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fevereiro 25, 2015

Fabio Miguez na Nara Roesler, São Paulo

A Galeria Nara Roesler abre seu calendário de exposições de 2015 em SP trazendo de 29.02 a 28.03 a mostra Horizonte, Deserto, Tecido, Cimento, que engloba a nova produção de Fabio Miguez, nome consagrado da geração dos anos 1980. Um dos integrantes do antológico ateliê Casa 7 ao lado de Nuno Ramos, Rodrigo Andrade, Carlito Carvalhosa e Paulo Monteiro, Miguez traz à galeria o resultado produzido nos últimos dois anos de uma pesquisa que remonta a 2009.

A partir dessa época, o artista desenvolveu uma imagética concisa, unindo uma iconografia geométrica própria a palavras extraídas, num primeiro momento, de poesias de João Cabral de Melo Neto, entre outras fontes. "Busquei João Cabral porque suas poesias são secas, limpas, de característica substantiva. Quando as palavras são muito bonitas, podem dar um ar de mau gosto", afirma Miguez.

Na definição de Tiago Mesquita, que escreveu o texto de apresentação da mostra, "Não é por acaso que Miguez, para compor essas imagens, se valha de figuras e temas retirados das pinturas de Piero della Francesca e Henri Matisse. Da mesma forma que toma emprestadas palavras dos textos de João Cabral de Melo e Samuel Beckett. O artista elenca um repertório de fragmentos apropriados ou inventados que são sintéticos, diretos. Eles nos sugerem essa beleza que tem algo de vaga, algo de uma memória que se esvai rapidamente. É um telhado, que será um trapézio, uma diagonal, um cinza, um horizonte de partida".

De fato, o que se constata em suas telas atuais é uma destreza límpida na composição com elementos geométricos e de escrita. As formas criadas não ferem a superficialidade da pintura, que, mesmo ao oferecer perspectiva, não se insinua para além da bidimensionalidade. A aparente crueza do traço disfarça a exímia qualidade pictórica, que nesse conjunto é constituída pela sobreposição de camadas finas, parecendo esgarçar-se e permitindo o vislumbre da camada anterior.

É que nesses trabalhos, mais do que na maestria do que está visível, o sentido surge além, fora do plano. No encontro entre figuras rudimentares e a escrita substantiva e despida de floreios, o artista situa a tensão entre o que se pode visualizar e os sentidos inerentes aos signos impressos. Os elementos gráficos são reincidentes, como se o artista criasse seu próprio universo, seu léxico particular.

Mesquita define: "É como alguém que, ao te contar de um dia feliz, enumera algumas lembranças dispersas: o clima estava quente, o céu era azul, estava deitado diante de uma parede inclinada. Alguma experiência desse sujeito é contada, mas o que chega a nós são os resíduos: fragmentos soltos com pouca relação entre eles. Não temos uma dimensão íntegra do espaço recriado. Ele parece sem amarração. Como se estivesse a se dissipar e dar lugar ao deserto".

Assim, o espectador é surpreendido pelo hiato que subverte a visão viciada e cotidiana. Nas palavras do crítico Lorenzo Mammi, Fabio Miguez não vai "aderir a um sistema geral de comunicação, em que todo traço é signo de alguma coisa, e sim, ao contrário, fazer com que cada signo se torne traço, ou seja, participa de uma configuração da qual não faria sentido separá-lo, e que modifica ao mesmo tempo em que é modificado por ela."

Sobre o artista

Fabio Miguez inicia sua carreira na década de 1980 quando, ao lado de Carlito Carvalhosa, Nuno Ramos, Paulo Monteiro e Rodrigo Andrade, forma o ateliê Casa 7. Durante os anos 1990 começa a produzir, simultaneamente a seu trabalho pictórico, as séries de fotos Derivas, que são publicadas em 2013 com o nome Paisagem Zero.

Nos últimos anos, Miguez vem desenvolvendo trabalhos de formulação tridimensional, como a instalação Onde, de 2006, o objeto Ping‑pong, de 2008, e a série Valises produzida desde 2007, que expandem seu campo de pesquisa — a pintura. Sua formação em arquitetura traz uma influência construtiva, que alia‑se a investigações sobre a escala, a matéria e a figuração. Miguez lida com formas modulares, submetendo‑as a um raciocínio combinatório, repetindo‑as, e variando sua posição ao passo em que lhes opera inversões e espelhamentos. Nos seus trabalhos, a lógica espacial, que antes disso resolvia‑se no plano e na profundidade da pintura, se expande na mente daquele que contempla essas pinturas, no irresistível pensamento sobre os desdobramentos possíveis.

Nascido em São Paulo em 1962, Fábio Miguez participou de bienais como a Bienal Internacional de São Paulo (São Paulo, Brasil, 1985 e 1989), a 2ª Bienal de Havana (Havana, Cuba, 1986), a 3ª Bienal Internacional de Pintura de Cuenca (Cuenca, Equador, 1991) e a 5ª Bienal do Mercosul (Porto Alegre, Brasil, 2005), além de mostras retrospectivas como Bienal Brasil Século XX (1994) e 30 x Bienal (2013), ambas promovidas pela Fundação Bienal de São Paulo. Teve exposições individuais, como: Paisagem zero (Centro Universitário Maria Antonia, São Paulo, Brasil, 2012); Temas e variações (Instituto Tomie Ohtake, São Paulo, Brasil, 2008); na Pinacoteca do Estado de São Paulo (São Paulo, Brazil, 2003), acompanhada da publicação de um livro sobre sua obra; e no Centro Cultural São Paulo (São Paulo, Brasil, 2002). Mostras coletivas recentes incluem Prática portátil (Galeria Nara Roesler, São Paulo, Brasil, 2014), Tomie Ohtake/Correspondências (Instituto Tomie Ohtake, São Paulo, Brasil, 2013), Analogias (Museu da Arte Brasileira da Fundação Armando Álvares Penteado, São Paulo, Brasil, 2013) e As tramas do tempo na arte contemporânea: estética ou poética (Instituto Figueiredo Ferraz, Ribeirão Preto, Brasil, 2013).

