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novembro 30, 2014

Lançamento do livro Arte brasileira na Ditadura Militar na Argumento do Leblon, Rio de Janeiro

Réptil Editora lança a primeira tradução para o português do livro Arte Brasileira na Ditadura Militar: Antonio Manuel, Artur Barrio e Cildo meireLes, da curadora e historiadora Claudia Calirman

Obra será lançada na segunda-feira, 01/12, às 19h, na Argumento do Leblon - Rua Dias Ferreira 417

Lançado originalmente em inglês, o livro Brazilian Art under Dictatorship, da crítica e historiadora Claudia Calirman terá sua primeira tradução para o português pela Réptil Editora. Eleito o melhor livro do ano, em 2013, pela Associaçāo de Arte Latino Americana (ALAA) dos Estados Unidos, Arte brasileira na Ditadura Militar analisa a interseção entre política e artes

visuais durante os anos mais opressores do regime militar no Brasil, de 1968 a 1975, através das obras de três artistas: Antonio Manuel, Artur Barrio e Cildo Meireles.

Nascida no Rio de Janeiro e há 25 anos em Nova York, onde atua como professora, curadora e historiadora, Claudia Calirman descreve como esses artistas abordaram a situação política ao mesmo tempo em que trabalharam com novas linguagens nas artes plásticas. “A inovação se tornou uma necessidade quando esses artistas plásticos brasileiros sentiram o medo da perseguição política e o peso da censura exercida pelo regime militar. Eles se viram desiludidos com a repressão exercida pela direita e também com o dogmatismo da esquerda, tendo que criar novas formas de expressão”, diz Claudia Calirman.

Com ótima repercussão na mídia internacional, a edição foi destaque nos principais jornais e mídias especializadas. Crítico cultural do New York Times, Larry Rohter escreveu: “Claudia Calir­man amplia nosso entendimento consideravelmente ao examinar a obra de três artistas plásticos que desafiaram o regime militar de forma original e divertida”.

Nesse amplo volume ilustrado, Calirman traça uma meticulosa pesquisa histórica feita através de materiais recolhidos em arquivos de jornais e revistas brasileiras, além de apurações em instituições de arte e de inúmeras entrevistas com os três artistas e com importantes críticos da época, como Frederico Morais. Claudia Calirman também examina documentos e cartas inéditas trocadas entre artistas brasileiros e a comunidade internacional.

Um dos temas recorrentes do livro é o modo como Manuel, Barrio e Meireles trataram questões políticas em suas obras, ao mesmo tempo em que abriram caminhos na arte brasileira para novas tendências e linguagens. Claudia Calirman sugere que as artes plásticas no final dos anos sessenta e no começo dos anos setenta refletiram não apenas a preocupação dos artistas com a política, mas também ultrapassaram as barreiras artísticas de expressão.

A performance, a body art, a arte mediática, e o conceitualismo, por exemplo, foram algumas das novas tendências adotadas diante da censura e da perseguição política. “Não há nenhuma maneira simples de identificar como estas obras de arte foram recebidas, já que os meios de comunicação foram censurados. Não há registro de quantas pessoas poderiam ter visto as exposições aqui discutidas ou adquirido algumas das obras em questão. Este livro não pretende, portanto, especular sobre os sucessos ou fracassos destes empreendimentos artísticos; ele tenta, sim, delinear a criação de novos paradigmas artísticos que se valeram de práticas internacionais para lidar com a situação política da época”, comenta Claudia.

Sobre a autora
Claudia Calirman é Professora de História da Arte do John Jay College of Criminal Justice da City University of New York. Ela é recipiente da bolsa Arts Writers Grant das fundações Creative Capital/Warhol Foundation nos EUA para a pesquisa do seu próximo livro sobre a produçāo de arte feminina na decada de setenta. Ela é palestrante do Museu de Arte Moderna de Nova York e ex-pesquisadora visitante do David Rockefeller Center for Latin American Studies na Harvard University. Ela nasceu no Rio de Janeiro e vive em Nova York.

Sobre o livro
Título: Arte brasileira na Ditadura Militar
Texto: Claudia Calirman
Publicação: dezembro de 2014
Formato: 15,0cm x 23,0cm
Páginas: 240 pp.
ISBN: 978-85-99625-49-1
Preço: R$ 60,00
Arte / História da arte

Posted by Patricia Canetti at 8:42 PM

novembro 29, 2014

Lançamento de catálogos e término de "Um Salto no Espaço" na FVCB, Viamão

No próximo sábado, dia 6 de dezembro, às 15 horas, a Fundação Vera Chaves Barcellos realizará o lançamento dos catálogos das exposições Um Salto no Espaço e Limites do Imaginário, na Sala dos Pomares.

O catálogo Um Salto no Espaço conta com texto de Neiva Bohns, diretora cultural da FVCB, e traz ainda um DVD, produzido pela Flow Filmes, com uma visita comentada pela exposição.

Limites do Imaginário, publicação gerada a partir da exposição realizada em 2013 na Fundação e que teve curadoria de Vera Chaves Barcellos e Neiva Bohns, conta com texto e é ricamente ilustrada com imagens das obras então expostas.

A data também será o último dia para visitar Um Salto no Espaço. A Fundação Vera Chaves Barcellos oferecerá transporte gratuito Porto Alegre – Viamão – Porto Alegre, com saída marcada às 14 horas, em frente ao Theatro São Pedro (Praça da Matriz – Centro).

Inscreva-se e garanta o seu lugar: por e-mail ou pelos telefones: 51-3228-1445 ou 8102-1059.

Posted by Patricia Canetti at 11:29 AM

Mais Pintura na EAV Parque Lage, Rio de Janeiro

A Escola de Artes Visuais do Parque Lage apresenta a partir do dia 5 de dezembro de 2014 a exposição “Mais Pintura”, com curadoria de Luiz Ernesto e Bruno Miguel que selecionaram trabalhos de vinte e um artistas que integram seu curso Questões prático-teóricas da pintura na contemporaneidade, na instituição. Os artistas são: André Andrade, Angela Od, Benjamin Rothstein, Bruno Belo, Caio Pacela, Cláudia Porto, Claudio Gabriel,Eduardo Borges, Fabiano Devide, Fernanda Leme, Gabriel Secchin, Henrique Aragão, Kakati de Paiva, Maia Bueloni, Marcos Dias Corrêa, Mariana Corrêa, Makh Yosizawa, Paloma Ariston, Stella Margarita, Victor Mattina, Vitória Marini.

Os curadores explicam que o projeto "Mais Pintura" surgiu em 2013 como “desdobramento do curso”, e a ideia é “apresentar pinturas de novos artistas que se encontram semanalmente para discussão e análise crítica de seus trabalhos com os orientadores”. “Não se pretende com esta mostra buscar afinidades técnicas ou temáticas. Ao contrário, procurou-se selecionar os artistas que pudessem evidenciar em seus trabalhos o vigor, a disciplina e a diversidade da pintura de um grupo de novos artistas no Rio de Janeiro”, afirmam.

Luiz Ernesto e Bruno Miguel observam que nos últimos anos, acompanham o “desenvolvimento vertiginoso das tecnologias digitais”. “As mais corriqueiras experiências do dia-a-dia se transformam, pelos mais variados dispositivos, em imagens que, instantaneamente são postadas nas redes sociais e distribuídas por todos os lugares. Com vida curta, são vistas por segundos apenas, dando lugar a outras e outras que as sucederão em um fluxo sem fim. A experiência do tempo é o instante e a onipresença deixa de ser um atributo apenas divino”. Eles ressaltam, porém, que “longe de se opor a este mundo da tecnologia, a pintura fertiliza-se com ele”. “Experimenta novos materiais, apropria-se de suas imagens e as ‘encarna’ em substância, dando-lhes assim, um corpo material de cores e marcas únicas — literalmente, dá-lhes uma espessura”.

“Esta presença física cria um atrito com este fluxo veloz da excitação tecnológica, reagindo assim à premência do instante e afirmando uma outra temporalidade: a temporalidade própria do objeto de arte. Um outro ritmo que permite a emersão de novos sentidos e reflexões”, escrevem no texto que acompanha a exposição.

“Mais Pintura” pretende “alimentar o debate”. “Neste mundo, a pintura torna-se uma prática aparentemente paradoxal: demorada para se aprender, demorada para se fazer, demorada para se fruir e principalmente, difícil de se definir. E ainda assim, ela persiste”.

SOBRE ARTISTAS

André Andrade nasceu no Rio de Janeiro onde vive e trabalha. Frequentou cursos livres na EAV Parque Lage. Participou de diversas exposições, como “Pincelada”, na Galeria Baró, em SP, “Mais Pintura“ – Centro Cultural da Justiça Federal, no Rio, “Porque não me contou sobre você”, na Galeria Athena, Rio, em 2012, e de feiras como SP – Arte e ArtRio. Em 2011 foi selecionado para o “Arte Pará” e teve seu trabalho em 2014 adquirido pelo Museu MAR. Aborda em seu trabalho questões relacionadas à tecnologia.

Bruno Belo nasceu no Rio de Janeiro, em 1983. Artista graduado em Arquitetura e Urbanismo, atuou como professor na Universidade Santa Úrsula. Selecionado para os programas de arte Aprofundamento, 2011, e Projeto de Pesquisa 2012 (EAV, RJ); Principais exposições: Bienal do Recôncavo (BA); “Declaring Independence” (Eric Fischl Gallery, USA); “Black Tie” (BNDES, RJ);” Novíssimos” (Ibeu, RJ); 45º Salão De Arte Contemporânea (Piracicaba, SP); “Mais Pintura” (ECCO, Brasília); 13º Salão Nacional De Arte (Jataí, GO).

Cláudia Porto nasceu em Belém do Pará, e vive no Rio. Fez o projeto de pesquisa A Imagem em questão, em 2012, com coordenação Glória Ferreira; e recentemente Teorias da arte, com Fernando Cocchiarale, na EAV Parque Lage, em 2014, Prêmio Individual Galeria Belvedere Paraty (RJ); participou das coletivas “Mais Pintura”, ECCO Brasília; 19º Salão UNAMA (PA); 2013, “Mais Pintura”, no CCJF; “A imagem em questão”, EAV.

Eduardo Borges nasceu no Rio de Janeiro, vive na cidade de Juiz de Fora, Minas Gerais. É um artista memorialista. Formado pelo Instituto de Artes e Design, na Universidade Federal de Juiz de Fora, em 2008. Seu trabalho traz um diálogo constante entre memória, desejo de permanência e esquecimento.

Fabiano Devide nasceu em Florianópolis, mantém ateliê no Rio, com formação artística na EAV Parque Lage desde 2009. Fez a individual “Híbridos”, na Galeria Café, no Rio. Entre coletivas e salões, participou do 18º Salão Unama de Pequenos Formatos, Galeria Graça Landeira, Belém do Pará; 42º Novíssimos 2012, Galeria IBEU/RJ; 12º Salão Nacional de Arte de Jataí, MAC-Jataí/GO; “Afinidades: a escolha do artista”, Caza Arte Contemporânea, no Rio; “Experiência Pintura”, EAV Parque Lage; “Opening”, Galeria OL/MG; “Como refazer o mundo”, Galeria LFL/BA.

Fernanda Leme nasceu no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha. Formada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Santa Úrsula, frequenta a EAV Parque Lage desde 2009, onde participou de vários cursos. Faz parte do Grupo “Mais Pintura” desde 2013. Entre as exposições, destacam-se a coletiva “Mais Pintura”, 2013, no Centro Cultural da Justiça Federal, Rio de Janeiro e Espaço ECCO, Grupo “Mais Pintura”, 2014, em Brasília.

Kakati de Paiva nasceu no Rio de Janeiro em 1957, onde vive e trabalha. Formou-se em arquitetura na Universidade Santa Ursula , RJ. Em 2012 realizou uma exposição individual em Paris ,”Tangences” na Galerie R Fernandes e participou da mostra “Novas Aquisições – Coleção Gilberto Chateaubriand”, no MAM Rio. Seu trabalho permeia momentos sempre ligados a limites, espaços que dialogam entre si e que de alguma forma disputam em conflitos a temporalidade, o ritmo e descanso de suas ligações.

Mariana Corrêa nasceu em 1988 no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha. Sua pesquisa atual parte de uma relação amorosa desfeita. Como se estivessem presas em um conto de fadas melancólico, mulheres em um estado meio de sonho, suspensas no limbo, flutuam em lençóis carregados de lembranças, estampas e padrões reinventados. Como quem mostra as páginas do próprio diário, como quem conta um segredo em voz baixa, traz situações a principio pessoais, para dialogar com uma realidade inerente à condição humana.

Paloma Ariston começa a frequentar o Parque Lage em 2000. Cursa "Construção, Conceito e Narrativa na Figura Pintada", com Chico Cunha e Daniel Lannes, e "Questões Prático-teóricas da Pintura na Contemporaneidade", com Luiz Ernesto e Bruno Miguel. Em 2011, faz exposição individual no Espaço Cultural Sérgio Porto, com curadoria de Ducha; em 2013 participa da exposição coletiva “Mais Pintura”, com curadoria de Luiz Ernesto e Bruno Miguel, no Centro Cultural Justiça Federal.

Stella Margarita é artista visual. Entra em contato com a pintura em 2006 na cidade de Caracas, Venezuela, sendo aluna do artista plástico Enrique Etievan. Em 2008 ingressa na Escola de Artes Visuais, Parque Lage no Rio de Janeiro, participando desde então de diversos cursos de pintura e teorias da arte. Sua pintura toma como ponto de partida imagens de pessoas em estado contemplativo e introspectivo, atmosferas psicológicas que falam de memória em um clima nostálgico e silencioso.

Vitória Marini nasceu no Rio de Janeiro em 1951. Formada em pintura pela Escola de Belas Artes da UFRJ, com pós-graduação em Arte e Filosofia pela PUC-Rio. Frequentou cursos livres na kunsthochschule Berlin, New York Academy of Art e Parque Lage. Sua pintura explora as possibilidades que a temática do corpo humano oferece.

Posted by Patricia Canetti at 10:15 AM

José Damasceno na França-Brasil, Rio de Janeiro

A Casa França-Brasil, um espaço da Secretaria de Estado de Cultura, apresenta, a partir do próximo dia 16 de dezembro de 2014, para convidados, e do dia seguinte para o público, a exposição “Cirandar Todos”, com quatro instalações inéditas de José Damasceno, destacado artista da cena contemporânea. Com curadoria de Ligia Canongia, as obras têm em comum o diálogo com a arquitetura do espaço.

Na área central da Casa França-Brasil estará a instalação “Cirandar Todos”, que dá nome à exposição e será constituída por 150 manequins de madeira, de trinta centímetros de altura, unidos uns aos outros por um ímã não aparente, que será colocado em suas mãos, sem qualquer outro aparato de colagem ou sustentação, formando um círculo de aproximadamente nove metros de diâmetro. A instalação tem uma relação com a antiga e popular dança infantil da ciranda. Outra questão discutida neste trabalho é a escala “criando uma atmosfera ao mesmo tempo lúdica e desconcertante”, diz a curadora Ligia Canongia. “A instalação com essas miniaturas tem por princípio o embate com a escala monumental da Casa França-Brasil, subvertendo as expectativas e o uso que dela se faz habitualmente. O elemento surpresa e a perplexidade que tal obra deverá provocar são parte constituinte da concepção do artista”, afirma.

As instalações “Monitor-Crayon”, “1/4” e “BRmm” estarão nas salas laterais, e também dialogam com a arquitetura da Casa França-Brasil.

“Monitor-Crayon” é um grande painel, de 240cm x 350cm x 9cm, composto por 75 mil peças de giz de cera, pesando ao total quase uma tonelada, justapostos apenas por encaixe, sem nenhum tipo de cola. O acaso é um fator primordial neste trabalho, em que as peças de giz são retiradas das caixas (25 mil ao todo) e embaralhadas, criando uma paleta de cores aleatórias. Este trabalho é um desdobramento da obra apresentada na exposição “Viagem à Lua”, no Pavilhão Brasileiro da Bienal de Veneza, em 2007. A formação abstrata da imagem colorida “que daí advém produz um pulsar constante no olhar do espectador e relaciona-se com o processo dos pixels nas transmissões televisas, como se a obra os materializasse em objetos”, ressalta a curadora.

Na mesma sala, estará a escultura “1/4” (2013/2014), composta por duas elipses sólidas de aço cortén, medindo 40cm x 27,5cm x 4cm, sendo que uma estará na parede e a outra no chão, “perfazendo um círculo imaginário e apenas sugerido, que, na imaginação do público, continuaria seu percurso cortando a parede e o chão. Dois pequenos objetos, portanto, supondo a enorme circularidade que perfuraria e costuraria os espaços da Casa França-Brasil”, conta a curadora.

Em outra sala estará a obra “BRmm” (2003/2014), pensada para um dos espaços da exposição, composta por uma colagem de centenas de recortes de papel jornal, no formato do mapa do Brasil. A colagem tem a forma da quina da sala onde estará exposta, em tamanho real, com seus vértices e arestas. Depois de pronta, a obra é então suspensa do teto, em meio ao espaço expositivo, reproduzindo o canto da sala, a confluência entre paredes e teto. “A própria sala de onde provêm as arestas/colagens obtidas, logo em seguida, as deve acolher numa continuidade imersiva de formas e espaços. A reconfiguração do espaço tornado objeto é ao mesmo tempo hipótese dadas aquelas linhas construídas com os recortes de papel jornal, substrato projetivo”, afirma José Damasceno. “Tal trabalho, com esse deslocamento dos cantos para o centro, potencializa e simultaneamente subverte o espaço onde se encontra. Mais uma vez, como em ‘1/4’, existe o propósito de materializar o intangível”, ressalta a curadora. Em 2003, uma versão inicial e diferente deste trabalho foi apresentado na exposição “Descubra as diferenças (experiência sobre aresta cinemática entre lugar-modelo simulado)”, no espaço Culturgest, em Porto, Portugal.

A exposição será acompanhada de um catálogo com texto de Ligia Canongia, a ser lançado no próximo dia 07 de fevereiro de 2015, com uma conversa aberta entre a curadora, o artista e o filósofo José Thomaz Brum.

PROJETO COFRE
José Damasceno convidou o artista Antonio Malta (1961, São Paulo) para participar do “Projeto Cofre”, espaço na instituição que abriga trabalhos feitos especialmente para o local. O artista apresentará três pinturas, em óleo sobre tela, medindo 50cm x 60cm cada. “São imagens em estado bruto: formas tomando forma, figuras boiando na tela. Essas pinturas também têm um pouco de matéria, que é um elemento que supostamente age na direção contrária da representação. Mas, na minha ‘poética’, tudo se mistura: figuras, formas, matéria, imagem e imitação”.

José Damasceno nasceu no Rio de Janeiro em 1968. Possui obras em importantes instituições no Brasil e no exterior, como Cisneros Fontanals Art Foundation (CIFO), em Miami, EUA; Colección Jumex, no México; Daros-Latinamerica, em Zurique, na Suiça; Fundación Arco, em Madri, na Espanha; Fundación La Caixa, em Barcelona, na Espanha; Helga de Alvear, em Caceres, na Espanha; Inhotim, em Brumadinho, Minas Gerais; Museu d´Art Contemporania de Barcelona (MACBA), em Barcelona, na Espanha; Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro; Museu de Arte Moderna de São Paulo; Museum of Modern Art (MoMA), em Nova York, EUA, e The Israel Museum, em Jerusalém, em Israel.

Dentre suas principais exposições individuais estão: “Plot”, na Holborn Library, em Londres, em 2014; “Storyboard: José Damasceno – Monográficas”, no Centro Cultural São Paulo, em 2012; “Integrated Circuit”, na Thomas Dane Gallery, em Londres, Inglaterra, e “Estudios Paragraficos”, no Distrito 4, em Madri, na Espanha, ambas 2010; “Conjunto sequência lugar”, na Casa de Cultura Laura Alvim, no Rio de Janeiro, em 2009; “Coordenadas y Apariciones”, no Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía, em Madri, na Espanha, em 2008; “Viagem à Lua”, no Pavilhão Brasileiro da 52ª Bienal de Veneza, na Itália, em 2007; “Vale o Escrito”, Projeto Parede, no Museu de Arte Moderna de São Paulo, em 2005; “Observation Plan”, no Museum of Contemporary Art, em Chicago, EUA, e “Cinematograma”, no Projeto Respiração da Fundação Eva Klabin, no Rio de Janeiro, em 2004; “Cinemagma”, no Museu Ferroviário do Espírito Santo, em Vitória, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro; no Museu de Arte Moderna da Bahia, em Salvador, no Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães, em Recife, e no Espaço Cultural Contemporâneo Venâncio, em Brasília, ambas em 2001, entre outras.

PATROCÍNIO
“Cirandar Todos” tem o patrocínio da Citroën do Brasil, a partir da Lei Estadual de Incentivo à Cultura do Rio de Janeiro, reafirmando o compromisso da empresa em sua parceria com a Casa França-Brasil, iniciada em 2011. Desde então, a marca é a patrocinadora oficial de exposições do espaço cultural, como “O ser e o aparecer” (2011), de Valerie Belin; “Chance” (2012), de Christian Boltanski, e “Lugar de Reflexão” (2013), de Cristina Iglesias.

“Esta é mais uma ocasião para a Citroën reforçar as relações que mantém há muitas décadas com o mundo da cultura e da arte. A ambição da marca sempre foi ultrapassar os limites da experiência automobilística, buscando inspirações nas diversas linguagens da arte”, destaca Laurent Barria, diretor de Marketing da Citroën do Brasil.

Posted by Patricia Canetti at 9:18 AM

Ana Linnemann na França-Brasil, Rio de Janeiro

A Casa França-Brasil, um espaço da Secretaria de Estado de Cultura, apresenta, a partir do dia 16 de dezembro de 2014, a obra “Cronoilógico”, um relógio-escultura criado pela artista Ana Linnemann especialmente para o frontispício da instituição. O projeto foi selecionado com louvor pelo edital Arte e Patrimônio 2013, promovido pelo Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (IPHAN), que tem como objetivo estabelecer relações entre arte contemporânea e patrimônio histórico. O texto crítico que acompanha a obra é de Fernando Cocchiarale.

“Cronoilógico” é um relógio que funciona normalmente, marcando a hora certa. Porém, seu mostrador também gira, na mesma direção e com a mesma velocidade do ponteiro dos segundos, uma rotação por minuto. Dessa maneira, o ponteiro parece estar sempre no mesmo lugar em relação ao mostrador. Assim, em “Cronoilógico”, os ponteiros das horas, minutos e segundos seguem o seu curso normal, mas, uma vez subvertida a função do mostrador, altera-se o quadro de referência e embaralha-se a lógica do nosso entendimento do tempo. “Que sensação de tempo temos ao observar o movimento dos ponteiros de um relógio cujo mostrador também se move? Se girarem na mesma direção, o ponteiro dos segundos vai parecer estar fixo em relação ao mostrador que se move na mesma velocidade.O que acontece então: o tempo não passa? E se o ponteiro girar em uma direção e o mostrador, na direção oposta: falamos de um tempo negativo?”, indaga a artista.

