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julho 29, 2016
Paulo Bruscky na Nara Roesler, Rio de Janeiro
A Galeria Nara Roesler anuncia a abertura da exposição rec/rio, apresentando mais de 90 obras do artista Paulo Bruscky
Sendo a terceira exposição de Bruscky na Galeria Nara Roesler e a primeira em nosso espaço no Rio de Janeiro, rec/rio terá três núcleos: trabalhos propostos para a cidade do Rio, mas nunca realizados, trabalhos criados no Rio e trabalhos produzidos especialmente para a exposição na Galeria Nara Roesler | Rio de Janeiro. A abertura ocorre dia 30/07, a partir das 15 horas para convidados, e dia 31/07 para o público.
Um pioneiro da arte-xerox, da arte postal e da fax art, Paulo Bruscky, surgiu na cena brasileira no final da década de 1960, num dos períodos mais pesados de repressão política no país. Apesar do clima político adverso, ele enfrentou as estruturas autoritárias, expandindo as fronteiras da experimentação com humor e trocadilhos, realizando happenings e intervenções. Bruscky, como ele mesmo diz, nunca pediu permissão ao governo para fazer arte. Mesmo quando a consequência de sua atitude era a prisão. Embora muitos de seus projetos tenham vencido importantes competições, eles quase sempre eram censurados. rec/rio inclui mais de 50 dessas propostas criadas para a cidade do Rio. Algumas delas foram realizadas, como Fogueira de gelo, concluída durante a edição de 2010 da Bienal de São Paulo, mas a maioria permanece inacabada.
Em resposta a isso, a Galeria Nara Roesler está produzindo, pela primeira vez, a obra Tiro ao alvo. Proposta em 1971, durante o I Salão de Arte da Eletrobrás, a obra consistia em espelhos que refletiam uma luz que, por sua vez, se projetava e acionava um rádio como resultado final. Esta obra só pode ser ativada pelo público, ao brincar a tradicional brincadeira de criança.
Conhecido por sua participação ativa no movimento internacional da arte postal e pelas relações dinâmicas que estabeleceu com artistas internacionais, entre eles membros dos movimentos Fluxus e Gutai em Nova York, Europa e Japão, Bruscky é um artista que sempre se comunicou com o mundo. Em rec/rio, ele traz à galeria obras que foram criadas no ar. Durante viagens ao Rio e pensando no Rio. Uma espécie de comunicação consigo mesmo. Poema para VoAR é um poema em que dois aviões são soldados em um só. O artista também se comunicará com a população do Rio por meio de um dos seus famosos comunicados nos anúncios de classificados, publicado em 1º de julho de 2016 no Jornal O Globo, que as pessoas poderão trazer à galeria para ser assinado por Bruscky no dia da abertura.
Sempre contemporâneo, mas nunca óbvio em seu processo e criação, Bruscky nos brinda com um ‘nó’ no status quo, como nas “selfies” dos seus pés, em Pés de Bruscky I e II, ou em suas pinturas feitas com estalinhos/biribinhas (traques II). rec/rio traz ao Rio velhas lembranças e novos trabalhos, novamente conferindo profundidade e multiplicidade de camadas ao conjunto da obra do artista, que já abarca mais de quarenta e cinco anos e reflete, ao mesmo tempo, um envolvimento com uma estrutura artística local e com uma rede global filtrados e registrados por Bruscky em livros de artista, intervenções urbanas, performances, poemas visuais, registros em Super-8, classificados de jornal e esculturas ready-made. O artista transita por diversas mídias e frequentemente usa seu entorno como matéria-prima, o que faz com que seja impossível abordar sua produção como um conjunto unificado de obras. Pelo contrário, no cerne da prática de Bruscky há uma poética da experimentação, uma versatilidade de mídias e um interesse por processos de circulação e distribuição que se recusa a se ater a um só meio, forma ou movimento.
Paulo Bruscky nasceu em 1949 em Recife, onde vive e trabalha. Seus trabalhos foram expostos na 16ª, 20ª, 26ª e 29ª edições da Bienal de São Paulo (1981, 1989, 2004 e 2010) e na 10ª Bienal de Havana, em Cuba (2009), entre outras bienais. Suas exposições individuais mais recentes incluem: Paulo Bruscky (Museu de Arte Moderna de São Paulo, São Paulo, Brasil, 2014); Paulo Bruscky: Artist Books and Films, 1970-2013 (The Mistake Room, Los Angeles, EUA, 2015; Galeria Nara Roesler, São Paulo, Brasil, 2014); Art is our last hope (The Bronx Museum, Nova York, EUA, 2013); Paulo Bruscky (Plataforma Bogotá, Bogotá, Colômbia, 2013); Banco de ideias (Instituto Tomie Ohtake, São Paulo, Brasil, 2012); e Arte correio (Centro Cultural dos Correios, Recife, Brasil, 2011). Seus trabalhos fazem parte das coleções do: MoMA, em Nova York, EUA; Guggenheim Museum, em Nova York, EUA; Tate Gallery, em Londres, Inglaterra; Museu de Arte Moderna de São Paulo, em São Paulo, Brasil; Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, em São Paulo, Brasil; Museu d’Art Contemporani de Barcelona, em Barcelona, Espanha; Stedelijk Museum, em Amsterdã, Holanda; entre outras instituições.
julho 28, 2016
Mário Cravo Neto + Vicente Sampaio na Marcelo Guarnieri, São Paulo
Mário Cravo Neto ganha retrospectiva que intercala fotografias inéditas às suas imagens mais icônicas. A curadoria especial também mostra imagens nunca vistas, cedidas pelo fotógrafo Vicente Sampaio, um dos amigos mais próximos de Mário
A partir do dia 30 de julho, a unidade paulistana da Galeria Marcelo Guarnieri abrirá as portas para a exposição Mário Cravo Neto + Vicente Sampaio que permitirá ao público uma compreensão maior do trabalho de Mário Cravo Neto. Além de peças assinadas pelo grande nome da fotografia nacional, o espaço também exibirá imagens produzidas pelo amigo inseparável Vicente Sampaio, que o acompanhou até o fim de sua trajetória artística, encerrada em 2009 quando, aos 62 anos, Mário faleceu em decorrência de um câncer.
Nome badalado da fotografia nacional e protagonista de exposições grandiosas dentro e fora do país, Mário Cravo Neto desenvolveu uma linguagem singular através de suas lentes: brasileira e universal ao mesmo tempo, ela vem fundamentada entre o universo religioso africano e a arte contemporânea. Os panos de fundo também são múltiplos e neles podem aparecer as ruas da Bahia – cidade onde nasceu e cresceu em berço artístico – em cidades maiores, como Berlin e Nova York, ou então alcançar altos níveis técnicos dentro de estúdio.
Graças à curadoria apurada da exposição, o expectador será contemplado com uma maioria de obras inéditas e também algumas peças icônicas que pontuam a trajetória de Cravo Neto. Todas elas com uma certa áurea de mistério e da mística sagrada que vem do Candomblé.
A série Eterno Agora, a mais famosa de Mário, aparece complementada por cópias de época inéditas. Produzidas do final de 1970 até a década de 1990, as fotografias têm impressão em gelatina e prata e são todas em preto em branco.
Já a Laróyè, composta apenas por imagens coloridas, reúne fotografias feitas nas ruas da Bahia, onde, além de captar a atmosfera e a veneração à ancestralidade e cultura africanas, Mário também expressa uma crítica social sutil. Dentro da série Nova York e Bahia aparece a compilação de cópias vintage de fotografias realizadas nas duas cidades a partir da década de 1960.
Além disso, Galeria Marcelo Guarnieri também apresenta imagens criadas por Mário Cravo Neto em uma época de aprendizagem no início do seu percurso. Alguns exemplos são Mulher na Ladeira de São Felix, clicada em 1965 – quando ele tinha 18 anos de idade e considerou esta imagem digna de um fotógrafo profissional – e também imagens inéditas e assinadas (tiragem de época) registradas em Nova York nos anos de 1968 e 1969, como o show de Jimi Hendrix, cenas do Central Park e de seus filhos Christian e Lua na Dinamarca, país natal de sua esposa.
Na ala dos trabalhos de autoria do fotógrafo Vicente Sampaio, comparsa criativo de Mário desde os auge do experimentalismo fotográfico que vivenciaram na Bahia durante a década de 1970, a coletânea de imagens tem carga mais afetiva e mostra imagens inéditas nas quais Mário aparece como personagem em momentos de emoções diversas.
Dessa convivência diária – de 1973 até os anos 1990 – Vicente possui cerca de 200 fotos que narram uma história de amizade e inquietação artística, além de um registro comportamental de época. Seis dessas fotos serão exibidas na exposição.
Mariozinho, como os amigos carinhosamente o chamavam, e Vicente formavam uma dupla das mais fecundas na cidade de Salvador no final dos anos 1960 e durante toda a década de 1970. Eram vizinhos no Bairro da Boca do Rio, na época reduto de artistas e malucos beleza de todos os tipos. Até o guitarrista Frank Zappa deu as caras por lá durante algum tempo.
Os dois compartilhavam o aprendizado fotográfico com noitadas e festas. Desde o início, nada escapava das lentes do Vicente. Ele recorda: “Há três anos perdemos Cravo Neto, o Mariozinho. Na época abalado, tive o ímpeto de postar nossas fotos juntos em um tempo grandioso que não escapa da memória, os tais anos 70... Éramos jovens e doidos na Bahia mágica daquele tempo, na fruição do momento e tesão de apreender fotograficamente toda aquela insanidade visual que víamos pela frente. Tive o privilégio de conviver com ele durante bons anos e bem próximo. Éramos até vizinhos de casa, o fundo de seu estúdio dava para a minha rua, quase em frente de minha casa. Trocávamos figurinhas noturnas, num vai e vem incessante de um laboratório para outro. Dessa convivência, além de uma bela e gigante exposição no MAM-Bahia em 76, que marcou época, ficou um registro de fotografias espontâneas, sem nenhuma pretensão, a não ser exercitar o clique. Momentos como a imagem de 1975 com Mario no hospital, depois de um acidente automobilístico; ou a foto da foto, que mostra o fotógrafo num estúdio em Salvador tirando uma foto 3x4 para o passaporte.”
O que Vem com a Aurora na Triângulo, São Paulo
A Casa Triângulo tem o prazer de apresentar O que Vem com a Aurora, exposição coletiva com curadoria de Bernardo Mosqueira que reúne 27 trabalhos que nos apresentam imagens ou instrumentos comprometidos com a criação de um mundo diferente. Sabendo que vivemos um momento histórico em que a informação sobre as crises e injustiças é facilitada e entendendo que a crítica já introjetada na prática regular da cultura não pode ser um fim-em-si, a exposição reúne trabalhos que partem de proposições, afirmações ou construções para então investigar o momento raro e poderoso em que duas ou mais pessoas compartilham da imaginação de um mundo diferente.
