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setembro 27, 2014
Sob o mesmo Sol: arte da América Latina hoje no Guggenheim Museum, Nova Iorque
A Solomon R. Guggenheim Foundation and Museum anuncia hoje que Sob o mesmo Sol: Arte da América Latina Hoje, segunda exposição do projeto Guggenheim UBS MAP Global Art Initiative (MAP), será apresentada no Museu de Arte Moderna (MAM) de São Paulo, Brasil, de abril a junho de 2015, e no Museo Jumex, na Cidade do México, México, no segundo semestre de 2015, após sua exibição no Museu Solomon R. Guggenheim, entre 13 de junho a 1 de outubro de 2014.
Organizada por Pablo León de la Barra, curador do Guggenheim UBS MAP América Latina, Sob o mesmo Sol examina as mais significativas práticas de arte contemporânea na América Latina hoje. O Museu de Arte Moderna é um dos principais museus de arte moderna e contemporânea no Brasil, e foi pioneiro em projetos educacionais em museus no país. O Museo Jumex é parte da Fundación Jumex Arte Contemporáneo, criada para promover a produção, análise e pesquisa de arte contemporânea, e para desenvolver novos projetos de apoio à Arte e à Cultura.
“Estamos muito satisfeitos em trabalhar com duas instituições tão significantes na segunda fase do projeto Guggenheim UBS MAP Global Art Initiative: o Museu de Arte Moderna de São Paolo e o Museo Jumex na Cidade do México, no México. A grande força desta iniciativa multi-facetada, lançada em abril de 2012 com grande suporte de nosso colaborador UBS, é que nos permite ir além dos muros de nosso museu e engajar artistas, curadores, educadores e público de uma grande parte do mundo, incluindo a América Latina”, afirma Richard Armstrong, diretor do Solomon R. Guggenheim Museum and Foundation.
"Estamos muito honrados em receber a nova coleção de arte da América Latina da Solomon R. Guggenheim Museum and Foundation, que vai possibilitar ao público brasileiro uma reflexão contemporânea sobre nossa cultura regional. Colaborar com uma instituição de importância global como a Solomon R. Guggenheim Foundation and Museum também vai trazer novas perspectivas para as atividades educacionais nos museus, que é um aspecto fundamental de nossa missão", declara Milú Villela, presidente do Museu de Arte Moderna de São Paulo.
“Para a Fundación Jumex Arte Contemporáneo é particularmente importante apresentar um projeto sobre a arte da América Latina no Museo Jumex. Através da liderança da Solomon R. Guggenheim Foundation and Museum e a visão ampla de Pablo León de la Barra, curador do Guggenheim UBS MAP América Latina, o projeto MAP está lançando um programa de atividades que irá incrementar o diálogo entre os agentes culturais nas Américas Central e do Sul”, afirma Patrick Charpenel, diretor do Museo Jumex.
A montagem de Under the Same Sun em Nova York tem cerca de 50 obras contemporâneas de 40 artistas e duplas representando 15 países – Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Guatemala, Honduras, México, Panamá, Peru, Porto Rico (EUA), Uruguai e Venezuela. Essas obras foram adquiridas pelo Guggenheim sob os auspícios do Fundo de Aquisições do Guggenheim UBS MAP.
Para cada uma das exposições – no MAM e no Museo Jumex – Pablo León de la Barra e a equipe do Guggenheim irão trabalhar junto com as equipes próprias dos museus para adaptar a exposição ao público local. Além disso, os responsáveis pelos projetos educativos de cada instituição irão trabalhar juntos para o desenvolvimento de ações para o público e para os estudantes, realizadas tanto nos museus como online.
Sob o mesmo Sol: Arte da América Latina hoje é organizada por Pablo León de la Barra, curador do Guggenheim UBS MAP Curator América Latina. Nancy Spector, vice-diretora e curadora-chefe da Solomon R. Guggenheim Foundation, em Nova York, e Joan Young, diretora de assuntos curatoriais do Solomon R. Guggenheim Museum, colaboram na supervisão curatorial do projeto.
Guggenheim UBS MAP Global Art Initiative é uma colaboração entre a Solomon R. Guggenheim Foundation e o UBS.
Grande diversidade de ações para o público inclui a instalação A Logo for America (1987), de Alfredo Jaar, na Times Square, performances de Tania Bruguera e Pablo Helguera e série de filmes do Cinema Tropical
De 13 de junho a 1º de outubro de 2014, o Solomon R. Guggenheim Museum de Nova York vai apresentar a exposição Sob o mesmo Sol: arte da América Latina hoje, que, junto com programas educativos e ferramentas online, inauguram a segunda fase da Guggenheim UBS MAP Global Art Initiative. Organizada por Pablo León de la Barra, curador do Guggenheim UBS MAP América Latina, a exposição traz obras de 40 artistas e duplas de 15 países – Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Guatemala, Honduras, México, Panamá, Peru, Porto Rico (EUA), Uruguai, e Venezuela. Depois de Nova Iorque, Sob o mesmo Sol: arte da América Latina hoje será apresentada no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM) e no Museo Jumex, na Cidade do México.
Com um acervo de quase 50 obras, incluindo instalações, mixed media, pintura, fotografia, esculturas e trabalhos em papel, Sob o mesmo Sol: arte da América Latina hoje investiga as práticas artísticas mais significativas na América Latina nos dias atuais. A exposição é a segunda das três fases do projeto Guggenheim UBS MAP Global Art Initiative. Essas obras, juntamente com outras adquiridas como parte do Projeto, integrarão o acervo permanente do Guggenheim sob os auspícios do Fundo de Aquisições do Guggenheim UBS MAP.
No programa de Sob o mesmo Sol, a instalação A Logo for America (1987), de Alfredo Jaar, será exibida nos telões de Times Square em colaboração com Times Square Arts e Times Square Advertising Coalition (TSAC), de 1º a 31 de agosto, entre 23h57 e meia-noite, como parte do programa Midnight Moment. A intervenção, que foca na negligência de um posto de recrutamento do exército americano, traz a frase “This Is Not America” (“Isto não é a América”) escrita através de um esboço do mapa dos Estados Unidos, na mesma linha de escrita da bandeira original americana, e a palavra “America” no mapa que inclui todas as Américas – do Norte, Central, e do Sul.
Sob o mesmo Sol terá diversos programas e ações voltados para o público. Entre os destaques estão a exibição da série de filmes Cinema Tropical, performances, encontros e discussões com os artistas, simpósio acadêmico e tour pelo museu em português e espanhol. Entre as ações educativas desenvolvidas para a exposição estão um guia bilíngue para a família (inglês/espanhol) e guias para visitação escolar desenvolvidos em colaboração com o artista Luis Camnitzer, programas para famílias e escolas, workshops para professores e aplicativo multimídia.
“Em nossas galerias e em nosso teatro, no mundo online e nas ruas, Sob o mesmo Sol nos desafia a renovar nosso pensamento sobre a arte da América Latina, e nos premia com uma série de experiências do momento atual e de um passado recente. A pesquisa de Pablo León de la Barra e essa exposição são exemplos de nossos gols com a Guggenheim UBS MAP Global Art Initiative, ao mesmo tempo em que construímos novos relacionamento através das regiões, crescemos nossa coleção de arte latino americana e possibilitamos ao público uma oportunidade excepcional de envolver-se em diálogos que transcendem as fronteiras geográficas”, afirma Richard Armstrong, diretor Solomon R. Guggenheim Museum and Foundation.
“O Guggenheim UBS MAP ajuda a oferecer uma perspectiva holística sobre algumas das regiões mais dinâmicas e em rápida transformação do mundo”, diz Jürg Zeltner, CEO do UBS Wealth Management. “Através de nossa colaboração, alinhamos uma perspectiva global e cultural com nossa própria experiência de atuação nos mercados emergentes.”
Panorama geral da Exposição - As obras são organizadas em seis temas:
Abstracionismo é dirigido ao racional, linguagem visual geométrica que ganhou destaque após a Segunda Guerra Mundial e que hoje é como um filtro através das questões contemporâneas.
Conceitualismo traz obras dos pioneiros conceitualistas latino-americanos ativos nos Estados Unidos nas décadas de 60, 70 e 80, muitos trabalhando até os dias de hoje. As formas de engajamento que eles desenvolveram e avançaram continuam a ser investigadas pelo jovens artistas até hoje.
Modernismo questiona a dissociação dos ideais da modernidade de suas realidades imperfeitas e incluem trabalhos de artistas com o legado do modernismo.
Participação / Emancipação demanda a participação mental e física do visitante, possibilitando que ele seja efetivamente uma parte ativa da obra.
Ativismo Político trata do contexto sócio-político em que a obra de arte foi criada e confronta a maneira como os artistas latino-americanos têm direcionado suas práticas como forma de denúncia e a dissidência, protestando contra influências políticas e econômicas estrangeiras, regimes políticos ditatoriais e a violência do comércio de drogas.
Tropical reconhece os efeitos do clima, da natureza e da localização sobre a produção cultural, mas ressaltam que as características do que é “tropical” são uma questão de atitude que transcende esses interesses.
“Sob o mesmo Sol pode ser compreendida como a oportunidade de redesenhar o mapa artístico e cultural das Américas, eliminar fronteiras e criar novas relações entre os diferentes centros artísticos”, declara Pablo León de la Barra. “Apesar das contradições e dos conflitos em nossas histórias, tanto colonial como moderna, e além de algumas especificidades que ainda devem ser reconhecidas e valorizadas, nós realmente vivemos sob o mesmo sol, e devemos entender que o que acontece em outras regiões é tão importante quanto o que acontece diretamente ao nosso redor. Quanto mais conscientes e abertos ao diálogo estivermos frente ao que acontece nos demais lugares, mais iremos aprender como artistas, como pessoas e como comunidades. E estaremos cada vez mais capazes de criar novas maneiras de pensamentos”.
