|
novembro 30, 2015
Projeto Latitude apoia a participação de 21 galerias nas feiras Art Basel in Miami Beach
21 galerias brasileiras participam de feiras de arte durante a Art Basel Miami Beach, Untitled, Scope e Pinta Miami nos EUA
Por meio de uma parceria entre a ABACT - Associação Brasileira de Arte Contemporânea e a Apex-Brasil - Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos, o Projeto Latitude – voltado à internacionalização do mercado brasileiro de arte contemporânea – apoia a participação de 21 galerias brasileiras em Miami durante a realização da prestigiosa feira de arte Art Basel in Miami Beach, hoje em sua 14a edição.
Considerada a mais importante feira de arte latino-americana, a Art Basel in Miami Beach é hoje a principal plataforma internacional de negócios para as galerias de arte brasileiras participantes do Projeto Latitude – Platform for Brazilian Art Galleries Abroad.
Em sua lista estão: A Gentil Carioca, Anita Schwartz Galeria de Arte, Baró Galeria, Casa Triângulo, Central Galeria de Arte, Dan Galeria, Galeria Fortes Vilaça, Galeria Leme, Galeria Luisa Strina, Galeria Millan, Galeria Nara Roesler, Galeria Pilar, Galeria Raquel Arnaud, Galeria Vermelho, Luciana Brito Galeria, Mendes Wood DM, Paralelo Galeria, Sergio Gonçalves Galeria, Silvia Cintra + Box4, SIM Galeria
Art Basel in Miami Beach 2015
A Gentil Carioca (estande J12) leva obras de Alexandre Vogler, Bernardo Ramalho, Carlos Contente, Cabelo, Evandro Machado, Fabiano Gonper, Guga Ferraz, Jarbas Lopes, João Modé, José Bento, Laura Lima, Maria Laet, Maria Nepomuceno, OPAVIVARÁ!, Paulo Nenflidio, Rafael Alonso, Renata Lucas, Rodrigo Torres, Ricardo Basbaum, Simone Michelin e Thiago Rocha Pitta
Casa Triângulo(B15) participa com os artistasAlbano Afonso, Alex Cerveny, Ascânio MMM, Eduardo Berliner, Flávio Cerqueira, Ivan Grilo, Joana Vasconcelos, Manuela Ribadeneira, Mariana Palma, Márcia Xavier, Sandra Cinto, Valdirlei Dias Nunes e Vânia Mignone
Dan Galeria (A04) exibe trabalhos dos artistas Alfredo Volpi, Almir Mavignier, Anthony Hill, Cruz Diez, Ferreira Gullar, François Morellet, Hércules Barsotti, Hermelindo Fiaminghi, Jeffrey Steele, Jesus Soto, Josef Albers, Leon Ferrari, Lothar Charoux, Lygia Clark, Macaparana, Mary Martin, Max Bill, Mira Schendel, Sérgio Camargo, Stephen Gilbert, Turi Simetti, Wifredo Arcay e Willys de Castro
Galeria Fortes Vilaça (B15) participa com obras deArmando Andrade Tudela, Cristiano Lenhardt, Erika Verzutti, Ernesto Neto, Guillermo Kuitca, Iran do Espírito Santo, Jac Leirner, Janaina Tschäpe, João Maria Gusmão + Pedro Paiva, Julião Sarmento, Los Carpinteros, Lucia Laguna, Luiz Zerbini, osgemeos, Rodrigo Cass e Valeska Soares. A artista Valeska Soares, representada pela galeria, participa de um Salon Talk com o curador Jens Hoffmann a respeito do livro monográfico, lançado pela editora Mousse Publishing
Galeria Luisa Strina (K15) leva obras dos artistas Alexandre da Cunha, Anna Maria Maiolino, Bernardo Ortiz, Caetano de Almeida, Carlos Garaicoa, Cildo Meireles, Clarissa Tossin, Eduardo Basualdo, Federico Herrero, Fernanda Gomes, Gabriel Sierra, Jarbas Lopes, Juan Araujo, Laura Lima, Leonor Antunes, Magdalena Jitrik, Marcius Galan, Marepe, Pablo Accinelli, Pedro Reyes, Robert Rauschenberg e Tonico Lemos Auad
Galeria Millan (C16) apresenta mostra coletiva com os artistas Artur Barrio, Felipe Cohen, Henrique Oliveira, José Resende, Miguel Rio Branco, Rodrigo Andrade, Tatiana Blass, Thiago Rocha Pitta e Tunga
Galeria Nara Roesler (B29) exibe os artistas Abraham Palatnik, Alice Miceli, Antonio Dias, Artur Lescher, Carlito Carvalhosa, Cristina Canale, Marco Maggi, Paulo Bruscky, René Francisco, Sérgio Sister, Tomie Ohtake, Vik Muniz e Xavier Veilhan
Galeria Raquel Arnaud (H3) exibe os artistas Amilcar de Castro, Arthur Luiz Piza, Carlos Fajardo, Jesús Rafael Soto, Lygia Clark, Mira Schendel, Sergio Camargo, Sérvulo Esmeraldo, Waltercio Caldas e Willys de Castro.
A Galeria Vermelho (G3) exibe obras de Ana Maria Tavares, André Komatsu, Carla Zaccagnini, Carmela Gross, Henrique Cesar, Chelpa Ferro, Cinthia Marcelle, Claudia Andujar, Daniel Senise, Jonathas de Andrade, Detanico Lain, Dora Longo Bahia, Edgard de Souza, Fabio Morais, Lia Chaia, Marcelo Cidade, Marcelo Moscheta, Marilá Dardot, Mauricio Ianês, Nicolás Bacal e Nicolás Robbio.
Luciana Brito Galeria (M4) exibe uma exposição conjunta do argentino Leandro Erlich e da artista Marina Abramovic.
Mendes Wood DM (E16) leva os artistas Celso Renato, Lucas Arruda, Paulo Monteiro, Paulo Nazareth e Solange Pessoa. Paulo Nazareth participa da programação de Conversas da feira, em mesa mediada por Hans Ulrich Obrist (Co-diretor da Serpentine Gallery, Londres) com o tema The artist as slow traveler.
Setor NOVA
Anita Schwartz Galeria de Arte (N12) exibe os artistas Gustavo Speridião e Nuno Ramos
Galeria Leme (N14) exibe Luciano Figueiredo, Mauro Piva e Sandra Gamarra
Silvia Cintra + Box4 exibe obras de Chiara Banfi, Marilá Dardot e Nelson Leirner
Setor POSITIONS
SIM Galeria (P4) leva uma instalação de Romy Pocztaruk
Cinco galerias associadas ao Projeto Latitude participam de importantes feiras de arte contemporânea surgidas a partir do sucesso da Art Basel in Miami Beach, e realizadas paralelamente à feira principal.
UNTITLED
Baró Galeria (C10) exibe David Medalla, Daniel Arsham, Eduardo Stupia, Ivan Navarro, Jiri Dokoupil, Lourival Cuquinha, Norbert Bisk e Ricardo Alcaide
Central Galeria de Arte (B20) exibe o artista Nino Cais
Galeria Pilar (C32) exibe uma mostra coletiva com os artistas Alberto Casari, André Ricardo, Antonio Malta e Benvenuto Chavajay
SCOPE
Sergio Gonçalves Galeria (D07) exibe coletiva com obras de Carlos Aires, Eduard Moreno, Eduardo Ventura, Felipe Barbosa, Jorge Fonseca, Raimundo Rodriguez e Rosana Ricalde
CONTEXT Art Miami
Paralelo Galeria (CTX79) exibe individual da artista Isabelle Borges
ENDEREÇOS E HORÁRIOS
Art Basel in Miami Beach 2015
Miami Beach Convention Centre
1901 Convention Center Dr
Miami Beach, FL 33139
First Choice (somente com convite)
Quarta, 2 de dezembro, das 11h às 15h
Preview (somente com convite)
Quarta, 2 de dezembro, das 13h às 20h
Vernissage (somente com convite)
Quinta, 3 de dezembro, das 11h às 13h
Horários para público:
Quinta, 3 de dezembro, das 15h às 20h
Sexta, 4 de dezembro, das 12h às 20h
Sábado, 5 de dezembro, das 12h às 20h
Domingo, 6 de dezembro, das 12h às 18h
CONTEXT Art Miami
The CONTEXT Art Miami Pavilion
Midtown Wynwood Arts District 3201
NE 1st Avenue Miami, FL 33137
VIP Private View
Terça, 1. de dezembro, das 17h30 às 22h (acesso para CONTEXT Art Miami & Art Miami para VIP eImprensa)
Horários para público:
Quarta, 2 de dezembro, das 11h às 20h
Quinta, 3 de dezembro, das 11h às 20h
Sexta, 4 de dezembro, das 11h às 20h
Sábado, 5 de dezembro, das 11h às 20h
Domingo, 6 de dezembro, das 11h às 18h
SCOPE
SCOPE Miami Beach Pavilion
801 Ocean Drive
Miami Beach, Florida
VIP Private View
Terça, 1 de dezembro, das 17h às 20h (Convite ou Platinum VIP)
Horários para público:
Quarta, 2 de dezembro, das 11h às 20h
Quinta, 3 de dezembro, das 11h às 20h
Sexta, 4 de dezembro, das 11h às 20h
Sábado, 5 de dezembro, das 11h às 20h
Domingo, 6 de dezembro, das 11h às 18h
UNTITLED
South Beach
Ocean Drive and 12th Street
VIP Private View
Terça, 1 de dezembro (somente com convite)
Public days
Quarta, 2 de dezembro, das 11h às 21h
Quinta, 3 de dezembro, das 11h às 19h
Sexta, 4 de dezembro, das 11h às 19h
Sábado, 5 de dezembro, das 11h às 19h
Domingo, 6 de dezembro, das 11h às 17h
PINTA Miami
Mana Wynwood
318 NW 23 rd Street
Miami, FL 33127
VIP Private View
Terça, 1º de dezembro, das 18h às 21h (somente com convite)
Preview
Quarta, 2 de dezembro, das 17h às 21h
Horários para público:
Quinta, 3 de dezembro, das 11h às 20h
Sexta, 4 de dezembro, das 11h às 20h
Sábado, 5 de dezembro, das 11h às 20h
Domingo, 6 de dezembro, das 11h às 18h
HISTÓRICO E AÇÕES DO LATITUDE
No início do Projeto Latitude, em 2007, o valor de exportação alcançado pelas galerias associadas ao programa foi de cerca de US$ 6 milhões. Em 2014, o volume exportado chegou a quase US$ 34 milhões.
Somente no último convênio, 11 galerias foram introduzidas no mercado internacional com o apoio do programa Latitude, e mais de 30 galerias foram apoiadas pelo Projeto para participações em feiras internacionais, gerando aproximadamente US$ 11,1 milhões em negócios, com vendas de mais de 500 obras para 37 países e para pelo menos 22 instituições internacionais. A expectativa da equipe do Projeto é de ampliar estes números neste novo Convênio.
Além de ações contínuas de gestão e de comunicação, voltadas para o fortalecimento institucional, estão previstas outras 22 ações para o biênio 2015-2016, entre as quais, o apoio às galerias participantes em importantes feiras internacionais, como a Art Basel in Miami Beach (EUA), ArtBO (Colômbia), entre outras; realização de Art Immersion Trips, por meio das quais o projeto recebe formadores de opinião, profissionais e colecionadores para vivenciar a cena cultural brasileira; capacitação das galerias para atividades específicas e para atuação no mercado internacional; e a realização de pesquisas setoriais e estudos sobre mercados específicos. O conjunto de ações tem como objetivo aumentar o resultado das exportações do mercado primário de arte contemporânea brasileira com uma visão de longo prazo.
O apoio à participação das galerias em Miami é uma das ações integrantes do Projeto Latitude.
As galerias participantes do Projeto Latitude são: A Gentil Carioca, Almacén Galeria, Anita Schwartz Galeria de Arte, Athena Contemporânea, Baró Galeria, Blau Projects, Bolsa de Arte de Porto Alegre, Casa Triângulo, Celma Albuquerque Galeria de Arte, Central Galeria de Arte, Choque Cultural, Dan Galeria, Galeria Berenice Arvani, Galeria da Gávea, Galeria Eduardo Fernandes, Galeria Estação, Galeria Fortes Vilaça, Galeria Inox Arte Contemporânea, Galeria Jaqueline Martins, Galeria Leme, Galeria Luisa Strina , Galeria Lume, Galeria Marcelo Guarnieri, Galeria Marilia Razuk, Galeria Mezanino, Galeria Millan, Galeria Movimento, Galeria Nara Roesler, Galeria Pilar, Galeria Rabieh, Galeria Raquel Arnaud, Luciana Brito Galeria, Luciana Caravello Arte Contemporânea, Marsiaj Tempo Galeria, Mendes Wood DM, Mercedes Viegas Arte Contemporânea, Mul.ti.plo Espaço Arte, Paralelo, Pinakotheke, Portas Vilaseca Galeria, Roberto Alban Galeria de Arte, Sergio Gonçalves Galeria, Silvia Cintra+Box4, SIM Galeria de Arte, Vermelho, Ybakatu Espaço de Arte, Zipper Galeria
Bruno Borne na Mamute, Porto Alegre
Finalizando o ciclo de mostras individuais de 2015 a Galeria Mamute abre no dia 4 de dezembro a exposição A E O, do artista visual Bruno Borne. Sob a curadoria de Luísa Kiefer (ler texto curatorial), a mostra apresenta três videoinstalações inéditas, concebidas especialmente para o espaço da Mamute. Trabalhando com obras site-specific, Borne utiliza o próprio espaço expositivo como objeto central de suas proposições.
Em A E O, cada vogal deu origem a uma videoinstalação distinta que, por sua natureza, se encontram e se misturam no ambiente. Partindo das formas geométricas correspondentes às letras, o artista desenvolveu três projeções que reproduzem virtualmente o ambiente da sala em que estão instaladas.
A experiência do espectador é ainda instigada pelo som que emana de cada obra e toma o ambiente como um todo. Utilizando programas de computação 3D e misturando jogos de espelhos virtuais e reais, o conjunto de obras de Bruno Borne é um convite para adentrar um labirinto no qual a imagem e o espaço expositivos parecem se reproduzir infinitamente, sempre um dentro do outro, sem nos deixar muitas pistas do que é real e o que é virtual.
