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janeiro 31, 2016
Mai-Britti Wolthers + Suzana Queiroga na Matias Brotas, Vitória
Com curadoria do renomado crítico de arte Marcus Lontra, a mostra ‘Blue: a Terra é azul’, com as artistas Suzana Queiroga e Mai-Britti Wolthers, abre ao público no dia 19 de novembro
Duas exposições individuais unidas em Blue: a Terra é azul. Esse é nome da última exposição de 2015 da galeria Matias Brotas Arte Contemporânea, um duo com as com as artistas Suzana Queiroga e Mai-Britt Wolthers. A mostra abre ao público no dia 19 de novembro, a partir das 19h30, com curadoria do renomado crítico de arte carioca Marcus Lontra. Na ocasião, também será lançado o catálogo com imagens das obras fotografadas no espaço e texto de Marcus Lontra, que estará presente na vernissage, junto com as artistas.
Obras inéditas das artistas dentro de um mesmo espaço as fazem complementares. Ambas tratam em suas pinturas, escultura e até em vídeo, da natureza, da paisagem, porém de maneiras distintas, mas tendo o azul como ponto de destaque seja na cor da pincelada ou no sentido subjetivo do planeta terra azul e seus fenômenos naturais, suas observações, seu cotidiano.
Segundo o curador Marcus Lontra, através da mostra é possível ver uma variedade dos caminhos que a paisagem ainda hoje alimenta para a ação artística e permite ver uma ponte entre a tradição e o novo. “Nas paisagens de Mai-Britt há uma inerente tensão entre a forma e a matéria, entre o estado líquido e sólido da matéria, entre o efêmero e o permanente. Por isso a sua pintura é estranhamente bela e faz com que as nossas retinas passeiem por um território de belezas densas e misteriosas. Já o impressionismo é o destaque nas obras de Suzana. Há em cada tela um ver "através" da densidade da matéria. A superfície plana, o terreno da bidimensionalidade, cede aos encantos do tempo, do ar que filtra e transforma a realidade. As intensas superfícies cromáticas dos objetos infláveis da artista se fazem presente na sua pintura inteligente e sensível, que valoriza a instabilidade como estratégia de ação da artista e estabelece uma equação sensível entre o tempo e o espaço, entre a forma e a cor, entre o mistério e o real”, explica.
Ao falar de sua obra, Suzana explica que apesar de, em sua maioria, abstrata e geométrica, suas criações retratam um fenômeno invisível aos olhos, sob o horizonte. “É a mudança de estado da água, a evaporação, sublimação, ondas de calor. Essa paisagem presente, o ar quente e o ar frio, esse fenômeno que está diante dos nossos olhos sempre”, conta.
“Uma soma da minha experiência, da minha paixão pela natureza, pela paisagem”, diz Mai-Britt a falar um pouco de suas obras da exposição. Em sua maioria há a cor azul, mas menos ou mais em destaque, a artista diz que isso não interfere na sua importância na obra. “As cores e formas das minhas obras tem uma relação muito forte comigo. Tenho que estar envolvida. Tem emoção e tem razão. Entre camadas, erros e acertos, assim que a obra se torna rica. Essas obras em especial, são sem dúvidas, uma soma da minha observação da vida, da natureza, da paisagem de décadas, anos ou dias. Elas se unem para dar forma ao meu trabalho”, conta.
Sobre as artistas
A artista plástica carioca Suzana Queiroga despontou nos anos 80, época em que a exposição “Como vai você, Geração 80?”, no Rio de Janeiro, em 1984, apresentou a produção de cerca de 100 jovens artistas e modificou significativamente os rumos da arte no Brasil. Pinturas, desenhos, esculturas, instalações, vídeos, infláveis e intervenções urbanas são as várias expressões as quais Suzana Queiroga se dedica. Mestre em Linguagens Visuais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, leciona Pintura e Desenho na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, Rio de Janeiro. A artista já recebeu cerca de 11 premiações nacionais entre elas, o 5º Prêmio Marcantônio Vilaça /Funarte para aquisição de acervos, em 2012; Prêmio Nacional de Arte Contemporânea/ Funarte, em 2005; a Bolsa RIO ARTE, em 1999; e os X e IX Salões Nacional de Artes Plásticas, entre outros. Também participou de inúmeras coletivas nacionais e internacionais, além de diversas individuais.
Já a artista Mai-Britti Wolthers é nascida e criada na Dinamarca, mas mudou para o Rio de Janeiro em 1986. A partir da década de 90, transfere seu ateliê para a Mata Atlântica e expande sua pesquisa sobre as florestas Brasileiras, viajando para a Amazônia e o Pantanal. Sua paixão pelas exuberantes florestas geraram trabalhos que fazem uma interface entre o figurativo e abstrato, através de formas e cores capturadas em loco, que intuitivamente adota, sem perder a memória da sua origem. A artista pesquisa também possibilidades de desdobramento do seu trabalho para o tridimensional e interferências em paisagens naturais. Ela já realizou 13 exposições individuais e foi selecionada para várias exposições coletivas. Possui trabalhos em diversos acervos institucionais como Prefeitura Municipal de Gribskov, na Dinamarca, no Centro Cultural dos Correios, Rio de Janeiro, Museu de Arte Contemporânea, Campo Grande – Instituto Figueiredo Ferraz, São Paulo e CCSP (Centro Cultural São Paulo), São Paulo.
Amelia Toledo na Marcelo Guarnieri, São Paulo
Um dos principais nomes da arte brasileira da geração dos anos 60, Amelia Toledo integra o elenco de artistas que soube conjugar a paixão pelas formas, traduzida em múltiplas linguagens, como a pintura, o desenho, a escultura e o design de joias, com a inquietação pelo pensamento, no qual atuou como docente nas principais universidades do país. Para destacar a sua importância, e homenagear a artista de 89 anos de idade, a Galeria Marcelo Guarnieri abre no próximo dia 5 de dezembro (sábado), 10h, uma exposição individual que carrega o nome da artista. Na seleção, o destaque é a recente produção dos últimos 20 anos de Amelia Toledo, incluindo a série de pinturas iniciadas no ano de 1993.
Percorrendo em sua trajetória um caminho “interiorizado e solitário”, Amelia Toledo não se encaixa, a priori, em nenhuma vanguarda artística. O seu trabalho, apesar da consonância com as questões e temáticas abordadas em um circuito internacional, converge para uma preocupação com o duplo do controle formal e a intuição. Esta tarefa pôde ser traduzida, ao longo dos anos, na busca do uso de materiais como plásticos, bolhas de espuma, águas coloridas, chapas de aço, nos orgânicos e nas telas com saturações e vibrações de cores.
Na individual da Galeria Marcelo Guarnieri, Amelia utiliza recursos naturais em diálogo com materiais industriais, o fio condutor que aproxima os trabalhos é a natureza. Em cinco obras: Bambuí (2001/2015), Dragões Cantores (2007), Impulsos (2000-2015), Da cor da corda (2014) e Horizontes (1993-2015), a liberdade da expressão se traduz na multiplicidade dos meios de discurso e apresentação das formas, com instalações, esculturas e pinturas.
Destaques para as instalações Bambuí (2001/2015) e Da cor da corda (2014). Na primeira, a obra é composta por pedras brutas e polidas e uma bobina de inox que ocupará parte do espaço da galeria. A placa tem uma forma sinuosa e reflexiva que faz com que as pedras que estão espalhadas pelo espaço se multipliquem de forma distorcida. Bambuí também é o nome de uma região em Minas Gerais onde são encontradas as pedras utilizadas na instalação, mesma região onde a milhões de anos atrás existia mar. Em Da cor da corda (2014), cordas na cor azul suspensas numa parte da galeria, convidam o público a passar entre elas, e adentrar um segundo ponto do espaço. A instalação tem uma proximidade com as pinturas da artista, uma vez que trabalha com cordas de algodão impregnadas com resina acrílica e pigmentos com tonalidades distintas, criando assim uma espécie de pintura no espaço. Iniciadas em 1993, a série Horizontes (1993-2015), pinturas em acrílica sobre tela, exibem um horizonte sugerido pelo encontro entre as cores, ora saturadas e ora esmaecidas.
As esculturas Dragões Cantores (2007) e Impulsos (2000-2015) serão exibidas conjuntamente. Em Dragões, pedras em estado bruto e esculpidas pelo impacto causado pelas ondas do mar, dialogam com o concreto bruto. Impulso é composto por pedras parcialmente polidas, como quartzo, ametista e calcita.
Com entrada gratuita, a exposição Amelia Toledo fica em cartaz para o público de 5 de dezembro de 2015 a 5 de fevereiro de 2016.
Amelia Toledo - Escultora, pintora, desenhista, designer. Em 1958, freqüenta a London County Council Central School of Arts and Crafts, em Londres. De volta ao Brasil, em 1960, estuda gravura em metal com João Luís Oliveira Chaves (1924), no Estúdio/Gravura. Obtém, em 1964, o título de mestre pela Universidade de Brasília - UnB. Lecionou na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Mackenzie e na Faculdade Armando Álvares Penteado – Faap, em São Paulo, e na Escola de Desenho Industrial – Esdi, no Rio de Janeiro.
* Excerto do texto de Ana Maria de Moraes Belluzzo publicado em TOLEDO, Amelia. Entre, a obra está aberta. São Paulo: SESI, 1999. p. 5
Coletivo Mil M2 + Cildo Meireles + Ivan Grilo na França-Brasil, Rio de Janeiro
A Casa França-Brasil, um espaço da Secretaria de Estado de Cultura administrado pela organização social Oca Lage, apresenta a partir do próximo dia 17 de dezembro de 2015, às 19h, exposição com curadoria de Pablo León de la Barra, que convidou o coletivo chileno Mil M2 (mil metros quadrados), com o Projeto Pergunta, e reuniu as obras Cruzeiro do Sul, de Cildo Meireles, e Tempos Difíceis, de Ivan Grilo.
Na abertura da exposição, haverá uma conversa aberta ao público com os artistas integrantes do coletivo Mil M2, que vieram ao Rio a partir do financiamento do Fondo Nacional de Desarrollo Artístico y Cultural do Chile [convocatória 2015]. Por duas semanas (ver programação), eles espalham pela cidade perguntas como “Você já disse eu te amo hoje? O samba nasceu na Bahia ou no Rio? O que você perguntaria aos cariocas? O que você perguntaria a sua cidade? De quem é a cidade?”. “O Projeto Pergunta é, acima de tudo, uma ferramenta para reconhecer e compartilhar nossos questionamentos sociais, políticos, urbanos e afetivos. Uma série de ativações do Projeto Pergunta no Rio de Janeiro buscam provocar os cariocas a refletir, discutir e compartilhar suas inquietações com respeito a sua vida, a cidade, suas políticas e seus afetos”, conta Pedro Sepúlveda, diretor criativo do coletivo. Desde a sua primeira edição na cidade de Valparaíso em fevereiro de 2014, o projeto percorreu diversos espaços públicos e instituições culturais do Chile, recolhendo mais de duas mil perguntas a partir da interação direta com as diferentes comunidades participantes. No espaço central da Casa França-Brasil estará um painel com perguntas que serão desenvolvidas junto com o público.
Na sala lateral, estará a obra “Cruzeiro do Sul” (1969-1970), de Cildo Meireles, dentro da pequena retrospectiva do artista que Pablo León de la Barra vem fazendo desde setembro. “Cruzeiro do Sul”, uma das mais conhecidas obras de Cildo, consiste em um cubo de 9mm de lado, composto de duas madeiras: pinho e carvalho, árvores que representavam entidades míticas na cosmologia dos tupis, que proporcionava o aparecimento do fogo pela fricção das duas madeiras. O trabalho foi criado pelo artista para estar sozinho em um espaço de exibição.
No Cofre ficará “Tempos Difíceis” (2015), de Ivan Grilo, uma placa de 35cm x 15cm em bronze, com a frase inscrita. “A expressão ‘Tempos Difíceis’, fundida em uma placa em bronze, ao mesmo tempo em que estanca e aponta o momento em que vivemos política e socialmente, como se sinalizasse um monumento a esses tempos estranhos, faz alusão a essas expressões que chegam prontas a nosso vocabulário, provavelmente herdadas do pessimismo português, e que, mesmo com pouca análise, concordamos e repetimos”, explica o artista.
SOBRE OS ARTISTAS
Cildo Meireles nasceu no Rio de Janeiro em 1948, onde reside. Estudou com o artista peruano Félix Barrenechea em Brasília (1963), na Escola Nacional de Belas-Artes (1968), Rio de Janeiro. Realiza sua primeira individual (1967) no Museu de Arte Moderna da Bahia. De 71 a 73 vive em Nova York, onde havia participado da exposição Information, no MOMA, em 1970. Em 1975 foi um dos fundadores da Revista Malasartes. Entre outras, realiza exposições no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (Brasil),1975; Pinacoteca de São Paulo (Brasil)1978/2006; Magiciens de la Terre, Pompidou/La Villette (França),1989); Institut Valenciá d´Art Modern – IVAM (Espanha),1995; New Museum, NY (EUA), 1999; Institute of Contemporary Art, Boston (EUA); Museu de Arte Moderna de São Paulo e Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (Brasil), 2000; Tate Modern em Londres (Inglaterra), 2008, posteriormente apresentada no MACBA, Barcelona (Espanha) e MUAC, Cidade do México (México), 2009. Participa de várias bienais, entre outras: Veneza (Itália) em1976/2003/2005 e 2009; Sydney (Austrália),1984; São Paulo (Brasil), 1981/1998 e 2010 e Documenta de Kassel (Alemanha), 1992 e 2002. Além de obras em coleções públicas e privadas no Brasil, MAM, Rio; MAM, São Paulo; MAC, São Paulo; Instituto Carlos Scliar, Cabo Frio e Gilberto Chateaubriand, Rio de Janeiro (Brasil) e tem obras nas coleções do Museum of Modern Art – MOMA, Nova York; Los Angeles County Museu of Art – Lacma, Los Angeles; Contemporary Art Museum-Houston; Blanton Museum of Art – Austin, Texas (USA); Musée national d´art moderne, Centre Georges Pompidou, Paris ; FNAC – Fonds national d´art contemporain, Paris (França); KIASMA, Museum of Contemporary Art, Helsinki (Finlândia); Reina Sofia – Museu Nacional de Arte, Madri (Espanha) ; La Caixa, Barcelona; MACBA, Barcelona (Espanha); Serralves, Porto (Portugal), Cisneros, Venezuela; Daros, Zurique (Suíça) e Tate Modern, London (Inglaterra). Seu trabalho tem sido objeto de estudos, teses de Mestrado e doutorado e de vários documentários, entre outros, Cildo Meireles (1979); dirigido por Wilson Coutinho; CILDO (2008) de Gerald Fox; CILDO (2009) dirigido por Gustavo Moura; A Obra de Arte (2010), dirigido por Marcos Ribeiro, e o último, Ouvir o Rio: Uma Escultura Sonora de Cildo Meireles (2011), da diretora Marcela Lordy.
Ivan Grilo vive e trabalha em Itatiba, São Paulo, Brasil. Graduado em Artes Visuais pela PUC-Campinas (2007). Em 2015, exibiu a individual Eu quero ver, na Casa Triângulo (SP), em 2014, exibiu a individual Quando Cai o Céu, no Centro Cultural São Paulo (SP), além de participar das coletivas: Novas Aquisições da Coleção Gilberto Chateaubriand, no MAM (RJ) e Pororoca, a Amazônia no MAR, no Museu de Arte do Rio (RJ).Em 2013 exibiu Estudo para medir forças na Casa França- Brasil (RJ), integrando o Projeto Cofre; além de ser premiado no edital PROAC Artes Visuais, do Governo do Estado de São Paulo. E em 2012 recebeu o Prêmio Funarte Marc Ferrez de Fotografia. Dentre suas principais exposições individuais estão: Sentimo-nos Cegos, na Luciana Caravello Arte Contemporânea (RJ), Quase/Acervo, no Museu da República (RJ), Ninguém, no Paço das Artes (SP), e Isso é tudo de que preciso me lembrar, no SESC Campinas (SP). Dentre as principais coletivas estão: Bienal MASP Pirelli de Fotografia, em São Paulo, I Bienal do Barro em Caruaru (PE), 2nd Ural Biennial of Contemporary Art, na Rússia, 16a Bienal de Cerveira, em Portugal, 11a Bienal do Recôncavo em São Félix (BA), e Arte Pará, no Museu Histórico do Estado do Pará. Tem obras nos acervos Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP), Museu de Arte do Rio (MAR), Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro/Coleção Gilberto Chateaubriand (MAM/RJ), Fundação Bienal de Cerveira, entre outros.
