trabalhos e falarão sobre seus processos criativos, modos de produção e os aspectos principais de suas obras. A entrada é gratuita e a classificação indicativa é livre para todos os públicos. A Referência Galeria de Arte fica na 202 Norte Bloco B Loja 11, Subsolo, Asa Norte, Brasília-DF.

(Em) Conversa é um desdobramento do projeto Conversa – exposições que reúnem as obras de dois artistas em cada mostra oferecendo um diálogo entre linguagens, suportes e técnicas. Nesta etapa do projeto, a proposta é colocar dois artistas para falar de seus trabalhos, suas rotinas de ateliê, temas de investigação, técnicas, entre outros assuntos que podem surgir durante o encontro. O objetivo do encontro é aproximar o público do fazer do artista e de sua produção. As apresentações dos artistas terão 30 minutos de duração cada e serão seguidas de 30 minutos de conversa aberta à participação do público.

Sobre os artistas

André Santangelo é um artista brasiliense que, há mais de 20 anos, produz imagens e instalações onde especula, constantemente, as possibilidades da integração entre as técnicas clássicas, como a pintura, e as mídias contemporâneas, como a fotografia em sua versatilidade atual, sempre criando novos contextos, novos mundos, novas poesias. O diálogo entre a fotografia e a pintura, perceptível em suas obras, demonstra que a formação do artista se deu em pintura e fotografia ao mesmo tempo em que ele apreendia as tecnologias digitais, de captura e manipulação de imagens, que estão a cada dia se superando e que tanto impactam a produção artística desde a década de 80. Santangelo participou de diversos projetos junto a instituições de referência no circuito artístico brasileiro como o Instituto Itaú Cultural, a Funarte, o Prêmio PIPA entre outros, realizando exposições em diversas capitais brasileiras e no exterior. É representado pela Referência Galeria de Arte e participa continuamente da SP-Arte, mais importante evento das artes visuais da América Latina. Suas obras estão em diversas coleções particulares e museus.

Pedro Gandra nasceu no Rio de Janeiro, atualmente reside em Brasília. Desde 2007, estuda artes visuais em módulos livres em diversas instituições, ateliês e grupos de estudo, como a EAV do Parque Lage/RJ e Casa França Brasil/RJ. Desenvolve sua investigação em pintura, lidando com referências de capacidades cênicas na disposição de elementos que compõem os trabalhos, aliados a uma ideia de proposição narrativa. Desde 2011, participa de diversas exposições coletivas em galerias e instituições, tais como: O espaço entre, Galeria Largo das Artes/RJ; SEUmuSEU, Museu Nacional de Brasília; Somos todos Clarice, Galeria do Lago, Museu da República/RJ; 44º Salão de Arte Contemporânea Luiz Sacilotto, Santo André/SP; Novas referências, Referência Galeria de Arte/BSB; Fronteiras da pintura – Fronteiras da ilusão, Museu Nacional dos Correios/BSB; Invenção da paisagem, Martha Pagy Escritório de Arte/RJ; Dialetos 2, no Centro Cultural São Paulo, que apresentou um recorte da jovem produção do Centro-Oeste; Daqui a Pouco, na Baró Galeria/SP. Foi o 3º Premiado no I Prêmio Vera Brant de Arte Contemporânea, em Brasília. Também, foi premiado no Concurso Garimpo da Revista Dasartes de 2017.

Posted by Patricia Canetti at 12:35 PM

Marco Paulo Rolla e Dudude no Palácio das Artes, Belo Horizonte

O artista plástico Marco Paulo Rolla e a artista de dança Dudude mantêm uma parceria colaborativa desde os anos 90. Em apresentação inédita no Café do Palácio das Artes (Av. Afonso Pena 737), o público poderá assistir a performance Tanque: uma ópera molhada, um dos resultados do processo de colaboração desses dois artistas que não se limitam ao domínio de cada uma de suas áreas e se lançam ao desafio do experimento em outras linguagens. A apresentação ocorre no dia 18 de outubro, quinta-feira, às 19 horas.

Segundo Marco Paulo, o intuito da performance é provocar as próprias linguagens da cena e realizar uma leitura metafórica do cotidiano de pessoas comuns. “Tanque tem em sua construção uma reflexão sobre a vida ordinária, levando em conta ações simples do dia-a-dia de uma pessoa numa metrópole brasileira, que padece da degradação cultural e tem dificuldades em se comunicar com o outro”, explica o artista.

A performance conta com duas ações claras: lavar roupa e assistir televisão. Ambos os personagens, um homem e uma mulher isolados em suas próprias realidades, alternam entre observar o que se passa na TV e lavar roupas em um grande tanque e baldes cheios de água. Marco Paulo e Dudude interpretam os movimentos enquanto cantam, em vozes operísticas, frases cotidianas. “O canto lírico aparece como suporte e linha de força para realçar um estranhamento, visando a inversão das realidades do que seria o real e o virtual”, conta Marco Paulo. “Os personagens não se comunicam diretamente, é como se cada um vivesse em seu apartamento. O canto erudito proferido pelos dois é uma forma de redimensionar o cotidiano através dos recursos da expressão cênica da ópera – uma situação aparentemente banal é trabalhada para ressaltar o absurdo que ela pode representar”.

Para Dudude, Tanque continua com sua devida potência, mesmo após 13 anos da estreia da performance no Festival Cenas Curtas, do Galpão Cine Horto. “A obra nos cativa pela atualidade, pelo momento que passamos no país. Além da importância política, Tanque possibilita experimentar habilidades distintas, provar, degustar. Trabalhar com Marco é sempre um prazer, somos amigos, camaradas, e temos em comum a necessidade de avançar”, conta a artista, que se diz empolgada com a remontagem.

A performance é o resultado da vontade dos artistas de vivenciar linguagens artísticas distintas e provocar reflexões acerca da vivência rotineira do homem contemporâneo. “Buscamos tratar do esvaziamento cultural de nossa sociedade, causado pelo empobrecimento material, em contraposição a um mundo virtual, imagético e altamente perverso imposto pelo meio de comunicação mais acessível e comum a toda população: a televisão”, conclui Marco Paulo.

Tanque teve sua estreia em 2005 e após grande sucesso os artistas foram convidados para vários eventos no Brasil e no exterior, como a Mostra de Teatro Brasil em Cena (2006), na cidade de Berlim, o Festival Rio Cena Contemporânea, no Rio de Janeiro, o Festival de Teatro Palco e Rua, em Belo Horizonte, e o Festival Internacional de Teatro de São José do Rio Preto. Em todas essas apresentações, a performance obteve tanto o respaldo do público quanto da crítica especializada.

Marco Paulo Ribeiro Rolla – Natural de São Domingos do Prata, Minas Gerais, nasceu em 1967. Mestre em Artes pela Escola de Belas Artes da UFMG em 2006, fez residência na Rijksakademie van Beeldende Kunsten, em Amsterdam, na Holanda. Desde 2001 é criador, coordenador e editor do CEIA - Centro de Experimentação e Informação de Arte – Belo Horizonte. Realizou exposições individuais no Brasil, Alemanha, Argentina e Holanda. Participou de exposições coletivas no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro; Museu de Arte Moderna de São Paulo; Rohrbach Zement e Dotternhausen, na Alemanha; Muu Gallery e Helsink, Finlândia; e na Foundazione Pistoletto, na Itália. Realizou a mostra individual de desenhos em técnica mista Construções Fatais, no Palácio das Artes, e participou da programação de Performance da 29ª Bienal de São Paulo, em 2010. Em 2015 participou da exposição Terra Comunal, com curadoria de Marina Abramovic no SESCSP. Seus trabalhos encontram-se em coleções como a do Museu de Arte Moderna de São Paulo, Instituto ITAU Cultural de São Paulo, Museu de Arte da Pampulha de Belo Horizonte, Centro Cultural Inhotim, e FUNARTE. Como performer vem se destacando em festivais no Brasil e no exterior. Como coordenador do CEIA realizou, entre outros eventos, a MIP – Manifestação Internacional de Performance, 2003 e 2009. Desde 2013 é o curador de performance do Memorial Minas Vale. É professor da escola Guignard UEMG, desde 2009, onde criou a disciplina de Performance e é orientador e curador da Mostra Perplexa de performance. Também atuou como orientador nas turmas de atelier de especialização de Pintura na mesma instituição.

Dudude – Bailarina, improvisadora, coreógrafa, diretora de espetáculos e professora de dança. Estuda e trabalha desde a década de 70 a pedagogia de ensino da dança contemporânea. Trabalhou como professora e/ou coreógrafa para o Grupo Galpão, Cia Burlantins, Grupo de Dança 1º Ato, Companhia de Dança Palácio das Artes, Grupo do Beco do Conglomerado Santa Lúcia e Oficinão Galpão Cine-Horto. Fez parte da geração formada pelo TransForma Centro de Dança Contemporânea, criado e gerido por Marilene Martins, onde permaneceu de 1970 a 1981, primeiramente como aluna e mais tarde como bailarina, professora, coreógrafa e durante um ano (1981) como diretora artística. Foi nessa época que realizou seu primeiro trabalho coreográfico, Escolha seu Sonho, criado para o grupo. Fundou e dirigiu a Benvinda Cia de Dança de 1992 até meados de 2007. Em 2001 recebeu a Bolsa Virtuose, do Ministério da Cultura do Brasil. Em 2003 desenvolveu seu projeto selecionado pelas Bolsas Vitae de Artes, Poética de um Andarilho - A Escrita do Movimento no Espaço de Fora. Em 2004 estreou o espetáculo Maria de Lourdes em Tríade, e Tanque, uma parceria com Marco Paulo Rolla. Foi convidada, em 2005, para apresentar seu trabalho Um solo para uma dança e um violão em Paris (França), no Ano do Brasil na França. Estreou em 2006 seu espetáculo Na Planície, Logo Montanha, Aparece o Mar... e neste mesmo ano apresentou-se na Copa da Cultura em Berlim (Alemanha). Em 2007 fez turnê no Equador, apresentando seu mais novo trabalho Sem, um colóquio sobre a falta. Desde então segue trabalhando entre Belo Horizonte e Casa Branca onde possui um Atelier desde 2010, promovendo ações focadas na arte contemporânea. Em seus trabalhos atuais está cada vez mais focada na conexão de arte e vida, dentro do conceito da Ecologia Humana.

