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maio 28, 2014

Mauricio Ianês na Vermelho, São Paulo

A Vermelho apresenta, de 3 de junho a 5 de julho de 2014, a individual Ponto Final de Maurício Ianês.

[scroll down for English version]

A pesquisa que norteia a obra de Maurício Ianês (40) pretende questionar as linguagens verbal e artística, suas possibilidades e limites expressivos, suas funções políticas e sociais, propondo, em alguns casos, a participação do público por meio de ações que buscam criar situações de troca onde a linguagem e os seus desdobramentos entram em jogo.

Embora permeada pelo contexto cultural onde o artista está inserido, a obra de Ianês adquire características universais por meio do uso da palavra, sugerindo múltiplos elementos significantes, auditivos e visuais, sistematizados e apresentados na forma de vídeo, fotografia, desenho e instalação.

De todos os elementos que compõem a pesquisa atual de Ianês, revelada pelo conjunto de obras que integram Ponto Final, a família tipográfica Fraktur, seu emprego atual e histórico, constitui um dos elementos centrais na exposição.

As fontes Fraktur são o expoente mais importante do grupo das chamadas letras góticas. Nos Países-Baixos, Reino Unido, e principalmente na Alemanha, essa família tipográfica teve até a metade do século 20 uma expressão dominante. Nos dias de hoje ela continua a ser empregada amplamente em tatuagens, nomes de jornal, logomarcas de bebidas, bandas e por grupos góticos.

A fonte fraktur aparece em varias das obras de Ponto Final em contextos distintos, como os ligados à construção da identidade nacional de um povo, grupo ou gueto, ou como forma de exclusão e de racismo. Sobre a fachada da galeria, a fonte Tennenbaum, que pertence à família fraktur, foi usada para reescrever a frase “Ordem e Progresso” da bandeira brasileira.

Ela reaparece também na série Ponto Final, que dá titulo a exposição, composta por 10 desenhos de pontos finais cavados sobre as paredes do espaço expositivo.

Composta por 14 grupos de imagens de baixa qualidade obtidas na internet, a série “Fratura” (do alemão Fraktur) combina, por meio dessas imagens, usos atuais da fraktur com seu emprego em livros e manuscritos antigos e nas estratégias de propaganda e comunicação interna do partido Nacional Socialista alemão dos anos 1930 e 1940.

Em “Império”, Ianês cita o filósofo austriaco Ludwig Wittgenstein e constroi uma grande escultura em madeira que repete uma das frase retiradas por ele do “Tractatus logico-philosophicus”, publicado por Wittgenstein em 1921. No contexto dessa exposição, “Die Grenzen meiner Sprache bedeuten die Grenzen meiner Welt” (Os limites da minha linguagem significam os limites do meu mundo) sugere que o limite da arte se restringe àquilo possivel de ser expresso por meio da linguagem, ou seja, possivel de ser imaginado.

Além de Wittgenstein, Ianês se apropria também de elementos da literatura de Faulkner, mais especificamente do livro “O Som e a Fúria”. Em “The Sound and The Fury”, o artista retirou da
primeira página do livro a maior parte das palavras e manteve apenas “fence” e “flag”, mais uma vez sugerindo os limites da linguagem.

Simbolo primeiro de países e regiões, a bandeira é utilizada por Ianês em várias das obras da exposição. É o caso em “(The Sound) and the fury”, obra em que o artista borda as palavras Fence e Flag sobre bandeiras brancas, ou ainda em “And the fury” composta por 9 flâmulas pretas cuja instalação remete aos limites dados por uma cerca (fence).

Completam a individual as obras “Wor(L)d”, “Discurso Ltda”, “Via Negativa”, “Broken language”, “Cinzas” e “Incisão”.

Maurício Ianês (Santos, SP, 1973), trabalha e reside em São Paulo. É formado em Artes Visuais pela faculdade de Artes Plásticas da Fundação Armando Álvares Penteado. Exposições individuais (seleção): Silence, Y Gallery, Nova Iorque, EUA; O Nome, Projeto Octógono, Pinacoteca do Estado, São Paulo, Brasil (2013); Emet, do sopro ao silêncio, Centro da Cultura Judaica [CCJ], São Paulo, Brasil (2011); Salvo o Nome, Galeria Vermelho, São Paulo, Brasil (2010). Exposições coletivas (seleção): Des Choses em Mois, des Choses em Plus, Les Collections Imaterielles du CNAP, Palais de Tokyo, Paris, França (2014); Avante Brasil, KIT [Kunst im Tunnel], Dusseldorf, Alemanha (2013); FLAM III [Forum of Live Art Amsterdam], Arti et Amicitiae, Amsterdam, Holanda (2012), 29ª e 28ª Bienais de São Paulo (2010 e 2008).