Mil M2 (Mil Metros Quadrados) é uma plataforma de gestão, produção e criação cultural baseada na ocupação temporal de infraestrutura disponível e a geração coletiva de conhecimento. Através de diversos projetos tem desenvolvimento uma série de protótipos de dispositivos e instituições culturais, associados a comunidades e territórios específicos. É integrado por María Constanza Carvajal (produção geral/infraestrutura), Diego Cortés (chefe de oficinas), María José Jaña (produção geral/programa), Fernando Portal (diretor de conteúdo), Pedro Sepúlveda (diretor creativo). Os sócios fundadores, em 2013, são Denise Elphick, Cristóbal Muhr, Simón Pérez, Pedro Sepúlveda, Bernardo Valdés.
PROJETO PERGUNTA - Ações externas
13|12 (10h – 16h): Praia do Flamengo
14| 12 (10h – 16h): Praça XV (Centro)
15| 12 (10h – 16h): Cinelândia
15|12 (20h): Conversa na Casa Nuvem
17| 12 (11h – 19h): Praça da Candelária / CFB
janeiro 27, 2016
Território, povoação na Blau Projects, São Paulo
No dia 30 de janeiro de 2016, sábado, a Blau Projects promove a abertura da exposição Território, povoação, resultado de seu programa de incentivo a jovens curadores, o C.LAB. A segunda edição do edital teve como escolhidos os curadores Gabriel Bogossian e Juliana Gontijo, que apresentam a presente exposição com cinco artistas latino-americanos que questionam a problemática do território, desde a colonização até os dias atuais. São eles: Andres Bedoya, Carlos Gusmán, Julián D´Angiolillo, Victor Leguy e Ximena Garrido-Lecca. Além da abertura da exposição, a galeria faz o lançamento da terceira edição do C.LAB, edital dedicado a mapear jovens curadores latino-americanos com incentivo financeiro e residência artística em Buenos Aires, novidade este ano.
“Na história da América Latina, o problema do território é uma questão recorrente. Desde a colonização, as disputas em torno da terra e da sua posse fazem parte do nosso cotidiano, seja em contextos agrários, ambientais, étnicos ou nas inúmeras favelas das cidades latino-americanas. É com esse pano que fundo que a exposição trabalha, com obras que abordam, de diversas maneiras, os nossos territórios e as narrativas que os conformam”, afirmam os curadores Juliana Gontijo, brasileira baseada em Buenos Aires e Gabriel Bogossian, brasileiro que mora em São Paulo.
O nome do projeto é uma referência ao título de um conjunto de aulas que o francês Michel Foucault ministrou na França, nos anos 1970, investigando a relação entre as transformações das formas de governo e as mudanças na compreensão do território. A peruana Ximena Garrido-Lecca apresenta o vídeo Contornos, de 2014, e mostra a arqueologia de um passado pré-colombiano em um vilarejo no Peru se contrastando com operações de privatização e atividades de mineração. A disputa entre herança e modernidade, tradição e progresso, invariavelmente, é o abandono.
Antropolis, instalação do argentino Julián D´Angiolillo, feita em 2011, é um projeto que fabrica um espaço anômalo e vizinho ao de Tecnopolis, uma feira de tecnologia e ciência que o Estado Argentino construiu em comemoração ao Bicentenário do país no subúrbio de Buenos Aires. A obra expõe cruamente a realidade dos subúrbios latino-americanos e relativiza os discursos de desenvolvimento e progresso que acompanham o crescimento incontrolável e monstruoso de nossas metrópoles.
O colombiano Carlos Guzmán mostra o vídeo Colheita, de 2015. O artista apresenta um mapa da cidade de São Paulo a partir das plantas de café que foram achados nas ruas ao longo de dois anos. O artista torna-se o colhedor da planta aos moldes da colheita feita nas montanhas da Colômbia, buscando os melhores grãos vermelhos. Ao mesmo tempo, imigrantes colombianos falam das causas do deslocamento geográfico, social e cultural das cidades colombianas em relação à metrópole paulista.
A presença de imigrantes na cidade de São Paulo é tema da instalação Irrealidades ficcionais pouco importantes, trabalho inédito do artista brasileiro Vítor Leguy, composto de desenhos, objetos e vídeos com histórias reais que beiram a ficção de com depoimentos de personagens que não são encontrados nos veículos de comunicação.
Río Negro, do boliviano Andrés Bedoya, feito em 2014, é parte de um conjunto de oito vídeos que compõe a instalação de mesmo nome, mostrando um plano fechado do rio Choqueyapu, com sua espuma contaminada cruzando a cidade de La Paz. O rio foi responsável pelo desenvolvimento histórico da cidade, por conter grandes quantidades de ouro, e, atualmente é considerado uma catástrofe ecológica. Os rios refletem o seu entorno e suas condições políticas, econômicas e sociais.
Sobre o C.LAB
Concebido como projeto independente do programa regular de exposições da Blau Projects, o concurso anual C.LAB seleciona e apóia projetos de curadores e artistas independentes para exposição no espaço da galeria, reforçando seu papel de incubadora e difusora da arte contemporânea. A primeira edição, realizada em 2014, resultou na produção e exibição do projeto individual Ampulheta, do curador Douglas Negrisolli, que contemplou a obra do artista Andrei Thomaz, e do projeto coletivo (...) pegaríamos as coisas onde elas crescem, pelo meio (...), da curadora Galciani Neves, com trabalhos de Ana Dias Batista, Fabio Morais, Laura Gorski, Jimson Vilela, Jorge Menna Barreto e Thiago Honório. Em 2015, a segunda edição do C.LAB já apresentou, como primeiro resultado, a exposição Na Eminência, da curadora Carolina Soares, com os artistas colombianos Ana Karina Moreno, Camila Echeverría Martínez, Camilo Ordóñez Robayo e os brasileiros Haroldo Saboia, Jaime Lauriano e Reginaldo Pereira. A presente exposição Território, ocupação, é o segundo projeto escolhido nesta edição de 2015.
Lançamento #03 C.LAB Mercosul
Na mesma ocasião da abertura da exposição Território, povoação, dia 30 de janeiro, a Blau Projects lança a terceira edição do seu edital voltado a curadoria, o C.LAB Mercosul. As inscrições podem ser feitas por curadores de toda a América Latina. A galeria garante o aporte financeiro de R$15 mil reais para cada projeto coletivo a ser exposto em seu espaço. São selecionados dois projetos sendo que cada inscrição será realizada por meio de um curador ou grupo curatorial, em projeto que apresentará no mínimo três e no máximo seis artistas. Assim, a Blau Projects possibilita aos selecionados a oportunidade de evolução profissional em âmbito internacional e, ao público, o acesso a novas formas de abordagens e experiências. Nesta edição, além do valor em dinheiro, uma das premiações será a residência do curador selecionado em Buenos Aires, em instituição portenha de reconhecido gabarito cultural.
Hugo Fortes no CCSP, São Paulo
Exposição “Pouso Para Pensamentos e Pássaros” aproxima público da experiência de voar
Após trabalhar retratando a natureza e os animais, o artista visual e professor da USP Hugo Fortes realiza a exposição Pouso Para Pensamentos e Pássaros, que reúne fotografia, vídeos e instalações inéditas a respeito do tema do voo. A abertura acontece dia 30 de janeiro, e o trabalho fica exposto até o dia 27 de março no Centro Cultural São Paulo.
Inspirado no texto “Pássaros”, do filósofo tcheco Vilém Flusser, Fortes afirma que se interessou pela questão do voo por ser algo inalcançável para os seres humanos. “O pássaro visto como algo entre o divino e o humano, que está ali no céu e na terra, essa é uma das questões de Flusser”, explica. Entre outros temas do filósofo que aparecem na exposição, está o da visão das pessoas sobre o ato de voar, que o autor tcheco considerava relacionada à outros modelos conhecidos. “A gente compara a andorinha com um avião, compara outro pássaro com um foguete, e assim a gente acaba invertendo um pouco a relação entre as coisas”, explica.
Os pássaros estão representados de muitas maneiras. Há registros dos empalhados em museus, de pássaros urbanos mortos, e até fósseis de espécies antigas. “Eles representam a ideia de liberdade, uma que o homem não pode alcançar. Ao mesmo tempo, os pássaros simbolizam a fragilidade e a delicadeza – e, por isso, há várias referências à dualidade entre vida e morte na exposição”.
Entre as instalações, está uma parede com livros antigos pendurados. “Eles estão ali dispostos como se tivessem voando, como se as folhas fossem asas”, revela o artista. “Eu considero que livros nos fazem voar, só que de outra maneira”.
PROGRAMAÇÃO
30 de janeiro, sábado, 15h e 16h
Abertura com a Performance “Escápulas”, de Síssi Fonseca
20 de fevereiro, sábado, 15H30
Conversa com o artista Hugo Fortes e o crítico Rafael Vogt Maia Rosa
19 de março, sábado, 15h30, na Sala de Debates
Palestra Performática “Arquivos Efêmeros” com Hugo Fortes e Síssi Fonseca
26 de março, sábado, 15h30
Performance “Escápulas”, de Síssi Fonseca
Marilá Dardot na Chácara Lane, São Paulo
Museu da Cidade de São Paulo leva a produção da artista Marilá Dardot a Chácara Lane
A Secretaria de Cultura do Município de São Paulo e o Museu da Cidade inauguram no dia 30 de janeiro de 2016, sábado, às 11 horas, na Chácara Lane, a exposição individual Guerra do Tempo, com 32 obras da artista mineira Marilá Dardot. Com curadoria de Douglas de Freitas, a individual reúne trabalhos de 2002 a 2016, colocando o privilegiado imóvel histórico, conhecido como Chácara Lane, e restaurado em 2012 pelo Departamento do Patrimônio Histórico, de volta ao circuito de artes visuais da cidade.
Segundo o curador, “a exposição é um recorte em torno do apagamento e do esquecimento dentro da produção da artista, desde uma dimensão mais poética, como em “Hic et nunc” (2002), onde a artista cria um vídeo em que escreve os verbos que movem seu trabalho em uma lousa branca ao mesmo tempo que os apaga, ou em “Marulho” (2006), apresentada na 27ª Bienal de São Paulo, onde 8 livros diferentes têm suas páginas apagadas, restando apenas os trechos que versam sobre o esquecimento; até uma dimensão mais política, como na obra inédita “Demão”, em que um letrista escreve sobre painéis alguns slogans e lemas das gestões federais, além de slogans e lemas da oposição, que são velados de branco e sobrepostos, sem apagar o anterior”.
São exibidas 14 séries de trabalhos, incluindo o vídeo de 2015 “Quanto é? O que nos separa”, resultado de uma performance realizada no Rio de Janeiro em que um cartazista profissional escreve valores colhidos em uma pesquisa realizada pela artista na Praça Mauá, cujo som é o áudio da performance, onde, a convite da artista, Felipe Fly improvisa uma interação com o público guiada pelas perguntas da pesquisa.
Em “Minha Biblioteca Sueca” e “Minha Biblioteca Polonesa”, ambas séries de 2015, Marilá organiza por cores, formatos e tamanhos, capas de livros publicados em idiomas que não lê. Na versão idealizada para a Chácara, a instalação “Código Desconhecido” reúne fragmentos de livros com diferentes tempos e tonalidades de envelhecimento que são colocados lado a lado, remetendo à um código de barras.
A impressão “Guerra del Tiempo” (2012), que dá nome à mostra, tem título emprestado da obra de Alejo Carpentier. No livro, três contos constituem variações sobre o tema do tempo; na imagem da artista, o livro se sobrepõe a outros, que aumentam em escala. Cada um, entretanto, tem uma tonalidade de amarelo diferente, revelando diferentes tempos sobrepostos. Na série de 2008 “Paisagem sob Neblina”, cinco de frases sobre o silêncio coletadas de obras literárias diversas são sutilmente bordadas com linha cinza sobre feltro cinza, criando um retângulo que evoca uma paisagem apagada pela neblina.
No vídeo-objeto “Movimento das Ilhas” (2008), um misterioso jogo de palavras não oferece pista das letras enquanto em “Puzzling Over” (2007), 4 quebra-cabeças em branco se sobrepõem e multiplicam formando 8 quebra-cabeças onde corte e imagem de corte estão sobrepostos; são apresentados, ainda, sete trabalhos da série “Never to Forget” (2006) e “Diário de Janeiro”, jornal que traz compiladas as principais notícias de janeiro de 2015, impressas em tom próximo ao do papel, em estado de apagamento.
A mostra fica em cartaz até o dia 17 de abril, com entrada gratuita.
Lançamento de publicação
No mês de abril, durante a realização da feira SP-arte no Parque Ibirapuera, é relançado o livro de artista “Sebo”. Realizado em 2007 por Marilá Dardot e Fabio Morais, “Sebo” é a organização em fac-símile frente e verso de coisas encontradas em livros comprados em sebos. A nova edição da publicação conta com a atualização dessa coleção de Fabio e Marilá, e a colaboração da artista Rivane Neuenschwander, que inclui na publicação a coleção de elementos deixados dentro de livros da Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa em Belo Horizonte.
Marilá Dardot (Belo Horizonte, 1973)
Artista visual residente em Belo Horizonte. Possui graduação em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG, estudou na Escola Guignard e cursou mestrado em Linguagens Visuais no Programa de Pós-graduação na Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ. Entre suas individuais destacam-se: “Pouco a Pouco” (2012), na Casa de Cultura Laura Alvim, Rio de Janeiro; “Introdução ao Terceiro Mundo”(2011), no CCBB, Rio de Janeiro; “Alices” (2010), no Centro Brasileiro Britânico; “Ficções” (2008), na Galeria Vermelho, São Paulo; “Sob Neblina [em segredo]” (2007), no CCBB São Paulo; e “Bolsa Pampulha: Marilá Dardot” (2004), no MAP, em Belo Horizonte. Em 2004, Marilá recebeu o Prêmio CNI SESI Marcantonio Vilaça. Em 2006, participou da 27a Bienal de São Paulo. Em 2010, participou da 29a Bienal de São Paulo com o trabalho “Longe daqui, aqui mesmo”, realizado em parceria com Fabio Morais. Entre as últimas coletivas destacam-se: “Chambres Sourdes”(2011), no Parc Culturel de Rentilly, França; “Nova arte nova” (2009), no CCBB São Paulo; e “Proyectos para desconstrucción” (2008), no MUCA, na Cidade do México.
Pré- estreia nacional do filme A Paixão de JL sobre Leonilson na EAV Parque Lage, Rio de Janeiro
Dirigido por Carlos Nader, “A Paixão de JL”, realizado pelo Itaú Cultural em parceria com a produtora Já Filmes, foi produzido a partir de um único registro, o de fitas cassetes gravadas pelo artista na última fase de sua vida, entre 1990 e 1993. Em fevereiro próximo o longa entra em cartaz na rede de cinemas Espaço Itaú em todo o país
A Paixão de JL (82', cor, 2015), dirigido por Carlos Nader, com realização do Itaú Cultural, terá pré-estreia nacional na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Rio de Janeiro, em sessão do Cine Lage, no próximo dia 29 de janeiro, às 20h. Após a sessão haverá uma conversa aberta com o diretor do filme e a diretora da EAV Parque Lage, Lisette Lagnado. Carlos Nader destaca que “a EAV foi um lugar central na carreira de Leonilson. Foi onde ele cresceu e se projetou”. Foi a partir da exposição “Como Vai Você, Geração 80?”, realizada no Parque Lage em 1984, com curadoria de Marcus Lontra Costa, Paulo Roberto Leal e Sandra Magger, que a obra do artista ganhou propulsão e ele passou a ser reconhecido nacionalmente.
O filme percorre os três últimos anos de vida de Leonilson (1957-1993), narrado pelo próprio artista, e seu depoimento é associado a imagens, músicas e algumas das suas principais obras, formando uma poética audiovisual sobre as impressões do que o artista viu e sentiu neste período. A ideia que culminou na realização do longa-metragem surgiu em 2011, quando o Itaú Cultural fez a mostra “Sob o Peso dos Meus Amores”, uma retrospectiva da obra de Leonilson. Carlos Nader foi convidado a dirigir um curta sobre a exposição, cujo resultado levou, naturalmente, à produção deste longa-metragem. O filme recebeu o prêmio de melhor crítica e de melhor documentário brasileiro nos festivais “É Tudo Verdade” e “Mix Brasil de Cultura da Diversidade”, o reconhecimento de melhor longa-metragem pelo júri popular no “Festival Mostras CURTA-SE” (Festival Ibero-Americano de Cinema de Sergipe), e o prêmio especial pelo júri no “37º Festival Internacional do Novo Cinema Latino-Americano de Havana”, em 2015.