“Cronoilógico” foi desenhado pela artista seguindo as características arquitetônicas do prédio, de modo que, uma vez colocado no espaço, se mescla perfeitamente ao local, parecendo que sempre esteve ali. Para o desenvolvimento do projeto, ela contou com a colaboração de Flávio Martins, que foi assistente de seu pai, Milton Ribeiro de Jesus, figura de referência da tradição dos relógios públicos do Rio, envolvido na reforma e manutenção de vários ícones cariocas, como os relógios da Central do Brasil, da Glória, e da Câmara dos Vereadores. Uma empresa de Santa Catarina está produzindo o relógio que teve consultoria de design de Joaquim Redig.

Ana Linnemann observa que a Casa França-Brasil está abrigada em um “prédio referência do neoclássico, projetado por Grandjean de Montigny (1776-1850), e inserido em uma tradição arquitetônica carioca”. “Mas é neste espaço que são realizadas atividades de arte contemporânea, o que de uma certa forma desmonta esta tradição”. “O ‘Cronoilógico’ contém um relógio, objeto que também está inserido em uma tradição, e existe para controlar o tempo, entretanto seu funcionamento desconstrói esta noção”.

MÁQUINAS DE MEDIR O TEMPO
O projeto surgiu da observação feita pela artista dos diversos relógios espalhados pelo centro da cidade, nas fachadas de prédios e igrejas, gerando a pergunta: “E se entre essas máquinas de medir o tempo inseríssemos outras semelhantes, mas disfun-cionais, insubmissas, aludindo a um tempo não convencionado? Se, entre os relógios públicos do centro da cidade, fosse inserido um que se compor¬tasse de forma singular? Um relógio anônimo, ‘desanunciado’, insubmisso a qualquer cronologia?”. “No coração produtivo da cidade, onde cada minuto é maximizado em função de uma expectativa de desempenho, o passante está sempre em contato com o tempo: os relógios o acompanham em seus possíveis percursos pela área”.

A obra “Cronoilógico” faz parte de uma pesquisa da artista a partir de obras de peças públicas, iniciada em 2011, com a obra “Os Invisíveis no 8”, feita na orla de Ipanema, em frente à Casa de Cultura Laura Alvim. Ali, Ana Linnemann instalou uma palmeira, no meio de tantas outras já existentes, que, a cada minuto, realizava rotações sobre si mesma.

MESA REDONDA
No dia 31 de janeiro de 2015, às 17h, será realizada na Sala de Leitura uma mesa-redonda com a artista, o crítico de arte Fernando Cocchiarale e Ricardo Kubrusly, poeta, matemático e professor do HCTE/UFRJ.

Ana Linnemann é formada em Design pela PUC-RJ, é Mestre em Escultura pelo Pratt Institute, em NovaYork, onde residiu até 2006, e Doutora em Linguagens Visuais, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Dentre suas principais exposições individuais destacam-se: “Cartoon, parte 2”, no Centro Cultural Maria Antônia, em São Paulo, em 2012; “Cartoon”, na Casa de Cultura Laura Alvim, no Rio de Janeiro, em 2011; “Bead Beat (Contas & Quiques)”, no MAM Rio, em 2007; “The World as an Orange”, no The Sculpture Center, In Practice Projects, Nova York, em 2004; “Pedras Bordadas/Espaços Vestidos”, no Paço Imperial, no Rio de Janeiro, e “BeadBeat (Stroke)”, na White Box, em Nova York, ambas em 2001; entre outras.

Dentre suas principais exposições coletivas, destacam-se: “Prêmio Arte e Patrimônio/Paço Imperial”, no Rio de Janeiro; “Tatu”, no Museu de Arte do Rio de Janeiro; “Arte e Indústria, Prêmio SESI Marcantônio Vilaça”, no Museu Histórico Nacional, no Rio de Janeiro, e “Bola na Rede”, na FUNARTE, em Brasília, ambas este ano. Também participou das mostras “O espelho Refletido”, no Centro Cultural Helio Oiticica, no Rio de Janeiro, em 2012; “Poéticas Expositivas”, nas Cavalariças da Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Rio de Janeiro, em 2011; “Multiple Choices: All of the Above”, no Oslo Kunstforening, na Noruega, e “A Poética da Percepção”, no MAM Rio, ambas em 2008; “O Museu como Lugar”, no Museu Imperial de Petrópolis, em 2007; “The Tread Unraveled/O Fio da Trama”, no MALBA, na Argentina, em 2002; “The Tread Unraveled/O Fio da Trama”, no Museo del Barrio, em Nova York, em 2001, entre outros.

Posted by Patricia Canetti at 8:51 AM

novembro 28, 2014

Claudia Jaguaribe no Itaú Cultural, São Paulo

O verso e o inverso de São Paulo pela lente de Claudia Jaguaribe

Exposição da fotógrafa no Itaú Cultural revela a cidade em panorâmicas com seu skyline
e conglomerado de edifícios, mescladas a imagens que visitam a intimidade de seus habitantes no interior de seus apartamentos e a perspectiva da metrópole que eles tem de suas janelas; foto-esculturas, um ebook, projeções em videomapping e backlights, um deles composto por 30 reproduções do céu paulista em horários diversos completam a mostra oferecendo uma ampla e poética reflexão sobre a urbe

Da vista a partir do interior dos janelões horizontais do edifício Copan e de uma luxuosa cobertura à beira da Marginal Pinheiros, passando por apartamentos glamorosos de bairros nobres e por outros, apertados no centro da cidade e na periferia. Dos sonhos das crianças mais abastadas e seus brinquedos, aos das menos favorecidas entre poucas bonecas. A diversidade do cotidiano de casais hetero e homossexuais, famílias, homens e mulheres solitários residentes em São Paulo é exposta na mostra EntreVistas, com mais de 50 fotografias de Claudia Jaguaribe. Outras imagens flanam em panorâmica aérea e, por vezes, em detalhes compactados, como mosaicos, da massa de concreto e das diferentes formas arquitetônicas que compõem a urbe. Com curadoria de Agnaldo Farias, a exposição entra em cartaz no Itaú Cultural em 6 de dezembro e permanece até 11 de janeiro de 2015.

Que a cidade em toda a sua magnitude impacta e impressiona, já é sabido. Observada a partir da lente de Claudia Jaguaribe, no entanto, ela ganha poesia e perspectivas novas em um universo composto por várias linguagens além da fotografia: totens sustentam foto-esculturas em uma mescla de recortes de imagens e projeções em videomapping, quatro backlights em grandes dimensões, entre 16m, 9m 6m – um deles com 27 imagens de céu paulista, outros três com um total de 31 retratos; um e-book com animações e vídeo-entrevistas com depoimentos dos moradores e o registro de pequenos momentos de sua vida. Dessa forma, a imensidão de São Paulo cabe em um dos subsolos do espaço expositivo do Itaú Cultural, envolta por um ambiente escuro cujas peças têm luz própria e a metrópole ganha outra vida.
“EntreVistas não é uma exposição de obras”, pontua Agnaldo Farias. “É uma versão condensada de São Paulo, um microcosmos”, completa. “É um convite a refletir sobre a própria dificuldade de se entender a cidade e como nos inserimos nela”, observa a artista.

A exposição é resultado de quatro anos de investigação de Claudia sobre a cidade. Primeiro, ela sobrevoou os seus prédios e os registrou em uma paleta de cores naturais e sobressalentes entre o conglomerado de edifícios que, cada um articulando a sua arquitetura, forma uma espécie de mosaico de arranha-céus. Entre 2011 e 2012, ela fez as fotos a partir de quatro voos de helicóptero e 10 subidas ao topo de diferentes edifícios como o Martinelli, no Centro; da Fiesp, na Paulista; e a nova torre do Santander, na Vila Nova Conceição. Daí deu forma ao livro Sobre São Paulo, publicado em 2013 pela editora Madalena.

“O tamanho de São Paulo é exorbitante, se perdem as fronteiras, e fotografar do ponto de vista do pedestre não fazia sentido”, conta ela que, por isso, optou por um ponto de vista frontal, aéreo e afastado. “Realizei montagens e junções do material fotográfico, criando imagens panorâmicas que se estendem como se estivéssemos desenrolando um novelo de cidade emaranhada”, conclui.

Claudia persistiu em sua investigação e decidiu entrar na casa das pessoas para inverter a perspectiva. Do todo, partiu para o detalhe e ampliou a poética sobre a riqueza cultural desta urbe. Visitou e fotografou mais de 60 moradias – como a cobertura de um artista visual sobre o Rio Pinheiros, o amplo apartamento da uma socialite que tem em sua luxuosa sala uma exuberante réplica de A Origem do Mundo, quadro de Gustave Courbet, pintado em 1866; o espaço apertado onde vive uma família boliviana, atulhado de coisas, além da tevê; ou o acanhado imóvel onde mora uma imigrante nordestina com seu filho, de cuja pequena janela ela gosta de ouvir o barulho do trânsito, se sentido, assim, acompanhada.

Em um conjunto de 31 fotografias selecionadas pela fotógrafa, se observa vistas particulares e visões da cidade delimitadas pelas janelas – daí o nome EntreVistas, que batiza a exposição e o livro a ser lançado no dia da abertura da mostra.

No livro, as panorâmicas são montadas em formato leporello – como na obra anterior – de modo a que a sua abertura crie enquadramentos inusitados nas imagens, que também podem ser visualizadas na sua completude ao desdobrar de quatro páginas. Na mostra, esta extensa pesquisa visual, que reúne imagens das duas obras, ganha vida própria. Nas laterais da sala, duas longas séries em bakcligths de 16m e 9m, cada, estampam os retratos dos moradores na sua intimidade e mostram a visão que eles têm de seu cotidiano. A artista registrou, ainda, depoimentos espontâneos desses moradores em pequenos audiovisuais, igualmente exibidos neste espaço em formato de e-book. Por meio do olhar e das palavras deles, o visitante revê a cidade e suas circunstancias.

Foto-esculturas, situadas no centro do espaço, tomam emprestado recortes individualizados das formas da metrópole, e a reconstroem em múltiplos planos. Sobre elas, projeções em videomapping transformam as fotos estáticas impressas na estrutura das obras em imagens em movimento. Ao fundo, uma instalação em backlight composta por 27 registros do céu da cidade dá o tom das diversas luzes que a iluminam e acompanham nosso cotidiano, muitas vezes sem que o percebamos, apesar de sua beleza.

A fotografia contemporânea no Itaú Cultural

A produção contemporânea da fotografia brasileira conquista cada vez mais espaço e projeção nas atividades do Itaú Cultural. Além da circulação das obras que compõem o acervo do Itaú Unibanco em dois recortes curatoriais – a mostra Moderna para Sempre – Fotografia Modernista Brasileira na Coleção Itaú e a Coleção Itaú de Fotografia Brasileira –, o instituto mantém atenção contínua nessa forma de expressão, apoiando projetos e eventos e promovendo outras exposições, como as três edições do Fórum Latino-Americano de Fotografia de São Paulo.

Posted by Patricia Canetti at 12:37 PM

novembro 26, 2014

Eduardo Srur + Helen Faganello na Rabieh, São Paulo

Intervenções urbanas de Eduardo Srur serão expostas pela primeira vez dentro de uma galeria. Espaço também abrigará pinturas inéditas de Helen Faganello

No dia 27 de novembro (quinta-feira), às 19h, será inaugurado o novo espaço expositivo da Galeria Rabieh, projetado pela arquiteta Simone Mantovani. No total, serão 700m2 de área expositiva que abrigará duas novas exposições: Trampolim, de Eduardo Srur, e Projetos: abrigos para o deserto, da artista plástica Helen Faganello.

Trampolim, de Eduardo Srur

Nos meses de setembro e outubro deste ano, Eduardo Srur reuniu diversas intervenções no projeto “Às Margens do rio Pinheiros” com o objetivo de conscientizar a população sobre a importância da recuperação do rio e de seus afluentes. Entre elas, a série Trampolim composta por esculturas que contemplaram a paisagem sobre trampolins azuis instalados nas pontes do Morumbi, Engenheiro Roberto Rossi Zuccolo (antiga Cidade Jardim), Eusébio Matoso e Cidade Universitária. Agora, as mesmas obras serão exibidas dentro de uma galeria. “É uma forma do público ver o conjunto de esculturas num lugar só, e com outros pontos de vista, já que elas estavam em lugares de difícil acesso”, explica o artista visual. Os visitantes poderão conferir também os desdobramentos das instalações: fotografias, aquarelas, e a maneira como elas sofreram intervenções da própria cidade - uma das esculturas foi decapitada, outra levou um tiro. Alem disso, serão expostos depoimentos e correspondências do público através de e-mails enviados ao artista e nas redes sociais para elogiar ou reclamar sobre essas intervenções. A mostra também marca a entrada de Srur na Galeria Rabieh, que passa a representá-lo. Antes da exposição terminar, Srur pretende ainda incluir um novo item na mostra: uma escultura que representa ele mesmo,– que hoje está exposta na praça Victor Civita – depois de passar um mês mergulhada nas águas poluídas do Rio Pinheiros.

Projeto: abrigos para o deserto, de Helen Faganello

Na exposição, a artista mostra uma série de trabalhos resultantes de reflexões sobre um futuro talvez não tão distante, quando o planeta estaria transformado em um grande deserto, onde somente poucas espécies sobreviveriam. Os desenhos são projetos de cidades suspensas, onde os seres racionais viveriam e cultivariam seus alimentos: basicamente alguns cactos e suculentas, provavelmente as únicas espécies vegetais que resistiriam ao clima da época. Esses vegetais seriam cultivados em hortas junto às construções e também dentro de vidros, onde criariam seu próprio microclima e ecossistema independentes do exterior, como nos terrariuns. Essa mostra acaba de ser exibida no SESC de Ribeirão Preto.

SOBRE OS ARTISTAS

Eduardo Srur nasceu em 1974, em São Paulo, onde vive e trabalha. Começou na pintura, mas se destacou nas intervenções urbanas, entre elas "Caiaques" no rio Pinheiros em 2006 quando instalou 150 caiaques tripulados por manequins. Suas obras se utilizam do espaço público para chamar a atenção para questões ambientais e o cotidiano nas metrópoles, sempre com o objetivo de ampliar a presença da arte na sociedade e aproximá-la da vida das pessoas. A cidade é o seu laboratório de pesquisa para a prática de experiências artísticas. O conjunto de trabalhos de Srur é uma crítica conceitual que desperta a consciência e o olhar para uma nova estética e o entendimento das artes visuais. Realizou diversas intervenções urbanas na cidade de São Paulo e participou de exposições em muitos países, entre eles Cuba, França, Suíça, Espanha, Holanda, Inglaterra e Alemanha.

Helen Faganello nasceu em Araçatuba, 1949. Cursou licenciatura em Desenho e Plástica na Faculdade de Ciências e Letras de Penápolis, SP. Começou sua carreira como artista em 1997, quando fixou residência em São Paulo onde continuou a sua formação com professores como Rodrigo Naves, Carlos Fajardo, Leda Catunda e Sérgio Romagnolo, Ana Tavares. Frequentou o grupo de estudos Ateliê Fidalga. Possui obras no acervo da Fundação Padre Anchieta- SP, Museu de Arte do Rio Grande do Sul- MARGS - RS, Museu Arte de Ribeirão Preto- MARP, SP.

Posted by Patricia Canetti at 5:39 PM

novembro 24, 2014

Lucia Koch na Nara Roesler, Rio de Janeiro

A artista exibe a partir de 29 de novembro conjunto de janelas e portas dispostas como objetos autônomos transformados pela cor, além de intervenção na claraboia do espaço

Em sua nova individual, Duplas, a quarta exposição a ocupar a Galeria Nara Roesler do Rio de Janeiro, a partir do dia 29 de novembro, Lucia Koch propõe novamente a interação entre arquitetura e cor. Desta vez, não apenas intervém na luz ambiente, mas também apresenta peças que têm o caráter de objeto: janelas e portas industrializadas que são transformadas pelo uso da cor.

Koch utiliza estruturas móveis - basculantes e de correr - nas quais substitui os vidros originais por filtros de diferentes cores, sempre dispostas aos pares, numa aposta na ideia de que a unidade mínima e indivisível na leitura das cores é a dupla. Há cores de filtro que se repetem em várias janelas, mas, como são sempre afetadas por seu par, veem-se distintas a cada dupla.

“São janelas através das quais não se pode ver o exterior, portas que não conectam espaços, ou dentro e fora. Estão fechadas em si e restritas às relações que contêm. Mas essas relações não são fixas, refazem-se quando movemos suas partes e uma cor se inclina, cobre ou revela, desliza sobre a outra”, explica a artista.

Lucia Koch faz uma intervenção na extensa claraboia que ilumina um dos ambientes da galeria, com a instalação de acrílicos de um tom de fumê distinto para cada um dos sete vidros: Semana Cinzenta. “São acrílicos de cores fabricadas sob encomenda, cinzas nada neutros - avermelhados ou azulados - que, postos em sequência, aparecem como cores singulares e têm suas sombras projetadas na parede, movendo-se ao longo do dia, afetadas também pelos humores do céu”.

Esta série cromática é vista junto às duplas instaladas em janelas e portas, o mesmo tipo de filtro operando ora diretamente na arquitetura, ora em objetos portáteis. “A luz natural filtrada e atravessando a arquitetura divide o espaço com objetos mais ou menos transparentes que são iluminados por lâmpadas, luz mais estável e controlada. Talvez as diferentes naturezas dos elementos deste conjunto se evidenciem, talvez se dissolvam, contaminadas uma pela outra”.

O que está posto em jogo nos trabalhos de Koch é o caráter transitório e fugaz da visão em particular (e dos sentidos em geral) como instância asseguradora do mundo externo a quem olha. Ao observador, resta ceder ao transitório na disputa entre a imediatez visual e a compreensão do que se vê.

Lucia Koch nasceu em 1966, em Porto Alegre. Vive e trabalha em São Paulo. Participou da 11ª Bienal de Sharjah, Emirados Árabes Unidos (2013); da 11ª Bienal de Lyon, França (2011); da 27ª Bienal de São Paulo, Brasil (2006); da Bienal do Mercosul, em Porto Alegre, Brasil (1999, 2005 e 2011); e da 8ª Bienal de Istambul, Turquia (2003). Exposições coletivas de que participou recentemente incluem: Prospect 3: Notes for now (New Orleans, 2014); Cruzamentos: Contemporary Art in Brazil (Wexner Center for the Arts, Columbus, EUA, 2014); 30 x Bienal (Fundação Bienal de São Paulo, São Paulo, Brasil, 2013); Sense of Place (Pier 24, San Francisco, EUA, 2013); Travessias 2 (Galpão Bela Maré, Rio de Janeiro, Brasil, 2013); Um outro lugar (Museu de Arte Moderna de São Paulo, São Paulo, Brasil, 2011); When Lives Become Form (Yerba Buena Center for Arts, San Francisco, EUA, 2009; Contemporary Art Museum, Tóquio, Japão, 2008). Suas mais recentes mostras individuais são: Mañana, montaña, ciudad y Brotaciones (Flora ars + natura, Bogotá, Colômbia, 2014); Materiais de construção (Galeria Nara Roesler, São Paulo, Brasil, 2012); Cromoteísmo (Capela do Morumbi, São Paulo, Brasil, 2012); Matemática espontânea (SESC Belenzinho, São Paulo, Brasil, 2011); e Casa acesa (La Casa Encendida, Madri, Espanha, 2008).

Posted by Patricia Canetti at 12:46 PM

novembro 23, 2014

Otavio Schipper e Tove Storch na Anita Schwartz, Rio de Janeiro

Anita Schwartz Galeria de Arte apresenta, a partir de 27 de novembro de 2014, para convidados e do dia seguinte para o público, uma exposição feita em conjunto pelo artista brasileiro Otavio Schipper e pela artista dinamarquesa Tove Storch, com curadoria da também dinamarquesa Aukje Lepoutre Ravn, curadora do Röda Sten Konsthalle, importante espaço de arte contemporânea na Suécia.

“Na exposição, quero enfatizar e jogar com dois pontos comuns de interesse: a poética e os mecanismos de percepção. Temas clássicos, mas representativos, tanto do trabalho de Tove quanto de Otavio”, afirma a curadora.

No grande salão térreo, com 200 metros quadrados e pé direito de mais de sete metros, será apresentada uma instalação inédita, feita em conjunto pelos dois artistas, e pensada para o espaço da galeria. A instalação será composta por um trabalho de Tove, que será uma espécie de biblioteca, com prateleiras de seda. Em espaços vazios desta biblioteca estarão os trabalhos de Schipper, que o artista está produzindo especialmente para esta exposição. As obras fazem parte de uma série recente, “Memória Ótica”, e são compostas por objetos como óculos e fotografias antigas. “Esses trabalhos exploram a nossa relação com a memória coletiva e cultural dos objetos”, conta Schipper. “A biblioteca é um lugar de conhecimento histórico e você acessa esse conhecimento através de um ato de concentração, um ato de leitura. Esse é o mesmo sentimento que o espectador terá aqui, mas de forma abstrata”, explica a curadora Aukje Lepoutre Ravn.

Otavio Schipper conheceu a curadora Aukje Lepoutre Ravn e a artista Tove Storch durante uma residência artística em Nova York em 2013 na Residency Unlimited, e as convidou para desenvolver este trabalho em colaboração, que será apresentado pela primeira vez nesta
exposição.

No segundo andar da galeria Otavio Schipper apresenta uma série de obras que fazem parte da série “Memória Ótica”, como a instalação “A Velocidade da Luz”, obra que fez parte da mostra “The Wizard's Chamber” no Kunsthalle Winterthur, na Suiça em 2013.

Posted by Patricia Canetti at 2:19 PM

novembro 19, 2014

Yann Beauvais no Bê Cúbico e MAMAM no Pátio, Recife

40 Anos de cinemativismo de Yann Beauvais

As mostras têm a curadoria de Jean-Michel Bouhours (Conservador do acervos históricos do Musée National d'Art Moderne – Centre Georges Pompidou, Paris), com duração de 3 meses.

Para Yann Beauvais: "Fazer cinema experimental é finalmente ter em conta tanto uma história subvalorizada, mas também examinar as formas não-narrativas, que rompem com os padrões históricos da narração no cinema, de um suporte linear: o filme."

A exposição estende-se em dois espaços: YB150213 no B³ e ProgramAções no MAMAM no Pátio. Em B³ o foco são os filmes, documentos e os sons sobre as diferente facetas do engajamento de Yann Beauvais através seus filmes, instalações e ativismo na promoção e defesa do cinema experimental ao longo de 40 anos. No MAMAM no Pátio, uma série de programações serão reapresentadas e comentadas pelo cineasta.

Yann Beauvais é cineasta e desde o início de sua prática como artista ele afirma a necessidade de criar lugares para promover o cinema experimental, como a criação de cooperativa de distribuição em 1982, Paris (Light Cone www.lightcone.org), programando mostras de filmes desde 1978 em vários países, e a criação desde 2011 no Recife do projeto Bcubico (www.bcubico.com).