A mostra reforça a importância das fabulações para orientar as transformações que devemos operar no mundo. Composta por trabalhos de 20 artistas e um coletivo de diversas partes do Brasil e da América Latina, a mostra reúne um conjunto de trabalhos absolutamente plural desenvolvido por um grupo muito diverso de artistas, incluindo maioria feminina e gays, lésbicas, transexuais, negros, índios, velhos e jovens com idade média em torno de 30 anos. A exposição busca reunir diferentes maneiras de pensar o mundo a partir de suas margens, refletindo sobre questões feministas, de gênero, raciais, coletivas, simbólicas, discursivas, ecológicas, amorosas, sexuais, mágicas, econômicas e políticas. Na abertura, ocorrerá performances das artistas Luisa Nóbrega e Odaraya Mello.
Apesar do atual cenário político de tom apocalíptico, a mostra "O que Vem com a Aurora" afirma que também vivenciamos um momento potencialmente positivo ideal para pensar um outro mundo a partir da clareza das falências desse que vivemos. Como a exposição trata do encontro entre as imaginações, seu resultado formal é uma instalação em que os trabalhos por vezes estão muito próximos uns aos outros, contaminando-se uns aos outros, sobrepondo seus discursos em novas direções.
Vale destacar a participação dos artistas Carolina Caycedo, Vivian Caccuri, Opavivará e Carlos Motta na 32ª Bienal de São Paulo, intitulada "Incerteza Viva", que assim como essa exposição trata da vida em tempos de mudança.
julho 25, 2016
Fabrício Lopez na Marilia Razuk, São Paulo
A Galeria Marilia Razuk apresenta a partir de 27 de julho a exposição Yamatãma – o antitrauma de Fabrício Lopez. Esta mostra reúne trabalhos inéditos e recentes do artista, incluindo cinco xilogravuras em grande formato, duas matrizes pintadas e uma série de desenhos à nanquim sobre acetato.
O título Yamatãma, neologismo criado pela filha do artista, é uma evocação a cura, uma palavra profética e misteriosa com poderes específicos. A palavra foi apropriada dos desenhos dela e utilizada pela sonoridade que evoca, nomeando uma série de trabalhos inéditos.
Em sua segunda individual na galeria, Fabrício recria fragmentos de paisagens, frutos de situações pessoais vividas nos últimos três anos. Sua produção atual revela o interesse crescente pelo caráter pictórico das imagens produzidas em xilogravura onde o papel impresso e a matriz desdobram-se em peças autônomas e únicas.
Ao explorar o repertório de matrizes em diversas impressões, diante de um uso quase indiscriminado da cor, a madeira gravada adquire um sentido próprio, determinando um esgotamento de sua função e passando a servir como novo plano para uma possível pintura. Conjuga cor e o próprio desenho gravado na superfície da matéria, unindo resquícios de impressões em aplicações direta de tinta com o rolo de borracha.
Já as imagens impressas surgem sem um programa de impressão pré-estabelecido fazendo com que a ordenação das diversas informações vindas de matrizes seja laboriosa: do desenho à transferência para madeira, a gravação e posteriormente a impressão. A cor atua como elemento narrativo e combinatório entre os planos.
Da forma como trabalha, aliando a grande escala ao gesto alargado do corte da madeira, Fabrício dá a xilogravura - uma das mais antigas linguagens artísticas- uma nova perspectiva.
Fabrício Lopez vive e trabalha em Santos e São Paulo. Mestre em poéticas visuais pela ECA – USP sob orientação de Claudio Mubarac, é membro fundador da Associação Cultural Jatobá – AJA e do Ateliê Espaço Coringa, que entre 1998 e 2009 produziu ações coletivas como: exposições, publicações, vídeos, aulas, intercâmbios e residências artísticas.
Participou de diversas exposições coletivas dentre elas: Clube de Gravura: 30 anos – Museu de Arte Moderna de São Paulo, Uma Coleção Particular – Arte Contemporânea no Acervo da Pinacoteca – Pinacoteca do Estado de São Paulo, Gravure Extreme – Europalia, Trilhas do Desejo – Rumos Itaú Cultural, X Bienal de Santos (1° prêmio), Novas Gravuras – Cité Internationale des Arts / Paris – FR, XIII Bienal Internacional de Arte de Vila Nova de Cerveira – Portugal e Arte Contemporânea no Acervo Municipal – Centro Cultural S. Paulo. Participou do Encontro Panamericano de Xilogravura em Trois Riviérès, no Canadá, de residência como artista convidado do Atelier Engramme na cidade do Québec e no CRAC (Centro de Residências para Artistas Contemporâneos) em Valparaíso no Chile como prêmio do Programa Itaú Cultural.
Realizou exposições individuais no Sesc Carmo, São Paulo, Centro Universitário Maria Antonia, na Estação Pinacoteca – SP e no Centro Cultural São Paulo, integra os acervos públicos da Pinacoteca Municipal e do Estado de São Paulo, Casa do Olhar – Santo André, Secretaria Municipal de Cultura de Santos e do Ministério das Relações Exteriores com o 1° prêmio para obras em papel do programa de aquisições do Itamaraty.
Estela Sokol na Anita Schwartz, Rio de Janeiro
Artista paulistana mostrará uma grande instalação na Anita Schwartz Galeria, além de objetos, esculturas e pinturas. Os trabalhos são inéditos e ocuparão todo o espaço expositivo do prédio da Gávea
Anita Schwartz Galeria de Arte apresenta, a partir do dia 27 de julho de 2016 para convidados, e do dia seguinte para o público, a exposição Estela Sokol – Naturezas Mortas, com obras inéditas e produzidas este ano, entre objetos, esculturas, pinturas e uma grande instalação que ocupará o salão no térreo do edifício da Gávea. Em sua terceira individual na Anita Schwartz Galeria, a artista paulistana aprofunda sua pesquisa sobre as possibilidades do uso da cor na atualidade. Acompanha a exposição texto de Felipe Scovino.
Sobre o chão do grande salão térreo da galeria, estará a instalação“White Heat” (título que faz menção ao álbum “White Light/White Heat", da banda Velvet Underground), composta por cerca de 600 peças em forma de sarrafo, de diversos materiais brancos, como espuma, parafina, feltro, mármore e gesso, e com dimensões que variam em comprimento, largura e altura, esta com no máximo 12 centímetros. As peças ocuparão uma área de 45 metros quadrados na área central do piso, de modo a que o visitante possa circular em torno. Estela Sokol destaca que “a ideia é partir da justaposição das peças para ressaltar as diferentes tonalidades de branco dos materiais”. “O trabalho propõe diálogo com a tradição pictórica, e o legado de artistas como Agnes Martin", explica. O pé direito de sete metros e as paredes vazias, fazem com que a obra, de acordo com a artista, possa “tirar proveito do silêncio da sala”.
Nesta instalação, a artista utiliza, pela primeira vez, feltro, gesso e espuma. A obra terá diversas nuances de branco, devido à natureza dos materiais, e ganhará novas tonalidades ao longo da exposição, pois a artista conta com a ação da luz sobre a espuma, que amarelará com o passar dos dias. “Com a forma de um ladrilho em tom de alabastro, o trabalho também reflete sobre o tempo e seus pressupostos, já que algumas seções mudarão de cor durante a exposição”. Estela Sokol ressalta que a busca por mudanças de tonalidade são recorrentes em sua pesquisa. “Nas pinturas realizadas com lâminas de PVC, e outros materiais sintéticos por exemplo, as cores e tons se dão a partir da sobreposição das diversas camadas de plástico", diz.
Estela Sokol compreende o trabalho quase como uma pintura no espaço tridimensional. Para ela, “a ideia é articular os diferentes tons, texturas e densidades dos materiais”. Assim como em outros trabalhos expostos no terceiro andar, a artista transforma o uso dos materiais para aproximar o raciocínio pictórico de esculturas e objetos.
NOVA SÉRIE DE PINTURAS
Uma nova série destas pinturas também poderá ser vista no terceiro andar da galeria. Serão 13 telas produzidas sem a utilização de tinta, em um processo que a artista vem desenvolvendo desde 2010. “Estico e sobreponho lâminas de PVC coloridas e translúcidas, entre outros materiais sintéticos, sobre chassis de madeira, criando diversos matizes que mudam conforme a incidência da luz e deslocamento do espectador", ressalta. Ela acrescenta que “as pinturas de PVC sobre chassi propõem um diálogo entre a paleta industrial e a tradição pictórica”.
Junto com essas pinturas estarão dez esculturas em pequeno formato, feitas em materiais como encáustica, mármore, parafina, tecido, espuma e madeira, que apresentam a ideia pitoresca das naturezas mortas no espaço tridimensional.
Estela Sokol nasceu em 1979, em São Paulo, cidade onde vive e trabalha. Realizou diversas exposições individuais, como “Gelatina”, na Anita Schwartz Galeria, em 2014; “Se o deserto fosse laranja a coisa seria cor de rosa”, no Museu da Taipa, em Macau, na China, 2012; “Secret Forest”, na Gallery 32, em Londres, Inglaterra, em 2011; “Licht Konkret”, na Galerie Wuensch, em Linz, na Áustria, em 2011; “A morte das Ofélias”, na Anita SchwartzGaleria, no Rio de Janeiro, em 2011; “Dawn for Interiours”, na Bisagra Arte Contemporáneo, em Buenos Aires, Argentina, em 2010. “Clarabóia”, no Paço das Artes, em São Paulo, em 2010; “Sol de Inverno”, no Palácio das Artes, Fundação Clóvis Salgado, em Belo Horizonte, em 2008; “Meio dia e meia”, no Centro Universitário Maria Antonia, em São Paulo, em 2006, entre outras.
Também participou de diversas mostras coletivas no Brasil e no exterior das quais destacam-se: “Intervenções Urbanas Bradesco ArtRio”, no Museu da República e “Bienal Tridimensional Internacional”, no Museu Histórico Nacional, ambas no Rio de Janeiro, em 2015; “Prometheus Fecit”, no Museu Nacional Soares dos Reis, em Porto, Portugal, em 2014; “What can we expect from color?”, na BYCR Gallery, em Milão, na Itália, em 2013; “Norman Dilworth, Alistair Mcclymont and Estela Sokol”, na Strand Gallery, emVeneza, na Itália; “Arte Contemporânea no Universo Bordallo”, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, Portugal; “Considerações sobre o plano”, no Museu de Arte Contemporânea, em São Paulo, ambas em 2013; “III Bienal del Fin del Mundo”, em Ushuaia, na Patagônia, Argentina, em 2011; “16º Bienal de Cerveira”, em Cerveira, Portugal, em 2011; “Mapas Invisíveis”, na Caixa Cultural São Paulo, em 2011; “Light Art Bienalle”, em Linz, na Áustria, em 2010; “Graphias”, no Memorial da América Latina, em São Paulo, em 2009; “Nova Arte Nova”, no Centro Cultural Banco do Brasil, em São Paulo, em 2009, e Rio de Janeiro, em 2008, entre outras.