Posted by Patricia Canetti at 12:47 PM

fevereiro 19, 2015

Pierre Verger na Marcelo Guarnieri, São Paulo

Pierre Verger - O Mensageiro, Galeria Marcelo Guarnieri, São Paulo, SP - 02/03/2015 a 28/03/2015

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Antes de chegar ao Brasil, antes de se debruçar sobre a cultura afro-brasileira, antes de se tornar babalaô, Pierre Verger era, essencialmente, fotógrafo. Um fotógrafo já reconhecido desde antes da Segunda Guerra Mundial e com fotografias publicadas nas mais importantes revistas francesas e internacionais da época, como Life, Vu, Regards e Arts et Métier Graphiques.

Quando sua vida e sua obra caminharam em direção às questões afro-brasileiras, tornou-se um homem do candomblé, publicou intensamente sobre essa temática - notadamente sobre sua matriz religiosa -, fixou residência na Bahia e mergulhou tão profundamente nesse novo viver que foi aos poucos desaparecendo da memória de seus contemporâneos franceses e europeus, ao menos como fotógrafo.

Em 1993, a Revue Noire, das primeiras a destacar a arte africana no mercado ocidental, realizou a grande exposição Pierre Verger, Le Messager, com mostras na Suíça e na França, no Musée d’Art d’Afrique et d’Océanie. Amplamente divulgadas nos meios de comunicação franceses, esse grande evento cultural recolocou Verger no cenário da fotografia em seu país de origem.

No processo de construção dessa exposição e com o objetivo de selecionar imagens para a mostra e para o livro-catálogo, os diretores da Revue Noire vieram até a casa de Verger, na Bahia. Após um minucioso trabalho, desenvolvido em conjunto com o fotógrafo, levaram mais de 300 negativos para Paris, onde realizaram, pela primeira vez, cópias de excelente qualidade. A maioria dessas ampliações foram, então, utilizadas para fazer os fotolitos do livro Le Messager e/ou expostas.

Nessa época, os donos da Revue Noire, aproveitando a presença de Verger em Paris, conseguiram que ele assinasse uma certa quantidade dessas cópias, o que Verger aceitou fazer, embora normalmente não se submetesse a esse tipo de cerimonial. O que realmente importava para Verger – ao contrário de muitos fotógrafos - eram seus negativos, por representarem suas memórias. Na verdade, ele dava pouca importância às ampliações, que não costumava vender e que podia reproduzir quando se fizesse necessário.

Poucos anos depois, em fevereiro de 1996, Verger faleceu na Bahia, deixando esse conjunto único de imagens, que continuou em poder da Revue Noire, em Paris. Essas imagens foram comercializadas na França, até o final do ano de 2000, quando a Fundação adquiriu sua quase totalidade.

Nesse momento, através da Galeria de Marcelo Guarnieri, com sede em São Paulo, a Fundação coloca à venda, pela primeira vez no mercado brasileiro, essas cópias assinadas por Pierre Fatumbi Verger, em Paris.

Fundação Pierre Verger
fevereiro, 2015


Pierre Verger - O Mensageiro, Galeria Marcelo Guarnieri, São Paulo, SP - 02/03/2015 a 28/03/2015

Before arriving in Brazil, before delving into Afro-Brazilian culture, before becoming a Babalawo, Pierre Verger was, essentially, a photographer. An internationally recognized photographer since before World War II, his photographs were published in important magazines such as Life, Vu, Regards, and Arts et Métier Graphiques.

When his life and work took a turn toward Afro-Brazilian questions, he became a man of Candomblé and published intensely on this theme and notably about its religious origins, took up residence in Bahia, and immersed himself so deeply in this new life that he began to gradually disappear from the memory of his fellow Frenchmen and Europeans, at least as a photographer.

In 1993, the Revue Noire, one of the first to spotlight African art in the Western market, held the large exhibition Pierre Verger, Le Messager, with shows in Switzerland and in France, at the Musée d’Art d’Afrique et d’Océanie. Widely reported in the French mass media, this large cultural event restored Verger in the photographic scene of his country of birth.

In order to select images for that exhibition and the book-catalog that accompanied it, the directors of Revue Noire went to Verger’s house in Bahia. After a detailed work carried out together with the photographer, they brought more than 300 negatives to Paris where they were printed for the first time, as excellent-quality enlargements. Most of these enlargements were then used to make the photolithographs for the book Le Messager and/or shown.

At that time, the owners of Revue Noire, taking advantage of Verger’s presence in Paris, asked him to sign a certain number of these copies, and Verger honored their request, even though he did not normally engage in this sort of ceremony. Unlike many photographers, for Verger the really important thing was his negatives, for representing his memories. He placed little importance on the enlargements, which he did not normally sell and could reproduce as necessary.

A few years later, in February 1996, Verger died in Bahia, leaving this unique set of images under the power of the Revue Noire, in Paris. These images were commercialized in France, up to the end of 2000, when the Pierre Verger Foundation acquired nearly the entire set.

These copies signed in Paris by Pierre Fatumbi Verger are now in Brazil, as the Foundation is offering them for sale for the first time on the Brazilian market, through Galeria Marcelo Guarnieri, headquartered in São Paulo.

Pierre Verger Foundation
february, 2015

Posted by Patricia Canetti at 2:38 PM

fevereiro 18, 2015

Luiz Zerbini no Galpão Fortes Vilaça, São Paulo

Luiz Zerbini retorna a São Paulo para apresentar Natureza Espiritual da Realidade, sua nova exposição no Galpão Fortes Vilaça. Através de uma grande instalação e de oito pinturas de grande e médio formato, o artista explora justaposições entre figuração e geometria, natureza e arquitetura. Essas temáticas, frequentes em sua trajetória, são apresentadas com uma complexidade inédita.