Bruno Borne (Porto Alegre, 1979) É mestre em Poéticas Visuais pelo PPGAV/UFRGS e graduado em Artes Visuais e em Arquitetura e Urbanismo pela UFRGS. Realizou exposições individuais no MACRS e Galeria Lunara em Porto Alegre. Em 2014 foi prêmio adquisição no 43º Salão Paranaense. Em 2013 premiado no 2ª Prêmio IEAVI/RS, em 2011 recebeu o VI Prêmio Açorianos de Artes Plásticas na categoria Destaque em Mídias Tecnológicas. Tem obras nos acervos públicos do MACPR, MACRS e das prefeituras de Porto Alegre e Santo André. http://www.galeriamamute.com.br/#!bruno-borne/cf12
Luísa Kiefer (Porto Alegre, 1986) Doutoranda em história, teoria e crítica de arte pelo Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais do Instituto de Artes, UFRGS, é mestre pelo mesmo programa e jornalista pela PUCRS. Em sua tese de doutorado pesquisa a fotografia na arte contemporânea.
Gabriel Chaim na Zipper, São Paulo
Uma guerra civil que já matou mais de 200 mil pessoas e deixou milhões de deslocados internos e refugiados não só em países vizinhos – mas também na Europa e no Brasil – tem dado ao mundo uma iconografia marcada pela tragédia, destruição, desespero. Desde 2013, o conflito iniciado em 2011 tem sido acompanhado de perto pelo fotógrafo e documentarista brasileiro Gabriel Chaim, um dos poucos estrangeiros a conseguir cruzar a fronteira da Síria com a Turquia e entrar na cidade de Kobane, um dos locais mais tensos do conflito.
O trabalho de Gabriel Chaim é tema da exposição que a Zipper Galeria e a Human Rights Watch trazem ao público brasileiro de 3 de dezembro a 16 de janeiro. Filhos da Guerra: O Custo Humanitário de um Conflito Ignorado, com curadoria de Marcello Dantas, reúne nove imagens e um vídeo feito por drones que mostram a tragédia humana da guerra civil por diferentes olhares: das mulheres, das crianças, dos algozes, em fotos de grande dimensão (1,5 m x 2,25 m), que destoam do padrão das fotos documental e trazem o impacto do drama em cada registro.
Gabriel Chaim é um fotógrafo e documentarista brasileiro especializado em coberturas em áreas de conflito, crises e situações extremas. Publicou trabalhos em reconhecidos meios de comunicação, como CNN e GloboNews. Além do trabalho atual sobre o conflito da Síria, Gabriel Chaim atuou cobrindo turbulências recentes no Egito, Iraque, Irã e na Faixa de Gaza. Sua busca é sempre por histórias de pessoas que buscam sobreviver em tais condições. Chaim realiza também trabalho humanitário em parceria com grandes ONGs internacionais para a ajuda dos refugiados.
Marcello Dantas atua como produtor e curador de exposições desde 1986, assinando projetos para algumas das mais importantes instituições culturais do país. Foi um dos responsáveis pela concepção do Museu da Língua Portuguesa em São Paulo, onde atuou como diretor artístico. Formado em Cinema e Televisão pela New York University (NYU), e pós-graduado em Telecomunicações Interativas pela mesma universidade, Dantas organizou a premiada exposição "Still Being", do artista britânico Antony Gormley, que aconteceu em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, em 2012 foi a sétima mais visitada no mundo naquele ano. Ele também é responsável pelo evento de arte pública "OIR - Outras ideias para o Rio" (2012), com obras de Robert Morris, Jaume Plensa, Brian Eno e Ryoiji Ikeda instaladas em locações icônicas e ao ar livre do Rio de Janeiro. A segunda edição de OiR acontece entre 2015 e 2016. Outros projetos recentes assinados por ele foram as exposições “Invento - As revoluções que nos inventaram” (2015), na OCA, e “ComCiência” (2015), de Patrícia Piccinini, no Centro Cultural Banco do Brasil.
A Human Rights Watch (HRW) é uma organização não governamental sem fins lucrativos que defende os direitos humanos em mais de 90 países. Tem mais de 400 funcionários e escritórios em Bruxelas, Genebra, Zurich, Johannesburgo, Nairobi, Washington, Tóquio, Sydney, Moscou, Beirute, Berlim, e Nova Iorque, dentre outras cidades ao redor do mundo. As equipes da HRW contam com profissionais de diversas áreas: advogados, jornalistas, acadêmicos de diversas carreiras; mais de 60 nacionalidades e de 80 línguas faladas. A HRW é reconhecida por investigações aprofundadas sobre violações de direitos humanos, a elaboração de relatórios imparciais sobre essas investigações e o uso efetivo dos meios de comunicação para informar e sensibilizar diversos públicos sobre essas causas. Contando com o apoio de organizações locais de direitos humanos, publica mais de 100 relatórios e artigos sobre direitos humanos em todo o mundo anualmente. A partir de casos concretos de violações, a HRW se reúne com governos e organizações internacionais para propor políticas públicas e reformas legais necessárias para proteger direitos e garantir a reparação para vítimas de violações passadas.
novembro 29, 2015
Silêncio impuro na Anita Schwartz, Rio de Janeiro
Anita Schwartz Galeria de Arte apresenta, a partir do dia 4 de novembro para convidados e do dia seguinte para o público, a exposição Silêncio impuro, com 16 obras dos artistas Artur Lescher, Cadu, Carla Guagliardi, Nuno Ramos, Otavio Schipper, Tatiana Blass e Waltercio Caldas. “Nessa mostra o som é um índice, pois as obras operam com o seu lado negativo no qual ele (som) é silenciado. O que existe, ou melhor, aquilo que se expande pelo espaço é a imagem do som, isto é, as mais distintas suposições que podemos ter sobre qual som poderia ser ouvido se finalmente aquilo que o impede (uma amarra, uma solda, ou ainda o livre entendimento de que a obra possa ser compreendida também como uma partitura) fosse revelado ou reinterpretado”, explica o curador Felipe Scovino.
No texto que acompanha a exposição, o curador comenta que “as obras aqui reunidas não afirmam um significado último e derradeiro para o silêncio; ao contrário: mostram sua abertura, complexidade e multiplicidade e apontam finalmente para o fato de que silêncio e som estão em constante mutação e interpenetração”.
A seguir, Felipe Scovino detalha as obras selecionadas para a exposição:
Da artista Carla Guagliardi estarão as esculturas “O lugar do ar” (2015), e “Partitura” (2012), em que “a escolha dos materiais (borracha, madeira, espuma) envolve um repertório de fragilidades e um equilíbrio precário”. “Tudo parece ruir ou estar prestes a desabar, mas por outro lado as obras evidenciam uma dinâmica que é própria da natureza do som: querem o ar”, diz o curador, que vê uma ligação direta desses trabalhos com as fotografias da série “Partitura” (2010), de Artur Lescher: “Estão lá o ruído, o som, a música, mas acima de tudo o silêncio como vibração”.
Ele vê esta mesma ligação com o trabalho “Hemisférios” (2015), de Cadu, onde “a condição de partitura também se faz presente”. Esta obra é composta por pequenos blocos de papel vegetal que são expostos ao ambiente, onde uma lupa direciona a luz do sol para uma certa área, deixando marcas do tempo. “Não há som, apenas o seu caráter indicial e o processo de excluir ou escavar a matéria para revelar uma outra possibilidade de aparecimento ou ação poética da obra”, conta. Esta situação é semelhante à obra da série “Pagão” (2010), de Nuno Ramos, em que objetos musicais estão fixados no meio de uma pedra-sabão. “Não existe a possibilidade de atingi-los, fazer uso das suas propriedades sonoras. O que se tem é desejo, pois se os alcançássemos e os libertássemos poderíamos fazer uso das suas qualidades e seríamos surpreendidos e encantados por sua natureza poética”, diz Scovino.
Também estará na exposição o relevo sobre papel “Für Elise” (2006), de Cadu. Como explica o artista, ele criou “um sistema para a produção de uma imagem baseado nas características mecânicas da caixinha que contém essa melodia. A reprodução desta para o mecanismo da caixinha ocorre através de um ‘garfo’ com dezoito pontas em diferentes afinações por onde um cilindro contendo as marcações de tempo aciona separadamente cada um de seus dentes em momentos específicos. As marcações neste cilindro foram escritas em uma folha de papel milimetrado transformando-se na planificação deste processo. Adicionando um novo tempo para cada nota musical, da esquerda para direita, surgiu um padrão em formato de cascata, que repetido dezoito vezes, gera sua escrita em negativo. Os intervalos de tempo na melodia, inicialmente brancos, são preenchidos por tantas notas que ao final apresentaram-se negros”.
Da artista Tatiana Blass estará o vídeo “Metade da fala no chão – Piano surdo” (2010), no qual o piano é coberto por uma mistura de cera e vaselina que vai impedindo, progressivamente, que ele produza sons.
Já a instalação “Lá dentro” (2010), de Waltercio Caldas, feita com aço inox, granito, vinil e fios de lã, “vai na contramão do espetáculo, segue uma via distinta daquela do ruído diário que absorve as grandes cidades”, afirma o curador. “Como os intervalos de uma partitura, ele constrói silêncios, dita ritmos, auxilia na compreensão da vibração. O vazio constrói lugares, age sobre a estrutura dos sólidos e produz um leve timbre sobre aquelas superfícies. Sua obra também é musical. Reduzida ao necessário para que possamos perceber semitons ou o mais discreto e preciso som, a sua obra, e em particular nesse caso, rege ou conduz os nossos ouvidos para um lugar distante daquele em que o ruído do mundo parece habitar”.
Do artista Otavio Schipper estarão quatro trabalhos em bronze da série “Empty Voices” (2011). “A obra de Schipper, em especial, assim como a de Guagliardi, pertencem ao ar, porque é nesse lugar que se constrói uma superfície vibrátil, virtual e potente. As obras da exposição revelam uma potência sem igual: um inesperado sussurro que não para de vibrar em suas estruturas”, diz o curador.
novembro 28, 2015
Jaqueline Vojta na Mercedes Viegas, Rio de Janeiro
AGENDA RJ Hoje 28/11 às 16h30 @ Mercedes Viegas: conversa entre a artista Jaqueline Vojta e Jorge Sayão, que assina o texto crítico da exposição de fotografia “Coming Home” http://bit.ly/M-Viegas_J-Vojta
Posted by Canal Contemporâneo on Sábado, 28 de novembro de 2015
A galeria Mercedes Viegas Arte Contemporânea apresenta no próximo dia 7 de novembro a individual da artista Jaqueline Vojta, Coming Home. Na sua segunda individual na galeria, Jaqueline Vojta apresenta 16 fotografias de paisagens realizadas na Inglaterra e no Rio de Janeiro, cidade onde mora.
Sua formação como pintora está presente na sua escolha temática, ao fotografar o campo, no vale de Dedham, em Essex, onde o artista inglês do século XIX, John Constable, viveu e pintou a maioria de suas paisagens, hoje conhecido como Constable Country. Jaqueline não faz uma fotografia documental, recuperando a exata visada do pintor, mas busca capturar a atmosfera do lugar, tanto no aspecto luminoso, quanto na sua carga e impressão afetiva. O vale de Dedham foi o local onde o artista inglês cresceu e sobre o qual escreveu: I should paint my own places best. Seguindo o motto de Constable, Jaqueline fotografa o lugar onde vive,as praias de Ipanema e Leblon, locais onde a natureza se faz presente, resistindo em meio à selva urbana. Suas paisagens fotográficas reinterpretam e trazem para a contemporaneidade as questões colocadas pela poética romântica do pitoresco:o homem junto à natureza.
Jaqueline Vojta, nascida no Rio de Janeiro em 1966. Formada em Economia pela PUC-RJ, estudou na Escola de Artes Visuais do Parque Lage (EAV) em 1998. Entre os anos 2001 e 2006, morou em Nova York, onde concluiu o Mestrado em História da Arte no Hunter College - City University of New York em 2004 e trabalhou no MoMA PS1. Exibe seu trabalho regularmente. Expôs no Paço Imperial, no Rio de Janeiro, e Paço das Artes, em São Paulo, participou das coletivas Art Link- International Young Art e P(ART)ies em Nova York e da mostra Posição 2004 na EAV, Rio de Janeiro. Apresentou a individual Tramas, no Centro Cultural da Justiça Federal, em 2007. Foi selecionada pelo programa Rumos Itaú Cultural em 2009/2010 e participou da exposição Trilhas do Desejo em São Paulo, Curitiba e Rio de Janeiro. Apresentou exposição individual no Largo das Artes, Rio de Janeiro, em 2010. Participou da coletiva Fronteiriços na Galeria Emma Thomas, São Paulo, em 2011. Em 2013 recebeu o III Prêmio Itamaraty Arte Contemporânea. Possui obras na Coleção Gilberto Chateaubriand MAM-RJ.
Rodrigo Andrade no Ateliê 397, São Paulo
Praça da República, exposição de Rodrigo Andrade mostra nova série de pinturas
O artista Rodrigo Andrade apresenta, com apoio da Secretaria da Cultura de São Paulo, via ProaC, a exposição Praça da República. A mostra acontece no Ateliê397 e fica aberta ao público do dia 28 de novembro de 2015 ao dia 22 de janeiro de 2016 (permanecendo fechada de 19 de dezembro a 10 de janeiro).
Na exposição, Andrade exibe uma nova série, com cerca de 30 pinturas,que se dirige a temas recorrentes da arte popular: o palhaço, o preto-velho,Iemanjá, além de paisagens como “Onda quebrando ao luar”, “Pôr do sol no Pantanal” e “Incêndio na Floresta”. O artista apresenta também pinturas feitas a partir de imagens retiradas da internet: coreografias, programas de TV, artistas famosos, carros de corrida, entre outros. O título Praça da República faz referência a um circuito artístico que não passa pelas galerias e museus,no qual se encontram trabalhos feitos por amadores e consumidos por um público menos ligado às questões da arte contemporânea.