Pintor, desenhista e escultor brasileiro, José Leonilson Bezerra Dias nasceu em 1957 em Fortaleza, e morreu em São Paulo, vítima da Aids. Em janeiro de 1990, quando tinha 33 anos – três antes de morrer –, ele começou a produzir um diário íntimo gravado em fitas cassete. Carlos Nader, amigo próximo, conseguiu acesso ao material guardado pela família. “Alternando reflexões sobre sua intimidade e sobre o espírito de sua época, ele deixou um registro precioso em que um indivíduo especialmente sensível se relaciona com as grandes mudanças de seu tempo”, conta o diretor.
A partir do diário de Leonilson, ele optou por um caminho arriscado que, no entanto, resultou em uma produção no qual o espectador embarca em uma história pessoal de paixão, dúvidas e questionamentos, arte e criação, alinhavada por imagens de arquivo sobre aquele período. Os tempos narrados por Leonilson são acompanhados por cenas que fizeram parte do seu imaginário e dos seus comentários. “Além de mostrar algumas de suas obras, o documentário entretece o diário íntimo com imagens públicas ligadas a diversos temas mencionados nas gravações”, conta Nader, premiado no “É Tudo Verdade”, em 2014, com o filme “Homem Comum”. “São assuntos tão diferentes quanto o Plano Collor, a Guerra do Iraque, filmes de Wim Wenders ou Derek Jarman, novelas da Globo, a tragédia da Aids ou o reino pop de Madonna”, completa. Vale ressaltar, ainda, a presença de trechos de programas da televisão, como “Família Dó-Ré-Mi”, o noticiário do Jornal Nacional, em 1990 e 1992, a série “Mico Preto” e “Perdidos no Espaço”. Nas gravações, Leonilson fala de seus trabalhos, de tristezas e alegrias, amores e desamores, medos, família e da homossexualidade. Um dia se descobre soropositivo, tema principal da última fase da sua vida.
No dia 25 de fevereiro o longa-metragem entra definitivamente em cartaz no circuito Espaço Itaú de Cinema de São Paulo (Augusta, Shoppings Bourbon Pompeia e Frei Caneca), Brasília, Curitiba, Porto Alegre, Rio de Janeiro e Salvador.
O Itaú Cultural e o audiovisual
A “Paixão de JL” marca a oitava incursão do Itaú Cultural no mundo do cinema. Reafirmando o compromisso da instituição com a preservação do patrimônio cultural e artístico do país, o instituto tem investido na produção audiovisual desde o início dos anos 2000.
As primeiras produções do Itaú Cultural em cinema foram os cinco filmes da série ICONOCLASSICOS: “EVOÉ! Retrato de um Antropófago”, sobre o dramaturgo Zé Celso, dirigido por Tadeu Jungle e Elaine Cesar; “Mr.Sganzerla – Os Signos da Luz”, sobre Rogério Sganzerla, dirigido por Joel Pizzini; “Assim É, Se Lhe Parece”, sobre Nelson Leirner, filmado pela diretora Carla Gallo; “Ex isto”, livre inspiração do diretor na obra Catatau do poeta Paulo Leminski, dirigido por de Cao Guimarães e “Daquele Instante em Diante”, sobre Itamar Assumpção em longa-metragem, dirigido por Rogério Velloso.
Antes de “A Paixão de JL”, o instituto produziu “Ouvir o Rio: Uma Escultura Sonora” de Cildo Meireles, filme dirigido por Marcela Lordy; e “JARDS”, de Eryk Rocha sobre Jards Macalé. Atualmente, está em fase de produção de duas séries para televisão, em parceria com o Manifesto Impromptu: “crônicasNÃOditas”, já finalizado com capítulos sobre a ditadura brasileira, e “A Vida Começa...” (título provisório), uma série de cinco episódios de 10 minutos, cada um, com a história de um habitante da cidade de São Paulo em profunda crise existencial.
Tertúlia na Fortes Vilaça, São Paulo
Com trabalhos de Adriana Varejão, Agnieszka Kurant, Alejandra Icaza, Beatriz Milhazes, Erika Verzutti, Jac Leirner, Janaina Tschäpe, Leda Catunda, Lucia Laguna, Marina Rheingantz, Marine Hugonnier, Rivane Neuenschwander, Rosângela Rennó, Sara Ramo, Sarah Morris, Tamar Guimarães e Valeska Soares
A Galeria Fortes Vilaça tem o prazer de apresentar Tertúlia, exposição que reúne trabalhos das mulheres artistas que integram e/ou integraram a trajetória da galeria ao longo de seus 15 anos de atuação. Obras recentes e históricas mesclam-se com documentos de arquivo – entre reportagens, fotos e postais –, a partir de uma seleção afetiva do inventário da Galeria.
Tertúlia, cujo significado é reunião de amigos ou familiares, promove o encontro entre essas diversas mulheres e destaca a pluralidade de seus diferentes suportes, discursos e contextos. Exemplos dessa diversidade criativa estão, por exemplo, no diálogo entre a pintura inédita Seaford (2016) de Marina Rheingantz com a enigmática Tropical II (2012) de Rosângela Rennó. Apesar de ambos os trabalhos lidarem com a paisagem, cada um manipula a seu modo a experiência do real, oferecendo ao espectador apenas sugestões ou vestígios.
Em Big Polvo Color Wheel I (2015), Adriana Varejão emprega suas tintas Polvo (desenvolvidas a partir de tons de pele) para construir uma pintura circular, similar a um diagrama cromático. Dessa maneira, a artista transforma um método científico – o círculo de cores é comumente usado para esquematizar a forma como vemos a cor-luz – em um instrumento para ver a cor da pele (ou raça), atribuindo às matizes um viés político-social. Erika Verzutti também apropria-se de uma roda cromática na sua escultura de bronze Goethe (2016). Aqui, porém, o círculo converte-se em uma íris ocular, em alusão bem-humorada à teoria da cor formulada pelo pensador alemão.
Artistas estrangeiras também são apresentadas, refletindo o diálogo profícuo que a Galeria Fortes Vilaça mantém com o circuito internacional. Em A.A.I. 10 (2015), a polonesa Agnieszka Kurant “terceiriza” a produção artística a cupins de laboratório. Trabalhando com entomologistas, a artista fornece aos insetos materiais diversos como ouro e cristais para a construção de seus cupinzeiros, resultando em formas híbridas. A francesa Marine Hugonnier, por sua vez, apresenta com Anima (2014) uma série de esculturas abstratas. O título faz referência às palavras: alma ou espírito ou psyche (tradução grega). Estas obras estão posicionadas em bases espelhadas nas quais o reflexo agrupa o espectador, seu entorno e a escultura em si para criar um único corpo.
Concebida pela própria equipe da Fortes Vilaça, Tertúlia celebra o protagonismo exercido pelas mulheres na arte do Brasil em um momento em que se discute cada vez mais sobre a representatividade feminina na cultura. Trata-se de uma posição historicamente consolidada por nomes como Tarsila do Amaral e Lygia Clark (para citar apenas duas) e que reverbera até os dias de hoje, nacional e internacionalmente. A história das mulheres da Galeria Fortes Vilaça relaciona-se, portanto, com essa tradição singular e ao mesmo tempo contribui para manter seu importante legado na arte contemporânea.
janeiro 23, 2016
LabCidade na Choque Cultural, São Paulo
A Choque Cultural apresenta a partir do dia 25 de janeiro, segunda-feira, às 12h, a exposição LabCidade, projeto de arte pública que traz trabalhos do Coletivo BijaRi e dos artistas Daniel Melim, TEC, Regina Silveira, Lucas Bambozzi e Gisela Domschke.
O evento terá uma programação que vai além da exposição. A Rua Medeiros de Albuquerque, na Vila Madalena, onde está sediada a galeria, estará fechada e com a coordenação do Laboratório da Cidade organizações convidadas realizam atividades com crianças, oficinas e debates com o público e os participantes. Na ocasião também será lançado o webcanal LabCidade com o programa “Sala na Rua” que traz debates e palestras na rua abertas ao público.
Em “LabCidade”, Regina Silveira faz uma projeção na rua do vídeo-arte “Surveillance”, onde a imagem de uma mosca gigante rodeia um foco de luz ; Lucas Bambozzi e Gisela Domschke apresentam o “LabMóvel”, uma Kombi que se transforma em cinema ao ar livre e projetam trechos de filmes sobre a cidade; o coletivo BijaRi exibe a instalação de bicicletas-praça “Praças (Im)Possíveis”, que discute a importância simbólica da bicicleta para o imaginário urbano; TEC apresenta um desenho de chão com o qual as crianças e adultos poderão interagir; e Daniel Melim traz um novo trabalho onde funde pintura e projeção, criando um híbrido experimental entre o graffiti e a animação. A mostra fica em cartaz até 29 de fevereiro com entrada livre e gratuita.
O projeto tem coordenação de Baixo Ribeiro e do Laboratório da Cidade, e propõe uma reflexão sobre como usar melhor a cidade de São Paulo, valorizando suas ruas, praças e rios. “Queremos debater o melhor uso da cidade, das ruas para as pessoas e bicicletas, da ocupação de praças e viadutos com empreendimentos inovadores; ouvir depoimentos e discutir como lidar melhor com nossos rios encobertos, dos conflitos com a Lei do Psiu, e também falar sobre a arte mais próxima das pessoas”, explica Baixo Ribeiro.
Toda a programação será transmitida online e durante oito horas no webprograma “Sala na Rua”. Os mediadores serão Baixo Ribeiro (Choque Cultural), Felipe Lavignatti, Andre Deak e João Ramirez (Laboratório da Cidade), Sergio Bicudo (Era Transmidia), Bruno Torturra e Maria Shirts (Fluxo). E convidados, são Lucas Bambozzi (LabMovel), Gilberto Dimenstein (Catraca Livre), Igor Alegoria (Muda Cultural), Rodrigo Arnaut (Era Transmidia), Irene Quintáns (Oficinas para Crianças), Andrea (Acupuntura Urbana), Felipe Gasnier (Edições Ideal), Andre Palhano (Virada Sustentável), Floresta Urbana, Fabio Sabba (Uber), Regina Silveira, Leandro Beguoci (Outra Cidade), Pi Caiuby (Conexão Cultural) , Natalia Garcia (Cidade para Pessoas) e Lucas Pretti (Preto Café).
“A cidade evoluiu um pouco com as políticas públicas nos últimos anos, mas ainda não aproveitamos o nosso potencial de cidade cultural, turística e criativa que nos faz conhecidos no mundo todo. Nossos governos têm apresentado políticas públicas que não olham para o futuro e que não valorizam esse potencial. Precisamos pressionar o futuro prefeito a criar políticas que motivem essa população empreendedora e criativa!”, diz Baixo.
Programação das atividades paralelas à mostra, com início às 11h e término às 21h.
- Oficina “Bambolês & Corpo” com CIA Bambolística
- Oficina de produção e colagem de lambe-lambe
- Oficina de fantasia e tecidos
- Oficina Casa da Música para Crianças com Irene Quintáns
A participação é livre e gratuita, e não é necessário fazer inscrição antes.
Galeria Choque Cultural
A Choque Cultural foi fundada em 2004 e, em poucos anos de atuação no mercado, tornou-se referência na investigação de novas linguagens e hibridações no campo da arte contemporânea apresentando jovens artistas ao lado de nomes já consagrados e internacionais, investindo em intercâmbios, residências, exposições, colaborações, imersões, projetos institucionais e de arte pública. Seu programa promove a pesquisa, a experimentação e o diálogo, através do contato direto com públicos diversos, de uma intensa produção editorial e de importantes parcerias institucionais.
Laboratório da Cidade
Organização sem fins lucrativos criada para potencializar as iniciativas cidadãs existentes de inovação e sustentabilidade das cidades; sistematizar e compartilhar informação entre estas iniciativas e com o público; realizar experiências e protótipos dos espaços públicos como plataformas educativas para a cidadania e inovação colaborativa; experimentar modelos sustentáveis de viver nas cidades.
Harun Farocki no Paço das Artes, São Paulo
O Paço das Artes -- instituição da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo -- inaugura no dia 28 de janeiro (quinta-feira) a exposição Programando o visível com seis trabalhos do artista e cineasta Harun Farocki (1944-2014), cinco deles inéditos no Brasil.
Com curadoria de Jane de Almeida, a exposição Programando o visível tem como objetivo refletir sobre a natureza das imagens do século 21, explorando o deslocamento das imagens captadas por aparelhos ópticos para imagens geradas por computador. Para Priscila Arantes, diretora e curadora do Paço das Artes, é um privilégio receber esta exposição de Harun Farocki, um artista que reverbera as questões do mundo contemporâneo em suas obras com um olhar reflexivo.
A mostra reúne as instalações Paralelo I-IV / Parallel I-IV (2014) e Interface (1995) --todas inéditas no Brasil--, além de Catch Phrases – Catch Images / Frases de impacto, imagens de impacto. Uma conversa com Vilém Flusser (1986).
Paralelo I-IV / Parallel I-IV (2014, 16' + 9' + 7' + 11', cor, som) é um filme-instalação dividido em quatro partes, que aborda a linguagem de jogos para computadores, refletindo sobre trechos de jogos populares. Os filmes são narrados por uma voz ensaística (no caso da montagem do Paço das Artes, a voz é do próprio Farocki).
O primeiro da série, feito em 2012, analisa o estilo da computação gráfica dos games dos anos 1980, que utilizavam somente imagens sem profundidade de campo compostas por linhas horizontais e verticais, próximas ao fotorrealismo. No segundo e terceiro filmes (2014), Farocki investiga as barreiras e as especificidades dos mundos paralelos criados pelos games de animação computadorizada até chegarmos ao quarto filme, último trabalho do artista, realizado em 2014, que tem como protagonistas os heróis dos games, inspirados na Los Angeles dos anos 1940, em imagens pós-apocalípticas, e nos filmes de Western. Aqui a violência e as armas perpassam o jogo. “Esses heróis não têm pais ou professores. Eles devem encontrar as próprias regras para seguir de sua própria maneira”, diz Farocki na narração.
Para Jane de Almeida, este último trabalho de Farocki é uma extensão de questões discutidas em seus trabalhos anteriores, marcados pela compilação de filmes. Paralelo investiga as estratégias das imagens dos games de computador "e ao refletir sobre estas novas imagens --que na realidade já têm mais de 35 anos! --Farocki não apenas resgata a reflexão sobre a invenção da perspectiva na construção do universo Renascentista, mas também o debate sobre a fotografia como meio que libera a pintura de sua busca de semelhança com a realidade. Pergunta se o computador desempenhará funções anteriormente assumidas pelo filme que, por sua vez, ficará liberado para outras funções. Arrisca ainda a dizer que os criadores das imagens geradas por computador não querem atrair um “bando de pássaros gregos”, referindo-se a Zeuxis e a ilusão das uvas, mas produzir as criaturas que habitarão seu paraíso", diz a curadora.
Já a obra Interface (1995, 24´, cor, som) marca a migração do cineasta para o mundo da arte contemporânea e foi pensada como uma “instalação” para duas telas. A pedido do Lille Museum of Modern Art, que financiou a produção, o artista examina seu próprio trabalho numa ilha de edição e investiga o significado de criar um filme a partir de imagens já existentes em vez de produzir novas. Lado a lado duas imagens se relacionam e se complementam enquanto Farocki reflete sobre a natureza das imagens, da criação artística, levanta questionamentos e chega a comparar o artista a uma cobaia de laboratório e a ilha de edição a um laboratório de pesquisa. “O trabalho na ilha de edição pode ser comparado a um estudo cientifico?”, indaga em um dos trechos.
Além disso, o título original Schnittstelle brinca com o duplo significado da palavra alemã, que se refere tanto ao local de trabalho do artista/cineasta: a mesa de edição, quanto à “interface homem-máquina”.
A mostra Programando o visível exibe também o filme-instalação Catch Phrases – Catch Images / Frases de impacto, imagens de impacto. Uma conversa com Vilém Flusser (1986, 13’, cor, som), em que Farocki entrevista o filósofo das mídias Villém Flusser (1920-1991). Farocki pede ao filósofo para fazer uma análise da capa do dia do jornal sensacionalista alemão Bild Zeitung, com ênfase no impacto da relação entre os títulos, os textos e as imagens. Os livros sobre fotografia e imagens técnicas de Flusser influenciaram inúmeras obras do artista/cineasta.