Ganhou prêmios como "Mostras de artistas no exterior”, dentro do “Programa Brasil Arte Contemporânea”, da Fundação Bienal de São Paulo, em 2010; “Temporada de projetos Paço das Artes, em São Paulo, em 2009; “Edital Revelação MACC”, em São Paulo, em 2004; “Projéteis FUNARTE de ArteContemporânea”, no Rio de Janeiro, em 2005; e “34°Salão de Arte Contemporânea LuizSacilotto”, em São Paulo, em 2006.
julho 24, 2016
Duda Moraes na Mercedes Viegas, Rio de Janeiro
Duda Moraes faz sua primeira exposição individual. “Espaços soberanos” será inaugurada no dia 26 de julho, terça-feira, na galeria Mercedes Viegas, na Gávea
Após participar das feiras ArtRio em 2015 e SP-Arte em 2016, a artista plástica carioca Duda Moraes apresenta sua primeira exposição individual na galeria Mercedes Viegas. De 26 de julho a 20 de agosto, Espaços Soberanos traz telas de tinta a óleo com uma diversidade passional de cores e formas. Seu trabalho expressa uma sensibilidade inquieta, um universo feminino e forte, em que a tela é ocupada em sua plenitude. Duda exibe três pinturas grandes de 160 x 140 cm, onde o abstracionismo destaca a forma e a vibração das cores. Já na série “Amores proibidos”, composta de telas menores de 24x30cm e outras de tamanhos variados, a origem latina da palavra preto - pressus - foi a fonte de inspiração. A cor preta - que significa comprimido, apertado - é a ausência de cor ou todas as cores comprimidas. Duda trabalha, então, a relação tensa entre ausência e presença, as cores que ressaltam o preto.
As referências de Duda Moraes vão desde o expressionismo abstrato do pintor neerlandês Willem de Kooning, do neoexpressionismo alemão de Baselitz, do americano Cy Twombly até do francês Matisse. Mas seu olhar bebe em fontes também mundanas, principalmente, na vivência cotidiana na cidade do Rio de Janeiro: as cores fortes do subúrbio carioca, o ritmo pulsante da capoeira, o sorriso intenso e entregue das rodas de samba, assim como o contato com a natureza - o mar, a montanha, as pedras e o verde que invadem o espaço urbano.
A fotografia é outra aliada. No instagram “@dudamor”, a artista exercita seu olhar diariamente: “Costumo fotografar situações que me chamam atenção. Seja andando na rua, em uma viagem, ou algo que vi no quintal da minha casa. Esses registros me ajudam na hora de ir para a tela”, conta Duda.
Filha da conceituada artista plástica Gabriela Machado, desde pequena Duda Moraes vivencia as artes plásticas com intimidade. As brincadeiras eram também no ateliê de sua mãe, ao redor de tintas e telas, onde ainda criança já exercitava a expressão artística com as próprias mãos. Acompanhou o crescimento profissional da mãe convivendo com artistas de sua geração, curadores e críticos de arte. As viagens de férias eram repletas de idas a museus e galerias, o que possibilitou experiências diversas no olhar de Duda.
A artista se formou em Design na PUC-Rio, desenvolveu estampas para grandes marcas da moda carioca trabalhando no escritório de Ana Laet. Em 2014, ingressou no curso “Procedência e Propriedade”, ministrado por Charles Watson, e em seguida partiu para uma residência artística de três meses no Instituto Carpe Diem Arte e Pesquisa em Lisboa, Portugal. Depois de uma temporada no Xingu, Duda se conectou com sua expressão em forma de pintura. A partir desse contato forte com a natureza e as origens xamânicas, assumiu de forma poética sua linguagem artística. “Assisti ao Kuarup, famosa festa de celebração da morte, o encerramento do período de luto. A viagem foi uma das experiências mais mágicas da minha vida. Senti uma força muito grande de ancestralidade, de conexão e paz. Quando voltei, surgiu o convite para trabalhar nas galerias Celma Albuquerque, BH, e Mercedes Viegas, RJ. Foi então que decidi que a pintura era o começo de uma vida nova, de um novo caminho”, conta.
julho 19, 2016
Grupo de 197 artistas organiza leilão protesto com shows na Funarte
Ocupada a cerca de três meses por artistas de todas as áreas de criação, a Funarte de São Paulo, sedia no dia 23/07/16, às 17h, o leilão de parede Aparelhamento contragolpe, do qual participam obras de 197 artistas plásticos, incluindo nomes consagrados pelo mercado e pela crítica. Na quarta-feira, 20/07/16, às 20h, ocorre uma espécie de vernissage e abertura de lances iniciais, além de apresentações musicais de Cavalo Zebra, Trio Eterno e Otto.
Os preços praticados no leilão são 40% mais em conta que os praticados nas galerias (ver abaixo lances iniciais). Entre os 197 participantes vale destacar a presença de obras de Albano Afonso, Beto Shwafaty, Cabelo, Iran do Espírito Santo, Laura Lima, Laura Vinci, Lenora de Barros, Lourival Cuquinha, Lucia Koch, Lucia Laguna, Nuno Ramos, Pedro Varela, Rochelle Costi, Rodrigo Braga, Rubens Mano, Sandra Cinto, Thiago Martins de Melo.
Com o leilão, o evento pretende arrecadar fundos para bancar ações contra o golpe de estado em curso no Brasil. A organização do evento enfatiza que o contragolpe é fora-Temer, mas não é partidário, não é governista e não é Dilmista. O contragolpe é um conjunto de ações a favor de uma ampla reforma política, a favor da democratização da mídia, pela luta contra a desigualdade social, em defesa das chamadas minorias sociais, das conquistas da mulher, dos povos indígenas, das periferias, pelas amplas conquistas trabalhistas e sociais.
Para saber mais sobre o evento e sobre as ações do contragolpe acesse estes links: Coletivo Aparelhamento e evento no Facebook. Leia o manifesto.
Lance inicial para o leilão
Adriana Aranha - R$5,000.00
Albano Afonso - R$1,300.00
Alexandre Furcolin Filho - R$240.00
Alexandre Vogler - R$3,000.00
Aline Acuri Tima - R$600.00
Amanda Mei - R$2,800.00
Ana Catarina Mousinho - R$800.00
Ana Letícia Penedo - R$100.00
Ana Lira - R$450.00
Ana Luisa Araujo - R$300.00
Ana Miguel - R$2,500.00
Ana Teixeira - R$250.00
Andre Komatsu - R$12,000.00
André Luis Scient - R$1,000.00
André Parente - R$1,000.00
Anitta Boa Vida - R$150.00
Aprigio Fonseca - R$1,000.00
Arjan Martins - R$1.99
Armando Queiroz - R$3,000.00
Artur Leandro - aguardando o valor
Aslan Cabral - R$200.00
Bárbara Cunha - R$3,000.00
Bárbara Wagner e Benjamin de Burca - R$8,000.00
Beto Shwafaty - R$2,000.00
BijaRi - R$400.00
Bruno Kurru - R$367.00
Bruno Miguel - R$1,500.00
Bruno Moreschi - R$4,000.00
Bruno Vilela - R$10,000.00
Cabelo - R$4,000.00
Cacá Fonseca - R$700.00
Camila Soato - R$1,000.00
Camila Valones - R$600.00
Carla Caffe - R$600.00
Carlós Amorim - R$100.00
Carlos Melo - R$2,400.00
Caroline Valansi - R$300.00
Carol Nóbrega e Thais di Marco - R$1,000.00
Celina Portella - R$350.00
Cesar Meneghetti - R$1,000.00
Chelpa Ferro - R$1,500.00
Chia Beloto - R$350.00
Chico Ludemir - R$200.00
Christina Machado - R$1,200.00
Chris Von Ameln - aguardando o valor
Cinthia Marcelle - R$600.00
CK Martinelli - R$1,000.00
Claudia Leão - R$1,000.00
Claudio Assis - R$2,000.00
Cristiano Lenhardt - R$1,500.00
Daniel Barros - R$500.00
Daniel Lima e Elida Lima - R$500.00
Daniel Santiago - R$400.00
Debora Bolsoni - R$2,000.00
Denise Agassi - R$3,600.00
Derlon - R$3,000.00
Ding Musa - R$8,000.00
Dri Simôes - R$400.00
Dudu Tsuda - não será leiloada
Edith Derdyk - R$4,500.00
Edith Derdyk - R$2,000.00
Edouard Fraipont - R$2,400.00
Eduardo Verderame - R$100.00
Emidio Contente - R$1,500.00
Érica Ferrari e Maurício Adinolfi - R$2,000.00
Fabiana Faleiros - R$350.00
Fabiano Gonper - R$2,500.00
Fabio Tremonte - R$600.00
Felippe Moraes - R$5,000.00
Fernando Peres - R$600.00
Fernando Velazquez - R$8,000.00
Filé de Peixe - R$600.00
Flávia Junqueira - R$100.00
Flávia Junqueira - R$1,500.00
Flávio Abuhab - R$400.00
Flavio R. R. De Souza - R$5,000.00
Floriano Romano - R$2,500.00
França Bonzion - R$500.00
Gabriel Mascaro - R$10,000.00
Geraldo Marcoline - R$3,500.00
Gian Spina - R$1,800.00
Gilvan Barreto - R$8,000.00
Giselle Beiguelman - R$720.00
Graziela Kunsch - R$300.00
Guga Ferraz - R$500.00
Gui Mohalen - R$2,500.00
Guilherme Callegari - R$1,500.00
Gustavo Godoy - R$100.00
Gustavo Torrezan - R$1,300.00
Helcio Barros - R$1,000.00
Henrique de França - R$800.00
Henrique Oliveira - R$25,600.00
Hugo Frasa - R$800.00
Hugo Sá - R$100.00
Iran do Espírito Santo - R$3,000.00
Isabela Alzira - R$100.00
Isabela Stampanoni - R$800.00
Isis Gasparini - R$500.00
Ivan Grilo - R$2,000.00
Jaime Lauriano - R$600.00
J Bosco Renaud - R$1,000.00
Janaina Miranda - R$150.00
Joana Lira - R$1,500.00
Joana Traub Cseko - R$1,400.00
João Castilho - R$3,200.00
Jonathas de Andrade - R$1,400.00
Josivan Rodrigues - R$200.00
JP Accacio - R$1,800.00
Junior Pimenta - R$300.00
Julia Csekö - R$2,400.00
Juliana Notari - R$1,000.00
Karol Farias - R$50.00
Kika Nicolela - R$450.00
Klian Glasner - R$1,500.00
Krishna Passos - R$500.00
Lais Myrrha - aguardando o valor
Larissa Jordan - R$500.00
Laura Lima - R$3,400.00
Laura Vinci - R$500.00
Leka Mendes - R$700.00
Leo - resistência
Lenora de Barros - R$4,800.00
Leonardo Finoti - R$1,600.00
Lia Chaia - R$3,000.00
Lia Letícia - R$1,500.00