Lista de Artistas
Adriano Costa (b. 1975, São Paulo; lives and works in São Paulo)
Alejandro Cesarco (b. 1975, Montevideo; lives and works in New York)
Alexander Apóstol (b. 1969, Caracas; vive e trabalha em Madri)
Alfredo Jaar (b. 1956, Santiago, Chile; vive e trabalha em Nova York)
Amalia Pica (b. 1978, Neuquén, Argentina; vive e trabalha em Londres)
Armando Andrade Tudela (b. 1975, Lima, Peru; vive e trabalha em St. Etienne, França)
Beatriz Santiago Muñoz (b. 1972, San Juan, Porto Rico; vive e trabalha em San Juan, Porto Rico),
Carla Zaccagnini (b. 1973, Buenos Aires, vive e trabalha em São Paulo)
Carlos Amorales (b. 1970, Cidade do México; vive e trabalha na Cidade do México),
Carlos Motta (b. 1978, Bogotá; vive e trabalha em Nova York)
Claudia Joskowicz (b. 1968, Santa Cruz, Bolivia; vive e trabalha em Nova York e Santa Cruz, Bolivia)
Damian Ortega (b. 1967, Cidade do México; vivem e trabalham na Cidade do México)
David Lamelas (b. 1946, Buenos Aires; vive e trabalha em Los Angeles, Buenos Aires, e Paris) (em colaboração com Hildegarde Duane)
Dominique González-Foerster (b. 1965, Strasbourg, França; vive e trabalha em Paris e no Rio de Janeiro)
Donna Conlon and Jonathan Harker (b. 1966, Atlanta, Georgia/b. 1975, Quito, Ecuador; live and work in Panama City)
Erika Verzutti (b. 1971, São Paulo; vive e trabalha em São Paulo)
Federico Herrero (b. 1978, San José, Costa Rica; vive e trabalha em San José, Costa Rica)
Gabriel Orozco (b. 1962, Jalapa, México; vive e trabalha na Cidade do México, Nova York e Paris)
Gabriel Sierra (b. 1975, San Juan Nepomuceno, Colombia; vive e trabalha em Bogotá)
Gilda Mantilla e Raimond Chaves (b. 1967, Los Angeles/b. 1963, Bogotá; vivem e trabalham em Lima)
Iván Navarro (b. 1972, Santiago, Chile; vive e trabalha em Nova York)
Javier Téllez (b. 1969, Valencia, Venezuela; vive e trabalha em Nova York)
Jennifer Allora and Guillermo Calzadilla (b. 1974, Filadelphia/b. 1971, Havana; vive e trabalha em San Juan, Porto Rico)
Jonathas de Andrade (b. 1982, Maceió, Brazil; vive e trabalha no Recife, Brasil)
Juan Downey (b. 1940, Santiago, Chile; d. 1993, Nova York)
Luis Camnitzer (b. 1937, Lübeck, Germany; vive e trabalha em Nova York)
Mariana Castillo Deball (b. 1975, Mexico City; lives and works in Berlin)
Mario García Torres (b. 1975, Monclova, Mexico; vive e trabalha na Cidade do México)
Marta Minujín (b. 1943, Buenos Aires; vive e trabalha em Buenos Aires)
Minerva Cuevas (b. 1975, Cidade do México; vive e trabalha na Cidade do México)
Paul Ramírez Jonas (b. 1965, Pomona, California; vive e trabalha em Nova York)
Paulo Bruscky (b. 1949, Recife; vive e trabalha no Recife), (em colaboração com Daniel Santiago)
Rafael Ferrer (b. 1933, San Juan, Porto Rico; vive e trabalha em Long Island, Nova York e Vieques, Porto Rico)
Regina José Galindo (b. 1974, Cidade da Guatemala; vive e trabalha em Antigua, Guatemala)
Rivane Neuenschwander (b. 1967, Belo Horizonte, Brasil; vive e trabalha em Londres)
Runo Lagomarsino (b. 1977, Malmö, Suecia; vive e trabalha em São Paulo)
Tamar Guimarães (b. 1967, Belo Horizonte, Brasil; vive e trabalha em Copenhagen)
Tania Bruguera (b. 1968, Havana; vive e trabalha em Nova York)
Wilfredo Prieto (b. 1978, Sancti Spíritus, Cuba; vive e trabalha em Barcelona)
Wilson Díaz (b. 1963, Pitalito, Colombia; vive e trabalha em Cali, Colombia)
setembro 26, 2014
Claudio Maciel na Mamute, Porto Alegre
A Galeria Mamute tem o prazer de convidar para a abertura da exposição margemargem do artista Claudio Maciel, com curadoria da Prof. Dra. Maria Ivone dos Santos (UFRGS). A mostra parte de uma trajetória de deambulações e registros da orla marítima, no percurso entre o molhe oeste da barra e imediações do navio Altair – que encontra-se encalhado desde 1976 –, no município do Rio Grande-RS, na praia considerada a mais extensa do mundo.
A exposição reúne trabalhos que resultam de uma investigação iniciada em 2009, que busca estabelecer relações entre o corpo e as transformações da paisagem, entre a inércia e o movimento, entre a oscilação e o repouso, entre a ordem e a desordem, por meio de registros fotográficos da faixa de areia, do mar e das coisas ali encontradas. Um espaço (ou um lugar) em que o fluxo dos fluidos muda ao ritmo dos ventos, das variações climáticas, das lunações, dentre outros fenômenos naturais, bem como pela ação humana. A exposição é um convite à reflexão sobre a margem como um espaço instável e de limites indefinidos.
Sobre o artista
Mestre em Poéticas Visuais pelo Instituto de Artes da UFRGS, Porto Alegre, RS. Prof. do Departamento de Letras e Artes da Fundação Universidade do Rio Grande. Rio Grande, RS. Entre suas expoosições estão Cânone Pobre MARGS, Porto Alegre, RS, 2014. Passageiros – Alfândega, Rio Grande, RS, 2014. De humanis corpori fabrica – anatomia das relações entre Arte e Medicina - MARGS. Porto Alegre, RS, 2013. Paisagens Fluidas – Galeria Sete ao Cubo. Pelotas, RS, 2013. Ludere – Espaço de Artes da UFCSPA, Porto Alegre, RS, 2013. Oº - Casa Paralela, Pelotas, RS, 2013. Esculturas – Fundação Cultural de Curitiba, Curitiba, PR,1992. Arte Gaúcha Contemporânea – Instituto Estadual de Artes Visuais – Porto Alegre, RS, 1991. Ex-Culturas – MARGS. Porto Alegre, RS, 1990.
Sobre a curadora
Artista plástica. Doutora e Mestre em Artes pela Université Paris I, Panthéon-Sorbonne. Professora pesquisadora no Departamento de Artes Visuais e integrante do corpo de professores permanentes do Programa de Pós-graduação em Artes Visuais do Instituto de Artes (UFRGS). Atua na área de escultura. Desenvolve e orienta pesquisas que enfocam processos artísticos, ações públicas, intervenções e recepção na arte contemporânea, teoria e ficção nas publicações de artistas. Coordena, desde 2002, o Programa Formas de Pensar a escultura FPES - Perdidos no Espaço (UFRGS), e co-dirige, desde 2004, juntamente com Hélio Fervenza, o Grupo de pesquisa Veículos da Arte (CNPq).
setembro 24, 2014
FVCB na 8ª Primavera dos Museus
Estratégia fundamental para a manutenção das instituições museológicas, a criatividade é o tema da 8ª Primavera dos Museus. Destacando o protagonismo cultural que as instituições vêm ocupando, a 8ª Primavera oferece ao público, de 22 a 28 de setembro, um intenso intercâmbio de experiências e conhecimentos. Em todo território brasileiro, serão 761 museus participantes, com mais de 2400 atividades previstas, entre visitas mediadas, palestras e exibições de filmes.
Em consonância com a temática proposta pelo IBRAM, a Fundação Vera Chaves Barcellos realizará uma visita mediada à exposição Um Salto no Espaço, com a equipe do Programa Educativo, no dia 27 de setembro, às 15h. A iniciativa revela a potência que a Fundação Vera Chaves Barcellos reconhece em ações que envolvam a arte, a criatividade e a sensibilidade. Assim, a FVCB, através de seu Programa Educativo, contribui para o desenvolvimento humano, utilizando, para tanto, uma pedagogia da arte livre e criativa.
Aberta ao público interessado, a atividade integra a programação comemorativa dos 10 anos da FVCB e também celebra o aniversário de 270 anos do município de Viamão. A entrada é franca.
Na ocasião, será disponibilizado transporte gratuito (Porto Alegre – Viamão – Porto Alegre), com saída marcada para as 14 horas, em frente ao Theatro São Pedro. As inscrições devem ser feitas por e-mail ou pelos telefones: 3228-1445 ou 8102-1059.
Outras informações no site da FVCB ou em sua página no Facebook.
setembro 23, 2014
Artista Convidado do Ateliê de Gravura: Ana Maria Tavares na Iberê Camargo, Porto Alegre
Neste sábado, artista falará sobre as suas três décadas de produção e apresenta trabalhos criados durante esta semana no Programa Ateliê de Gravura da Fundação Iberê Camargo
A mineira, radicada em São Paulo, Ana Maria Tavares, artista com um extenso currículo no cenário nacional e internacional e acadêmica com longa carreira no Departamento de Artes Plásticas da ECA-USP, é a convidada deste mês da Fundação Iberê Camargo para experimentar a técnica de gravura em metal no Programa Artista Convidado do Ateliê de Gravura. No sábado (27), às 11h, a artista recebe o público, no auditório da instituição, para um bate-papo sobre as suas três décadas de produção e apresenta, em primeira mão, os trabalhos criados ao lado do coordenador do projeto, Eduardo Haesbaert.