Estes dois últimos trabalhos, realizados anos antes de Paralelo, dialogam com a obra de Harun Farocki, evidenciando sua forma de interrrogar as imagens até o limite, independente do meio pelo qual elas são produzidas. Harun Farocki não se deixa seduzir pela imagem nova, produzida pelos novos meios e também não é tomado pelo fetiche das imagens produzidas pelos meios antigos.
Harun Farocki é nascido em 1944 em Nový Jicin (território então ocupado pelos alemães, que hoje pertence à República Tcheca), sendo um dos artistas contemporâneos mais reconhecidos dos últimos anos. Produziu ao longo de sua trajetória mais de 120 filmes para o cinema e para a TV, além de instalações artísticas. Participou de importantes exposições individuais e coletivas em museus, bienais e exposições internacionais (Documenta, Bienal de São Paulo, Jeu de Paume) e festivais de cinema (Berlin Film Festival, Biennale di Venezia). Farocki foi editor da revista FilmKritik, professor da Universidade da Califórnia, Berkeley e da Academy of Fine Arts de Viena.
Em 2015, o Paço das Artes recebeu a instalação The Silver and the Cross, de Farocki, integrante da exposição A queda do céu, com curadoria de Moacir dos Anjos. Farocki faleceu em 2014, em um local próximo a Berlim, aos 70 anos.
Jane de Almeida é curadora independente de mostras de filmes e artes. É professora da Universidade Mackenzie e da PUC-SP. Foi professora visitante do Departamento de Artes da Universidade da Califórnia, San Diego e do Departamento de Arquitetura e História da Arte da Universidade Harvard. É organizadora dos livros Alexander Kluge: o quinto ato (CosacNaify) e Grupo Dziga Vertov (witz edições), entre outros. Realizou filmes e filmes-instalações e atualmente produz obra sobre as imagens de Marte.
janeiro 21, 2016
Zeitgeist– Arte da nova Berlim no CCBB, Rio de Janeiro
Mostra traz ao país a recente produção da novíssima geração de artistas radicados em Berlim, após a queda do Muro. Uma máquina de erosão com 12 betoneiras e um relógio humano com 16 pessoas trabalhando na performance da obra, são apenas alguns dos destaques da exposição que chega à cidade na última semana de janeiro
Entre o caos aparente e a febre criativa, Berlim – palco de acontecimentos decisivos na história mundial recente – transborda arte por todos os lados. E a exposição Zeitgeist – A arte da nova Berlim,que será inaugurada no dia 26 de janeiro no CCBB Rio, reúne um panorama consistente da respeitada comunidade artística que se concentra na cidade,num movimento que começou com o fim da Guerra Fria. Uma palestra com Sven Marquardt – o mais popular host do famoso Berghain, clube underground de música techno de Berlim – agendada para o dia da abertura – e voluntários tatuados oferecendo tatuagens ao público dão o tom da exposição. Idealizada pelo Goethe-Institut, tem curadoria de Alfons Hug.
Marcada por duas guerras mundiais e dividida pelo Muro durante quase três décadas, a capital da Alemanha se reergueu das cinzas. Da vida improvisada dos anos 1990, as contradições que caracterizaram a cidade, reinventada a partir de dois mundos, acabaram por formar, pouco a pouco, o Zeitgeist – espírito de uma época, a partir do qual a arte, a cultura e as relações humanas evoluem – que hoje projeta sua influência muito além da Europa Central e atrai artistas do mundo todo com seu magnetismo.
Pintura, fotografia, videoarte, performance, instalações e a cultura dos famosos clubs berlinenses, na visão de 29 artistas dentre os mais destacados da arte contemporânea, compõem o mosaico da exposição Zeitgeist, que aproximará o público brasileiro da realidade artística e cultural de uma Berlim contraditória e fascinante, plural e diversa, que desconhece limites quando se trata de pensar e viver a arte e se reinventar.
CAMINHOS PARA A ARTE DA NOVA BERLIM
O percurso concebido para a mostra Zeitgeist é uma oportunidade de vivenciar alguns dos aspectos que fazem de Berlim um lugar encantado entre extremos, e que são recorrentes no modo de existir da metrópole. Como observadores atentos da vida da cidade, do mesmo modo que o pintor Adolph von Menzel (1815-1905), um dos maiores representantes do realismo alemão, os artistas da mostra exibem aspectos marcantes da capital da Alemanha. E o curador Alfons Hug indica seis "caminhos" conceituais que podem ser percorridos na exposição.
Tempo que corre e tempo estagnado – Aborda questões que transitam entre aceleração e estagnação, tempo-espaço e tempo próprio, presente e futuro. Artistas como Michael Wesely e Mark Formanek aprofundam esses dilemas e lidam com as diferentes noções de tempo na terra dividida.Exibida na rotunda do CCBB,Standard Time, de Mark Formanek, é um bom exemplo. Questiona o desperdício do tempo, através de um relógio de 4x9m construído por 16 pessoas, minuto por minuto,durante 12 horas. A performance será apresentada durante 12 horas ininterruptas no dia da abertura para o público (27/01), nos dois dias seguintes (28 e 29/01) e em todos os finais de semana.
A ruína como categoria estética – A busca do sentido de beleza entre marcas de destruição, abandono, deterioração e devastação humana, explorados por Frank Thiel e Thomas Florschuetz (fotografias de grande formato), Cyprien Gaillard (vídeo) e Tobias Zielony (projeção de sete mil fotografias individuais).
Eterna construção e demolição –Remete a esses dois verdadeiros leitmotivs que perpassam o cotidiano de Berlim e permeiam toda a exposição,entre a fúria construtiva que deseja apagar o passado e a melancolia associada ao abandono de muitas construções e espaços em ruínas. É aí que o olhar de artistas como a dupla Julius Von Bismarck e Julian Charrière, Thomas Rentmeister, Kitty Kraus e o brasileiro Marcellvs L cria novas possibilidades para tratar essa tensão aparentemente eterna. Uma das obras de grande impacto da exposição (de Julius Von Bismark e Julian Charrière) é composta por doze betoneiras situadas no Pátio da Rua Direita no 1º andar. Elas formam uma "máquina de erosão", projetada para acelerar a decomposição, cujos tambores contém detritos arquitetônicos de vários edifícios da cidade. A rotação dos misturadores transforma essas pedras em formas redondas, orgânicas. Durante um longo período de tempo e através de impacto contínuo, os tijolos são transformados em seixos e, finalmente, se tornam pó. Esse processo torna-se tangível por ruído, nuvens de poeira e vibração.
O vazio e o provisório – Uma tentativa de elaboração das formas criativas, espontâneas e muitas vezes ilegais de ocupação dos grandes espaços baldios ou semidestruídos que o pós-guerra gerou na cidade.A grande quantidade de usos temporários que foram ocorrendo acabou se mostrando benéfica sobretudo para a cena cultural, pois onde não há nada tudo é possível. Em sua pintura, Thomas Scheibitz se vale de extremos (formas duras e estruturas claras se mesclam com elementos flexíveis em ousadas colorações), enquanto a melancolia de Sergej Jensen espalha tons de cinza e marrom sobre restos de tecidos puídos e simples panos de saco, usados como base para as pinturas. Norbert Bisky é influenciado por uma variedade de referências, desde imagens de heróis e realismo socialista até mitologia, religião e cotidiano, como na pop art. Franz Ackermann, por sua vez, transforma mapas, anotações e cadernos de viagens em grandes pinturas a óleo.
Hedonismo cruel – Descortina as peculiaridades de Berlin Mitte, espécie de “terra de ninguém” onde surgiu uma curiosa e original cena de clubs, que fez brotar das ruínas as primeiras festas em espaços improvisados e usados temporariamente. Sobre esse segmento se debruçam as fotografias que compõem as séries Kubus, de Friederike Von Rauch, e Temporary Spaces, de Martin Eberle, além da performance de Marc Brandenburg (voluntários tatuados), a partir de motivos extraídos do cotidiano da área e da vida nos clubs. Os vídeos de Julian Rosefeldt e Reynold Reynolds, ambientados nos anos 20 e 30, resgatam as lendárias noites de Berlim, que naquela época já tinha a fama de “Babel dos pecados”. Completa este segmento a sala “Clube Berlim” com música eletrônica de sete DJs de Berlim e uma instalação visual/sonora com fotografias de Sven Marquardt e música de Marcel Dettmann.
Novos mapas e os outros modernos – Investiga o redesenho da cartografia da cidade e da própria Alemanha, assim como suas relações com o resto do mundo após a queda do Muro, a partir do ponto de vista de uma arte que prefere se manifestar em terreno irregular, esburacado e incompleto. A nova Berlim se distancia do eurocentrismo e fertiliza uma arte plural, que reconhece e abarca a diversidade do mundo. Nesse panorama se insere o vídeo A caça, de Christian Jankowski, que incorpora novos elementos a uma visão diferenciada da arte.
Frida Kahlo - Conexões entre mulheres surrealistas no México no Caixa Cultural, Rio de Janeiro
A Caixa Cultural Rio de Janeiro recebe a monumental exposição dedicada à artista mexicana, que já recebeu 600 mil pessoas no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo
A Caixa Cultural Rio de Janeiro, em parceria com o Instituto Tomie Ohtake, apresenta a exposição Frida Kahlo: conexões entre mulheres surrealistas no México, que reúne 30 obras da grande artista nascida no México. Em torno desses trabalhos de Frida Kahlo – 20 óleos sobre tela e dez em papel, entre desenhos, colagens e litografias – estão cerca de cem obras de outras quatorze artistas, principalmente mulheres nascidas ou radicadas no México, autoras de potentes produções, como María Izquierdo, Remedios Varo, Leonora Carrington, Rosa Rolanda, Lola Álvarez Bravo, Lucienne Bloch, Alice Rahon, Kati Horna, Bridget Tichenor, Jacqueline Lamba, Bona de Mandiargues, Cordélia Urueta, Olga Costa e Sylvia Fein. Em cartaz no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo, de 27 de setembro de 2015 a 10 de janeiro de 2016, a mostra 600 mil pessoas. Integrará a exposição uma mostra de filmes, dedicados às artistas Alice Rahon, Rara Avis, Jacqueline Lamba, Leonora Carrington, Remedios Varo, além de Frida Kahlo.
Com curadoria da pesquisadora Teresa Arcq, “Frida Kahlo: conexões entre mulheres surrealistas no México” proporciona ao público brasileiro um amplo panorama do pensamento plástico da artista, e revela a intricada rede e o potente imaginário que se formaram tendo como eixo sua figura. A exposição, que abrange pinturas, esculturas e fotografias – além de vestimentas, acessórios, documentos, registros fotográficos, catálogos e reportagens – ocupará todo o espaço expositivo do segundo andar da Caixa Cultural.
Durante toda a sua vida, Frida Kahlo (nascida em 06 de julho de 1907, em Coyoacán, México, onde morreu em 13 de julho de 1954) pintou apenas 143 telas. Dentre as 20 pinturas de Frida na exposição, seis são autorretratos. Há ainda mais duas de suas telas que trazem a sua presença, como em “El abrazo de amor del Universo, la terra (México). Diego, yo y el senõr Xóloti” (1933), e “Diego em mi Pensamiento” (1943), além de uma litografia, “Frida y el aborto” (1932). Imagens de Frida Kahlo estão presentes ainda nas fotografias de Nickolas Muray, Bernard Silberstein, Hector Garcia, Martim Munkácsi, e na litografia “Nu (Frida Kahlo)” (1930), de Diego Rivera.
Teresa Arqc destaca que os autorretratos e os retratos simbólicos marcam “uma provocativa ruptura que separa o âmbito do público do estritamente privado”. "Em alguns de seus autorretratos Frida Kahlo, Maria Izquierdo e Rosa Rolanda elegeram cuidadosamente a identificação com o passado pré-hispânico e as culturas indígenas do México, utilizando ornamentos e acessórios que remetem a mulheres poderosas, como deusas ou tehuanas, apropriando-se das identidades destas matriarcas amazonas", afirma. “Impressiona constatar como estas artistas subvertem o cânone para realizar uma exploração de sua psique carregada de símbolos e mitos pessoais”, observa a curadora. A presença vigorosa de Frida Kahlo perpassa ainda a exposição pelas obras de outras artistas que retrataram a sua figura icônica, como Cordélia Urueta. Por meio da fotografia, destacam-se os trabalhos de Lola Álvarez Bravo, Lucienne Bloch e Kati Horna.
MOSTRA DE FILMES
A Galeria 1, no térreo da Caixa Cultural, também com entrada gratuita, será transformada em espaço de exibição de filmes sobre as artistas Alice Rahon, Rara Avis, Jacqueline Lamba, Leonora Carrington, Remedios Varo e Frida Kahlo. A programação se repetirá nos mesmos horários, ao longo da exposição, com os filmes:
10h30 – Alice Rahon (2012), 64’, de Dominique e Julien Ferrandou (Produção: Seven Doc)
12h – Rara Avis – Bridget Tichenor (1985), 21’, de Tufic Makhlouf
12h30 – Jacqueline Lamba (2005), 120’, de Fabrice Maze (Produção: Seven Doc)
15h – The Life and Times of Frida Kahlo (2005), 90’, de Amy Stechler (Produção: Daylight
Films e WETA, Washington DC, in association with Latino)
17h – Leonora Carrington (2011), 107’, de Dominique e Julien Ferrandou (Produção:
Seven Doc)
19h – Remedios Varo (2013), 64’, de Tufic Makhlouf (Produção: Seven Doc)
ATMOSFERA CRIATIVA
A confluência dos grupos de exiladas europeias, como a inglesa Leonora Carrington, a francesa Alice Rahon, a espanhola Remedios Varo, a alemã Olga Costa (nascida Kostakovski) e a fotógrafa húngara Kati Horna, e das artistas que vieram dos Estados Unidos, como Bridget Tichenor e Rosa Rolanda, permanecendo no México o resto de suas vidas, além de outras visitantes vinculadas ao surrealismo, atraídas pelas culturas ancestrais mexicanas, como as francesas Jacqueline Lamba e Bona de Mandiargues, e a norte-americana Sylvia Fein, favoreceu a atmosfera criativa intelectual e uma completa rede de relações e influências com Kahlo e demais artistas mexicanas. "A multiplicidade cultural, rica em mitos, rituais e uma diversidades de sistemas e crenças espirituais influenciaram na transformação de suas criações. A estratégia surrealista da máscara e da fantasia, que no México forma parte dos rituais cotidianos em torno da vida, a morte no âmbito do sagrado, funcionava também como um recurso para abordar o tema da identidade e de gênero", explica Teresa Arcq.
Paulo Miyada, curador do Instituto Tomie Ohtake, observa que a mostra permite confrontar uma face desafiadora do surrealismo, em que “a intensidade, dramaticidade e subjetividade das obras dessas artistas tornam este conjunto inquietante até para aqueles mais familiarizados com o movimento, que originalmente surgiu na França na década de 1920, tendo como maior predicado a tentativa de escapar do império do realismo e da racionalidade, acenando para o inconsciente, o acaso e o onírico”. "Na produção das artistas conectadas ao surrealismo que passaram pelo México, os tópicos já consagrados na discussão do surrealismo se multiplicam e extravasam muitas fronteiras, o que se reflete em imagens pungentes e inesquecíveis por suas cores e traços impositivos, pelos elementos da cultura nativa mexicana, pelos gestos confrontadores e pelo desprezo por qualquer convenção do que seja o bom gosto burguês tradicional", completa.
A exposição foi idealizada e coordenada pelo Instituto Tomie Ohtake, de São Paulo, e tem o patrocínio da Caixa, com apoio da Secretaria de Relaciones Exteriores do México (SER), Embaixada do México no Brasil, do Instituto Nacional de Bellas Artes (INBA), do Consejo Nacional para la Cultura y las Artes (Conaculta) e do Conselho de Promoção Turística do México (CPTM).
Teresa Arcq, historiadora de arte, Mestre em Museologia e Gestão em Arte e em Arte Cinematográfica pela Universidade de Casa Lamm na Cidade do México, trabalhou como curadora chefe do Museu de Arte Moderna da Cidade do México entre 2003 e 2006. Foi co-curadora da exposição A Arte de Mark Rothko - Coleção da The National Gallery of Art, e de várias exposições do acervo permanente, destacando-se a de Remedios Varo. A partir de 2007, como curadora independente produziu para o Museu de Arte Moderna da Cidade do México Remedios Varo - Cinco Chaves, uma retrospectiva em comemoração ao centenário do nascimento da artista inspirada em seu livro homólogo; e Alice Rahon - Uma surrealista no México, que também foi apresentada no El Cubo, em Tijuana. Arcq é Professora de História da Arte no Centro de Cultura Casa Lamm. Publicou vários ensaios e faz palestras sobre arte moderna mexicana, movimento avant-garde europeu e mulheres surrealistas no México, Estados Unidos, Europa e Ásia.