Liane Strapazzon - R$500.00
Lírio Ferreira - R$200.00
Lourival Cuquinha - R$27,000.00
Lourival Cuquinha - R$5,000.00
Lucas Bambozzi - R$1,000.00
Lucas Gervilla - R$500.00
Lucas Simões - R$3,600.00
Lúcia Koch - R$500.00
Lúcia Koch - R$1,000.00
Lúcia Laguna - R$7,480.00
Luciana Mafra - R$200.00
Luiz 83 - R$650.00
Luiz 83 - R$100.00
Luiz 83 - R$100.00
Luiz Henrique Chipan - R$500.00
Macaquinhos e Daniel Lie - R$300.00
Manoel Quiterio - R$1,200.00
Manuela Eichner - R$1,000.00
Marcela Tiboni - R$350.00
Marcelo Cidade - R$4,000.00
Marcelo Gandhi - R$2,000.00
Márcio Almeida - R$1,600.00
Marco Paulo Rolla - R$2,500.00
Marco Raphael - R$300.00
Marcos Vilas Boas - R$750.00
Maria Nepomuceno - aguardando o valor
Mariana Belém - R$500.00
Mariana Lacerda e Pedro Marques - R$2,000.00
Marilá Dardot - R$800.00
Mário Ramiro - R$1,600.00
Maurício Castro - R$1.00
Micheliny Verunschk - aguardando o valor
Mônica Nador - R$3,000.00
Mônica Rodrigues - R$2,500.00
Mônica Rubinho - R$3,000.00
Mozart Fernandes - R$7,300.00
Nathalia Queiroz - R$100.00
Nazareno - R$1,000.00
Nele Azevedo - R$18,000.00
Nele Azevedo - R$3,000.00
Nicolás Robbio - R$2,500.00
Nicole Mouracade - R$500.00
Nino Cais - R$1,500.00
Nuno Ramos - R$5,100.00
Ocupeacidade - R$10.00
Opavivará - R$500.00
Oriana Duarte - 1,000.00
Pablo Lobato - R$3,600.00
Patrícia Canetti - R$3,800.00
Patricia Osses - R$1,500.00
Paulo Caldas - não será leiloada
Paulo Meira - R$1,500.00
Paulo Nenflídio - R$1,800.00
Paulo Paes - R$150.00
Pedro David - R$5,000.00
Pedro Paulo Rocha - aguardando o valor
Pedro Varela - R$2,000.00
Pio Figueiroa - R$3,000.00
Rafael Assef - R$2,000.00
Rafael RG - R$700.00
Rafael Teixeira - R$50.00
Raoni Assis - R$3,000.00
Raoni Assis - R$3,000.00
Regina Vater - R$1,400.00
Reginaldo Pereira - R$1,000.00
Renata Padovan - R$500.00
Renata Ursaia - R$1,200.00
Renato Maretti - R$200.00
Renato Maretti - R$200.00
Ricardo Carioba - R$3,000.00
Rinaldo - R$300.00
Roberto Unterladstaetter - R$330.00
Rochelle Costi - aguardando o valor
Rodrigo Araújo - R$280.00
Rodrigo Braga - R$2,000.00
Rodrigo Linhares - R$600.00
Rodrigo Paglieri - R$3,500.00
Ronald Duarte - R$1,200.00
Roosevelt Pinheiro - R$50.00
Rubens Mano - R$200.00
Rubens Pileggi - R$1,500.00
Sandra Cinto - R$8,000.00
Sérgio Romagnolo - R$8,000.00
Sílvio Dworecki - R$900.00
Tatiana Bond - R$2,000.00
Thelmo Cristovam - R$1.00
Thiago Martins de Melo - R$2,376.00
Vânia Medeiros - R$800.00
Victor Leguy - R$2,000.00
Virgínia de Medeiros - R$2,000.00
Vitor Mizael - R$1,000.00
Vitor Mizael - R$2,000.00
Warley desali - R$600.00
Yoann Saura - R$1,000.00
Yuri Firmeza - aguardando o valor
Yuri Godoy - R$100.00
julho 17, 2016
José Bechara na Marilia Razuk, São Paulo
A Galeria Marilia Razuk apresenta a partir de 11 de junho a exposição Voadoras de José Bechara. Nesta mostra o artista apresenta cerca de 20 obras inéditas entre pinturas em vidros planos e oxidação de metais sobre lona e lona usada de caminhão. Estes dois conjuntos em diferentes materiais e distribuídos em salas distintas da galeria, procuram estabelecer convergências poéticas entre si.
A utilização de vidros nos trabalhos é recente. Iniciando suas investigações plásticas com o material em 2010, a partir de 2013 Bechara apresenta novas experimentações onde incorpora outros elementos e novos procedimentos nesta mostra. Nesta mostra espera-se que o conjunto expositivo revele, entre outras coisas, a relação do artista com o espaço, oscilando entre um virtual e outro real, na medida em que implicam no reordenamento do espaço arquitetônico. É importante notar que interessa ao artista situar seus trabalhos entre gêneros. O que se vê é, portanto, ora experiência pictórica, ora experiência escultórica.
As pinturas em oxidações de emulsões metálicas sobre lonas usadas de caminhão inserem-se, por sua vez, em investigações de mais de duas décadas. Todavia, com a introdução de uma nova paleta, esses trabalhos não somente exteriorizam o resultado de longa pesquisa mas trazem novas relações com o tempo próprio da pintura, tempo este que insiste em abrir novas e arriscadas frestas para o trabalho por vir.
José Bechara (Rio de Janeiro, 1957) iniciou sua produção no final dos anos 80, e atua desde então no campo da pintura. Desenvolve sua linguagem na utilização diversificada de métodos e materiais, permitindo novas experiências no campo pictórico. No lugar da tela branca, utiliza lonas marcadas por mercadorias, estradas, acidentes e práticas de um universo bem distante do tradicional ofício de pintor. No lugar de pigmentos de cor e pincéis, é a matéria ferruginosa corroída pelo tempo que cria seus efeitos cromáticos. Nos últimos anos vem realizando obras escultóricas, intervenções e fotografias, tendo a questão da casa e suas diversas implicações como objeto de trabalho.
Iole de Freitas na Roberto Alban, Salvador
A Roberto Alban Galeria apresenta a partir do próximo dia 18 de maio, para convidados, e do dia seguinte para o público, a exposição Iole de Freitas – A escrita do movimento, com um site specific e 12 obras, entre inéditas e históricas, da artista mineira radicada no Rio, um dos expoentes do panorama contemporâneo. Com uma celebrada trajetória que inclui exposições no MoMA de Nova York, e na Documenta 12, em Kassel, Alemanha, Iole de Freitas (Belo Horizonte, 1945) ocupará todo o espaço da galeria, e criará no local um trabalho com 3,5 metros de diâmetro e seis metros de altura. Em junho, será lançado um livro-catálogo da exposição, com entrevista dada pela artista a Marc Pottier, curador da exposição, em design gráfico de Bitty Nascimento e Silva. A Roberto Alban Galeria representa Iole de Freitas na Bahia.
Além do site specific, estarão na Roberto Alban Galeria seis obras “Sem título” feitas este ano especialmente para esta mostra, em chapas de aço inox, como as duas esculturas com 2,20 metros e 2,45 metros, e outras quatro com dimensões que variam de 75cm a 40 centímetros. As obras recentes e inéditas mantêm a mesma investigação sobre a relação entre peso e leveza – “os grandes vôos e grandes escalas”, como observa Iole de Freitas – que a artista vem desenvolvendo desde 2000, e que passaram a ser feitas, desde 2013, com chapas de aço pesadas. Ela conta que esta investigação foi “radicalizada” na exposição realizada no Espaço Monumental do MAM Rio de Janeiro, entre julho de 2015 e abril último. E é o desdobramento deste trabalho, em outra escala, que será visto na Galeria Roberto Alban. “Esses trabalhos guardam a mesma tensão interna, e a investigação entre peso e leveza, já que trabalho com pesadas chapas de aço, e não com policarbonato”.
O curador Marc Pottier selecionou para “A escrita do movimento” dois trabalhos de 2013, em policarbonato e tubos de aço inox, que marcaram a produção desde 2000, um deles uma coluna vertical, com 2,70 metros.
Estarão ainda na exposição outros quatro trabalhos emblemáticos feitos por Iole de Freitas em 1992 e recriados em 2013, em que utiliza telas metálicas em aço inox, latão e chapa de cobre.
Na entrevista que estará no catálogo da exposição, o curador indaga à artista: “por que a palavra ‘dança’ surge tantas vezes quando estamos lendo os textos sobre seu trabalho?”, e pede para que ela comente o movimento que se vê em sua obra. “De fato a ideia de movimento está impregnada tanto nas sequências fotográficas feitas a partir de fotogramas dos filmes Super 8 e 16 mm, nos anos 70, como nas grandes instalações realizadas em 2000 no Centro de Arte Hélio Oiticica, na Documenta de Kassel em 2007 e no MAM Rio em 2015/16. Ela percorre diversos e contínuos momentos da minha linguagem até hoje”, responde Iole.
Iole de Freitas, nascida em 1945, em Belo Horizonte, vive e trabalha no Rio. Estudou na Escola Superior de Desenho Industrial no Rio de Janeiro (ESDI), em 1964 e 1965. De 1970 a 1978 viveu em Milão, Itália, onde trabalhou como designer no Corporate Image Studio da Olivetti. A partir de 1973 produz e expõe seu trabalho artístico. Entre as diversas exposições individuais e coletivas em todo o mundo destacam-se: 9a Bienal de Paris (1975); 15a Bienal Internacional de São Paulo (1981); exposição itinerante “Cartographies” (1993), na Biblioteca Luis Ángel Aranjo (Bogotá, Colômbia), no Museo de Artes Visuales Alejandro Otero (Caracas, Venezuela), na National Gallery (Ottawa, Canadá), no Bronx Museum (Nova York, EUA) e na La Caixa (Madri, Espanha); Bienal Brasil Século XX (São Paulo, 1994); a individual “O corpo da escultura: a obra de Iole de Freitas”, curada por Paulo Venancio Filho, no Museu de Arte Moderna de São Paulo e no Paço Imperial do Rio de Janeiro (1997); Projeto de instalações permanentes do Museu do Açude, no Rio de Janeiro (1999); individual no Centro de Arte Hélio Oiticica (Rio de Janeiro, 2000), “Iole de Freitas”, no Museu Vale (Vila Velha, 2004), e “Iole de Freitas”, no Centro Cultural Banco do Brasil (Rio de Janeiro, 2005), todas com curadoria de Sônia Salzstein; 5ª Bienal do Mercosul (Porto Alegre, 2005).