Posted by Patricia Canetti at 12:15 PM

outubro 12, 2018

Leilão Artes Plásticas pela Democracia

Cerca de 50 artistas, entre os mais reconhecidos, doaram em torno de 60 obras para o Leilão Artes Plásticas pela Democracia, que se realiza online entre os dias 11 e 19 de outubro, com o objetivo de prover recursos para o Instituto Lula e a defesa do ex-presidente. Entre as obras há duas do poeta Augusto de Campos e uma assinada por Tomie Ohtake, doada por Ricardo Ohtake, filho da artista (confira, abaixo, a lista completa dos artistas participantes).

Os lances mínimos equivalem a algo entre 30% e 50% do valor de mercado de cada trabalho, de acordo com o estabelecido pelo artista. Haverá obras para todos os bolsos: para o car taz de Cubagramma 1962, assinado por Augusto de Campos, o preço mínimo é de R$ 1.000,00.

O valor total arrecadado será divulgado no dia seguinte ao encerramento do Leilão, 20 de outubro, em confraternização no Galpão VB. O evento vai reunir os integrantes da organização do leilão e do movimento Ação pela Democracia, que o promove, além de artistas, colecionadores, representantes do Instituto Lula e da mídia e simpatizantes da causa.

Artistas participantes (confirmados até 1º de outubro):

Albano Afonso, Alvaro Seixas (3 obras), Alvaro Wolmer, Ana Prata, Antonio Goper, Armando Queiróz, Augusto de Campos (2 obras), Bruno Dunley, Ciro Cozzolino, Cláudio Cretti, Ding Musa, Dudi Maia Rosa, Edith Derdyk (2 obras), Edouard Fraipont, Eliane Paulino, Enio Squef, Fabio Miguez, Flavia Bomfim (2 obras), Francisco Klinger, Geórgia Kyriakakis, Germana Monte-Mór (2 obras), Gilda Vogt, Guilherme Ginane, Hildebrando de Castro, Iran do Espírito Santo, Juliana Kase, Laura Vinci, Lia Chaia, Lourival Cuquinha, Lucas Bambozzi (2 obras), Lucia Koch, Luciano Zanette, Luiz Solha, Marcius Galan, Mauro Restiffe, Néle Azevedo, Nuno Ramos, Paulo Monteiro, Paulo Nenflidio, Paulo Pasta, Renata de Bonis, Ricardo Bezerra, Rochelle Costi, Rodrigo Andrade, Sandra Cinto, Sergio Niculitcheff, Sergio Romagnolo (2 obras), Sergio Sister, Tomie Ohtake, Valdirlei Dias Nunes, Vanderlei Lopes

Leilão Ação pela Democracia
Lances online de 11 de outubro às 11h até 19 de outubro às 19h

Anúncio do resultado: Confraternização no Galpão VB Videobrasil (Avenida Imperatriz Leopoldina 1150, São Paulo) dia 20 de outubro, a partir das 18h.

Posted by Patricia Canetti at 11:47 AM

Lançamento do jogo digital Aura-Remastered no MARGS, Porto Alegre

Arte é tema de game interativo: o jogo Aura-Remastered compõe o projeto O Poder da Multiplicação, que trata da linguagem e das técnicas de reprodução na arte, da gravura à era digital

No dia 16 de outubro, terça-feira, acontece no MARGS - Museu de Arte do Rio Grande do Sul o lançamento do jogo virtual Aura-Remastered, que faz parte do projeto O Poder da Multiplicação. Realizado pelo Goethe-Institut Porto Alegre no campo da arte impressa, o projeto inclui, ainda, website, exposição, catálogo e uma série atividades paralelas, como debates e visitas mediadas.

O evento será realizado em dois momentos: às 16h, a equipe responsável pela criação do jogo fará um painel de apresentação do projeto no auditório, como atividade de extensão da UFRGS, com inscrições prévias e gratuitas. A partir das 17h, o jogo estará disponível para experimentação do público em geral, no espaço expositivo, junto à exposição O Poder da Multiplicação, com entrada franca.

O jogo foi desenvolvido por uma equipe coordenada pela professora Dra. Paula Mastroberti, do Instituto de Artes da UFGRS (veja abaixo a ficha técnica). Aberto ao diálogo interativo com a exposição O Poder de Multiplicação - em cartaz no MARGS até o dia 11 de novembro - o jogo Aura-Remastered coloca em discussão a importância da cópia como forma de acesso à cultura e à arte em nosso cotidiano. Ele permite, também, por via da simulação e da metáfora, a experimentação das diferentes técnicas de reprodução em gravura ou arte impressa e o modo como essas técnicas afetam a cultura e a sociedade.

Para jogar, o usuário deverá copiar e colar figuras (stickers, carimbos, estênceis) que exercem diversas funções, como ultrapassar obstáculos, destruir o muro que impede a visibilidade de outros mundos possíveis e concluir o jogo de forma criativa e variada. Depois da apresentação os participantes poderão jogar e interagir no espaço expositivo. O jogo estará disponível para download para o sistema Android a partir do dia 10 de outubro.

Lançamento do jogo digital Aura-Remastered

Dia 16 de outubro, terça-feira
Museu de Arte do Rio Grande do Sul - MARGS
Praça da Alfândega, s/n - Centro Histórico, Porto Alegre - RS

Às 16h - painel de apresentação - atividade de extensão da UFRGS
Com Paula Mastroberti e equipe
Entrada franca com inscrições prévias pelo link
Vagas limitadas
Local: Auditório

Às 17h - apresentação para o público em geral e experimentação do jogo
Entrada franca
Local: Exposição O Poder da Multiplicação

Ficha técnica Game Aura-Remastered

Paula Mastroberti, coordenadora e professora do Instituto de Artes da UFRGS
Camila Peres, artista-designer/assistente de coordenação e artista gráfica
Pedro Frota Paiva, sound-designer e artista-designer
Bruna Dias Morais, artista-designer
Joarez Ceccato Santini, game-designer
Guilherme Veloso Sehna, game-designer e programador
Willian Brasil Metzger, programador

Posted by Patricia Canetti at 11:34 AM

Monica Barki no Midrash, Rio de Janeiro

No dia 16 de outubro, terça-feira, às 19h30, a artista Monica Barki abre a exposição Bagagem, com curadoria de Frederico Dalton, no Centro Cultural Midrash. Composta por 19 colagens, 3 assemblages e uma pintura de grande formato, produzidas entre os anos de 1998 e 2004, a mostra incorpora ao conjunto, colagens inéditas produzidas em 2018.

Em “Bagagem”, Barki revisita a sua série ‘Colarobjeto’ e se apropria de fragmentos de memórias, recolhendo imagens de peles, bordados, colchas, sacolas, bolsinhas, carteiras, colares, novelos, fitas, cacos de cerâmica, brinquedos e toda sorte de objetos do cotidiano.

Como uma colecionadora de imagens, objetos, cores, formas, texturas e tramas, a artista cria um jogo de sobreposição e justaposição, reconstruindo seu pequeno-grande-mundo de modo peculiar e à maneira das vísceras de um organismo. “É uma espécie de trouxa que levo comigo. Carrego algumas relíquias, louça, roupa, cadernos de anotações, tapetes, resquícios de um bordado, livros, enfim, objetos originários da minha ‘tribo’... Quando estou trabalhando, vejo tudo isso fragmentado e as peças me implorando para serem atadas ... Sinto também um odor de mofo misturado a especiarias. Falo de um passado que me deixou marcas profundas”, explica a artista.

Nas palavras do curador e artista Frederico Dalton “Os fragmentos permanecem íntegros, resultando num todo que transcende sua soma. Filha das migrações, Monica Barki equipa-se para o futuro reconfigurando o passado”.

Sobre a artista

Graduada em Comunicação Visual e em Licenciatura em Artes Plásticas pela PUC-RIO. Entre 1970 e 1976 frequentou o Centro de Pesquisa de Arte, sob orientação de Ivan Serpa e Bruno Tausz. Na década de 1980, fez cursos de cerâmica, litografia e pintura na Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Em 2009 e 2010 estudou Arte e Filosofia com Fernando Cocchiarale, no Rio.