AquiAfrica no Sesc Belenzinho, São Paulo
Sesc Belenzinho abre na próxima 2ª feira, aniversário de São Paulo, apresentando a exposição “AquiAfrica”, que revela a África contemporânea através de 13 artistas de diferentes gerações, originários de onze países da África negra
O Sesc Belenzinho abre excepcionalmente na próxima 2ª feira, 25 de janeiro, para o aniversário de 462 anos da cidade de São Paulo. Entre as atrações da unidade neste feriado, está a exposição AquiAfrica, que tem entrada gratuita e poderá ser visitada das 11h às 19h, no Galpão, Área de exposições e Átrio da Torre.
Com curadoria de Adelina von Fürstenberg e projeto da ART for the World, a mostra apresenta a África através dos olhos de 13 artistas contemporâneos, de diferentes gerações, originários de onze países da África subsaariana – ou África negra. São eles: Abderrahmane Sissako, Barthélémy Toguo, Chéri Samba, Edson Chagas, Frédéric Bruly Bouabré, Idrissa Ouedraogo, J.D.’Okhai Ojeikere, Kudzanai Chiurai, Leonce Raphael Agbodjelou, Omar Ba, Rigobert Nimi, Romuald Hazoumè e Samuel Kané Kwei.
Na seleção de obras, estão pinturas, fotografias, desenhos, esculturas, vídeos e instalações, que abordam questões-chaves para o povo africano, como os problemas de imigração, a xenofobia, o consumo desenfreado, as tradições culturais e os sistemas de poder vigentes em seu continente.
Entre os artistas participantes, dois vieram ao Brasil para produzir duas grandes instalações para “AquiAfrica”. O camaronense Barthélémy Toguo, que elabora instalações por meio de um processo de acumulação, com temas inspirados em suas viagens e na divisão entre ocidente e não ocidente, expõe “Estrada para o exílio”, que será montada em cima do vidro que cobre uma das piscinas da unidade. Um barco de aproximadamente 8 metros de comprimento flutua sobre um mar de garrafas PET (foram utilizadas cerca de 1000 unidades), equilibrando uma torre de sacolas plásticas e trouxas de roupas, numa alusão aos barcos de imigrantes que se arriscam no mar em busca de refúgio em outros países.
Já o senegalês Omar Ba, que em suas pinturas revela um mundo colorido, fantástico e às vezes caótico, construindo uma narrativa crítica em torno da política africana, apresentará “O Muro”. Com cerca de 600 caixas de papelão, pintadas de preto, ele criou um muro – 3 metros de altura e 18 metros de extensão –, no qual retratou diferentes figuras.
Na seleção também estão 230 desenhos – de duas séries – de Frédéric Bruly Bouabré, da Costa do Marfim, considerado um dos mais originais artistas africanos após ter sido descoberto na exposição “Les Magiciens de la Terre”, no Centre Georges Pompidou, em Paris, em 1989, a mesma que revelou o pintor conguês Chéri Samba, que também integra a mostra com três pinturas provocativas de grande dimensão .
O cineasta Abderrahmane Sissako, da Mauritânia, com dois filmes já exibidos no Festival de Cannes (“Esperando a Felicidade” e “Timbuktu”) é outro destaque de “AquiÁfrica”, que exibe seu curta “Dignidade” (N’Dimagou, 2008 – 3’15’’), um segmento do longa “Histórias de Direitos Humanos”, produzido para o 60° aniversário da Declaração Universal dos Direitos do Homem.
“A arte contemporânea africana suscita uma questão de identidade. Se a arte tradicional continua fortemente ancorada no mundo e no ser africano, a nova arte se desenvolve favorecendo uma identidade social compartilhada. Os artistas africanos buscam inspiração tanto nas tradições do continente quanto na realidade urbana de uma África em mutação. Definir a arte africana hoje é definir a própria África”, diz a curadora suíça, que recebeu em maio de 2015, o Leão de Ouro pela curadoria do Pavilhão Nacional da Armênia na 56ª Bienal de Veneza.
Relação completa dos artistas e das obras
● Abderrahmane Sissako (filme)
Nasceu em 1961, na Mauritânia. É diretor de cinema e produtor, vive e trabalha na França e é um dos poucos cineastas da África Subsaariana a conquistar influência internacional. Em 2014, seu filme “Timbuktu” foi selecionado para concorrer a Palma de Ouro no Festival de Cannes. Participou mais duas vezes do Festival de Cannes, em 2002, com o filme “Heremakono” (Esperando a Felicidade), e em 2007 com o “Bamako”.
Filme: “N’Dimagou” (Dignité), 2008, Curta-metragem, cor, som 3’15”
Segmento do longa-metragem “Stories on Human Rights” - Produzido por ART for The World, Genebra e SESC, São Paulo
● Barthélémy Toguo (instalação)
Nascido em 1967, em Camarões, vive e trabalha em Paris. Trabalha com escultura, pintura, vídeo, fotografia e performance, utilizando como referência em seu trabalho a divisão entre o Ocidente e o Não-Ocidente, e a crise imigratória. Em 2012, participou da Trienal de Paris e da Bienal de Havana.
Instalação: “Estrada para o exílio”, 2015. Será produzida no Sesc Belenzinho, com madeira, tecido, garrafas pet e sacolas plásticas.
● Chéri Samba (pintura)
Um dos artistas africanos contemporâneos mais famosos, Chéri nasceu em 1956, no Congo. Hoje, vive e trabalha na França e no Congo. Sua obra está presente nas coleções do Centre Georges Pompidou, em Paris, e do Museu de Arte Moderna de Nova York. Em 2007, participou da Bienal de Veneza. Suas pinturas quase sempre incluem um texto em francês e lingala (idioma falado no noroeste do Congo), comentando sobre a vida na África e no mundo moderno.
Pinturas: “O segredo do peixinho que cresceu”, 2002 (acrílico e glitter sobre tela), “O comum dos políticos”, 2003 (acrílico e glitter sobre tela), e “O mundo que vomita”, 2004 (acrílico sobre tela).
● Edson Chagas (fotografia)
Nasceu em Angola, em 1977, onde vive e trabalha. O artista usa a fotografia como um processo que investiga a vida cotidiana e também utiliza as imagens para fazer uma crítica ao consumismo. Em 2003, o pavilhão de Angola foi premiado na Bienal de Veneza com o Leão de Ouro de melhor participação nacional e Chagas foi o principal artista com a instalação de fotos “Luanda, Cidade Enciclopédia”.
Fotos: “Oikonomos”, 2011, série de fotografias, impressão cromogenica sobre papel fotográfico.
● Frédéric Bruly Bouabré (desenho)
Frédéric Bruly Bouabré (Costa do Marfim, 1919-2014) foi um dos artistas mais originais e inovadores da África. Descoberto na exposição Les Magiciens de la Terre, no Centre Georges Pompidou de Paris, em 1989, ficou conhecido no mundo todo. Seu trabalho tem sido exibido em diversas instituições internacionais. Participou da Bienal de Veneza de 2013 e da exposição Post-Picasso: Reacciones Contemporaneas, no Museu Picasso em Barcelona.
Desenho: 30 desenhos da série “Rio-Brésil/Africa”, 2010 (grafite e lápis colorido) e 200 desenhos da série “A Liberdade de Rir se Impõe a Todo Cidadão Brasileiro para Conduzir Seu Povo Rumo ao Bem-Estar”, 2012 (grafite, caneta esferográfica e lápis de cor sobre papelão).
● Idrissa Ouedraogo (filme)
Nasceu em 1954, em Burkina Faso, onde vive e trabalha. Graduou-se no Instituto de Estudos Cinematográficos Avançados (IDEHEC) de Paris, em 1985. Seu primeiro longa, “The Choice”, foi lançado em 1986. Ganhou o prêmio da crítica no Festival de Cannes de 1989, com o filme “Yaaba”. Em 1990, “Tilai” foi o vencedor do prêmio do grande júri de Cannes.
Filme: “A longa caminhada do camaleão, 2010, Curta-metragem, cor, som 6'30'
Segmento do longa-metragem THEN AND NOW Beyond Borders and differences
Produzido por ART for The World,Genebra e SESC, São Paulo.
● J.D.’Okhai Ojeikere (fotografia)
Nascido em 1930, na Nigéria, onde morreu em 2014. Suas fotos são dedicadas à cultura nigeriana. A série mais notável é a dos penteados esculturais e cotidianos das nigerianas, composta por cerca de 100 fotos. Seu trabalho está presente em várias instituições, como a Tate de Londres, a Fondation Cartier de Paris e o Guggenheim de Bilbao.
Fotos: 6 fotos da série “Penteados”, de 1974 a 2008.
● Kudzanai Chiurai (fotografia)
Nascido em 1981, no Zimbabwe, vive e trabalha na África do Sul. Sua obra circula pela street art, cultura jovem e grafite. Explora temas como exílio, xenofobia, refugiados e as máscaras performáticas dos líderes africanos. As fotos da exposição são da série “O Parlamento”, retratando personagens fictícios de um gabinete de governo imaginário. É uma paródia das representações midiáticas de masculinidade e poder político.
Fotos: 5 fotos da série “O Parlamento”, 2009.
● Leonce Raphael Agbodjelou (fotografia)
Nascido em 1965 em Benin, onde vive e trabalha na capital Porto Novo. Suas fotografias mostram a vida das ruas, seus amigos, familiares e clientes e as combinações incríveis dos tecidos, que criam gradações entre o fundo, o primeiro plano, a pessoa e suas roupas.
Fotos: 3 fotos da série “Vodou”, 2011.
● Omar Ba (pintura)
Nascido no Senegal, em 1977, vive e trabalha na Suíça. As pinturas do artista representam o mundo de maneira fantástica e até caótica, virando do avesso a percepção da realidade. Com imagens muito pessoais, funde metáforas intimas e símbolos ancestrais, refletindo sua crença que toda forma de vida humana, animal e vegetal, possui alma. O simbolismo do pintor constrói uma narrativa em torno de temas políticos, que criticam os sistemas de poder encontrados na África.
Pintura: 3 obras: “Conquistador”, 2013, tinta a óleo, guache, lápis sobre papel fotográfico e fotografia de Marc Asekhame; “O Muro”, instalação 2015, escultura, foto; e “Afrique Now”, 2015, óleo, acrílico e crayon sobre papel.
● Rigobert Nimi (escultura)
Nascido na República Democrática do Congo, em 1965, onde vive e trabalha. Sua obra é feita com materiais reciclados como detritos industriais, plásticos, chapas de metal, alumínio e componentes elétricos que encontra no caos de Kinshasa, onde reside. Desde 2000, ele produz uma série de complexas naves espaciais e robôs, inspirados em desenhos animados e filmes de ficção científica. A concepção, o método e a precisão técnica são a marca da execução dessas obras monumentais que levam mais de 15 meses para serem executadas.
Escultura: “Vênus”, 2001, ferro, aço, alumínio, cobre, plástico e componentes elétricos.
● Romuald Hazoumè (escultura)
Nascido em 1962, em Porto Novo, Benin, onde mora e trabalha, criando obras lúdicas e politizadas. Produz esculturas, pinturas e fotografias, mas é mais conhecido por suas máscaras, série feita com galões de plástico descartados e outros materiais. Estes galões são usados com frequência em Benin para transportar arroz até a fronteira com a Nigéria. Seu trabalho tem sido exibido em museus como o Georges Pompidou em Paris, o Victoria & Albert em Londres e o Guggenheim de Bilbao.
Esculturas: 26 esculturas, de 1995 a 2007, técnica mista.
● Samuel Kané Kwei (escultura)
Nascido em 1954 em Teshie, Gana, onde vive e trabalha. Aprendeu com o pai a decorar caixões, refletindo a vida do falecido. Seu pai esculpiu um caixão em formato de cebola para um produtor deste vegetal e de uma Mercedes Benz para um proprietário de frota de táxi, por exemplo. Samuel continuou a produzir caixões nestes formatos e também criou esculturas que refletem aspectos atuais da cultura popular e da vida cotidiana. Ele cria ainda esculturas não destinadas ao uso funerário.
Esculturas: “Caixão de cebola”, 1993, esmalte sobre madeira. “Caixão Mercedes”, 1993, esmalte sobre madeira, vidro, metal e tecido. “Tênis de corrida”, 1993, esmalte sobre madeira, vidro, metal e tecido.
janeiro 20, 2016
Coleções em diálogo: Museu Paulista e Pinacoteca de São Paulo na Pinacoteca, São Paulo
Pinacoteca comemora 110 anos com exposição realizada em parceria com o Museu Paulista
‘Coleções em diálogo: Museu Paulista e Pinacoteca de São Paulo’ remete a origem comum das duas instituições
Dando continuidade à programação especial que comemora o aniversário de 110 anos da Pinacoteca de São Paulo, que pertence à Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo,o museu inaugura dia 25 de janeiro a exposição ‘Coleções em diálogo: Museu Paulista e Pinacoteca de São Paulo’, que remete à origem comum de ambas as instituições e às características de suas coleções, já que a Pinacoteca nasce da transferência em 1905 de 20 obras reunidas pelo Estado de São Paulo na galeria artística do Museu Paulista, inaugurado em 1895 e conhecido também como Museu do Ipiranga. A mostra possibilita também ao público ver ou rever importantes peças do Museu Paulista, que atualmente, em função dos trabalhos de restauro e modernização do edifício-monumento, encontra-se fechado à visitação.
Segundo Valéria Piccoli, curadora da mostra com Fernanda Pitta, esse diálogo pretende reforçar as relações entre os dois acervos, iluminando-os mutuamente. São cerca de 50 obras, entre pinturas, desenhos, fotografias e objetos, assinadas por artistas como Antônio Parreiras, Benedito Calixto, Adrien van Emelen, Oscar Pereira da Silva, João Baptista da Costa, Antônio Ferrigno, Henrique Bernardelli, Rodolfo Amoedo entre outros, que ajudam a compreender essa história comum e seus desdobramentos.
“As duas instituições estão intrinsecamente ligadas em sua criação, mas, ao longo da sua história, desenvolvem suas coleções por caminhos distintos: a Pinacoteca se firmando como um museu de arte, em especial brasileira, e o Museu Paulista como um museu de história, dedicado também à memória e à cultura material. A mostra traz obras de destaque da coleção do Museu Paulista, em especial aquelas de cunho histórico, encomendadas para a decoração do edifício ”, disse Piccoli, também curadora-chefe da Pinacoteca.
Destaque fica para as pinturas ‘Inundação da Várzea do Carmo’ (1892), de Benedito Calixto, a primeira aquisição do governo republicado de São Paulo, e ‘Ciclo da caça ao índio’ (1925), de Henrique Bernardelli, uma das encomendas do então diretor da instituição, Affonso Taunay, para a decoração da escadaria monumental do Museu, e importantes testemunhos da produção artística da virada dos séculos XIX e XX.
A mostra permanece em cartaz até 29 de janeiro de 2017 no 2º andar da Pinacoteca – Praça da Luz, 02. A visitação é aberta de quarta a segunda-feira, das 10 às 17h30 – com permanência até às 18h – e o ingresso custa R$6 (inteira) e R$ 3 (meia). Crianças com menos de 10 e adultos com mais de 60 anos não pagam. Aos sábados a entrada é gratuita para todos os visitantes.
A exposição tem o patrocínio da Trail Infraestrutura e da Cielo, que é incentivadora das ações do Núcleo de Ações Educativas da Pinacoteca, como o Programa de acessibilidade para pessoas com deficiência.
janeiro 18, 2016
Galeria de arte contemporânea “Cavalo” será inaugurada em Botafogo
Espaço dos sócios Ana Elisa Cohen e Felipe Pena abre dia 23 de janeiro, com mostra coletiva dos artistas Adriano Motta, Alvaro Seixas, Felipe Cohen, Marina Weffort, Pedro Caetano, Vijai Patchineelam e Wagner Malta Tavares
Centro da efervescência cultural carioca, com seus teatros, cinemas, livrarias e pólo gastronômico, Botafogo será brindado com mais uma novidade. A partir de 23 de janeiro, os sócios Ana Elisa Cohen e Felipe Pena inauguram a Cavalo, galeria de arte contemporânea localizada num belo casarão de 130 metros quadrados com duas salas expositivas, na Rua Sorocaba.