Em 2007 Iole foi convidada para realizar um projeto específico para a Documenta 12, de Kassel, Alemanha, e em 2008 apresentou seu trabalho na Fundação Iberê Camargo, em Porto Alegre. Em 2009/2010 expôs na Casa França-Brasil (Rio de Janeiro) e na Pinacoteca do Estado de São Paulo, e participou da mostra “O Desejo da Forma” na Akademie der Kunst, em Berlim, Alemanha. De julho de 2015 a abril último, Iole de Freitas ocupou o Espaço Monumental do MAM Rio de Janeiro com obras de sua nova pesquisa escultórica. Sua trajetória encontra-se documentada em vários textos e publicações de renomados críticos de arte. É representada pela Galeria Raquel Arnaud desde 1988. Site: www.ioledefreitas.com
julho 9, 2016
Periscópio na Zipper, São Paulo
Com curadoria de Fernando Velázquez, nova coletiva na Zipper Galeria traz o trabalho de 26 artistas que dialogam com as novas mídias digitais
Em Periscópio, nova exposição que a Zipper Galeria inaugura no dia nove de julho, 26 artistas de diferentes nacionalidades apresentam trabalhos que exploram as novas mídias e suas tangentes a partir de diversas perspectivas e interesses. O título faz referência ao instrumento óptico com o qual é possível enxergar além do campo de visão. De forma similar, as obras selecionadas pelo artista e curador Fernando Velázquez sugerem uma reflexão sobre como o surgimento de novas tecnologias e seus adventos podem gerar outras formas de pensamentos além das tradicionais. Seja pela percepção sensorial, pela construção de conhecimento ou pelas relações sociais transformadas, essas novas técnicas também expandem o campo das artes visuais.
A história da arte evidencia que as mudanças trazidas com o tempo – ora na pintura, na fotografia ou no cinema, por exemplo – não devem ser vistas como uma quebra, mas como um processo mais amplo. Toda nova mídia se molda como um decalque de alguma ou diversas mídias precedentes, conquistando lentamente sua autonomia técnica e discursiva. O corpo de trabalhos e processos apresentados em "Periscópio" parte da premissa de que estamos atravessando um destes períodos de transição estimulado pelas tecnologias digitais.
Em diferentes linguagens, os trabalhos contemplados na coletiva atravessam o imaginário contemporâneo, estimulados pelo uso das tecnologias digitais. Entre os artistas que participam da exposição, estão a israelense radicada em Nova York Nurit Bar-Shai, que estuda o sistema de comunicação de bactérias e como elas reagem em contato com variadas frequências e ondas sonoras, e a brasileira Anaisa Franco, que traz uma escultura sensitiva desafiando a imaginação pela mistura entre a robótica e a psicologia. Há também um projeto de vídeo-animação de Mike Pelletier e uma escultura de fogo controlada pelo cérebro, assinada pelo mexicano Jaime Lobato.
Artistas participantes
Anaisa Franco, Andy Lomas, Andrei Thomaz, Astrovandalistas, Bruno Vianna, Gabriel Menotti, Giselle Beiguelman, Guto Nóbrega, Fábia Karklin, Felipe Julian, Flora Leite e Maura Grimaldi, Henrique Roscoe, Herbert Baioco, Jaime Lobato, Julio Parente, Leandro Mendes (Vigas), Lucas Bambozzi, Marcio H Mota, Matheus Leston, Mike Pelletier, Nurit Bar-Shai, Ricardo Carioba, Richard Garet, Roberta Carvalho e Simon Fernandes.
Fernando Velázquez é artista transdisciplinar. Suas obras incluem vídeos, instalações e objetos interativos, performances audiovisuais e imagens geradas com recursos algorítmicos. Em sua pesquisa, explora a relação entre Natureza e Cultura colocando em diálogo dois tópicos principais: as capacidades perceptivas do corpo humano e a mediação da realidade por dispositivos técnicos. Mais informações em www.blogart.com.
julho 6, 2016
Vídeo de Hoje: Uma Imagem Possível na Central, São Paulo
A Central Galeria apresenta, a partir de quinta-feira, 7 de julho, das 19h às 22h, a exposição Uma Imagem Possível, segunda exposição da série "Vídeo de Hoje", realizada em parceria com com o Espaço Fonte. Com curadoria e organização de Roberto Moreira S. Cruz, a mostra pretende evidenciar a diversidade e a experimentação nas propostas de linguagem de oito artistas que trabalham exclusivamente com as formas de expressão do vídeo.
Apresentando 24 trabalhos dos artistas Felipe Barros, Leandro HBL, Sara Não tem Nome, Carlosmagno Rodrigues, Kika Nicolela, Roberto Bellini, Eduardo Zunca e Claudio Santos, a mostra "Uma Imagem Possível" pretende ser um pequeno panorama sobre a atual produção de videoarte no Brasil.
Segundo o curador Roberto Moreira S. Cruz "As propostas de linguagem e experimentação com as formas de expressão do vídeo são as mais diversas possíveis e a consequência disso é que o elenco de projetos e obras apresentados no contexto mais recente da arte brasileira torna-se plural e multifacetado, evidenciando o hibridismo dos formatos e estilos".
Sinopse dos vídeos
CARLOSMAGNO RODRIGUES
- Imprescindíveis
2003, 6min
Um vídeo sobre a violência simbólica. Um pai (o próprio artista) impõe seus heróis ideológicos ao filho Bruno, que reage contrariamente com suas influências
audiovisuais próprias da TV e do cinema. Uma paródia aos heróis fictícios e aos atos de violência reproduzidos na mídia, representados pelo manuseio de armas e pelas indumentárias de guerrilha.
- Drop in the Darkness
2011, 7 min.
Um filme sobre a conversão evangélica. O filme é montado em travellings verticais referenciando o arquétipo do inferno. Um pastor guatemalteco é importunado por Dylan, um bêbado que tenta convencê-lo a lhe dar uma bíblia. O título "Drop in The Darkness" faz referência às circunstâncias que a trilha sonora foi gravada em Antiqua, Guatemala, e apresenta o desconforto causado pela solidão e a violência.
- Não sei Mesmo
2012, 3 min.
A atitude surrealista de explodir uma bomba dentro de casa, desencadeia reações entre as pessoas. Através de um gesto performático, o artista nos faz questionar sobre intolerância e a incompreensão.
CLAUDIO SANTOS
- Tipoema
2012, 5 min
A partir de um poema de Guilherme Mansur, o vídeo recria e anima uma variedade incrível de letras, palavras e imagens, registradas a partir do mecanismo analógico e mecânico de uma prensa tipográfica. O movimento e a remontagem de vários padrões digitais, criam uma poética metafórica do próprio processo da composição.
- MOV 03
co-direção de Alessandra Soares
2006, 3min
Imagens estáticas em movimentos frenéticos. Entrecruzamento de vários elementos gráficos e interferência sobre as imagens, o vídeo e uma representação vertiginosa do espaço urbano e de sua temporalidade acelerada.
- Vazio
2008, 3min
A convergência das mídias digitais permite um universo vasto de possibilidades e caminhos. Um futuro próximo, cada vez mais veloz, está para ser construído. Imagens do deserto do Arizona e do Novo México servem de analogia a uma página em branco, onde podemos começar ou recomeçar.
EDUARDO ZUNZA
- One way
2011, 4 min.
Entre um lugar e outro ninguém está em casa. Dois tempos da narrativa criam
sensações opostas de aceleração e desaceleração; agito e calmaria; estresse e
descanso.
- Play Time,
2010, 3min.
Em um dia bucólico, as crianças brincam na praça. O tempo passa lento, revelando uma dimensão poética e impressionista da realidade, através da representação da imagem em movimento.
- Folowing the night
2009, 4min.
O deserto da Namibia, em Angola, se transforma em paisagem opaca, densa,
impressionista. O trânsito das cores cria um movimento constante e repetitivo, de formas abstratas e relevos condensados no tecido da imagem.
FELIPE BARROS
- Mancha de dendê não sai
2010, 16 min
A sobreposição casual de sons e imagens criam campos de significação originais e inusitados. A paisagem da praia e as vozes de seus habitantes, com sotaques e
dialetos, num jogo sensorial deslumbrante e divertido.
- Todo silêncio me incomoda
2010, 5min
O que separa o real da imaginação é uma transparente e invisível parede de vidro. O mar, o horizonte e o movimento das ondas transformam o imaginado no lugar do provável e da razão.
- Não confie a ninguém o seu segredo
2010, 3min
Viva e morra fechado como um caracol. Não confie a ninguém o seu segredo. Um tom sinistro cerca a paisagem do jardim: um pássaro, um réptil, uma ave morta.
KIKA NICOLELA
- Passenger
2007, 5 min.
Gravado da janela de um ônibus a caminho de Paris com uma câmera de baixa
resolução, esse vídeo testemunha os efeitos do anoitecer e da chuva sobre a paisagem em movimento, evocando uma viagem singular por uma terra imaginária.
- Flickering
2009, 3min.
Das trevas à luz , e de volta à escuridão ; um auto-retrato emocional.
- don’t!
2010, 6 min.
"Don't" foi desenvolvido para o projeto colaborativo Traffic Jam#1, durante residência artística realizada na Casa das Caldeiras, em São Paulo em novembro de 2010. Com a colaboração de 10 artistas internacionais, a idéia por trás deste vídeo é desafiar e perturbar - com humor - o sentido de autoridade, questionando as regras aleatórias e limitações sobre a gravação no espaço audiovisual público / privado.
LEANDRO HBL
- Occhio per occhio
2009, 10min
Em 1779, Antonio Canova, um dos maiores nomes da escultura neoclássica, percorreu a Europa para ver as obras-primas do continente. Em 2003, dois personagens mascarados refazem o roteiro.
- Castelo
2009, 8 min
Transeuntes invisíveis passeiam por Castello. Um bairro de Veneza onde seus
autênticos moradores vivem e tentam levar uma vida comum, apesar dos turistas. Lá, três senhoras contam suas histórias. Vidas em suspensão em uma paisagem quase impossível.
- Vídeo-Carta
2010, 5 min.
No interior do Maranhão o olhar atento de duas crianças observa.
ROBERTO BELLINI
- Pelo Vidro
2007, 7min.
Uma coleção de encontros visuais que revelam uma reflexão poética sobre o tempo, a contemplação e a distância imposta pela câmera.
- Jardim Invisível
2008, 15 min.
Jardim Invisível toma como ponto de partida a paisagem noturna de um bairro
suburbano americano. Trata-se de uma organização espacial que exclui o uso público, criando um universo artificial e vazio. O video faz uma releitura deste espaço criando para ele uma nova narrativa, na qual uma figura solitária executa sua tarefa de cuidar deste árido jardim.
- Teoria da Paisagem
2005, 5min.
Um diálogo e uma paisagem. Um breve discurso sobre a possibilidade da
contemplação, a política do olhar e autoridade.
SARA NÃO TEM NOME
- Omega 3,
2011, 3min
Sentada timidamente no box do chuveiro, Sara toca o violão e canta: "Eu estou
fedendo um peixe que comi ontem". No plano fixo desta inusitada atuação, a imagem da artista é sobreposta em fusão por outra de um peixe de aquário. Deixe ele salgar na areia da praia de Minas Gerais.