PROGRAMAS

Bê Cúbico

Quatr'un 1976-91 8'
d'un couvre feu 2006 11'
Luchando 2011 62'

MAMAM no Pátio
Uma série comentada pelo cineasta, sempre às sextas, 19h

Experiênçias sonoras e filmes experimentais, programa apresentado no evento du Muet au parlant, Junho 2004, Louvre, Paris
Cinema experimental Francês do anos 20, programa apresentado no evento programa apresentado no evento Image Forum, Dezembro 1998, Tokio
Filmes Chineses, programa apresentado no evento Berlin Arzenal, Novembro 2004
Alibis Prolongement Cinematographique, programa apresentado no Centre Georges Pompidou, Julho 1984, Paris
Sexo,programa apresentado em Scratch Projection, Janeiro 1997, Paris
Valie Export em Contexto, programa apresentado em B³, Maio 2013, Recife

Posted by Patricia Canetti at 9:00 PM

novembro 18, 2014

Daniel Acosta na Triângulo, São Paulo

Casa Triângulo tem o prazer de anunciar a nova exposição individual de Daniel Acosta na galeria.

O texto de apresentação, que será publicado no folder/convite da exposição, assinado por José Roca, Curador Adjunto Estrellita B. Brodsky de Arte Latinoamericano, Tate Modern, Londres e Diretor Artístico de FLORA ars+natura, Bogotá, ressalta que ocupando lugar indefinido entre a arquitetura, o design e a arte, o trabalho de Daniel Acosta questiona a proverbial inutilidade desta última. Suas esculturas/recintos/móveis convidam o espectador a um exercício ativo de participação, interação e diálogo.

As referências de Acosta à história do design moderno ajudam a situar seu trabalho numa linha conceitual de corte utópico, onde o design e a arquitetura almejavam ter possibilidades reais de transformação da sociedade. A distância histórica permite que hoje vejamos os limites de tal pretensão. Nesse sentido, a aproximação de Acosta não está isenta de uma atitude crítica: o uso de certos materiais, como a Fórmica, já tem sua carga de anacronismo, vestígios de um passado recente, no qual progresso e tecnologia pareciam caminhar de mãos dadas.

A presente exposição põe em relação dois aspectos paralelos no trabalho de Acosta: o lado arquitetônico, que se manifesta em estruturas que contêm o espectador ou definem o espaço no qual ele se move, e um aspecto mais claramente escultórico, visível, por exemplo, em seu interesse pelos brinquedos de plástico para crianças. Acosta já tinha trabalhado em algumas de suas obras com os brinquedos infantis da marca Gulliver, muito reconhecíveis no Brasil, como em Mono1mento ao grande topological (2006), que incluía leões de brinquedo. Freestandupmonkey (2010), um grande macaco em resina, réplica em escala monumental de um pequeno boneco de plástico, ou Imagens Transportadas (2011), imagens coladas numa camionete que transitavam no espaço público.

Em ambos os casos, o arquitetônico e o escultórico, Acosta identifica “as diferentes experiências de uma natureza artificial, industrial, padronizada, que está presente em nosso cotidiano, seja nos materiais e padrões de madeira (tektoniks), seja na representação dos animais (brinquedos)". Tomando como modelo os pequenos animais de brinquedo, Acosta realiza modelos em grande escala, talhados em madeira, mudando por completo a percepção do objeto e sua materialidade ao converter um objeto em série muito popular numa peça única, fina e preciosa. No contexto artificial que referencia o natural, a peça de mobiliário começa a funcionar de forma mais alegórica, transformando-se em jardim que serve de preâmbulo à instalação com os animais.

Acosta é consciente do potencial transformador da arte quando faz o trânsito à esfera do design, cuja incumbência de resolver em termos estéticos uma prioridade funcional necessariamente o aproxima mais do uso por parte das pessoas. Sobre esse assunto, disse Acosta: “Todos estes trabalhos, além de ter uma situação, digamos, mais escultórica, ou seja, que apresentam uma visualidade interessante, materiais, estruturação..., também podem ser vistos como pequenas arquiteturas em função de seu uso. A possibilidade de que a gente possa se sentar os aproxima do mobiliário urbano e do design. Estando sentadas, as pessoas podem, entre outras coisas, observar o ambiente à sua volta. Então (estes trabalhos) são como dispositivos que potenciam o ambiente, indicando por contraste, no caso da cidade, os espaços de exclusão”. A arquitetura escultórica de Acosta representa justamente o oposto, estabelecendo espaços de inclusão onde o espectador exerce seu direito cidadão de expressão.

Daniel Acosta [Rio Grande/Brasil, 1965] também realiza simultaneamente a exposição individual Daniel Acosta: Desenho + Escultura + Mobiliário, no Museu de Arte Contemporânea de Goiás, em Goiânia, até o dia 02/03/2015 e participa da mostra coletiva Iberê Camargo: Século XXI, comemorativa dos 100 anos de nascimento do artista, na Fundação Iberê Camargo, em Porto Alegre, até o dia 29/03/2015, além de ter realizado projeto solo na ArtBo - Feira Internacional de Arte de Bogotá.

Posted by Patricia Canetti at 8:42 PM

Eu represento os artistas, Revisited na Luisa Strina, São Paulo

Para concluir as comemorações do seu 40º aniversário, a Galeria Luisa Strina apresenta Eu represento os artistas, Revisited, exposição coletiva que analisa a riqueza e singularidade da história da galeria – a primeira galeria de arte contemporânea de São Paulo e catalisadora cultural no Brasil nos últimos 40 anos. A programação do ano ilustrou o compromisso assumido pela galeria, ao qual se dedica desde sua abertura. O ano de 2014 teve início com a exposição coletiva Secret Codes, seguida das individuais de Renata Lucas, Fernanda Gomes, Muntadas e Cildo Meireles, a primeira exposição na galeria da renomada artista Anna Maria Maiolino, e projetos de Bernardo Ortiz, Clarissa Tossin, Lawrence Weiner e Magdalena Jitrik.

Eu represento os artistas, Revisited revela um olhar pessoal e intimista da história da galeria ao longo dos últimos 40 anos. Não é uma retrospectiva, mas sim uma trajetória dos momentos decisivos nessa história, reunindo um grupo diversificado de artistas iniciantes, em meio de carreira e consolidados que utilizam uma ampla variedade conceitual de suportes. Desde o início, a galeria foi reconhecida por sua abordagem não convencional, criando e empoderando diversas comunidades. A exposição examinará os diferentes caminhos percorridos pelos artistas ligados à galeria. Foram selecionadas importantes obras que refletem a personalidade da galeria e exploram onde poderiam ser traçadas as linhas do tempo, a influência e a inspiração artística ou aonde, em última instância, elas poderiam levar.

Algumas obras-chave na exposição são um retrato de Luisa Strina, feito por Wesley Duke Lee, e um painel de madeira de Luiz Paulo Baravelli. Essas obras ilustram as origens da galeria, que teve início no ateliê de Baravelli em 1974 quando um grupo de artistas escolheu uma pessoa para representá-los. Esse foi o começo da galeria, com a ideia de abrir-se para o mundo, o ecletismo de gostos que permitiu aos artistas expressarem seus próprios pontos de vista e que, em tempos difíceis, manter sua voz.

Cada uma das gerações de artistas foi incluída na exposição. Leonilson, Leda Catunda, Caetano de Almeida e Edgard de Souza ilustram uma importante transição para a galeria já que todos eles frequentaram a FAAP (Fundação Armando Alvares Penteado), faculdade de artes em que Nelson Leirner, Regina Silveira e Julio Plaza foram professores nos anos 1980. Isso reflete um período significativo no Brasil, em que o início de uma educação mais formal culminou com o fim do regime militar. Foi um período interessante em termos de discussão sobre arte, pois o interesse na não materialização da arte e na utilização de ready-mades contradizia aqueles que apoiavam o retorno da pintura. Essas contradições incentivaram a diversificação da arte contemporânea no Brasil.

Antonio Dias, representado pela galeria por quase 30 anos, apresentará a instalação Quarto de Carne com Anima, realizada para o espaço original da galeria em 1996, em que as paredes da galeria foram cobertas com papel que reproduzia a pele do artista. Nelson Leirner, figura central da arte contemporânea brasileira e um dos primeiros artistas a expor na galeria, apresentará um trabalho da série Uma Linha Dura…Não Dura, parte de uma exposição/performance de 1978. Essa é uma obra fundamental na exposição, demonstrando o compromisso da galeria com suportes formais, tais como o desenho e a serigrafia, que termina com uma intervenção solitária do artista.

Cildo Meireles apresentará um dos seus primeiros trabalhos expostos na galeria, Obscura Luz (1982), escultura que explora a ideia de percepção a partir de uma perspectiva política. Meireles é o artista representado pela galeria há mais tempo, de 1983 até a presente data, o que torna sua inclusão na exposição essencial.

Juan Araujo, artista venezuelano representado pela galeria há sete anos, criou uma série especial de pinturas baseadas em fotografias e documentação da galeria de 1974. Algumas dessas obras ilustram a primeira exposição da galeria em 17 de dezembro de 1974. Esse é um grande exemplo de como a nova geração é estimulada pelo passado, com uma abordagem respeitosa, inspirada e convincente. Araujo também produziu uma nova versão de um cartaz da série Uma Linha Dura…Não Dura de Nelson Leirner, reinterpretando e ampliando seu elemento performativo.

Como parte da comemoração dos seus 40 anos, a mostra também apresentará uma série de documentos históricos do arquivo da galeria. Essa parte da exposição será organizada em colaboração com Luisa Strina e reunirá artistas como Milton Machado, Waltercio Caldas, Jorge Guinle, Tunga e outros.

Todos os artistas apresentados em Eu represento os artistas, Revisited fazem ou fizeram, em algum momento, parte da programação da galeria. A lista completa dos artistas que participarão da exposição principal é a seguinte: Caetano de Almeida, Juan Araujo, Tonico Lemos Auad, Luiz Paulo Baravelli, Leda Catunda, Alexandre da Cunha, Antonio Dias, Wesley Duke Lee, Marcius Galan, Fernanda Gomes, Nelson Leirner, Leonilson, Dora Longo Bahia, Mateo López, Marepe, Marcellvs L., Cildo Meireles, Antoni Muntadas, Regina Silveira, Mira Schendel, Edgard de Souza.

Sobre a curadora

Fernanda Arruda é curadora independente e consultora de arte estabelecida em Nova York. Realizou a curadoria de exposições em espaços como Apex Art, Eleven Rivington, Anton Kern Gallery, The Moore Space, entre outros. Também escreve textos para catálogos e para a imprensa especializada em artes. Atualmente, trabalha como consultora especializada em arte brasileira para alguns projetos, e também atua como consultora de curadoria em Inhotim há quase 10 anos.

Posted by Patricia Canetti at 3:59 PM

Eduardo Srur na França-Brasil, Rio de Janeiro

A Casa França-Brasil, um espaço da Secretaria de Estado de Cultura, apresenta, a partir do dia 24 de novembro de 2014, às 18h30, a instalação “Farol”, de Eduardo Srur, que ficará na lateral da instituição. Réplica de um farol marítimo com seis metros de altura por quatro metros de diâmetro, a instalação é revestida por 20 mil ratos de borracha. A obra abrigará uma cúpula cenográfica, simulando a sinalização náutica dos portos. “Farol” foi apresenta no Vale do Anhangabaú, em São Paulo, em 2013.

“A obra representa um farol negro, distante do porto e deslocado de sua função original, que aponta para uma realidade invisível da metrópole: o submundo que o público não vê e desconhece. Atualmente a população de ratos nas grandes cidades supera em até 15 vezes a humana”, conta o artista.

Com diversas intervenções urbanas no currículo, Eduardo Srur se utiliza do espaço público para chamar a atenção para o cotidiano das cidades sempre como o objetivo de ampliar a presença da arte na sociedade. Assim como trabalhos anteriores do artista, Farol provocará o olhar e a reflexão do público para uma nova estética e uma perspectiva alterada da realidade.

SOBRE O ARTISTA

Eduardo Srur nasceu em São Paulo, em 1974. Formado em Artes Plásticas e Comunicação pela Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP).

Realizou diversas intervenções urbanas, dentre elas: “O Aquário Morto”, no Acqua Mundo, no Guarujá, em São Paulo, em 2014; “Cataventos”, na Praça Júlio Prestes, e “Bicicletas”, na estação de trem Júlio Prestes, ambas em São Paulo, em 2013; “Carruagem”, na Ponte Estaiada da Marginal Pinheiros, em São Paulo, em 2012; “Labirinto”, no parques Ibirapuera, Villa Lobos, Juventude e Ecológico do Tietê, em São Paulo , em 2012; “PETS - A Caminho do Oceano”, na represa Guarapiranga, em São Paulo, também em 2012; “A Arte Salva”, no Congresso Nacional, em Brasília, em 2011; “Touro Bandido”, na Cow Parade, em São Paulo, em 2010; “Nau”, no Parque do Ibirapuera, em São Paulo, em 2010; “Sobrevivência”, em monumentos públicos na cidade de São Paulo, em 2008; “Palmitos”, no Parque Villa Lobos, em São Paulo, em 2008; “Caiaques”, no Rio Pinheiros, em São Paulo, em 2006; “Antenas”, no MuBE, em São Paulo, em 2006; “Acampamento dos Anjos”, em Metz e Nuit Blanche, na França, em 2005; “Atentado”, em outdoors na cidade de São Paulo, em 2004, entre outras.

Dentre suas principais exposições coletivas estão: “Food”, no SESC Pinheiros, em São Paulo, em 2014; “O Cotidiano na Arte”, na Sala de Arte Santander, em São Paulo, e a mostra na Fundation Izolyatsia, em Donetsk, na Ucrânia, ambas em 2013; “Urban Research at Director Lounge”, em Berlim, na Alemanha, e “Le Printemps de Setembre”, em Toulouse, na França, embas em 2012; “After Utopia”, no Centro per l’arte Contemporanea, em Prado, na Itália, em 2009; “Quase Líquido”, no Itaú Cultural, em São Paulo, em 2008; “Les Rêves du Château”, em Nyon, na Suiça, e “Body as Spetacle”, no Museum of Modern and Contemporany Art Rijeka, na Croácia, ambas em 2007; “The Great Outdoors”, no Impakt Festival, em Utrecht, na Holanda, “Interface”, em Dijon, na França, “Observatori06”, em Valência, na Espanha, “9ª Bienal de Havana”, em Cuba, “Espaço Aberto/Espaço Fechado: Sites for sculture in modern Brazil”, na Fundação Henry Moore, em Leeds, na Inglaterra, “Paradoxos Brasil”, no Instituto Itaú Cultural, em São Paulo, e no Paço Imperial, no Rio de Janeiro, ambas em 2006; entre outras.

PATROCÍNIO

“Farol” tem o patrocínio da Citroën do Brasil, a partir da Lei Estadual de Incentivo à Cultura do Rio de Janeiro, reafirmando o compromisso da empresa em sua parceria com a Casa França-Brasil, iniciada em 2011. Desde então, a marca é a patrocinadora oficial de exposições internacionais do espaço cultural, como “O ser e o aparecer” (2011), de Valerie Belin; “Chance” (2012), de Christian Boltanski, e “Lugar de Reflexão” (2013), de Cristina Iglesias.

“Esta é mais uma ocasião para a Citroën reforçar as relações que mantêm há muitas décadas com o mundo da cultura e da arte. A ambição da marca sempre foi ultrapassar os limites da experiência automobilística, buscando inspirações nas diversas linguagens da arte”, destaca Laurent Barria, diretor de Marketing da Citroën do Brasil.

Posted by Patricia Canetti at 10:30 AM

novembro 14, 2014

Ilusões: mostra de videoarte na Daros, Rio de Janeiro

A Casa Daros apresenta mostra de videoarte, com curadoria de Analu Cunha, que integra a programação paralela da exposição Ilusões. A coletiva de videoarte acontece entre os dias 19 e 22 de novembro de 2014.

"A mostra fará um recorte das diferentes abordagens da ilusão na produção videográfica brasileira, sem separar por temas. A título de pesquisa, os vídeos foram inicialmente pensados a partir de algumas formas das seguintes categorias, logo abandonadas: a surpresa, o engano, o fantasma, a miragem, o espelho, o sonho, o truque, a mágica, a loucura, o transe, o tempo, a miniatura. Como as obras escolhidas apresentam não um, mas diferentes aspectos da arte de iludir – ou sacudir – o espectador, optou ‐se por deixar a este as categorizações finais. Se forem necessárias," apresenta a curadora.

Ilusões – Mostra de Videoarte

ARTISTAS E OBRAS

Analu Cunha – “Pickpocket”, 2012
Vídeo digital, sem som, 4’4
O vídeo exibe a materialização da imagem como condição – e véspera – de seu desaparecimento, evidenciando suas qualidades ambíguas e contraditórias. Em silêncio, o valor e o estatuto da imagem.

Analu Cunha é artista, doutora em Linguagens Visuais pelo PPGAV/UFRJ com estágio PDEE na École Doctorale Arts Plastiques, Esthétiques & Sciences de L'Art - Université Paris 1 – Panthéon Sorbonne. É professora de videoarte e dos cursos de Fundamentação na Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Atua como curadora, educadora, pesquisadora e artista visual, com participação em exposições no Brasil e no exterior.

André Parente – “Estereoscopia”, 2006-2009
Vídeo digital, som, 1’32
Um zoom infinito que envolve a imagem de duas pessoas fotografadas em campo/contracampo (dispositivo principal da representação audiovisual) reproduzindo, conceitualmente, a estrutura de uma imagem fractal (a parte contém o todo).

André Parente é artista e teórico do cinema e das novas mídias. Em 1987, obtém o doutorado na Universidade de Paris 8 sob a orientação de Gilles Deleuze. Em 1991, funda, juntamente com Rogério Luz, o Núcleo de Tecnologia da Imagem (N-Imagem) da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Entre 1977 e 2007, realiza inúmeros vídeos, filmes e instalações nos quais predominam a dimensão experimental e conceitual. Seus trabalhos foram apresentados no Brasil e no exterior (Alemanha, França, Espanha, Suécia, Espanha, México, Canadá, Argentina, Colômbia, China, entre muitos outros). ). É autor de vários livros: Imagem-máquina. A era das tecnologias do virtual (1993), Sobre o cinema do simulacro (1998), O virtual e o hipertextual (1999), Narrativa e modernidade (2000), Tramas da rede (2004), Cinema et narrativité (L’Harmattan, 2005), Preparações e tarefas (2007), Cinema em trânsito (2012), Cinemáticos (2013), Cinema/Deleuze (2013), entre outros. Nos últimos anos obteve vários prêmios: Prêmio Transmídia do Itaú Cultural, Prêmio Petrobrás de Novas Mídias, Prêmio Sergio Motta de Arte e Tecnologia, Prêmio Petrobrás de Memória das artes, Prêmio Oi Cultural 2010, Prêmio da Caixa Cultural Brasília, Prêmio Funarte de Artes Visuais, Prémio Oi Cultural 2014.

André Sheik – “Siga o Coelho Branco”, 2013
Vídeo digital, som, 4’20
Os japoneses têm uma palavra especial só para designar a filtragem da luz do sol através das folhas: Komorebi. As imagens do vídeo “Siga o Coelho Branco”, captadas no cotidiano com telefone celular, são desse tipo, registros de cenas de luz e sombras projetadas no chão, resultado da ação do vento e do sol sobre árvores. A instabilidade dessas imagens transporta o espectador para um estado de percepção alterada.

André Sheik nasceu no Rio de Janeiro, em 1966. Poeta, músico, compositor, redator, curador independente. Desde 1999 estuda artes visuais e expôs seus trabalhos em mostras em Portugal, França, Polônia, Suécia, EUA, Bolívia, Venezuela, Colômbia, Cuba e Brasil.

Betelhem Makonnen – “The only way out is in”, 2014
Vídeo digital, som,1’10
Dentro do conceito deleuziano de diferença e repetição, a realidade é um devir e não um ser. Cópias geraram uma nova transformação conceitual. A identidade não é fixa, mas em mudança constante.

Betelhem Makonnen (1972, Adis Abeba, Etiópia) vive e trabalha no Rio de Janeiro e Austin, Texas. Artista multimídia cuja pesquisa trata as questões perenes de existência. Através de suas obras, ela pesquisa a relação entre elementos geralmente percebidos como contraditórios usando como plataforma suas próprias experiências pessoais em constante diálogo com novas questões geradas através da sua prática diária de observação, leitura e derivas. Enfatiza o processo de criação em si como uma chave para a coerência do trabalho final.

Brígida Baltar – “Quando fui carpa e quase virei dragão”, 2004
Mini DV, sem som, 2’
“Quando fui carpa e quase virei dragão” é um vídeo cuja narrativa imprime ação à imagem. A câmera fica parada, focalizada nos pés da artista, aludindo a uma simbiose entre seus pés parados e os peixes que se movimentam. Nas legendas, lê-se um relato pessoal sobreposto a um relato tradicional da mitologia japonesa, em que as carpas são vistas como símbolos de fortaleza e sorte por nadarem contra a correnteza, subindo cachoeiras. É uma história de superação e metamorfose. Quando atingem a nascente das águas, os peixes se transformam em dragões. Esse vídeo foi rodado durante um passeio ao lago da cidade de Nara, no Japão.

Brígida Baltar nasceu no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha. Estudou na Escola de Artes Visuais do Parque Lage e recebeu os prêmios Rioarte (1994), Conexões Artes Visuais Funarte (2010) e foi selecionada para o edital do Governo do Rio de Janeiro e da Secretaria de Estado de Cultura (2011). Sua obra se apresenta em diferentes linguagens como ações mostradas através de vídeos, filmes e fotografias, instalações, esculturas, desenhos e som. Participou de importantes exposições, como a 1ª Bienal da América, em Denver (2010), Panorama de Arte Brasileira (2007), 25ª Bienal de São Paulo (2002) e 5ª Bienal de Havana (1994). Destacam-se as exposições individuais no Brasil “O amor do pássaro rebelde”, Cavalariças, Parque Lage (2012); “O que é preciso para voar”, Oi Futuro Flamengo, Rio de Janeiro (2011); “Um céu entre paredes”, Fundação Joaquim Nabuco (2009); “Pó de casa”, Galeria Nara Roesler (2007), Projeto Respiração, Fundação Eva Klabin, Rio de Janeiro (2007). Entre as exposições no exterior estão: 17a Bienal de Cerveira, Arte crise e transformação, Portugal (2013), Chambres à part VIII: Voir est une Fable, “La Réserve”, Paris (2013), Cruzamentos: Contemporary Arts in Brazil, Wexner Center for the Arts, Ohio (2013), SAM Project Paris, (2012); The Peripatetic School: Itinerant Drawing from America Latina, Museo de Arte del Banco de la República in Bogotá (2012), Drawing Room Londres e MIMA, Middlesbrough Institute of Modern Art (2011), Marginália- d'après Edgar Allan Poe, Plataforma Revolver, Lisboa e Constructing Views: Experimental Film and Video from Brazil, New Museum, Nova Iorque (2010); After Utopias, Museu Pecci, Prato (2009); In search of the miraculous, University Gallery of Essex, Colchester, (2007); An Indoor Heaven, Firstsite, Colchester (2006), L’Autre Amerique, Passage de Retz, Paris; Untitled, Santa Barbara Contemporary Arts Forum (2005), Body Nostalgia, Museu de Arte Moderna, Toquio; Unbound, Parasol Unit, Londres; C’est pas du cinema, Studio Fresnoy des Arts Contemporains, França (2004); Collecting Humidity, Kunsthaus Baselland, Suíça (2001). Desenvolveu projetos com Capacete Entretenimentos Rio de Janeiro, 2004.