[Scroll down for English version]

Em sua pintura, Zerbini parte de imagens fotográficas e as sobrepõe a outros elementos abstratos em uma complexa trama onde figura e fundo se confundem. O modo não-hierárquico como esses elementos são arranjados segue uma lógica interna do processo, em que uma imagem pede por outra sucessivamente, até que a composição se complete. Em Ilha da Maré, essa trama inclui um palco precário com uma galinha, caixas de som, siris, ladrilhos e, finalmente, o mar - ou sua visão particular da água do mar, que permeia ainda outros trabalhos da exposição. Buraco retrata uma caixa com padrões geométricos distintos que é encoberta pela maré. Uma Onda de aspecto ameaçador invade a maior pintura da exposição, recortada por distúrbios que imprimem ainda mais velocidade à imagem. EmCachoeira, faixas de cor cruzam a tela e são interrompidas por fragmentos de galhos e pedras, mesclando figuração e geometria de maneira ainda mais complexa.

Os trabalhos geométricos da mostra também estão associados à figuração. Algumas obras partem de uma imagem e se tornam totalmente abstratas; outras ganham referências a lugares e objetos em seus títulos. Efeitos óticos norteiam essas pinturas, assim como as experimentações com cor. Em Serra do Luar, uma grade prateada de losangos é sobreposta a outra de quadrados, com intrincado esquema de cores e degradês. Em Ultramarine, um azul denso e opaco contrasta com as faixas de cores metálicas luminosas em primeiro plano. Os pequenos quadrados coloridos deChuvisco, por sua vez, confundem o foco da visão e provocam a sensação de miopia.

Natureza Espiritual da Realidade - trabalho que dá nome a exposição - é uma instalação composta por dez mesas de madeira, configuradas como vitrines museológicas. O trabalho ganhou sua primeira forma em 2012 quando Zerbini o incluiu na mostra Amor no MAM Rio e, em 2014, recebeu nova composição em Pinturas na Casa Daros, também no Rio de Janeiro. A cada exposição a ordenação das mesas e de seus elementos é alterada, dando ao trabalho um dinamismo constante. Divididas em quadrados, as mesas incluem objetos curiosos recolhidos pelo artista, achados a esmo em viagens ou colecionados por razões pessoais. Conchas, pedras, tijolos, ladrilhos, troncos, plantas, redes de pesca e até mesmo uma nota de dez reais se organizam ora como naturezas mortas, ora como composições abstratas. O tampo de vidro também recebe interferências do artista com grafismos e gelatina colorida, causando alterações na incidência de cor e luz sobre os elementos.

Ao estabelecer um diálogo direto com as obras na parede, a instalação pode ser lida como a organização sistemática das referências presentes nas pinturas - um inventário do universo particular do artista. No entanto, é possível também fazer o raciocínio inverso e entendê-la como uma tradução tridimensional do processo pictórico de Zerbini - em especial o modo como organiza elementos tão díspares através de cor e geometria. Natureza Espiritual da Realidade é, portanto, ponto de partida da sua pesquisa, mas ao mesmo tempo o campo de atração de todo o seu trabalho, para o qual todas as coisas parecem convergir.

Luiz Zerbini nasceu em 1959, em São Paulo, mas vive e trabalha no Rio de Janeiro desde 1982. Sua obra foi tema de grandes exposições individuais nos últimos anos, entre as quais: Pinturas, Casa Daros (Rio de Janeiro, 2014); amor lugar comum, Inhotim (Brumadinho, 2013); Amor, MAM (Rio de Janeiro, 2012). Sua obra está presente em diversas coleções públicas, entre as quais: Inhotim Centro de Arte Contemporânea (Brumadinho); Instituto Itaú Cultural (São Paulo); Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro; e Museu de Arte Moderna de São Paulo. Paralelamente, Zerbini ainda integra desde 1995 o coletivo Chelpa Ferro, com Barrão e Sérgio Mekler, que explora as relações entre as artes visuais e a música.


Luiz Zerbini returns to São Paulo to present Natureza Espiritual da Realidade [Spiritual Nature of Reality], his new exhibition at Galpão Fortes Vilaça. Through a large installation and eight medium and large-format paintings, the artist explores juxtapositions between figuration and geometry, nature and architecture. He has often worked with these themes before, but never with so much complexity.

In his painting, Zerbini begins with photographic images to which he overlays other abstract elements in a complex weave where figure and background are blended. The nonhierarchical way in which these elements are arranged follows an inherent processual logic, in which one image naturally follows another, until the composition is complete. In Ilha da Maré [Maré Island] this weave includes a precarious stage with a chicken, loudspeakers, crabs, bricks, and, finally, the sea – or his particular view of the water of the sea, which also pervades other artworks in the exhibition. Buraco [Hole] depicts a box with distinct geometric patterns that is covered by the ocean tide. A threatening-looking wave invades the largest painting in the exhibition Onda [Wave], which is shot through by disturbances that lend it an even greater velocity. In Cachoeira [Waterfall], bands of color cross the canvas and are interrupted by fragments of tree branches and stones, blending figuration and geometry in an even more complex way.

The geometric works in the show are also associated to figuration. Some of the works are based on an image and become totally abstract; others involve references to places and objects intheir titles. These paintings are guided by optical effects, along with experiments with color. In Serra do Luar [Moonlit Mountains], a silver grid of lozenges is overlaid to a grid of squares, with an intricate scheme of colors and shadings. In Ultramarine, a dense and opaque blue stands in contrast to bands of luminous metallic colors in the foreground. For their part, the small colored squares of Chuvisco [Drizzle] confuse the viewer’s focus, causing a sensation of myopia.