Entre as principais exposições individuais estão: “Eu me declaro”, Paço Imperial (Rio de Janeiro, 2017), “Desejo”, Galeria TAC (Rio de Janeiro, 2014), “Arquivo sensível”, Museu Nacional de Belas Artes (Rio de Janeiro, 2011), “Colarobjeto”, Paço Imperial e Galeria Anna Maria Niemeyer (Rio de Janeiro, 2000) e “Pinturas”, Centro Cultural Banco do Brasil (Rio de Janeiro, 1992). Monica Barki também participou de diversas coletivas no Brasil e no exterior, entre elas, The Role of image, TerrArteGallery, Buckinghamshire (Londres, UK, 2016), Contemporary Brazilian Printmaking, International Print Center New York (Nova Iorque, 2014), Colarobjeto, Centro Cultural Recoleta (Buenos Aires), “Gravura em campo expandido”, Estação Pinacoteca (São Paulo, 2012), “Arte Brasileira Hoje”, Coleção Gilberto Chateaubriand, MAM-RJ (2005), 11ª Bienal Ibero-Americana de Arte (México,1998) e 21ª Bienal Internacional de São Paulo (1991).

Suas obras estão presentes em diversas coleções, entre elas MAM-RJ, MAM-SP, Itaú Cultural (São Paulo), IBM (São Paulo e Rio), Museu de Arte da Pampulha (Belo Horizonte) MAC-Niterói/RJ (coleção João Sattamini), Centro de Arte e Cultura Dragão do Mar (Fortaleza), Museus Castro Maya (Rio), e Museu de Arte Contemporânea do Paraná (Curitiba).

Posted by Patricia Canetti at 10:50 AM

outubro 11, 2018

José Bento no Anexo Millan, São Paulo

O artista de Minas Gerais reúne nas dependências do Anexo Millan uma seleção de 15 esculturas e duas fotografias inéditas.

A Galeria Millan apresenta, de 17 de outubro a 17 de novembro de 2018, Todos os Olhos, a primeira individual do artista José Bento na galeria. A mostra ocupa o espaço do Anexo Millan e reúne um conjunto de 15 esculturas e duas fotografias inéditas. Conhecido por seu gosto e destreza no trabalho com madeira, José Bento apresenta nesta individual uma belíssima série de dez feijões esculpidos em diferentes tipos e cores desse material (“Todos os Olhos”), além de uma grande obra feita em bambu, logo na entrada do Anexo Millan (“A Catadora”).

Desde o final da década de 1980, José Bento é conhecido pelo interesse por aquele que é um dos mais tradicionais meios das artes plásticas – a escultura – e pela preferência por um de seus materiais mais típicos – a madeira. Essas estratégias, contudo, não devem ser tomadas de forma muito literal. Seja nas maquetes arduamente trabalhadas de maneira artesanal, nas grandes esculturas monolíticas ou nas toras brutas de madeira, os meios e materiais que o artista utilizou nesses trinta anos de carreira são mais ferramentas de experimentação poética e de criação de mundos do que uma afirmação estritamente formal ou artesanal da arte.

A obra que dá título à exposição, por exemplo, é uma série de dez esculturas de madeira em formato de feijões, cada uma com um peso, densidade e coloração diferentes, localizada na sala principal do Anexo. As peças representam alguns dos tipos de feijão mais consumidos pelos brasileiros, como o feijão preto, o feijão carioca, o fradinho, o vermelho e o roxinho. Se somado, o peso desses trabalhos resulta exatamente em 1283 kg, número que, segundo o IBGE, é a quantidade média de feijão que um brasileiro consome ao longo da vida. No fundo da sala, atrás dos feijões, uma fotografia: em “Xangô” vemos um sacerdote do vodú que segura uma pequena “Árvore” de José Bento, aos pés de uma estátua de Xangô, em Benin, na África. E, assim como o orixá que dá nome à obra, o feijão também pode ser visto como um símbolo de justiça, de igualdade e de força.

No hall do Anexo o destaque é a escultura “A Catadora”, formada por três grandes peneiras de bambu interligadas, com 3,10 m de diâmetro, cada. Ao lado dela temos a escultura “Coluna”, feita com cinco peneiras de metal sobrepostas, cada uma acomodando um nível diferente de serragem de madeira. Assim como em “A Catadora”, “Coluna” coloca em evidência uma ferramenta de trabalho usada tanto para a triagem de grãos – como os feijões – quanto no próprio ofício de José Bento. Por sua vez, a fotografia “Oxumaré”, na mesma sala, também se volta à mitologia iorubá, em que Oxumaré é representado por uma serpente que abraça o mundo, um arco-íris ou o líquido amniótico da coluna vertebral humana. Assim como os feijões da sala principal, são trabalhos que remetem a ideias de abundância e sustento mas também ao oposto complementar disso: fome, sobrevivência, trabalho e, consequentemente, prosperidade.

Por fim, na sala menor do Anexo - apelidada pelo artista de “sala da crise” -, estão as obras “Boca”, “Assunto” e “Rolo”, todas em madeira. “Boca” é um alçapão de 2,20 m de altura por 1,20 m de largura, uma versão em escala humana desse tipo de armadilha para pássaros cuja comercialização é proibida no país. “Assunto” e “Rolo”, por sua vez, reproduzem em madeira, com exatidão de escala e detalhes, dois objetos comuns na casa – mais especificamente no banheiro – de todo brasileiro: um assento de vaso sanitário e um porta-papel higiênico.

SOBRE O ARTISTA

José Bento (1962, Salvador, BA. Vive e trabalha em Belo Horizonte, MG.)

Os trabalhos de José Bento superam os limites formais da escultura. O artista cria diálogos com a arquitetura por meio de silenciosas intervenções, de construções e desconstruções de objetos, instalações interativas, fotografias, performances e vídeos, utilizando principalmente materiais como a madeira — comumente oriunda de reformas e demolições —, a porcelana e o vidro.

Em sua primeira exposição individual, em 1989, no Paço das Artes de Belo Horizonte, o artista inaugura a discussão da relação entre os planos bi e tridimensionais a partir de maquetes e objetos construídos com palitos de picolé. Já na Casa Guignard, em Ouro Preto (MG), abordando as questões que envolvem os materiais de sua produção artística, apresenta esculturas feitas a partir de troncos de árvores seculares da Mata Atlântica, tombadas naturalmente. Em 1992 recebe o Prêmio Brasília de Artes Plásticas, no 12° Salão Nacional de Artes Plásticas, no Rio de Janeiro. Em 2004 exibe suas esculturas no Museu de Arte da Pampulha, em Belo Horizonte, e apresenta a obra Chão, site-specific cujo material, oriundo de reformas e de demolições, sobrepõe-se a camadas de molas e simula uma experiência de instabilidade ao caminhar. Recentemente essa obra foi apresentada na 32a Bienal de São Paulo, ocupando uma área de 627 m2 do Pavilhão da Bienal.

Posted by Patricia Canetti at 6:38 PM

Daniel Jablonski na Janaina Torres, São Paulo

Contar a história de uma vida a partir dos objetos acumulados ao longo dos anos é o mote da exposição As Coisas, do artista Daniel Jablonski, que fica em cartaz de 17 de outubro a 15 de dezembro, na Galeria Janaína Torres, em São Paulo. O artista apresenta o resultado de uma longa pesquisa, iniciada em 2017, e parcialmente desenvolvida em residência de seis meses no Programa Pivô Pesquisa 2018, também em São Paulo. Com interlocução do curador Leonardo Araujo Beserra, a obra pretende reconstituir — de forma quase detetivesca — a cronologia dos 33 anos de vida do artista a partir de sua dimensão em aparência mais contingente: a de seus resíduos materiais.

Há tempos, Jablonski vem catalogando exaustivamente todos os seus pertences fora de uso, acumulados arbitrariamente desde seu nascimento até o presente dia. Os mais de 3000 itens vão desde roupas velhas à fotocópias de textos de faculdade, passando por objetos de cozinha, livros, catálogos, até fotografias de família e contas, recibos e boletos. Para além da esfera do consumo, esses objetos também servem como poderosos suportes narrativos. Preferências musicais são gravadas em fitas cassetes e filmes favoritos em VHS. Ideias são registradas em guardanapos, hábitos alimentares em listas de compras e amores em cartões postais. Alguns objetos, ao contrário, evocam a lembrança de quem os ofertou, como brinquedos, roupas, relógios, e até mesmo móveis. Outros trazem ainda nomes próprios impressos e atestam algo sobre eles, como cartas, e-mails, boletins escolares, contas de luz, laudos médicos e passaportes.

Ao repertoriar e tornar públicos quase todos os seus objetos pessoais, o artista aponta para outras possibilidades narrativas no domínio da expressão pessoal. Diferentemente do que acontece em boa parte das autobiografias, que partem das lembranças (e esquecimentos) dos seus autores, em As Coisas o artista utiliza-se dos objetos para forçar sua memória em direções radicalmente imprevistas. Trata-se de tentar compreender o que esses resíduos materiais obrigam a contar: onde estava ele quando comprou aquela camiseta? O que estava pensando enquanto lia aquele livro? Que tipo de criança foi ao jogar com aqueles carrinhos de brinquedo? Ao fazer a memória (e o esquecimento) passar pelo filtro do mundo exterior, a exposição propõe-se menos como o museu pessoal do artista e mais como um arquivo comum de uma geração compartilhada.