Com obras em mais de dez países, a artista participou de quatro edições da Bienal Internacional de São Paulo: 1983, 1987, 1991 e 2000, da VII Bienal de Havana, em 2000; da Bienal de Istambul, em 2001 e da Bienal de Cingapura, em 2006. Entre as individuais no Brasil destacam-se “Porto Pampulha”, 1997; “Relax’o’vision”, 1998; “Numinosum”, 2002; “Enigmas de uma Noite”, 2004; “Fortuna e Recusa ou UKYIO-E, a Imagem de um Mundo Flutuante”, 2008; “Desviantes”, 2011 e “Tautorama”, 2013. No exterior, realizou as individuais “Middelburg Airport Lounge com Parede Niemeyer”, em 2001, na Holanda, “Entrückte Körper - GRU/TXL”, em 2002, em Berlim, “Landscape for Exit I and Exit II”, em 2005, em Portugal, “Cristal Waters”, em 2008, também na Holanda.
setembro 21, 2014
Lançamento de Urbano Ornamento de Fernanda Goulart na EAV Parque Lage, Rio de Janeiro
Será lançado dia 23/09, as 19h, na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, o livro "Urbano Ornamento: inventário de grades ornamentais (e outras belezas)”, de Fernanda Goulart.
O livro "Urbano Ornamento: inventário de grades ornamentais (e outras belezas)” é resultado do doutorado em Arquitetura de Fernanda Goulart, professora na área de Artes Gráficas da Escola de Belas Artes da UFMG. A publicação traz, em versão impressa e digital, um abrangente inventário de desenhos de grades ornamentais em Belo Horizonte, acompanhado de uma reflexão sobre a memória desses bens integrados, das casas guardadas por eles e das pessoas que as habitam. Durante o ano 2011, uma equipe percorreu 35 bairros antigos de Belo-Horizonte em uma centena de trajetos elegidos, o que resultou em uma acervo de mais de 4000 imagens de fachadas frontais, que tiveram cada um de seus modelos de grades ornamentais fotografadas separadamente. Esses modelos foram desenhados digitalmente (vetorização), e compõem um acervo (com arquivos EPS e PDF, abertos e editáveis) de ornamentos, gravados em um DVD dentro do livro. O livro tem 320 páginas e milhares de desenhos impressos, além de fotografias das casas e depoimentos de alguns moradores, que foram entrevistados, em 2012. Trata-se de uma pesquisa de cunho histórico e estético, realizada com metodologia híbrida entre as Artes Visuais, a Arquitetura e a Literatura.
O projeto “Urbano Ornamento” completou 6 anos em agosto de 2014. Foi objeto de uma bonita e bem sucedida campanha de financiamento coletivo – com auxílio da plataforma Catarse (com 520 apoiadores da campanha, já encerrada) e do Facebook (cuja página do projeto conta atualmente com quase 4000 assinantes, e ajudou a conquistar mais dezenas de apoiadores) – que possibilitou a impressão do livro. Foram antecipadamente vendidos mais de 800 livros, um número impressionante que demonstra o interesse público do projeto. Trata-se de um marco para a preservação da memória de um item urbano que desparece à medida que a especulação imobiliária muda a paisagem urbana e acelera a verticalização no Brasil. Como tantas outras grandes cidades brasileiras, a cada dia presenciam a dilapidação de suas memórias, com repercussões para toda a comunidade. Além de contribuir para a memória dessas formas em desaparição, esses desenhos poderão ser reutizados por designers, arquitetos, serralheiros, interessados e criadores em geral, uma maneira de devolvê-los à cidade. A publicação configura-se, ainda, como importante material didático de referência e interdisciplinar aos cursos de artes, design, arquitetura, conservação e história. O enorme interesse pelo projeto resultou também em um grande interesse da mídia pela pesquisa, tendo sido o Urbano Ornamento matéria de capa do Caderno de Cultura do jornal Estado de Minas e do Boletim UFMG, além de ganhar matérias nas revistas Arquitetura e Construção, Bons Fluídos e Viver Brasil, e em vários blogs na Internet especializados em Arquitetura e Design.
É possível ver muitas imagens e outros dados dos do projeto acessando os seguintes links:
www.facebook.com/urbanoOrnamento e www.catarse.me/urbanoOrnamento
Fernanda Goulart (Uberlândia, 1976) é professora, artista e designer. Formada em gravura pela UFMG e mestre em Comunicação Social pela mesma instituição, é professora adjunta na área de Artes Gráficas da Escola de Belas Artes da UFMG e doutora em Arquitetura e Urbanismo também na UFMG. Realizou a individual “Nada que você não queira” (Galeria Cemig, Belo Horizonte, MG) e diversas exposições coletivas em Belo Horizonte e algumas cidades do Brasil, dentre as quais se destacam: Deixa, no Muna-Museu Universitário de Arte (Uberlândia, MG, 2011) e II Mostra Internacional de Performance, junto com Alexandre Rezende (Belo Horizonte, MG, 2009); 11o Festival de Cinema de Tiradentes (Tiradentes, MG); 14º Salão de Arte da Bahia (Museu de Arte Moderna da Bahia, Salvador, BA, 2007-2008); Ô de dentro, ô de fora: multiparidade do parque ao palácio (Palácio das Artes, Belo Horizonte, MG, 2007); 15º Festival Videobrasil (Sesc Pompéia, São Paulo, SP, 2005) e Arte Pará 2002 (Fundação Rômulo Maiorana, Belém do Pará, PA, 2002).
setembro 20, 2014
Miquel Barceló na Pinakotheke, Rio de Janeiro
A Pinakotheke Cultural apresenta a partir de 23 de setembro, para convidados, e do dia seguinte para o público, a primeira exposição individual no Rio de Janeiro do prestigiado artista espanhol Miquel Barceló (1957). Na mostra, será apresentada sua obra recente, além de alguns trabalhos emblemáticos de sua produção, como o elefante de bronze apoiado pela tromba, que ocupou em 2011 a Union Square, em Nova York.
O artista é o pintor da aclamada cúpula da Câmara dos Direitos Humanos e Aliança das Civilizações, Organização das Nações Unidas (ONU), em Genebra, na Suíça, que tem aproximadamente 430 m², e na qual ele imprimiu o fundo do mar, usando 60 toneladas de tinta, em um trabalho que durou treze meses. A obra foi uma doação do governo espanhol para a ONU, em 2007. Outra grande obra do artista que merece destaque é a instalação executada durante um período de seis anos, entre 2000 e 2006, na Capela do Santíssimo na Catedral de Santa Maria, arquitetura do século XVI, em Palma de Maiorca, na Espanha. A Capela foi revestida com imensos painéis contínuos de cerâmica policromada (300m²) e cinco vitrais de 12 metros de altura.
Com capacidade de trabalho surpreendente e atuando em múltiplos suportes – pintura, escultura, murais, cerâmica, desenho, ilustração de livros – Barceló se divide entre os seus ateliês de Paris, o de cerâmica em Palma de Maiorca, sua terra natal, e o de Mali, na África. Foi o artista mais jovem a se apresentar no Museu do Louvre e esteve presente na Bienal de Veneza, na Bienal de São Paulo, e na Documenta de Kassel, na Alemanha. Realizou retrospectivas em instituições de renome, como o Centro Pompidou, em Paris; o Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofia, em Madri; o Museu Rufi no Tamayo, no México e o Museu Guggenheim Bilbao, na Espanha.
No Brasil, Barceló expôs em 2000, no Museu de Arte de São Paulo (MASP), e em 2003, na Pinacoteca do Estado, em São Paulo. Ambas eram itinerâncias de mostras vindas de outros países, com o apoio do governo da Espanha. O diferencial desta mostra é que ela foi pensada pelo curador Max Perlingeiro junto com o artista, especialmente para as três sedes da Pinakotheke: São Paulo, Rio de Janeiro e Fortaleza. A primeira delas foi realizada de 28 de maio a 12 de julho, na Pinakotheke São Paulo, mas a mostra na cidade carioca será diferente da paulistana, pois somente cinco obras apresentadas em São Paulo virão para o Rio de Janeiro. As demais virão diretamente do ateliê do artista para a exposição. Depois, a mostra seguirá para Fortaleza.
“A exposição apresentada foi pensada, junto com o artista, com o objetivo de mostrar sua produção atual de pinturas e cerâmicas, complementada com uma seleção de suas mais importantes esculturas em bronze”, conta o curador Max Perlingeiro. (leia o texto curatorial)
Na Pinakotheke Cultural serão apresentadas 19 obras, dentre pinturas e esculturas. A mostra também terá dois filmes: "Mar de Barceló", especialmente produzido durante a execução da cúpula das nações da ONU, e "Paso Doble", referência ao processo criativo das cerâmicas.
Para compreender o processo do artista, montou-se também um “gabinete de curiosidades”, com elementos e objetos pessoais caros à composição de sua obra e que nunca haviam saído de seu ateliê parisiense, portanto, inédito para o público.
A exposição será acompanhada de um livro (Edições Pinakotheke), com 203 páginas, bilíngue, que reúne uma entrevista do artista ao crítico Adriano Pedrosa, textos do pensador espanhol Enrique Juncosa e imagens da coleção, além de uma cronologia sobre a vida e a obra de Miquel Barceló.
Dentre as pinturas apresentadas na exposição estarão os quadros brancos, feitos somente com esta cor, mas com texturas diferentes, que formam diversos desenhos. “Como se pode ver, cada nova camada apaga, mas também deixa uma transparência. Estes quadros são cada vez mais sintéticos, cada vez há menos coisas, e estão mais apagados. Há muitas camadas de pintura, tornando-se espesso no centro, tudo acontece por baixo, é quase invisível, conta o artista em entrevista a Adriano Pedrosa.