Natureza Espiritual da Realidade - the work that lends its title to the exhibition – is an installation consisting of ten wooden tables, configured like museum display cases. The work gained its first form in 2012 when Zerbini included it in the show Amor at MAM Rio and, in 2014, it received a new composition at the exhibition Pinturas, held at Casa Daros, also in Rio de Janeiro. At each exhibition, the arrangement of the tables and their elements is altered, giving the work a constant dynamism. Divided into squares, the tables include curious objects collected by the artist, randomly found on trips or collected for personal reasons. Seashells, stones, bricks, ceramic tiles, tree trunks, plants, fishing nets and even a R$10 bill are arranged sometimes as still-lifes, sometimes as abstract compositions. The artist also interferes on the glass tabletop with graphic marks and colored gelatin, causing alterations in the incidence of color and light on the elements.

Insofar as it establishes a direct dialogue with the works on the wall, the installation can be read as a systematic organization of the references present in the paintings – an inventory of the artist’s private universe. It is possible, however, to use an inverse reasoning and understand it as a three-dimensional translation of Zerbini’s pictorial process – especially the way in which he uses color and geometry to organize such a wide range of elements. Natureza Espiritual da Realidade is, therefore, a starting point for his research as well as an attractive field towards which all his work seems to converge.

Luiz Zerbini was born in 1959, in São Paulo, but has been living and working in Rio de Janeiro since 1982. Recentlarge solo shows that have featured his work include Pinturas, at Casa Daros (Rio de Janeiro, 2014); amor lugar comum, at Inhotim (Brumadinho, 2013); and Amor, at MAM (Rio de Janeiro, 2012). His work is present in various public collections, including those of Inhotim Centro de Arte Contemporânea (Brumadinho), Instituto Itaú Cultural (São Paulo), Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, and Museu de Arte Moderna de São Paulo. In parallel with his individual work, since 1995 Zerbini has worked together with Barrão and Sérgio Mekler in the artist’s collective Chelpa Ferro, which explores the relations between visual arts and music.

Posted by Patricia Canetti at 10:28 AM

Matías Duville na Luisa Strina, São Paulo

Galeria Luisa Strina tem o prazer de apresentar Escenario, proyectil, a segunda exposição individual do artista argentino Matías Duville, cinco anos após sua primeira exposição na galeria. Seu trabalho se encontra exposto atualmente no CCSP – Centro Cultural São Paulo na exposição coletiva Beleza? e em março o artista inaugura uma exposição individual no MAM Rio.

[Scroll down for English version]

O trabalho do artista gira em torno de temas como espaço e volume, elementos orgânicos e inorgânicos, os quais muitas vezes tomam a forma de grandes instalações no espaço expositivo. Para a exposição na Galeria Luisa Strina, o artista desenvolveu cinco desenhos de grande escala, um video, uma instalação e três peças montadas no chão da galeria, explorando a relação entre ciência e natureza.

Nascido em Buenos Aires, em 1974, o artista participou de uma série de residências na Colômbia (FLORA, Honda, 2014); França (SAM Art Projects, Paris, 2013); EUA (John Simon Guggenheim Memorial Foundation Fellowship, New York, 2011 e Skowhegan Residency Scholarship, 2011); Itália, Brasil e Peru.

Participou também de exposições coletivas no Petit Palais, Paris (2013); MUSAC – Museo de Arte Contemporáneo de Castilla y León (2010); MALBA – Museo de Arte Latinoamericano de Buenos Aires (2009); CIFO – Cisneros Fontanals Art Foundation, Miami (2008).

Seu trabalho faz parte das coleções do MOMA – Museum of Modern Art, New York; MALI – Museo de Arte de Lima, Peru; MACRO – Museo de Arte Contemporaneo de Rosario, Argentina; MAMBA – Museo de Arte Moderno de Buenos Aires; Patricia Cisneros Collection, New York, EUA; ARCO Foundation, Madrid, Espanha.


Galeria Luisa Strina is pleased to announce Escenario, proyectil, the second solo exhibition of Argentinian artist Matías Duville, five years after his first exhibition at the gallery. His work is at present exhibited at CCSP – Centro Cultural São Paulo in an exhibition named Beleza? (Beauty?) and the artist opens a solo exhibition in March at MAM Rio.

The work of Duville deals with themes such as space and volume, organic and inorganic elements, which many times take the form of large installations on the exhibition space. For his solo show at Galeria Luisa Strina, the artist developed five large scale drawings, a video, an installation and three pieces to be set up on the gallery’ s floor, exploring the relationship between science and nature.

Born in Buenos Aires, in 1974, the artist participated in a series of residencies in Colombia (Flora, Honda, 2014); France (SAM Art Projects, Paris, 2013); USA (John Simon Guggenheim Memorial Foundation Fellowship, New York, 2011 and Skowhegan Residency Scholarship, 2011); Italy, Brazil and Peru.

Duville also participated in group exhibitions at Petit Palais, Paris (2013); MUSAC – Museo de Arte Contemporáneo de Castilla y León (2010); MALBA – Museo de Arte Latinoamericano de Buenos Aires (2009); CIFO – Cisneros Fontanals Art Foundation, Miami (2008).

His work is part of the following collections: MOMA – Museum of Modern Art, New York; MALI – Museo de Arte de Lima, Peru; MACRO – Museo de Arte Contemporaneo de Rosario, Argentina; MAMBA – Museo de Arte Moderno de Buenos Aires; Patricia Cisneros Collection, New York, USA; ARCO Foundation, Madrid, Spain.

Posted by Patricia Canetti at 9:56 AM

fevereiro 17, 2015

6ª edição do Salão dos Artistas Sem Galeria na Sancovsky e Zipper, São Paulo

O paulista Andrey Zignnatto é o artista premiado na 6ª edição do Salão dos Artistas Sem Galeria. Zignnatto recebeu 27 pontos de 30 possíveis.

Os dez artistas selecionados na 6ª edição do Salão dos Artistas Sem Galeria, promovido pelo Mapa das Artes, participam de exposições coletivas em três galerias. Em São Paulo, as exposições são simultâneas e ocorrem na Galeria Sancovsky (antiga Arterix) (de 22/1 a 21/2) e na Zipper Galeria (de 23/1 a 21/2). Em Belo Horizonte, a mostra ocorre na Orlando Lemos Galeria, entre 07 e 29/03/15. O artista premiado ganhará uma individual no mesmo período no espaço mineiro.