O caráter, em geral, trivial dos objetos repertoriados evidencia o caráter também trivial, e mesmo genérico, da vida do próprio artista. Esta nada tem de especial e surge aqui apenas como um “exemplo” para um jogo de identificação e diferença estabelecido pelos públicos: “eu tinha o mesmo álbum de figurinha”, ou “nunca fui a esse país”, etc. A possibilidade de transposição de um indivíduo à outro fica indicada no nome da exposição, a qual retoma o título de um romance do escritor francês Georges Perec, “As coisas: uma história dos anos sessenta”, de 1965. A própria ideia de se fazer uma listagem completa dos itens pessoais de um indivíduo foi tomada de um projeto (não-realizado) do próprio Perec, enunciado em um ensaio de 1977:

“Este pânico de perder meus rastros seguiu-se de uma fúria de conservar e classificar. Eu guardava tudo: as cartas com seus envelopes, ingressos de filmes, passagens aéreas, faturas, talões de cheques, prospectos, recibos, catálogos, convocatórias, jornais diários, canetas-marcadoras secas, isqueiros vazios e até mesmo boletos de contas de gás e eletricidade de um apartamento no qual já não vivia há mais de seis anos e, às vezes, passava um dia inteiro a triar e a triar, imaginando uma classificação que preencheria cada ano, cada mês, cada dia da minha vida”. (“Os lugares de um ardil” In Pensar / Classificar, 1985).

Ao tentar realizar um projeto alheio, As Coisas clarifica aos públicos que qualquer um poderia empreender o mesmo trabalho de memória. Mas, ao mesmo tempo expõe também as dificuldades de tal empreitada: por mais que queiramos organizar nossa vida, por princípio, não se pode eleger um único critério que permita fazê-lo.

A cada vez que escolhemos um novo critério, tudo muda. Para evidenciar isso, a exposição elenca e exibe simultaneamente três formas de organização, cada uma com suas virtudes e limites:

1 - Forma expositiva: todos os objetos físicos (mais de 3000) exibidos sobre estantes modulares, pastas arquivos, escaninhos, revisteiros, prateleiras e prendedores diversos, separados por ano, de 1985 a 2018.

2 - Forma indicativa: uUma extensa lista alfabética, correndo por duas paredes da galeria, com a descrição de todos os objetos apresentados, separados por categorias. Ex: Abridor de garrafas, Acordeom, Adesivo, Bandeira, Bilhete de ônibus, Boletim escolar, Cartão de embarque, Caderno, Caixa, etc.

3 - Forma enunciativa: um audioguia, presente na entrada da exposição, contendo 343 faixas de áudio, contendo breves narrativas que visam a reconstituição da vida do artista, ano a ano, a partir dos objetos arbitrariamente remanescentes. Estes serão elaborados pelo artista ao longo do período da exposição, e serão acrescentados à obra semanalmente.

Assumindo a forma expositiva de uma grande instalação imersiva, a obra remete ainda à forma e à função simbólica de um labirinto. Desde as mais antigas mitologias, estes funcionam como poderosas metáforas do sujeito: perder-se e encontrar-se ali é perder e encontrar a si mesmo.

Junto das múltiplas dimensões de acesso e disposição em As Coisas, Daniel Jablonski e Leonardo Araujo Beserra propõem, ao fim da exibição (15/12), uma conversa pública para o lançamento de uma publicação criada por meio de suas conversas. A brochura, escrita pelo curador e editada pelo artista, tenta contar a história de alguns objetos encontrados na exposição, comentando porém as biografias, factual ao mesmo tempo que ficcional, deles remontam seus contextos de criação e utilidade, para além de seus abandonando os usos e as apropriações feitas deles por Jablonski ao longos dos últimos 33 anos.

Já para o início da exposição, a interlocução dos agentes propõe outra camada interpretativa para os desejos de universalidade impressos em As Coisas. Araujo apresenta um conjunto de Censos sociológico-demográficos respondidos como sede fosse Jablonski, exclusivamente através de sua análise dos mais de 3000 objetos apresentados, sem fazer qualquer pergunta ao artista sobre sua trajetória de vida.

Posted by Patricia Canetti at 5:54 PM

Arte pra Sentir na Caixa Cultural, Brasília

Nova exposição da Caixa Cultural estimula os diferentes sentidos dos visitantes

Multisensorialidade é a palavra-chave da exposição “Arte Pra Sentir”, que terá início dia 16 de outubro na Galeria Principal da Caixa Cultural de Brasília, localizada no Setor Bancário Sul. A exposição, feita com a curadoria de Isabel Sanson Portella, apresenta obras que estimulam o tato, a audição e o paladar dos visitantes.

Os trabalhos remetem às experimentações realizadas nos anos 1960 e 1970 por artistas do neoconcretismo, como Lygia Clark, Hélio Oiticica e Lygia Pape, em que a obra se tornava processo, diálogo e, principalmente, vivência. O objetivo era provocar o público com diferentes estímulos. E essa característica permanece viva em “Arte Pra Sentir”.

Ainda que possuam trajetórias diferentes, os artistas representados tiveram como princípio comum buscar novas maneiras de o público perceber e sentir as obras na exposição. A provocação direta e a transposição dos limites perceptivos foram o ponto de partida para a curadoria convidar os artistas Carolina Ponte, Ernesto Neto, Flávio Cerqueira, Floriano Romano, Opavivará e Pedro Varela. Entre obras já conhecidas do público, alguns trabalhos foram criados especialmente para esta exposição.

A mostra “Arte Pra Sentir” também revela uma preocupação com a acessibilidade ao trazer não apenas peças táteis como também recursos de sinalização, audioguias, audiodescrição e informações em Braille sobre todas as obras expostas. Assim, os visitantes, em sua diversidade cultural, econômica e social, e com suas especificidades sensoriais, motoras e psíquicas, poderão usufruir desse espaço artístico.

A Caixa investiu mais de R$ 385 milhões em cultura nos últimos cinco anos. Em 2018, nas unidades da Caixa Cultural em Brasília, Curitiba, Fortaleza, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo, está prevista a realização de 244 projetos de Artes Visuais, Cinema, Dança, Música, Teatro e Vivências.

A Caixa Cultural Brasília, inaugurada em 1980, foi o primeiro espaço cultural instituído pela Caixa. Localizada na região central de Brasília, perto da estação Galeria do metrô e da rodoviária do Plano Piloto, possui cinco galerias, teatro, sala multimídia e Jardim das Esculturas. Em 2018, está prevista a realização de 60 projetos e o retorno do Programa Educativo Caixa Gente Arteira.

Posted by Patricia Canetti at 4:12 PM

Gê Orthof na Luciana Caravello, Rio de Janeiro

Artista apresentará site specific na Luciana Caravello Arte Contemporânea, inspirado nos contos do escritor americano Tennessee Williams

Luciana Caravello Arte Contemporânea inaugura, no dia 18 de outubro, a exposição Buraco, com uma única instalação do artista Gê Orthof, inspirada nos contos do premiado escritor americano Tennessee Williams (1911-1983). O site specific, que ocupará o terceiro andar da galeria, articula o tradicional jogo de cartas com os contos, evocando espaços urbanos clandestinos, onde nada está escondido, mas nem tudo é visível.

A instalação minimalista é dividida em núcleos, que se espalham pelo espaço expositivo, através de construções com objetos em acrílico, MDF e cartas de baralho, simulando uma cidade, com pontos de luz e cores em néon, que iluminam, mas também trazem sombra para a instalação, fazendo uma articulação com os lugares visíveis e obscuros das cidades.

Assim como outros trabalhos de Gê Orthof, este também partiu de leituras do artista. A obra foi inspirada na coletânea de Tennessee Williams, mas mais especificamente em dois contos: “O desejo e o massagista negro” e “Os mistérios do Joy Rio”. Ambos foram escritos na década de 1940 e trazem histórias de homens de meia idade, que estão insatisfeitos e descobrem o prazer e a felicidade em lugares obscuros da cidade, como um local de massagem e um cinema. A questão plástica está presente em todo o trabalho. “É uma instalação que utiliza o belo para falar do que está à margem”, afirma o artista.

Intencionalmente, o artista faz um jogo de escalas, em que objetos em miniatura ocupam um grande espaço. Para entender a instalação, será necessário entrar e observar com atenção os detalhes, como os pequenos bonecos que estarão em meio à instalação e observam tudo o que acontece. Um olhar mais atento demonstra, ainda, que as cartas de baralho que compõem a obra trazem figuras homoeróticas. “Embaralha-se, a um só tempo, desconforto e encantamento. Buraco propõe um campo aberto de negociações entre o voyeur e o exibicionista, entre a reprodução e a ruptura de formas tradicionais da experiência do corpo e da sexualidade”, diz o artista.

Nas paredes, cadernetas trazem apenas os diálogos dos contos, com o contexto apagado, mas através dos quais é possível perceber os sentimentos por trás das falas. Ainda nas paredes, haverá textos escritos à mão pelo artista, com trechos dos contos e anotações.

SOBRE O ARTISTA

Gê Orthof (Petrópolis, 1959. Vive e trabalha em Brasília). É artista, professor do Departamento de Artes Visuais da Universidade de Brasília (UNB) e Doutor em Artes Visuais pela Columbia University, Nova York, com pós-doc na Penn State University e na Tufts University. Possui obras em importantes coleções como: Museu de Arte do Rio (MAR), Museu Nacional, em Brasília; Centro de Arte Moderno, em Madri; Davis Museo, em Barcelona, entre outras. Recebeu diversos prêmios, entre eles: "Best of 2017: Our Top 20 Exhibitions Across the United States”, Hyperallergic, Nova York (2018); Prêmio CNI – Marcantonio Vilaça (2015); Prêmio Situações Brasília, Museu Nacional (2014), 1st Prize (Grand Prize) 24th International Artist Competition (2011), Berlim, entre outros.