From June 3 to July 5, 2014, Galeria Vermelho is presenting the solo show Ponto Final [Full Stop] by Maurício Ianês.

The research that guides the work of Maurício Ianês (40) raises questions about the verbal and artistic languages, their possibilities and expressive limits, their political and social functions, in some cases proposing the public’s participation through actions aimed at creating situations of exchange where language and its unfoldings come into play.

Although it is pervaded by the cultural context in which the artist is inserted, Ianês’s work takes on universal characteristics through the use of the word, suggesting multiple auditory and visual signifying elements that are systematized and presented in the form of video, photography, drawing and installation.

Of all the elements that compose Ianês’s current research, revealed by the set of works featured in Ponto Final, the Fraktur typographical family, considering its current and historical use, constitutes one of the central elements in the exhibition.

The Fraktur fonts are the most important representative of the group of so-called Gothic letters. In the Netherlands, the United Kingdom, and especially in Germany, this typographic family was the predominant font used up to the middle of the 20th century. Nowadays it continues to be widely used in tattoos, logotypes of newspapers and alcoholic beverages, bands and Gothic groups.

The Fraktur font appears in various works of Ponto Final in different contexts, such as those linked to the construction of the national identity of a people, group or ghetto, or as a form of exclusion and racism. On the gallery’s façade, the Tennenbaum font, a member of the Fraktur family, was used to rewrite the phrase “Ordem e Progresso” of the Brazilian flag.

It also reappears in the Ponto Final series, which lends the exhibition its title, consisting of ten drawings of full stops carved on the walls of the exhibition space.

Composed of 14 groups of low-quality images obtained from the Internet, the Fratura [Fracture] series (from the German Fraktur) combines current uses of the Fraktur font with its use in old manuscripts and books, and in the strategies of propaganda and internal communication of the German National Socialist party of the 1930s and ’40s.

In Império, Ianês cites Austrian philosopher Ludwig Wittgenstein and constructs a large wooden sculpture that repeats one of the phrases he excerpted from “Tractatus logico-philosophicus,” published by Wittgenstein in 1921. In the context of this exhibition, “Die Grenzen meiner Sprache bedeuten die Grenzen meiner Welt” [The limits of my language signify the limits of my world] suggest that the limit of art is restricted to what can be expressed through language, that is, to what can be imagined.

Besides Wittgenstein, Ianês also appropriates elements from Faulkner’s literature, more specifically the book The Sound and the Fury. In the homonymous artwork, the artist removed most of the words from the first page of the book, keeping only “fence” and “flag,” once again suggesting the limits of language.

The foremost symbol of countries and regions, the flag is used by Ianês in several of the works in the exhibition. This is seen in (The Sound) and the Fury, a work in which the artist embroiderers the words “Fence” and “Flag” on white flags, and in And the Fury, composed of nine black banners whose installation refers to the limits given by a fence.

The solo show is capped off by the works Wor(L)d, Discurso Ltda, Via Negativa, Broken language, Cinzas and Incisão.

Maurício Ianês (Santos, SP, 1973), works and lives and São Paulo. He holds a degree in visual arts from the College of Plastic Arts of the Fundação Armando Álvares Penteado. Solo shows (selected): Silence, Y Gallery, New York, USA; O Nome, Projeto Octógono, Pinacoteca do Estado, São Paulo, Brazil (2013); Emet, do sopro ao silêncio, Centro da Cultura Judaica [CCJ], São Paulo, Brazil (2011); Salvo o Nome, Galeria Vermelho, São Paulo, Brazil (2010). Group shows (selected): Des Choses em Mois, des Choses em Plus, Les Collections Imaterielles du CNAP, Palais de Tokyo, Paris, France (2014); Avante Brasil, KIT (Kunst im Tunnel), Düsseldorf, Germany (2013); FLAM III (Forum of Live Art Amsterdam), Arti et Amicitiae, Amsterdam, Holland (2012), 29th and 28th Bienais de São Paulo (2010 and 2008).