O júri de seleção foi formado pelos curadores Adriano Casanova, Enock Sacramento e Mário Gioia, que escolheu os seguintes artistas: Andrey Zignnatto (SP), Charly Techio (SC/PR), Cida Junqueira (SP), Evandro Soares (BA/GO), Fernanda Valadares (SP/RS), Lucas Dupin (MG), Marcos Fioravante (PR/RS), Myriam Zini (Marrocos/SP), Piti Tomé (RJ) e Thais Graciotti (ES/SP). Todos os dez selecionados recebem R$ 600,00 de ajuda de custo.

O prêmio de R$ 1.000,00 ao artista Andrey Zignnatto foi definido pelo júri, que deu notas de 1 a 10 para cada um dos artistas. Não houve comunicação entre os membros do júri para a definição do prêmio. Zignnatto terá ainda uma mostra individual organizada pela Orlando Lemos Galeria ainda este ano.

O Salão dos Artistas Sem Galeria tem como objetivo avaliar, exibir, documentar e divulgar a produção de artistas plásticos que não tenham contratos verbais ou formais (representação) com galeria de arte na cidade de São Paulo. O Salão é uma porta de entrada para os artistas selecionados no mundo das artes.

A 6ª edição do Salão dos Artistas Sem Galeria recebeu 145 inscrições de 11 Estados brasileiros mais o Distrito Federal. São Paulo compareceu com 88 artistas, sendo 69 da capital, 15 do interior, 4 do ABC e um do litoral. Rio de Janeiro teve 19 inscritos (14 da capital e cinco do interior e litoral). Distrito Federal, Rio Grande do Sul, Paraná e Minas Gerais vieram em terceiro, com sete inscritos cada. Santa Cataria compareceu com quatro inscrições. Amazonas, Goiás, Espírito Santo, Mato Grosso e Pará tiveram uma inscrição cada.

A galeria paulistana Zipper foi, mais uma vez, indicada como preferida dos artistas inscritos. A Zipper recebeu 30 votos opcionais e espontâneos. Pela primeira vez na história do evento, Agnaldo Farias não é o curador mais mencionado pelos artistas inscritos. Foi ultrapassado por Mario Gioia, que contou com 11 votos. Agnaldo segue em segundo, com 9 votos. Em terceiro apareceu Cauê Alves (oito) e Paulo Miyada (sete). Josué Mattos, Marcelo Campos e Ricardo Resende tiveram cinco votos cada. Paulo Herkenhoff, Fernando Oliva, Fernando Cocchiarale e Thaís Rivitti tiveram quatro votos cada. A indicação de até três curadores na ficha de inscrição foi opcional e espontânea. Outros 90 nomes foram lembrados pelos artistas, que podiam votar em até três curadores.

HISTÓRICO DO SALÃO DOS ARTISTAS

A 1ª edição do Salão dos Artistas Sem Galeria selecionou os artistas Affonso Abrahão (SP), Amanda Mei (SP), Bartolomeo Gelpi (SP), Bettina Vaz Guimarães (SP), Christina Meirelles (SP), João Maciel (MG), Luiz Martins (SP), Rodrigo Mogiz (MG), Pedro Wirz (brasileiro radicado na Suíça) e Sandra Lopes (SP). O júri de seleção foi composto pelo curador Cauê Alves e pelos galeristas Mônica Filgueiras e Daniel Roesler. As mostras aconteceram na Casa da Xiclet e na Matilha Cultural. Os premiados desta edição foram Amanda Mei, Bartolomeo Gelpi e Bettina Vaz Guimarães.

A 2ª edição do Salão selecionou os artistas Maria Luisa Editore, Anne Cartault d´Olive, Adriano Amaral, Camila Alvite e Tatewaki Nio (São Paulo/SP); Sidney Amaral (Mairiporã/SP); Roma Drumond (Rio de Janeiro/RJ); Osvaldo Carvalho (Niterói/RJ); Luiz Rodolfo Annes (Curitiba/PR); e Tatiana Cavinato (Belo Horizonte/MG). O júri de seleção foi formado por três galeristas de São Paulo: Fábio Cimino (Zipper), Juliana Freire (Emma Thomas) e Wagner Lungov (Central Galeria de Arte Contemporânea). A premiada desta edição foi Camila Alvite.

A 3ª edição do Salão selecionou os artistas Cris Faria (baiano radicado em Zurique, Suíça), Danielle Carcav (RJ), Diego de los Campos (SC), Edney Antunes (GO), Julio Meiron (SP), Maria Isabel Palmeiro (RJ), Pedro di Pietro (SP), Roberta Segura (SP), Rodrigo Sassi (SP) e Victor Lorenzetto Monteiro (ES). Os artistas foram selecionados pelos galeristas Jaqueline Martins, Henrique Miziara (Pilar) e Marcelo Secaf (Logo). O premiado desta edição foi Rodrigo Sassi.

A 4ª edição do Salão selecionou os artistas Fábio Leão (AL/SP), Layla Motta (SP), Paula Scavazzini (SP), Viviane Teixeira (RJ), Elizabeth Dorazio (MG/SP), Roberto Muller (RJ), Betelhem Makonnen (Etiópia/RJ), Fabíola Chiminazzo (PR/SP), Michelly Sugui (ES) e AoLeo (RJ). O júri de seleção foi formado pelo galerista Ricardo Trevisan (Casa Triângulo), pelo curador e professor da FAAP Fernando Oliva e pelo curador do MAM de Goiás Gilmar Camilo (GO). Três artistas empataram e foram premiados: Fábio Leão, Fabíola Chiminazzo e Layla Motta.

A 5ª edição do Salão selecionou os artistas Clara Benfatti (França/SP), Flora Rebollo (SP), Zed Nesti (RJ/SP), Guilherme Callegari (SP), Sheila Ortega (SP), Marcos Akasaki (SP), Heleno Bernardi (MG/RJ), Daniel Duda (PR), Regina Cabral de Mello (EUA/RJ) e Tchelo (SP). O júri de seleção foi formado pelos curadores Adriano Casanova, Mário Gioia e Enock Sacramento. O premiado foi Daniel Duda.