Dentre suas exposições individuais destacam-se: “Pasaquoyanism: The first card” (2017), no The John Michael Kohler Arts Center, nos EUA; "Many-splendoured thing" (2016), no The Portico Library, no Reino Unido; "1959" (2011), na Paradigmas Galeria, em Barcelona; "800ºC", no Davis Museum (2010), em Barcelona; "J'écoute" (2009), no ARS 117, em Bruxelas; "La violencia de la historia: el suelo de Gertrud" (2008), no Centro de Arte Moderno, em Madri, entre outras.

Dentre suas exposições coletivas mais recentes estão: “Una pos-modernidad periférica” (2018), na Fundación Klemm, em Buenos Aires; Vencedores do 5º Prêmio Marcantonio Vilaça (2016), em Brasília, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Recife e Manchester; 10ª Bienal Mercosul (2015), Porto Alegre; TRIO Bienal Tridimensional Internacional do Rio (2015); Bienal do Porto (2014), Palácio de Cristal; Kulttuurikeskus Poleeni (2012), Pieksämäki, na Finlândia; Europalia - Le Palais des Beaux-Arts de Bruxelles (2011); Festival Performance Arte Brasil (2011), MAM Rio; Ruoli Segreti e Ruoli Proibiti (2011), Palazzo Albrizzi, Veneza, entre outras.

Posted by Patricia Canetti at 3:04 PM

Gisele Camargo na Luciana Caravello, Rio de Janeiro

Artista apresentará na Luciana Caravello Arte Contemporânea pinturas inéditas, produzidas a partir de uma nova pesquisa sobre a relação do homem com a paisagem

No dia 18 de outubro, Luciana Caravello Arte Contemporânea inaugura a exposição Luas, brutos e sóis, com seis pinturas inéditas, em grandes dimensões, da artista Gisele Camargo, que ocuparão todo o espaço térreo da galeria. Os trabalhos foram produzidos este ano, nos últimos três meses, mas fazem parte de uma pesquisa inédita da artista iniciada há três anos, que traz uma nova paleta de cores e novas experimentações da paisagem.

Obras de três séries distintas, que se relacionam entre si, estarão na mostra. Uma delas é “Brutos”, com pinturas originadas a partir da ideia de colagens, remetendo à justaposição de rochas, pedras e minérios. Esta série traz formas fragmentadas, de cores distintas, que ganham volume sobre um fundo neutro. Haverá, ainda, uma série com pinturas de paisagens abstratas, mais pictóricas, que tem a ver com as modificações geológicas, e obras da série “Luas e Sóis”, com paisagens simbólicas, em pinturas mais gráficas. “Procuro formas que simbolizem algo, como o brilho da lua no rio, por exemplo”, diz.

O trabalho da artista sempre girou em torno da relação do homem com a paisagem, mas esse cenário era mais urbano, mais minimalista, permeando questões como o lugar e a arquitetura, com ângulos retos e contrastes entre luzes e sombras. A mudança no trabalho começou quando a paisagem ao redor da artista foi modificada. Uma viagem para o deserto de Cuyo, na Argentina, e a mudança de residência do Rio de Janeiro, onde nasceu, para a Serra do Cipó, em Minas Gerais, influenciaram diretamente seu trabalho. “O deserto é repleto de significados, existe o vazio, a solidão, que te obrigam a entrar mais em contato com você mesmo. A partir disso, a cor também começou a entrar no meu trabalho, a partir das cores do deserto”, conta a artista que costumava usar apenas cores mais gráficas, objetivas, como preto, branco e vermelho. Morar em meio à natureza, em uma das maiores reservas ambientais do Brasil, com natureza intocada, também fez o trabalho da artista tomar um novo rumo. “Com a paisagem diferente, o trabalho sofreu uma mudança grande. Uma parte da minha vida foi urbana e agora me propus a lidar mais com a natureza, experimentando essa outra relação”, conta.

SOBRE A ARTISTA

Gisele Camargo (Rio de Janeiro,1970. Vive e trabalha na Serra do Cipó, MG) é formada em pintura pela EBA – UFRJ. Em 2013, recebeu o prêmio Arte Patrimônio / Honra ao Mérito do IPHAN, em 2012, recebeu a Bolsa de Apoio a Pesquisa e Criação Artística, Secretaria de Cultura do Estado do Rio de Janeiro e, em 2011, o Prêmio Ibram de Arte Contemporânea. Em 2006 e 2003, recebeu o Prêmio Projéteis de Arte Contemporânea – Fundação Nacional de Artes - Rio de Janeiro.

Entre as principais exposições individuais destacam-se: “Cápsulas e Luas” (2015), no Paço Imperial, Rio de Janeiro; “Noite americana ou Luas Invisíveis” (2014), na Luciana Caravello Arte Contemporânea, Rio de Janeiro; “A Capital” (2011), Galeria IBEU, Rio de Janeiro; Prêmio Projéteis de Arte Contemporânea (2006), FUNARTE, Palácio Gustavo Capanema, Rio de Janeiro.

Entre as principais exposições coletivas estão: “A Luz que vela o corpo é a mesma que revela a tela” (2017), na Caixa Cultural, Rio de Janeiro; “Gray Matters” (2017), no Wexner Center for the Arts, Ohio State University, EUA; TRIO Bienal (2015), Rio de Janeiro; “Vértice – Coleção Sergio Carvalho” (2015), no Museu Nacional dos Correios, Brasília, DF; “Cruzamentos – Arte Contemporânea Brasileira” (2014), no Wexner Center for the Arts, Columbus, EUA; “Duplo Olhar – Coleção Sergio Carvalho” (2014), no Paço das Artes, São Paulo; “Dez anos do Instituto Tomie Ohtake” (2011), São Paulo; “O Lugar da Linha” (2010), no Museu de Arte Contemporânea de Niterói (MAC-Niterói), Rio de Janeiro, e no Paço das Artes, São Paulo; “Nova Arte Nova” (2008/2009),no Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro e São Paulo, entre outras.

Posted by Patricia Canetti at 3:00 PM

Crônicas urgentes na Fortes D'Aloia & Gabriel - Galeria, São Paulo

Crônicas urgentes reúne trabalhos de três pintores cariocas – Marcela Cantuária, Maxwell Alexandre e Victor Mattina. A produção do trio aproxima-se por meio da escolha da narrativa como elemento central de suas pinturas. A urgência, presente no título, desvela uma relação paradoxal na composição de suas obras: em uma era de produção constante e saturação das imagens, seus traços eternizam na tela narrativas atreladas ao calor do momento, fazendo emergir histórias e personagens antes marginalizados ou de presença pouco frequente no circuito da arte contemporânea.

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Marcela Cantuária (Rio de Janeiro, 1991) apropria-se de imagens de backgrounds diversos – fotografias de cunho político, frames de documentários, registros pessoais – para tecer histórias que encadeiam e reimaginam narrativas femininas, episódios históricos e o cotidiano social da cidade do Rio, onde vive e trabalha.

Maxwell Alexandre (Rio de Janeiro, 1990) tece narrativas pictóricas a partir de sua vivência em seu local de nascimento, a favela da Rocinha, na capital carioca. Seu vibrante vocabulário visual articula cenas e personagens que, usualmente invisibilizados, ganham corpo e contorno em um momento político de disputa de narrativas e revisões historiográficas.

Victor Mattina (Rio de Janeiro, 1985) aborda a pintura de maneira análoga à de um ficcionista. Utilizando como ponto de partida fotografias de seu acervo pessoal ou retiradas de livros e pesquisas na internet, o artista explora a sobreposição de espaços e personagens de naturezas conflitantes, resultando em uma costura visual autoral de alta voltagem poética.


Urgent Reports gathers pieces by three painters from Rio de Janeiro – Marcela Cantuária, Maxwell Alexandre and Victor Mattina. The trio production comes together by choosing the narrative as the key element of their paintings. The urgency presented in the title reveals a paradoxical relationship in theirs works’ compositions: in an era of constant production and image saturation, their strokes eternalize narratives linked to the heat of the moment on the canvas, making stories and characters once marginalized, or just not often present in the contemporary art scene, emerge.

Marcela Cantuária (Rio de Janeiro, 1991) seizes different sorts of images – political photographs, documentary film frames, personal records, to weave stories which articulate and reimagine feminine narratives, historical episodes and the social daily life of the city of Rio de Janeiro, where she lives and works.

Maxwell Alexandre (Rio de Janeiro, 1990) weaves pictorial narratives from his experience in the place he was born, the Rocinha favela in Rio de Janeiro’s capital. His vibrant visual vocabulary articulates scenes and characters that, usually made invisible, gain body and profile in a political moment marked by narrative dispute and historiographical revisions.

Victor Mattina (Rio de Janeiro, 1985) approaches painting in an analogue way to the one of a fiction writer. Using photographs from his personal archive or from books or researches on the internet as a starting point, the artist explores the superposition of spaces and characters from conflicting natures, resulting in a visual seam of high poetic voltage.