O crítico de arte espanhol Enrique Juncosa afirma, no livro que acompanha a exposição, que a cor branca sempre esteve presente no trabalho de Barceló. Sobre a origem dos quadros totalmente brancos ele diz: “No Pavilhão Espanhol da Bienal de Veneza de 2009, Barceló apresentou, entre outros, dois quadros brancos de grande formato, Mare tranquilitas e Mare nectaris (2008), de novo sobre o ritmo e a forma das ondas admiradas de uma praia. O tema das ondas e da espuma do mar, iniciado nas Canárias, e depois com esses dois grandes quadros exibidos em Veneza, é o ponto de partida dos últimos quadros brancos que Barceló pintou desde 2012, tal como os apresentados aqui”.
Além dos quadros brancos, também serão apresentadas pinturas de frutas, como tomates partidos. “Como um contraponto à ‘série branca’, ‘os frutos’, obras de grande formato com tomates e figos que explodem no meio da tela. Suas telas brancas persistem há mais de duas décadas. Quando regressou de uma longa temporada na África, em 1988, sua pintura antes densa e cheia de referências culturais e autobiográficas, transforma-se em enormes extensões de paisagens brancas. Um branco que não significa ausência”, afirma Max Perlingeiro.
“A exposição inclui também alguns quadros de frutas e tomates partidos, que contrastam com os quadros brancos por sua intensidade cromática, pois são em sua maioria vermelhos. Em um desses quadros, o intitulado Tomate- Mars (2013), um jogo com o nome que se dá ao planeta vermelho, Marte, a metade do tomate que vemos tem algo de planeta habitável, com um interior que sugere movimento perpétuo, como uma caldeira em ebulição”, ressalta o crítico espanhol Enrique Juncosa no livro que acompanha a mostra.
As cerâmicas são outro destaque da trajetória do artista. Se a experiência com a pintura está presente desde o início de sua obra, o interesse pela cerâmica começa em Mali, em 1995. Desde então, o artista dedicou-se a aprender técnicas em Maiorca, França e Itália e a cerâmica tornou-se um dos suportes fundamentais de sua produção. Para a exposição, foram selecionadas cerâmicas no seu ateliê em Vilafranca de Bonany (pequeno vilarejo em Maiorca) instalado numa antiga fábrica de artefatos de cerâmica. “O artista trabalha com a imperfeição da matéria. É um trabalho solitário e bruto onde ele não admite colaboração. São obras autorais. Uma luta incessante entre o homem e a matéria. O artista explora ao máximo o imprevisível e depois recobre com desenhos ou fuligem do resíduo das chaminés, onde um novo processo se inicia”, diz Max Perlingeiro.
Sobre as cerâmicas, Enrique Juncosa escreve: “As cerâmicas mais inovadoras que apresentamos aqui, neste livro são pretas. Foram produzidas a partir de uma forma inventada pelo artista. Uma vez cozidas, foram colocadas nas chaminés do forno e ficaram cobertas da fuligem proveniente da fumaça. Depois, fixou a fuligem com um fixador transparente, mas o aspecto continua sendo frágil, como se fosse desprender se alguém as sustentasse com a mão o tentasse limpá-las com um pano”.
setembro 19, 2014
Lothar Charoux no IAC, São Paulo
O IAC - Instituto de Arte Contemporânea coerente com seu programa de exposições apresenta "Lothar Charoux - Razão e Sensibilidade". Com curadoria da historiadora e crítica de arte Maria Alice Milliet, reúne cerca de 75peças com apresentação de algumas obras inéditas. Dos desenhos em nanquim e guache da década de 1950 a pinturas de 1980, passando pelos projetos para painéis de 1960, alguns executados de 1970, bem como as serigrafias e os trabalhos em acrílica sobre papel do mesmo período, a exposição traz ainda esculturas, objetos, azulejos e até cartões de natal que compuseram o pensamento e o processo artístico de Charoux.
Com foco na linha, forma e cor e fiel aos questionamentos concretistas, o artista dedicou-se à exploração dos efeitos visuais,criando espaços nos quais as formas interagem constantemente com o olhar do público. “Asséptico nos recursos empregados, tudo o que criava vinha da paixão pela exploração das possibilidades da linha sobre o plano”, ressalta Maria Alice Milliet.
Integrante do grupo concretista Ruptura - liderado pelo artista Waldemar Cordeiro, que além de estudar o abstracionismo, discutia os novos caminhos da arte, da arquitetura e do design - Charoux fez parte da primeira exposição do movimento no MAM-SP em 1952, quando o grupo lançava o manifesto contra toda e qualquer forma de pintura naturalista, propondo a renovação de valores essenciais da arte visual e em cujo verso vinha escrito em vermelho: “a obra de arte não contém uma ideia, é ela mesma uma ideia.”
Segundo a curadora, esse postulado, ao negar a arte-cópia da realidade em favor da arte concreta, produz um corte radical em relação à tradição figurativa. "Na prática, a introdução dos princípios construtivos na arte brasileira constitui uma revolução estética cujos efeitos chegam até nossos dias nos produtos gráficos tais como jornais, revistas, cartazes, livros etc. e no design de móveis, luminárias e objetos em geral.”
SOBRE O ARTISTA
Iniciando-se nas artes com seu tio, o escultor Siegfried Charoux, Lothar Charoux (Viena, 1923 - São Paulo, 1987) emigrou para o Brasil em 1928. Fixou-se em São Paulo e estudou no Liceu de Artes e Ofícios. Conheceu Waldemar da Costa, com quem estudou pintura na década de 1940. Foi professor de desenho no Liceu de Artes e Ofícios e no Senai, realizando sua primeira individual em 1947. Junto com Waldemar Cordeiro, Geraldo de Barros e Anatol Wladyslaw, entre outros, foi um dos fundadores do Grupo Ruptura, em 1952. Em 1963 participou da criação da Associação de Artes Visuais Novas Tendências junto a um grupo de artistas que buscavam promover os valores da nova arte.Eleito pela Associação Paulista dos Críticos de Arte o melhor desenhista de 1972. No ano seguinte, integrou a sala especial Arte Construída, na Bienal Internacional de São Paulo.
SOBRE O IAC
O Instituto de Arte Contemporânea – IAC, entidade cultural sem fins lucrativos, foi criado com a finalidade principal de preservar documentos e difundir a obra de artistas brasileiros de tendência construtiva. Os arquivos destes artistas, entre eles Willys de Castro, Sérgio Camargo, Amilcar de Castro (em parceria com o Instituto Amilcar de Castro) e mais recentemente o de Sérvulo Esmeraldo, têm na instituição um espaço próprio para a exposição e pesquisa com documentação arquivística, bibliográfica e museológica, armazenada em banco de dados específico. Os acervos têm finalidade de pesquisa e divulgação da obra do artista por meio do trabalho com seus documentos preparatórios (cartas, agendas, esboços etc..). Assim, podem ser usados em exposições internas ou cedidos a outras instituições, em publicações, em estudos acadêmicos e quaisquer outros usos de caráter cultural e/ou acadêmico.
O IAC pesquisa, busca, organiza e disponibiliza quaisquer fontes de informação sobre os artistas relacionados em seu acervo e, através de uma interface online, permite que pesquisadores de qualquer parte do mundo acessem seu banco de dados. Promover ações educativas e intercâmbios culturais com museus e instituições com a mesma linguagem em outros países também estão entre os objetivos da instituição. Desde julho de 2011, o IAC funciona no primeiro andar do Centro Universitário Belas Artes de São Paulo, na Vila Mariana.
setembro 13, 2014
Ilusões na Daros, Rio de Janeiro
Exposição reúne cerca de 50 obras, entre instalações, vídeos, fotografias, desenhos e objetos, pertencentes à Coleção Daros Latinamerica, de Zurique, Suíça
A Casa Daros apresenta a partir de 13 de setembro de 2014 a exposição “Ilusões”, com curadoria de Hans-Michael Herzog e Katrin Steffen, que reúne cerca de 50 obras pertencentes à Coleção Daros Latinamerica, de Zurique, Suíça, dos artistas Fernando Pareja & Leidy Chavez (Colômbia), José Damasceno (Brasil), José Toirac (Cuba), Leandro Erlich (Argentina), Liliana Porter (Argentina), Los Carpinteros (Marco Antonio Castillo Valdés e Dagoberto Rodríguez Sánchez, de Cuba), Luis Camnitzer (Uruguai), Mauricio Alejo (México) e Teresa Serrano (México).
As obras irão ocupar todo o espaço expositivo principal da Casa Daros, no primeiro andar, em um circuito que irá provocar o espectador de múltiplas maneiras a respeito da ideia de ilusão, a partir de instalações, vídeos, fotografias, desenhos e objetos, e que trazem uma abordagem lúdica e muitas vezes bem-humorada. Desde o efeito “supostamente apenas óptico da mera ilusão sensorial”, como nos surpreendentes vídeos curtos de Mauricio Alejo; ao “caráter lúdico teórico-perceptivamente bem elaborado entre signo, significado e significante”, nos trabalhos de Luis Camnitzer; na “(des)-ilusão mental” de Leandro Erlich e Liliana Porter; ou a ilusão como “fenômeno social, político, cultural, religioso, mercadológico ou midiático”, visível nas obras de Teresa Serrano, José Toirac e Leidy Chavez & Fernando Pareja; como também “em toda a sua ambiguidade, na condição de mero paradoxo cheio de um absurdo de toque dadaísta”, em José Damasceno e Los Carpinteros.