A dupla há muito dedica-se à arte. Ana Elisa e Felipe se conheceram quando trabalharam juntos na Anita Schwartz Galeria de Arte - ela em Design e Produção, e ele em Relações Internacionais - e, desde então, alimentavam o sonho de um espaço próprio. “A ideia de fundarmos nossa própria galeria se construiu aos poucos, a partir das descobertas de muitas afinidades e ótima dinâmica de trabalho. Durante esse convívio, costumávamos brincar que determinados artistas e trabalhos que gostávamos por ousadia e humor deveriam fazer parte da nossa galeria imaginária, que nomeamos Cavalo. Quando começamos a nos movimentar para concretizar esse sonho, foi natural chamá-la assim”, conta Felipe.
A Cavalo abre suas portas com a coletiva Exposição Inaugural, de 23 de janeiro a 19 de março. A mostra reúne 25 obras, entre fotografias, pinturas, esculturas, instalações, objetos e vídeos de sete artistas: Adriano Motta, Alvaro Seixas, Felipe Cohen, Marina Weffort, Pedro Caetano, Vijai Patchineelam e Wagner Malta Tavares, todos representados pela galeria.
Adriano Motta apresenta três pinturas a óleo sobre tela e Alvaro Seixas a inédita "Pintura Sem Título (Por Bem ou Por Mal…)", feita com óleo, spray e esmalte. Marina Weffort mostra sua atual série “Tecidos”, em que desfia a trama para explorar ao máximo a luz e a cinética do material. Já Felipe Cohen usa mármore, saco plástico, paralelepípedo de granito e confete em duas esculturas.
Wagner Malta Tavares estabelece, em seus vídeos e sua escultura, relações entre o imaginário pop, literatura clássica e construtivismo. Já Vijai Patchineelam mostra duas fotografias de objetos cotidianos fora de seus habituais espaços.
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“Ao longo do ano pretendemos apresentar individuais, tanto dos artistas representados como trabalhos de nomes emergentes ou que nunca expuseram antes no Rio.”, explica Ana Elisa Cohen, que pretende promover debates públicos, encontros com artistas e curadores, performances, projeções de vídeo, e lançaremos publicações artísticas próprias. “Estamos assumindo um compromisso com a cena cultural da cidade”, garantem os sócios.
Sobre os artistas
Adriano Motta – É formado em Design pela PUC- RJ. Vive e trabalha no Rio de Janeiro. Em 2013 publicou o livro “Mickey Speed”, pela A Bolha Editora. Participou em 2011 da performance “Projeto Cavalo”, com a Orquestra Equestre de Libertação. Realizou a exposição individual “Trabalhos Recentes”, em 2011, na Galeria Mercedes Viegas. Participou da nona edição do XXX Fluorifestival, na cidade de Pesaro, na Itália. Foi indicado ao Prêmio Pipa na edição de 2013.
Alvaro Seixas – Doutor em Linguagens Visuais pela Escola de belas Artes da UFRJ, foi professor da instituição. Participou da 10ª Bienal do Mercosul “Mensagens de Uma Nova América”, em Porto Alegre, e do 5º Prêmio CNI-SESI Marcantonio Vilaça para as Artes Plásticas, no MAC-USP, São Paulo.
Felipe Cohen - Artista plástico formado pela Faap, realizou mostras individuais e coletivas em importantes espaços como Centro Cultural São Paulo, Pinacoteca do Estado de São Paulo e Instituto Cultural Itaú. Entre suas principais exposições estão a 8ª e a 11ª Bienal do Mercosul, “Economy of means”, no Scottsdale Museum of Contemporary Art, nos Estados Unidos, e “Imagine Brazil – Artists Books”, que passou por diversas cidades da Europa. Possui trabalhos em importantes coleções, como o Pinacoteca do Estado de São Paulo, Museu de Arte Moderna de São Paulo, Museu de Arte do Rio e Scottsdale Museum of Contemporary.
Marina Weffort – Graduada em desenho e escultura pela Faap, em São Paulo. Em 2009 foi selecionada para o Programa de Exposições do Centro Cultural de São Paulo, sua primeira individual, onde ganhou o prêmio aquisição. Em 2010, realizou sua segunda individual “Still Life” e, em 2014, “Lugar das Coisas”, ambas na Galeria Marilia Razuk. Em 2014 foi indicada para o prêmio PIPA.
Pedro Caetano - Vive e trabalha em São Paulo. É formado em cinema. Apresentou seus trabalhos nas exposições individuais “Tudo Bem”, no programa de exposições do Centro Cultural São Paulo (2015); “Machina Zero”, na Alvaro Razuk Arquitetura (2012) e “Os Grandes Sucessos de Pedro Caetano”, na galeria polinesia (2010). Participou de diversas coletivas, entre elas, “First Emarald, than Sapphire, Than Black”, Akademie der bildenden Künste (2014), em Viena, e “Salon” (2014), em Hamburgo; Foi fundador e diretor da galeria polinésia.
Vijai Patchineelam – Vive e trabalha entre a Antuérpia, na Bélgica, e Niterói, no Rio de Janeiro. Inicia em 2016 sua pesquisa de doutorado The Artist Job Description, que busca empregar artistas, na função de artista, dentro das instituições de artes. Em janeiro de 2015 realizou a exposição “Resistir o passado, ignorar o futuro e a incapacidade de conter o presente”, no MAM do Rio de Janeiro.
Wagner Malta Tavares - Participou de exposições individuais em galerias comerciais do Rio e de São Paulo, esteve em coletivas no Brasil e no exterior. Realizou intervenções urbanas em cidades como São Paulo, Veneza, Chicago e, mais recentemente, no Rio de Janeiro. Ganhou diversos prêmios, entre eles, Prêmio Interferêncais Urbanas no Rio, Prêmio de Escultura Pública em Guaíra, Projéteis de Arte da Funarte, e foi finalista do Prêmio Marcantonio Villaça. Tem obras em Instituições como Pinacoteca do Estado de São Paulo, Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Museu de Arte do Rio e Museu Bispo do Rosário.
Sobre os sócios
Ana Elisa Cohen – Formada em Desenho Industrial com especialização em Arte e Filosofia na PUC-Rio. Após a graduação, trabalhou na galeria Arte 21, dos sócios Alessandra Monteiro de Carvalho, Valéria Braga e Afonso Costa, durante dois anos com design e produção. Após o encerramento do espaço, juntou-se ao time da galeria Anita Schwartz, onde trabalhou por 7 anos como produtora e designer.
Felipe Pena – Cursou a graduação em Artes Visuais na UFRJ, bacharelado em Pintura na mesma Universidade, assim como Comunicação Social na PUC e Produção Fonográfica na Estácio. Trabalhou na galeria Anita Schwartz e organizou exposições no espaço independente Meio, na Praça Tiradentes.
janeiro 17, 2016
Faça uma doação para manter o Canal Contemporâneo
O Canal Contemporâneo entra em seu 16º ano de atividade e é o site de arte contemporânea brasileira mais antigo em atividade na internet.
O Canal Contemporâneo é único. Ele é um canal de divulgação que coleciona informações sobre exposições juntamente com imagens de obras, textos críticos e matérias de imprensa. Além de exposições, ele cobre cursos, salões, prêmios, editais e notícias sobre políticas públicas, dando um panorama completo sobre o circuito de arte.
O acervo do Canal Contemporâneo é especial por armazenar também as relações que se constroem entre os atores do circuito (profissionais, galerias e instituições) a partir de seus eventos em comum. Leia sobre as Memórias e Perspectivas de Canal Contemporâneo.
Por favor, ajude-nos a continuar o nosso trabalho; considere fazer uma doação de R$30,00, R$50,00, R$100,00 ou quanto puder para proteger e manter o Canal Contemporâneo.
Muito obrigada,
Patricia Canetti
Criadora do Canal Contemporâneo
As operações bancárias devem ser feitas em nome de Canal Contemporâneo Criações Artísticas em Rede Ltda., CNPJ: 08.658.479/0001-60, nesta conta:
- Banco Inter S.A. (77), agência 0001, conta 7243799-5
Se preferir receber um boleto para efetuar a transação, envie-nos uma mensagem com seu nome completo e email.
janeiro 15, 2016
Márcio H Mota na Zipper, São Paulo
AGENDA SP Hoje 19/01 às 19-22h: Márcio H Mota @ Zipper >>> http://bit.ly/Zipper_MH-Mota >>> Se a imagem, à primeira...
Publicado por Canal Contemporâneo em Terça, 19 de janeiro de 2016
Se a imagem, à primeira vista, ocupa em nossa mente um campo estático e bidimensional, para Márcio H Mota, ela está em um constante processo de apropriação e desconstrução. Primeira individual do artista brasiliense na Zipper Galeria, Imagem em Processo se propõe a tratar esta forma de representação como um acontecimento com distintos significados dependendo o contexto em que se encontra. A mostra reúne seis trabalhos de videoinstalação que dialogam com o lúdico, a fantasia e o fantasmagórico.
No trabalho de Márcio, a luz tem um papel anterior ao vídeo. É por meio dela que a obra de arte ganha sua plasticidade e transforma o espaço em que está inserida. Segundo o artista, podemos até mesmo falar de um trabalho instalativo, em que, por meio das imagens em movimento, o espectador pode construir suas próprias narrativas.
Como desdobramento de uma pesquisa que tem como foco o microcosmo do vídeo, Márcio se apropria das paletas pictóricas de pixels em movimento para dar forma à sua imagem-luz. A projeção em fumaça e em objetos variados, como bonecas e garrafas, cria a materialidade em seu trabalho e constrói novas formas de apresentação e recepção da obra.
Se a estética tem um lugar importante em sua produção, a política também está presente em sua obra por meio da desconstrução de filmes tradicionais da cinematografia e da utilização de elementos “clichês”. Em “Coca-Cola” (2014), por exemplo, o artista usa a trilha sonora e a linha de pixels do filme Rambo II, trabalhando com a reverberação de luz em sincronia com o áudio. O filme aparece novamente na obra “Cores Bélicas” (2014), na qual Marcio estica verticalmente as linhas de pixels horizontais do longa-metragem.
A Zipper Galeria apresenta simultaneamente o 7º Salão dos Artistas sem Galeria.
Márcio H Mota (1983) é artista multimídia e mestre em arte e tecnologia pela Universi-dade de Brasília. Desenvolve pesquisa sobre cinema expandido, vídeo mapping e ima-gem-luz. Tendo a imagem como acontecimento/situação, trabalha no campo da apro-priação, em que depura índices do ordinário e do político, por meio de vídeo-objetos e videoinstalações, trazendo-os para o universo da fantasmagoria, do lúdico e do satírico. Com projetos individuais e coletivos (Corpos Informáticos e Tuttaméia, respectivamente) participou de importantes mostras, exposições no cenário nacional como Entre-copas (DF, 2013),Triangulações (DF, PE, BA, 2013), Vídeo Guerrilha (SP, 2012), 61º Salão de Abril (CE, 2010), Vivoartmov (MG, 2009 e 2010).
Museu Encantador no Caixa Cultural, São Paulo
Doações de “encantamentos” de dezenas de artistas brasileiros e portugueses fazem parte da instalação-performance proposta pelas artistas Rita Natálio e Joana Levi
A Caixa Cultural de São Paulo inaugura no dia 12 de dezembro, as 11 horas, a instalação-performance Museu Encantador, idealizada pelas artistas Rita Natálio e Joana Levi. Trata-se de um projeto de performance e artes visuais sobre “encantamento” e memória entre Brasil e Portugal, cujo desafio é pensar a construção de um museu como uma performance. Dentro da instalação são reunidos objetos e “encantamentos” doados pelos diversos colaboradores brasileiros e portugueses, onde o corpo se oferece como guia para reinventar a memória colonial.
Na instalação, reúnem-se as contribuições dos artistas-doadores, os brasileiros Bruno Rezende & Claudinho Dias, Fábio Zuker, Júlia de Carvalho Hansen, João Penoni, Icaro Ferraz Vidal Júnior, Gustavo Ciriaco, Laura Erber, Letícia Novaes, Marcela Levi, Paulo Bruscky, Peter Pál Pelbart e Suely Rolnik e os portugueses André E.Teodosio, Ana Gandum, Ana Borralho & João Galante, Miguel Pereira e Rita Brás. Cada um deles respondeu de sua maneira à pergunta: “o que você doaria a um museu do encantamento cultural entre Brasil e Portugal?”. E também as coletas audiovisuais em Alter do Chão, no Pará (Espaço Bicho), Recife (Espaço Fonte), Natal (Tecesol), Curitiba (Mostra p.Arte) e São Paulo (Casa do Povo), lugares onde foram realizados ensaios, oficinas, conversas públicas e mostras do trabalho em processo ao longo do ano de 2014.
Desenvolvida com Eduardo Verderame, junto com as diretoras do projeto, Rita Natálio e Joana Levi, a instalação é composta de tubos de PVC — literalmente uma trama de canos onde se penduram e escondem as doações dos artistas convidados. Nesses tubos são também acoplados dezenas de pequenos objetos da cultura popular portuguesa e brasileira, souvenirs e objetos de artesanato recolhidos nas residências (galos de Barcelos, cocares indígenas, camisetas da Amazônia, lenços minhotos, usados tradicionalmente pelas fadistas portuguesas, busto de Salazar, bandeiras, cravos alusivos à Revolução de 25 de Abril de 1974, etc.). Esses elementos, que compõem a coleção, junto com as doações dos convidados - vídeos, cartas, e-mails, fotografias, posters, ensaios, entrevistas - atuam como figuras de imitação, clichês de cultura, que entram em conflito com a dimensão singular de cada doação.
Na performance, com concepção de Rita Natálio e Joana Levi e a participação da bailarina portuguesa Teresa Silva, mistura-se o imaginário da colonização portuguesa com lendas indígenas de encantamento. Vagueando no espaço da exposição, três mulheres vestidas com roupas de antigos exploradores coloniais acoplam nos seus corpos objetos relacionados com a cultura portuguesa e brasileira. Essas performances acontecerão no último mês da exposição.
Encantamento?
De um lado está o universo museológico e científico, onde o museu ocupa o lugar de “fixação” da cultura ocidental, onde o tempo é fixado como critério de referência para o movimento histórico. De outro lado, o universo mágico do encantamento, inspirado nas lendas indígenas brasileiras, onde se podem reconectar diferentes níveis de realidade animal, vegetal e espiritual, alargando o espectro do humano. “Encantar-se” seria sinônimo de um processo pelo qual os seres ficam cativos de uma relação, suspensos sobre um “feitiço”. O encantamento é a lente anímica e pré-verbal a partir do qual a história da colonização pode e precisa ser recontada.
Este projeto foi iniciado pela artista portuguesa Rita Natálio, a partir do seu mestrado no Núcleo de Subjetividade da PUC-SP, com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian, em Portugal, e orientação do Prof. Peter Pal Pélbart. Convidou a diretora carioca Joana Levi paracocuradoria e codireção; Eduardo Verderame para o desenho do espaço expositivo; Teresa Silva como performer; e Marta Mestre para assistência curatorial. E, junto com a equipe, delinearam um processo de criação em rede com vários artistas convidados de Portugal e do Brasil, também chamados de “doadores de encantos”.
Acesse o site oficial.
Joana Levi (1975, Rio de Janeiro) Diretora, atriz, performer e graduanda em Filoso a na USP. Desenvolve pesquisa sobre as confluências entre performance e loso a da ciên- cia. Nos últimos anos dedicou-se a criação de projetos contextuais e interdisciplinares: dirigiu Rózà, espetáculo multimídia baseado nas correspondências de Rosa Luxemburgo (parceria com Martha Kiss Perrone) / Casa do Povo (SP); idealizou e dirigiu o projeto de intervenção site specific In_Trânsito_odisseias urbanas, em trens metropolitanos (codireção Isabel Penoni) / Prêmio Montagem Cênica 2011. Anteriormente, integrou a Casa Laboratório, dirigida por Cacá Carvalho, como atriz e assistente de direção por 7 anos; atuou em Macumba Antropófaga, de José Celso Martinez, no Teatro Oficina; protagonizou, ao lado de Cacá Carvalho, o espetáculo O Hóspede Secreto, dirigido por Roberto Bacci / coprodução Itália / Brasil.