Posted by Patricia Canetti at 10:45 AM

Regina de Paula na Mercedes Viegas, Rio de Janeiro

A Mercedes Viegas Arte Contemporânea inaugura, no próximo dia 4 de Junho a exposição E fiquei de pé sobre a areia, de Regina de Paula. As obras da mostra tiveram origem em Jerusalém, onde a densidade histórica da cidade marcou a poética da artista, que há mais de uma década é elaborada a partir de sua vivência em determinados lugares ­ especialmente em Copacabana, bairro onde vive. Para Regina a areia, matéria recorrente em sua obra, é mais do que um elemento da paisagem praiana: é o tempo, a decomposição das rochas que se transformam em grãos. Foi justamente a paisagem arenosa que atraiu a artista a Israel, território que é palco de eventos significativos de nossa história e que, para nós no ocidente, marca as origens do cristianismo.

A partir dos registros feitos no deserto de Negev, e das reverberações de sua viagem, Regina apropriou­se da Bíblia para realizar trabalhos que resultam em uma reflexão poética acerca de sua carga simbólica. Considerando a Bíblia tanto uma narrativa histórica quanto ficcional, a artista elaborou especialmente para a exposição uma performance para fotografia em uma praia carioca. Nesse trabalho, uma Bíblia tem seu centro recortado em forma de quadrado, como um cubo negativo, preenchido com areia de praia. Uma jovem artista, Anais, verte a areia e depois leva a bíblia para o mar. A imagem, no cristianismo, opera tanto enquanto local de fé como existe para produzir ficções, como afirma a teórica francesa Marie­José Mondzain.

Um conjunto de cinco bíblias integra a exposição, cada uma com uma intervenção diferente. Entre elas a utilizada na performance e outra em espanhol, com um templo de areia inspirado na arquitetura pré­colombiana, em alusão à catequese na América do Sul. O conjunto da obra revela um olhar reflexivo e subjetivo sobre a história e as narrativas produzidas pela cultura.

A referência à catequese reaparece em duas imagens dispostas verticalmente, tocando na temática da visão “civilizatória” do homem branco sobre os índios. Outros dois grandes conjuntos de imagens fotográficas apresentam as bíblias no processo de intervenção.

Finalmente, um vídeo, com um único plano, praticamente um still, intitulado Bandeiras, realizado nas ruínas arqueológicas de Avdat, trazendo à tona o passado arqueológico e sua realidade presente.

As fotografias da exposição foram realizadas com a colaboração de Wilton Montenegro.

Sobre a artista
Nascida em Curitiba, em 1957, Regina de Paula, vive e trabalha no Rio de Janeiro. onde desenvolve trabalhos em diversas mídias: fotografia, vídeo, objetos, desenhos etc. Desde 2013 a artista tem se voltado para uma pesquisa, financiada pela FAPERJ, que envolve uma reflexão visual e teórica a partir de uma percepção subjetiva de determinados espaços: paisagens, arquitetura; no espaço psíquico do apreciador. A presente exposição é um vertente desse projeto, intitulado Paisagens: deslocamento e sobreposição.

Recentemente apresentou seu vídeo Não ­habitável no evento ObaOba no Fosfobox, em Copacabana. Sua última individual em 2012 foi Tratado elementar de arquitetura, com curadoria de Marcelo Campos, na galeria Mercedes Viegas Arte Contemporânea, no mesmo ano realizou Miragens, no âmbito do projeto Cofre na Casa França Brasil e participou de Três artistas, na Galeria Paradigmas, em Barcelona. Foi indicada para o Prêmio Pipa 2011. Em 2005 foi artista residente do Centre d’Art Passerelle, em Brest, França. Foi contemplada com a Bolsa RioArte de Pesquisa em Arte (1996) e com o Projeto Uniarte/Faperj (2000). Recebeu o Prêmio Brasília de Artes Visuais (1998) e o prêmio do VI Salão da Bahia (1999). Viveu em Nova York entre 1988 e 1992 onde fez mestrado na Columbia University (1988/1990). É doutora em Artes Visuais pela EBA/UFRJ (2001/2005). É professora adjunta no Instituto de Artes da UERJ.