“Ilusões são imagens do desejo, imagens fantasiosas ou também autoenganos. Nossa vida está cheia delas. Só que nem sempre gostaríamos de admitir que é assim. Por isso existe, quase como antítese para que seja possível sobreviver mais facilmente, o conceito de realidade, ao qual gostamos (às vezes com esforço e convulsivamente) de tentar nos agarrar”, diz Hans-Michael Herzog . “A exposição abre o olhar para os espaços multifacetados e complexos, difíceis de ser interpretados, que oscilam livremente entre uma suposta realidade e a assim chamada ilusão – espaços que estão cheios de inúmeras ficções e projeções, cuja definição mais detalhada foge completamente a qualquer categorização”.
“Será que a arte não é mais do que ilusão? Ou será que, no fim das contas, ela é antes real, talvez até mais real do que a assim chamada realidade? O que é, aliás, realidade? A pura ilusão?”, questiona o curador, logo acrescentando que “Ilusões” faz perguntas como essas, “sem poder nem querer respondê-las”. “A exposição é um convite à percepção mais consciente, a pensar e a compreender mais profundamente o que pode levar a descobertas mais abrangentes, que talvez agucem nossa capacidade de diferenciar o que significa realidade, o que significa ilusão”. “O observador poderá, ainda, em seu processo de percepção, conhecer e reconhecer um pouco melhor a si mesmo”, afirma.
MICROSITE
Um microsite foi criado especialmente para a exposição. Com conteúdo multimídia e ferramentas interativas, ele apresenta o tema e as obras da mostra, além de conter breves ensaios e entrevistas sobre os artistas e seus trabalhos. Para visitar, acesse: www.ilusoes.casadaros.net.
PUBLICAÇÃO
A exposição será acompanhada de uma publicação de 48 páginas, formato 15cm x 21cm, com fotos das obras e textos de Hans-Michael Herzog, dos artistas Luis Camnitzer e José Damasceno, do crítico Orlando Britto, e Katrin Steffen, que também fez entrevistas com os artistas .
OBRAS/ARTISTAS
Em seu trabalho “Sem título”, de 2012, a dupla de artistas colombianos Fernando Pareja & Leidy Chavez (Fernando Pareja, 1979, e Leidy Chavez, 1984, Popayán, Colômbia) constrói uma espécie de cinematoscópio, com luz estroboscópica, em que bonequinhos de cera aparentemente caem no buraco central da roda que gira sem cessar.
“O presságio seguinte (experiência sobre a visibilidade de uma substância dinâmica)”, do brasileiro José Damasceno (1968, Rio de Janeiro), criada em 1997, só foi vista no Brasil duas vezes: no ano em que foi feita, na coletiva “Intervalos”, no Paço das Artes, e em 2000, na Mostra do Redescobrimento: Brasil +500, ambas em São Paulo. No exterior foi apresentada em 2001, na exposição “Experiment Experiencia”, no Museu de Arte Moderna de Oxford, Inglaterra, e em “Al calor del pensamiento – Obras de la Daros Latinamerica Collection”, na Sala de Exposiciones Boadilla da Fundación Banco Santander, em Madri, em 2010. No texto “Un altro attimo”, escrito pelo artista em 2001, ele afirma que “a realidade, ou o que se convencionou chamar de real, possui um sem-número de estratos, camadas, dimensões, densidades, estados, porosidades, canais, com uma brutal complexidade estrutural que se move, que cresce e se modifica segundo um outro imenso universo de pontos de vista distintos”.
Em seu vídeo “Opus”, de 2005, com pouco menos de cinco minutos, o artista cubano José Toirac (1966, Guantánamo) mostra em preto-e-branco uma sucessão de números, todos eles acompanhados por um áudio retirado de discursos de Fidel Castro, com sua inconfundível voz. Dessa forma, a retórica interminável do discurso paternalista fica reduzida a um tipo de “ilusão minimalista sonoro-numérica”, com doses de humor.
Do artista argentino Leandro Erlich (1973, Buenos Aires) estarão três instalações: “Pedras” (2003), “Provadores” (2008) e “As portas” (2004). Em “Pedras”, o público vê pegadas em movimento sobre um chão coberto por seixos. Em “Provadores”, o artista constrói uma série de provadores de roupa em que, ao entrar, o visitante se vê confrontado com infinitas perspectivas e reflexos de si mesmo. Em “As portas”, o espectador se encontra diante de algumas portas fechadas, em que pela fresta entra uma luz, que o deixa intrigado. O artista observa que “o cinema influenciou nosso imaginário de múltiplas formas e foi capaz de gerar também uma memória coletiva”. “Há momentos nos quais podemos nos sentir vivendo uma ficção, e essa ficção identificamos como cinema. Nunca esteve tão vigente aquela resenha de Oscar Wilde sobre a vida imitando a arte”. Ele comenta que “evidenciar o truque é uma forma de reduzir a importância do fenomenológico e convidar a uma interpretação conceitual da obra”.
Liliana Porter (1941, Buenos Aires) cria nas gravuras “Prego” (1972), “Costura” (1970) e “Rasgo” (1974) um “truque visual”, em que pode se confundir um prego impresso com um prego real, ou a imagem de uma sombra com uma sombra verdadeira. “O que me interessa dessa confusão visual é questionar a substância da realidade e do tempo. A distância entre as palavras e as coisas, por assim dizer”, diz a artista.
Inteiramente inédita, a instalação “16m” (2010), de Los Carpinteros, dupla cubana formada por Marco Antonio Castillo Valdés (*1971, Camagüey) e Dagoberto Rodríguez Sánchez (*1969, Caibarién), é formada por 200 paletós de terno preto, furados irregularmente em seu lado direito, que, enfileirados e pendurados em uma haste de metal, criam um buraco de 16 metros de longitude.
“Ilusões” traz pela primeira vez ao Brasil um generoso conjunto de trabalhos do artista conceitual Luis Camnitzer (1937, Lübeck, Alemanha, criado em Montevidéu). São ao todo 31 obras, dentre elas doze de suas famosas “caixas”. Luis Camnitzer afirma em seu texto “O artista, o cientista e o mágico”, de 2011, que, “deixando de lado as deformações culturais, se nos referirmos a conceitos cognitivos, a única diferença entre arte e ciência está em que na arte podemos trabalhar sem ter de utilizar como referência a lógica, e podemos suspender a relação causa-efeito. Isso não significa que afastar essas duas condições nos exime das exigências propostas ao cientista. O artista também deve ser responsável, tem de servir ao bem comum, ser rigoroso e capaz de prestar contas”. “É o mágico, não o artista, quem está no extremo oposto do cientista. Isso porque a essência do ato mágico está na habilidade de esconder o processo e de mantê-lo secreto”, continua. “O cientista trata aqui de explicar o incrível. O mágico cuida de simular o incrível. O artista ocupa-se de apresentar o incrível para expandir o mundo do crível”.
Em entrevista a Katrin Steffen, o mexicano Mauricio Alejo (1969, Cidade do México) comenta que seus vídeos curtíssimos presentes na exposição – “Rachadura” (2002), “Linha” (2002), “Galho” (2003), “Vermelho” (2003), “Buraco” (2002) – “são sobre ilusão de óptica”. Mas ele ressalta “que o verbal também tem um papel importante: o título não é apenas uma descrição, mas uma instrução sobre o que se deve ver”. “O verbal tem uma estrutura e uma autoridade que faltam ao visual. Quando certo ponto da trama é atingido, existe uma fratura que vai do verbal ao visual, deixando o espectador vulnerável e aberto para se relacionar de maneira menos preconceituosa com os materiais. Quando isso acontece, eu gosto de como a experiência se torna básica”.
Três das quatro obras de Teresa Serrano (1936, Cidade do México) em “Ilusões” estão relacionadas com a cabeça: “5 Rolling Stones” (1999), cinco bolas revestidas de diferentes perucas; “Moldagem a sopro” (2012), quatro chapéus simbólicos da Igreja Católica – o solidéu, a mitra, o barrete e o chapéu Saturno – em vidro soprado; e “Do mesmo diâmetro” (2012), três coberturas de cabeça , do mesmo diâmetro, usadas pelas grandes religiões monoteístas: a cristã, a hebraica e a islâmica. Em “Boca de tábua” (2007), vídeo de quase treze minutos em preto-e-branco, vemos uma mulher em uma rotina de repetição dentro de uma casa.
setembro 7, 2014
Vik Muniz na Nara Roesler, Rio de Janeiro
A segunda exposição que a Galeria Nara Roesler do Rio de Janeiro recebe é de Vik Muniz. O artista, que atua entre Nova York e o Rio de Janeiro, apresenta 11 trabalhos, inéditos no Brasil, de duas séries recentes, Album e Postcards from Nowhere. Nelas, trabalha com fragmentos de fotos e de cartões postais, respectivamente, para trazer à tona e subverter os mecanismos pelos quais as imagens são percebidas, quando decompostas nas suas várias camadas de compreensão: o detalhe, a totalidade e o imaginário de quem a vê.
Formadas por fotos em p&b e sépia retiradas de recordações de famílias, as imagens da série Album são elas mesmas enormes reproduções de cenas pessoais imortalizadas pela câmera. Tirar fotografias era, até pouco mais da metade do século 20, uma ação quase solene, reservada a ocasiões especiais, pelo preço e especificidade dos materiais utilizados. Dessa forma, apenas os momentos verdadeiramente memoráveis mereciam registro.
Com o barateamento do equipamento e o advento da tecnologia digital em sua reprodutibilidade infinita e instantânea, a fotografia hoje tornou-se corriqueira, perdendo a dimensão de solenidade e de intimidade. É isso que Muniz problematiza em Album, por meio da miríade de imagens que concorrem para formar a macrofoto.