MAPA DAS ARTES

Criado em 2002 pelo jornalista Celso Fioravante, o Mapa das Artes é o guia impresso de artes visuais mais completo de São Paulo. O encarte dobrável oferece gratuitamente a cada dois meses toda a programação de museus, galerias e espaços dedicado às artes visuais, além de serviços. O site do Mapa das Artes (www.mapadasartes.com.br) é um portal que cobre todo o Brasil, com programação e serviço de museus de todos os Estados. O site dispõe de seções diversas, como a dedicada aos salões de arte, com datas e editais; a seção Curtas, com matérias e serviço sobre acontecimentos, eventos e assuntos de interesse do público de artes visuais; além das colunas Supernova, com notas quentes; e Notícias, que clipa matérias de artes plásticas dos principais veículos do mundo. Sua cobertura abrangente faz o Mapa das Artes ser peça fundamental para o desenvolvimento do circuito de arte brasileiro.

Posted by Patricia Canetti at 10:39 AM

fevereiro 12, 2015

Zip'Up: Matias Mesquita na Zipper, São Paulo

A Zipper Galeria inaugura juntamente com o 6º Salão dos Artistas Sem Galeria, a exposição Traços de Impermanência, individual de Matias Mesquita, artista carioca radicado em Brasília. A mostra marca o início da parceria triangular entre a Zipper, o Ateliê397 e o Elefante Centro Cultural, tendo em vista a criação e ampliação de espaços de diálogo e intercâmbio entre diferentes artistas, curadores e instituições.

Com texto de apresentação de Manuel Neves, a exposição traz trabalhos recentes do artista, apresentando a série Impermanência, em que a imagens realistas do céu de Brasília, tomadas pelo artista, são delicadamente pintadas sobre a dureza e rispidez de blocos de cimento, tão presentes na banalidade da vida urbana. Nas palavras de Neves, “esse instante efêmero, capturado e reproduzido pictoricamente, parece fixado, preso no concreto, como um lembrete de sua beleza frágil, sua provisória memória, e da inexorável passagem do tempo.”

Mesquita apresenta, também, trabalhos de uma segunda série, realizada especialmente para esta mostra e ainda sem título, que aborda a representação da fila, "emblema performático da burocracia, do controle e da coesão social", segundo Neves, tratando da inconformidade da vida individual e orgânica dos seres humanos com a cidade racional e planejada, posta metaforicamente nas peças modulares de madeira, gesso, cimento e drywall, unidades fundamentais da construção da cidade moderna.

SOBRE O ARTISTA

Graduado em Desenho Industrial/Comunicação Visual pela PUC-Rio, Matias Mesquita vem, desde 2009, participando em diversas mostras coletivas, com destaque para as realizadas nas galerias A Gentil Carioca, Luciana Caravello e AmareloNegro, no Rio de Janeiro; nas galerias Emma Thomas e Oscar Cruz, em São Paulo; e no Phoenix Institute of Contemporary Art (phICA), nos EUA.

Vencedor do prêmio IBRAM na ArtRio 2011 e terceiro colocado no Prêmio 20º Encontro de Artes de Atibaia, realizou, em 2012, sua primeira exposição individual, Incontáveis, na galeria A Gentil Carioca, que desde então representa o artista no Rio de Janeiro. Podemos citar ainda a individual "O Que Pesa Mais" realizada em 2013 também na Gentil Carioca e "Impermanência" realizada em 2014 no Elefante Centro Cultural em Brasília.

Desde 2013 vive e trabalha em Brasília, onde foi fundador, ao lado da gestora cultural Flavia Gimenes, do Elefante Centro Cultural, espaço autônomo de artes visuais que convida e estimula artistas e curadores a desenvolver projetos de produção contemporânea.

Desde 2013 vive e trabalha em Brasília, onde foi fundador, ao lado da gestora cultural Flavia Gimenes, do Elefante Centro Cultural, espaço de arte autônomo que convida e estimula artistas e curadores a desenvolver projetos de Artes Visuais.

Posted by Patricia Canetti at 10:00 AM

fevereiro 8, 2015

Chelpa Ferro e Tantão na Artur Fidalgo, Rio de Janeiro

O multiartista Tantão, figura conhecida na cena underground carioca desde os anos 80 quando fazia parte da banda Black Future, apresenta série inédita de paisagens abstratas e participa de performance sonora ao lado de Chelpa Ferro, na Artur Fidalgo Galeria, no dia 11 de fevereiro, às 19 horas.

A série AutoCad traz composições geométricas da paisagem urbana. Nas 20 telas pintadas em acrílico sobre linho, todas 20x20, as laterais seguem a geometria proposta de um trajeto cúbico. No caso dos três dípticos, o desenho segue invisível até a outra margem. Entre eles, em "Favela", "quadrados mágicos quase penetráveis, pintados com cores fortes", levam ao mesmo espaço no centro.

“No programa autocad, na tela do computador, tudo é paralelo, é o mundo do paralelo. Mas no linho você encontra outra trama, a do fio, e ela nunca é igual”, conta. No cruzamento de todas as tramas que ele pode ver, Tantão propõe um jogo "cadiano" usando estruturas e cores para organizar seu mundo.

Formado em estruturas navais pela escola Henrique Lage --que era um armador que construía navios e fundou a instituição para ter profissionais do estaleiro --, Tantão sempre desenhou. “Sou desenhista de navios, do tempo em que era feito na prancheta, com compasso, papel vegetal, lapiseiras, nanquim… Minha fase dripping foi com nanquim”. No ano passado, Tantão foi o artista escolhido para abrir o espaço Caixa Preta a convite do artista visual Bob N.

Somente na noite do evento, o artista traz camisetas únicas com interferências feitas no pincel sobre a impressão em silkscreen de quatro telas criadas durante residência na Holanda (onde apresentou uma individual e participou de uma coletiva).