Exposições individuais selecionadas
2012, Tratado elementar de arquitetura, Galeria Mercedses Viegas Arte Contemporânea, RJ / Miragens, Casa França Brasil, RJ / 2009, O Cubo paisagem em Nudez e território, Cavalariças, Escola de Artes Visuais do Parque Lage, RJ / 2006, Não­habitável [SSCC], Galeria Novembro Arte Contemporânea, RJ / 2000, Não­habitável, Museu do Telephone / Espaço Telemar, RJ / 1998, Aqui e para além, Galeria Catete, Museu da República, RJ / 1997, Regina de Paula, Espaço Cultural Sérgio Porto, RJ / 1995, Programa de Exposições, Centro Cultural São Paulo, São Paulo / 1993, Projeto Macunaíma, Funarte/Ibac, RJ.

Exposições coletivas selecionadas
2012, Três artistas, Galeria Paradigmas, Barcelona / 2011, Realidades do desenho contemporâneo brasileiro, SESC Pinheiros, SP / 2010 Projetos [in] provados, Caixa Cultural, Rio de Janeiro / 2007, O Museu como lugar, Museu Imperial, Petrópolis; ARCO Arte Contemporâneo – Galeria Novembro Arte Contemporânea, project room, Madri / 2006, Linguagens Visuais: 10 anos, Centro de Artes Hélio Oiticica, RJ / 2005, Équipée Rio­São Paulo­Brest, Centre d’Art Passerelle, Brest; Amalgames, Musée de l'Hotel Dieu, Mantes la Jolie; Coleção Joaquim Paiva, Théâtre de la Photographie et de l’Image Charles Nègre, Nice / 2003, Centro I EX I cêntrico, CCBB, DF; Grande Orlândia, artistas abaixo da linha vermelha, RJ /
2000­2001, Projeto Rumos Visuais, Itaú Cultural / 1998, XVI Salão Nacional de Artes Plásticas, Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro / 1993, 17o Salão Carioca de Arte, Escola de Artes Visuais, RJ / 1991, Natural Order, Art in General, Nova York; Artist in the Marketplace, Bronx Museum of the Arts, Nova York.

Posted by Patricia Canetti at 9:25 AM

maio 27, 2014

Lançamento do livro Erika Verzutti na Casa do Povo, São Paulo

Frutas, legumes, pedras, madeira, bronze e concreto são alguns dos materiais utilizados pela artista plástica paulistana Erika Verzutti. Suas esculturas, que mesclam humor, beleza, erotismo, estranhamento e violência, estão reunidas no livro bilíngue Erika Verzutti, que será lançado pela editora Cobogó no dia 31 de maio, na Casa do Povo, em São Paulo.

Com texto do crítico de arte José Augusto Ribeiro, o livro é o segundo da editora sobre o trabalho da artista e reúne 104 obras produzidas por ela entre 2008 e 2013. “A obra de Erika é suculenta, ácida, doce, amarga e azeda, em vários sentidos. Como realizações da libido, essas esculturas parecem também cheias de vontades. O trabalho não aspira a nenhum tipo de perfeição, e o que nele parece primário não tem inocência, senão um tanto de malícia”, escreve José Augusto Ribeiro.

O livro é dividido em cinco capítulos, que contaram com a ajuda da artista na seleção das obras. “Essa decisão foi muito intuitiva e permite várias formas e caminhos para o leitor compreender o trabalho. Tivemos coragem de manter a simplicidade, o que aproxima as pessoas do livro”, explica Erika.

Entre as obras que ilustram as páginas do livro estão Batalha (2010), Painted Lady (2011), Mineral (2013) e Bicho de Sete Cabeças (2010). Esta última, desdobramento de um trabalho de 2007, é uma das mais famosas de Erika Verzutti. Ela contou com a colaboração de outros artistas, como Adriana Varejão, Nuno Ramos e Ernesto Neto. Cada um desenvolveu uma cabeça para o monstro, que ficou exposto no jardim do Galpão Fortes Vilaça, entre setembro de 2010 e janeiro de 2011.

O lançamento do livro, no dia 31 de maio, será no encerramento da exposição experimental Postcodes, que reúne trabalhos de oito jovens artistas na Casa do Povo, palco de múltiplas atividades artísticas na cidade. Durante o evento, Erika Verzutti apresentará ao público a performance Cisne com Palco, sua primeira obra que envolve teatro. No segundo semestre, a artista fará uma exposição individual na galeria Peter Kilchmann, na Suíça.