Bruna Moraes – “Des coberto”, 2012
Vídeo digital, som, 3’40
Faz-se necessária a reflexão sobre as narrativas imagéticas e o poder delas sobre nós, espectadores. Neste trabalho, a artista aborda o que se espera de algo que começamos a acompanhar, e a indagação de se existe mesmo um porquê para que isso se estenda até seu desfecho. A descoberta ou a não descoberta do motivo pelo qual nos fazemos interessados e cativados por imagens que contam histórias.

Bruna Moraes é estudante de artes visuais na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), assistente de câmera na indústria cinematográfica nacional e amante da ilusão.

Cezar Bartholomeu – “Sem Título”(Para A cidade e os símbolos I, de Italo Calvino”,2001
Mini DV, sem som, 3’24
Uma voz que não ouvimos lê “A cidade e os Símbolos I”, uma descrição de uma cidade feita de transparência e memória. No entanto, nada ouvimos, apenas acompanhamos um olho que imagina a cidade ficcional.

Cezar Bartholomeu nasceu em São Paulo. Artista visual, lida prioritariamente com questões da fotografia como arte: prática, história e teoria, já expôs no Brasil e no exterior. Principais exposições: “Mar(é)”, 2006, Galeria Novembro; “Parfum Brûlé – Le Brésil et l'age d'or”, 2005, Galeria da ENSP Arles; “Artefoto”, 2002 CCBB-RJ; “O corpo na arte brasileira contemporânea”, Itaú Cultural, 2005; “Outros territórios”, Museu da Imagem e do Som, São Paulo SP, 1994; “A inflação – Projeto Macunaíma”, Palácio Gustavo Capanema IBAC, Rio de Janeiro RJ, 1994; “Na falta da verdade”, Casa Triângulo, São Paulo SP, 1993; “Brasilien – Entdeckung Und Selbstentdeckung”, Fundação Suiça para a Fotografia, Zurich (Suiça), 1992, entre outras. Professor do curso de História da Arte da Escola de Belas Artes da UFRJ na área de teoria da imagem, doutor em linguagens visuais pela EBA/UFRJ, 2008; mestre em linguagens visuais EBA/UFRJ, 2002; pós-graduado pela PUC-RJ pelo curso de História da Arte e Arquitetura no Brasil, e graduado em Educação Artística (especialização em História da Arte) pela Uerj. Editor da Arte & Ensaios, revista do Programa de Pós-graduação em Artes Visuais da EBA/UFRJ.

Elisa de Magalhães - “Paralém”, 2006
Mini DV, sem som, 5’
“Paralém” tem como tema a loucura e o conflito entre a clausura e a autoclausura. Aquele que fica louco fica livre em seu mundo particular, livre em seu próprio confinamento. É por isso que a mulher neste vídeo anda de uma porta fechada a outra, através dos corredores de acesso a elas, como um espectro. “Paralém” foi realizado em 2006, nos corredores do antigo Convento do Carmo, hoje prédio da Universidade Cândido Mendes, lugar onde a Imperatriz Dona Maria I, a louca ficou internada até sua morte.

Elisa de Magalhães é artista visual, bailarina, doutora em Artes Visuais pela EBA/UFRJ, Mestre em Artes pelo Instituto de Artes/Uerj, com exposições no Brasil e no exterior. Atualmente, a artista, que mora e trabalha no Rio de Janeiro, faz seu Pós-Doutorado no IACS/UFF, sob a supervisão de Tânia Rivera. Elisa de Magalhães acaba de lançar o livro Nenhuma Ilha sobre seus trabalhos instalativos mais recentes.

Evângelo Gasos – “Out”, 2012
Vídeo digital, som, 2’47 min
A relação da paisagem urbana e o olhar através da janela, por onde as fronteiras se tornam exibicionismo, voyeurismo, intimidade e espetáculo calculado.

Mestrando em Linguagens Visuais pelo programa de Pós-graduação em Artes Visuais da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Foi assistente do cineasta e fotógrafo experimental Arthur Omar, com quem trabalhou durante seis anos consecutivos em obras de videoinstalações, exposições, filmes e livros com trabalhos exibidos em festivais (It's All true; ETNODOC; CurtaCinema) e espaços de arte (VideoBrasil; Oi Futuro; Galeria Anita Schwartz).

Felippe Cesar Marins – “No war”, 2004
O vídeo nasce a partir de um registro comum, a filmagem de uma janela no prédio vizinho. Em certo momento, há uma intervenção que acontece no mesmo local aonde se encontra a câmera. Essa intervenção, que apesar de não planejada, quebra com a ideia de registro e cria um confronto entra as duas profundidades.

Felippe Cesar Marins é cineasta e videoartista. Formou-se em cinema pela Escola de Cinema Darcy Ribeiro, e como projeto de conclusão codirigiu o curta-metragem “Casa de Mendes”, que se encontra em processo de finalização. Também é integrante do coletivo Lala, que a partir de uma dinâmica de filmagem construída entre três realizadores pretende documentar a nova cena da música carioca. Atualmente estuda Videoarte na Escola de Artes Visuais do Parque Lage.

João Modé – “Suite Belle-Île – Last day of magic [alone]”, 2007
Mini DV, sem som, 2’43
Coleção MAM Rio
“Last day of magic [alone]” é o quarto de um grupo de doze pequenos filmes que compõem a “Suite Belle-Île”, que o artista fez durante uma residência na ilha de mesmo nome na Bretanha, França, em 2007.

João Modé vive e trabalha no Rio de Janeiro. Seu trabalho articula-se por uma noção plural de linguagens e espaços de atuação. Participou da 28ª Bienal de São Paulo [2008], da 7ª Bienal do Mercosul [2009] e da Bienal de Praga [2003]. Alguns projetos, como REDE – desenvolvido em diversas cidades, como Rio de Janeiro, São Paulo, Berlim e Rennes – e Constelações, envolvem a participação direta do público. Exposições individuais selecionadas: Land, die raum, Berlim, Alemanha [2014]; Desertão, CCBN Cariri, Juazeiro do Norte [2014]; Para o silêncio das plantas, Cavalariças do Parque Lage, RJ [2011/2012]; Eva [invisíveis], Fundação Eva Klabin no Rio de Janeiro [2009]. Participou do Panorama da Arte Brasileira de 2007. Entre as exposições coletivas: Espaços deslocados e futuros suspensos, MAC Niterói, RJ [2014]; Arte e Patrimônio, Paço Imperial, Rio de Janeiro [2014]; Tout est la, Pavillon Carré de Baudouin, Paris [2013]; The Spiral and the Square, Bonnierskonsthall, Estocolmo, Suécia [2011] e Trondheim Kunstmuseum, Noruega [2012]; connect – A Gentil Carioca na IFA Galerie de Berlim e Stuttgart [2010-2011]. Desenvolveu projetos com Capacete Entretenimentos [Rio], Le Centre du Monde [Bruxelas], Casa Tres Patios [Medellin], Watermill Center [NY], entre outros. Tem formação em Arquitetura e Programação Visual, com mestrado em Linguagens Visuais pela UFRJ. Foi membro fundador do grupo Visorama, que promoveu debates acerca das questões da arte contemporânea entre o final dos anos 1980 e a década de 1990. Tem trabalhos nas coleções do MAM-SP; MAM-RJ, Pinacoteca do Estado de São Paulo e Frac Bretanha, França.

João Penoni – “O pendurado”, 2011
Vídeo digital, som, 3’58
Fotógrafo, videoartista e acrobata adota a performance como estratégia artística, para construir narrativas visuais relacionadas à passagem do tempo, ao ritual dos gestos cotidianos e à consciência de si mesmo. Os rastros da metamorfose do seu corpo são fixados fotograficamente pela longa exposição à luz e ganham animação, sem perder as características próprias do suporte fotográfico, com efeitos de transição diferentes das séries de fotogramas do vídeo ou do cinema. Assim, os movimentos corporais do artista são reinventados através da combinação fluida de técnicas de vídeo e animação, analógicas e digitais.

João Penoni é graduado em Design pela PUC-Rio e com formação artística na Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Participou de exposições coletivas como From the margin to the edge, no Somerset House (Londres, UK, 2012); Quase Casais, no Espaço Maus Hábitos (Porto, Portugal, 2011); Zonas de Contato, no Paço das Artes (São Paulo, Brasil, 2011). Em 2012, participou da Rio Occupation London, apresentando trabalhos no Battersea Arts Centre e V22. Neste ano, também, apresentou seu projeto Incorpóreo, no Festival Panorama 2012. Em 2013, realiza sua primeira exposição individual, Lúmens - A Luz na Obra de João Penoni, no Espaço Furnas Cultural, Rio de Janeiro. Em 2014, apresentou a performance Lúmen, dentro da exposição Le Parc, Lumiere, na Casa Daros e fez sua segunda exposição individual, Átman, no Espaço Cultural Sérgio Porto, como parte do Foto Rio.

Katia Maciel – “Uma Árvore”, 2009
Videoinstalação digital, sem som, 5’
Uma árvore se movimenta em uma imagem fixa.

Katia Maciel é artista, poeta, cineasta, curadora, pesquisadora do CNPq e professora da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro desde 1994. Em 2001, realizou o pós-doutorado em artes interativas na Universidade de Wales na Inglaterra. Publicou, entre outros, os livros Instruções para fimes (e-book org. com Lívia Flores, 2013), Poesia e videoarte (com Renato Rezende, 2013), ZUN. (2012), Letícia Parente (com André Parente, 2011), O Livro de Sombras (org com André Parente 2010), O que se vê, o que é visto (org. com Antonio Fatorelli, 2009), Transcinemas (Contracapa, 2009), Cinema Sim (Itaucultural, 2008), Brasil experimental: Guy Brett (org 2005), Redes sensoriais (em parceria com André Parente, 2003), O pensamento de cinema no Brasil (2000) e A Arte da Desaparição: Jean Baudrillard (org 1997). Katia Maciel realiza filmes, vídeos, instalações e participou de exposições no Brasil, na Colômbia, no Equador, no Chile, na Argentina, no México, nos Estados Unidos, na Inglaterra, na França, na Espanha, em Portugal, na Alemanha, na Lituânia, na Suécia e na China. Recebeu, entre outros, os prêmios: Prêmio Honra ao Mérito Arte e Patrimônio (2013), Prêmio da Caixa Cultural Brasília (2011), Funarte de Estímulo à Criação Artística em Artes Visuais (2010), Rumos Itaucultural (2009), Sérgio Motta (2005), Petrobrás Mídias digitais (2003), Transmídia Itaúcultural (2002), Artes Visuais Rioarte (2000) Prêmio Honra ao Mérito Arte e Patrimônio (2013). Seus trabalhos operam com a repetição como anulação do tempo nos códigos amorosos e seus clichés e em desnaturezas.

Lívia Flores – “Rio Morto”, 1999
Filme super-8 transposto para video, 2’58
O filme corre paralelo a um rio, imprimindo em seu espelho d'água a imagem especular da cidade que o ameaça.

Lívia Flores é artista e professora da UFRJ. Interessada na relação entre filme e espaço, realizou diversas instalações utilizando projeções em super-8 e 16mm, por vezes transpostas para vídeo. Autora da tese de doutorado "Como fazer cinema sem filme?", vem pesquisando temas relativos à imagem em movimento, projeção e arte contemporânea. Participa de exposições no Brasil e no exterior e tem livro publicado pela coleção ARTE BRA – Lívia Flores (Automatica, 2012). Vive e trabalha no Rio de Janeiro. Tem livro publicado pela coleção ARTE BRA – Livia Flores (Automatica, 2012). Vive e trabalha no Rio de Janeiro.

Milton Machado – “Prince”, 2008,
Animação: Luiz Nogueira
Vídeo, som, 1:42 min
A partir de seis fotografias, registro meu deslocamento muito lentamente diante da vitrine de uma galeria de arte em Nova York. No vidro, percebi o reflexo de um imenso outdoor, erguido em frente à galeria, reproduzindo um trabalho muito conhecido de Richard Prince: uma imagem de propaganda de cigarros Marlboro, originalmente contendo as palavras Welcome to the Marlboro Country. A intervenção de Richard Prince consiste em eliminar essas palavras, sem qualquer interferência na imagem. O outdoor, no entanto, volta a incluir palavras, já que sua função é propagandear – não cigarros, mas a firma Phillips de Pury & Company, uma das principais casas de leilões de arte contemporânea. Portanto, trata-se de uma apropriação que acaba por subverter, pela adição de palavras, o estratégico (e falso, porque é eloquente) "mutismo" do artista. Subversões múltiplas da imagem, que implicam retiradas, devoluções, subtrações e adições, mudanças de função e de sentido, perdas de vista de originais. O outdoor produzia um reflexo duplo sobre a vitrine da galeria, de modo que o que se via não eram um único cavalo e um único cavaleiro, mas dois: um era o reflexo do outro, por sua vez já um reflexo. Com meu deslocamento, percebi que essas imagens – cavalos e cavaleiros (inexistentes) – apostavam uma espécie de corrida. Se eu me deslocava para a frente, o cavalo e o cavaleiro refletidos passavam a frente de seu outro reflexo. Deslocando-me para trás, era o outro reflexo, o outro cavalo e o outro cavaleiro que ganhavam a dianteira. É o que mostram as seis fotografias de Prince: essa corrida, por assim dizer fantasmagórica, que não termina jamais. Trata-se de uma aporia. As fotos deram lugar à imagem em movimento. O vídeo é uma animação digital, que fiz no Rio de Janeiro, a partir das seis imagens fotográficas, com a colaboração de Luiz Nogueira.

Milton Machado desde 1970 já fez diversas exposições individuais e participou de coletivas no Brasil e no exterior. Tem textos publicados em livros, revistas, jornais e websites. De 1979 a 1994, foi professor do Centro de Arquitetura e Artes da Universidade Santa Úrsula, e de 1983 a 1994, professor da Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Professor Associado do Departamento de História e Teoria da Arte e do PPGAV-Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais, Escola de Belas Artes EBA / UFRJ.

Wagner Morales – “Mala testa # 1”, 2014
Full HD, som, preto e branco, 7’33 min
“Mala testa # 1” é o primeiro de uma série de filmes sobre a ideia de transe. O transe é algo que possibilita tanto a visão extrema como a cegueira total. No filme, vemos um herói em seu momento de transe. Ele está nesse limiar: ver tudo ou nada ver. É preciso escolher. O filme tem duas partes e, em cada uma delas, o transe é evocado. A duração do filme faz parte da obra. Ver o tempo passar faz parte da obra e serve como uma pausa para o pensamento. Nesse momento, o pensamento pode focar-se ou perder-se totalmente. O filme foi originariamente concebido para ser visto em um looping.

Artista, pesquisador e curador brasileiro, Wagner Morales tem mostrado seu trabalho no Brasil e no exterior. Projetos recentes incluem exposições no MAM-Bahia, (Salvador, Brasil), Palais de Tokyo, Centre Pompidou e Fondation d'Entreprise Ricard (Paris, França), Cable Factory (Helsinki, Finlândia), Paço das Artes (São Paulo), Galeria Anita Schwartz (Rio de Janeiro) e Centro Cultural Banco do Brasil (Rio de Janeiro e São Paulo). Em 2004, recebeu o Prêmio de Criação Visual do 14º Videobrasil (Festival Internacional de Arte Eletrônica) que resultou em uma temporada como artista convidado no Le Fresnoy - Estúdio Nacional de Arte Contemporânea, em Tourcoing, na França. Entre 2005 e 2006, foi selecionado para o Le Pavillon, programa de residência artística do Palais de Tokyo, em Paris, França, onde realizou diversos projetos e exposições. Em 2010, foi artista residente do HIAC (Helsinki International Artist-in-Residence), Em Helsinque Finlândia.
Como curador, esteve no comando do programa de vídeo da 28a Bienal de São Paulo e nos projetos Cinema de Corredor (São Paulo), Acidentes (MNAC / Museu Nacional de Arte Contemporânea de Bucareste), Nouvelles de São Paulo-Carte Blanche à Wagner Morales (Le Silo / École de Beaux Arts, Paris) Film Studies (Benoît Maire no Blau projetos, São Paulo) entre outros.
Atualmente, Morales faz doutorado na Universidade Paris 3/Sorbonne Nouvelle, em Paris. Desde 2013, coordena o La Maudite, espaço de arte independente dedicado a curadorias experimentais, debates e um banco de documentação sobre a arte contemporânea brasileira (www.lamaudite.net).

Posted by Patricia Canetti at 1:40 PM

Lançamento do livro Pedras Portuguesas de Bruno Veiga e Daniela Name da Réptil editora

Ensaio sobre os desenhos de Burle Marx apresenta 150 imagens inéditas do calçadão de Copacabana

Fotógrafo carioca, Bruno Veiga tornou-se um exímio conhecedor do trabalho desenvolvido por Burle Marx em Copacabana. Tudo começou em 2007, quando participou de um inventário fotográfico sobre as calçadas de pedras portuguesas do Rio de Janeiro. Desde então, as pedras ganharam vida em sua produção. Autor de vários livros publicados sobre o tema, entre eles “O Rio que eu piso”, Bruno está às voltas com o lançamento de um novo ensaio sobre o assunto: “Pedras Portuguesas”, que será lançado em novembro pela Réptil Editora.

Com texto da curadora Daniela Name, a publicação apresenta 150 imagens inéditas, produzidas ao longo de 2013. Nas 192 páginas deste novo livro, Bruno faz um recorte aéreo somente das calçadas da Avenida Atlântica, logotipo internacional da cidade. Para conseguir ângulos exclusivos, o fotógrafo precisou subir em pontos estratégicos de hotéis e edifícios residenciais da orla. O resultado é um trabalho autoral, que revela algo que está cotidianamente aos pés dos cariocas, mas que não é notado.

Os registros mostram diferentes ângulos, formas e curvas que revelam a dimensão e a riqueza do trabalho de Burle Marx ao longo da Atlântica. “O ensaio que Bruno Veiga realizou para este livro parte de uma longa pesquisa de anos e oferece aos nossos olhos a visão pouco comum da obra. As calçadas e canteiros da orla de Copacabana observados de cima, como se fôssemos gaivotas privilegiadas saídas do mar para o que está depois da areia”, comenta Daniela Name.

Cronista visual, Bruno Veiga aprendeu a fotografar com olho de repórter, sempre capturando a beleza do Rio e os melhores enquadramentos. Seu trabalho, neste novo livro, procura desvendar certas características da obra de Burle Marx, como os detalhes geométricos, a infinidade de formas e os contrastes entre o preto, branco e o vermelho. “O calçadãotalvez seja a maior obra de arte a céu aberto do mundo. Somado a isso, é uma solução urbanística fantástica e criou uma identidade única, uma marca para o Rio de Janeiro e para o Brasil”, diz Veiga.

Bruno Veiga nasceu no Rio de Janeiro, Brasil. Começou a fotografar nos anos 1980 para os diários nacionais O Globo e Jornal do Brasil. A partir de 1990 trabalha como freelancer na Agência Tyba, onde fica até 1995. No mesmo ano monta a Strana Agência Fotográfica. Desde 2005 Bruno Veiga é associado ao Estúdio da Gávea no Rio de Janeiro. Seu trabalho é representado pela Galeria da Gávea. www.brunoveiga.net

FICHA TÉCNICA

Título: Pedras Portuguesas
Fotografias: Bruno Veiga
Texto: Daniela Name
Publicação: novembro de 2014
Formato: 21,0cm x 26,0cm
Páginas: 192 pp.
Editora: Réptil
ISBN: 978-85-99625-47-7
Preço: R$ 80

Posted by Patricia Canetti at 1:08 PM

novembro 12, 2014

Cronologia Iberê Camargo

Por ocasião do Centenário de Iberê Camargo na Fundação Iberê Camargo

Iberê Camargo: Século XXI, Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre, RS - 19/11/2014 a 29/03/2015

1914
Nasce Iberê Bassani de Camargo, em 18 de novembro, na cidade de Restinga Seca, interior do Rio Grande do Sul, filho de Adelino Alves de Camargo, agente ferroviário, e de Doralice Bassani de Camargo, telegrafista.

1928
Inicia sua aprendizagem em pintura na Escola de Artes e Ofícios da Cooperativa da Viação Férrea de Santa Maria (RS), tendo como professores Frederico Lobe e Salvador Parlagrecco.

1932
Assume a primeira atividade profissional como aprendiz do escritório técnico no Primeiro Batalhão Ferroviário. Pouco tempo depois, é promovido à função de desenhista técnico.

1939
Trabalha, em Porto Alegre, como desenhista técnico na Secretaria Estadual de Obras Públicas do Rio Grande do Sul e frequenta o Curso Técnico de Desenho de Arquitetura, no Instituto de Belas Artes do Rio Grande do Sul. Casa-se com Maria Coussirat, graduada em pintura pelo mesmo instituto.

1942
Vende seu primeiro óleo, intitulado Paisagem. Recebe bolsa do Governo do Estado do Rio Grande do Sul para estudar no Rio de Janeiro, para onde se transfere com sua esposa. Conhece e estabelece relações com artistas como Cândido Portinari, Frank Schaeffer e Hans Steiner. Ingressa na Escola de Belas Artes, mas a abandona, por discordar de sua orientação acadêmica. Inicia um curso livre, ministrado por Alberto da Veiga Guignard. Integra o Grupo Guignard, participando do ateliê coletivo, bem como das exposições. Realiza sua primeira exposição individual em Porto Alegre.

1943
Funda, com o apoio de Géza Heller, Elisa Byington e Maria Campello, o Grupo Guignard, um ateliê coletivo sob orientação de Alberto da Veiga Guignard, no Rio de Janeiro.
• “Grupo Guignard”, Diretório Acadêmico da Escola Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro. Exposição transferida para a sede da Associação Brasileira de Imprensa, depois de ter sido desmontada à força por um grupo de estudantes da Escola Nacional de Belas Artes.
• 48º Salão Nacional de Belas Artes – Divisão Moderna, Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro. Recebe menção honrosa em Desenho.

1944
É extinto o Grupo Guignard. Trabalha em outros ateliês. Passa a participar de diversas exposições coletivas no Brasil e no exterior.
• Exposição individual, Galeria Casa das Molduras, Porto Alegre.
• 49º Salão Nacional de Belas-Artes, Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro. Recebe medalha de bronze em Pintura.