Chelpa Ferro e Tantão mergulharão em sets sonoros durante toda a noite. Em 2013, Tantão participou da gravação do especial do Circo Voador ao lado de Chelpa. Para Barrão, que já é colecionador de Tantão ao lado de outros artistas, essa noite já nasce especial. Com vocês, marcamos o início simbólico do nosso carnaval.

Posted by Patricia Canetti at 1:59 PM

fevereiro 4, 2015

Celebração de encerramento do EAVerão 2015

Celebração em forma de aula-espetáculo com ingresso liberado ao público, em 6 de fevereiro de 2015, às 18 horas. A arte como oferenda é o tema dos encontros organizados por Aderbal Ashogun para os bolsistas do programa EAVerão 2015. Assim como cada aula-ensaio, a celebração busca cultivar a mitologia dos orixás da cultura afro-brasileira e permitir a discussão da formação da identidade brasileira por meio de atividades lúdicas. Danças, vídeos, contação de histórias, degustação de comidas tradicionais de terreiro e outras surpresas ressaltam os ritmos, a cultura e a arte dos povos tradicionais de matriz africana. Traje obrigatório: roupas claras (não utilizar cor vermelha ou preta).

EAVerão é um programa piloto de estudos que prevê uma imersão comunitária nas práticas e costumes tradicionais de heranças africanas, além de aulas de fotografia, litografia, pintura e arquitetura de exposição. Em dezembro de 2014, o programa gratuito recebeu inscrições para o processo seletivo que contemplou 25 bolsas de estudo. Os selecionados participarão de diversas atividades ao longo de quatro semanas na EAV Parque Lage, entre os dias 12 de janeiro e 06 de fevereiro de 2015. Além da programação de cursos, haverá encontros abertos ao público; dentre eles está a celebração de abertura.

Com curadoria educativa de Lisette Lagnado, diretora da escola, o programa promove o contato dos participantes com diversos artistas e profissionais da área, tais como: Tunga, Yuri Firmeza, Ronaldo Lemos, Thiago Martins de Melo, Omar Salomão, Pedro Rivera, Daniel Jablonski, Hugo França, dentre outros nomes consagrados.

Aderbal Ashogun é artista, filho da Mãe Beata de Yemanjá, sacerdote do candomblé, percussionista, gestor ambiental e articulador cultural. Realizou vários encontros, festas e reuniões com temas voltados à cultura e aos saberes tradicionais, em parceria com artistas, entre eles Afonso Tostes, Alexandre Vogler, Cabelo, Rodrigo Braga, Romano e Ronald Duarte. Participa da 31ª Bienal de São Paulo.

Posted by Patricia Canetti at 3:36 PM

fevereiro 3, 2015

Sarah Morris na Fortes Vilaça e White Cube, São Paulo

Galeria Fortes Vilaça e White Cube São Paulo têm o prazer de apresentar a primeira individual de Sarah Morris no país. Para essas exposições simultâneas - que incluem doze pinturas na White Cube, além de um filme e uma série de trabalhos sobre papel na Fortes Vilaça - a artista lança seu olhar para as duas principais cidades brasileiras, com suas complexas camadas de leitura.

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Sarah Morris - Galeria do Rock, White Cube, São Paulo, SP - 10/02/2015 a 28/03/2015

Sarah Morris - Rio, Galeria Fortes Vilaça, São Paulo, SP - 11/02/2015 a 07/03/2015

Sarah Morris examina a cultura e a ideologia do capitalismo tardio e seus efeitos na arquitetura, no planejamento urbano e na burocracia social, dando origem ao que a escritora Bettina Funcke identificou como 'a hiper-intensidade de nosso tempo'*. Ela descreve ainda que seus filmes e pinturas, atividades que a artista desenvolve paralelamente, atuam como uma maneira de investigar, traçar e jogar com as 'tipologias urbanas, sociais e burocráticas'.

Na nova série de pinturas, em exposição na White Cube São Paulo, Morris foca-se na cidade de São Paulo buscando inspiração em uma ampla variedade de fontes, tais como suas construções modernistas, seus marcos icônicos e a paisagem geográfica única. Edifícios de Oscar Niemeyer, e sua influência no vocabulário visual do Brasil como um todo, bem como os trabalhos de Osvaldo Arthur Bratke, Roberto Burle Marx e Lina Bo Bardi, serviram como pontos de partida para Morris, ao lado de referências mais cotidianas como frutas tropicais, placas de rua e capas de LPs da bossa nova.

Nestas pinturas abstratas – todas em tinta esmalte sobre tela -, Sarah Morris emprega duplicação, simetria e compressão para construir a tensão dentro de suas composições, utilizando uma paleta de violeta, laranja, amarelo canário, azul celeste e preto, em padrões que se repetem, se fragmentam e ‘desmoronam’. Assim como seus filmes, as pinturas emergem de uma fusão de influências e transparecem uma energia e movimento constantes.

Formas circulares parecem se proliferar, como reflexões abertas sobre a densidade urbana, ainda que contidas por faixas horizontais de cor ou fragmentadas e bifurcadas, lembrando um calendário lunar. Em algumas obras, como Fura-Fila (São Paulo, 2014), a artista se refere a aspectos específicos da cidade - neste caso, ao monotrilho experimental e controverso que por muitos anos manteve-se como uma presença inacabada e esquelética dentro da capital paulistana.

O filme Rio (89 minutos, 2012), que dá nome à mostra na Galeria Fortes Vilaça, é o décimo primeiro filme da artista e retrata as múltiplas e complexas camadas desta que é a mais contraditória das cidades registradas por ela. Não escapam ao olho de Morris o erotismo organizado e aparente dos cariocas, as diversas realidades da vasta expansão urbana, a sua produção industrial e as minúcias da vida cotidiana. À maneira de um flâneur, a câmera perambula por lugares tão diversos quanto as areias de Ipanema, edifícios-ícones da arquitetura modernista, estádios de futebol e favelas. O trabalho concentra-se na arquitetura, mas procura ir além ao tentar desvendar como a cidade opera sua interação social e por que, afinal, o Rio desempenha papel tão fundamental na construção da identidade do país no exterior.