O olhar do espectador divide-se entre concentrar-se na imagem maior, que aqui pode ser a menina da baliza de uma fanfarra, o senhor orgulhoso do produto de sua pesca ou a jovem posando na praia, ou focar as várias pequenas recordações que parecem se perder na coletividade e impessoalidade. Assim, o público se vê confrontado por questões como a experiência pessoal em contraponto à experiência coletiva, à formação da memória e a banalização da imagem com a saturação de sua incessante produção.
Já em Postcards from Nowhere, Muniz se vale de fragmentos de cartões-postais para refazer paisagens icônicas. A própria técnica usada para fotografar essas “colagens” acrescenta volume aos recortes, com a projeção de uma iluminação que torna perceptíveis as sobreposições de suas pequenas partes. Isso cria a ilusão de que a fotografia em dimensão gigante é ainda um recorte e não uma reprodução. Mais uma camada que joga com a ideia de representação.
No movimento de aproximação e afastamento para captar tanto a imagem maior quanto seus pedaços, o espectador recorre não só ao que vê, mas também ao imaginário que conserva sobre esses logradouros famosos. Como define o crítico britânico Christopher Turner sobre o trabalho de Vik Muniz, “a multiplicidade de imagens utilizadas para compor suas colagens acrescenta uma terceira camada mediadora, que envolve ainda mais o público e faz referência a toda a bagagem visual e cultural que cada um traz ao seu encontro com a arte. As peças isoladas que compõem o quebra-cabeça são, elas mesmas, imagens que chamam atenção e desaceleram o movimento do olho, frustrando qualquer leitura sem solavancos.”
Essas diferentes camadas impelem o espectador à percepção dos mecanismos que viciam sua visão, ou que convertem as imagens em elementos reconhecíveis e, portanto, assimilados superficialmente. Ver atentamente uma obra de Vik Muniz é fazer um exercício de autocrítica do olhar, na busca pela observação desautomatizada do mundo ao redor.
Liuba na Marcelo Guarnieri, São Paulo
A Galeria Marcelo Guarnieri – São Paulo apresenta entre os dias 6 de setembro e 18 de outubro a exposição da artista Liuba. Nascida na Bulgária em 1923, radicada no Brasil na década de 50 e falecida na cidade de São Paulo em 2005, a produção artística de Liuba dividiu-se nas três cidades em que residiu e estudou: Paris, Zurique e São Paulo.
A mostra exibe um conjunto de obras produzidas a partir da década de 50 até os anos 1970, porém o foco de interesse da exposição se mantém na série realizada no decorrer dos anos 1960. No período compreendido há uma mudança formal significativa em sua produção. Se nos anos anteriores seus trabalhos partiam de uma representação mais tradicional da figura humana: cabeças em bronze e gesso, nos anos posteriores essa mudança é marcada por uma transição entre a figuração e a abstração. Como observa a própria artista: “Para mim, eles são animais. Mas eu não posso explicar de onde eles vêm – deve ser do meu subconsciente”(1), suas formas, mesmo que reconhecíveis, são de fato uma simbiose entre vegetal e animal.
Nas peças há uma certa tensão, as figuras estão a ponto de realizarem algum movimento, que sempre é abruptamente interrompido por sua condição estática, a base está lá, dando o peso de sua circunstância física e histórica. A aparência robusta e a monumentalidade são atributos os quais a artista articula habilmente não importando o tamanho da peça: pequena, grande ou muito grande. As esculturas não têm apenas uma constituição totêmica (Liuba e seu marido Ernesto Wolf mantinham um grande interesse por arte e artefatos africanos), mas suas formas remetem à culturas ancestrais e arcaicas, “até as mais abstratas e simplistas esculturas mantêm algo do bestiário ancestral”, como escreveu Antônio Gonçalves Filho(2). Os animais de Liuba são pontiagudos, ocupam mais espaço do que lhes é dado, transbordam em pontas. A carga dramática quase é ouvida pela boca que se abre em forma de alicate, ou ferramenta de trabalho, sugerindo um grito ou o abocanhar de um predador.
Durante a formação da artista, a escultora francesa Germaine Richier foi de fundamental importância no desenvolvimento do processo escultórico de Liuba. De 1944 a 1949, teve aulas com ela em Paris e posteriormente em Zurique, trabalhando inclusive junto a Richier neste segundo país que fixou residência. O que aproxima ambas as artistas pode ser melhor entendido nos anos 60, as figuras-animais-vegetais possuem uma certa semelhança com as formas escultóricas executadas por Richier. Liuba segue com a mesma técnica utilizada por Germaine na tradição da escultura clássica: o processo de trabalho inicia com a modelagem da figura em argila e utilizando a técnica tradicional de molde em cera perdida, o original em argila é fielmente reproduzido em gesso. A peça em gesso é trabalhada novamente pela artista em sua superfície até obter o efeito tátil que ela procurava: “rústico em algumas partes, liso em outras”(3), como definia. À partir daí ela supervisionava pessoalmente a fundição das peças em bronze e tomava extremo cuidado com o acabamento em pátina preta ou marrom obtida com o tratamento com ácidos.
A exposição apresentada pela galeria procura reproduzir o interior do atelier paulista onde esteve preservado parte de seu acervo e a memória do processo de criação e execução de suas esculturas. Somadas às peças, três desenhos de estudos e alguns originais em gesso, bem como também o mobiliário, bancadas de trabalho, bases e ferramentas que ela utilizava. A disposição das peças procura reproduzir as condições em que se encontravam originalmente no atelier, evidenciando portanto as relações que a artista estabelecia entre as obras durante o processo de criação, na intimidade do seu espaço de trabalho.
Além dos trabalhos de Liuba, é exibido o ensaio visual homônimo realizado por Luana Capobianco e Gabriela Greeb. De caráter intimista, o filme mostra parte das suas esculturas, materiais utilizados na execução das peças e seus ateliers de São Paulo e Paris.
NOTAS
(1) Fala da artista no livro de Sam Hunter – “Liuba: At the Edge of Abstraction”. “To me, they are animals. But I can’t explain where day come from – it must be from my subconscious”.
(2) Antônio Gonçalves Filho – “Em estado puro” in Liuba: Esculturas; Relevos; Desenhos; Jóias, catálogo da exposição, São Paulo, Pinacoteca do Estado, 1996.
(3) Fala da artista no livro de Sam Hunter – “Liuba: At the Edge of Abstraction”. “…rough in some places, smooth in some places”.
SOBRE A ARTISTA
Nascida em 1923 na Bulgária, Liuba ingressa em 1943 na Escola de Belas Artes de Genebra, Suíça. De 1944 a 1949 estuda com a escultura francesa Germaine Richier, a princípio na Suíça e em seguida em Paris, onde passa a viver e trabalhar em 1946. Em 1949, ainda vivendo em Paris, monta atelier também em São Paulo. Casa-se com Ernesto Wolf em 1958 no Brasil, e passa a dividir seu tempo entre os ateliers de São Paulo e Paris. A partir de 1989 estabelece atelier também na Suíça. Falece em São Paulo em 2005.
Das diversas exposições individuais e coletivas que realizou, destacam-se nas seguintes instituições: Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, 1965; Museu Nacional de Arte Moderna de Paris, 1967; Museu de Saint Paul de Vence na França, 1968; Hakone Open Air Museum no Japão, 1985; Pinacoteca do Estado de São Paulo, 1996. Participou anualmente do Salon de la Jeune Sculpture de Paris no período entre 1964 e 1979; do Salão Nacional de Arte Moderna do Rio de Janeiro em 1962 e 1963; da Bienal Internacional de São Paulo nos anos 1963, 1965, 1967 e 1973; e de diversas edições do Panorama de Arte Atual Brasileira no Museu de Arte Moderna de São Paulo no período de 1970 a 1985. Suas obras integram importantes coleções públicas internacionais como a do Fond National d’Art Contemporain de Paris, do Museu de Saint Paul de Vence na França, do Kunsthelle de Nuremberg na Alemanha, do Hakone Open Air Museum no Japão e do Musée de la Sculpture en Plein Air de la Ville de Paris; e integram também importantes coleções públicas nacionais como a do Museu de Arte Moderna de São Paulo, do Museu de Arte Contemporânea de São Paulo, da Coleção da Bienal de São Paulo e do Museu do Artista Brasileiro em Brasília.
setembro 6, 2014
Angelo Venosa na Anita Schwartz, Rio de Janeiro
O artista, um dos expoentes da Geração 80, apresenta trabalhos inéditos, produzidos este ano, criados com materiais usados pela primeira vez em sua trajetória
Anita Schwartz Galeria de Arte apresenta, a partir de 4 de setembro, para convidados, e do dia seguinte para o público, a exposição individual de Angelo Venosa, um dos mais destacados artistas de sua geração. A mostra “Angelo Venosa – Membrana” ocupará todo o espaço expositivo da galeria com cerca de 20 trabalhos inéditos, produzidos este ano pelo artista, especialmente para esta exposição.
Uma novidade nos trabalhos apresentados é a utilização, pelo artista, de novos materiais. Pela primeira vez, em mais de trinta anos de trajetória, Angelo Venosa está usando bambu e filamento plástico em suas obras. Além disso, trabalhos novos, baseados em séries realizadas anteriormente, também são apresentados nesta exposição com materiais distintos. De acordo com o artista, todas as obras se relacionam entre si.
Um desses materiais novos é o filamento de plástico, usado pela primeira vez este ano pelo artista. Encantado com as possibilidades do material, ele criou diversas pequenas formas, mas resolveu uni-las, formando trabalhos maiores, que serão apresentados na exposição envoltos em cápsulas de acrílico, de 95 cm de diâmetro. “É uma espécie de colônia, de núcleos, é um corpo em associação”, diz Angelo Venosa sobre as obras criadas com filamento de plástico preto, com inserções em cinza claro, que possuem formas variadas.