Rita Natálio (1983, Lisboa) É pesquisadora, performer e dramaturgista. Terminou recentemente um mestrado no Núcleo de Subjetividade da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo com orientação de Peter Pál Pelbart, em que desenvolveu uma pesquisa sobre a relação entre imitação e invenção na vida individual contemporânea a partir das redes sócio-técnicas (bolsa de estudos da Fundação Calouste Gulbenkian). Estudou Artes do Espetáculo Coreográfico na Universidade de Paris VIII. A sua atividade principal centra-se na área da escrita, direção de projetos de performance e acompanhamento de trabalhos de outros artistas. No seu trabalho autoral cruza a criação e a pesquisa artística com estudos acadêmicos na área da biopolítica, da comunicação e da filosofia.
Empresa colonial no Caixa Cultural, São Paulo
Obras de Beto Shwafaty, Bruno Baptistelli, Clara Ianni, Jaime Lauriano e Lais Myrrha questionam a formação cultural e social brasileira
A Caixa Cultural São Paulo inaugura no dia 12 de dezembro de 2015, sábado, às 11 horas, a mostra Empresa colonial. Com curadoria de Tomás Toledo, a coletiva apresenta trabalhos dos artistas Beto Shwafaty, Bruno Baptistelli, Clara Ianni, Jaime Lauriano e Lais Myrrha, que colocam em questão os processos de formação do Brasil como nação, apontando para os reflexos do período colonial tanto na formação da cultura e da estrutura social e política do país, como de sua situação atual.
A exposição é uma tentativa de relacionar as implicações e consequências do choque de civilizações ocorrido no período colonial, decorrente do encontro entre os povos nativos do Brasil e os colonizadores europeus, com os desdobramentos da história do país. A partir da produção artística de artistas brasileiros contemporâneos, pretende-se evidenciar a continuidade das relações de dominação e exploração, tanto da terra quanto do homem, que permeiam a história brasileira, desde do período em que o Brasil era colonizado por Portugal até a atualidade. “Estas relações exploratórias se deram por parte dos colonizadores em relação aos nativos, mas se perpetuaram dentro da sociedade brasileira, tornando-se um trauma não superado”, escreve Toledo.
Os trabalhos apresentados lidam com diversos conteúdos e estratégias de materialização. Jaime Lauriano e Clara Ianni utilizam-se da representação cartográfica como forma de expressão. No primeiro caso, o mapa é uma ferramenta para retomar o processo de dominação do solo, dos povos nativos e da população negra escravizada promovido pelos colonizadores. Já no segundo, no trabalho “Desenho de classe”, a cartografia serve para apresentar as diferenças econômicas e sociais entre patrões e empregados no contexto atual.
Lais Myrrha levanta a problemática da dominação da metrópole sobre a colônia na obra “O tempo corre para o norte”, composta por uma ampulheta invertida, onde o tempo corre na direção contrária, aludindo à dialética Norte e Sul. Bruno Baptistelli apresenta obras inéditas, elaboradas especificamente para a exposição e suas discussões. Em “Anhanguera/Bandeirantes” Beto Shwafaty propõe uma relação entre as missões de exploração do interior do país lideradas pelos bandeirantes com o desenvolvimento econômico, representado pelas principais vias de acesso ao interior do estado de São Paulo, que dão nome ao trabalho.
“A arte contemporânea cada vez mais se apresenta como uma ferramenta de atualização e rearticulação dos processos históricos, produzindo uma crítica capaz de trazer ao presente e ao cotidiano questões do passado, valendo-se do diálogo com outras áreas do conhecimento, como história, antropologia e sociologia”, defende o curador.
SOBRE OS ARTISTAS
Beto Shwafaty (São Paulo, 1977). Vive e trabalha em São Paulo. Formando em artes visuais pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Dentre suas últimas exposições destacam-se: 19o Festival de Arte Contemporânea Sesc_Videobrasil, SESC Pompeia, São Paulo, 2015; “Contrato de Risco”, Galeria Luisa Strina, São Paulo, 2015 (individual); 5o Prêmio Sesi Marcantônio Vilaça, MAC Ibirapuera, São Paulo, 2015; “P33_Formas Únicas de Continuidade no Espaço”, 33o Panorama da Arte Brasileira, Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM), São Paulo, 2013; 9ª Bienal do Mercosul, Porto Alegre, 2013; “Amor e ódio a Ligya Clark”, Zacheta National Gallery, Varsóvia, 2013; “Conversations Piece”, NBK, Berlim, 2013.
Bruno Baptistelli (São Paulo, 1985).Vive e trabalha em São Paulo. Formando em artes visuais pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Dentre suas últimas exposições destacam-se: “Acareação, Observatório”, São Paulo, 2015; “When Thoughts are Replaced by Moving Images”, Basiléia, 2015; “Taipa-tapume”, Galeria Leme, São Paulo, 2014; “Estruturas possíveis”, Oficina Oswald de Andrade, São Paulo, 2014; “2”, Galeria Pilar, São Paulo, 2013 (individual); 9o Abre Alas, Galeria Gentil Carioca, Rio de Janeiro, 2013; “Volar”, Galeria Del Infinito, Buenos Aires, Argentina, 2012; Programa de Exposições 2011, Centro Cultural São Paulo (CCSP), São Paulo, 2011 (individual); “Portas abertas”, Workshop Mona Hatoum, Santander, 2010; Red Bull House of Art, São Paulo, 2010.
Clara Ianni (São Paulo, 1987). Vive e trabalha em São Paulo. Graduada em artes visuais na Universidade de São Paulo (USP) e mestre em Visual and Media Anthropology pela Freie Universität Berlim. Dentre suas últimas exposições destacam-se: Bienal de Jakarta, Jacarta, 2015; 31a Bienal de São Paulo, São Paulo, 2014; “Untitled”, 12a Bienal de Istambul, 2011; “Conversation Pieces”, NBK, Berlim, 2014; Programa de exposições 2012, Centro Cultural São Paulo (CCSP), São Paulo, 2012. Participou diversas residências como o HIWAR, Amman, 2013; Bolsa Pampulha, Belo Horizonte, 2011; Casa Tomada, 2010; Culturia, Berlim, 2012.
Jaime Lauriano (São Paulo, 1985). Vive e trabalha em São Paulo. Graduado em artes visuais pela Centro Universitário Belas Artes de São Paulo, em 2010. Dentre suas últimas exposições destacam-se: “Autorretrato em branco sobre preto”, Galeria Leme, São Paulo, 2015 (individual); “Frente a euforia”, Oficina Cultural Oswald de Andrade, São Paulo, 2015; Tatu: futebol, adversidade e cultura da caatinga, Museu de Arte do Rio (MAR), Rio de Janeiro, 2014; “Taipa-tapume”, Galeria Leme, São Paulo, 2014; “Impedimento”, Centro Cultural São Paulo, São Paulo, 2014 (individual); “Em exposição”, SESC, São Paulo, 2013 (individual). Possui trabalhos nas coleções públicas da Pinacoteca do Estado de São Paulo e do Museu de Arte do Rio (MAR).
Lais Myrrha (Belo Horizonte, 1974). Vive e trabalha em São Paulo. Doutora e mestre pela Escola de Belas-Artes da UFMG e graduada no curso de artes plásticas pela Escola Guignard, UEMG, 2001. Dentre suas últimas exposições destacam-se: “Projeto Gameleira 1971”, Pivô, São Paulo, 2014 (individual); “Ensaio de Orquestra”, Coletor, São Paulo, 2014 (individual); “Zona de Instabilidade” (individual), CAIXA Cultural São Paulo, São Paulo, 2013; 18º Festival de Arte Contemporânea Sesc_Videobrasil, SESC Pompeia, São Paulo, 2013; “Blind Field”, Karnnet Museum, Illinois, 2013; Temporada de Projetos do Paço das Artes, São Paulo, 2011; 8ª Bienal do Mercosul, Porto Alegre, 2011.
SOBRE O CURADOR
Tomás Toledo (São Paulo, 1986). Vive e trabalha em São Paulo. Formado em filosofia pela Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), é curador e pesquisador de arte. Curadorias realizadas: “Taipa-tapume”, Galeria Leme, São Paulo, 2014; “Heist Films Entertainment” (individual de Gustavo von Ha), Museu Oscar Niemeyer (MON), Curitiba, 2014; “O enunciado em questão”, Laboratório Curatorial da SP Arte 2013, São Paulo, 2013. Atualmente é curador do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP), onde co-curou, em 2015, as exposições: “Arte do Brasil até 1900; Arte da Itália: de Rafael a Ticiano”; “León Ferrari: entre ditaduras”; e “Arte na moda: Coleção MASP Rhodia”.
Efrain Almeida no CCBN, Fortaleza
No próximo dia 20 de janeiro, às 19h, o Centro Cultural Banco do Nordeste abre a exposição Uma pausa em pleno voo, que traz um conjunto de esculturas de pássaros, trabalhadas em bronze. As visitações seguem até 27 de fevereiro. A entrada é gratuita.
De autoria de Efrain Almeida (CE/RJ) e curadoria de Marcelo Campos (RJ), a exposição exibe trabalhos em instalações ou isoladas, além de aquarelas, porcelana e bordado, todos produzidos entre 2012 a 2015.
O trabalho de Efrain almeida recentemente recebeu destaque em uma das mais importantes feiras de arte internacional: a Frieze 2015, que aconteceu em Londres! É o melhor da arte contemporânea, que você vai poder ver de perto no CCBNB.
Entre as obras expostas, a instalação “Uma coisa linda” tem 150 pássaros da espécie galos-de-campina, feitos em bronze policromado, distribuídos pelo piso da galeria em grupos de unidades variáveis, formando uma cartografia determinada pelo artista.
Já a instalação “10 Hummingbirds” é composta por dez beija-flores, também em bronze policromado, com tonalidades diferentes, fincados na parede pelo longo bico. Em “Plátano Bordallo”, o artista reproduz em porcelana um segmento de galho com insetos, que fica perpendicular à parede.
Efrain Almeida é natural de Boa Viagem (CE), mas vive e trabalha no Rio de Janeiro. Entre 1986 e 1990, estudou na Escola de Artes Visuais do Parque Lage e no Museu de Arte Moderna (RJ). Começou a expor em 1987, como integrante do XI Salão Carioca de Arte. Daí em diante, tem mostrado seu trabalho em centenas de cidades brasileiras, da Ásia, Europa e dos EUA.
Marcelo Campos é coordenador do curso de Pós Graduação em Artes da UERJ, professor da Escola de Artes Visuais do Parque Lage, e doutor em Artes Visuais pela Escola de Belas Artes (UFRJ). Ele desenvolveu tese de doutorado sobre o conceito de brasilidade na arte contemporânea e possui textos publicados sobre arte brasileira e periódicos em catálogos nacionais e internacionais.
Sobre as águas na Luciana Caravello, Rio de Janeiro
A Luciana Caravello Arte Contemporânea abre no dia 21 de janeiro a exposição coletiva Sobre as águas, que trata de filtrações e infiltrações, parte do processo de produção dos artistas Amadeo Azar, Giulia Andreani e Pedro Varela, com curadoria de Daniela Name.
A exposição será composta por desenhos, pinturas, esculturas e instalações feitas com paleta de cores reduzidas, apresentando principalmente tons de azul e cinza que ora se apresentam quase negros, ora mais quentes e esverdeados. Os trabalhos são feitos em aquarela ou tinta acrílica bem diluída, e mesmo quando se trabalha em diferentes meios, o desenho continua sendo o eixo central das produções.
O argentino Amadeo Azar apresentará aquarelas e trabalhos em papel tridimensionais que dão continuidade à produção que vem apresentando recentemente em lugares como Drawing Center em Nova York e em sua última individual na galeria Nora Fisch em Buenos Aires, todos baseados em sua pesquisa recente sobre Lygia Clark. Seus trabalhos misturam imagens de arquiteturas e formas geométricas que apontavam para um futuro utópico.
A veneziana Giulia Andreani, que mora em Paris, apresentará pinturas e desenhos sobre o período em que o escritor Stefan Zweig fugiu da Europa para viver no Brasil. O trabalho de Giulia parte da pesquisa de imagens e referencias históricas, misturando personagens famosos com desconhecidos, focando em questões políticas e psicológicas.
Pedro Varela busca fazer um inventário do imaginário dos trópicos, focando principalmente na visão do período colonial do Brasil e da América Latina como um grande paraíso selvagem, mas este paraíso é apresentado em tons de azul, gélido em alguns momentos. Este jogo poético entre cor e imagem questiona o estereótipo de um paraíso amigável.
O título da mostra remete de várias maneiras à pesquisa dos artistas. Fala tanto sobre a paleta de cores e a forma como trabalham com a tinta: diluída, aquarelada, sempre voltada para tons azulados, acinzentados ou esverdeados que podem chegar quase ao negro de uma fossa abissal. Fala também da origem dos artistas, que nasceram em cidades banhadas por diferentes águas (Amadeo - Mar del Plata, Giulia - Veneza e Pedro Varela, Niterói).
projeto SITU: Ricardo Alcaide na Leme, São Paulo
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A Galeria Leme apresenta o terceiro site-specific comissionado para o projeto SITU, curado por Bruno de Almeida, dando continuidade a uma pesquisa mais ampla sobre formas de pensar e discutir a produção do espaço (urbano) através de um diálogo entre arte, arquitetura e cidade.
SITU convida o artista Venezuelano Ricardo Alcaide a conceber uma obra que resulte de uma reflexão sobre o contexto urbano entendido como ampla matriz físico-social, e que se relacione simultaneamente com o exterior do edifício da galeria e com o espaço público contíguo.
Ricardo Alcaide projeta um grande volume geométrico negro que ocupa quase a totalidade do pátio externo da galeria. A face que se apresenta para o transeunte se desenvolve em rampa desde o chão, mais próximo à calçada, se elevando até ao topo da parede ao fundo do pátio e chegando a seis metros de altura. O volume disseca diagonalmente as fachadas da galeria, anulando o espaço externo e bloqueando quase inteiramente as duas entradas para o edifício. Para a construção deste elemento monumental o artista usa uma madeira vulgarmente utilizada na construção civil como estrutura para moldes de concreto in loco, o mesmo processo de construção das paredes da galeria.
Devido à obstrução do acesso habitual ao edifício, Alcaide desloca a entrada para a fachada oposta, utilizando uma porta que se encontra habitualmente fechada. Este novo acesso faz referência à entrada original do primeiro projeto da galeria, do arquiteto Paulo Mendes da Rocha, construída em 2004 e depois demolida em 2011 para dar lugar à sua réplica, a estrutura que existe hoje. Com a realocação e a reorientação do edifício, o projeto inicial foi readaptado e consequentemente a inversão da entrada foi incorporada.
Através da ocupação e quase inutilização de um espaço (semi)público e da consequente adaptação do percurso de entrada, Ricardo Alcaide induz a um reexame da relação física do visitante com o edifício e subverte o funcionamento normal da instituição. Criando uma circunstância espacial que se localiza no limiar entre conflito e uma espécie de institucionalização da provisoriedade, o artista tira partido da fricção entre rigidez e improviso institucional que está frequentemente presente na nossa experiência da cidade, se materializando comumente no encontro entre a arquitetura “oficial" e as construções improvisadas que cumulativamente se acoplam a esta e são resultados de pactos territoriais paralelos à própria ordem jurídico-normativa oficial.
Ricardo Alcaide, Caracas, 1967. Vive e trabalha em São Paulo, Brasil. Exposições individuais incluem: Not Much Further, Arroniz Arte Contemporaneo, México; Forma critica, Cristinger De Mayo Gallery, Zurique (2015); Settlements, Baró Galeria, São Paulo (2014); Una forma de desorden invasivo, Galería Lucia de la Puente, Lima (2013), entre outras. Exposições coletivas incluem: Bienal Tridimensional Internacional do Rio TRIO, Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro; Monochrome Undone, SPACE, Sayago & Pardon Collection, Irvine (2015); The Language Of Human Consciousness, Athr gallery, Jeddah. Saudi Arabia (2014); Visão Do Paraíso: Pensamento Selvagem (curadoria de Julieta Gonzalez e Pablo Leon de la Barra), Rio de Janeiro (2013), entre outras.
Bruno de Almeida, 1987, Brasil. Vive e trabalha em São Paulo, Brasil. Graduado pela Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto, Portugal. Mestre em Arquitetura pela Accademia di Architettura di Mendrisio, Suíça. Trabalhou como arquiteto em Londres, Reino Unido e também como assistente curatorial no Instituto de Investigação Independente da Fondazione Archivio del Moderno, Suíça.
Galeria Leme presents the third site-specific commissioned for SITU, curated by Bruno de Almeida, giving continuity to a broader research on ways of thinking and discussing the production of (urban) space through a dialogue between art, architecture and city.