Sobre o livro
Título: Erika Verzutti
Texto: José Augusto Ribeiro
180 páginas
ISBN: 978-85-60965-49-6
Formato: 21 x 27 cm
Encadernação: Brochura
Ano de edição: 2013
Preço de capa: R$ 96,00

Sobre a artista
Erika Verzutti formou-se em desenho industrial na Universidade Mackenzie, São Paulo, e fez mestrado em artes visuais na Goldsmiths College, Londres. Realizou exposições individuais em São Paulo, Salvador, Belo Horizonte, Tóquio e Londres. Em 2012 teve importante exposição panorâmica no Centro Cultural São Paulo. Dentre as exposições coletivas destacam-se as mostras: Aire de Lyon, Fundación Proa, Buenos Aires, 2012; 11ª Bienal de Lyon, França, 2011; When Lives Become Form: Creative Power from Brazil, Yerba Buena Center of the Arts, São Francisco, Estados Unidos 2010, Hiroshima City Museum of Contemporary Art, 2009, e Museum of ContemporaryArt, Tóquio, Japão, 2008; Plastic.o.rama, Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, 2005.

Sobre a Cobogó
Criada em 2008, a Editora Cobogó tem como foco a publicação de livros sobre arte e cultura contemporâneas. Lançou diversos títulos, dentre eles A filosofia de Andy Warhol, de Andy Warhol; Hans Ulrich Obrist – Entrevistas vols. 1 a 6; Popismo, os anos sessenta segundo Andy Warhol, e os panoramas Pintura Brasileira séc. XXI, Desdobramentos Pintura Brasileira séc. XXI e Fotografia na Arte Brasileira Sec XXI. Várias monografias também foram editadas, como as de Adriana Varejão, Erika Verzutti, Nuno Ramos, José Patrício, Efrain Almeida, Rivane Neuenschwander, Paulo Nazareth e Alexandre da Cunha. Recentemente, a Cobogó lançou o livro “Pérola imperfeita: A história e as histórias de Adriana Varejão”, de Lilia Moritz Schwarcz e Adriana Varejão.

Posted by Patricia Canetti at 9:54 AM

maio 26, 2014

Ivan Serpa na Marcelo Guarnieri, São Paulo

Galeria de Arte Marcelo Guarnieri apresenta individual de Ivan Serpa com 54 obras. Trabalho evidencia a experimentação da gestualidade na obra do artista rumo a transição da linguagem construtiva abstrata para a figuração de influência expressionista.

Em sua segunda exposição após abertura da unidade de São Paulo, a Galeria de Arte Marcelo Guarnieri apresenta no próximo dia 31 de maio (sábado), 10h/17h, Diário Visual, individual do pintor, gravador e desenhista carioca Ivan Serpa. A mostra apresenta uma série de 54 obras em nanquim e guache sobre papel, em pequenos formatos, realizados pelo artista no período de 29 de dezembro de 1961 a 30 de março de 1962.

Cada trabalho é individualmente datado em sequências de dias consecutivos, conferindo ao conjunto o caráter de diário visual.

A importância da exposição reside em mostrar pela primeira vez em uma galeria de arte o período que compreende a profícua fase de experimentação de Ivan onde ele desenvolve, através de uma gestualidade própria, a aproximação entre a linguagem construtiva abstrata, desenvolvida até então pelo artista, e uma figuração de inspiração expressionista, inédita em sua obra. São utilizados no processo de produção das obras instrumentos não convencionais, como pequenos pedaços de madeira, ao lado de instrumentos tradicionais, como o pincel,. “As imagens são compostas por elementos pouco determinados, manchas e respingos de tinta, que sugerem uma alternância entre gesto e construção, espontaneidade e cálculo, acaso e deliberação, figuração e abstração”, conta o galerista Marcelo Guarnieri sobre a exposição.

O momento em que o artista realiza essas obras configura-se como o ápice da carreira de Serpa quando o artista foi consagrado com o prêmio na Bienal de Zurique e na VI Bienal Internacional de São Paulo, além da participação em importantes mostras como a XXXI Bienal de Veneza, a Bienal de Córdoba, e a exposição individual no Museu de Arte Moderna de São Paulo. A serie de experimentações iniciadas neste período, irão culminar posteriormente na realização dos trabalhos da chamada “fase negra”, a produção mais conhecida do artista.