- Não vou Chorar
2012, 2 min
Uma canção dos anos 70, popular e de características 'brega' serve de trilha sonora para o encontro de Sara Não Tem Nome e Diego, o mascate, em um bar da periferia chamado '20 Buscar'
- Ajude-me
2010, 3min
Melancolia e niilismo sem perder a postura iconoclasta e irreverente, estão neste
trabalho da artista. Tendo como ambiente uma casa antiga e desabitada, Sara Não Tem Nome, fala sobre a solidão e a subjetividade despojada de uma jovem sem lugar no mundo.
julho 5, 2016
Prêmio Marcantonio Vilaça no MON, Curitiba
Museu Oscar Niemeyer sedia mostra de artistas contemporâneos premiados
Esta é a 5ª edição do Prêmio Marcantonio Vilaça e traz Amelia Toledo como artista homenageada
O Museu Oscar Niemeyer (MON) recebe dia 7 de julho, quinta, às 19h, nas salas 4 e 5, a exposição Prêmio Marcantonio Vilaça. Nesta 5ª edição (2015/2016), o público poderá conhecer obras da artista homenageada Amelia Toledo, os cinco artistas selecionados: Berna Reale, Gê Orthof, Grupo EmpreZa, Nicolás Robbio e Virgínia de Medeiros, além do trabalho do curador premiado Divino Sobral, que assina “Zona de Perigo”, com mais 12 artistas. A mostra tem curadoria geral de Marcus Lontra.
Os cinco artistas e o curador foram selecionados depois de um longo processo de análise e pesquisa que envolveu, além de 15 curadores, diversos profissionais da área de museologia e de administração cultural. “A intenção é valorizar nacionalmente uma representatividade que sintetiza o vigor e a diversidade da produção artística nacional nos dias de hoje”, aponta Lontra.
“O Museu Oscar Niemeyer oferece ao público a oportunidade de estar em contato com o que há de novo na mais recente produção artística nacional ao apresentar o resultado da seleção criteriosa realizada pelo Prêmio Marcantonio Vilaça”, afirma Juliana Vosnika, diretora-presidente do MON.
A mostra, de caráter itinerante, já passou por Brasília, Belo Horizonte e Rio de Janeiro e agora chega a Curitiba, no Museu Oscar Niemeyer, onde fica em cartaz até o dia 11 de setembro.
“Ficamos muito felizes em receber a exposição porque sua proposta vem ao encontro da nossa ideia de democratização da Cultura, com as obras percorrendo diferentes regiões do Brasil e com investimento em programas educativos”, comenta o secretário de Estado da Cultura, João Luiz Fiani.
Sobre o prêmio
O Prêmio CNI SESI SENAI Marcantonio Vilaça para as Artes Plásticas é um dos mais tradicionais prêmios de arte do país e completou 12 anos em 2016. Em suas cinco edições, 25 artistas e dois curadores foram contemplados com bolsas para produção de trabalhos que percorreram todo o Brasil.
A cada edição, o prêmio contempla cinco artistas, cujo trabalho é acompanhado por um crítico ou curador de arte. Ao fim dessa etapa, as obras selecionadas são reunidas em exposições itinerantes em algumas capitais estaduais, de diferentes regiões do país.
O prêmio propõe a integração das artes em suas diversas manifestações. A premiação também estimula a diversidade e a compreensão de valores éticos e estéticos por meio de iniciativas de arte-educação. Para os artistas, a iniciativa apoia a produção do trabalho e também o estudo crítico das obras, a divulgação em mostras e a documentação por meio de catálogos.
Quinta + MON
No mesmo dia, 7 de julho, acontece o “Quinta+MON”, primeira quinta do mês em que a permanência no museu é estendida até as 20h e a entrada é franca a partir das 18h. Vale ressaltar que a entrega de ingressos é feita até 19h30.
Além da inauguração da exposição “Prêmio Marcantonio Vilaça”, os visitantes podem conferir as mostras: “Jefferson Cesar – um Dom Quixote na arte paranaense”, “Acaso controlado – Daniel Feingold”, “Prêmio Objeto – Brasil 2016”, “MAC-MON: um diálogo”, “Moderna para sempre”, “Olhar inComum: Japão revisitado”, “Obras sob guarda do MON”, “Histórias do acervo MON – em aberto” e “Museu em construção”.
5ª edição do Prêmio Marcantonio Vilaça no MON, Curitiba
Museu Oscar Niemeyer sedia mostra de artistas contemporâneos premiados
Esta é a 5ª edição do Prêmio Marcantonio Vilaça e traz Amelia Toledo como artista homenageada
O Museu Oscar Niemeyer (MON) recebe dia 7 de julho, quinta, às 19h, nas salas 4 e 5, a exposição “Prêmio Marcantonio Vilaça”. Nesta 5ª edição (2015/2016), o público poderá conhecer obras da artista homenageada Amelia Toledo, os cinco artistas selecionados: Berna Reale, Gê Orthof, Grupo EmpreZa, Nicolás Robbio e Virgínia de Medeiros, além do trabalho do curador premiado Divino Sobral, que assina “Zona de Perigo”, com mais 12 artistas. A mostra tem curadoria geral de Marcus Lontra.
Os cinco artistas e o curador foram selecionados depois de um longo processo de análise e pesquisa que envolveu, além de 15 curadores, diversos profissionais da área de museologia e de administração cultural. “A intenção é valorizar nacionalmente uma representatividade que sintetiza o vigor e a diversidade da produção artística nacional nos dias de hoje”, aponta Lontra.
“O Museu Oscar Niemeyer oferece ao público a oportunidade de estar em contato com o que há de novo na mais recente produção artística nacional ao apresentar o resultado da seleção criteriosa realizada pelo Prêmio Marcantonio Vilaça”, afirma Juliana Vosnika, diretora-presidente do MON.
A mostra, de caráter itinerante, já passou por Brasília, Belo Horizonte e Rio de Janeiro e agora chega a Curitiba, no Museu Oscar Niemeyer, onde fica em cartaz até o dia 11 de setembro.
“Ficamos muito felizes em receber a exposição porque sua proposta vem ao encontro da nossa ideia de democratização da Cultura, com as obras percorrendo diferentes regiões do Brasil e com investimento em programas educativos”, comenta o secretário de Estado da Cultura, João Luiz Fiani.
Sobre o prêmio
O Prêmio CNI SESI SENAI Marcantonio Vilaça para as Artes Plásticas é um dos mais tradicionais prêmios de arte do país e completou 12 anos em 2016. Em suas cinco edições, 25 artistas e dois curadores foram contemplados com bolsas para produção de trabalhos que percorreram todo o Brasil.
A cada edição, o prêmio contempla cinco artistas, cujo trabalho é acompanhado por um crítico ou curador de arte. Ao fim dessa etapa, as obras selecionadas são reunidas em exposições itinerantes em algumas capitais estaduais, de diferentes regiões do país.
O prêmio propõe a integração das artes em suas diversas manifestações. A premiação também estimula a diversidade e a compreensão de valores éticos e estéticos por meio de iniciativas de arte-educação. Para os artistas, a iniciativa apoia a produção do trabalho e também o estudo crítico das obras, a divulgação em mostras e a documentação por meio de catálogos.
Quinta + MON
No mesmo dia, 7 de julho, acontece o “Quinta+MON”, primeira quinta do mês em que a permanência no museu é estendida até as 20h e a entrada é franca a partir das 18h. Vale ressaltar que a entrega de ingressos é feita até 19h30.
Além da inauguração da exposição “Prêmio Marcantonio Vilaça”, os visitantes podem conferir as mostras: “Jefferson Cesar – um Dom Quixote na arte paranaense”, “Acaso controlado – Daniel Feingold”, “Prêmio Objeto – Brasil 2016”, “MAC-MON: um diálogo”, “Moderna para sempre”, “Olhar inComum: Japão revisitado”, “Obras sob guarda do MON”, “Histórias do acervo MON – em aberto” e “Museu em construção”.
Haroon Mirza no Pivô, São Paulo
Dentro de seu Programa Anual de Exposições 2016, o Pivô apresenta exposição individual do artista britânico Haroon Mirza, composta por uma instalação site-specific gerada por um aparelho eletrônico criado pelo artista, chamado “Emerging Paradigm” (Paradigma Emergente). O aparelho é uma espécie de media player, fruto da necessidade de sincronizar em um só mecanismo diversos canais de som, luz e vídeos. Para a exposição no Pivô, o aparelho emitirá, ao mesmo tempo, quatro vídeos e oito canais de sinais eletrônicos sincronizados, abastecidos com imagens e sons captados por Mirza em São Paulo, onde realiza uma residência de dois meses no Pivô. Os conteúdos dos vídeos refletem sobre a situação política atual do Brasil, a cultura musical local, Enteógenos (plantas que possuem propriedades psicodélicas como aquelas usadas no Ayahuasca) e desenvolvimentos nas áreas de Física e Cosmologia.
Com esse projeto, o Pivô mostra a obra de Haroon Mirza para o público brasileiro e da America Latina pela primeira vez, trazendo um artista internacional reconhecido para o meio de arte brasileiro. O artista, que em 2011 ganhou o Leão de Prata na 54 Bienal de Veneza, desenvolve um trabalho interdisciplinar que compreende artes visuais, som e intervenções arquitetônicas, construindo instalações imersivas com luz, som e objetos que tomam como ponto de partida o próprio local. As características peculiares do espaço expositivo do Pivô, que ocupa uma área de 3.500 m2 no Edifício Copan longe de ser um habitual cubo branco, convergem com a natureza site-specific da pesquisa artística de Mirza.
Mirza convida o espectador para viver uma experiência sinestésica do espaço expositivo ao propor objetos que transmitem som, usando iluminação LED para redesenhar/reativar o espaço. É um artista que aborda a linguagem digital como material escultórico: usando a tecnologia através de luzes e sound systems, ele expande as barreiras das artes visuais, abrindo uma nova via para a percepção de uma obra de arte, tanto para o espectador quanto para as instituições que recebem seus trabalhos.
Explorando todos os sentidos, não apenas a visão, a obra de Haroon Mirza não é inerte e desafia a passividade associada ao espectador de arte, que é sempre tragado para dentro de suas instalações. Uma vez lá dentro, percebe a questão central do trabalho de Mirza: a expansão da categorização das formas culturais.
Haroon Mirza nasceu em Londres em 1977, onde vive e trabalha. Prêmios recentes incluem o Nam June Paik Award 2014 e o Zurich Art Prize 2014. Entre suas principais exposições, destacam-se: Nam June Paik Centre, Yongin, Coreia; Matadero, Madri, Espanha; Ballroom, Marfa, Texas, EUA; Museum Tinguely, Basel, Suiça; Haus Konstruktiv, Zurique, Suiça; “The Light Hours”, site-specific no Villa Savoye de Le Corbusier, Poissy, França; IMMA, Dublin, Irlanda; The Hepworth, Wakefield, Reino Unido; MIMA, Middlesbrough, Reino Unido; The New Museum, Nova Iorque; Kunst Halle Sankt Gallen, St Gallen, Suiça; Camden Arts Centre, Londres, Reino Unido e A-Foundation, Liverpool, Reino Unido. Participou da 7 Shenzhen Sculpture Biennale na China em 2012 e da 54t Bienal de Veneza em 2011, onde ganhou o Leão de Prata.