As novas pinturas de Andrade, porém, não mantém com seus referentes uma relação de mera cópia, ou paródia. Já num primeiro contato, percebe-se o ruído que criam. A rápida decodificação de seus temas banais entra em choque com a maneira elaborada por meio da qual são construídas. Segundo a curadora da mostra, Thais Rivitti: “As pinturas de Praça da República abordam não apenas os motivos populares, mas também os modos corriqueiros de se fazer pintura. Assim, os recursos e efeitos pictóricos recorrentes em quadros ditos populares também são tematizados nas telas de Andrade”. E ela continua: “É difícil não achar graça, por exemplo, da forma com que a peruca do palhaço é pintada por Rodrigo... Ela evoca um procedimento quase infantil, uma pintura feita com esponja, com vistas, supomos, a imitar a textura real da pelúcia. Mas, quando esse procedimento vai para suas telas,o que ele tem de truque,de convenção, fica completamente exposto, nos fazendo rir”.
De certa forma, a permeabilidade entre alta e baixa cultura sempre esteve presente nas pinturas de Rodrigo Andrade. Bastaria relembrar a importância dos quadrinhos e da cultura de massas nos primeiros trabalhos do artista, ainda na década de 1980. Mais recentemente, podemos ressaltar a exposição em que apresentou seu trabalho junto com o de Ranchinho, na Galeria Estação (2012), e seu trabalho Lanches Alvorada em que instalou seus quadros abstratos nas paredes de um boteco na Vila Buarque, em São Paulo (2001).
4º Leilão de Parede Anual no Pivô, São Paulo
Pivô apresenta em novembro a 4ª edição de seu tradicional Leilão de Parede
Com mais de 70 obras, a iniciativa visa à captação de recursos para a manutenção do espaço, equipe e programação de exposições e atividades
No dia 28 de novembro o Pivô realiza a 4ª edição de seu tradicional Leilão de Parede, evento no qual são leiloadas mais de 70 obras de artistas emergentes e consagrados, que acreditam na missão da instituição e colaboram para a manutenção e programação do espaço. As obras estarão em exposição para o público no Pivô no período de 23 a 28 de novembro, e desde o dia 13 de novembro, os lances para o 4º Leilão de Parede do Pivô estão abertos na plataforma americana de leilões online “Paddle 8”.
Os lances iniciais partem de 50% do valor de mercado e poderão ser dados ao longo de duas semanas através da “Paddle 8” ou presencialmente no evento de encerramento no dia 28 de novembro.
Em uma iniciativa inédita no Brasil, o Pivô firma parceria com o Paddle 8. A plataforma conta com uma rede de 500 mil colecionadores em seu banco de dados e foca essencialmente em leilões beneficentes para prestigiadas instituições de arte e filantropia, como por exemplo o Guggenheim, Palais de Tokyo e o Drawing Center. Através dessa parceria, o Leilão Anual do Pivô expande significativamente sua rede de apoiadores e divulga internacionalmente os artistas e os trabalhos doados.
O Leilão Anual do Pivô é quando a instituição recebe um importante feedback da cena artística nacional e internacional, e sua relevância se faz evidente quando nota-se o engajamento da comunidade artística na sua manutenção e desenvolvimento, seja na qualidade dos trabalhos doados por importantes artistas de diversas gerações, como Leda Catunda, Bob Wolfenson, Alexandre da Cunha, Marcelo Cidade e Erika Verzutti, ou na grande resposta do público ao evento. Nos últimos anos, cerca de 90% dos trabalhos foram vendidos e os recursos revertidos para a para manutenção do espaço, equipe, programação de exposições, projetos comissionados, ciclos de eventos e residências artísticas realizados pela instituição.
Para participar do Leilão Anual do Pivô, é necessário preencher uma ficha de inscrição que estará disponível no local ou se inscrever no site do Paddle 8. Os participantes podem deixar seus lances a qualquer momento no site ou presencialmente no dia do evento.
O leilão de parede caracteriza-se pela ausência de leiloeiro. Diferente dos leilões convencionais, o Leilão de Parede registra sua oferta diretamente na parede, ao lado da obra, anotando o valor de seus lances que poderão ser aumentados no dia do evento em no mínimo USD 50 sobre a oferta anterior. Os lances recebidos pelo Paddle 8 serão transferidos para a parede no dia do evento de encerramento, se somando aos lances recebidos presencialmente nessa ocasião. O leilão será finalizado às 20h do dia 28 de novembro, quando serão registrados os lances finais pela equipe do Pivô e Paddle 8. Os pagamentos poderão ser realizados com depósito bancário ou dinheiro.
Sergio Camargo no Itau Cultural, São Paulo
AGENDA SP Hoje 28/11 às 11h @ Itau Cultural http://bit.ly/IC_SergioCamargo >>> O instituto encerra a série de grandes...
Posted by Canal Contemporâneo on Sábado, 28 de novembro de 2015
O escultor do silêncio e da ausência de cor Sergio Camargo ganha mostra no Itaú Cultural
O instituto encerra a série de grandes exposições em 2015 com Sergio Camargo: Luz e Matéria, mostra dedicada a um dos mais importantes nomes das artes visuais da segunda metade do século XX no Brasil. Com curadoria de Paulo Sergio Duarte e Cauê Alves, ocupa os três andares do espaço expositivo; em um deles, simula o último ateliê do artista usado por ele em Jacarepaguá, Rio de Janeiro, de 1975 até o ano de sua morte, 1990
Trabalhos de grande formato e em menor dimensão, torres e relevos, torsos de figuras femininas, formas que jogam com a luz e a sombra, esculpidos em mármore carrara branco ou negro belga, fazem uma síntese das sucessivas experiências de Sergio Camargo (1930-1990) exibidas na mostra que leva o seu nome e tem o título Luz e Matéria. Soma mais de 100 obras, grande parte pertencente a coleções privadas que são apresentadas em conjunto para o público pela primeira vez. Com abertura no dia 28 de novembro e permanecendo em cartaz até dia 9 de fevereiro do próximo ano, o Itaú Cultural encerra, com ela, a série de grandes exposições em 2015.
Na data de abertura, a programação do Fim de Semana em Família, promovida pelo instituto para reunir pais e filhos na mesma atividade, é dedicada ao artista com a oficina A Geometria Empírica de Sergio Camargo, coordenada pela psicóloga e pedagoga Virgínia Walton e pela artista visual Yasmim Flores. O Núcleo de Educação e Relacionamento também oferece ao público visitas guiadas, outras atividades educativas e um espaço especial para descanso e reflexão.
Com curadoria de Paulo Sergio Duarte e Cauê Alves, Sergio Camargo: Luz e Matéria ocupa os três andares do espaço expositivo do instituto. Além das mais de 100 obras do escultor, revela estudos, objetos de seu ateliê – que ganha uma representação em um dos pisos –, cartas, vídeos e fotografias na composição de sua história e legado. A organização da mostra é do Núcleo de Artes Visuais do Itaú Cultural e o projeto expográfico da UNA Arquitetos.
“A experiência de estar diante da obra de Sergio Camargo é estranha ao olhar contemporâneo, acostumado aos grafites, às instalações e às performances”, escrevem os curadores em texto assinado em conjunto. “O público, ao entrar em contato com as obras, encontra o silêncio e a escassez de cor, apenas o preto, o branco e raramente a madeira como fundo”, completam. Para eles, esta é uma exposição que permite visualizar os diversos momentos da criação do artista e esclarecer sobre o processo íntimo da forma, despertando o interesse tanto do estudioso quanto do público em geral.
A exposição
Ao entrar no primeiro andar, o 1M, o visitante visualiza todo o espaço com os trabalhos de grande formato de Camargo, em um ambiente predominantemente branco, salpicado pelo mármore negro de uma ou outra de suas obras. São mais de 20, selecionadas entre a produção mais imponente e marcante do escultor, como as suas colunas e relevos de até dois metros de comprimento, e algumas obras com altura de um metro e meio ou largura de até um metro – todas sem título, como era costume do autor. Para quem quiser conhecer mais sobre ele, um nicho ao lado exibe o documentário Se meu pai fosse de pedra, realizado por sua filha Maria Camargo e com 20 minutos de duração.
No segundo piso, o 1S,estão expostas obras de menor proporção realizadas desde o início de sua produção na década de 1950 – como esculturas de gesso representando mulheres, realizadas no começo de sua carreira – até o final dos anos de 1980. Relevos, torres, colunas e conjuntos coletivos de base revelam a dedicação do artista à presença das sombras em seu trabalho. Entre elas, quase todas também sem título, encontra-se a escultura em mármore carrara Homenagem à Brancusi (s.d.). Esta é uma versão em menor dimensão da obra com mesmo nome também realizada por ele e atualmente exposta ao ar livre em Bordeaux, na França. Camargo costumava realizar versõesde seus trabalhos em menor escala para coloca-los no jardim de seu ateliê e estudar a incidência da luz natural antes de completa-los em grande formato.
Um dos seus 10 jogos de xadrez, feitos quando começou a trabalhar com mármore negro para um dos lados da partida em oposição ao branco, reluz dentro de uma cúpula instalada neste mesmo andar. Uma parede divide a área expositiva para ostentar os seus quadros em relevo e as formas em negro belga que ele chamava de baleias, pelo formato semelhante ao mamífero. As laterais exibem 27 cartas, transcritas e vertidas também para o inglês, trocadas de 1960 a 1980 entre Sergio Camargo e artistas, como Rubens Gerchman, pedindo a sua ajuda para produzir uma obra, e outros como Willys de Castro, Frans Krajcberg, Mira Schendel, a curadora Aracy Amaral, o crítico de arte Mario Pedrosa, além de galeristas e instituições culturais. Ao fundo, o visitante encontra uma cronologia com fatos importantes de sua trajetória e produção artística.
O piso 2S é o único dos três que sai do branco, preto e cinza, para ter cor. Sobre um piso de madeira, este espaço reproduz o seu último ateliê, em Jacarepaguá, com a mesma mesa, cadeira de palha, abajur, e até o cesto de lixo, o cinzeiro, o porta-caneta de sua autoria, máscara étnica e a bandeira de seu time preferido, o Fluminense. O lugar apresenta mais algumas obras acomodadas sobre caixotes, como ele mesmo fazia, estudos inacabados equilibrados sobre a mesa com a mesma fita crepe que utilizou, além dos instrumentos e ferramentas que manuseava. Uma estante guarda, ainda, outros 50 pequenos trabalhos.
Por fim, este piso exibe dois vídeos de obras monumentais pouco conhecidas do público, projetadas em duas paredes laterais. São elas: Muro Estrutural (c.a. 1965), no Palácio do Itamaraty, em Brasília e o muro Sem Título (1985) do acervo do Banco Itaú no Centro Empresarial Itaú Unibanco (CEIC), em São Paulo.
Espaço para sinapse
A equipe do Itaú Cultural preparou um lugar especial para o público em um dos pisos do espaço expositivo. Situado ao fundo do mezanino, oferece uma espécie de sala de estar, onde o visitante pode fazer livremente sinapses e reflexões ou estabelecer conexões com o que viu, sentado confortavelmente. Sobre uma mesa à frente do sofá, poltronas e cadeiras, encontram-se objetos feitos com os materiais usados pelo artista, como mármore e madeira, que podem ser manuseados.
Nas paredes laterais são projetados alguns de seus poemas, outro dos talentos de Sérgio Camargo, cosmopolita, nascido e criado no Rio de Janeiro, de 1930 até sua morte, em 1990, experimentado na Academia Altamira de Buenos Aires, com formação em filosofia em Sorbonne, Paris, e tantas passagens pela Europa dos anos 1950.
Jac Leirner no Galpão Fortes Vilaça, São Paulo
AGENDA SP Hoje 28/11 às 12-15h: Jac Leirner @ Galpão Fortes Vilaça >>> A artista paulistana exibe um inédito corpo de...
Posted by Canal Contemporâneo on Sábado, 28 de novembro de 2015
Temos o prazer de apresentar métrica mínima, exposição de Jac Leirner no Galpão Fortes Vilaça. A artista paulistana exibe um inédito corpo de trabalho, criado com jogos de sudoku que ela resolveu e colecionou ao longo de meses. Todas as obras se desenvolvem a partir do seu esforço de dar forma a processos abstratos como lógica, raciocínio e, em especial, a passagem do tempo.
[Scroll down for English version]
Na série métrica mínima, exposta pela primeira vez na Bienal de Sharjah deste ano, a artista emprega estratégias íntimas da sua produção como acúmulo e reordenação, além de alternâncias entre alta e baixa cultura. O pensamento matemático inerente ao passatempo é traduzido através do rigor formal de Leirner, que dispõe os jogos sobre telas lineares de linho, separados por grupos de 9 ou de seus múltiplos (18, 27 e assim consecutivamente). As obras se assemelham a réguas, denotando seu interesse por medir o tempo – ou, mais especificamente, o tempo dedicado na resolução dos jogos. Pequenas variações na altura das telas acompanham o formato dos sudokus e ao mesmo tempo estabelecem uma noção de ritmo para os trabalhos.
As demais obras da exposição refletem o empenho da artista de esgotar as possibilidades plásticas do novo material, utilizando bordas, restos e impressões resultantes da prática do sudoku. Em Números, por exemplo, Leirner faz monotipias com papel carbono, decalcando a resolução dos jogos para outra superfície. Diferente das peças sobre linho, aqui os dígitos estão livres das grades quadradas e espalham-se aleatoriamente pelo papel, gerando áreas de concentração.
Em outro desdobramento, a artista cria colagens com tiras coloridas de jornal extraídas da seção de quadrinhos dos periódicos. O processo decorre do ato de recortar o sudoku, resultando em formas abstratas e jogos de palavras alinhados à tradição da poesia visual. É o caso de Ilustração para um poema, repleta de cortes retangulares, e também de Free Style, com cortes irregulares. Nível Fácil, Nível Médio e Nível Difícil seguem a mesma lógica construtiva e sintetizam a dificuldade dos jogos através de soluções formais.
Cada gesto da ação principal de completar e recortar o sudoku ganha contornos meditativos, como se a ação rápida e semi-inconsciente do cotidiano recebesse uma atenção redobrada, uma concentração máxima. As ações do atelier se tornam transparentes nas obras finalizadas: acertar ou errar, escrever ou rabiscar, recortar e reorganizar definem tanto estes trabalhos como o material de que são feitos.