No segundo andar da galeria, a artista apresenta um conjunto de trabalhos sobre papel. Em destaque, obras que Morris criou a partir de pôsteres de filmes emblemáticos do cinema brasileiro ou de alguma forma ligados ao país.

Sarah Morris nasceu em 1967, no Reino Unido, e atualmente vive e trabalha em Nova York. Ela participou de várias exposições importantes, incluindo a 4a Bienal de Santa Fé (2001); a 25a Bienal de São Paulo (2002); e a Trienal da Tate Gallery (2003), em Londres. Exposições individuais incluem: Nationalgalerie de Hamburger Bahnhof, em Berlim (2001); Kunstforeningen, em Copenhagen (2004); Moderna Museet, Stockholm (2005); Palais de Tokyo, em Paris (2005); Kestner Gesellschaft, em Hannover (2005); Museum Boijmans van Beuningen, em Rotterdam (2006); Fondation Beyeler, em Basel (2008); Lenbachaus, em Munique (2008); MAMbo, em Bolonha (2009); MMK, em Frankfurt (2009); K20 Kunstsammlung Nordrhein-Westfalen, em Dusseldorf (2010); Wexner Center for the Arts, em Columbus, Ohio (2012); e Kunsthalle Bremen (2013).

* Bettina Funcke, ‘Shift to Liquid’ in Sarah Morris Bye Bye Brazil, London: White Cube, 2013


Sarah Morris - Galeria do Rock, White Cube, São Paulo, SP - 10/02/2015 til 28/03/2015

Sarah Morris - Rio, Galeria Fortes Vilaça, São Paulo, SP - 11/02/2015 til 07/03/2015

White Cube São Paulo and Galeria Fortes Vilaça are pleased to present new work by Sarah Morris. For these concurrent exhibitions, which include new paintings at White Cube and film and works on paper at Galeria Fortes Vilaça, the artist continues to focus on Brazil and its complex, multi-layered cities Rio de Janeiro and São Paulo at key moments in their history.

Morris’ work examines the culture and ideology of late capitalism as it effects architecture, urban planning and social bureaucracy, engaging with what writer Bettina Funcke has identified as ‘the hyper-intensity of our time’*. She describes Morris’s paintings and filmmaking, parallel activities within her practice, as a way of investigating, tracing and playing with ‘urban, social and bureaucratic typologies’.

In Morris’ new series of paintings she focuses on the city of São Paulo, drawing her inspiration from a wide range of sources such as the city’s urban typology, its modernist buildings, iconic landmarks and unique geographical landscape. Oscar Niemeyer’s architecture, and his influence on Brazil’s visual vocabulary as a whole, as well as the work of Osvaldo Arthur Bratke, Roberto Burle Marx and Lina Bo Bardi, are key starting points, alongside more quotidian references of tropical fruit, street signs and Bossa Nova album covers.

In these abstract paintings, which are all household gloss on canvas, Morris employs doubling, symmetry and compression to build tension within her compositions, using an evocative palette of violet, orange, canary yellow, azure blue and black in forms that repeat, splinter and fall apart. Like her films, the paintings emerge from an amalgamation of diverse influences and have a sense of energy and restless movement, remaining unfixed entities that rely on notions of language, fluidity and play.

Circular shapes seem to proliferate, as if open-ended reflections on urban density either contained within horizontal bands of colour or fragmented and bisected, recalling the patterning of lunar charts. In some works, such as Fura-Fila [São Paulo] (2014), Morris refers to specific aspects of the city – in this case, the experimental and controversial monorail, that for many years remained an unfinished, skeletal presence within the city.

Morris’ approach to producing work is systematic yet always open, unresolved, iconic and dynamic. The film Rio (2012) on display at Galeria Fortes Vilaça, retains the same sense of detachment and openness in its surface projections depicting the multifarious layers of this most contradictory of cities, from its highly orchestrated and eroticised surface image to the infinite realities of its vast urban sprawl. The camera seems to wander, flaneur-like, through Rio’s beaches, fruit stands, hospitals, iconic modernist architecture, football stadiums, factories and favelas, capturing scenes such as the office of the late Oscar Niemeyer, the office of the Mayor of Rio, the legendary ‘City of God’ neighbourhood, as well as the inside of the Brahma beer factory. Rio presents a matrix, reflecting on architecture, spectacle, industry, history and the way these forces engineer social interaction and form Brazil’s outward identity to the rest of the world. Alternating between the micro and macro, the landscape and the detail, day and night, it creates a hallucinatory, parallel visual space that explores the psychology of this city and traces how this identity is embedded into its colourful visual surfaces.

Sarah Morris was born in 1967 in the UK and lives and works in New York. She has participated in many important exhibitions including 4th Site Santa Fe Biennial (2001); 25th São Paulo Biennial (2002) and ‘Days Like These’, Tate Triennial, London (2003). Solo exhibitions include Nationalgalerie im Hamburger Bahnhof, Berlin (2001); Kunstforeningen, Copenhagen (2004); Moderna Museet, Stockholm (2005); Palais de Tokyo, Paris (2005); Kestner Gesellschaft, Hannover (2005) and Museum Boijmans van Beuningen, Rotterdam (2006); Fondation Beyeler, Basel (2008); Lenbachaus, Munich (2008); MAMbo, Bologna (2009) and MMK, Frankfurt (2009); K20 Kunstsammlung Nordrhein-Westfalen, Dusseldorf (2010); Wexner Center for the Arts, Columbus, Ohio (2012) and Kunsthalle Bremen (2013).

* Bettina Funcke, ‘Shift to Liquid’ in Sarah Morris Bye Bye Brazil, London: White Cube, 2013

Posted by Patricia Canetti at 8:49 AM