Dirnei Prates na Ecarta, Porto Alegre
A Noite Barroca, exposição selecionada por edital que entra em cartaz no dia 6 de julho, quarta-feira, na Galeria Ecarta, em Porto Alegre, apresenta fotografias e vídeos do artista Dirnei Prates. Desde 2007, Dirnei vem trabalhando com a ideia de apropriação em seus trabalhos. Segundo ele, procura nas imagens, absorvidas quase sempre do seu entorno imediato, alguns padrões que evidenciem suas contradições, suas possibilidades de subleituras e interpretações pessoais. "As associações à pintura, recorrentes em meu processo, se apresentam neste projeto sob a forma de contrastes e tenebrismos, que tangenciam imagens e conceitos do período barroco, em seu viés sacro", explica o autor.
A mostra é costurada em duas séries: "Júpiter, Netuno e Plutão" e "Pede-me o que quiseres e eu te darei". As fotografias resultantes da primeira sugerem uma aura de brutalidade e redenção que aproxima os retratos dos anônimos, quase sempre marginais, reinventados nas pinturas de Caravaggio. O título Júpiter, Netuno e Plutão faz menção ao único trabalho de exibição pública do artista renascentista, o afresco pintado em Roma, na capela do jardim Ludovisi de Porta Pinciana. "No projeto, capturo imagens da tela do computador, oriundas de sites de encontro onde, através de uma webcam, seus usuários podem se exibir publicamente e conversar com os pretensos parceiros, numa encenação em que o que está em jogo é o compartilhamento de uma fantasia momentânea e sem culpa", detalha Dirnei.
A outra série, "Pede-me o que quiseres e eu te darei", consiste na projeção de três faces masculinas, cujas expressões, por vezes indecifráveis, transitam entre a dor e o espanto. Oriundas da decupagem de cenas apropriadas de filmes pornográficos, as cabeças que emergem em um plano-sequência procuram reconfigurar, por meio do tensionamento imposto pela velocidade da projeção, o momento do gozo dos atores para além de um simples ato. "Ao focar especificamente os rostos procuro também explicitar algumas semelhanças nas expressões destes atores com as faces das figuras decapitadas, retratadas em alguns dos quadros de Caravaggio: Salomé com a cabeça de João Batista (1607), David com a cabeça de Golias (1607) e Medusa (1597)", contextualiza o artista. "Quando estendido o tempo, a imagem desta 'pequena morte' reforça também a possível melancolia mundana e a transcendência envolvida nesta ação, sublinhando, tal qual a concepção barroca do mundo, o caráter efêmero e dualístico da existência. O título se apropria da frase de Herodes dita à Salome, segundo a bíblia, após sua hipnótica dança."
Dirnei Prates vive e trabalha em Porto Alegre. Cursou Arquitetura e Urbanismo UFRGS/2003. Desde 2006 atua no coletivo “Cine Água” em parceria com o artista Nelton Pellenz. Em 2012 participou do MAC Encontra os Artistas (do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo), promovido pelo grupo de estudos em Crítica e Curadoria do Departamento de Artes Plásticas da USP; recebeu indicação ao Prêmio Investidor Profissional de Arte (Pipa) e foi um dos dez artistas destaque da Bolsa Iberê Camargo. Realizou as exposições individuais “Verdes Complementares” no Palácio das Artes, Belo Horizonte (2013); “Paisagens Populares” no Programa de Fotografia do Centro Cultural São Paulo (2012), “Fotografias Recentes” na Fotogaleria Virgílio Callegari, em Porto Alegre (2012) e “Ficções Apropriadas” na Pinacoteca da Feevale, em Novo Hamburgo (2009). Entre as exposições coletivas recentes destacam-se a 10ª Bienal do Mercosul - Mensagens de uma Nova América e Time Line BH- Mostra Internacional de Vídeo Arte, ambas em 2015. E alguns dos reconhecimentos recebidos foram: Prêmio Aquisição no Programa de Fotografia do Centro Cultural São Paulo (CCSP), Prêmio Açorianos de Artes Plásticas, categoria Novas Mídias, em 2010, e Exposição Coletiva em 2012, e Prêmio de Melhor Filme na 10ª Mostra do Filme Livre, no Rio Janeiro, em 2008.
Fábio Leão no Museu Paulo Setúbal, Tatuí - SP
Artista apresenta imagens em escala real de elementos arquitetônicos do Museu Histórico Paulo Setúbal
De 2 de julho a 2 de agosto de 2016, o Museu Histórico Paulo Setúbal abriga a exposição individual re[a]presentação, do artista visual radicado em São Paulo, Fábio Leão. Com 6 trabalhos entre desenhos, monotipias, esculturas e um vídeo, o artista traz a público imagens de objetos domésticos e também de elementos arquitetônicos tanto do prédio da Casa das Caldeiras em São Paulo quanto do próprio espaço expositivo do Museu Histórico Paulo Setúbal. Ao reapresentar coisas e arquiteturas por meio da representação em escala real, o artista busca novos significados e reflexões para a compreensão dos processos pelos quais se dá a nossa percepção do mundo.
Fábio Leão, nascido em Arapiraca, AL, em 1975, formou-se em Comunicação Social pela Universidade São Judas Tadeu. Vive e trabalha em São Paulo.Em 2015 ganhou o prêmio Aquisição da Bienal de Las Fronteras, coleção do Museo de Arte Contemporânea de Tamaulipas - Instituto Tamaulipeco para a cultura e as artes, México. Em 2014 participou das residências artísticas "MacDowell Colony Fellowship", em New Hampshire, nos EUA e "Obras em Construção", na Casa das Caldeiras em São Paulo. Nesse mesmo ano, participou da coletiva "O Saber da Linha", na Pinta London Art Fair, em Londres. Em 2013 foi um dos premiados do Salão dos Artistas sem Galeria. Nesse mesmo ano, ganhou o Prêmio Aquisição no Futuro Salão Nacional de Artes Visuais de Jundiaí, Arte Contemporânea e Novas Tecnologias, participou da exposição “Arte e Design”, na Torre Santander, em São Paulo, com curadoria de Rejane Cintrão e, entre outras mostras, realizou a exposição individual “Deslocamentos”, na Galeria Cañizares da Escola de Belas Artes da UFBA, em Salvador. Em 2012 ganhou o Prêmio “Olho Latino” devido à sua participação na 6ª Bienal do Esquisito. Entre suas atividades artísticas, destacam-se ainda as exposições coletivas “Atelier Aberto”, no Instituto Tomie Ohtake, em 2004; e o III Prêmio Michelângelo de Pintura Contemporânea, no Centro Cultural São Paulo, concurso em que foi o primeiro colocado, sendo premiado com uma viagem a Paris.
julho 4, 2016
Carlos Scliar na Caixa Cultural, Rio de Janeiro
Exposição faz uma retrospectiva da produção de um dos maiores artistas brasileiros do século XX. Este ano marca os 15 anos de falecimento do mais carioca dos gaúchos.
A Caixa Cultural Rio de Janeiro inaugura, no dia 5 de julho (terça-feira), às 19h, a exposição Carlos Scliar, da reflexão à criação, sob a curadoria de Marcus de Lontra Costa (ler texto). Será apresentado um panorama da obra de Carlos Scliar, com cerca de 150 trabalhos, entre pinturas, gravuras e desenhos, realizados ao longo de mais de seis décadas. A mostra marca os 15 anos de falecimento do artista e é patrocinada pela Caixa Econômica Federal e Governo Federal.
A curadoria buscou selecionar imagens em consonância com o espírito de Scliar, sintetizando uma vida inteira dedicada à construção de uma iconografia nacional. As obras expostas integram, num mesmo espaço, a participação política e social coletiva em defesa dos verdadeiros ideais democráticos, a pureza das pequenas histórias e a beleza contida nas coisas simples, nos objetos e vivências cotidianas do ser humano: bules, lamparinas, velas, frutos e flores, documentos, bilhetes, lembranças, saudades, desejos, memórias, resíduos, ruídos, sussurros, silêncios.
“Em qualquer técnica, em qualquer período de sua vida, Carlos Scliar é o artista do método e da métrica. A linha é o elemento que organiza a sua aventura artística; a partir dela, de seus vetores, ele constrói formas, acrescenta cores, desenvolve a sua poética particular. Para ele, o Brasil é assunto permanente: em busca das névoas do passado, encontrou-as (e se encontrou) entre as montanhas”, comenta o curador Marcus de Lontra Costa.
Na mostra serão exibidas desde as primeiras pinturas de Scliar, dos anos 1940, até sua produção dos anos 2000, passando pelas gravuras gaúchas dos anos de 1950, pela série Território Ocupado até chegar ao impressionante álbum Redescoberta do Brasil, obra final e definitiva de Carlos Scliar.
Carlos Scliar nasceu em 1920 em Santa Maria (RS). Viveu e trabalhou em Cabo Frio, Ouro Preto e no Rio de Janeiro, onde morreu em 2001. Deixou, para o Brasil, um extraordinário patrimônio cultural. Talvez nenhum outro artista sintetize de maneira mais evidente os desafios, os desejos e os dilemas da ação e da estratégia modernista no nosso país.
Filho de imigrantes, desde cedo o nacionalismo é elemento que estrutura a identidade de Scliar. A sua sólida formação cultural e sua precoce sintonia com os anseios e expectativas do mundo surgido após a revolução socialista de 1917 garantiram, para o jovem Scliar, destaque na imprensa e na vida intelectual da capital gaúcha. Diferentemente dos artistas brasileiros, que tinham na França a sua referência e, muitas vezes, o seu espelho, Scliar compreendeu o espaço de construção artística moderna através dos filmes e gravuras expressionistas alemães.
O projeto conta o apoio do Instituto Cultural Carlos Scliar e a produção da exposição está a cargo de Anderson Eleotério e Izabel Ferreira – ADUPLA Produção Cultural, que já realizou importantes publicações e exposições itinerantes pelo Brasil, como Farnese de Andrade, Athos Bulcão, Milton Dacosta, Miguel Angel Rios, Raymundo Colares, Carlos Scliar, Debret, Aluísio Carvão, Henri Matisse, Bruno Miguel, Teresa Serrano,Regina de Paula, Nazareno, entre outros.