Jac Leirner nasceu em São Paulo em 1961, onde vive e trabalha. Entre suas exposições individuais recentes, destacam-se: Funciones de una variable, Museo Tamayo (Cidade do México, 2014); Pesos y Medidas, CAAM (Las Palmas de Gran Canaria, Espanha, 2014), Hardware Seda – Hardware Silk, Yale School of Art (New Haven, EUA, 2012); Jac Leirner, Estação Pinacoteca (São Paulo, 2011). Seu extenso currículo de exposições inclui ainda participações em: Bienal de Sharjah (2015), Bienal de Istambul (2011), Bienal de Veneza (1997 e 1990), Documenta de Kassel (1992), Bienal de São Paulo (1989 e 1983). Sua obra está presente em diversas coleções importantes ao redor do mundo, como: Tate Modern (Londres), MoMA (Nova York), Guggenheim (Nova York), MOCA (Los Angeles), Carnegie Museum of Art (Pittsburgh, EUA), MAM (São Paulo), entre outras.
We are pleased to present métrica mínima, Jac Leirner’s exhibition at Galpão Fortes Vilaça. The São Paulo-born artist exhibits new works, created with Sudoku games she solved and collected over several months. All works were developed from her decision to give form to abstract processes such as logic, reasoning and, above all, the lapse of time.
In the métrica mínima series – exhibited for the first time during this year’s Sharjah Biennial –, Leirner uses recurrent strategies of her artistic practice, such as accumulating, reorganizing and switching between high and low culture. Mathematical reasoning inherent to the game is translated into the work through the artist’s formal rigor: Leirner presents the game on linen canvases of different formats, which are generally long and horizontal. Similar to rulers, the works reveal the artist’s interest in measuring time – or, more specifically, the time dedicated to solving the games. Small variations on the height of the canvases follow the format of the Sudoku games and also establish a situation of rhythm for the works.
The other works included in the exhibition reflect the artist’s efforts to use up all the formal possibilities of the new material, which include edges, remains and prints resulting from the Sudoku practice. In Números [Numbers], for instance, Leirner creates monotypes with carbon paper, transferring the solution of the games to other surfaces. Unlike the pieces placed on linen, in this case, the digits run free from the square frames and randomly spread out on the paper, generating concentration areas.
In yet another development, the artist creates collages with colorful newspaper strips from the comics section. The process stems from the act of cutting out the Sudoku game, which brings forth abstract forms and word games in line with traditional visual poetry. This is the case of Ilustração para um poema [Illustration for a poem], marked by rectangular cuts, as well as of Free Style and its irregular cuts. Nível Fácil [Easy Level], Nível Médio [Medium Level] and Nível Difícil [Hard Level] follow the same constructive logic and summarize the difficulty of the games by means of formal solutions.
Each gesture of the main action of completing and cutting out the Sudoku game gains a touch of meditation, as if fast and semi-unconscious everyday action were to deserve special attention or maximum concentration. Acts conducted at the studio become clear in the completed works: getting things wrong or right, writing or scribbling, cutting out and reorganizing define the works just as much as the material with which they are made.
Jac Leirner was born in 1961 in São Paulo, where she lives and works. Her most recent individual exhibitions include: Funciones de una variable, Museo Tamayo (Mexico City, 2014); Pesos y Medidas, CAAM (Las Palmas de Gran Canaria, Spain, 2014), Hardware Seda – Hardware Silk, Yale School of Art (New Haven, USA, 2012); Jac Leirner, Estação Pinacoteca (São Paulo, 2011). Her extensive curriculum of exhibitions further includes participations in the following: Sharjah Biennial (2015), Istanbul Biennial (2011), Venice Biennial (1997 and 1990), Documenta in Kassel (1992), São Paulo Biennial (1989 and 1983). Leirner’s works are part of several leading collections worldwide, including: Tate Modern (London), MoMA (New York), Guggenheim (New York), MOCA (Los Angeles), Carnegie Museum of Art (Pittsburgh, USA) and MAM (São Paulo), among others.
novembro 24, 2015
Fotos contam Fatos na Vermelho, São Paulo
A Galeria Vermelho apresenta a coletiva Fotos contam Fatos de 24 de novembro a 16 de janeiro
[Scroll down for English version]
A exposição Fotos contam Fatos, que tem como curadora Denise Gadelha, exibe um conjunto polifônico de obras marcadas pela presença da fotografia como instrumento narrativo. A mostra propõe uma interlocução estabelecida a partir da pesquisa contemplada no XIII Premio Marc Ferrez de Fotografia (Funarte), que possibilitou o contato com diferentes facetas das redes de produção e circulação artística em dez cidades, de norte a sul do país.
O caráter plural desta investigação reflete a tendência da contaminação entre linguagens; não somente sob a ótica do hibridismo da estética pós-moderna, mas também, mantendo sintonia com a simbiose entre texto e imagem, cada vez mais alimentada pela complexidade interativa da comunicação na sociedade contemporânea. A transmissão de um acontecimento é facilitada pela sobreposição de diferentes meios para descrever facetas complementares em sua atribuição de sentido. Sobretudo, no que tange às narrativas atuais, textos são invadidos por imagens e estas são ressignificadas pela escrita.
Fotos contam Fatos elenca abordagens pouco convencionais, se comparadas à apresentação da fotografia tradicional que retrata imagens puras. A pesquisa busca outros caminhos ao articular proposições fotográficas que transitam entre categorias artísticas. O diálogo é ampliado em um contexto que valoriza a leitura da imagem enquanto veículo de narração em suportes variados como a instalação, a escultura, o objeto, o vídeo ou livros e publicações em geral.
Os trabalhos selecionados representam um universo diversificado de posturas que transcendem o significado isolado de uma imagem e encadeam conexões exteriores por meio do emprego de uma série de estratégias, como a disposição de múltiplas imagens em sequências narrativas, ou então, o uso de fotografias tratadas como unidades semânticas em “frases visuais” que formam conjuntos maiores. Propostas que extravasam os limites do plano bidimensional e ratificam a presença do corpo da imagem no espaço. Fotografias desmembradas em suas mínimas partículas constituintes para, a seguir, serem reconstruídas de modo a reorganizar seu código-base resultando, assim, em uma aparência totalmente distinta. Fotos que documentam ficções. Imagens latentes em objetos que negam sua visibilidade... A grande maioria, porém, é formada por ensaios visuais organizados em publicações. Tais atitudes em relação à fotografia exemplificam alguns dos procedimentos recorrentes do microcosmo desta exposição, cujo anseio é espelhar o espírito cacofônico do nosso tempo.
Em sintonia com a sensação generalizada de sobrecarga de informação que desafia nossa capacidade seletiva cotidiana, a expografia, adotada nesta proposição, evoca a natureza compulsiva e agregadora da biblioteca, transgredindo a assepsia formal do “cubo branco”. As obras são dispostas em estantes metálicas convencionais como aquelas encontradas nas bibliotecas. A ocupação da galeria é saturada. Há excesso de estímulos que comprometem a assimilação da totalidade. A mostra remete ao infinito que reside potencialmente em qualquer agrupamento, onde elementos postos em sequência sugerem virtualmente inúmeras permutações. Este conjunto polissêmico está aberto à interação, uma vez que boa parte das publicações está disponível para a consulta local. Uma grande mesa, e cadeiras posicionadas no centro da sala oferecem melhores condições à fruição. No entanto, não é possível prever como o material será devolvido às prateleiras. Portanto, o livre intercâmbio aumenta as possibilidades de desdobramento da leitura, ao estabelecer novos diálogos em situações distintas da configuração inicial.
As imagens-técnicas constituem um tipo de linguagem capaz de aglutinar grande volume de informação visual. Contrariamente à escrita linear – que traz consigo o tempo próprio dado pela sucessão das palavras – a fotografia coloca em suspensão uma fração de um continuum, e, portanto, se torna mais suscetível à projeção do nexo externo estabelecido pela circunstância específica de sua recepção.
Em Fotos contam Fatos a fotografia é vista como um ponto de partida e não um fim em si mesma. A construção de significado se dá no encontro e é atribuída à dinâmica entre as coisas. Mais do que um instrumento que registra o passado, a fotografia colabora para a sedimentação de uma versão de outra realidade temporal ecoando no agora.
Galeria Vermelho presents from November 24 through December 23 and from January 11 to 16 the group show Fotos contam Fatos, curated by Denise Gadelha
The exhibition Fotos contam Fatos [Photos Tell Facts], curated by Denise Gadelha, features a polyphonic set of works marked by the presence of photography as a narrative tool. The show proposes an interlocution based on the research considered at the XIII Premio Marc Ferrez de Fotografia (Funarte), which established contact with different facets of networks of artistic production and circulation in ten cities, from Brazil’s North to South.
The plural character of this investigation reflects the tendency of cross-influence among languages; not only in the viewpoint of the hybridism of postmodern aesthetics, but also in tune with the symbiosis between text and image, increasingly fueled by interactive complexity of communication in contemporary society. The transmission of an event is facilitated by overlapping different media to describe complementary facets in order to attribute meaning. Especially with regard to current narratives, texts are invaded by images and these are re-signified in writing.
Fotos contam Fatos shows approaches that are unconventional compared to the traditional photography that portrays pure images. This research seeks an alternative path, articulating photographic propositions that transit between various artistic categories. The dialogue is broadened in a context that gives primacy to the reading of the image as a vehicle of narration presented in various media such as installations, sculptures, objects, videos or books. Here we find a sort of vision that goes beyond the singularity of an isolated photograph, connecting it in a complex way to neighboring elements.
The artworks selected for the show represent a diverse spectrum of postures that complement the meaning of the image and transcend its individuality, such as strategies of arrangements in narrative sequences and photographs treated as semantic units in “visual phrases” that form larger sets. Proposals that burst the limits of the bidimensional plane, granting the body of the image a presence in space. Photographs dismembered in their minimal parts, then reconstructed through a reorganization of their base code, resulting in a totally different appearance. In some of the works, the photos document fictions. Others are latent images in objects that prevent them from being visible… Most, however, are visual essays organized in publications. These attitudes in relation to photography are examples of the kind of procedure that constitutes the microcosm of the exhibition, which yearns to spread the cacophonous spirit of our time.
In tune with the generalized sensation of information overload that challenges our selective capacity in our daily lives, the exhibition design adopted in this show evokes the compulsive and aggregating nature of a library, breaking away from the formal asepsis of the “white cube.” The works are displayed on conventional metal stands, like those often found in libraries. The gallery is totally saturated. The great excess of stimuli prevents the observer from grasping it as a whole. The show alludes to the infinity that potentially resides in any grouping, where elements placed into sequence suggest virtually countless permutations. This polysemic set is open to interaction, since a good part of the publications are available for on-site consultation. A large table with chairs positioned at the center of the room offers greater reading comfort. It is not possible to foresee, however, how the material will be returned to the shelves. Therefore, the free interchange increases the possibilities of the unfolding of the reading, by establishing new dialogues in situations that are different from the initial configuration.
The technical image is a kind of language able to bring together a large volume of visual information. Contrary to linear writing – in which the time is given by the succession of words – photography suspends a fraction of a continuum, and therefore becomes more susceptible to projections of external connections set by the specific circumstances of its reception.
In Fotos contam Fatos, photography is seen as a starting point rather than an end in itself. The construction of meaning is given by the encounter; it is assigned by the dynamics between things. More than an instrument that records the past, photography contributes to the consolidation of a version of another temporal reality echoing in the very present.
Odires Mlászho na Vermelho, São Paulo
De 24 de novembro a 23 de dezembro de 2015, e de 11 a 16 de janeiro de 2016, a Galeria Vermelho apresenta Arquibabas: Babas Geométricas, nova exposição individual de Odires Mlászho.
[Scroll down for English version]
Com essa exposição, Mlászho completa uma trilogia composta por suas últimas duas exposições na Vermelho, Sopa Nômade, de 2010 ,e Zero Substantivo, de 2013. O trílogo articula um dos principais focos na pesquisa de Mlászho: a dimensão gráfica da palavra escrita enquanto imagem.
Em Sopa Nômade, que também titula uma série de trabalhos do artista, Odires tratava de uma escrita anônima e preambular que se baseava em caracteres tipográficos transferíveis, encadeados por relações gráficas que intuíam desarticular a linguagem escrita ao tratar os tipos por via de ligações esquemáticas.
Zero Substantivo tinha seu eixo no que Mlászho chama de “proto-escrita”, ou a escrita diluída antes de sua materialização sintáxica. A escrevedura era apresentada totalmente desarticulada, como em um “balbucio”- em definição do artista.
Trabalhos como “Riverrun” visavam desestabilizar leituras lógicas e lineares de frases ao empregar dois sistemas de escrita em uma mesma frase. Os elementos linguísticos lá estavam, mas não cabiam a qualquer léxico ou sintaxe.
Em Anonymous Bosh, Mlászho não se presta a apresentar uma evolução do trabalho, mas sim, um desenvolvimento concomitante de procedimentos e intenções. Vemos alguns de seus processos mais reconhecíveis, como as intervenções com faca gráfica em capas de livros e o uso de Letraset, mas que parecem trazer diluídas algumas dimensões de obras anteriores. É o Caso de “Poemas” que, construídos ao redor da espacialização da construção de poemas, com seus cheios e vazios, foram elaborados com os restos da série “Sopa Nômade”.
“Campo Sfumatto”, apresentado pela primeira vez como obra autônoma em Zero Substantivo, se articula agora em nove imagens, formando uma sequencia de cartografias cinéticas por via da sobreposição de folhas de Letratone. Os decalques gráficos produzidos pela Letraset a partir dos anos 1960 se destinavam a técnicas de aplicação de texturas e tons para desenhos. Esse conjunto pôde ser visto pela primeira vez na exposição do Prêmio MASP, de 2013, aonde o artista foi laureado como artista do ano.
O conjunto de seis imagens de “Vozes nas Cortinas” também se baseia na saturação de dimensões gráficas da escrita, sobrepondo alfabetos e famílias tipográficas nas mesmas imagens. A leitura das mensagens lá cifradas se torna abafada como o titulo sugere. Esse conjunto pôde ser visto durante a participação de Mlászho na exposição DENTRO/FORA, de 2013, aonde o artista representou o Brasil na 55ª Bienal de Veneza.
Completam a exposição, a série inédita “Arquibandas”, novas peças da série “Livros Esqueletos” e “Anti Contra”. Nas três famílias de trabalhos, Odires Mlászho interfere diretamente na arquitetura constituinte de livros, criando buracos, escarificações e recortes gráficos que podem ser lidos como invólucros ideais para as escritas do artista.
From November 24 through December 23, 2015, and from January 11 through 16, 2016, Galeria Vermelho is presenting Arquibabas: Babas Geométricas, a new solo show by Odires Mlászho.