Os trabalhos em bambu, também inéditos, são inspirados em obras feitas pelo artista anteriormente em madeira e resina. “A criação desses trabalhos surge com uma curiosidade pelo material, que eu nunca tinha usado. E acho que eles têm um parentesco com os trabalhos em filamento plástico, pelo fio, pela linha”, afirma Venosa. Para criar estes trabalhos, o artista utiliza camadas bem finas do bambu, que se moldam, criando diferentes formas. Na exposição, haverá trabalhos desta série, tanto esculturas de chão quanto de parede.
No grande salão térreo da galeria, com 200 metros quadrados e pé direito de mais de sete metros, haverá uma grande obra, com aproximadamente quatro metros e meio de altura, feita em alumínio. “É uma peça de parede, que tem o mesmo principio construtivo de um trabalho feito anteriormente, mas é uma peça nova. Comecei a pensar a exposição a partir desta obra”, conta o artista.
Também farão parte da mostra trabalhos onde o artista faz gravações com laser sobre fórmica. São trabalhos inéditos, que fazem parte de uma série iniciada anteriormente, há cerca de dois anos. Haverá, também, três trabalhos de parede novos, também de uma série anterior (2012), constituídos pela sobreposição de lâminas brancas.
SOBRE O ARTISTA
Angelo Venosa nasceu em São Paulo, em 1954. Vive e trabalha no Rio de Janeiro. Surgiu na cena artística brasileira na década de 1980, tornando-se um dos expoentes desta geração.
Desde esse período, Venosa lançou as bases de uma trajetória que se consolidou no circuito nacional e internacional, incluindo passagens pela Bienal de Veneza (1993), Bienal de São Paulo (1987) e Bienal do Mercosul (2005).
Hoje, o artista tem esculturas públicas instaladas no Museu de Arte Moderna de São Paulo (Jardim do Ibirapuera); na Pinacoteca de São Paulo (Jardim da Luz); na Praia de Copacabana/ Leme, no Rio de Janeiro; em Santana do Livramento, Rio Grande do Sul, e no Parque José Ermírio de Moraes, em Curitiba.
Possui trabalhos em importantes coleções brasileiras e estrangeiras, além de um livro panorâmico da obra, publicado pela Cosac Naify, em 2008.
Suas últimas exposições individuais foram este ano, no Palácio das Artes, em Belo Horizonte; na Pinacoteca do Estado de São Paulo, em 2013; no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, em 2012, e na Casa de Cultura Laura Alvim, também no Rio de Janeiro, em 2009.
Arnaldo Antunes na Laura Marsiaj, Rio de Janeiro
Galeria Laura Marsiaj expõe objetos poéticos visuais de Arnaldo Antunes
A Galeria Laura Marsiaj inaugura, quinta-feira, dia 4 de setembro, às 19h, a exposição Interno Exterior, de Arnaldo Antunes, com a curadoria de Daniel Rangel. A mostra apresenta centenas de fotos de letreiros, placas e cartazes de rua clicadas por Antunes, em suas turnês de musicais, desde os anos 1990. Os escritos ready-made – letras, palavras e frases soltas – deslocados de seu contexto original, adquirem um caráter poético, passando a sugerir novos sentidos, multiplicados pelas associações entre eles.
As imagens, animadas em stop motion, são expostas em 228 monitores de vídeo de oito polegadas, agrupados em molduras (caixas) de metal pretas. Além de alternarem relações semânticas, apresentam-se em diversos ritmos e associam-se em ocorrências simultâneas diversas. A exposição reúne 21 obras inéditas ou objetos poéticos como prefere o autor.
Os registros foram compondo um vocabulário a partir do qual o artista criou verdadeiros enredos analógicos, para expressar questões interiores com dizeres tirados do mundo exterior, como declara Antunes:
“Fiquei inicialmente fascinado por descobertas de escritos que, deslocados de seu contexto original, adquiriam um caráter poético; ready-mades espalhados pelas cidades por onde passava. Assim se revelaram para mim a palavra ‘divino’ impressa numa caçamba de entulho em São Paulo, o letreiro ‘Cabeça Veículos’ nomeando a loja de automóveis em Santos, a ‘Funerária A Criativa’ em Salvador, as placas de trânsito com pontos de exclamação em cidades europeias, o ‘Hotel Agora’ em Veneza, as placas de sinalização de dois bairros de Lisboa — ‘Rato’ e ‘Estrela’ — com setas apontando a mesma direção, o letreiro da loja ‘Arte’ ao lado do letreiro ‘Change’ de uma casa de câmbio em Roma; entre outras.”
Com o aumento de seu arquivo de imagens o artista passou a criar associações entre as fotos e agrupá-las em campos semânticos afins. Muitas fotos passaram a ser feitas para esses repertórios prévios de conexões ou contrastes, como explica o artista:
“Cada uma explora uma temática própria, que se relaciona com as outras pelo impulso de expressar questões interiores com dizeres tirados da realidade exterior. Num misto entre o acaso que me confronta com as inscrições do mundo e a manipulação de recortes e analogias entre elas, esse trabalho relaciona-se de alguma forma com os ready-mades de Duchamp, com as instalações e video walls de Nam Jum Paik, com os popcretos de Augusto de Campos e com a arte pop de uma maneira geral. Como disse Andy Warhol em Popism: The Warhol sixties (1980), “Pop Art took the inside and put it outside, took the outside and put it inside.”
Para a mostra de Arnaldo Antunes as paredes da Galeria Laura Marsiaj serão pintadas em um tom escuro e a iluminação do ambiente será apenas dos próprios monitores. As obras estarão dispostas de forma não linear.
“A ideia é criar um ambiente imersivo de palavras e imagens em constante movimento, acentuado pela voz inebriante de Arnaldo recitando um poema sem fim, composto por fragmentos de textos diversos sem nenhuma conexão prévia”, explica o curador.
Daniel Lannes na Luciana Caravello, Rio de Janeiro
Com pinturas que versam sobre a figura humana e a tradição do retrato, o artista plástico Daniel Lannes ocupa os três andares da Luciana Caravello Arte Contemporânea, em Ipanema, a partir de 5 de setembro, com a exposição “Costumes” que tem curadoria de Bernardo Mosqueira.
São obras que mesclam cenas cotidianas, pessoas próximas do artista e revistas de moda dos séculos XIX e XX, negociando os arquétipos do retrato artístico às mutações transgêneras pelas quais o corpo humano passa na contemporaneidade.
No primeiro andar estarão sete pinturas de grandes formatos, algumas exibindo corpos de homens vestidos em indumentárias vitorianas, através das quais transparecem alguns de seus traços masculinos, como braços e rostos – parte dos modelos são amigos do artista.
No segundo andar, aparecem também retratos, em telas menores e no terceiro, três telas grandes narram vivências domésticas. Em uma delas nota-se menção a obras clássicas da arte brasileira, como o quadro “Família de fuzileiros”, - originalmente de Guignard -que junta a imagem do retrato oficial de casamento do príncipe William e Kate Middleton à uma imagem a la Guignard na parede, ou seja, um casamento real em terreno tropical.
Daniel Lannes confessa ter fascinação pela figura humana e foi isso que o motivou a pintar essa série que agora expõe na Galeria Luciana Caravello. “Acho o corpo, os rostos, as expressões, das coisas mais mágicas que existem. E a arte desde a sua essência busca capturar essa fascinação pelo ser humano. Colocar as vestimentas, os costumes sobre corpos também me motiva. Há quadros em que o tema é praticamente o vestido de uma mulher. Tenho obsessão pelos cortes, dobras, estampas, etc.”
Se a pintura de Daniel pode reverberar uma certa ironia em alguns momentos, essa não é a intenção do artista. Ele diz que, mesmo quando há ironia, há também uma veneração pelo objeto/cena ali apresentado. Ou seja, para ele, a ironia vem sendo acompanhada de uma admiração. “E a negociação dessas duas instâncias é que cria, ou não, a potência do trabalho, da pintura.”
Daniel é, antes de tudo, um observador de seu entorno. Esse é o seu processo de criação: curiosidade por cenas aparentemente ordinárias, compulsão por adquirir livros e revistas de arte – ele escolheu as imagens dessa mostra em revistas vitorianas e francesas do final do século XIX e em seu banco pessoal de imagens, de onde também tirou as fotos dos amigos. Histórias, “sejam elas verdadeiras ou não”, também servem de inspiração para o artista. “E depois orquestro tudo isso no atelier, através de um período de produção/contemplação dos trabalhos produzidos.”
setembro 5, 2014
Daniel Escobar + Fernando Velázquez na Zipper, São Paulo
Abertura dupla na Zipper Galeria, com lançamento do livro "Primeira Leitura", de Marcelo Amorim
A partir de 3 de setembro, a Zipper apresenta A Nova Promessa, individual do artista gaúcho Daniel Escobar. Com curadoria de Daniela Labra, a mostra parodia os mecanismos comerciais que inundam o imaginário das pessoas com garantias enganosas de excelência, sofisticação e felicidade imediata. Convidamos também para uma conversa/visita guiada com o artista e a curadora, a realizar-se no dia 4 de setembro, das 17h às 19h.
A Nova Promessa dá continuidade à mostra individual Seu Lugar é aqui, Seu Momento é Agora apresentada pelo artista em junho de 2014 no Santander Cultural, em Porto Alegre. A exposição partiu de uma investigação das estratégias publicitárias do mercado imobiliário para discutir a compra e venda dos desejos de consumo no mundo contemporâneo. A peça central da mostra foi a obra Anuncie Aqui, um painel outdoor de tamanho real instalado dentro da instituição, disponível como espaço de mídia e alugado mediante um contrato entre o artista e o anunciante.