1945
Segue para o ateliê na rua Joaquim Silva, Lapa, onde permanece até meados de 1960.
• 50º Salão Nacional de Belas Artes – Divisão Moderna, Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro. Recebe medalha de prata em Pintura.
• “20 artistas brasileiros” Museo Provincial de Bellas Artes, La Plata, Argentina; Comisión Municipal de Cultura, Montevideo, Uruguay; Salas Nacionales de Exposición, Buenos Aires, Argentina.

1946
• “Iberê Camargo”, Galeria de Arte do Instituto Brasil-Estados Unidos/Ministério da Educação e Saúde, Rio de Janeiro. Primeira mostra individual no Rio de Janeiro.
• 51º Salão Nacional de Belas Artes – Divisão Moderna, Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro.

1947
• Exposição individual, Galeria Casa das Molduras, Porto Alegre.
• 52º Salão Nacional de Belas Artes – Divisão Moderna, Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro. Recebe o Prêmio de Viagem ao Estrangeiro pela Seção de Pintura. Recebe, ainda, medalha de bronze em Desenho.

1948-50
Viaja à Europa com a esposa, Maria Coussirat Camargo. Em Roma, estuda gravura com Carlo Alberto Petrucci, pintura com De Chirico, materiais com Leoni Augusto Rosa e afresco com Achille. Em Paris, estuda pintura com André Lhote.

1950
Retorna ao Brasil e, no ano seguinte, começa a ministrar aulas de desenho e pintura em seu ateliê.

1951
Integra o júri do 56º Salão Nacional de Belas Artes – Divisão Moderna, Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro.
Dedica-se ao ensino de desenho e de pintura em seu ateliê, na rua Joaquim Silva, Rio de Janeiro.
• I Bienal Internacional de São Paulo, Pavilhão do Trianon, São Paulo.
• 56º Salão Nacional de Belas Artes – Divisão Moderna Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro.
• Bienal de Arte Hispano-Americana, Madri, Espanha.
• “Iberê Camargo”, Museu de Arte Moderna de Resende (RJ). Exposição inaugural do museu.

1952
Desenvolve 29 gravuras em água-tinta para ilustração do livro O rebelde, de Inglês de Sousa. No mesmo ano, realiza exposição dessas gravuras, na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro.

1953
Funda o Curso de Gravura em Metal no Instituto Municipal de Belas Artes do Rio de Janeiro.
• 4º Salão do Instituto de Belas Artes do Rio Grande do Sul, Porto Alegre. Recebe medalha de prata na Seção de Gravura.
• II Salão Nacional de Arte Moderna, Palácio da Cultura/Ministério da Educação e Saúde, Rio de Janeiro.

1954
Organiza, juntamente com outros artistas, o Salão Preto e Branco, parte do III Salão Nacional de Arte Moderna, Rio de Janeiro.
• Salão Preto e Branco / III Salão Nacional de Arte Moderna, Palácio da Cultura/Ministério da Educação e Saúde, Rio de Janeiro. Recebe medalha de prata em Pintura.
• “Pinturas e gravuras de Iberê Camargo”, Galeria de Arte do Instituto Brasil-Estados Unidos, Rio de Janeiro. Primeira mostra individual depois de viagem de estudos à Europa.

1955
Produz o texto “A gravura”, publicado em 1975.
• Salão miniatura, Associação Brasileira de Imprensa, Rio de Janeiro.
• “Gravuras de Iberê Camargo”, Galeria de Arte do Clube de Gravura, Porto Alegre.
• I Novo Salão Carioca, Rio de Janeiro.
• Bienal Hispano-Americana de Arte de Madri, Palacio Municipal de Exposiciones, Madri.

1956
Recebe isenção de júri na seleção do V Salão Nacional de Arte Moderna.
• V Salão Nacional de Arte Moderna, Palácio da Cultura/Ministério da Educação e Cultura, Rio de Janeiro.
• III Bienal Hispano-Americana, Barcelona.

1957
• VI Salão Nacional de Arte Moderna, Palácio da Cultura/Ministério da Educação e Cultura, Rio de Janeiro. Recebe isenção de júri neste Salão.
• “Salão para todos de gravura e desenho”, Ministério da Educação e Cultura, Rio de Janeiro. Levado posteriormente para a China. Participa como jurado e artista convidado.

1958
Integra o júri de seleção e premiação do VII Salão Nacional de Arte Moderna, Rio de Janeiro.
Participa de diversas exposições coletivas neste ano, no Rio de Janeiro, em Belo Horizonte e Quito, no Equador.
• Salão Pan-Americano do Instituto de Belas-Artes do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.
• I Bienal Interamericana de Pintura y Grabado, Palacio de Bellas Artes, Cidade do México.
• “Pinturas e gravuras 1955 a 1958”, GEA Galeria de Artes Plásticas, Rio de Janeiro.

1959
• V Bienal Internacional de São Paulo, Museu de Arte Moderna, São Paulo.
• “Iberê Camargo of Brazil”, Pan-American Union, Washington.

1960
Segue para novo ateliê, na rua das Palmeiras, Botafogo, Rio de Janeiro. Ministra curso de pintura, na Galeria Municipal de Arte, em Porto Alegre. Esse curso dá origem ao Ateliê Livre da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, voltado para a formação de artistas.
Ministra curso de gravura em metal, em Montevidéu, tendo seu tratado de gravura divulgado em língua espanhola.
• “Iberê Camargo”, Centro de Artes y Letras, Montevidéu.
• “Iberê Camargo: gravura – pintura”, Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli, Porto Alegre.
• IX Salão Nacional de Arte Moderna, Palácio da Cultura/Ministério da Educação e Cultura, Rio de Janeiro.
• 2nd International Biennial Exhibition of Prints in Tokyo, National Museum of Modern Art Yomiuri Shimbun, Tóquio.
• II Bienal Interamericana de Pintura y Grabado, Palacio de Bellas Artes, Cidade do México. Recebe o prêmio de Gravura.

1961
Recebe prêmio de Melhor Pintor Nacional na VI Bienal de São Paulo, com a série de pinturas Fiada de carretéis.
• X Salão Nacional de Arte Moderna, Palácio da Cultura/Ministério da Educação e Cultura, Rio de Janeiro. A pintura Estrutura é adquirida pela Comissão Nacional de Belas-Artes.
• VI Tokyo Biennial, Tokyo Metropolitan Art Gallery, Tóquio.

1962
• “Retrospectiva Iberê Camargo”, Museu de Arte Moderna, Rio de Janeiro. Primeira mostra retrospectiva do artista.
• The 30th Exhibition of the Japan Print Association, Japan Print Association, Tóquio. Iberê foi o único artista brasileiro a integrar a mostra.
• XXXI Bienal de Veneza.

1963
Recebe sala especial na VII Bienal Internacional de São Paulo.
• “Iberê Camargo”, Petite Galerie, Rio de Janeiro.

1964
Publica o artigo “A gravura”, nos Cadernos Brasileiros, escrito originalmente em 1955.
• “Iberê Camargo: pinturas”, Galeria Bonino, Rio de Janeiro.

1965
Ministra curso de pintura em Porto Alegre a convite do governo do Estado, organizado pelo Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli.
• Exposição individual, Galeria Bonino, Rio de Janeiro.
• “Grabados contemporáneos de Brasil”, Cidade do México.
• “The emergent decade. Latin American painters and paintings”, Solomon R. Guggenheim Museum, Nova York.

1966
Executa um painel de 49 metros quadrados oferecido pelo Brasil à Organização Mundial de Saúde, em Genebra.
• “Iberê Camargo: pinturas”, Galeria Bonino, Rio de Janeiro.
• I Bienal Nacional de Artes Plásticas, Convento de Nossa Senhora do Monte Carmelo, Salvador.

1968
Integra o júri do Salão Nacional de Arte Moderna, Rio de Janeiro. Inicia a construção de seu ateliê em Porto Alegre, na rua Lopo Gonçalves.
• 6th International Biennial Exhibition of Prints in Tokyo, Kokusai Bunka Shinkokai/The National Museum of Japan, Tóquio.
• “Exposição de gravuras”, Galeria do Instituto dos Arquitetos do Brasil, Porto Alegre.

1969
Ministra curso de pintura para detentos, na Penitenciária de Porto Alegre, auxiliado pela artista Maria Tomaselli Cirne Lima. Colabora na exposição de pintura no saguão do Banco do Estado do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, reunindo trabalhos de cinco alunos do curso que ministrou na penitenciária.
• “Gravuras e pinturas de Iberê Camargo”, Biblioteca Pública de Santa Maria (RS).
• “Pinturas”, Galeria do Instituto de Idiomas Yázigi, Porto Alegre.

1970
Recebe título de Cidadão de Porto Alegre, concedido pela Câmara Municipal de Porto Alegre.
• “Iberê Camargo”, Galeria Barcinski, Rio de Janeiro.
• “Iberê Camargo”, Galeria de Arte de Botafogo, Rio de Janeiro.

1971
Sala Especial na XI Bienal Internacional de São Paulo.

1972
Reinaugura o ateliê na rua das Palmeiras, no Rio de Janeiro, com uma exposição de pinturas e desenhos.

1973
Frequenta o ateliê Lacourière, dos irmãos Frélaut, em Paris, fundado em 1929, com o objetivo de aprimorar seus conhecimentos como impressor.
Integra o livro Gravura, de Márcia Pontes et al., Rio de Janeiro. Nessa publicação há reproduções de gravuras de Darel Valença Lins, Eduardo Sued, Iberê Camargo e Octavio Araújo.
• “Gravuras e pinturas”, Galerie de la Maison de France, Rio de Janeiro.
• “Oils on canvas by the Brazilian painter Iberê Camargo”, O’Hanna Gallery, Londres.
• “Iberê Camargo”, Galeria Inelli, Porto Alegre.
• Bienale de Gravure Moderne, Galerija Ljubljana Yougoslavie, Liubliana, Iugoslávia (atual Eslovênia).

1974
É inaugurada a Galeria Iberê Camargo, uma homenagem ao artista, do Diretório Acadêmico da Universidade Federal de Santa Maria (RS).
• “Guaches”, Galeria Aliança Francesa, Rio de Janeiro.

1975
Publica o texto A gravura (São Paulo: Topal), originalmente produzido em 1955.
Integra uma comissão para conscientizar as autoridades sobre a precariedade dos materiais de arte produzidos no Brasil e por melhores condições para sua importação.
Participa da XIII Bienal Internacional de São Paulo e de diversas exposições no exterior.
• “Iberê Camargo”, Galeria Luiz Buarque de Hollanda e Paulo Bittencourt, Rio de Janeiro.

1976
Integra o júri do Salão Nacional de Arte Moderna, Rio de Janeiro.
• “Iberê Camargo”, Galeria Bonino, Rio de Janeiro.

1977
Integra o júri do I Salão da Ferrovia, Rio de Janeiro. Recebe homenagem nesse evento.
• X Quadriennale Nazionale d’Arte di Roma. Palazzo delle Esposizioni, Roma.
• “Abstração”, Galeria Oficina de Arte, Porto Alegre.
• “Caderno de desenhos”, Galeria Iberê Camargo da Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria (RS).

1978
Participa do I Encontro Ibero-Americano de Críticos de Arte e Artistas Plásticos do Museo de Bellas Artes de Caracas, Venezuela.
• “Iberê Camargo: guaches”, Christina Faria de Paula Galeria de Arte, São Paulo.

1979
• XV Bienal Internacional de São Paulo.
• “Caderno de desenho”, Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli, Porto Alegre.
• “Iberê Camargo”, Galerie Debret, Paris, França.
• “Iberê Camargo”, Galeria Ipanema, Rio de Janeiro.

1980
O artista retorna à figuração em suas obras.
• “Trabalhos de Iberê Camargo”, Museu Guido Viaro, Curitiba.
• “Iberê Camargo: pastéis”, Galeria de Arte do Centro Comercial/Galeria Tina Presser, Porto Alegre.

1981
Homenageado pela Casa do Poeta Rio-Grandense, como Sócio Honorário nº 10.
• “Exposição de pinturas e desenhos”, Galeria Acervo, Rio de Janeiro.
• “Iberê Camargo: óleos e desenhos”, Galeria de Arte do Centro Comercial/Galeria Tina Presser, Porto Alegre.

1982
Retorna a Porto Alegre, onde passa a residir com sua esposa. Mesmo estabelecido no ateliê da rua Lopo Gonçalves, mantém ateliê no Rio de Janeiro. Recebe Diploma de Mérito Cultural da Prefeitura Municipal de Porto Alegre.
• “Iberê Camargo”, Max Stolz Galerie, Curitiba.
• “Retrospectiva em papel de Iberê Camargo”, Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli, Porto Alegre.
• “Homenagem a Iberê Camargo”, Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli, Porto Alegre.
• “Homenagem a Iberê Camargo”, Espaço Cultural Yázigi, Porto Alegre.
• “Iberê Camargo”, Studio de Arte Cláudio Gil, Rio de Janeiro.

1983
Faz outdoor para a Rede Brasil Sul, exposto nas ruas de Porto Alegre.
• “Iberê Camargo: pinturas, desenhos e tapeçarias das séries Carretéis e Dados”, Galeria Tina Presser, Porto Alegre. Durante a mostra é apresentado o curta-metragem (16 mm) Iberê Camargo: pintura-pintura, de Mário Carneiro, com textos e locução de Ferreira Gullar.
• “Arte moderna no Salão Nacional” – 6º Salão Nacional de Artes Plásticas, Museu de Arte Moderna, Rio de Janeiro.

1984
Executa dois painéis para a Funarte, Rio de Janeiro.
• 7º Salão Nacional de Artes Plásticas, Museu de Arte Moderna, Rio de Janeiro (artista convidado).
• “Iberê Camargo: 70 anos”, Museu de Arte Rio Grande do Sul Ado Malagoli, Porto Alegre.
• “Iberê Camargo”, Sala de Exposições Professor Hélios Homero Bernardi, Santa Maria (RS).
• “Iberê Camargo, aquele abraço!”, Centro Municipal de Cultura, Porto Alegre.
• “Iberê Camargo: desenhos, pinturas e gravuras”. Galeria Multiarte, Fortaleza.
• “Iberê Camargo: pinturas, guaches e pastéis”, Galeria Tina Presser, Porto Alegre; Studio de Arte Cláudio Gil e Galeria Thomas Cohn, Rio de Janeiro; Galeria Luisa Strina, São Paulo.

1985
Recebe o prêmio Golfinho de Ouro do Governo do Estado do Rio de Janeiro; reconhecimento por sua atuação como artista plástico no ano de 1984 e medalha de Mérito Cultural concedida pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre.
• XVIII Bienal Internacional de São Paulo – “Expressionismo no Brasil: heranças e afinidades”, São Paulo.
• 8º Salão Nacional de Artes Plásticas, Museu de Arte Moderna, Rio de Janeiro.
• “Iberê Camargo: desenhos e pinturas”, Galeria Tina Presser, Porto Alegre.
• “Iberê Camargo: trajetórias e encontros”, Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli, Porto Alegre. Na ocasião, é lançado o primeiro livro sobre a vida e a obra do artista, Iberê Camargo, editado por MARGS e Funarte.

1986
Inicia a construção de seu ateliê, no bairro Nonoai, Porto Alegre. Recebe título de doutor Honoris Causa pela Universidade Federal de Santa Maria.

• “Iberê Camargo”. Óleos, desenhos e o lançamento da Suíte de serigrafias (Manequins). Max Stolz Galerie, Curitiba.
• “Agrotóxicos”, Galeria Tina Presser, Porto Alegre.
• “Iberê Camargo: desenhos da série As criadas de Jean Genet”, Galeria Usina, Vitória.
• “Iberê Camargo: trajetória e encontros”, Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand; Museu de Arte Moderna, Rio de Janeiro; Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli, Porto Alegre; Galeria do Teatro Nacional de Brasília, Brasília.

1987
Produz um número significativo de litografias, nas quais retrata personagens do Parque da Redenção.
• “Iberê Camargo”, Galeria Espaço Capital Arte Contemporânea, Brasília.
• “Iberê Camargo – desenhos e litografias”, Galeria Montesanti Roesler, São Paulo.
• “Iberê Camargo”, Art-Com, Campo Grande (MS).
• “Exposição de pinturas, desenhos e gravuras de Iberê Camargo”, Galeria Soluzzione, Caxias do Sul (RS).
• “Iberê Camargo”, Galeria Espaço de Arte, Florianópolis.
• “Iberê Camargo – pinturas”, Galeria Luisa Strina, São Paulo.
• “Iberê Camargo: pinturas, desenhos e litos”, Galeria Tina Presser, Porto Alegre.
• “Iberê Camargo – desenho, gravura, pintura” (Homenagem aos 60 anos de arte), Matiz, Santa Maria (RS).
• “Iberê Camargo”, MD Galeria de Arte, Uberaba (MG).
• “Iberê Camargo no CEDC”, Centro de Exposiciones, Palácio Municipal, Montevidéu.
• “Iberê Camargo – obras recentes”, Galeria Paulo Klabin, Rio de Janeiro.
• “Iberê Camargo – pinturas e desenhos”, Galeria Van Gogh, Pelotas (RS).

1988
Inaugura seu novo ateliê na rua Alcebíades Antônio dos Santos, bairro Nonoai, Porto Alegre.
• “No andar do tempo”, Galeria Tina Zappoli, Porto Alegre; Documenta Galeria de Arte, São Paulo; Galeria Montesanti, Rio de Janeiro; Galeria Van Gogh, Pelotas. Na mostra, é lançado livro de Iberê Camargo, No andar do tempo – 9 contos e um esboço autobiográfico.
• “Iberê Camargo: desenhos, pinturas e gravuras”, Galeria Multiarte, Fortaleza.
• “Gravuras”, Galeria de Arte Álvaro Santos, Aracaju.

1989
• XX Bienal Internacional de São Paulo.
• “Iberê Camargo”, Galeria Tina Zappoli, Porto Alegre.
• “Iberê Camargo”, Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli, Porto Alegre.
• “Exposição de gravuras de Iberê Camargo”, Biblioteca Mário de Andrade, São Paulo.
• “Iberê Camargo”, Galeria Ponto D’Arte, Santana do Livramento (RS).
• “Iberê Camargo: pinturas, gravuras e desenhos”, Galeria Artmão, Cachoeira do Sul (RS).

1990
Iberê Camargo volta à atividade de gravura e conta com o auxílio de Eduardo Haesbaert como impressor.
• 1º Salão Nacional de Arte Contemporânea, Museu Universitário, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre (artista convidado).
• “Iberê Camargo: pinturas”, Casa de Cultura Mário Quintana, Porto Alegre.
• “Ciclistas no Parque da Redenção”, Escola de Artes Visuais do Parque Lage, Rio de Janeiro; Galeria Montesanti Roesler, São Paulo.
• “A gravura de Iberê Camargo: uma retrospectiva”, Espaço Cultural do Banco Francês e Brasileiro, Porto Alegre; Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro; Museu de Arte Moderna, São Paulo (1990–1991).

1991
Recusa a participar da III Bienal Internacional de Pintura de Cuenca, Equador, em protesto pela cobrança de impostos sobre a circulação de obras de arte.
Ministra workshop sobre artes plásticas, no Centro Cultural São Paulo, São Paulo.
• “Guaches”, Instituto Goethe, Porto Alegre.
• “Iberê Camargo – pinturas e guaches”, Escritório de Arte da Bahia, Salvador.
• “Iberê Camargo”, Galeria Montesanti Roesler, São Paulo.
• “Iberê Camargo”, Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand.
• “Iberê Camargo”, Espaço de Arte, Passo Fundo (RS).

1992
Iniciam-se as filmagens do curta-metragem Presságio, no ateliê de Iberê Camargo. Durante a produção do filme e suas variadas cenas, o artista produz diversos desenhos.
O projeto Os Amigos da Gravura, dos Museus Castro Maya, é reeditado e Iberê Camargo dele participa com uma gravura inédita.
Recebe o título de Filho Ilustre da Prefeitura Municipal de Restinga Seca (RS).
• Exposição por ocasião do lançamento do livro de Iberê, Gravuras (editora Sagra), Galeria Tina Zappoli, Centro Municipal de Cultura, Porto Alegre.
• “Iberê Camargo: obra sobre papel”, Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli, Porto Alegre.
• “Iberê Camargo: pinturas inéditas”, Galeria Multiarte, Fortaleza.

1993
Participa do 18º Salão de Arte de Ribeirão Preto – “Retrospectiva de gravuras de Iberê Camargo”, apresentação das séries: Carretéis, Ciclistas, Manequins e As idiotas, Museu de Arte de Ribeirão Preto (SP).
• “Iberê Camargo”, Art’s Collectors Gallery, Nova York.
• “Guaches”, Galeria Iberê Camargo, Usina do Gasômetro, Porto Alegre. Mostra de inauguração da galeria que leva seu nome.
• “Guaches e óleos”, Escritório de Arte da Bahia, Salvador.
• “Retratos de amigos”, Center Park Hotel, Porto Alegre.
• “Iberê Camargo”, Galeria Camargo Vilaça, São Paulo; Museu de Arte de Santa Catarina, Florianópolis. Última exposição individual do artista, em que apresenta a série O homem da flor na boca.

1994
Recebe diploma de personalidade Cultural Internacional, da União Brasileira de Escritores, na Academia Brasileira de Letras, Rio de Janeiro.
Realiza seu último óleo, Solidão, tela de 2 x 4 m.
É lançado o livro Iberê Camargo, de Ronaldo Brito.
• “Conversações com Iberê Camargo”, Galeria Tina Zappoli, Porto Alegre. Paralelamente à mostra é lançado o livro Conversações com Iberê Camargo, de Lisette Lagnado.
• XXII Bienal Internacional de São Paulo. Núcleo Abstrações.
• “Iberê Camargo: desenhos e gravuras”, Espaço Cultural Fiat, São Paulo.
• “Desenhos e gravuras em metal”, Galeria Tina Zappoli, Porto Alegre.
• “Iberê Camargo, mestre moderno”, Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro; Galeria Iberê Camargo, Usina do Gasômetro, Porto Alegre. Na ocasião é lançado o livro Iberê Camargo, mestre moderno, com textos de Ronaldo Brito, Rodrigo Naves e Décio Freitas.
• “Iberê Camargo: produção recente”, Centro Cultural São Paulo.
• “Homenagem a Iberê Camargo”, Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli, Porto Alegre.
• Mostra retrospectiva e mostra do trabalho atual, Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli/Galeria Tina Zappoli, Porto Alegre.
• Bienal Brasil Século XX, Fundação Bienal de São Paulo.

Iberê Camargo falece em 9 de agosto.

1995
É criada a Fundação Iberê Camargo, com uma vocação formativa fundamental em assuntos de arte e de difusão da obra do artista e reativado o Ateliê de Gravura.
Lançado o filme O pintor, de Joel Pizzini, no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, São Paulo.
• “Iberê Camargo: projetos e desenhos 1938 – 1941”, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, Porto Alegre.