With this exhibition, Mlászho completes a trilogy tha also includes his last two exhibitions at the gallery: Sopa Nômade [Nomad Soup], in 2010, and Zero Substantivo [Zero Substantive], in 2013. The trilogy articulates one of the main focuses in Mlászho’s research: the graphic dimension of the written word as an image.
In Sopa Nômade, which is also the title of a series of works by the artist, Odires worked with an anonymous and preambular writing based on transfer-lettering characters, linked by graphic relations that aim to de-articulate the written language by treating the letters by means of schematic connections.
Zero Substantivo was based on what Mlászho calls “proto-writing,” or a writing diluted before its syntactic materialization. The writing was presented in a totally disjointed way, like a “babbling” – in the artist’s definition. Works such as Riverrun sought to destabilize logical and linear readings of phrases by using two writing systems in the same phrase. The linguistic elements were there, but they did not belong to any lexicon or syntax.
In Anonymous Bosh, Mlászho does not present an evolution of his previous works, but rather a concomitant development of procedures and aims. We see some of his more recognizable processes, such as interventions with a die cutter on book covers and the use of Letraset, but which seem to bear diluted aspects of previous works. This is the case of Poemas [Poems], which deal with spatial aspects of the construction of poems, with their fullnesses and voids, and were elaborated with the scraps of the Sopa Nômade series.
Campo Sfumatto [Sfumato Field], presented for the first time as an autonomous work in Zero Substantivo, is now articulated in nine images, forming a sequence of kinetic cartographies through the overlaying of Letratone sheets. These graphic transfer sheets produced by Letraset from the 1960s onward were used for applying textures and tones to drawings. This set was shown for the first time at Prêmio MASP, 2013, where the artist won the Artist of the Year award.
The set of six images of Vozes nas Cortinas [Voices in the Curtains] is also based on the saturation of graphic aspects of writing, overlaying alphabets and typographic families in the same images. Their coded messages are veiled, as the title suggests. This set was featured at Mlászho’s participation in the exhibition DENTRO/FORA, 2013, where the artist represented Brazil at the 55th Venice Biennale.
Capping off the exhibition is the never-before-shown series Arquibandas [Archebands], new pieces of the Livros Esqueletos [Skeleton Books] series, and Anti Contra. In the three groups of works, Odires Mlászho interferes directly on the constituent architecture of books, creating holes, scars and graphic cutouts that can be read as ideal packages for the artist’s writings.
novembro 22, 2015
Coleções 10 + livro de Jarbas Lopes na Luisa Strina, São Paulo
Galeria Luisa Strina tem o prazer de apresentar Coleções 10, mostra que começou em 2000 com curadoria de Nessia Leonzini. A exposição é composta de trabalhos em fotografia de alta tiragem.
[Scroll down for English version]
A série Coleções, considerada um projeto pioneiro no universo da fotografia e da arte contemporânea no Brasil, tem como objetivo ampliar o público da fotografia no país e a formação de novos colecionadores. Já participaram de Coleções mais de 100 artistas, consagrados e emergentes, brasileiros e estrangeiros.
Nesta edição fazem parte 23 artistas que trabalham, também, em outros suportes e representam diferentes pontos de vista. Eles utilizam um vocabulário imagético inspirado por objetos e situações do dia a dia ou determinados por uma poética pessoal. O espírito de Coleções é definido pelo envolvimento dos artistas que produzem trabalhos específicos para o projeto e tornam possível a aquisição de obras de arte a um preço acessível.
Os artistas que participam de Coleções 10 são: Alexandre da Cunha, Alice Quaresma, Arnaldo Antunes, Cao Guimarães, Cinthia Marcelle, Fernando Lazslo, Jarbas Lopes, Laura Belém, Luiza Baldan, Marcia Xavier, Marcius Galan, Marcos Chaves, Marcos Vilas Boas, Marepe, Maria Laet, Maria Nepomuceno, Matheus Rocha Pitta, Omar Salomão, Pedro Motta, Rochelle Costi, Rosângela Rennó, Thiago Honório e Vicente de Mello.
Lançamento de livro de artista Cicloviaérea de Jarbas Lopes
O Livro Coleções Zine Cicloviaérea registra e agrupa 8 edições especiais de Fanzines, que foram lançados e distribuídos durante diferentes ocasiões do desenvolvimento do projeto Cicloviaérea iniciado em 2001.
Essa primeira edição do Livro é limitada em 49 exemplares, numerados e assinados, além de possuírem um desenho original na sobre capa, também assinado.
Feito todo de forma artesanal, costurado a mão, com capa dura revestida com uma manta prateada e impresso na Gráfica Editora Kade em máquina Off-Set em papel jornal.
A Gráfica Editora KADE é um projeto de Jarbas Lopes, iniciado em 2013, junto com Katerina Dimitrova. A KADE realiza projetos autorais de Jarbas e Katerina, assim como produz e realiza projetos de outros aristas e escritores convidados. Possui um espaço grafico com máquinas e equipamentos de impressão e conta com o trabalho permanente do impressor Jayme Borges Netto, possibilitando aos projetos interação em todos os processos de produção.
Galeria Luisa Strina is pleased to present Collections 10, an exhibition that began in 2000, curated by Nessia Leonzini. The exhibition consists of works featuring photographs with a large edition.
The Collections series, considered a pioneer project in Brazilian photography and contemporary art, has the objective of increasing public interest in photography in Brazil and forming new collectors. Over 100 Brazilian and foreign artists, some established and others emerging, have participated in Collections.
This edition features 23 artists who also work with other media and represent different perspectives. They use a pictorial vocabulary inspired by objects and situations from day-to-day life or determined by a personal artistic outlook. The spirit of Collections is defined by the involvement of the artists who produce specific works for the project and make it possible to purchase artworks at an affordable price.
The artists participating in Collections 10 are: Alexandre da Cunha, Alice Quaresma, Arnaldo Antunes, Cao Guimarães, Cinthia Marcelle, Fernando Lazslo, Jarbas Lopes, Laura Belém, Luiza Baldan, Marcia Xavier, Marcius Galan, Marcos Chaves, Marcos Vilas Boas, Marepe, Maria Laet, Maria Nepomuceno, Matheus Rocha Pitta, Omar Salomão, Pedro Motta, Rochelle Costi, Rosângela Rennó, Thiago Honório e Vicente de Mello.
Marepe na Luisa Strina, São Paulo
[Scroll down for English version]
Galeria Luisa Strina tem o prazer de anunciar Armazém de mim, a quarta exposição individual do artista Marepe. O trabalho de Marepe adquire uma complexa sobreposição de referências e significados no uso de materiais prontos e objetos do cotidiano.
Venho desenvolvendo um trabalho a partir de encontros com esses objetos: às vezes por laço afetivo, às vezes por existirem desde a minha infância. A memória é a estrutura de tudo. Outros objetos me lançam o desafio de transformá-los simplesmente pela própria forma ou pela cor. A cor neste momento, aliás, tem uma grande importância para mim.
…e como ela está presente nos objetos industrializados!
Objetos que em seu contexto original não despertam nenhum interesse além do que eles são em sua funcionalidade. Afastá-los sua função original e transformá-los é o que me instiga. Vê-los esteticamente deslocados para um mundo totalmente diverso e dá-los a oportunidade de serem vistos, como se fossem pela primeira vez admirados.
O artista vê a exposição como se fosse música ouvida em alto volume. Como se letra, melodia e todos os instrumentos pudessem ser sentidos por todos.
…e o sentido dos objetos apresentados responderem todas as indagações e desejos de ambas as partes: artista e público.
Uma pitada de surrealismo e outra de existencialismo criam uma atmosfera concreta e sintética de todas as experiências vividas no ambiente de trabalho do artista. Experimentar sem peso, sem medo de se arriscar preservando os pés no chão. Sim, no chão onde vivo meu dia a dia, trazendo essa experiência sensorial para o público. Esse laboratório do invisível, notícias do que vivi e do que senti.
A exposição é esse labirinto meio DADÁ, meio Magrittiano, meio Duchampiano. Enfim, desse híbrido popular brasileiro, desse caleidoscópio armazenado no momento dentro de mim.
Exposições individuais recentes incluem: Galerie Max Hetzler (Berlim, 2014); Anton Kern Gallery (Nova York, 2013); Os Últimos Verdes, Galeria Luisa Strina (São Paulo, 2010). Anteriormente, o artista apresentou Veja meu Bem na Tate Modern (Londres, 2007) e Vermelho – Amarelo – Verde – Azul no Centre Pompidou (Paris, 2005).
Seu trabalho também foi apresentado na Bienal de São Paulo (2004), Bienal de Veneza (2003), Bienal do Mercosul (1999), assim como exposições coletivas em museus importantes como o Museo Reina Sofia, Madri, Espanha.
Seu trabalho faz parte, dentre outras, das seguintes coleções: Tate Collection, Londres; Ellipse Foundation, Portugal; CACI – Centro de Arte Contemporânea Inhotim, Brasil; MAM – Museu de Arte Moderna de São Paulo, Brasil; MOMA – The Museum of Modern Art, EUA; Museu de Arte da Bahia, Salvador, Brasil; Pinacoteca do Estado de São Paulo, São Paulo, Brasil.
(Excerpt from the text Canibalização do dia-a-dia by Jens Hoffman)
Galeria Luisa Strina is pleased to announce the fourth solo exhibition by the artist Marepe. Marepe’s work acquires a complex overlap of references and meanings in the use of readymade materials and everyday objects.
I have been developing a work based on encounters with these objects: sometimes by reason of an emotive tie, sometimes for existing since my childhood. Memory is the structure of everything. Other objects challenge me to transform them simply by their form or colour. In fact, right now colour holds great importance for me.
… and how it is present in industrialized objects!
Objects that in their original context arouse no interest beyond what they are in their functionality. Removing them from their original function and transforming them is what intrigues me. Seeing them aesthetically displaced to a completely different world and giving them the opportunity to be seen, as if admired for the first time.
The artist see the exhibition as if it were a song heard out loud. As if the lyrics, melody and all the instruments could be felt by everyone.
… and the meaning of the objects presented answer all questions and desires of both parts: artist and public.
A pinch of surrealism and another of existentialism create a concrete and synthetic atmosphere of all the experiences lived in the artist’s workspace. To experience it weightless, without any fear of taking risks, keeping your feet on the ground. Yes, on the ground where I live my day-to-day, bringing this sensory experience to the public. This laboratory of the invisible, news that I have lived and felt.
The exhibition is this labyrinth kind of like Dadá, kind of like Magritte, kind of like Duchamp. Basically, it’s of this popular Brazilian hybrid, of this kaleidoscope stored in the moment inside me.
Recent solo exhibitions include: Galerie Max Hetzler (Berlin, 2014); Anton Kern Gallery (New York, 2013); Os Últimos Verdes, Galeria Luisa Strina (São Paulo, 2010). The artist previously exhibited Veja meu Bem at the Tate Modern (London, 2007) and Vermelho – Amarelo – Verde – Azul at the Centre Pompidou (Paris, 2005).
His work has also been shown at the São Paulo Biennial (2004), the Venice Biennial (2003), Mercosur Biennial (1999), as well as in collective exhibitions in important museums such as Museo Reina Sofia, Madrid, Spain.
His work also features in the following collections, among others: Tate Collection, London; Ellipse Foundation, Portugal; CACI – Centro de Arte Contemporânea Inhotim, Brazil; MAM – Museu de Arte Moderna de São Paulo, Brazil; MOMA – The Museum of Modern Art, USA; Museu de Arte da Bahia, Salvador, Brazil; Pinacoteca do Estado de São Paulo, São Paulo, Brazil.
Bruno Dunley na Nara Roesler, Rio de Janeiro
Bruno Dunley apresenta desdobramento de pesquisa dos dois últimos anos na primeira individual na Galeria Nara Roesler do Rio de Janeiro
Bruno Dunley é o próximo nome a fazer sua primeira individual na Galeria Nara Roesler do Rio de Janeiro a partir do dia 25 de novembro. O desdobramento da pesquisa pictórica que o jovem artista fluminense vem realizando nos últimos dois anos, desde a exposição E, no Centro Universitário Maria Antonia (2013) dá corpo às cerca de dez obras que compõem a mostra.
Resultado da busca por uma narrativa que se dá no limite da pintura como linguagem, prescindindo da representação figurativa tradicional, o trabalho de Dunley mantém nesta mostra suas características anteriores. A materialidade da pincelada, o jogo de tensões entre planos de preenchimentos distintos (instabilidade x cor pura, rigor geométrico x traço solto) e a sobreposição de camadas seguem como os elementos significantes da narrativa que se constroi à margem da representação estrita.
Mas há novidades que mostram a evolução do trabalho do artista fluminense. O jogo com as cores iniciado na exposição anterior ganhou variações mais radicais, tonalidades mais intensas e até metálicos, além de intervenções diretas. “Chego a desenhar com carvão diretamente sobre a pintura”, diz o artista. Os tons mais pálidos, como o cinza, que tinha presença marcante na mostra anterior, foram minimizados em busca de uma vibração intensa. A acrílica surge como matéria-prima ao lado da tinta a óleo.
Os formatos também começam menores, com obras que vão desde os 24 x 30 cm a 150 x 200 cm. Quanto aos suportes, além das tradicionais telas, o papel Fabriano de baixa gramatura é outro elemento novo. Pela absorção da tinta, o óleo vaza pelas bordas e acrescenta mais um elemento à pintura, aplicada diretamente no suporte branco. Diferentemente das telas, em que o artista prepara a base com várias camadas de tinta para encobrir a trama do tecido.
“Minha relação com o trabalho está mais paciente”, define Dunley. Isso se comprova pela incorporação de mais óleo de linhaça à tinta, permitindo que ela corra mais facilmente e, ao mesmo tempo, seque mais devagar. Com isso, é possível pintar sobre a tinta fresca por mais tempo e delimitar menos as linhas que separam campos de cor e elementos gráficos abstratos.
O nome dos trabalhos acrescenta nova camada de sentido, que insinua uma narrativa por meio de sensações visuais em relação com palavras, como no caso de Drive-In (2015). A tela de 120 x 160 cm remete sutilmente aos faróis de um carro acesos à noite pelo campo de um rosa intenso centralizando a massa de tinta de azul profundo, cujas pinceladas são ora lineares, ora desgovernadas, como se estivessem apagando um plano anterior - outra característica da pintura de Dunley.