Arte em Cena: Obras da Coleção MAXXI no MAM, Rio de Janeiro
O museu italiano, projetado pela arquiteta Zaha Hadid (1950-2016) e inaugurado em 2010, mostra pela primeira vez na América Latina um recorte de seu acervo, focado na diversidade de linguagens contemporâneas, com obras de artistas de vários países
O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e a Fundação PROA apresentam, a partir de 5 de julho de 2016, a exposição Arte em Cena: Obras da Coleção MAXXI – Museu de Arte do Século XXI, com cerca de 30 obras do museu italiano, inaugurado em 2010, com projeto arquitetônico de Zaha Hadid (1950-2016). Com curadoria de Anna Mattirolo, a exposição mostra a abrangência e diversidade do acervo italiano, que vai da arte povera ao uso de tecnologia. A exposição reúne fotografias, desenhos, pinturas, gravuras, instalações e vídeos, além de maquetes e projetos arquitetônicos. São ao todo 19 artistas: Mario Airo, Carlo Aymonino, Matthew Barney, Maurizio Cattelan, Gino De Dominicis, Massimiliano e Gianluca De Serio, Gilbert & George, Danilo Guerri, Ilya Kabakov, William Kentridge, Armin Linke, Luigi Ontani, Yan Pei-Ming, Michelangelo Pistoletto, Aldo Rossi, Grazia Toderi e Francesco Vezzoli.
O patrocínio é da Enel, que na Itália juntou-se em 2015 à Fundação MAXXI, tornando-se o primeiro sócio fundador do Museu inaugurado em 2010 em Roma.
Esta é a sexta parceria do MAM Rio de Janeiro com a Fundação PROA, prestigiosa instituição de Buenos Aires, que resultou nas exposições “Louise Bourgeois”, “Giacometti”, “América do Sul – A Pop Arte das contradições” e “Ron Mueck”.
ARTE EM CENA: ESPAÇO CÊNICO, QUASE TEATRAL
A curadora Anna Mattirolo explica que “Arte em cena” configura a coleção do MAXXI “como um espaço cênico, quase teatral”. “As obras com ícones, símbolos de imagens de uma representação do desejo individual e coletivo que, em seu conjunto representam uma sensibilidade abrangente e uma ideia da cena italiana, envolvendo o imaginário político, ético, social e existencial que os artistas italianos e internacionais mais de uma vez cruzam para refletir e gerar proposições”.
Ela observa que o “compromisso público do MAXXI em dedicar à contemporaneidade um projeto arquitetônico de tão grande relevância internacional garante que a comunidade conte com uma estrutura capaz de abrigar um laboratório de atividades que, com vistas ao futuro, abra suas portas a todos os aspectos da contemporaneidade global, mas ao mesmo tempo está bem enraizado em um contexto cultural único no mundo: o italiano”.
Diretora do MAXXI desde sua criação até 2015, Anna Mattirolo agora está à frente da pesquisa científica, documentação e atividades educativas do Museu.
PERCURSO DA EXPOSIÇÃO
“Arte em Cena: Obras da Coleção MAXXI” vai ocupar mais de mil metros quadrados no terceiro andar do MAM, e será dividida em quatro espaços. Na sala 1, estarão o desenho, o projeto e a fotografia “Teatro del Mondo a Venezia: 1979-1981”, do arquiteto italiano Aldo Rossi (1931-1997), criado para a Bienal de Veneza, em que sobre o Gran Canal flutua um teatro construído sobre uma embarcação de madeira, como um teatro-gôndola, efêmero, em alusão ao carnaval da cidade.
Na mesma sala estará a videoprojeção "Random” (2001), de Grazia Toderi (Pádua, Itália, 1963), em que se vê, do ponto de vista do palco, o público do Teatro Massimo, em Palermo, colocando o espectador no lugar do ator que vê os flashes dos registros feitos pelas câmeras fotográficas.
A Sala 2 reúne trabalhos de Matthew Barney, Maurizio Cattelan, Gino De Dominicis, Luigi Ontani e Yan Pei-Ming. “Cremaster 5” (1997), litografia e serigrafia em relevo e intervenção de Matthew Barney (São Francisco, EUA, 1967), integra o famoso “Ciclo Cremaster”, uma sequência de cinco filmes que o artista produziu entre 1994 e 2002. “Mother, 2000” (1999), fotografia em preto e branco de Maurizio Cattelan (Pádua, Itália,1960), registra a performance em que um faquir indiano, soterrado na areia até o pescoço, só tem à mostra suas mãos em súplica.
A instalação “Statua (figura estendida)”, 1979, de Gino De Dominicis (Ancona, Itália, 1947 – Roma, 1998), traz um chapéu e um par de chinelos sobre uma base de madeira, que sugere a presença de uma pessoa, embora invisível. O artista lembra a frase de Fernando Pessoa: “morrer é apenas deixar de ser visto”.
“As Horas” (1975), de Luigi Ontani (Bologna, Itália, 1943), é uma série de 24 fotografias em grande formato que retratam o artista em tamanho real, em poses que remetem a emblemáticos personagens da história da arte. Entre outros, podem ser reconhecidos Narciso, Leda e o cisne, Dante e São Sebastião. A performance foi feita na Galeria L’Attico, em Roma, em 1975, por uma semana em cada hora do dia, mostrada em um relógio.
O artista Yan Pei-Ming (Xanghai, 1960) está presente em duas pinturas em óleo sobre tela, cada uma com 3 metros de lado, de 2005: “Mao” e “Papa”. Na primeira, vê-se Mao Tse-Tung, principal líder político da China, presença constante na produção do artista, e na segunda o Papa João Paulo II, líder carismático da igreja católica entre 1978 e 2005. Feitos com pinceladas enérgicas, os dois retratos comentam o mundo do espetáculo, a partir de imagens massivamente reproduzidas.
Na Sala 3 serão vistos trabalhos dos artistas Carlo Aymonino, Gilbert & George, Danilo Guerri, William Kentridge, Armin Linke, Michelangelo Pistoletto, Aldo Rossi e Francesco Vezzoli.
Do artista Carlo Aymonino (Roma, 1926 – 2010), estará a agua-forte “Il teatro di Avellino” (2009). A dupla de artistas Gilbert & George – Gilbert Proesch (Dolomitas, Itália, 1943), e George Passmore (Plymouth, Inglaterra, 1942) – está representada na exposição com quatro desenhos em grande formato feitos com carvão sobre papel entelado, da serie “The General Jungle or Carrying on Sculpting” (1971). Os desenhos retratam os dois artistas em meio a uma selva, e se inserem em um amplo ciclo de trabalhos sobre papel, "The Charcoal on Paper Sculptures”, que por sua vez remetem a uma série fotográfica anterior chamada “Nature Photo-Pieces”.
A precisão e o rigor técnico dos desenhos do arquiteto Danilo Guerri (Ancona, Itália, 1939), podem ser vistos no trabalho “Teatro comunale delle Muse, Ancona” (1978), projeto de restauro do edifício do século 19, que manteve a fachada original em diálogo com o interior moderno. Feita com marcadores coloridos e giz de cera, a obra foi inserida na exposição para reforçar a ideia do espaço arquitetônico como espaço cênico.
A videoprojeção “Zeno Writing” (“A consciência de Zeno”, de 2002), de William Kentridge (Johannesburgo, África do Sul, 1955), com 11'12", integra a produção do artista baseada no romance “A consciência de Zeno”, de Italo Svevo, um clássico da literatura italiana, publicado em 1923. Desenhos a carvão, imagens documentais da Primeira Guerra Mundial, teatro de sombras e música de ópera, frases escritas e apagadas em nuvens de fumaça, formam o pano de fundo para a reflexão sobre conflitos pessoais em meio a situações de violência.
Armin Linke (Milão, Itália, 1966) está na exposição com duas fotografias de 1,5m x 3m, “Janela dentro do Ski Dome” e “Janela fora do Ski Dome”. Na primeira, vemos milhares de pessoas esquiando dentro do imponente estádio de Tóquio, e na segunda, em meio à metrópole, pode ser vista sua gigantesca estrutura. Seu trabalho discute as mudanças urbanísticas, antropológicas e culturais nas cidades.
“MICA” (1966), de Michelangelo Pistoletto (Biella, Itália, 1933), é uma pintura de acrílico e cristal de mica sobre tela, de 2,3m x 2m, pertencente à série “Objetos de menos”, em que o artista usa materiais cotidianos para criar o que definiu como “objetos” em lugar de “obras”, um conjunto de coisas díspares, ligadas exclusivamente por sua origem comum no pensamento criativo do autor. Mica é usado em uma série de aparelhos eletrodomésticos. Esta série é considerada chave para o desenvolvimento da arte povera.
O arquiteto Aldo Rossi está presente também nesta sala, com a maquete do Teatro "Carlo Felice", de Gênova (1982-1984), correspondente ao projeto de restauro do edifício do século 19, destruído pelos bombardeios da Segunda Guerra Mundial. A relevância desta obra está na capacidade de dialogar entre arte e arquitetura.
“The kiss (let's play DINASTY!)”, de 2000, de Francesco Vezzoli (Brescia, Itália, 1971), é um vídeo de 6’, com referências a filmes como “Violência e paixão” (1974), de Luchino Visconti, e à famosa série americana “Dinastia”, exibida na televisão nos anos 1990.
A Sala 4 é dedicada à instalação "Where is our place?” (“Onde é nosso lugar?”, 2003) do casal de artistas Ilya Kabakov (Ucrânia, 1933) e Emilia Kabakov (Ucrânia, 1945), que trabalha em conjunto desde 1989, em uma produção marcada pelas dimensões monumentais, que criam para o espectador jogos de mudanças de escalas e outras ficções teatrais. “Onde é nosso lugar?” combina três escalas. Acima do público, os pés de dois personagens gigantescos observam quadros emblemáticos da pintura tradicional. Na altura média do olhar do espectador, aparecem quadros menores, cada foto flanqueada por um texto; e sob o piso estará uma fotografia plotada no chão, com paisagens. “Ilya e Emilia Kabakov propõem uma inusitada viagem no tempo e no espaço para induzir uma reflexão crítica coletiva sobre o valor da arte contemporânea e do seu desfrute, em que todo é relativo e, ao mesmo tempo, o passado desacreditado sobrevive no presente, com a expectativa das novas gerações”, explica a curadora.
Nesta mesma sala estará a obra “Aurora” (2003), de Mario Airò (Pavia, Itália, 1961), que recria, com uma tecnologia caseira, uma paisagem ao amanhecer.
Curadoria: Anna Mattirolo
Direção-geral do projeto: Bruno Assami
Patrocínio: Enel [com Lei de Incentivo à Cultura]
Apoio: Instituto Italiano de Cultura do Rio
Mantenedores do MAM: Bradesco Seguros, Organização Techint, Petrobras e Light
SOBRE A ENEL
A Enel é uma das empresas multinacionais de energia mais atuantes nos mercados globais de energia e gás, com foco na Europa e na América Latina. A Enel opera em mais de 30 países em quatro continentes, com capacidade de geração instalada de cerca de 90 GW e uma rede de distribuição de energia e gás que totaliza, aproximadamente, 1,9 milhão de quilômetros de extensão. No Brasil, a Enel tem uma capacidade instalada de cerca de 1.530,0 MW e atua em diversos segmentos do setor de energia, como geração, transmissão, distribuição e microgeração de energia solar. O grupo também atua no país com geração de energias renováveis por meio da Enel Green Power, que já detém a maior capacidade instalada em energia solar no Brasil.