1998
Mostra de lançamento do livro Gaveta dos guardados, organizado por Augusto Massi, na Galeria Cézar Prestes, Porto Alegre.

1999
Lançado o Programa Escola destinado à rede escolar privada e pública. Inauguração da primeira exposição desse programa, com a curadoria de Maria Amélia Bulhões.
É lançado o livro Iberê Camargo/Mário Carneiro: correspondências, na mostra “Obra gráfica de Iberê Camargo”, Centro de Arte Hélio Oiticica, Rio de Janeiro.
• II Bienal de Artes Visuais do Mercosul, MARGS, Porto Alegre. Curadoria Lisette Lagnado. Mostra especial.

2000
Tem início o projeto de catalogação da obra completa de Iberê Camargo.
• “Iberê Camargo: caminhos de uma poética”, a segunda exposição do programa Escola. Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre. Curadoria de Mônica Zielinsky.

2001
É lançado o livro Iberê Camargo: desassossego do mundo, de Paulo Venâncio, na exposição “Retrospectiva Iberê Camargo”, Bolsa de Arte de São Paulo e Galeria André Millan, São Paulo.
• “Iberê Camargo: um exercício do olhar”, Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre. Curadoria de Flávio Gonçalves.

2002
O projeto da nova sede da Fundação Iberê Camargo, desenvolvido pelo arquiteto português Álvaro Siza Vieira, recebe o Prêmio Leão de Ouro de Melhor Projeto na Bienal de Veneza: mostra arquitetura.
• “Retrato: um olhar além do tempo”, Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre. Curadoria de Blanca Brittes.

2003
Começa a construção da nova sede da Fundação Iberê Camargo.

2004
• “Iberê Camargo: uma perspectiva documental”, Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli, Porto Alegre. Curadoria de Mônica Zielinsky.
• “Pintura pura”, Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre. Curadoria de Icleia Borsa Cattani.

2005
• “Iberê Camargo: ciclistas et autres variations”, Musée des Beaux-Arts, Bordeaux, França.

2006
Lançado o 1º volume do catálogo raisonné, referente às gravuras do artista, sob coordenação de Mônica Zielinsky.

2007
A Fundação Iberê Camargo segue realizando atividades destinadas à preservação e divulgação da obra de Iberê Camargo.
• “Iberê Camargo e as projeções de um ateliê no tempo”, Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli, Porto Alegre. Curadoria Eduardo Haesbaert e Mônica Zielinsky.
• “Gravuras de Iberê Camargo: percursos e aproximações de uma poética”, Palacete das Artes Rodin, Salvador Pinacoteca da Feevale, Novo Hamburgo (RS). Curadoria de Mônica Zielinsky.
• “A gravura de Iberê Camargo: estudos – estados – expansão”. Instituto Tomie Ohtake, São Paulo. Curadoria de Mônica Zielinsky.

2008
Inauguração da nova sede da Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre.
• “Moderno no limite”, Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre; Museu Oscar Niemeyer, Curitiba. Curadoria de Mônica Zielinsky, Paulo Sérgio Duarte e Sônia Salzstein.
• “Persistência do corpo”, Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre. Curadoria de Ana Maria Albani Carvalho e Blanca Brittes.

2009
Lançado o livro Iberê Camargo: origem e destino, de Vera Beatriz Siqueira.
Reedição do livro Gaveta dos guardados, organizado por Augusto Massi.
• “Iberê Camargo: uma experiência da pintura”, Espaço Cultural Unifor, Fortaleza; Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre. Curadoria de Virgínia Aita.
• “Iberê Camargo: um ensaio visual”, Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre. Curadoria de Maria José Herrera.
• “Cálculo da expressão: Oswaldo Goeldi, Lasar Segall e Iberê Camargo”, Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre; Museu Lasar Segall, São Paulo. Curadoria de Vera Beatriz Siqueira.
• “Paisagens de dentro: as últimas pinturas de Iberê Camargo”, Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre. Curadoria de Icleia Borsa Cattani.

2010
Lançado o livro Tríptico para Iberê, de Daniela Vicentini, Laura Castilhos e Paulo Ribeiro.
• “Iberê Camargo: os meandros da memória”, Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre. Curadoria de Jacques Leenhardt.

2011
• “Linha incontornável: desenhos de Iberê Camargo”, Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre. Curadoria de Eduardo Veras.
• “Iberê Camargo e o ambiente cultural brasileiro do pós-guerra”, Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre. Curadoria de Fernando Cocchiarale.
• “Linha de partida: gravuras de Iberê Camargo”, Museu de Arte Leopoldo Gotuzzo, Pelotas (RS); Galeria de Artes do Centro Municipal de Cultura Dr. Henrique Ordovás Filho, Caxias do Sul (RS).
• “Conjuro do mundo – as figuras-cesuras de Iberê Camargo”, Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre. Curadoria de Adolfo Montejo.

2012
• “Iberê Camargo – no tempo”, Museu Ruth Schneider, Passo Fundo, e Museu de Arte de Santa Maria, Santa Maria (RS).
• “O Outro na pintura de Iberê Camargo”, Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre. Curadoria Maria Alice Milliet.

2013
• “Iberê Camargo: o carretel – meu personagem”, Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre. Curadoria de Michael Asbury.
• “Xico, Vasco e Iberê – o ponto de convergência”, Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre. Curadoria de Agnaldo Farias.

2014
Maria Coussirat Camargo falece em 24 de fevereiro.
• “Iberê Camargo: as horas (o tempo como motivo)”, Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre. Curadoria de Lorenzo Mammi.
• “Iberê Camargo: um trágico nos trópicos”, Centro Cultural Banco do Brasil, São Paulo. Curadoria de Luiz Camillo Osório.

Posted by Patricia Canetti at 3:07 PM

Iberê Camargo: Século XXI - a grande celebração dos 100 anos do mestre

A Fundação Iberê Camargo abre a exposição comemorativa que reunirá 19 artistas contemporâneos para celebrar o centenário de nascimento do artista por meio de esculturas, fotografias, literatura, dança, livro, seminário, cinema e projeto educativo.

Iberê Camargo: Século XXI, Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre, RS - 19/11/2014 a 29/03/2015

Todas as faces e fases de Iberê Camargo estarão em exibição em Porto Alegre para comemorar o aniversário de 100 anos de nascimento de um dos maiores nomes da arte brasileira. Iberê Camargo: Século XXI abandona o formato convencional de exposições comemorativas, ordenadas cronologicamente. A exposição pretende demonstrar a potência poética do artista, estabelecendo diálogos, relações e tensões entre suas pinturas, gravuras e desenhos. Para isso, usará uma vasta coleção de linguagens, incluindo escultura, instalação, fotografia, literatura, dança, livro, seminário, cinema e projeto educativo. A abertura para convidados no dia 18 de novembro (terça-feira), às 19h.

Entre 19 de novembro a 29 de março, o público, que poderá acessar a mostra gratuitamente, irá sentir a densidade do trabalho de Iberê Camargo” na arte brasileira desde o lado de fora ao interior da rampas, passando pelo átrio, todos os espaços do prédio foram pensados como expositivos. Uma densidade que ultrapassou a própria vida do artista, morto em 1994, transpôs as linguagens que esse gaúcho de Restinga Seca praticou para ressoar no cenário artístico, desvelando questões profundas da existência humana e do modo de representá-las.

Para celebrar este grande momento de homenagens, a Fundação Iberê Camargo convidou 19 artistas brasileiros. De gerações diferentes, alguns são profundos conhecedores do trabalho do artista, outros não. Todos, porém, terão suas obras expostas em conjunto, dialogando ao mesmo tempo com as de Iberê, em cada canto do prédio erguido em sua homenagem, encravado às margens do Guaíba e projetado pelo arquiteto português Álvaro Siza. O conjunto de artistas é composto por Angelo Venosa, Arthur Lescher, Carlos Fajardo, Carmela Gross, Cia. De Foto, Daniel Acosta, Edith Derdyk, Eduardo Frota, Eduardo Haesbaert, Fabio Miguez, Francisco Kingler, Gil Vicente, Jarbas Lopes, José Bechara, José Rufino, Karin Lambrecht, Lenir de Miranda, Regina Silveira e Rodrigo Andrade. Ao todo serão 33 pinturas, seis gravuras e 30 desenhos de Iberê Camargo, que poderão ser vistas ao lado de outras 21obras dos artistas convidados. Ao longo do ano, o artista recebeu homenagens de diferentes instituições, entre elas o Centro Cultural Banco do Brasil de São Paulo (CCBBSP) e a Pinacoteca de São Paulo.

Integrante do Comitê Curatorial, Agnaldo Farias explica que os curadores optaram por fugir de homenagens nos moldes tradicionais, pois o artista já havia sido homenageado com uma retrospectiva na inauguração do edifício da Fundação Iberê Camargo, em 2008. " O segundo motivo deveu-se à concordância unânime sobre a necessidade de se sublinhar a data apontando ressonâncias diretas e indiretas da obra de Iberê Camargo sobre seus contemporâneos, sobre seus discípulos ou gente que lhe assistiu em sua faina cotidiana.O curador destaca que o centenário é uma oportunidade para mostrar a atualidade da obra de Iberê. "As obras dele são potentes, nos toca fundo. A mostra permite a atualização do passado através do presente e o presente através da leitura do passado. Não se pode esquecer o seu legado. Iberê é referência", ressalta.

Pinturas, desenhos e gravuras, pertencentes às séries “Ciclistas”, “Carretéis”, “Explosões”, “Espelhos”, “Fantasmas”, “Sombras” e “Manequins” irão preencher as salas em companhia de obras de artistas cuja proximidade, em alguns casos, poderá trazer à mente a ideia de sombra, enquanto o caráter profundamente diverso das obras de outros, ao contrário, provocará fricções, ingrediente fundamental para o desdobramento de novos planos de leituras. “A seleção foi bastante difícil pois temos um número grande de excelentes artistas que fazem obras de primeira linha. O que nós tentamos foi encontrar obras que dialogassem com as de iberê, com as suas temáticas e de Iberê abordou as sombras e o preto no seu trabalho, que foi extremamente ousado e denso. Por outro lado, também buscamos relações, mesmo não intencionais, de artistas mais jovens, da arte contemporânea. Além disso, há obras inéditas de Iberê que nunca foram mostradas, não só em Porto Alegre, mas no Brasil. O principal objetivo é fazer refletir, de mostrar uma atualidade da sua obra, que apesar de ter sido produzida em outro tempo, permanece moderna", aponta Icleia Cattani, também integrante do Comitê Curatorial.

"Na verdade, seria um erro descrever a obra de Iberê através da abordagem de seus temas. Radicalmente artista, essencialmente pintor, intimamente gravador e compulsivamente desenhista, Iberê Camargo não ilustra tema algum: ele vive o desenho, a gravura e a pintura como uma maneira de sobreviver em um mundo que é doloroso ao homem", destaca o terceiro membro da Comitê Curatorial da Fundação, Jacques Leenhardt.

Rampas ganham intervenções assinadas por Joel Pizzini

Convertidas em espaços expositivos, as rampas da Fundação Iberê Camargo foram entregues aos cuidados do premiado diretor de cinema Joel Pizzini, autor de O pintor, filme, de 1995, sobre a obra de Iberê Camargo, e de Enigma de Um Dia, curta-metragem inspirado na tela de mesmo título do artista italiano Giorgio de Chirico, mestre de Iberê no tempo em que viveu na Itália, final dos anos 1940.

Pizzini trabalhará com projeção de imagens em movimentos nos espaços que ligam os três andares do edifício. A primeira delas será reservada às projeções de imagens de ciclistas colhidas no Parque da Redenção, o mesmo de onde Iberê Camargo tirou as imagens inspiradoras de uma de suas mais famosas séries em pinturas, desenhos e gravuras.

A segunda rampa foi escolhida para abrigar parcelas da produção literária do artista, autor de livros de contos, textos de cunho autobiográfico, comentários sobre momentos da vida brasileira e, por fim, aqueles dirigidos à apresentação das suas referências estéticas e existenciais. "O fluxo de visitantes irá esbarrar constantemente em ilhas sonoras, uma seleção de excertos de textos lidos em voz alta, uma pausa no elenco de obras para serem vistas ou contornadas pelo corpo, em favor do contato por narrativas verbais, desencadeadoras de processos imaginativos de outra ordem", explica Agnaldo Farias, também curador da Fundação.

A terceira rampa funcionará como antessala das séries de fantasmas, sombras e manequins apresentadas no último piso. "Os seres espectrais, tomados pela loucura, pela estupidez, quando não aturdidos e exaustos, prostrados em paisagens, chega uma sucessão de excertos de alguns clássicos da filmografia, quase todos de extração expressionista, pertencentes ao acervo pessoal de Iberê Camargo", pontua Farias.

Carretéis de Eduardo Frota recepcionam os visitantes. No átrio,estudos originais do Painel de Genebra

Do lado de fora do prédio, o público, antes mesmo de entrar na mostra, será recepcionado por cinco grandes carretéis de madeira, assinados pelo artista cearense Eduardo Frota. Construídos em Porto Alegre, cada um deles tem 2,70 metros de altura, com diâmetros variando entre 60 e 85 centímetros. A opção por formas geométricas – cilindros, cones, círculos, anéis, carretéis – tem sido a tônica da obra de Frota. O artista percorreu os mais de três mil quilômetros que separam Fortaleza de Porto Alegre quatro vezes para orientar e acompanhar a equipe de técnicos que elaboram as obras. "Eu pego um dos elementos ícones da pintura, que são os carretéis, e transporto para a tridimencionalidade, como se eu cavasse aquelas telas, aquela pintura pastosa, movediça e escura, e recoloco isso no mundo. Não é mais uma representação, não é mais virtual. Com toda a modéstia, é como se eu atualizasse para a produção da arte conteporânea elementos da produção de Iberê", explica Frota.

Ao chegar ao átrio, o visitante será recebido pelo conjunto de 28 estudos criados por Iberê para executar o painel de 49 metros quadrados oferecidos pelo Brasil à Organização Mundial da Saúde, em Genebra, Suíça, em 1966, e pela reprodução da peça, em dimensões menores do que a original. "Se a reprodução é o único recurso para a exibição de uma obra impossível de ser removida do local onde está instalada, por outro lado expõe-se, pela primeira vez, o conjunto dos desenhos preparatórios, um documento precioso sobre os passos desenvolvidos e as opções assumidas pelo artista, aponta Agnaldo.

Documentário Magma e performance inspirada nos Carretéis

A Fundação Iberê Camargo também vai apresentar o documentário Magma, com roteiro e direção de Marta Biavaschi, fotografia de Bruno Polidoro e montagem de Bruno Carboni. Narrado pelo próprio Iberê com imagens e sons de arquivo, o filme, de 52 minutos, revela a paisagem da memória, as obras e a literatura do artista. De acordo com Marta, a produção é uma biografia estética através de seu gesto pictórico e na busca da matéria sonhada por ele. "Filmamos obras de diferentes fases do artista em Porto Alegre, São Paulo e Rio de Janeiro. A partir do universo de cada fase de sua obra pictórica acrescido da dramatização de parte do conto O Relógio, escrito por ele em 1959, criamos quadros vivos que dialogam com seus quadros e sua produção literária e evocamos a paisagem da memória do artista com filmagens realizadas em Restinga Seca, Jaguari, Santa Maria, Porto Alegre e Rio de Janeiro, lugares onde viveu, observou e transfigurou a realidade. A imagens e os sons de arquivo do acervo documental da Fundação Iberê Camargo foram utilizadas como narrativa no filme, o Iberê por ele mesmo", explica.

Segundo a diretora, entre pesquisa, filmagem, montagem e finalização foram quatro meses de produção. "Muito emocionada com o convite para a realização do documentário que celebra os cem anos do artista. Um mergulho na tradução de seu universo através do meu olhar sobre a sua obra".

No dia de abertura, os convidados poderão assistir à performance inspirada na série "Carretéis", assinada pela premiada coreógrafa e professora Eva Schul, uma das pioneiras da dança moderna no Brasil. "É um passeio entre o onírico e o lúdico sobre o objeto de memória do pintor e seus possíveis movimentos", destaca Eva. Serão nove bailarinos da Ânima Cia. de Dança, com coreografia de Eva e música de Celau Moreira, que tocará seu violoncelo acompanhado de Renato Camargo na flauta e de Paulo Callone no oboé e corne inglês, todos músicos da Ospa. Os adereços e figurinos são assinados por Elcio Rossini. "A performance acontecerá em vários andares da Fundação, que serão percorridos até finalizar no átrio", explica a coreógrafa.

Seminário sobre a vida e obra de Iberê Camargo e livro editado pela Cosac Naify

Paralelo à abertura da exposição , a Fundação promoverá um seminário sobre a vida e obra do artista entre os dias 19 e 21 de novembro, das 19h às 22h, no auditório da instituição. No primeiro dia, os convidados são Icleia Cattani, Luiz Camillo Osório e Regina Silveira, com mediação de Eduardo Veras; no segundo, Jacques Leenhardt, Carlos Martins e Karin Lambrecht, com mediação de Blanca Brites e no terceiro Agnaldo Farias, Lorenzo Mammì e José Rufino, com mediação de Ana Carvalho.

Também integra as comemorações o lançamento do livro 100 anos de Iberê da editora Cosac Naify, que ocorrerá no dia 19 de novembro, às 18h, no átrio da Fundação. Com 416 páginas, em português e inglês, a obra é uma retrospectiva dos trabalhos do artista com desenhos, gravuras e, principalmente, pinturas. Reproduz também 13 textos curatoriais, referentes a exposições de obras do artista realizadas pela Fundação Iberê Camargo. A organização conceitual do projeto é assinada pelo curador professor Luiz Camillo Osorio, que apresenta o texto inédito “Curadorias como Intervenção Crítica”. O projeto incluirá nova bibliografia do artista, como forma de criar um documento de referência.

Projeto Educativo e lançamento do filme Pare Olhe Escute

O Programa Educativo da Fundação Iberê Camargo realiza, no dia 22 de novembro, o Encontro para Educadores da exposição Iberê Camargo: século XXI. O evento tem como objetivo fornecer subsídios para que professores de diferentes áreas desenvolvam pesquisas e atividades com suas turmas antes ou depois de visitar a mostra. Com entrada gratuita, o encontro é voltado para educadores, estudantes e demais interessados. A programação terá início com a exibição do filme "Pare olhe escute", realizado pela Fundação Iberê Camargo com roteiro e direção de Marta Biavaschi. A seguir, serão realizadas conversas com os curadores Agnaldo Farias, Jacques Leenhardt e Icleia Cattani e uma visita à mostra. Ao final do evento, os participantes receberão o material didático Iberê Camargo: século XXI desenvolvido especialmente para a exposição. A publicação, composta por textos, imagens, sugestões de atividades e um acessório, aborda a obra de Iberê Camargo e de outros oito artistas.

O filme educativo Pare Olhe Escute foi desenvolvido com o intuito de apresentar a trajetória e a obra de Iberê Camargo para o público escolar. A partir do universo pictórico do artista, foram criados quadros vivos que dialogam com suas pinturas e memórias. Também com direção de Marta Biavaschi, a obra combina imagens e sons de arquivo com filmagens realizadas em Restinga Seca, Jaguari, Santa Maria, Porto Alegre e Rio de Janeiro.

Exposições internacionais e no MAM Rio

Em 2015, destaque especial para a programação internacional, que inclui três exposições de Iberê Camargo na Itália, nos dias 20 e 21de maio de 2015. O Museo Marino Marini, em Florença (dia 20), dará foco à gravuras, o Museu de Arte Moderna de Florença (dia 20), mostrará recortes dedicados à produção do artista nos anos 60, enquanto o Museo Morandi, em Bolonha (dia 21), destacará as relações entre as obras de Iberê e do seu mestre Giorgio Morandi, com a apresentação de naturezas-mortas dos dois artistas. A curadoria é de Alberto Salvadori, diretor artístico do Museo Marino Marini.

Outro destaque do centenário em 015 será a exposição realizada no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM-RJ), em setembro, cidade onde o artista viveu por 40 anos.

Catalogação da obra para novas volumes do catalogos raisonnés

O vasto material produzido pelo grande artista Iberê Camargo está espalhado por vários pontos do mundo. A Fundação Iberê Camargo já mapeou cerca de 4 mil obras dos cerca de oito mil trabalhos que foram produzidos por Iberê em 55 anos de produção artística. O trabalho do setor de catalogação e pesquisa da instituição, coordenado pela professora Mônica Zielinsky, professora do Instituto de Artes da UFRGS, já lançou em 2006 o primeiro volume dos catálogos raisonnés de Iberê de gravuras do artista , com mais de 500 páginas, um livro raro no Brasil.

O desafio agora é produzir os outros volumes dos catálogos raisonnés com a obra completa do artista, uma atividade que está exigindo um meticuloso cuidado de coleta e organização dos dados, histórico das obras via exames de catálogos e da hemeroteca, assim como os estudos sobre a procedência das obras. A instituição espera que os colecionadores de Iberê Camargo possam participar da construção do processo de catalogação, fornecendo os dados de suas obras. Para isso, são convidados a registrá-los através do site da Fundação Iberê Camargo www.iberecamargo.org.br ou por contato direto ao setor, pelos telefones (51) 3247 8040 ou (51) 3247 8002, como também pelo e-mail.

A programação completa do centenário é apresentada pela Gerdau e Itaú.
A Fundação Iberê Camargo é patrocinada pela Gerdau, Itaú, IBM, Vonpar e Banco Votorantim.

Posted by Patricia Canetti at 2:43 PM

Melanie Smith na Nara Roesler, São Paulo

Melanie Smith faz reflexão sobre embate entre natureza e civilização em pinturas e vídeo inspirados na região amazônica

Exposição traz o vídeo Fordlândia, realizado na região comprada pelo industrial norte-americano Henry Ford nos anos 1920, às margens do rio Tapajós

A Galeria Nara Roesler abre, em 18 de novembro, a exposição Fordlândia, de Melanie Smith, uma pesquisa da artista sobre o projeto megalômano de Henry Ford de fazer um grande polo produtor de látex para a confecção de pneus em plena Floresta Amazônica, às margens do Rio Tapajós. O projeto se desenvolveu durante a década de 30, mas as novas tecnologias que surgiram na época fizeram tudo ruir e Ford teve um prejuízo de mais de 20 milhões de dólares.

A artista, que é britânica, mas reside atualmente no México, provoca uma reflexão sobre o embate entre a natureza e a civilização. Na exposição, que segue até 1º de fevereiro, são exibidos um vídeo e pinturas de sua produção atual.

Fordlândia, o vídeo, é homônimo à região de mais de 14 mil metros que Henry Ford (1863-1947), industrial norte-americano do ramo automobilístico, comprou nos anos 20, no estado do Pará. Hoje correspondente ao município de Aveiro, a região era então uma cidade destinada a crescer com a exploração da borracha para fazer os pneus dos carros da Ford, como alternativa ao látex explorado na Malásia.