Com sua nova mostra, Bruno Dunley confirma-se como um dos nomes mais consistentes da nova geração da pintura, aliando técnica a uma sensibilidade aguçada não só para a arte, mas para seu tempo. Pela instabilidade da imagem e a fugacidade dos significados extraídos exclusivamente do jogo com os elementos circunscritos ao campo história da pintura, o artista evidencia o caráter de indefinição do mundo atual, indeciso entre aparência e essência.
Se é impossível chegar a uma representação do real graças às suas diversas camadas e o solipsismo do sujeito contemporâneo fica evidente na instabilidade da comunicação verbal, é possível e mesmo mais desejável tocar subjetividades pela relação entre a pintura e o olhar do espectador, relação essa que só se completa em foro íntimo de cada um. Sem fazer figuração, Bruno Dunley faz um retrato de seu tempo e vê além da superfície.
Bruno Dunley nasceu em Petrópolis, em 1984. Vive e trabalha em São Paulo. Exposições recentes incluem as individuais No Lugar em que Já Estamos (Galeria Nara Roesler, São Paulo, Brasil, 2014); E (Centro Universitário Maria Antonia, São Paulo, 2013) e Bruno Dunley (11 Bis, Paris, França, 2012); assim como as coletivas Os Primeiros 10 Anos (Instituto Tomie Ohtake, São Paulo, Brasil, 2011); Assim É se lhe Parece (Paço das Artes, São Paulo, Brasil, 2011); e Paralela 2010 (Liceu de Artes e Ofícios, São Paulo, Brasil, 2010).
novembro 18, 2015
Agnieszka Kurant na Fortes Vilaça, São Paulo
Paralelamente à exposição Interior Design de Simon Evans, a Galeria Fortes Vilaça apresenta no segundo andar o curta-metragem Cutaways, da artista polonesa Agnieszka Kurant. Realizado em parceria com o premiado editor de cinema Walter Murch (Apocalypse Now, O Poderoso Chefão), o trabalho traz à tela o universo invisível de personagens que, apesar de concebidos e filmados para certas produções cinematográficas, foram completamente excluídos na edição final. Em seu filme, a artista escolhe três desses coadjuvantes omitidos para lhes dar sobrevida, extraídos de obras cultuadas de Kubrick, Tarantino e Sarafian.
O trabalho conceitual de Kurant trata de conceitos complexos como capital virtual e trabalho imaterial para explorar como fenômenos abstratos geram impactos concretos na política, na economia e na cultura. Em Cutaways (2013; 23 minutos), ela aborda os personagens fantasmas que, considerados supérfluos ou redundantes pelos editores, deixaram de existir em suas próprias narrativas. Eles não deixam nenhum vestígio nas histórias, apesar de estranhamente ainda pertencerem a elas.
Cutaways retrata o encontro de personagens de produções distintas, como se tivessem ganhado vida autônoma e passassem a compartilhar o mesmo limbo narrativo. O enredo toma como base os roteiros originais de cada filme, aproveitando inclusive algumas das falas. Três atores aceitaram reprisar seus papéis depois de anos da trama original: Charlotte Rampling como a caronista de Vanishing Point (de Richard C. Sarafian, 1971, lançado no Brasil como Corrida contra o Destino); Abe Vigoda como o advogado e melhor amigo do protagonista em The Conversation (de Francis Ford Coppola, 1974, lançado no Brasil como A Conversação); e Dick Miller como o dono do ferro-velho de Pulp Fiction (de Quentin Tarantino, 1994).
Uma sequência de nomes hollywoodianos encerra a projeção, informando que vários outros atores também interpretaram personagens fantasmas em suas carreiras. A tipografia de cada nome é baseada naquela usada nos cartazes de seus respectivos filmes, como se a artista propusesse um jogo de descobrir de quais títulos eles foram excluídos.
Agnieszka Kurant nasceu em 1978 em Lodz, na Polônia, e atualmente vive e trabalha em Nova York. Dentre suas exposições individuais, destacam-se: exformation, Sculpture Center (Nova York, 2013) e Stroom den Haag (Haia, Holanda, 2013); 88.2 MHz, Objectif Exhibitions (Antuérpia, Bélgica, 2012), Theory of Everything, Museum of Modern Art (Varsóvia, Polônia, 2012). Já participou da diversas mostras importantes como a Bienal Performa de Nova York (2013 e 2009), Bienal de Arquitetura de Veneza (2010), Bienal de Bucareste (2008), Bienal de Moscou (2007), além de diversas outras coletivas em instituições como Guggenheim (Nova York, 2015), MoMA PS1 (Long Island, 2013), Witte de With (Roterdã, 2011), Tate Modern (Londres, 2006), Palais de Tokyo (Paris, 2004), entre outros.
Simon Evans na Fortes Vilaça, São Paulo
A Galeria Fortes Vilaça tem o prazer de apresentar Interior Design, a segunda individual de Simon Evans no Brasil. O artista britânico exibe trabalhos inéditos que reafirmam sua linguagem única, reconhecida por elaboradas colagens com fragmentos de papel, textos e imagens. O caráter obsessivo de suas composições mescla-se com o universo doméstico, evocado pelos objetos de sua casa e pelo interesse em materiais têxteis.
Paralelamente à exposição, no segundo andar, acontece a projeção do curta-metragem Cutaways, da artista polonesa Agnieszka Kurant.
O uso do texto, amplamente explorado em toda a obra de Evans, adquire aqui uma presença oblíqua, abrindo espaço para que o desenho e a forma ganhem destaque. Os escritos de Selfish Prayer Rug [Tapete de Oração Egoísta] parecem menos interessados em formar palavras e mais propensos a criar padrões abstratos que acompanhem o relevo da superfície – um tapete de yoga. Em meio à confusão das letras, o artista delineia seu próprio corpo, assim como em Exotic Souls Usual Price [Almas Exóticas, Preço Normal]. Neste trabalho, porém, sua silhueta é ladeada pelas folhas de árvores que recolheu no Rio de Janeiro, onde passou os últimos meses produzindo a exposição.
A coleta em si revela um aspecto importante do trabalho de Evans, que atribui significado aos materiais que escolhe para então rearticulá-los em livre associação. A obra Repetition of the idea of the form. Materials that deny us Immortality [Repetição da ideia da forma. Materiais que nos negam a Imortalidade] reflete uma busca obstinada pela boa sorte ao apresentar centenas de trevos-de-quatro-folhas organizadas em uma quase-paisagem.
Em The World Beats Art [O Mundo Bate na Arte], a maior obra da mostra, Evans recria o tapete que possui em casa com fragmentos de fotos, desenhos e objetos que emulam a estampa original. Door [Porta], por sua vez, elabora-se por meio de um minucioso processo de tecelagem: pequenas tiras de papel são trançadas para compor uma trama. Ao conectar o público com suas narrativas pessoais, o artista expõe seu próprio interior e oferece uma experiência autêntica.
Simon Evans nasceu em 1972 em Londres e atualmente vive e trabalha em Nova York. Sua prática artística é permeada pela colaboração com Sarah Lannan, sua esposa e parceira criativa. Entre suas exposições individuais, destacam-se: Only Words Eaten By Experience, MOCA Cleveland (EUA, 2013); First We Make the Rules, Then We Break the Rules (Simon Evans & Öyvind Fahlström), Kunsthalle Düsseldorf (Alemanha, 2012) e Kunsthal Charlottenborg (Copenhague, Dinamarca, 2012); How to Be Alone When You Live with Someone, MUDAM (Luxemburgo, 2012); How to get about, Aspen Art Museum (EUA, 2005). O artista já participou das seguintes bienais: 12ª Bienal de Istambul (Turquia, 2011); 31º Panorama da Arte Brasileira, MAM (São Paulo, 2009); 27ª Bienal de São Paulo (2006); Bienal da Califórnia, OCMA (Newport Beach, EUA, 2004). Sua obra está presente em diversas coleções importantes, como Aspen Art Museum (Aspen, EUA), CIFO (Miami, EUA), Louisiana Museum of Modern Art (Humlebaek, Dinamarca), Miami Art Museum (Miami, USA), MUDAM (Luxemburgo), Philadelphia Museum of Art (Filadélfia, USA), SFMOMA (San Francisco, USA), entre outras.
novembro 13, 2015
José Pedro Croft na Capela Morumbi, São Paulo
O português José Pedro Croft, um dos mais importantes artistas contemporâneos europeus, expõe esculturas de grandes dimensões na Capela do Morumbi, em São Paulo
O duplo está sempre presente na obra do artista plástico português José Pedro Croft. Estruturas duplas, duplos ângulos, duplos planos. Contração e expansão dos limites. Integração com o espaço e com o espectador. Questões que unem arte e arquitetura, que permeiam toda a carreira do artista e estarão presentes na exposição Corpos duplos – Duplas imagens, que será inaugurada no dia 14 de novembro, na Capela do Morumbi, em São Paulo. A Capela, aliás, tem por objetivo abrigar mostras que promovam o diálogo entre a arte contemporânea e o patrimônio histórico. A obra de José Pedro Croft não poderia estar em melhor lugar.
A iniciativa da Capela e da galeria carioca Mul.ti.plo Espaço Arte (que trouxe Croft para o Brasil pela segunda vez este ano), ao produzirem a exposição, proporciona uma bela oportunidade para o público paulista rever a obra deste grande artista contemporâneo. A mostra traz grandes esculturas em ferro, vidro e espelhos, que interagem umas com as outras formando uma única peça – e que também buscam a relação com a arquitetura da Capela, ora refletindo, ora restringindo, ora ampliando os limites do espaço. Como se apropriando dele, transformando-o: são cortes, lapsos e interrupções provocados pelos ângulos formados pelos espelhos, que ‘deslocam’ partes da arquitetura – e modificam o entorno de acordo com o ponto de vista do espectador da obra. “As peças rebatem a arquitetura, tiram o centro. Além disso, as pessoas passam a fazer parte da paisagem, ao integrar o espaço onde a obra está exposta”, explica José Pedro Croft.
Para esta exposição, Croft finalizou a obra in situ: a montagem é essencial e acaba fazendo parte do resultado do trabalho do artista – uma vez que a luz também é matéria fundamental. Uma das obras, colocada no fundo da galeria, debruça-se sobre os degraus do antigo altar: uma caixa em dois planos, com 3m de altura na parte mais alta, com espelhos em ângulo refletindo o teto – e que dobra de tamanho pelo jogo do reflexo. Do outro ponto de vista da obra, projeta o observador elevando-o ao nível do teto da capela.
Se esta caixa de certa forma “aprisiona” quem a vê, criando colapso entre o que é interior e o que é exterior, outra peça, vertical, com 2,75m de altura, inclui o vidro ao ferro e ao espelho: ao fazer isso, Croft cria um corpo de bloqueio, um espaço delimitado pelo vidro. Mas que ao mesmo tempo deixa ver além. “As obras têm caráter abstrato e tomam as qualidades do entorno. Neste caso, junto à integração da arquitetura com o reflexo, há a integração com o através”, diz o artista.
Outra obra une e desata: duas estruturas de frente uma para a outra, em ângulo levemente inclinado para o centro, eleva ao infinito a imagem de quem a observa pelo lado de dentro, enquanto a parte externa adquire as características de paredes e teto ao redor.
Lançamento do livro com exposição dos desenhos originais de Vânia Mignone na Triângulo, São Paulo
Lançamento do livro, com exposição dos desenhos originais de Vânia Mignone, que ilustram Novelas Exemplares, publicado pela Cosac Naify
Antes da publicação da segunda parte de Dom Quixote, em 1613, Cervantes lança uma outra aventura: Novelas Exemplares. Como gênero literário, a novela já existia, mas, como nota o próprio Cervantes, ele é o primeiro a tentá-la na Espanha. Ele experimenta o gênero em todas as direções possíveis, com relatos bizantinos, cortesãos ou picarescos. E mais: busca estabelecer um padrão realista, fala do cotidiano das pessoas, de uma Espanha que podia ser vista da janela de casa. É interessante notar como ele, filho de uma sociedade machista, sabe das dores femininas e pinta mulheres inteligentes e espirituosas, quando outros as queriam apenas lindas e submissas. É exemplar como Cervantes, homem de temperamento satírico, conseguiu despistar a censura, deixando transparecer entre exaltações aos reis e à Igreja, seu país violento e sensual, trapaceiro e cobiçoso, em que o estupro, por exemplo, é aceito com naturalidade, e um casamento é o único sinal de respeito que se tem pelas mulheres. A edição traz aparatos críticos de estudiosos do autor, notas, poemas em sua versão original e ilustrações.
Autor: Miguel de Cervantes
Ilustrações: Vânia Mignone
Tradução: Ernani Ssó
Texto crítico: Ernani Ssó, Maria Augusta da Costa Vieira, Silvia Massimini Félix
Leia trecho do livro em pdf
Maria Nepomuceno na Baró, São Paulo
Natureza e fortes referências culturais brasileiras da artista são traduzidas em cinco obras inéditas em que as cores se destacam
A Baró Galeria apresenta em 14 de novembro, sábado, a partir das 16h, a abertura da exposição Universo em Expansão, assinada pela artista Maria Nepomuceno. A mostra permanece em cartaz até 19 de dezembro, no endereço Rua da Consolação, 3417 – Jardins. Em “Universo em Expansão”, a artista mostra um passo na pesquisa que vem experimentando há alguns anos, em que as relações com tempo, origem, natureza, manufatura, arquitetura, objetos simbólicos e materiais cotidianos, são estreitadas a cada obra.
São cinco obras inéditas em que a cor tem atenção especial. "Cor é um assunto que sempre me interessou, herança do começo da minha atividade artística quando estudava pintura. Nessas esculturas, as passagens de uma cor para outra se dão por sequências em que a conta é a unidade mínima”, comenta Nepomuceno.
Em seu trabalho, as contas são mais do que pontos de cor nas obras, são também referência às raízes indígenas e africanas. Os trabalhos que Maria Nepomuceno apresenta são o exercício dessa matemática da construção de cores e movimento aplicada em matéria viva. Sua inspiração parte de plantas, frutos, órgãos e planetas incorporados por materiais como palha, barro, madeira, cerâmica, contas de colar, cordas e pigmento.