Posted by Patricia Canetti at 2:29 PM

outubro 10, 2018

Histórias afro-atlânticas: filmes & vídeos no MASP, São Paulo

As próximas sessões de Histórias afro-atlânticas: filmes & vídeos irão apresentar duas obras que levantam o debate sobre a importância da linguagem cinematográfica nos processos de independência política de territórios africanos, seja na criação de um imaginário decolonial, ou na preservação da memória de luta e resistência.

13 e 16 de outubro de 2018

MASP - Pequeno auditório
Avenida Paulista 1578, São Paulo, SP
80 lugares, retirada de ingressos a partir das 15h, na bilheteria

Histórias afro-atlânticas: filmes & vídeos
Até 23/10, sábados e terças, sempre às 16h
Todos os filmes serão exibidos em projeção digital

13/10 e 16/10

Conakry
Filipa César, Grada Kilomba e Diana McCarty, 2016
10’, cor, 16mm
O vídeo CONAKRY (2016), dirigido por Filipa César, com texto e performance de Grada Kilomba e Diana McCarty, é um ensaio poético feito a partir de registros documentais de importantes episódios da luta de libertação de Guiné-Bissau e Cabo Verde lideradas pelo intelectual Amílcar Cabral. As imagens apresentadas foram produzidas por cineastas como Sana Na N'Hada, Josefina Crato, José Columba Bolama e pelo autor do segundo filme a ser exibido na sessão, Flora Gomes.

Mortu Nega
Flora Gomes, 1988
92’, cor, 35mm
Em Mortu Nega (1988), Gomes também retrata episódios das Guerras de Independência da Guiné-Bissau, porém, utilizando-se de recursos ficcionais e evocando heranças mitológicas de sua cultura. O filme narra a história da guerrilheira Diminga e de seu marido Saco durante os conflitos contra as forças coloniais e nos primeiros momentos seguidos à independência do domínio português.

Posted by Patricia Canetti at 4:02 PM

Eduardo Frota na Marcos Amaro, Itu

Eduardo Frota apresenta projeto inédito na Fábrica de Arte Marcos Amaro

O artista foi o segundo contemplado pelo edital de ocupação lançado em novembro de 2017 pela Fundação Marcos Amaro

A partir do dia 1º de setembro, o artista Eduardo Frota apresenta na Fábrica de Arte Marcos Amaro (FAMA), em Itu, des/CONSTRUIR SOBRE RUÍNAS, projeto inédito, concebido especialmente para um dos galpões da extinta Fábrica São Pedro, voltada ao setor têxtil. Construída em diálogo com a arquitetura do local e fazendo uso de escombros, o trabalho site specific sugere uma reflexão sobre as incongruências do sistema industrial. A exposição segue em cartaz até 1º de dezembro.

Montada no Galpão do Urubu, onde antes funcionava a tinturaria da fábrica, a instalação toma forma de um espelho d´água azul índigo, alimentado artificialmente por um líquido que verte pela antiga chaminé da caldeira da usina. O tubo condutor que antes expelia o vapor utilizado como fonte de energia para todo o complexo, tem agora seu ciclo invertido e é ressignificado.

"Abre-se aqui uma questão fundamental sobre o uso da água: a relação contraditória que há entre sua oferta em abundância para a indústria manufatureira de capital privado e sua escassez e extravio quando direcionada à população. As políticas públicas que deveriam assegurar o direito universal à água e seu reuso, com o retorno à natureza não como resíduo de poluição ambiental, são excluídas de modo a atender ao interesse de poucos", afirma o artista.

No espaço, a cena contínua insere o visitante em uma atmosfera onde se sobrepõem dois tempos distintos. O líquido, um dia intrínseco à operacionalização da produção têxtil em um galpão industrial de tinturaria, retorna a sua fonte, trazendo consigo a tinta que o coloriu neste processo.

A exposição de Eduardo Frota é o segundo projeto premiado pelo Edital de Ocupação da Fábrica São Pedro, promovido pela Fundação Marcos Amaro com o intuito de fomentar a produção artística contemporânea. O primeiro deles, realizado entre abril e julho deste ano, foi encabeçado pela artista Edith Derdyk.

Sobre o vencedor

Eduardo Frota é um artista plástico cearense e foi indicado ao prêmio PIPA em 2010. Tem realizado exposições coletivas e individuais no Brasil (Museu Oscar Niemeyer, XXC Bienal Internacional de São Paulo e outras instituições) e no exterior (Arte Brasileira Contemporânea, Líbano e S. Paulo – Centro per l'Arte Contemporânea, Itália), desde 1977. Atualmente, também atua como professor de arte e educador.

É formado em Arte na Educação (CIAE) pela Escolinha de Arte do Brasil (EAB – RJ), possui licenciatura em Educação Artística pela Faculdades Integradas Bennet (RJ) e frequentou a Escola de Artes Visuais (EAV – RJ). Na década de 90, foi cofundador e coordenador do núcleo de artes plásticas do Alpendre Casa de Arte (CE) e em 2001, curador adjunto do II Programa Rumos Visuais Itaú (CE, PI, MA e TO).

Sobre a FMA

A Fundação Marcos Amaro é uma organização cultural privada sem fins lucrativos, que tem como objetivos incentivar a criação artística contemporânea, investigar criticamente e documentar os caminhos da arte, e, ainda, possibilitar ao público o acesso ao acervo do colecionador e artista Marcos Amaro. Sua sede está instalada na Fábrica de Arte Marcos Amaro (FAMA), em Itu, cidade a 100 quilômetros da capital.

Entre as iniciativas que promove, estão um criterioso programa de exposições, um edital anual de apoio a artistas, uma premiação anual de destaque para melhor produção criativa, o estímulo contínuo à pesquisa acadêmica, além da promoção de debates e projetos especiais em espaços públicos.

Posted by Patricia Canetti at 3:08 PM

outubro 7, 2018

Bate-papo e sessão de autógrafos com Letícia Lampert na Livraria Taverna, Porto Alegre

Na obra Conhecidos de vista, a artista porto-alegrense Letícia Lampert materializa seus estudos sobre a paisagem urbana, observando as relações, mediadas pela arquitetura, que os habitantes têm com as cidades. No dia 10 de outubro, a partir das 18h, a autora lança o livro na Livraria Taverna (R. Cel. Fernando Machado 370, Centro Histórico, Porto Alegre), com sessão de autógrafos e um bate-papo com o público presente sobre o processo da publicação.

A edição bilíngue lança um olhar para uma situação cada vez mais comum no contexto contemporâneo: prédios com janelas próximas demais. São vistas que não mostram a cidade e a paisagem, mas a vida do outro. Os vizinhos não se conhecem formalmente, mas, por esta proximidade forçada, podem tecer descrições sobre os hábitos banais daqueles que enxergam. Letícia visitou mais de 50 apartamentos nos bairros centrais de Porto Alegre, onde as ruas, com prédios em ambos os lados, configuravam esta situação de “confronto” de miradas.

Trata-se de uma publicação sanfonada, em capa dura, com todas as páginas recobertas por fotografias. De um lado delas, aparecem somente as vistas de fora dos prédios; do outro, são contemplados os ambientes internos, junto a depoimentos (captados em conversas informais) dos moradores contando o que sabem dos vizinhos, que, quase sempre, não conhecem. Essa proximidade forçada, além de trazer detalhes sobre os hábitos banais daqueles que enxergam, desperta a imaginação sobre o que não veem.

Este projeto foi apresentado pela primeira vez em 2013, na Sala Augusto Meyer da Casa de Cultura Mario Quintana, dentro do Prêmio IEAVi (Instituto Estadual de Artes Visuais), rendendo à fotógrafa menção honrosa. A exposição foi resultado da pesquisa de mestrado em Poéticas Visuais, realizada no PPGAV-UFRGS e defendida no mesmo período. O projeto também foi indicado ao Prêmio Açorianos de Artes Plásticas e recebeu o Prêmio Pierre Verger de Fotografia em 2013 (promovido pela Funceb - Fundação Cultural do Estado da Bahia), na categoria Trabalhos de Inovação e Experimentação na área de Fotografia.

A proposta de publicação foi aprovada pelo Edital de Produção 011 do Fumproarte da Secretaria Municipal da Cultura de Porto Alegre em 2015. Uma das contrapartidas prevê que uma cota de 10% da tiragem da publicação seja distribuída para bibliotecas e acervos de instituições culturais e espaços independentes de todo o país. A autora ainda participará de três conversas com alunos de escolas públicas de Porto Alegre, e um workshop gratuito será ministrado por Letícia no Atelier das Pedras, na Capital.

Depois do primeiro lançamento em solo gaúcho, a obra será apresentada em outras cidades brasileiras. A artista participa do Valongo Festival Internacional da Imagem (em Santos/SP, de 12 a 14 de outubro), onde autografa o livro.

Sobre a autora

Com formação em Artes Visuais (UFRGS, 2009), Design (ULBRA, 2000) e mestrado em Poéticas Visuais (UFRGS, 2013), Letícia Lampert vem desenvolvendo sua produção artística principalmente através da fotografia. Tem como eixo principal de pesquisa a investigação sobre as formas de compreender a paisagem, especialmente urbana, e as relações, mediadas pela arquitetura, que estabelecemos com as cidades. Teve seu trabalho destacado em salões e prêmios como o Prêmio Açorianos de Artes Plásticas - Fotografia, em 2009, Prêmio Aquisitivo no Salão Unama de Pequenos Formatos, em 2012, Prêmio Nacional de Fotografia Pierre Verger e III Prêmio Itamaraty de Arte Contemporânea, ambos em 2013. Participou de residências artísticas no Brasil e no exterior: The Swatch Art Peace Hotel, em Xangai, China; Residência FAAP, em São Paulo, e Pier 2, em Kaohsiung, Taiwan. Desde 2016, ministra oficinas sobre arte, fotografia e publicações independentes.