Com o choque cultural entre os trabalhadores nativos e os executivos norte-americanos, a condição de infertilidade do solo e a inexperiência estrangeira no plantio das seringueiras, o empreendimento foi um total desastre. Com isso, a região, que deveria tornar-se uma cidade próspera, foi abandonada, deixando em seu rastro as ruínas das construções que, aos poucos foram invadidas pela vegetação densa.

Em sua pesquisa pictórica cuja base é o uso da cor, Melanie Smith se apropria de uma gama de verdes em que a floresta surge como massa espessa e soberana, sem a ideia conciliatória que norteia o pensamento ecológico atual. Nas pinturas de Smith, a floresta não se dobra ao capricho humano, é antes um enorme organismo vivo.

O vídeo faz o contraponto do verde com elementos como caminhões, concreto envelhecido e estradas cortadas em meio à floresta, que antes de se submeter ao impulso civilizatório do homem, impõe-se em sua potência de resistência e reintegração. Estar na floresta é desistir do impulso totalitário da cultura na constante luta pela adaptação entre as características naturais e urbanas.

Melanie Smith nasceu em 1965, em Poole, Reino Unido, e radicou‑ se na Cidade do México, México. Participou da 54ª Bienal de Veneza, Itália (2011); da 8ª Bienal do Mercosul, em Porto Alegre, Brasil (2011); e da 8ª Bienal de Havana, Cuba (2003). Entre as exposições coletivas de que participou recentemente estão: Under the Mexican sky: Gabriel Figueroa – art and film (Los Angeles County Museum of Art, Los Angeles, EUA , 2013); México inside out: themes in art since 1990 (Modern Art Museum of Fort Worth, Fort Worth, EUA, 2013); Salvajes ‑ disgesting Europe piece by piece (Traneudstillingen Exhibition Space, Copenhague, Dinamarca, 2012); Another victory over the sun (Museum of Contemporary Art, Denver, EUA, 2011); The Smithson effect (Utah Museum of Fine Arts, Salt Lake City, EUA, 2011); e The twentieth century (Tate, Liverpool, Inglaterra, 2009); além de mostras individuais como Melanie Smith (MK Gallery, Milton Keynes, Inglaterra, 2014); Melanie Smith (Contemporary Art Museum Houston, Houston, EUA, 2014); Xilitla (FLORA ars+natura, Bogotá, Colômbia, 2013); Irretratabilidad, ilegibilidad, inestabilidad (Museo Amparo, Puebla, México, 2013); Melanie Smith (Fundação Joaquim Nabuco, Recife, Brasil, 2012); Short circuit, Villa Merkel, Esslingen, Alemanha, 2012); Bulto (Museo de Arte de Lima, Peru, 2011); e Xilitla (El Eco, Cidade do México, México, 2010).

Posted by Patricia Canetti at 2:06 PM

novembro 11, 2014

9ª turma do programa de Residência Artística do Red Bull Station inaugura exposição

Amanda Mei, André Feliciano, Arthur Arnold, Daniel Lie, Gustavo Torres e Ricardo Reis apresentam experimentos artísticos criados ao longo de 12 semanas de pesquisas, palestras e workshops

Urbanismo, imagens de protesto, misticismo, individualismo, peregrinação e também um novo período da arte são alguns dos temas trabalhados pela 9ª turma do programa de Residência Artística do Red Bull Station e que terão suas obras abertas à visitação a partir deste dia 15 de novembro, quando ocorre a exposição final da turma.

Desde setembro, os seis artistas Amanda Mei, André Feliciano, Arthur Arnold, Daniel Lie, Gustavo Torres e Ricardo Reis estão ocupando o prédio no Centro de São Paulo e, ao longo dessas 12 semanas, desenvolveram trabalhos artísticos sob curadoria de Paula Borghi. Encontros com curadores, palestras, workshops e studio visits também fizeram parte da formação destes residentes para construção da mostra, que se estende até 15 de janeiro com visitação gratuita.

“Trata-se de um grupo eclético que transita por diversos caminhos, desde a performance, instalação, pintura, apropriação, objeto, fotografia, vídeo até mesmo experimentos científicos ou processos burocráticos. São artistas cujas pesquisas e poéticas se potencializam quando vistas juntas, uma vez que é a partir da diversidade que se soma”, ressalta a curadora.

Os artistas desta 9ª Residência Artística do Red Bull Station foram selecionados pela artista Letícia Ramos e pelos curadores Marcio Harum e Paula Borghi. Os critérios para a seleção foram orientados a partir do caráter experimental dos artistas, a excelência de suas produções, a abertura deles para a troca, assim como a disponibilidade em saírem de suas zonas de conforto e experimentarem novas propostas.

Conheça o perfil de cada um dos artistas da 9ª Residência Artística do Red Bull Station:

Amanda Mei - Sua produção acompanha o ritmo da cidade, que passa constantemente por processos de construção, desconstrução e reconstrução. Destroços de demolição (tijolo, telha, bloco de concreto) e pedaços de mobiliário em madeira (gaveta, treliça, pé de mesa) servem de matéria-prima para a artista, que faz dos resíduos relíquias visuais. Rastros, ruínas e vestígios estendidos no espaço, isto é, rastros daquilo que um dia se foi e que hoje é outro são constantes na obra da artista.

André Feliciano - Vive da/na natureza da arte. Em 2001, nomeou-se moderno, de 2002 a 2005 pós-moderno; em 2006, contemporâneo e a partir de 2007 (até os dias de hoje) florescentista. André viveu quatro períodos da história da arte, sendo o florescimento criado por ele próprio, com quatro livros publicados e indumentárias exclusivas para cada ciclo. Um artista cuja produção se desenvolve a partir da relação entre comportamento, pensamento e poética, quando corpo e obra não se diferenciam.

Arthur Arnold - Pronuncia-se com imagens de protesto, violência, desigualdade, discriminação, abuso de poder, mutações simbólicas, opressão e criminalidade. Sua produção explora com intensidade as camadas políticas e pictóricas da arte. São pinturas que incitam o espectador a refletir sobre aquilo para que muitos preferem “fechar os olhos”, trabalhos que conquistam o espectador através de sua excelência formal (composição, cor e gesto) para então incitar uma meditação conceitual e brutal.

Daniel Lie - Como definir aquilo que é indefinido? Daniel Lie seria uma resposta a esta pergunta, um artista que traduz em imagem aquilo que não é possível palavrear. Daniel trabalha com rituais, energias, misticismo e forças da natureza para então criar objetos, instalações e performances. São trabalhos que se dissolvem no cotidiano, os quais se comportam tal qual atividades diárias, como, por exemplo, comer, dormir e vestir-se. É sob esta experiência que o artista atua, com objetos que podem ser definidos como um colar, um amuleto ou uma escultura.

Gustavo Torres - Em meio a instalações, vídeos e sons, o artista parte da busca pelas essências perdidas: o som do toca-fitas por ele mesmo, o projetor lançando sua própria luz, o questionamento acerca da completude dos aparatos tecnológicos. Por fim, Gustavo trabalha sobre aquilo que foi roubado do homem: a consciência sobre sua própria individualidade, retirada para dar lugar ao dominante patriarcado – branco – hétero – monogâmico – normativo.

Ricardo Reis - Como em uma peregrinação para responder perguntas que dizem respeito a todos os homens, Ricardo Reis desenvolve seu trabalho. A história, a solidão e o vazio são percorridos com o atravessar de passos, do tempo e, a partir desta ideia, Ricardo trabalha o solo. Sua produção passa a sensação de uma longa viagem que está longe de terminar. Entre uma parada e outra são coletados objetos ou capturados por traços em grafite nos cadernos que ele carrega, uma coleção de impressões marcadas.

Sobre a curadora:

Paula Borghi é graduada em Artes Visuais pela FAAP (Fundação Armando Alvares Penteado). Atualmente é curadora da 9ª edição da Residência Artística do Red Bull Station, além de ser integrante do grupo de crítica do CCSP (Centro Cultural São Paulo) desde 2011 e do Paço das Artes desde 2012. De 2011 aos dias de hoje, segue com a investigação Projeto Multiplo, exibido no MOMA – PS1, no Museu de Arte Contemporânea de Quito, na Galeria Meridión ac, na Universidade de Córdoba e no Espacio G. Foi selecionada para o projeto Novos Curadores (2010), para o 15º Festival Cultura Inglesa com a mostra coletiva UnFreeze (2011) e jurada da pré-seleção da Temporada de Projetos do Paço das Artes.

Residência artística no Red Bull Station: Com três edições por ano, a Residência Artística ocupa o piso superior do edifício, onde ficam os ateliês e um espaço conhecido como Galeria Transitória – local em que os artistas podem tanto desenvolver seus trabalhos como observar de que forma cada obra conversa com os demais projetos e com o ambiente. A cada edição são escolhidos seis artistas mediante edital divulgado no site e nas redes sociais da Red Bull.

O House of Art foi um projeto anual de residência artística da Red Bull que ocupou os prédios Hotel Central e Sampaio Moreira, ambos no centro de São Paulo, em 2009, 2010 e 2011. A partir da abertura do espaço de experimentação Red Bull Station, o projeto passa a ser permanente e também muda de nome e de formato: se transforma na Residência Artística no Red Bull Station.

Posted by Patricia Canetti at 5:53 PM

Joana Traub Csekö na Luciana Caravello, Rio de Janeiro

Elegias Cariocas é a exposição que a artista visual Joana Traub Csekö apresenta na Luciana Caravello Arte Contemporânea, a partir do dia 13 de novembro. São fotos e objetos perpassados pela temática do urbano e da memória, tendo como pano de fundo a cidade do Rio de Janeiro. Ao conceber a exposição, Joana se perguntou quais seriam as cidades que moram na memória dos cariocas. “Quantas são as coisas e os lugares que lembramos, mas que não existem mais? O sapateiro, o quintal, os bondes, a mercearia, o açougue, o armarinho, aquela rua... O que havia antes daquele novo prédio que subiu, de um estacionamento ou da recém aberta farmácia?”, pergunta a artista.

A série “Passagens – Sobrados” abre a mostra no terceiro andar da galeria, reunindo fotos de sobrados do centro do Rio e imagens antigas que remetem a estas casas. As escadas dos sobrados trazem situações icônicas de passagem. A subida íngreme e dúbia que indicam – devemos arriscar ou não? – tem algo de íntimo com o Rio.

“Há muitas escadas assim no centro, rapidamente desparecendo com a célere gentrificação da malha urbana. Todo carioca sabe o que é um sobrado. Talvez não saiba defini-lo, mas se fecha os olhos e pensa num sobrado, logo vem a imagem clara à mente”, diz Joana.

Joana desenvolve a série “Passagens “ há quatro anos. Nela, trabalha com fotos próprias e imagens antigas apropriadas, criando sobreposições que misturam este acervo inédito ao de fotos escolhidas em feiras de antiguidades.

Um dos principais motores desta série é o fascínio que fotos antigas exercem. As fotos de passados anônimos, misturados, devolvidos ao limbo das feiras de antiguidades, trazem tanto vestígios de outros tempos-estratos da cidade quanto são fragmentos de uma grande ficção aleatória. Através dessas imagens é possível criar/resignificar passados e também torná-los parte do presente quando se elege imagens das pilhas de fotos avulsas arrancadas do álbum (ou seja, de seu contexto original) resgatando-as do olvido das imagens sem dono, sem família, sem narrativa...

Na segunda sala da exposição, a artista apresenta um novo desdobramento de seu trabalho, advindo da convivência com este manancial de imagens antigas: a série de objetos fotográficos intitulada “Vera Fotografia” – uma brincadeira com o dizer que aparece em versos de postais antigos, indicando que a imagem postal é uma impressão fotográfica, uma fotografia verdadeira.

Nesta nova série Joana usa fotos antigas originais e elementos oriundos da fotografia, como lentes ou a própria luz, para revelar detalhes/segredos escondidos nestas pequenas e enigmáticas imagens do passado. As fotos utilizadas para esta exposição foram adquiridas na feira da Praça XV e remetem, bem como os “Sobrados”, aos muitos passados do Rio.

Segundo a artista, “ao lidar com a matéria mesma das fotos antigas, puídas, quero que tragam sua presença de objetos investidos de tempo. Objetos de outras épocas que chegaram até nós e nos falam de coisas que não sabemos, ou talvez tenhamos esquecido... Objetos que ativam memórias, provocam associações, desencadeiam narrativas em aberto, a serem completadas pelo espectador atento e imaginativo. Imagens-segredo, que revelam algo além de seu índice.”

Posted by Patricia Canetti at 2:24 PM

Fabio Baroli na Luciana Caravello, Rio de Janeiro

Fruto de uma investigação pictórica nos últimos anos a partir de protagonistas chamados de “matutos”, “caipiras” ou “capiaus”, a exposição “Cor de burro quando foge” , de Fabio Baroli, ocupa a Luciana Caravello Arte Contemporânea a partir de 13 de novembro, com curadoria e texto de Raphael Fonseca.

Fábio Baroli - Cor de burro quando foge, Luciana Caravello Arte Contemporânea, Rio de Janeiro, RJ - 14/11/2014 a 06/12/2014

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Baroli retrata o “matuto” em cenas do interior de Minas Gerais como feiras, procissões religiosas, ruas, sempre tratando as cenas com certo apelo sexual. Baroli lida com trocadilhos, anedotas, ditos populares e referências à cultura, tudo típico do interior mineiro, para criar os personagens de suas telas. Ele imagina as cenas, pesquisa as imagens, recorta-as, e projeta sobre a tela para pintá-las. Em seus dípticos, trípticos e polípticos, o artista cria situações de interferências entre as partes – uma altera e distorce as outras. Todas juntas, formam várias situações que acontecem ao mesmo tempo.

Nascido em 1981 em Uberaba, no interior mineiro, onde começou a pintar em um ateliê no fundo da casa de seus pais, Fabio Baroli morou no Rio de Janeiro durante quatro anos. Foi uma experiência motivadora, mas percebeu que os temas do interior de Minas ainda permaneciam em seu imaginário. Voltou então para sua cidade natal. “Gosto do interior e minha volta se deve à minha pesquisa sobre a infância interiorana. Reencontrei em Uberaba a minha vida, revi minhas raízes e desenvolvi os últimos trabalhos”.


Fábio Baroli - Cor de burro quando foge, Luciana Caravello Arte Contemporânea, Rio de Janeiro, RJ - 14/11/2014 til 06/12/2014

Fruit of a pictorial investigation over the last few years, inspired in main characters called “matutos”, “caipiras” ou “capiaus” (which meaning resembles the words “rustic”, “hillbillies” or “rednecks”), Fabio Baroli’s exhibition “Cor de burro quandofoge [The color of a fleeing mule]”, curated by Raphael Fonseca, occupies the first floor of Luciana Caravello Gallery from November 13th (opening at 7pm) to December 6th.

Baroli portrays the “matuto” in Minas Gerais background scenes like fairs, religious processions, streets, always addressing these subjects with a sexual appeal.

Baroli deals with word-plays, jokes, popular sayings and cultural references, all typical of Minas Gerais country side, to create the characters in his paintings. He imagines the scenes, researches the images, crops them and projects them into the canvas to paint them. In his dyptichal, tryptical and polyptichal works, he creates interference between the parts – one altering and distorting the other. All together, they form various situations that happen all at the same time.

Born in 1981 in Uberaba, Minas Gerais, where, in a studio in the back of his parent’s home, he started to paint, Baroli lived in Rio de Janeiro for four years. It was a motivating experience, but he realized that the country themes were still in his mind. He then went back to his hometown.

“I like the country side and my return is due to my research on childhood living there. I found my life again in Uberaba, met my roots and then developed these latest works”.

Posted by Patricia Canetti at 12:37 PM

novembro 5, 2014

Thomaz Farkas na Luciana Brito, São Paulo

Thomaz Farkas - Memórias e descobertas, Luciana Brito Galeria, São Paulo, SP - 11/11/2014 a 10/01/2015

Luciana Brito Galeria tem o prazer de ser a primeira galeria a representar (desde 2013) e, agora, a realizar uma exposição individual de Thomaz Farkas. Sua carreira tem sido foco de várias individuais e coletivas antológicas com variados recortes desde os anos 40, além de um extenso trabalho de pesquisa e preservação realizado pelo Instituto Moreira Salles desde 2007. No entanto, esta seleção, com curadoria de Sergio Burgi e João Farkas, reúne um panorama especialmente amplo da obra do artista. Seus segmentos - dedicados a sua produção como fotógrafo, cineasta e empreendedor cultural - reúnem trabalhos de sua produção inicial (incluindo imagens inéditas da célebre série feita em 1946 com bailarinos), filmes (na maturidade artística, seu interesse pelo cinema documentário o levaria a criar a Caravana Farkas, responsável por uma produção icônica dedicada à cultura brasileira), e documentos. Uma rara série em cor também será exibida.

Thomaz Farkas é um dos principais nomes na fotografia brasileira moderna, ao lado de artistas como Gaspar Gasparian e Geraldo de Barros. Ele criou sua primeira série autoral em 1942, quando de seu ingresso no Foto Cine Clube Bandeirante, de que Farkas se tornaria um dos membros mais destacados. O grupo criou obras relacionando os avanços da arte moderna à fotografia, e é considerado pioneiro nessa linguagem no Brasil. Partindo criticamente do pictorialismo e da fotografia baseada nos gêneros tradicionais da pintura (retrato, paisagem, etc), os artistas enfocaram aspectos do meio fotográfico em si, distanciando-se do tratamento de fotografias como meras reproduções.

Nascido em Budapeste e radicado em São Paulo desde os 6 anos de idade, Thomaz Farkas era filho do fundador da Fotoptica, empresa pioneira na comercialização de equipamentos fotográficos no Brasil. Sua primeira exposição individual aconteceu em 1949, no Museu de Arte Moderna de São Paulo. No mesmo ano, o fotógrafo teve trabalhos selecionados para mostra no MoMA de Nova York, que naquele momento também adquire sete de suas obras. Quatro vezes eleito o representante do Brasil na Photographic Society of America, Farkas foi também central na criação dos departamentos de fotografia do MASP e do MAM-SP. Além do Musem of Modern Art de Nova York, a obra do fotógrafo pode ser encontrada em acervos como os da Pinacoteca do Estado de São Paulo, Maison Européene de la Photographie e Instituto Moreira Salles (que lhe dedicou um livro antológico editado em 2010-11), entre outras instituições. Farkas faleceu em São Paulo, em 2011.

Como parte da mostra será lançado um amplo catálogo, com design de Kiko Farkas e textos dos curadores e de Rubens Fernandes Junior, além de reproduções da obras expostas.

Posted by Patricia Canetti at 5:25 PM

Contínuo na Marcelo Guarnieri, São Paulo e Ribeirão Preto

Contínuo, Galeria Marcelo Guarnieri, São Paulo, SP - 10/11/2014 a 23/12/2014

Numa ação inédita - desde que inaugurou a unidade de São Paulo em março deste ano - a Galeria Marcelo Guarnieri encerra a programação de 2014 com a coletiva “Contínuo”, que une, simultaneamente, a mesma exposição nas duas unidades, a de São Paulo e Ribeirão Preto. A partir do dia 8 de novembro (sábado), no espaço da Alameda Lorena, o público pode conferir as recentes pesquisas de 27 artistas da geração contemporânea, em diversas linguagens como vídeo, instalação, pintura, fotografia e escultura. Destaques para a instalação de Amélia Toledo, para o ensaio sobre a Amazônia do fotógrafo Edu Simões, e para as obras de artistas como Deborah Paiva, Ana Paula Oliveira, Pedro Urpia, Marcus Vinicius, Luiz Paulo Baravelli, Flávia Ribeiro e Rogério Degaki

Como continuidade de suas pesquisas acerca da pintura em tridimensionais, a artista plástica paulistana Amélia Toledo apresenta a instalação “Sem Título” (2014), como um dos destaques inéditos da exposição. Cordas que pendem do teto ao chão, pintadas na cor azul, verbalizam um convite à relação entre o espaço, a obra e a percepção do público. “Horizonte”, também de 2014, instiga pelo inusitado uso de acrílico com o linho na dimensão de 135 x 210 cm.

Integrante do novo elenco que a Galeria Marcelo Guarnieri levou à edição da SP-Arte/Foto deste ano, o fotógrafo Edu Simões propõe a série dos anos 80 com 12 imagens intituladas “Amazônia”. Na poética visual do artista, salta aos olhos o uso da linguagem P&B, como contraponto ao imaginário recorrente quando se aborda uma das regiões mais ricas em natureza do país. Há espaço nas fotografias para os nativos e trabalhadores, como para a vegetação e a paisagem com as suas texturas, dobras que criam outras figuras e refletem o papel que o jogo de luzes possui em sua fotografia autoral.

Na pintura, o trabalho de Deborah Paiva sugere temas do cotidiano, as relações sociais pensadas a partir das distâncias espaciais e temporais, a impossibilidade dialógica na solidão, como inevitáveis da condição humana. 23 imagens trabalham estes temas, contrapondo-os com o uso da técnica de guache sobre papel. Utilizando uma técnica diversa, a de óleo sobre papel, a artista possibilita outro olhar de seu trabalho em obras como “Dança”, “Sem Título”, “Sem Título”, “Vernissage”, todas de 2014, nas quais os tons de preto e branco prevalecem. Por seu turno, Marcus Vinicius, mostra um desdobramento de sua individual realizada na unidade de São Paulo neste ano. Em seu universo de pesquisa prevalece a investigação, a partir da materialidade das obras, de um elemento central desenvolvido em quinze anos de carreira, a Estrutura Quadro. O conceito deve ser compreendido como uma estrutura com dimensões pré-estabelecidas, que ligada à parede preserva seus caracteres bidimensionais, cujos elementos podem ser estudados separadamente e repropostos segundo uma ordem estabelecida pelo artista.

Ana Paula Oliveira repensa as dimensões das obras na sua pesquisa em “Harbour View”, (2012), ao propor esculturas em pequeno formato. Criando uma espécie de sobreposições de telas de vidros transparentes colocadas assimetricamente lado a lado, os objetos sugerem espaços e perspectivas de olhares em relação com o ambiente. Pedro Urpia mostra o seu “Arquivo à deriva”, um objeto em formato de arquivo, no qual mini portas laterais guardam seis pinturas diferentes. Apresentadas na década de 80 no MAM-SP as icônicas estruturas de metal de Luiz Paulo Baravelli integram-se à exposição com mais uma série de pinturas inéditas. As esculturas vazadas podem ser compreendidas, a partir de suas interações com pontos de apoios, como a parede. Ainda nesta linguagem, duas esculturas de parede em preto e dourado da recém-integrante do elenco da Galeria Marcelo Guarnieri, Flávia Ribeiro. Conhecido pelo seu universo com forte apelo do imaginário lúdico, Rogério Degaki - artista falecido em 2013 – terá duas peças esculturas apresentadas.