SITU invites Venezuelan artist Ricardo Alcaide to devise a work that results from a reflection on the urban context understood as a broad physical-social matrix, and that simultaneously relates to the exterior of the gallery’s building and to the adjacent public space
Ricardo Alcaide designs a large black geometric volume that occupies almost the entire outdoor patio of the gallery. The face that presents itself to the passersby develops in ramp from the ground, closer to the sidewalk, rising up to six meters until the top of the wall at the back of the courtyard. The volume diagonally dissects the gallery facades, nullifying the external space and almost entirely blocking the two entrances to the building. For the construction of this monumental element the artist uses a wood that is commonly used in construction as a framework for molds of in situ concrete, the same construction process of the gallery’s walls.
Due to the obstruction of the normal access into the building, Alcaide displaces the entry to the opposite facade, using a door which is customarily closed. This new access refers to the original entry of the gallery’s first project, from architect Paulo Mendes da Rocha, built in 2004 and then demolished in 2011 to make way for its replica, the structure that exists today. With the relocation and reorientation of the building the initial project was readapted and consequently the reversal of the entrance was incorporated.
Through the occupation and almost obliteration of a (semi)public space and the subsequent adaptation of the entrance route, Ricardo Alcaide induces a reexamination of the visitor's physical relationship with the building and subverts the normal functioning of the institution. Creating a spatial condition that is located on the threshold of conflict and an “institutionalization” of provisionality, the artist takes advantage of the friction between rigidity and institutional improvisation that is often present in our experience of the city, commonly materializing itself in the clash between the “official” architecture and the makeshift constructions that are cumulatively coupled to it, being the result of territorial pacts that are parallel to the official legal-normative order.
Ricardo Alcaide, Caracas, 1967. Lives and works in São Paulo, Brasil. Solo shows include: Not Much Further, Arroniz Arte Contemporaneo, Mexico; Forma critica, Cristinger De Mayo Gallery, Zurich (2015); Settlements, Baró Galeria, São Paulo (2014); Una forma de desorden invasivo, Galería Lucia de la Puente, Lima (2013), among others. Group shows include: Bienal Tridimensional Internacional do Rio TRIO, Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro; Monochrome Undone, SPACE, Sayago & Pardon Collection, Irvine (2015); The Language Of Human Consciousness, Athr gallery, Jeddah. Saudi Arabia (2014); Visão Do Paraíso: Pensamento Selvagem (curated by Julieta Gonzalez and Pablo Leon de la Barra), Rio de Janeiro (2013), among others. His works are part of collections such as: Sayago & Pardon, Los Angeles, EUA; Zabludowicz Collection, Londres; Colección Fundación Cisneros, Caracas; Pinacoteca do Estado, São Paulo; MAR, Rio de Janeiro; Museo de Arte Contemporáneo de Caracas, among others.
Bruno de Almeida, 1987, Brazil. Lives and works in São Paulo, Brazil. Graduated from the Faculty of Architecture, University of Oporto, Portugal, and holds a masters degree in Architecture from the Accademia di Architettura di Mendrisio, Switzerland. Worked as an architect in London, and as a curatorial assistant at the Independent Research Institute, Fondazione Archivio del Moderno, Switzerland.
Totemonumento na Leme, São Paulo
TOTEMONUMENTO, Galeria Leme, São Paulo, SP - 20/01/2016 a 27/02/2016
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Os monumentos são construídos com a finalidade de criar uma memória coletiva em relação a determinado personagem ou fato histórico. Em sua maioria, são feitos em material durável, posicionados estrategicamente no espaço público e buscam uma construção narrativa do passado, no presente, para o futuro – uma memória forjada com base nos interesses de quem está no poder. No entanto, há uma parte da história que não ganha representação.
Esfacelada em ruínas, documentos quase arqueológicos – estes anti-monumentos são o que sobra de uma história que tentou ser apagada. Se alojam na memória das pessoas, na fala, nos gestos, nos objetos, na narrativa em primeira pessoa, no testemunho – insistem em voltar.
A exposição toma seu título emprestado de um controverso trabalho de Cildo Meireles realizado no contexto da ditadura militar brasileira em 1970. Tiradentes: totem-monumento ao preso político foi uma ação do artista realizada na semana em que se comemorou a Inconfidência Mineira na qual a figura de Tiradentes foi eleita como heróica pelos militares, transformando-o em um emblema nacional. O gesto fugaz de Cildo produziu um anti-monumento, que deixava em suas ruínas, a memória de um presente violento; trazia a morte como matéria e agente da história. Uma crítica brutal a um momento crucial da história brasileira.
Os trabalhos reunidos nesta mostra se debruçam sobre a ideia de memória e história: seus usos, construções narrativas, jogos de poder e representações. Trata-se de “confrontar as representações simbólicas com as realidades que elas representam” (Jacques Legoff) e lançar um olhar ao passado a partir do presente.
Lista de artistas: Cildo Meireles, Clara Ianni, Erica Ferrari, Frederico Filippi, Jaime Lauriano, Raphael Escobar, Regina Parra, José Carlos Martinat.
Isabella Rjeille (Belo Horizonte. Vive e trabalha em São Paulo) é curadora, escritora e editora. Foi curadora da exposição O que caminha ao lado, realizada no SESC Vila Mariana (2015); co-curadora da exposição Frente à Euforia, realizada com “Prêmio para curador estrangeiro” da Fundação Gilberto Alzate Avendaño (Bogotá) na Oficina Cultural Oswald de Andrade junto com Mariana Lorenzi e Fabio Zuker (2015) e curadora assistente da exposição Artevida (2014) que aconteceu no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Casa França Brasil e Escola de Artes Visuais do Parque Lage, com Adriano Pedrosa como curador chefe e Rodrigo Moura como curador adjunto. Participou como pesquisadora no Ciclo de Portfólios (2014) e, no mesmo ano, publicou o livro Só se vive duas vezes, sobre o trabalho de Flora Leite. Participou como pesquisadora do Programa Curatorial Máquina de Escrever (2013), co-dirigido por Amilcar Packer e Manuela Moscoso. Atualmente é editora do jornal Nossa Voz / Casa do Povo e colaboradora da Casa Tomada, ambos em São Paulo.
Agradecimentos: Galeria Luisa Strina, Galeria Vermelho, Galeria Athena Contemporânea, Galeria Emma Thomas, Rádio CBN
TOTEMONUMENTO, Galeria Leme, São Paulo, SP - 20/01/2016 til 27/02/2016
The monuments are built to create a collective memory on certain character or historical fact. They are mostly made of durable materials and are strategically placed in the public space in order to build a narrative of the past, at the present, for the future – a forged memory based on the interests of those in power, on the beliefs and hopes for the future of the state-nation. Historiography has shown that time is a matter of dispute and memory (or the lacking of it) a strong tool of power. However, there is a part of history that can’t be represented. Shattered in ruins, like archaeological documents, these anti-monuments are what is left from a history that tried to be erased or forgotten. It often finds its place in people's memory, (in)at their language, gestures, objects and first-person narratives, their witness. As Heiner Müller points out: the dialogue with the dead must not stop until they deliver the future which has been buried with them.
The exhibition takes its title borrowed from a controversial work by Brazilian artist Cildo Meireles done in the context of the Brazilian military dictatorship in 1970. Tiradentes: totem-monument for the political prisoner was a happening held in the week that celebrated the Minas Conspiracy in which the figure of Tiradentes was elected as a national hero by the military government. Even though Tiradentes was tortured and killed by the state he was conspiring against, like many of the leftists during the military dictatorship. The fleeting gesture of Meireles have(has) produced an anti-monument, which left in its ruins, the memory of a violent present; brought death as subject and agent of history. A brutal criticism of a crucial moment in Brazilian history.
The artworks gathered in this show address to the idea of memory and history: its uses, narrative constructions, power plays and representations. The main core of the exhibition is about "confronting the symbolic representations with the realities they represent" (Jacques Legoff) and cast a glance to the past from the very troubled and unclear present.
List artists: Cildo Meireles, Clara Ianni, Erica Ferrari, Frederico Filippi, Jaime Lauriano, Raphael Escobar, Regina Parra, José Carlos Martinat.
Isabella Rjeille (Born in Belo Horizonte, Minas Gerais) is a curator, writer and editor based in São Paulo. She curated the exhibition What walks beside it [O que caminha ao lado] at Sesc Vila Mariana, São Paulo (2015); co-curator of the exhibition Facing Euphoria [Frente à Euforia], with the Prize for International Curator by the Fundación Gilberto Alzate Avendaño (Bogotá) that took place in Oficina Cultural Oswald de Andrade, São Paulo (2015) and was assistant curator at Artevida that took place in several venues, such as the Museum of Modern Art of Rio de Janeiro, Casa França-Brasil, Escola de Artes Visuais do Parque Lage, with Adriano Pedrosa as chief-curator and Rodrigo Moura as associate curator. She is the editor of Nossa Voz (Our Voice) journal, a newspaper that has been founded by left-wing jews in 1947 and was closed by Brazilian military dictatorship in 1964, reopened in 2014 by Mariana Lorenzi and Benjamin Seroussi, directors at Casa do Povo.
Special thanks to: Galeria Luisa Strina, Galeria Vermelho, Galeria Athena Contemporânea, Galeria Emma Thomas, Rádio CBN
7º Salão dos Artistas Sem Galeria exibe obras dos 10 artistas selecionados
Além de ocupar a Zipper Galeria e a Galeria Sancovsky, ambas em São Paulo, a mostra realiza itinerância em Belo Horizonte (MG), na Orlando Lemos Galeria
Os dez artistas selecionados na 7ª edição do Salão dos Artistas Sem Galeria, promovido pelo Mapa das Artes, participam de exposições coletivas em três galerias. Em São Paulo, as exposições são simultâneas e ocorrem na Zipper Galeria (19/01/16-20/02/16), nos Jardins, e na Galeria Sancovsky (20/01/16-20/02/16), em Pinheiros. Em Nova Lima (MG), a mostra ocorre na Orlando Lemos Galeria, entre 12/03 e 23/04/16.
O júri de seleção foi formado pelos curadores Jacopo Crivelli Visconti, Marta Ramos-Yzquierdo e Douglas de Freitas, que escolheram os artistas Bruno Bernardi (GO/SP), Daniel Antônio (MG/SP), Daniel Jablonski (RJ), Felipe Seixas (SP), Giulia Bianchi (SP), Marcelo Oliveira (RJ), Mariana Teixeira (SP), Renan Marcondes (SP), Renato Castanhari (SP) e Sergio Pinzón (Colômbia/SP). Durante as exposições, os três membros do júri visitarão as mostras para definir o ganhador do prêmio de R$ 1.000,00. Todos os dez selecionados recebem R$ 600,00 de ajuda de custo.
O Salão dos Artistas Sem Galeria tem como objetivo avaliar, exibir, documentar e divulgar a produção de artistas plásticos que não tenham contratos verbais ou formais (representação) com qualquer galeria de arte na cidade de São Paulo. O Salão tradicionalmente abre o calendário de artes na cidade e é uma porta de entrada para os artistas selecionados no mundo das artes.
A 7ª edição do Salão dos Artistas Sem Galeria, promovido por este Mapa das Artes, recebeu 172 inscrições (aumento de 18% em relação à 6ª edição, quando recebeu 145 inscrições) provenientes de 15 Estados brasileiros mais o Distrito Federal. São Paulo compareceu com 98 artistas, sendo 70 da capital, 15 do interior, 12 da Grande São Paulo e um do litoral. Rio de Janeiro teve 26 inscritos (18 da capital, cinco de Niterói e três do interior). Em seguida vieram Minas Gerais (11 inscrições), Paraná (9), Distrito Federal (6), Rio Grande do Sul e Espírito Santo (4 cada), Santa Catarina (3), Pernambuco, Paraíba e Pará (2 cada). Maranhão, Sergipe, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás compareceram com uma inscrição cada.
Nesta sétima edição do Salão dos Artistas Sem Galeria, Agnaldo Farias reconquistou o posto de curador mais mencionado pelos artistas inscritos (no ano passado, pela primeira e única vez no evento, havia sido ultrapassado por Mario Gioia). Agnaldo Farias foi mencionado por 13 dos 172 inscritos. Em seguida, vieram Cauê Alves e Paulo Miyada (10 menções cada). Mario Gioia chegou em quarto, com seis votos. Paulo Herkenhoff, Marcelo Campos, Cristiana Tejo e Juliana Monachesi tiveram quatro menções cada. Thaís Rivitti, Josué Mattos, Tiago Mesquita, Ananda Carvalho, Marisa Mokarzel e Éder Chiodetto tiveram três menções cada. A indicação de até três curadores na ficha de inscrição foi opcional.
HISTÓRICO DO SALÃO DOS ARTISTAS
A 1ª edição do Salão dos Artistas Sem Galeria selecionou os artistas Affonso Abrahão (SP), Amanda Mei (SP), Bartolomeo Gelpi (SP), Bettina Vaz Guimarães (SP), Christina Meirelles (SP), João Maciel (MG), Luiz Martins (SP), Rodrigo Mogiz (MG), Pedro Wirz (brasileiro radicado na Suíça) e Sandra Lopes (SP). O júri de seleção foi composto pelo curador Cauê Alves e pelos galeristas Mônica Filgueiras e Daniel Roesler. As mostras aconteceram na Casa da Xiclet e na Matilha Cultural. Os premiados desta edição foram Amanda Mei, Bartolomeo Gelpi e Bettina Vaz Guimarães.
A 2ª edição do Salão selecionou os artistas Maria Luisa Editore, Anne Cartault d´Olive, Adriano Amaral, Camila Alvite e Tatewaki Nio (São Paulo/SP); Sidney Amaral (Mairiporã/SP); Roma Drumond (Rio de Janeiro/RJ); Osvaldo Carvalho (Niterói/RJ); Luiz Rodolfo Annes (Curitiba/PR); e Tatiana Cavinato (Belo Horizonte/MG). O júri de seleção foi formado por três galeristas de São Paulo: Fábio Cimino (Zipper), Juliana Freire (Emma Thomas) e Wagner Lungov (Central Galeria de Arte Contemporânea). A premiada desta edição foi Camila Alvite.
A 3ª edição do Salão selecionou os artistas Cris Faria (baiano radicado em Zurique, Suíça), Danielle Carcav (RJ), Diego de los Campos (SC), Edney Antunes (GO), Julio Meiron (SP), Maria Isabel Palmeiro (RJ), Pedro di Pietro (SP), Roberta Segura (SP), Rodrigo Sassi (SP) e Victor Lorenzetto Monteiro (ES). Os artistas foram selecionados pelos galeristas Jaqueline Martins, Henrique Miziara (Pilar) e Marcelo Secaf (Logo). O premiado desta edição foi Rodrigo Sassi.
A 4ª edição do Salão selecionou os artistas Fábio Leão (AL/SP), Layla Motta (SP), Paula Scavazzini (SP), Viviane Teixeira (RJ), Elizabeth Dorazio (MG/SP), Roberto Muller (RJ), Betelhem Makonnen (Etiópia/RJ), Fabíola Chiminazzo (PR/SP), Michelly Sugui (ES) e AoLeo (RJ). O júri de seleção foi formado pelo galerista Ricardo Trevisan (Casa Triângulo), pelo curador e professor da FAAP Fernando Oliva e pelo curador do MAM de Goiás Gilmar Camilo (GO). Três artistas empataram e foram premiados: Fábio Leão, Fabíola Chiminazzo e Layla Motta.
A 5ª edição do Salão selecionou os artistas Clara Benfatti (França/SP), Flora Rebollo (SP), Zed Nesti (RJ/SP), Guilherme Callegari (SP), Sheila Ortega (SP), Marcos Akasaki (SP), Heleno Bernardi (MG/RJ), Daniel Duda (PR), Regina Cabral de Mello (EUA/RJ) e Tchelo (SP). O júri de seleção foi formado pelos curadores João Spinelli e Paula Braga e pelo galerista Elísio Yamada (Galeria Pilar) O premiado foi Daniel Duda.
A 6ª edição do Salão selecionou os artistas Andrey Zignnatto (SP), Charly Techio (SC/PR), Cida Junqueira (SP), Evandro Soares (BA/GO), Fernanda Valadares (SP/RS), Lucas Dupin (MG), Marcos Fioravante (PR/RS), Myriam Zini (Marrocos/SP), Piti Tomé (RJ) e Thais Graciotti (ES/SP). O Júri foi formado pelos curadores Adriano Casanova, Enock Sacramento e Mário Gioia. O premiado foi Andrey Zignnatto.
MAPA DAS ARTES
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