Sobre a publicação

Título: Conhecidos de Vista / Known by Sight
Autor: Letícia Lampert
Editora: Incompleta
Texto de apresentação: Letícia Lampert
Versão em inglês: Raquel Dommarco Pedrão
Tiragem: 1000
Ano: 2018
Número de páginas: 152
Número de fotos: 84
Formato: 18x24 cm
Preço de capa: R$ 70,00
Pré-venda (com promoções e descontos)
Capa dura com laminação fosca e relevo seco
Encadernação tipo concertina

Posted by Patricia Canetti at 10:21 AM

outubro 6, 2018

Projeto Cavalo: Quadrivium 8 patas no ITO, São Paulo

“Projeto Cavalo: Quadrivium 8 patas”, obra coletiva dos artistas Adriano Motta, Cadu, Eduardo Berliner e Paulo Vivacqua

O Instituto Tomie Ohtake criou em 2013 o programa Arte Atual, uma plataforma para pesquisas artísticas, de caráter experimental, na qual, por meio de uma questão sugerida pelo seu Núcleo de Pesquisa e Curadoria, um grupo de artistas convidado desenvolve um novo trabalho com o propósito de conceber mostras que permitam explorar um espaço entre os ateliês e as já consolidadas formas de apresentação ao público.

Contudo, intrínseco ao seu próprio processo aberto, em busca de constante renovação, o Programa Arte Atual vem assumindo diferentes formatos. Desta vez, traz uma produção coletiva Projeto Cavalo: Quadrivium 8 patas, com obras dos artistas Adriano Motta, Cadu, Eduardo Berliner e Paulo Vivacqua. O grupo, com repertórios distintos, passou cerca de um ano concebendo a exposição, que agora faz parte do Arte Atual, depois de apresentada no espaço Jacarandá (Rio de Janeiro), no começo do ano.

O conjunto, composto pelo híbrido de desenhos, pinturas, objetos, vídeos e esculturas, sugere um gabinete de curiosidades que convida o público a desvendar as camadas do projeto. Segundo Priscyla Gomes, do Núcleo de Pesquisa e Curadoria do Instituto Tomie Ohtake, o processo de realização da mostra aponta para os limites e potencialidades do encontro destes artistas ao não apresentar um conjunto de obras individuais, mas trabalhos realizados coletivamente. “Fazia-se necessário trazer à tona os repertórios e procedimentos de artistas com produções muito distintas e ainda construir novas experiências comuns. Partilhar suportes, expectativas, práticas de ateliê e ritmos de trabalho diversos perpassaram o cotidiano das decisões do grupo”, completa.

A mostra coletiva propõe a investigação empírica dos atributos simbólicos do carrossel; um elemento que conjuga características visuais, espaciais e sonoras comuns aos artistas do Projeto, trazendo também metáforas do tempo cíclico e da infância.

O Arte Atual conta com a parceria de galerias para realização das mostras. Nesta edição, a Galeria Vermelho e a Casa Triângulo foram os apoiadores. O programa já contabilizou seis exposições: Estranhamente Familiar (2013); Medos Modernos (2014); Coisas sem nomes (2015); Da banalidade (2016); É como Dançar sobre Arquitetura (2017); e Fábula, frisson, melancolia (2007).

Posted by Patricia Canetti at 3:36 PM

Edgard de Souza na Vermelho, São Paulo

A Vermelho apresenta a segunda exposição individual de Edgard de Souza na galeria

Conhecido por sua instalação permanente no Instituto Inhotim, de Souza teve seu trabalho exibido em exposições de destaque como Queermuseum: Cartografias da Diferença na Arte Brasileira (Parque Lage, Rio de Janeiro, 2018 / Santander Cultural, Porto Alegre, 2017), Modos de Ver o Brasil: Itaú Cultural 30 Anos (OCA, São Paulo, 2017), Histórias da Infância (MASP, São Paulo, 2016), XXIV Bienal de São Paulo (1998) e 25º Panorama da Arte Brasileira (MAM SP, São Paulo, 1997).

Essa será a 19ª exposição individual de Edgard de Souza que já teve mostras solo em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Nova York, Amsterdam, Los Angeles e Cidade do México.

Edgard de Souza ocupa a Vermelho com novos trabalhos que conjugam sua pesquisa em torno do ambiente doméstico e dos movimentos do corpo inserido nessa esfera. O doméstico sempre esteve presente na obra de Edgard de Souza, seja com bancos, vasos, mesas, cadeiras ou almofadas que carregam traços antropomórficos, ou que, de alguma maneira, preveem o corpo humano em relação a si. Além disso, as formas de Edgard são ambíguas e fragmentadas, com vestígios de corporeidade, desejo e erotismo. É a fricção entre a reclusão de um espaço privado e o impulso de uma produção voltada ao publico que poderá ser visto na mostra de de Souza.

Do espaço privado do artista vêm as obras Cama (2018) e Encosto (2018), ambas originadas pelo quarto que ocupava na casa de seus pais, em São Paulo, durante sua juventude. O mobiliário do quarto era composto por peças da Hobjeto, empresa de móveis fundada em 1964 pelo artista e designer Geraldo de Barros (1923-1998). A empresa carregava em seus desenhos a marca construtiva da obra de Barros e seus móveis modulares eram produzidos usando as mesmas técnicas de suas pinturas feitas em Formica. As obras de Barros eram construídas a partir da desconstrução e do fragmento, tanto de imagens quanto de ações. Esses procedimentos são espelhados por Edgard, que desdobra as peças de seu antigo quarto em frações abstratas e rearticuladas, mas que carregam em si seu entorno formador, tanto no apreço pela forma quanto pelos métodos de construção. Tanto Encosto quanto Cama saem da figuração objetal de suas composições originais para voltarem a abstração concretista de Barros.

Edgard estende a articulação modular à sua própria obra com seu novo bronze Sem título (2018). As peças, produzidas dentro da lógica da reprodutibilidade técnica, assumem um novo caráter auto ativado, podendo existir individualmente enquanto edição de um mesmo trabalho, ou como novos trabalhos únicos, que se compõe do acumulo de edições da mesma matriz. A peça também se espalha por mesas, parede e chão, sem ter uma posição final correta de contemplação.

Os movimentos do corpo também podem ser vistos em sua nova série de bordados denominados R (2017-2018). Edgard leva os rabiscos imprecisos vistos em sua última individual para uma construção planejada, usando linha de algodão sobre superfícies de linho. O mesmo tipo de “desenho de ação” é visível, mas agora eles são criados de maneira diametralmente oposta, trazendo o atrito entre as construções espontâneas e planejadas para as obras. Os bordados podem ser erráticos como rabiscos, ou pontuais, como se formassem infecções sobre o tecido. Em comum, eles carregam o volume construído a partir do acumulo de material, chegando a formar protuberâncias que parecem escorrer do plano, rompendo o bidimensional.

Essa pulsão de vida inserida em objetos do cotidiano também aparece na série de colheres de pau que Edgard apresenta dentro de vasos de cristal. Os objetos triviais foram esculpidos rigorosamente por Edgard a partir de toras de madeiras nobres e raras como mogno e jacarandá da Bahia e foram dotadas de impulsos e desejos. Em Colher lambe colher (2017) a madeira ganha vida e feições humanas e, em dupla, parecem servir uma à outra voluptuosamente. Em Colher de pau - cara de pau (pinoquio) (2018) o utensílio ganha malícia, como o personagem de Carlo Collodi. A colher, mentirosa, tem seu nariz alongado. Colher de pau - cara de pau (2018) é travessa e mostra a língua ao observador.

Outro objeto trivial que aparece cheio de furor é Torneira (2018). A peça integra uma série de torneiras de proporções agigantadas que de Souza vem produzindo desde os anos 1990. Da torneira em bronze de pátina dourada flui uma grande gota de sua boca, lembrando uma secreção humana.

Posted by Patricia Canetti at 2:05 PM

outubro 3, 2018

Lucimar Bello na Casa Contemporânea, São Paulo

A Casa Contemporânea inaugura no dia 6 de outubro, sábado, das 11h às 17h, a mostra individual Lucimares de Lucimar Bello. Curadoria de Andrés Hernández evidencia a trajetória da artista com a exibição de 11 trabalhos, com obras em papel como desenhos e fotografias, além de instalação, objetos, performance e vídeo.

Lucimar desenvolve séries abertas, ou seja, seus trabalhos não se encerram em espaços de tempo com início, meio ou fim. Atenta aos processos de transformação da cidade, percursos (bem como trocas de correspondências), a artista não se furta a desenvolver sua poética a partir de suportes artísticos variados, que abarcam desde a fotografia da paisagem urbana, desenhos feitos em grafite sobre mapas, instalação com livros artesanais, impressões fotográficas sobre cerâmica, vídeo ou mesmo a realização de performance com a participação do público.