Num total de mais de 70 obras, o conceito curatorial de “Contínuo”, além da aproximação de diversas linguagens e artistas de vários períodos, insere a possibilidade de conhecer desdobramentos das recentes pesquisas dos 27 nomes que integram a coletiva. “Trata-se de um panorama dos artistas representados pela Galeria”, explica o galerista Marcelo Guarnieri. Em março, durante a ocasião de abertura da unidade de São Paulo, o galerista afirmou, ainda, o desejo em propor um intercâmbio entre as duas unidades.

“Contínuo” encerra o ano de 2014 na esteira desta proposta, trazendo a mais recente produção artística contemporânea, com nomes como Alice Shintani, Amelia Toledo, Ana Paula Oliveira, Ana Sario, Cristiano Mascaro, Deborah Paiva, Edu Simões, Flávia Ribeiro, Gabriela Machado, Gerty Saruê, Guilherme Ginane, Guto Lacaz, Ivan Serpa, João Paulo Farkas, José Carlos Machado, Liuba, Luciana Ohira e Sergio Bonilha, Luiz Paulo Baravelli, Marcello Grassmann, Marcus Vinicius, Mariannita Luzzati, Masao Yamamoto, Paola Junqueira, Pedro Hurpia, Renata Siqueira Bueno, Rogerio Degaki e Silvia Velludo.

Posted by Patricia Canetti at 4:10 PM

Efrain Almeida no Galpão Fortes Vilaça, São Paulo

Efrain Almeida - Uma coisa linda, Galpão Fortes Vilaça, São Paulo, SP - 07/11/2014 a 20/12/2014

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Temos o prazer de apresentar Uma coisa linda, a nova exposição de Efrain Almeida no Galpão Fortes Vilaça. Pela primeira vez o artista usa o bronze, ao invés da madeira, como matéria-prima de suas obras. Compõem a exposição esculturas e aquarelas inéditas, além de uma grande instalação que dá título a mostra.

Efrain retorna com frequência ao sertão do Ceará, onde nasceu e passou a infância. Certa vez, testemunhou o pouso de um enorme bando de galos-de-campina, passarinhos típicos da região, no quintal da casa dos pais. O artista lembra que os pássaros "pousam apenas onde se sentem seguros", o que amplia ainda mais a beleza dessa cena, evocada na instalação Uma coisa linda. Ocupando todo o piso do espaço expositivo do Galpão, cem esculturas de bronze policromado formam uma massa vultuosa de vermelho, preto e branco; um olhar mais aproximado, porém, possibilita descobrir a singularidade de cada peça.

Neste novo corpo de trabalho, o artista usa as peças esculpidas na madeira como moldes para a fundição em bronze. A técnica lhe permite trabalhar com entalhes ainda mais precisos e ao mesmo tempo preserva o aspecto frágil que caracteriza sua obra. Essa aparente fragilidade, no entanto, não corresponde à força intrínseca do trabalho de Efrain, que se expande para além da escala diminuta das figuras, apropriando-se do espaço que as circunda. De maneira semelhante opera a inédita Beija-flores (tesoura), em que duas esculturas são fixadas em uma grande parede, contrastando pequenez e amplidão. Penduradas pelo bico, as peças cristalizam o instante do beijo e o abre-e-fecha típico da cauda dessa espécie de beija-flor; a parede sustenta as esculturas, mas em certo sentido também é sustentada por elas.

No díptico de aquarelas Duas cabeças (autorretrato), em que o artista trata da memória, a reconstrução da própria imagem é delineada por aspectos subjetivos. Isso ocorre em toda a obra de Efrain que, apesar de recorrer com constância à observação da natureza, não procura ser um retrato do que encontra, mas sim a proclamaçãodesse encontro - como observa Marcelo Campos no texto curatorial da mostra. Sua obra se refere ao que imana da matéria e por isso torna-se monumental.

Efrain Almeida nasceu em Boa Viagem, Ceará, em 1964, e atualmente vive e trabalha no Rio de Janeiro. Entre as diversas exposições do seu currículo, destaca-se Marcas - mostra retrospectiva sobre seu trabalho realizada em 2007 na Estação Pinacoteca, em São Paulo - e sua participação na Bienal de São Paulo de 2010. Sua obra está presente em diversas coleções públicas e privadas do Brasil e do mundo, entre as quais: MoMA - The Museum of Modern Art (Nova York, EUA), MAM - Museu de Arte Moderna de São Paulo (São Paulo, Brasil), CGAC - Centro Galego de Arte Contemporânea (Santiago de Compostela, Espanha) e Toyota Municipal Museum of Art (Toyota, Japão).


Efrain Almeida - Uma coisa linda, Galpão Fortes Vilaça, São Paulo, SP - 07/11/2014 a 20/12/2014

We are pleased to present Uma coisalinda [A Beautiful Thing], the new exhibition by Efrain Almeida at Galpão Fortes Vilaça. For the first time, the artist has used bronze, instead of wood, as a raw material for his works. The exhibition features new sculptures and watercolors, along with a large installation that lends the show its title.

Efrain often returns to the arid backlands ofCeará, where he was born and grew up. On one occasion, he witnessed the landing of a large flock of red-cowled cardinals, a typical bird of that region, in the backyard of his parents’ house. The artist remembers that the birds “only land where they feel safe,” which enhances the beauty of this scene, evoked in the installationUma coisalinda. Taking up the entire floor of theGalpão’s exhibition space, one hundred polychrome bronze sculptures form a dense red, black and white mass; a closer look, however, reveals the singularity of each piece.

In this new body of work, the artist uses pieces sculpted from wood as molds for the casting of the bronze. This technique allows him to work with even more precise carvings while also preserving the fragile aspect that characterizes his oeuvre. This apparent fragility, however, stands in contrast to the intrinsic power ofEfrain’s work, which expands beyond the tiny scale of the figures, appropriating the surrounding space. The new work Beija-flores (tesoura) [Hummingbirds (Scissors)], in which two sculptures are stuck into a large wall, contrasting smallness and largeness, operates in a similar way. Hanging from their beaks, the pieces crystallize the instant the hummingbird kisses the flower as well as the typical flitting scissorslike opening and closing of the tail of this hummingbird species; the wall supports the sculptures, but in a certain sense it is also supported by them.

In the diptych of watercolorsDuascabeças (autorretrato) [Two Heads (Self-Portrait)], in which the artist deals with memory, the reconstruction of the image itself is delineated by subjective aspects. This takes place in all of Efrain’s work which, despite constantly resorting to the observation of nature, does not seek to be a portrait of what is found there, but is rather the proclamation of this encounter – as observed by Marcelo Campos in the show’s curatorial text. His work refers to that which emanates from the material, and thusit becomes monumental.

Efrain Almeida was born in Boa Viagem, Ceará, in 1964, and currently lives and works in Rio de Janeiro. His most noteworthy exhibitions have includedMarcas – a retrospective show concerning his work held in 2007 atEstaçãoPinacoteca, in São Paulo – and his participation in the2010 Bienal de São Paulo. His work figures in various public and private collections in Brazil and abroad, including those of MoMA (Museum of Modern Art, New York, USA),MAM-SP (Museu de Arte Moderna de São Paulo, São Paulo, Brazil), CGAC (Centro Galego de Arte Contemporânea, Santiago de Compostela, Spain) and Toyota Municipal Museum of Art (Toyota, Japan).

Posted by Patricia Canetti at 8:44 AM

novembro 3, 2014

Zip'Up: Daniela Seixas na Zipper, São Paulo

Também com abertura prevista para 4 de novembro, no piso superior da galeria, a Zipper apresenta no projeto Zip’up a individual da artista Daniela Seixas, que se intitula “Drawing error”. Trata-se da apropriação do nome de erro dado por um software no momento em que a artista se colocava no árduo desafio de reorganizar seu portfolio. A partir do encontro de um erro da informática com uma das linguagens mais exploradas em sua pesquisa, o desenho, Daniela se pôs atenta a outros momentos em que a máquina enviava mensagens a partir da relação entre uso e falha. Nesse sentido, “about: blank” e “Out of memory” são outras mensagens a compor a exposição e que contribuem com uma problematização do desenho (e do design) pelo viés da escrita.

Junto aos três impressos ocorrerá uma ação, um duelo/dueto. A ideia de um desenho errado é algo que também permeia nossa infância e experiências em sala de aula, onde geralmente aqueles que desenham de modo realista são tidos como bons desenhistas. Para permitir copiar de modo supostamente fidedigno uma imagem, popularizou-se nas nossas infâncias o brinquedo do espelho mágico, e é com ele no meio, portanto, que artista e curador se colocarão frente a frente na galeria e tentarão também errar desenhando; ela a partir dos primeiros textos escritos na infância por Raphael Fonseca e ele tendo como estopim alguns desenhos e primeiros trabalhos de Daniela Seixas.

Mais do que uma exposição sobre as diversas possibilidades que o desenho pode trazer para a produção contemporânea – seja literalmente, digitalmente ou no campo da performance –, é possível também ver essa exposição como uma celebração à indagação, à troca de erros e cumplicidade entre artista/curador e entre dois amigos que se conhecem há exatos dez anos.

Daniela Seixas vive e trabalha no Rio de Janeiro. Graduada e mestre em Artes Visuais pela UERJ. Professora da Escola de Artes Visuais do Parque Lage (RJ). Dentre as exposições recentes destacam-se as individuais: Como habitar palavras ou outros objetos (Flip – Sesc Paraty, 2013), Tarefas rarefeitas (Galeria Ibeu - Rio de Janeiro, 2013) e A riscar (Paço das Artes – São Paulo, 2012); e as coletivas: Deslize (MAR – Rio de Janeiro, 2014), Through the surface of the page (DRCLAS, Harvard University – Massachusetts, 2013), City as a process (2nd Ural Industrial Biennial of Contemporary Art – Rússia, 2012), Prêmio EDP nas Artes (Instituto Tomie Ohtake - São Paulo, 2011), entre-vistas (Programa Aprofundamento EAV Parque Lage – Rio de Janeiro, 2011) e Tração (Centro Cultural da Justiça Federal – Rio de Janeiro, 2011).

Raphael Fonseca vive e trabalha no Rio de Janeiro. Trabalha como crítico, curador e historiador da arte. Doutorando em Crítica e História da Arte (UERJ). Professor do Colégio Pedro II. Escreve periodicamente para as revistas Art Nexus, Das Artes e Performatus. Trabalha como curador de exposições e mostras de cinema com destaque para “Derek Jarman – cinema é liberdade” (Caixa Cultural Recife, 2014); Água mole, pedra dura (I Bienal do Barro, Caruaru, PE, 2014); Deslize (Museu de Arte do Rio, 2014); A lua no bolso (Largo das Artes, RJ, 2013) e City as a process (Ural Industrial Biennial, Ekaterinburgo, Rússia, 2012). Atualmente atua como curador-assistente da 10ª edição da Bienal do Mercosul, a ser realizada em Porto Alegre, em 2015. Organiza sua produção crítica e curatorial no blog Gabinete de Jerônimo (http://gabinetedejeronimo.blogspot.com).

Sobre o Projeto Zip’up

Idealizada por Fábio Cimino, a sala Zip’Up é um espaço experimental reservado para receber novos artistas e curadores, nomes emergentes e talentos ainda não representados por galerias paulistanas. O objetivo do projeto é manter a abertura a variadas investigações e abordagens, além de possibilitar a troca de experiência entre artistas, curadores e público, dando oportunidade e visibilidade a talentos em iminência e/ou amadurecimento. O projeto é coordenado pelo curador Mario Gioia.

Posted by Patricia Canetti at 2:55 PM

Renata Egreja na Zipper, São Paulo

A segunda individual de Renata Egreja na Zipper Galeria, Idílio, com curadoria de Mario Gioia (ler texto) tem abertura prevista para 4 de novembro e se pauta por uma ideia de pintura expandida. Em uma visada contemporânea sobre o que é o pictórico, a artista paulista investiga, por meio de sua potente obra visual, a temática do idílio, tão cara a variados movimentos em distintas épocas, como o romantismo. A exposição será constituída por trabalhos realizados nas linguagens da pintura, da instalação, do vídeo e do livro de artista, entre outras. Sem abdicar da cor, da escala e de influências de poéticas diversas, como a geração 80 nacional e expoentes internacionais como Annette Messager e Claude Viallat, Egreja, graduada na Escola de Belas Artes de Paris, discute novas questões em sua obra. Assim, o embate entre o planejado e o intuitivo, o formal e o acidental, entre outros vetores, surge com força e se encerra em resoluções visuais sempre interessantes.

Renata Egreja vive e trabalha em São Paulo. É formada em artes plásticas pela FAAP com mestrado pela École Nationale Supérieure des Beaux-Arts, Paris, França. Vai acumulando em suas telas de grande formato os humores da vida, registrando dia a dia a fúria, depois a gentileza, o movimento amplo, depois a vontade de recomeçar. Como exposições individuais citamos: Anattã (India International Center, Nova Déli, 2013), A Regra do Jogo (Zipper Galeria, São Paulo), individual no Museu Histórico de Santa Catarina, Florianópolis; e Um Traço Basta (Museu de Arte Contemporânea do Paraná, Curitiba, 2012). Participou de várias exposições coletivas, das quais citamos a Residência Artística no MACS (Museu de Arte Contemporânea de Sorocaba), e o “Programa de Residência Artística FAAP/M.R.E. Itamaraty na Índia: Paulo Almeida e Renata Egreja” (MAB FAAP, São Paulo). Possui trabalhos em acervos públicos e privados e ganhou os seguintes prêmios: Prêmio Itamaraty de Arte Contemporânea em 2012 e Menção Honrosa no 18º Salão de Artes Plásticas de Praia Grande em 2011.

Mario Gioia é graduado pela ECA-USP (Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo), coordena pelo quarto ano o projeto Zip'Up, na Zipper Galeria. Em 2013, assinou por tal projeto as curadorias das individuais de Ivan Grilo, Layla Motta, Vítor Mizael, Myriam Zini e Camila Soato. No mesmo ano, fez as curadorias da coletiva Ao Sul, Paisagens (Bolsa de Arte de Porto Alegre) e das intervenções/ocupações de Rodolpho Parigi e Vanderlei Lopes na praça Victor Civita/Museu da Sustentabilidade, em SP. Foi repórter e redator de artes e arquitetura no caderno Ilustrada, no jornal Folha de S.Paulo, de 2005 a 2009, e atualmente colabora para diversos veículos, como a revista Select. É coautor de Roberto Mícoli (Bei Editora), Memória Virtual - Geraldo Marcolini (Editora Apicuri) e Bettina Vaz Guimarães (Dardo Editorial, ESP). Faz parte do grupo de críticos do Paço das Artes, instituição na qual fez o acompanhamento crítico de Black Market (2012), de Paulo Almeida, e A Riscar (2011), de Daniela Seixas. É crítico convidado do Programa de Fotografia 2012/2013 e do Programa de Exposições 2014 do CCSP (Centro Cultural São Paulo).

Posted by Patricia Canetti at 2:41 PM

EAV 75.79 – um horizonte de eventos na EAV Parque Lage, Rio de Janeiro

Exposição reúne gravuras, objetos, fotografias, cartazes, filme e reprodução de documentos que registram a gestão inaugural da Escola de Artes Visuais do Parque Lage, do artista Rubens Gerchman (1942-2008)

A Escola de Artes Visuais do Parque Lage inaugura no dia 3 de novembro, para convidados, e do dia seguinte para o público, a exposição “EAV 75.79 – um horizonte de eventos”, que reúne gravuras, objetos, fotografias, cartazes, filmes e documentos que abordam os anos 1975 a 1979, período inaugural da instituição, fundada e dirigida pelo artista Rubens Gerchman (1942-2008). A curadoria é de Helio Eichbauer, cenógrafo e colaborador essencial daquela gestão, criador das inovadoras oficinas do Corpo e Pluridimensional, e Marcelo Campos, professor da Escola e coordenador do Memória Lage, projeto contemplado pelo edital de 2012 do programa Petrobras Cultural, que vem catalogando e digitalizando o acervo de mais de doze mil documentos da instituição. Todas as obras da exposição são oriundas deste acervo.

Marcelo Campos (ler texto) observa que passaram pelas dependências da EAV “artistas, críticos de arte, antropólogos, diretores de teatro, cenógrafos, poetas, músicos”. Aglutinados por Rubens Gerchman, colaboraram com a Escola Helio Eichbauer, Frederico Morais, Lygia Pape, Celeida Tostes, Gastão Manoel Henrique, Roberto Da Matta, Rosa Magalhães. “Além do cinema, a poesia tinha ampla difusão, nos eventos do Verão a 1000, coordenados por Xico Chaves”, lembra o curador. Em shows e noites festivas de lançamentos de “poema-processo” circulavam pelo pátio da piscina da EAV músicos e poetas como Chacal, Neide Sá, Falves Alves (Rio Grande do Norte), Almandrade (Bahia) e Paulo Brusky (Pernambuco), Luiz Melodia, Caetano Veloso e Jards Macalé.

“Horizonte de eventos” é a expressão científica que significa a fronteira teórica ao redor de um buraco negro, e ao estar relacionada ao período de 1975-1979 da EAV, é o conceito norteador da exposição. “Apresentamos uma possível iluminação sobre o sentido de arquivo, de memória. Ao mesmo tempo, todo o restante, o que compõe a escuridão, continua a existir como potência, mas não se deixa ver, por razões que a história brasileira ainda está a revelar”, diz Marcelo Campos

A diretora da EAV Parque Lage, Lisette Lagnado, observa que “em 1975, Gerchman assume a direção do então Instituto de Belas-Artes e logo chacoalha sua estrutura. Atualizar o ensino da arte no Brasil está na origem da EAV”. Para Marcio Botner, presidente da Oca Lage, organização social que administra a EAV e a Casa França-Brasil, “pensar a Escola de Artes Visuais do Parque Lage é pensar no Gerchman. Para ter arte tem que ter risco e liberdade. Ele abriu um espaço único de união das artes”.

GRAVURAS DE 1976 E OUTRAS OBRAS

A exposição ocupará as Cavalariças do Parque Lage e seu espaço contíguo, a Capela, com cenografia e móveis desenvolvidos por Helio Eichbauer, que criou dois biombos com quatro folhas cada, tendo como face quadros-negros sobre estruturas vazadas. Dispostos em ziguezague, eles exibirão reproduções de fotografias da época feitas por Celso Guimarães. O pensamento que norteava a prática exercida nas oficinas de Eichbauer emolduram os biombos, em frases-proposições como: Espaço topológico, Singularidade. Sincronicidade, A busca do espaço humano, Ritos de passagem, Encantaria.Pajelança, Sociologia da arte, Foto.síntese, Janelas dimensionais, Brasil.Idade, Espaço lúdico, Oficinas Território tribal, Arte do fogo, Entropia e arte, Terra mater, Intuição e método.

Em uma das paredes estarão gravuras de 1976, na EAV para o projeto "14 para Viagem", feitas pelos artistas Avatar Moraes (1933-2011), Dionísio Del Santo (1925-1999), Eduardo Sued (1925), Gastão Manoel Henrique (1933), Isabel Pons (1912-2002), Newton Cavalcanti (1930-2006), Roberto Magalhães (1940), Susan L’Engle (1944), e por Rubens Gerchman. Sobre um cubo, estará um trabalho recente e inédito do artista Thomas Jefferson (1978), estudante da EAV.

“EAV 75.79 – um horizonte de eventos”, traz ainda a escultura “Série Rodas”, de Celeida Tostes, “Pipas” (2014), objeto em madeira e papel de seda de Igor Perseke, “Caixa cubo” (2014), marchetaria sobre madeira e televisão de Thomas Jefferson, “Moinho” (2014), projeto gráfico de Clarisse Rivera, a cópia de exposição “Lute” (1966/ 2013), de Rubens Gerchman, em madeira e laminado, duas obras de Helio Eichbauer: cartaz feito para conferência-espetáculo “Maiakovski, Meyerhold e a biomecânica” (1976), e “Polígonos regulares – sombras aleatórias” (2014), em metal cromado.

Três bancadas de madeira conterão originais de cartazes, publicações, documentos e fotografias da época pertencentes ao acervo da EAV, descobertas pelo projeto Memória Lage. Para dar ao público a noção do período, do contexto cultural e da abrangência de atividades realizadas pela instituição – que poderiam tanto ser discussões sobre feminismo, exibição de danças afro-brasileiras, sessões de cinema, ou incontáveis eventos de música e arte – esses documentos estão dispostos sob os temas Cultura popular, Cultura negra, Poesia, Cinema, Política cultural, Videoarte, Gravura, Escultura, Pintura, e Atmosfera. No centro do espaço, uma mesa giratória, como um moinho de quatro pás, conterá destaques dos registros dos eventos e atividades.

Na Capela, espaço contíguo à Cavalariça, será exibido um vídeo com depoimentos recentes e inéditos de Helio Eichbauer, dos artistas Roberto Magalhães e Xico Chaves, do editor Mário Margutti e do fotógrafo Celso Guimarães, que colaboraram com a gestão de Rubens Gerchman. Com cerca de uma hora de duração, o vídeo foi produzido por duas equipes da EAV – projeto Memória Lage, com entrevistas feitas por Juliana Rego e Thábata Castro, tendo à frente Marcelo Campos e Sandra Caleffi; e integrantes do Núcleo de Arte e Tecnologia, responsáveis pela filmagem e edição, em coordenação de Tina Velho. Em um primeiro momento as entrevistas foram pensadas como forma de suprir uma lacuna documental do Memória Lage, mas o resultado rico e surpreendente foi determinante para que fosse inserido na exposição.

INTUIÇÃO E MÉTODO

As famosas e criativas práticas realizadas por Helio Eichbauer entre 1975 e 1979 estavam fortemente embasadas em pensadores como Gilles Deleuze (1925-1995), Michel Foucault (1926-1984) e Félix Guattari (1930-1992). Frases como “A arte não reproduz o visível. Torna visível”, de Paul Klee (1879-1940), “Educação não é privilégio”, de Anísio Teixeira (1900-1971), e “Toda percepção é também pensamento. Todo processo de raciocínio é também intituivo. Toda observação é também invenção”, de Rudolf Arnheim (1904- 2007), também são referências para Eichbauer. Dentre as publicações que acompanharam o artista-professor estão “Os estados múltiplos do ser” (1932), de René Guénon (1886- 1951); “Abstração e empatia” de Wilhelm Worringer (1881-1965), “Escultura negra” (1915), de Carl Einstein (1885-1940), e o “Guia prático”, de Heitor Villa-Lobos (1887-1959), que para ele traz “o mundo sonoro da infância”.

Lisette Lagnado, no texto que acompanha a exposição, cita a questão proposta por Gerchman em um poema escrito durante a estada do artista em Nova York, entre 1969 e 1971: “como conduzir um programa “não branco, não europeu, não colonial, não geográfico”, e onde fazer circular esta ideia de cultura”? Ela complementa: “Não há terreno mais fértil para tamanha ambição do que uma escola. Mais ainda, uma escola de arte”.

A respeito do período inaugural da EAV Parque Lage, Marcio Botner exalta “as gerações de artistas que juntos aprenderam a misturar as artes e voar longe, do Parque Lage para o mundo”.

Posted by Patricia Canetti at 10:35 AM