Maria Nepomuceno é carioca, vive e trabalha no Rio de Janeiro. Nascida em 1976, estuda arte desde os 13 anos, quando ingressou em cursos livres de desenho, pintura, escultura e teoria na Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Desenho Industrial é sua formação superior. Dedica-se principalmente à escultura há alguns anos. Suas obras estabelecem uma relação entre o corpo e a natureza do micro ao macrocosmos, e trançam as memórias de suas próprias origens e experiências, promovendo o encontro entre presente, passado e futuro. É atualmente representada pela galeria A Gentil Carioca e também pela galeria londrina Victoria Miro.
A Baró Galeria abriu suas portas em 2010 e desde então se estabeleceu como referência em arte internacional no circuito brasileiro. Dirigida pela espanhola Maria Baró, a galeria busca aprofundar o diálogo entre artistas, curadores, colecionadores e instituições culturais através, principalmente, de trabalhos site-specific. Em sua nova fase, a galeria volta sua atenção para grandes artistas que despontaram entre os anos 1970 e 1980, como o filipino David Medalla, o mexicano e ex-integrante do grupo Fluxus Felipe Ehrenberg, o brasileiro Almandrade, o chinês Song Dong e agora o francês Christian Boltanski.
novembro 12, 2015
Marco Maggi na Nara Roesler, São Paulo
Marco Maggi traz um desdobramento do trabalho apresentado na Bienal de Veneza à Galeria Nara Roesler de São Paulo
O uruguaio Marco Maggi foi um dos artistas selecionados para a 56ª Bienal de Veneza atual (em cartaz até 22 de novembro) com uma mostra que cabe em uma mala pequena. Agora, em sua segunda individual na Galeria Nara Roesler de São Paulo, que abre no dia 14 de novembro, apresenta um desdobramento do trabalho da Biennale.
O título da mostra, Uma frase com três cantos, é uma brincadeira com o duplo sentido que a palavra canto tem em português, e faz menção à grande instalação de adesivos que Maggi criará na Galeria Nara Roesler, à qual o artista se refere como “uma sentença muito longa com três cantos”. Nela, estão os elementos característicos da pesquisa do artista, como pequenos recortes em papel que captam a atenção do espectador por sua aparente familiaridade. Apesar disso, as pequenas estruturas geométricas milimetricamente recortadas não significam nada, são apenas formas que precisam da atenção do olhar para serem visualizadas em sua totalidade.
Essa estratégia convida o público a um olhar lento e à percepção profunda, sem precisar chegar a um significado estrito. Ela torna evidente o caráter viciado da visão - e, consequentemente, do raciocínio - no mundo de hoje, em que o ser humano é bombardeado por uma quantidade de informação que dificilmente consegue processar. Nas palavras de Maggi, “Todos os dias estamos condenados a saber mais e compreender menos”.
O conceitualismo da representação em Veneza, toda em preto e branco, ganha a adição das cores primárias, outra característica da produção do artista. A exposição é formada por vários painéis brancos e pretos de dimensões variadas, em que as estruturas recortadas nas cores primárias - azul, vermelho, e amarelo, que junto com branco e preto formam a gama de cores mais básicas, por cuja mistura se pode obter todas as outras cores -, em preto e em branco são aplicadas ora contrastando com o fundo, ora em monocromia. Isso resulta em volumes e formas semelhantes a plantas de cidades imaginárias ou a um código de sinais sempre além da compreensão, ao mesmo tempo que atrai o espectador a decifrá-lo.
Além dos quadros, há uma instalação com esses pequenos marcadores e sinais, em branco e nas cores primárias, colados diretamente na parede. Stacking Quotes, obra recorrente nas exposições de Maggi, também integra a mostra. Ela é formada por um grupo de sete cadernos com pequenos marcadores e sinais nas cores primárias saindo de entre suas páginas, empilhados um sobre o outro.
As instalações de lápis, fixados perpendicularmente à parede graças à tensão de uma corda fixada na parede em arco, estão representadas na mostra por uma versão de 12 lápis, dos quais oito são brancos e os demais, vermelho, amarelo, azul e preto.
Pendendo do teto no meio do espaço expositivo, há uma escada de 5 metros de altura feita de papel Fanfold branco, no molde de uma escada de cordas. A exceção são alguns “degraus” em preto e nas cores primárias. A intenção é que a estrutura maior da escada desapareça à distância, ressaltando apenas os degraus coloridos, como se flutuassem. Novamente o estranhamento convida o espectador a se aproximar para ver e compreender melhor o que está vendo.
Nas palavras do diretor artístico do Masp, Adriano Pedrosa, em texto de 2009, “O jogo queMaggi nos propõe é repleto de grandes ocultamentos e estratégicas revelações. É preciso olhar com tempo. (...) Trata-se de um jogo silencioso, delicado, vagaroso. Nesse sentido, encontramos aqui um sutil viés político, ainda que mascarado pela beleza e pelo deslumbramento das obras. A desaceleração é antimoderna, antiprogressista, anticapitalista, antiurbana e antiglobalização. (...) É justamente por esse seu traço de resistência que a arte se torna tão fundamental em nosso cotidiano”.
Marco Maggi nasceu em Montevidéu, Uruguai, em 1957. Vive e trabalha em Nova York e Montevidéu. A presença do papel e o caráter intimista são duas constantes em sua produção. Desde a consolidação de sua carreira, na década de 1990, estimula seu público a diminuir o ritmo cotidiano para observar com atenção e aprofundar-se em suas obras, na vida ao redor e na sociedade em que vive. Embracing Modernism: Ten Years of Drawings Acquisitions (Morgan Library & Museum, NY); Monochrome Undone, Space! (Sayago & Pardon, Tustin, EUA); Flow, just flow (Joel and Lila Harnett Museum of Art, Richmond, EUA, 2013); MoCA’s permanent collection: selection of recent acquisitions (Museum of Contemporary Art, Los Angeles, EUA, 2013), são algumas das mostras coletivas em que apresentou seu trabalho recentemente.
Está na 56ª Bienal de Veneza, e participou da Bienal de Cuenca, Equador (2011), da 17ª Bienal da Guatemala (2010), da 8ª Bienal de Havana, Cuba (2003) e da 25ª Bienal de São Paulo (2002). Exposições individuais recentes incluem: Into Whiter Space, Abstraction in Action, Sayago Pardon Collection, Los Angeles, California (2015); Unfolding Marco Maggi, Josée Bienvenu Gallery, New York, USA (2015); Déplier, Xippas, Paris, France (2015); Color files (MOLAA Museum of Latin American Art, Long Beach, EUA, 2013); e Desinformação funcional — desenhos em português (Instituto Tomie Ohtake, São Paulo, Brasil, 2012).
Seus trabalhos integram acervos como: MoMA, Nova York, EUA; Whitney Museum of American Art, Nova York, EUA; Guggenheim Museum, Nova York, EUA; Hirshhorn Museum, Washington, EUA; Museum of Fine Arts, Boston, EUA; Fine Arts Museum of San Francisco, EUA; e Daros Foundation, Zurique, Suíça; entre outros.
A Galeria Nara Roesler, uma das principais galerias de arte contemporânea brasileiras, representa artistas influentes da década de 1960, além de renomados artistas em atividade que dialogam com as tendências inauguradas por essas figuras históricas. Fundada em 1989 por Nara Roesler, e dirigida em parceria com seus filhos Alexandre e Daniel Roesler, a galeria fomenta a inovação curatorial consistentemente há vinte e cinco anos, sempre mantendo os mais altos padrões de qualidade em suas produções artísticas. Para tanto, desenvolveu um programa de exposições seleto e rigoroso, criado em estreita colaboração com seus artistas; implantou e manteve o programa Roesler Hotel: uma plataforma para projetos curatoriais; e forneceu apoio contínuo a artistas além do espaço da galeria, trabalhando em parceria com instituições e curadores para apresentar iniciativas inovadoras e projetos empolgantes em exposições externas. Com um rol de artistas inovadores – como Abraham Palatnik, Antonio Dias, Hélio Oiticica, Paulo Bruscky e Tomie Ohtake – e uma nova geração liderada por Artur Lescher, Carlito Carvalhosa, Lucia Koch, MarcosChaves, Melanie Smith e Virginia de Medeiros, a galeria mantém seu compromisso de preservar o legado de figuras históricas e incentivar a prática de artistas iniciantes e consagrados nos âmbitos local e internacional. Além de duplicar seu espaço expositivo em São Paulo em 2012, em 2014, a galeria abriu sua nova filial no Rio de Janeiro, cumprindo sua missão de participar do mundo das artes de forma ativa e influente.
novembro 11, 2015
Paulo Pasta na Millan, São Paulo
AGENDA SP Hoje 12/11 às 19-22h: Paulo Pasta @ Millan, com inauguração da ampliação da galeria, que passa a ter mais um espaço na Vila Madalena http://bit.ly/1MA496S
Posted by Canal Contemporâneo on Quinta, 12 de novembro de 2015
Mostra inaugura a ampliação da Galeria Millan, que passa a ter mais um espaço na Vila Madalena
Sem fazer uma individual na cidade desde 2012, Paulo Pasta exibe, a partir do dia 12 de novembro, um amplo conjunto de trabalhos inéditos em São Paulo. Intitulada Há um fora dentro da gente e fora da gente um dentro, a mostra marca a inauguração de um novo espaço da Galeria Millan na capital paulista, apresenta um grupo de pinturas nas quais o artista alia experimentação, intuição e rigor e traz também a público o seu promissor reencontro com o gênero da paisagem.
Assim como o verso que Pasta tomou emprestado do poeta mineiro Francisco Alvim para lhe dar título, a mostra promove uma interseção – no caso, entre dois diferentes grupos de obras aparentemente distintas, mas com surpreendentes pontos de contato e identidade. De um lado estão as paisagens, reintegradas novamente ao repertório do pintor após décadas de ausência; de outro, telas abstratas, marcadas por uma intensa e ambígua atmosfera cromática e refinada estrutura geométrica, que são responsáveis por seu inquestionável protagonismo na pintura contemporânea brasileira. Ambas nascem do mesmo interesse pelo fazer pictórico, pela reinvenção do mundo e por uma arte na qual a experiência caminha de mãos dadas com a intuição.
A exposição ocupará simultaneamente os dois endereços da Millan na cidade. No espaço tradicional da galeria serão expostas telas de diferentes formatos que fazem parte da persistente pesquisa empreendida por Pasta em busca de um equilíbrio rigoroso e delicado entre forma e cor. Mas junto delas será possível ver uma das paisagens produzidas recentemente pelo artista tomando como ponto de partida o entorno de sua cidade natal, Ariranha. No novo Anexo Millan, situado a apenas poucos metros de distância da galeria principal, o mesmo processo de fricção estará presente no bloco expositivo. Dedicado às paisagens, o novo espaço abrigará ainda uma enorme tela abstrata. “A ideia é sinalizar que não parei de fazer nada, só acrescentei”, diz o artista, explicando a razão e a estrutura entrelaçada do duplo evento.
É importante ressaltar que as paisagens não são algo novo na trajetória de Paulo Pasta. Elas tiveram importância central no início de sua carreira. Foram exatamente os trabalhos nascidos do embate com a paisagem árida das grandes plantações de cana-de-açúcar da região de sua cidade natal que deram corpo a sua primeira exposição, em 1984. Rapidamente, no entanto, seu trabalho se depurou, tornando-se uma complexa e rica estrutura de planos, formas e cores. Só recentemente as lembranças e o desejo de retomar o processo de construção da paisagem foram rebrotando e ganhando espaço em sua labuta diária com os pincéis, de forma tímida porém persistente.
O estopim desse processo foi a leitura de uma biografia de Van Gogh e o encanto renovado com o paisagismo do século XIX. O pintor enfatiza que não há nesse processo nenhuma intenção figurativa ou de mimese. São trabalhos que nascem muito mais do ato de pintar do que da natureza em si. O retorno à mesma cena retratada na juventude não decorre de uma relação saudosista, mas de uma íntima conexão da obra com a memória. Ao longo de 26 anos, de 1977 a 2003, ele percorreu rotineiramente, pelo menos uma vez por mês, os cerca de 370 quilômetros que separam São Paulo de Ariranha. “Pintar uma outra paisagem não faria sentido”, diz o artista, explicando que para ele a pintura está ligada ao ato de lembrar. “Minha relação com a pintura é a de uma construção mútua: a memória afeta a minha pintura, e a pintura também me afeta. É algo que se construiu através do tempo", acrescenta. Ele deixa claro que seu interesse não é narrativo: “São os planos vazios que me fascinam, adoro pintar céus”, sintetiza.
Há alguns anos esses desenhos, como o artista chama todas as suas obras sobre papel, renderam a publicação de um encarte na Revista Serrote, do Instituto Moreira Salles. Em seguida foram exibidos no Instituto Figueiredo Ferraz, de Ribeirão Preto, estabelecendo um interessante diálogo com a região noroeste e sua paisagem semelhante à de Ariranha. Só agora a série, bastante ampliada, chega a São Paulo e encontra a possibilidade de travar uma relação com o resto da produção do artista.
Não são só as paisagens, porém, que trazem algo de novo na obra de Pasta. Em comparação com trabalhos anteriores, é possível perceber uma maior liberdade nas telas abstratas a serem expostas na Galeria Millan. O contraste cromático está mais intenso, as cores mais luminosas e ousadas. Paulo Pasta não é um artista abstrato no sentido estrito da palavra. Suas formas necessariamente surgem do mundo, são inspiradas por pequenos detalhes, imagens captadas aqui e ali e reelaboradas. Cruzes, ogivas ou cacos de azulejo são, por exemplo, temas recorrentes em sua produção.
Dentre as investigações mais recentes (a exposição reúne apenas trabalhos dos últimos três anos) destaca-se por exemplo o surgimento do motivo da Anunciação. Bebendo na fonte das diversas representações da anunciação do anjo à Virgem Maria, nas quais os dois personagens estão sempre separados por uma coluna, Pasta recria um espaço sintético, porém cênico e com um suave caráter tridimensional devido ao uso inédito da linha diagonal em suas obras.
Junto com a exposição a galeria lançará Fábula da Paisagem, um livro-objeto (25 cm x 20 cm) com cerca de 25 das paisagens criadas por Pasta. O crítico e doutor em Literatura Samuel Titan Jr. assina a edição e o texto de apresentação.