“Lucimares” é aberta com “Estante 3”, obra de 2017 composta de 25 minilivros artesanais de tamanhos variados, criados a partir de 23 romances lidos entre 2016 e 2017, além de um colofón e outro, em que a artista referencia suas escolhas literárias, bem como os títulos das obras escolhidos para sua peculiar biblioteca. “Ontem são hojes”, de 1974, são dois guaches sobre papel Canson. A escolha da série e, sobretudo, a força de seu nome, não poderia ser mais acertada, haja vista sua relação de idas e vindas de Lucimar com sua produção pregressa.

As séries “Viagens de vezes” e “Viagens por fazer”, ambas de 2011, trazem a público desenhos de percursos rodoviários feitos pela artista e aqueles jamais percorridos, respectivamente. Na primeira, desenhos em grafite sobre papel manteiga mostram as rotas feitas entre 2004 e 2011: a grossura das linhas, e mesmo a perfuração do frágil suporte, sinalizam o número de vezes que ela fez os referidos trajetos. A segunda série é composta de 20 desenhos feitos sobre papel artesanal também a partir de mapas, porém, desta vez, Lucimar atém-se a localidades desconhecidas, jamais visitadas.

Registros fotográficos de viagens aéreas e do céu, visto a partir das instalações da galeria na Vila Mariana, são o mote de “Idas e vindas”, série de 11 tiras de fotografias feitas ao longo dos últimos 7 anos.

“As coisas que não existem são as mais bonitas” é a série, datada de 2011, com 20 aquarelas automáticas sobre papel-toalha com marcas de óleo e tauá, um pigmento natural. Ela surgiu a partir da limpeza de um ateliê coberto de pó de aroeira e óleo de linhaça durante uma residência da artista na Bahia.

A relação crítica da artista com a dinâmica da especulação imobiliária é evidente nas séries “Não fui fabricado de pé” e também em “Cidades de Vestir”. Enquanto na primeira Lucimar imprime fotografias da construção de um edifício vizinho ao seu em louças típicas das lápides de cemitérios, na segunda, ela propõe uma ação performática com o uso de 16 tecidos sintéticos com impressões de fotografias de outro edifício e do espaço da Casa Contemporânea. Os visitantes são instados a cobrirem-se com os 16 tecidos, literalmente se vestindo de cidade. O caráter performático, por sua vez, também é evidente na obra “A casa vestida”, quando os mesmos visitantes podem vestir túnicas feitas de tecidos trabalhados com rendas, linhas de bordar, contas e pequenos objetos plásticos pelo espaço da galeria. O vídeo “cadadia+”, realizado entre 2006 e 2012, traz centenas de fotografias da construção do edifício vizinho ao ateliê da artista e é exibido sobre os tecidos de “A casa vestida”.

A exposição se encerra com “Cartas para estante 3”, obra colaborativa realizada ao longo dos últimos sete anos, que colige 30 respostas de amigos da artista aos 60 e-mail’s com trechos do livro “Carta”, de correspondências entre os artistas Hélio Oiticica e Lygia Clark, que Lucimar disparou em 2011.

“Eclode, na pesquisa artística de Lucimar, uma permanente concepção autoral, desde a desconstrução de referências que transmutam forças cognitivas e se conjugam em fluídos, até as autorias particulares de similar força conceitual e projeção sensorial ilimitada. Aparecendo assim ‘re-fragmentos’ completos como matrizes que se projetam em reestruturas múltiplas, semânticas e nomenclaturas propositivas”, escreve Andrés Hernandez no catálogo da individual.

Posted by Patricia Canetti at 1:06 PM

Rubem Valentim na Caixa Cultural, São Paulo

Mostra “Rubem Valentim – Construção e Fé” traça panorama da produção de um dos maiores expoentes da cultura afro-brasileira e do construtivismo no Brasil

A Caixa Cultural São Paulo abre ao público no dia 06 de outubro, sábado às 11h, a exposição Rubem Valentim – Construção e Fé. Com curadoria de Marcus de Lontra Costa, a mostra revela ao público um panorama do trabalho do pintor e escultor baiano, e sua inserção na arte nacional e internacional, privilegiando a produção pictórica e escultórica do artista com obras disponibilizadas de coleções públicas, particulares e dos herdeiros do artista.

Suas obras sintetizam em formas geométricas as simbologias místicas de matriz africana e se destacam na arte moderna construtivista e concretista brasileira. Serão apresentados cerca de 50 trabalhos, entre pinturas, gravuras e esculturas, que mapeiam sua trajetória artística com ênfase na produção realizada em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. Um recorte inédito que resgata a negritude de sua arte e destaca a maturidade estética alcançada no período em que viveu nas referidas capitais.

Considerado um dos mestres do construtivismo brasileiro, suas primeiras experiências foram abstratas, contudo, em meados da década de 1950, movido por questões ideológicas, buscou sua ancestralidade africana e encontrou na cultura popular afro-brasileira as características que nortearam seu trabalho até o final da vida, em suas pinturas, esculturas e objetos, em uma trajetória artística avessa às modas. “O trabalho de Valentim tem a autonomia de sua fantasia e assim será lido em tempos futuros. Sua pintura ultrapassa essa objetividade mais visível. Ele desenvolveu sua arte a partir de signos da cultura afro ao som de atabaques que reclamavam uma erudição.” destaca o curador Marcus Lontra.

A exposição é, portanto, um momento de consagração e valorização da questão negra na obra do artista, em uma luta de resistência contra os padrões estéticos vindos de fora. Reelaborando o pensamento construtivista, Rubem Valentim passou a empregar signos inspirando-se nas ferramentas e nos instrumentos simbólicos do candomblé, sintetizando-os nas formas geométricas. Para o crítico italiano Giulio Carlo Argan, a arte do brasileiro correspondia a uma "recordação inconsciente de uma grande e luminosa civilização negra anterior às conquistas ocidentais".

Em São Paulo, Rubem Valentim realizou uma escultura de concreto instalada na Praça da Sé, obra pública marco histórico na cidade. A escultura “Emblema de São Paulo”, em concreto armado aparente, com 8,5m de altura, foi definida pelo artista como “Marco Sincrético da Cultura Afro-Brasileira”. A obra integra o conjunto de 14 esculturas instaladas na praça quando ela foi reurbanizada junto à construção da estação Sé do Metrô, inaugurada em 1978.

Há 20 anos sem uma mostra dedicada exclusivamente à sua obra, essa exposição que já passou pela Caixa Cultural Brasília em 2017, resgata para o público a produção de um artista que contribuiu de forma decisiva para a história da arte brasileira e agregou valores internacionais e da cultura afro-brasileira na construção das questões vanguardistas presentes no século XX.

Rubem Valentim (1922-1991), nascido em Salvador, formou-se em odontologia antes de se dedicar definitivamente às artes plásticas, por volta de 1948. Cursou jornalismo ao mesmo tempo em que se envolvia com a pintura, e em 1954 realizou sua primeira individual. Em 1957, mudou-se para o Rio de Janeiro e passou a participar intensamente da vida artística da cidade carioca e de São Paulo. Expõe em mostras importantes, inclusive em diversas Bienais, nacionais e internacionais. Em 1963, mudou-se para Roma, onde residiu por três anos. Em sua volta para o Brasil, morou em Brasília, onde dirigiu o Ateliê Livre do Instituto Central de Artes da UnB.

Posted by Patricia Canetti at 12:32 PM

Brasília Extemporânea na Casa Niemeyer, Brasília

Mostra “Brasília Extemporânea” apresenta imaginário contemporâneo em torno da capital

É inegável o interesse que Brasília desperta em torno de seus ideais arquitetônicos e urbanísticos. Se hoje, quase 60 anos após sua fundação, o Plano Piloto preserva essencialmente as características do projeto de sua concepção; o entorno da cidade vem se expandindo, revelando descontinuidades espaciais e sociais no contexto da utopia moderna. A imagem da cidade é repleta de ambiguidades – quando se pensa em Brasília, sua dimensão política se mistura à arquitetura monumental que a representa.

Diante disso, a exposição Brasília Extemporânea, assinada pela curadora Ana Avelar, propõe obras de artistas que se depararam com essa cidade atual, ou que dialogam com aspectos dela, sejam eles simbólicos, históricos, políticos ou sociais, buscando levar adiante um debate que se deteve, em grande parte e por muito tempo, entre apoiadores e críticos de sua fundação e projeto inicial. São trabalhos de naturezas diversas (instalações, filmes, vídeos, objetos, intervenções), que informam sobre uma realidade negligenciada, mas não menos constituinte, da “capital planejada”.

A abertura da mostra acontece no dia 5 de outubro, contando com a participação de 28 artistas, na Casa Niemeyer, antiga residência de Oscar Niemeyer, cujo estilo colonial é por si só um fato peculiar dentro das experiências modernistas do arquiteto.

“Brasília Extemporânea”, coletiva com Adirley Queirós, Camila Soato, Cao Guimarães, Christus Nóbrega, Clara Ianni, Clarisse Tarran, Diego Castro, Ding Musa, Dora Smék, Gê Orthof, Helô Sanvoy, Gregorio Soares, Isabela Couto, João Trevisan, Joana Pimenta, Karina Dias, Laercio Redondo, Lenora de Barros, Luciana Paiva, Luiz Alphonsus, Márcio H Mota, Milton Machado, Nuno Ramos, Raquel Nava, Paul Setubal, Peter de Brito, Vera Holtz e Xico Chaves.

Posted by Patricia Canetti at 9:44 AM