Em A Nova Promessa, um novo espaço publicitário será instalado para discutir o loteamento do meio urbano, a função da galeria em tempos em que a cultura é também uma mercadoria, e o fetiche do meio artístico global por artistas jovens que a cada temporada de megaeventos de arte, como por exemplo as Bienais.
Daniel Escobar nasceu em Santo Ângelo, RS, em 1982. Vive em Porto Alegre, RS. Graduado em Artes Visuais pelo Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), a sua pesquisa aborda as paisagens do desejo criadas pelo consumo e pelo entretenimento, a partir da apropriação de objetos ou símbolo ordinários e cotidianos, próprios ao mundo urbano. Entre as mostras individuais recentes destacam-se Seu Lugar é Aqui, seu Momento é Agora, Santander Cultural (Porto Alegre, 2014) e Paredes Falsas, Programa de Exposições do CCSP (São Paulo, 2013). Participou de exposições como: X Bienal de Arquitetura de São Paulo (2013); 18o. Festival de Arte Contemporânea Sesc Videobrasil (2013); Jenseits der Bibliothek, Frankfurt Book Fair (Frankfurt, 2013) e Além da Biblioteca, Museu Lasar Segall (São Paulo, 2011). Participou de residências como Bolsa Pampulha (Belo Horizonte, 2008-2009) e Atelier de Gravura da Fundação Iberê Camargo (Porto Alegre, 2011). Entre as premiações, destacam-se o Prêmio Aquisição do Programa de Exposições do Centro Cultural São Paulo (2013), Prêmio Funarte de Arte Contemporânea (Belo Horizonte, 2011) e Prêmio Fiat Mostra Brasil (São Paulo, 2006). Em 2012, realizou sua primeira exposição individual internacional na RH Gallery, em Nova York. Possui obras em acervos públicos e privados no Brasil e no exterior.
Da Serie Mindscapes #L1, after Dan Flavin, instalação multimídia interativa criada pelo artista Fernando Velázquez, é composta de uma matriz de 16 barras de neon dispostas num grid de 4m2 e quatro alto-falantes. Na instalação, um algoritmo de realidade artificial responde à presença dos visitantes e ativa o conjunto numa sequência luminosa e sonora generativa e infinita. Nesta obra o artista dá continuidade às pesquisas da série Mindscapes, que inclui vídeos, impressões digitais em plexiglass, instalações interativas, e performances audiovisuais, nas quais explora a ideia de paisagem relacionada à atividade cerebral, ao pensamento, e ao imaginário.
Fernando Velázquez nasceu em Montevidéu, Uruguai, em 1970 e é artista multidisciplinar. Suas obras incluem vídeos, instalações e objetos interativos, e performances audiovisuais. Mestre em Moda, Cultura e Arte pelo Senac-SP, participa de exposições no Brasil e no exterior, com destaque para a Emoção Art.ficial, Bienal de Arte e Tecnologia (Brasil, 2012), Bienal de Cerveira (Portugal, 2013 e 2011), Mapping Festival (Suiça, 2011), WRO Biennale (Polônia 2011), On_off (Brasil, 2011), Bienal do Mercosul (Brasil, 2009), Bienal de Tessalônica (Grécia, 2009), Bienal Ventosul (2009), e o Pocket Film Festival no Centro Pompidou (Paris, 2007). Obteve dentre outros o Prêmio Sergio Motta de Arte e Tecnologia (Brasil, 2009), Mídias Locativas Arte.Mov (Brasil, 2008), “2008, Culturas” e o Vida Artificial (ambos na Espanha, 2008). Foi curador do Motomix 2007, Papermind Brasil, Dorkbot São Paulo e do Projeto !wr?. Professor da PUC-SP, vive e trabalha em São Paulo.
setembro 1, 2014
Cristiano Lenhardt + Gabriel Lima + Rodrigo Cass no Galpão Fortes Vilaça, São Paulo
Temos o prazer de apresentar as exposições individuais de Cristiano Lenhardt, Gabriel Lima e Rodrigo Cass, que ocorrem simultaneamente no Galpão Fortes Vilaça, na Barra Funda. O amplo espaço do Galpão divide-se em três salas distintas nas quais Lenhardt, Lima e Cass apresentam projetos desenvolvidos especificamente para a ocasião; esta é a primeira exposição destes jovens artistas com a Galeria. As exposições são acompanhadas de um catálogo.
Cristiano Lenhardt
Cristiano Lenhardt trabalha com vídeos, fotografias, gravuras, esculturas e performances. Em todas essas práticas o artista revela uma atenção especial a novas formas de ativar as superfícies dos materiais que utiliza, seja através do uso de padronagens, de dobras ou de luz.
Litomorfose é uma série de três fotografias em que o artista aparece vestido com trajes escultóricos de papel. Xerocados a partir de cortes de rochas de um livro de arqueologia, esses papéis cobrem também o fundo da fotografia provocando um duplo efeito de camuflar os trajes e revelar partes digitalmente distorcidas do corpo.
Em Radiadores, seis radiadores de carro usados com molduras metálicas são sobrepostos e encostados na parede. O padrão geométrico original é corrompido pelos arranhões e marcas de uso destes objetos, ao passo que o vidro das molduras lhes confere brilho e reflexo, sublinhando sua qualidade abstrata.
A investigação low-tech desdobra-se ainda em esculturas de televisores recobertas com fita isolante. A luz emana das telas apenas através de frestas recortadas pelo artista, ora apresentando a animação de um feixe vermelho cruzando a superfície (presente em TV Totem), ora o chiado visual do aparelho fora do ar (em TV Fiapos). Xerox, radiadores e televisores ativam a memória de um passado tão recente como obsoleto e ganham nova vida a partir de gestos simples e precisos.
Cristiano Lenhardt é de Itaara (RS, 1975), e atualmente vive e trabalha no Recife (PE). Entre suas principais exposições, destaca-se sua participação na mostra Cruzamentos: Contemporary Art in Brazil (Wexner Center for the Arts, Ohio, USA, 2014), no programa Rumos (Itaú Cultural, São Paulo, 2012) e na 7a. Bienal do Mercosul (Porto Alegre, 2009).
Gabriel Lima
Us and them forever bound up in here and now
Em pinturas e objetos, a obra de Gabriel Lima incorpora o vernáculo de manifestações populares ao espaço conceitual da abstração. Para esta exposição, o artista envolveu-se especificamente com a Camisa 12, torcida organizada vinculada ao Corinthians. Lima enxerga nas manifestações desses grupos um potencial de emancipação sociopolítica e nas bandeiras e faixas que produzem uma incorporação do papel que as práticas estéticas podem desempenhar nesse processo. Seus trabalhos não procuram, porém, reproduzir os procedimentos da Camisa 12, mas evocar os aspectos que a constituem enquanto identidade coletiva.
Em Culture, o artista dispõe quatro grades de ferro no chão e sobre elas uma série de sacos plásticos. O conteúdo dessas embalagens é abstrato: alguns tecidos simplesmente cortados e outros dobrados e pintados repousam inertes sobre a estrutura metálica.
Nos dípticos Peace and Understanding, a abstração toma papel central em experiências cromáticas sombrias. Rasgos de azul, vermelho e laranja cortam o fundo negro das telas em imagens que parecem dissolver-se na fumaça. Em 2002, as imagens – também abstratas – são pintadas sobre três telas alongadas penduradas na parede formando um portal. Com quase cinco metros de largura, a pintura ganha aqui contornos arquitetônicos.
Com mestrado na Royal College of Arts (Londres, Reino Unido, 2011-2013), Gabriel Lima nasceu em São Paulo, em 1984, onde vive e trabalha. Dentre suas exposições recentes, destaca-se a individual World interior na Galeria Múrias Centeno (Porto, Portugal, 2014) e a coletiva A Séance for Geometry na Maddox Arts (Londres, Reino Unido, 2013). Também realiza projetos de curadoria, tendo co-curado neste ano as exposições Postcodes: soft e Postcodes: kind (ambas em São Paulo).
Rodrigo Cass
Material Manifesto
Em vídeos, pinturas e esculturas, o trabalho de Rodrigo Cass explora questões referentes a contenção e ruptura fazendo referências à filosofia e à arte brasileira. Seus vídeos revelam um interesse por elementos da performance, em cenários econômicos em que a cor aparece como um elemento construtor. A narrativa é substituída pela repetição de determinados gestos em interação com materiais que, apesar de ordinários, sempre apresentam forte carga simbólica.
No vídeo Libera Abstrahere, o artista despeja purpurina dentro de uma velha lata de tinta sustentada por uma pilha de livros. O brilho da purpurina preenche todo o espaço da lata até transbordar para fora. A ausência da lata revela um círculo vazio sobre os livros, uma espécie de espelhamento da mesma. Cass desenvolve aqui um tema frequente em sua obra: a ideia de continente. Assim como os outros dois vídeos da exposição (Material Abstrahere e Manifeste Abstrahere) este trabalho é projetado sobre um objeto revestido de linho colorido.
O artista apresenta também a escultura Elementos Políticos, em que utiliza elementos recorrentes em sua obra – livros, concreto, vidro e lata de tinta. Aqui, porém, Cass explora a transparência versus a opacidade, materializadas pelo embate entre o cristal e o concreto que são derramados de um jarro de vidro e de uma lata enferrujada, respectivamente.
Rodrigo Cass nasceu em São Paulo, em 1983, onde vive e trabalha. Dentre suas exposições recentes, destaque para a individual no Centro Cultural São Paulo em 2013, além da coletiva Imagine Brazil (Astrup Fearnley Museet em Oslo, Noruega, 2013; e Musée d’art contemporain de Lyon, em Lyon, França, 2014) e da participação na Bolsa Pampulha 2010/2011 (Museu de Arte da Pampulha, Belo Horizonte).