O NOVO ESPAÇO EXPOSITIVO DA MILLAN
A mostra de Paulo Pasta sintetiza as expectativas da Galeria Millan com a sua ampliação. Batizado de Anexo Millan, o novo espaço é assinado por Sérgio Kipnis (da Kipnis Arquitetos Associados) e Fernando Millan, autores do premiado projeto da sede original da galeria, localizada no mesmo quarteirão da Rua Fradique Coutinho, na Vila Madalena. O novo prédio permitirá à galeria uma maior flexibilidade e versatilidade, viabilizando a exibição de mais instalações de grande porte, performances, além de uma melhor gestão do acervo e da implementação de projetos de residência.
Foram necessários 18 meses de obras para colocar de pé a construção, de traçados retos e minimalistas. Seus 450 metros de área edificada abrigam dois ambientes expositivos contíguos, de diferentes volumetrias. O primeiro deles, conectado ao pátio de entrada que dá diretamente sobre a rua, se assemelha a um enorme cubo, com 60 m2 de superfície, pé direito duplo (6m de altura) e iluminação natural promovida por dois grandes recortes de vidro próximos ao teto. O segundo espaço expositivo é mais extenso – 25m de comprimento por 5m de largura - e possui teto rebaixado em diagonal (altura de 4m no lado direito e 3m no esquerdo). A separá-los, apenas uma enorme porta retrátil (que não será usada na exposição inaugural). O projeto contempla ainda um pequeno apartamento funcional para receber artistas residentes.
“O espaço expositivo tem que ser também um espaço reflexivo”, afirma André Millan, que espera conseguir assim uma nova dinâmica para a galeria. Depois desse diálogo entre os diferentes caminhos explorados por Paulo Pasta – e que dificilmente poderia ser mostrado em toda a sua densidade sem a existência do Anexo -, outros eventos já estão sendo projetados, como exposições de Miguel Rio Branco, Tunga e Fernando Lemos, além da realização de um performance por Lenora de Barros.
novembro 10, 2015
Desde Muito Antes na Gustavo Rebello Arte, Rio de Janeiro
AGENDA RJ Hoje 11/11 às 18-22h @ Gustavo Rebello: Desde Muito Antes reúne o lançamento de uma antologia crítica de...
Posted by Canal Contemporâneo on Quarta, 11 de novembro de 2015
Seis anos de crítica e sua atualidade após seis décadas de arte brasileira
Gustavo Rebello Arte apresenta ao público carioca a exposição Desde Muito Antes, de 12 de novembro a 18 de dezembro de 2015. A mostra reúne o lançamento de uma antologia crítica de textos sobre arte, escritos por Ferreira Gullar para o Suplemento Dominical do Jornal do Brasil, de 1956 a 1961, junto de uma exposição com 24 obras, do mesmo período, de artistas como Aluísio Carvão, Ivan Serpa, João José Costa, Amilcar de Castro, Lygia Pape, entre outros.
Resultado de ampla e cuidadosa pesquisa realizada no Centro de Pesquisa e Documentação do Jornal do Brasil por Renato Rodrigues da Silva e Bruno Melo Monteiro, a antologia crítica de textos sobre arte, escritos por Ferreira Gullar para o Suplemento Dominical do Jornal do Brasil, de 1956 a 1961, publicada pela Contra Capa Editora, reúne mais de 100 contribuições de Gullar para a reflexão crítica acerca de um dos períodos mais significativos da arte brasileira do século XX.
O conjunto de artigos vai além do engajamento do autor nas questões que tanto consolidaram quanto opuseram o concretismo e o neoconcretismo no decorrer dos anos 1950. Há não apenas diversas resenhas de exposições individuais e coletivas visitadas por ele, entre as quais a Bienal de São Paulo e o Salão Moderno, como também importantes considerações sobre a arte moderna, o tachismo, o meio de arte no Brasil e as relações entre arte, técnica e ciência.
O conteúdo dos textos foi cuidadosamente extraído dos microfilmes mantidos sob a guarda do Centro de Pesquisa e Documentação do Jornal do Brasil. Em alguns casos, contudo, as imagens disponíveis apresentavam pequenas lacunas, que posteriormente foram preenchidas com pesquisas na Biblioteca Nacional e em acervos particulares, permitindo a recuperação do material original. Por fim, eventuais gralhas, alguns poucos erros de citações e dúvidas decorrentes da composição tipográfica dos originais foram sanadas pelo próprio autor. A antologia, portanto, procurou ser fiel ao que se imprimiu no cada vez mais relevante suplemento publicado pelo Jornal do Brasil.
A iniciativa de organizar para o lançamento do livro uma exposição abarcando o mesmo período dos textos de Ferreira Gullar, composta de obras de colecionadores privados e, sobretudo, do acervo da Gustavo Rebello Arte, tem como principal objetivo oferecer aos visitantes um panorama sucinto do contexto da produção artística sobre a qual eles foram escritos. Em sua reunião num único volume, nota-se rapidamente a preocupação do autor em tanto acompanhar quanto problematizar o que era feito pelos artistas, principalmente no eixo Rio-São Paulo.
Entre as obras expostas na galeria Gustavo Rebello Arte, destacam-se amarelobranco (1959), óleo sobre tela de Aluisio Carvão, reproduzido ao lado do texto “Pintura brasileira agora”, publicado no dia 26 de setembro de 1959; o óleo sobre tela Ideia desde muito antes (1956/1995), de João José Costa, tema da capa do livro, e uma escultura de Amilcar de Castro, de 1959, e um conjunto de seis xilogravuras de Lygia Pape, ambos pertencentes, primeiramente, a Mário Pedrosa.
A colaboração entre a Contra Capa e a Gustavo Rebello Arte oferece ao público, portanto, a possibilidade de, numa ida a Copacabana, retomar um fio que se vem tecendo há seis décadas na arte brasileira.
Nova série sobre arte contemporânea, “Olhar”, estreia dia no canal Arte1
AGENDA TV Hoje 10/11 às 22h30 @ Arte 1: estreia "Olhar" nova série sobre arte contemporânea, com 12 episódios exibidos...
Posted by Canal Contemporâneo on Terça, 10 de novembro de 2015
Série documental aposta em um olhar intimista e poético sobre artistas contemporâneos emergentes
Olhar, estreia em 10 de novembro, terça-feira, 22h30, no Canal Arte1 – 183 na Sky e 53 na Net – com 12 episódios exibidos semanalmente.
Produzida pelas produtoras Lunar Multimídia e Maravilha8, “Olhar” é uma série de 12 episódios que mergulha no universo criativo de 24 artistas contemporâneos no Rio de Janeiro. Cada episódio é dedicado ao trabalho de dois artistas, e acompanha o artista em sua prática. Mostrando etapas distintas da produção de trabalhos de arte, entre a prática de ateliê, montagem de exposições, ou visita a lugares que lhes inspiram, “Olhar” propõe uma visão ampla da produção contemporânea carioca. Desta forma, a série aproxima o espectador do cotidiano do artista, e das principais questões do seu trabalho e seu imaginário.
Isis Mello assina a idealização e direção geral da série, dirigida também por Anna Costa e Silva e idealizada em parceria com Mariana Rolim e Chiara Banfi. A temporada tem a curadoria da crítica de arte Daniela Labra. Entre os artistas participantes estão Laura Lima, Marcos Chaves, Eduardo Berliner, Cadu, Alice Micelli, Rodrigo Braga, Marcone Moreira, Barrão, Cabelo, Luiza Baldan e Matheus Rocha Pitta.
Um dos grandes diferenciais de “Olhar” é o enfoque no próprio artista, que divide seu processo criativo com o espectador, sem a presença de um apresentador ou a mediação de curadores e críticos. Entre as questões abordadas na série estão a trajetória de cada um,seus interesses e motivações, suas influências, as relações entre trabalho e vida, o papel político da arte, e seu dia-a-dia. Numa construção poética, que foge da linearidade, conversas e imagens documentais do processo de trabalho se misturam com os próprios trabalhos, de exposições e imagens de arquivo de pesquisa dos artistas.
“Olhar é um retrato dos personagens, o programa não tem a intenção de contar linearmente a trajetória de cada um, passando por todos os trabalhos e fases daquele artista. Estamos interessadas no instante em que essa pessoa se encontra e sobretudo em seu processo criativo. Podemos falar de sua biografia ou não.” diz a diretora geral Isis Mello. “Nosso interesse principal é a escuta e a observação. Quem são essas pessoas? Quais suas motivações para trabalhar, para existir? Que universos são esses e como isso aparece no trabalho?”, reflete a diretora Anna Costa e Silva
Contemplada pelo edital de Investimento Automático da Riofilme, “Olhar” é uma co-produção da Lunar Multimídia, Maravilha8, Arte1 e Riofilme. A direção de fotografia é de Martina Rupp e a trilha sonora original de Berna Ceppas.
AS DIRETORAS
Isis Mello – diretora geral
Roteirista, diretora e montadora, formada em Comunicação Social pela UFRJ. Dirigiu o especial Fé na Tábua exibido na MTV e diversos curtas, entre eles My Frango que recebeu menção honrosa no Curta Criativo e participou de festivais nacionais e internacionais como o UpTo 3 no Canadá. Montadora de filmes e séries com 10 anos de experiência no mercado,editou diversas séries documentais como Hoje é Dia de Música, para a HBO, Um Pé de Quê?, apresentada por Regina Casé, Vozes do Clima, indicada ao Prêmio Esso de Jornalismo e Nomes da Moda, exibida no Canal Fashion TV e indicada ao Prêmio Moda Brasil. Recentemente, assina com Sergio Meklera montagem do filme Arquitetura da Cor sobre Beatriz Milhazes, de José Henrique Fonseca. Nas artes visuais, foi montadora de vídeo-instalações exibidas em instituições no Brasil e no exterior, como Caixa Cultural, Centro Cultural Justiça Federal, Interstate Projects Gallery, e Grace Exhibition Space.
Anna Costa e Silva – diretora
Carioca, 27 anos, diretora e artista visual. Trabalha nas interseções entre cinema, performance e práticas de encontro.Mestre em Artes Visuais pela School of Visual Arts, NY e graduada em Cinema pela UGF, RJ. Recentemente, recebeu os prêmios FOCO Bradesco ArtRio e Bolsa Funarte de Estímulo à Produção Artística. Dirigiu diversas vídeo-instalações, exibidas em instituições no Brasil e no exterior, como Caixa Cultural, Centro Cultural Justiça Federal, Interstate Projects Gallery, e Grace Exhibition Space. Seus curtas metragens participaram de festivais no Brasil,França, Espanha, Portugal, Bulgária, Austrália, e EUA, recebendo prêmios como Melhor Filme Experimental no FestCine Amazônia e Accolade Award of Excellence, na Califórnia. Foi assistente de direção de 9 longas metragens, trabalhando com diretores como Cacá Diegues, Jorge Durán, Marcos Prado e Arnaldo Jabor.
A palavra palavra na Carbono, São Paulo
A arte das palavras na obra de Jorge Menna Barreto
Artistas convidados: Artur Lescher, Célia Euvaldo, Carlos Fajardo, Daniel Steegmann, Felipe Cohen, Gustavo Speridião, Jenny Holzer, Josef Albers. Juan Fontanive, Julio Le Parc, Laura Lima, Lenora de Barros, Luiza Baldan, Marcius Galan, Nelson Leirner, Paulo Bruscky, Rachel Whiteread, Regina Silveira, Sérvulo Esmeraldo, Tatiana Blass.
A Carbono Galeria, abre no próximo dia 10 de novembro, terça-feira, a partir das 19h, a exposição A palavra palavra de Jorge Menna Barreto, em parceria com a curadora e crítica de arte, Galciani Neves, que também faz o texto de apresentação da mostra, criada especialmente para a galeria. Será uma recriação do projeto feito pelo artista para o 32º Panorama da Arte Brasileira, realizado em 2011, no MAM, onde palavras criadas da mistura de termos distintos, são escritas em tapetes de borracha.
Com o exercício de associar uma ou mais palavras a uma obra ou conjunto, os tapetes funcionavam como disparadores de conversas sobre as obras. A ambiguidade dos termos trabalha a favor de um discurso aberto, sem um ponto de chegada definido. Como ferramenta educativa, portanto, os capachos distanciam-se de um discurso “esclarecedor”, atuando como provocadores ao invés de mediadores de um conteúdo primeiro.
As obras expostas na galeria tem o intuito de acarretar discussões sobre a maneira que cada individuo percebe ou internaliza cada uma das peças apresentadas.
O processo curatorial foi montado baseando-se no acervo da galeria. Obras estas, feitas com exclusividade para a Carbono.
A coletiva reúne edições dos seguintes artistas: Artur Lescher, Célia Euvaldo, Carlos Fajardo, Daniel Steegmann, Felipe Cohen, Gustavo Speridião, Jenny Holzer, Josef Albers. Juan Fontanive, Julio Le Parc, Laura Lima, Lenora de Barros, Luiza Baldan, Marcius Galan, Nelson Leirner, Paulo Bruscky, Rachel Whiteread, Regina Silveira, Sérvulo Esmeraldo, Tatiana Blass.
Para o artista Jorge Menna Barreto, o conjunto de palavras pensadas para os tapetes flerta com a intenção de um texto crítico sobre a exposição. “Ao mesmo tempo, se distanciam de um texto do gênero em sua subversão da linguagem, que por sua vez as aproxima do texto poético ou das próprias obras”, explica. E acrescenta: “Habitam, assim, um território ambíguo, em trânsito entre obra, discurso crítico e dispositivo de mediação.”
Para a curadora, Galciani Neves “E toda palavra nua é um encontro de nadas. De um deslize sem rastro, atônito, entre vozes que não se deixam escrever. Vem daí a tarefa de sua investigação: traçar, a todo custo, sua origem. Toda palavra é útil. Mera convenção entre os ruídos, é lembrança de um acontecimento nítido ou tradução de uma imagem instantânea, com passado e futuro, explicando o mundo desconhecido, para saber e para fazer saber. Toda palavra é desmesura, como se, naquele poço em que se aprofundou de muito em muito, no fundo do breu, deixando-se cair na dúvida, fosse levando restos de parede, roçando em dedos, complicando-se em partículas minúsculas para não mais se deixar compreender” observa.
Na ocasião teremos uma ação social, onde serão vendidas camisetas (Art-Shirt) dos artistas Tomie Ohtake e Cassio Vasconcellos, realizadas especialmente para essa edição e com renda integral revertida para Casa Zezinho. Para mais informações clique aqui.