Com período de visitação que vai do dia 31 de maio a 12 de julho de 2014, as obras da fase de transição de Ivan Serpa, podem ser conferidas na Galeria de Arte Marcelo Guarnieri, que fica na Alameda Lorena, 1966, bairro dos Jardins, em São Paulo.

Ivan Serpa nasceu no Rio de Janeiro em 1923. Pintor, gravador, desenhista e professor, criou o Grupo Frente em 1954, integrado por Franz Weissmann, Lygia Clark, Aluísio Carvão, Décio Vieira, Hélio Oiticica e Lygia Pape. Lecionou no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, onde formou vários artistas com Hélio Oiticica. Dedicou-se especialmente à educação infantil. Atuou como restaurador da Biblioteca Nacional. Participou das mais importantes exposições ocorridas no final dos anos 50 e ao longo dos anos 60, como: I Exposição Nacional de Arte Concreta em 1957, I Exposição Nacional de Arte NeoConcreta em 1959, Opinião 65, Opinião 66, Nova Objetividade Brasileira e das Bienais de Veneza de 1952/1954/1962. Foi premiado na I Bienal de Internacional de São Paulo em 1951, no VI Salão Nacional de Arte Moderna em 1957, na Bienal de Zurique em 1960 e na VI Bienal Internacional de São Paulo em 1961. Realizou exposições retrospectivas de sua obra em 1965 e em 1971, ambas no MAM-RJ. Em 1968 o Museu de Arte Moderna de Nova Iorque adquiriu duas de suas obras. Morre em 1973 aos 49 anos.

Posted by Patricia Canetti at 4:09 PM

Nazareth Pacheco na Triângulo, São Paulo

Casa Triângulo tem o prazer de apresentar a segunda exposição individual de Nazareth Pacheco na galeria.

Nazareth Pacheco - Mercurial, Casa Triângulo, São Paulo, SP - 03/06/2014 a 28/06/2014

Segundo Juliana Monachesi, que assina o texto de apresentação no folder/convite da exposição, “O corpo das obras que integram a presente mostra e/ou, por vezes, seu invólucro, é constituído de acrílico – produzido, recortado e finalizado industrialmente. Os elementos que não são de acrílico são todos serializados: bigornas de bronze, gametas de bronze e tranças, gotas de prata, cabides de bronze, fotografias. Até mesmo o material que protagoniza a exposição, e que poderia suscitar devaneios simbólicos, o mercúrio, adquire um estatuto industrial em série na forma como é apresentado. A disposição dos trabalhos, as soluções de display e, também, a ordenação interna de cada obra silenciam, se não anulam, os deslizamentos metafóricos. São pura presença, pura perplexidade.

Acontece que são formas e materiais para vivenciar: os prístinos pesos de balança, as bigornas interconectadas, a beleza tóxica do mercúrio, o fascínio da arara de roupas imaculada com seus cabides dourados vazios. Pura presença a gerar perplexidade pela resistência ao “significado”. Outros neovanguardistas desta genealogia costumam produzir o mesmo efeito: pense em obras recentes de Carlito Carvalhosa, Jac Leirner, Iran do Espírito Santo. Subvertem a representação e enfraquecem a lógica referencial dos objetos que utilizam ao os disporem um após o outro, em série. Os quatro artistas – Nazareth, Carlito, Jac, Iran – têm também suas estratégias para “contaminar” o referencial minimalista, como bons latino-americanos.

A contaminação promovida por Nazareth Pacheco no conjunto atual de obras é, a meu ver, a serialização de formas arcaicas. A escolha de ferramentas e dispositivos de design vernacular, ou primitivo, aponta para uma conexão entre o que se repete na velocidade pós-industrial do capitalismo tardio e o que se reitera paulatinamente na ordem do primordial. Nessa ruptura com a austeridade do minimalismo, a artista dá espaço à irrupção de memórias no contato com seus trabalhos. E será nesse intervalo de suspensão que cada visitante haverá de acessar o sentido da obra.”.

Nazareth Pacheco (Nasceu em São Paulo/BR, 1961. Vive e trabalha em São Paulo/BR).
Exposições individuais selecionadas: A Origem de Tudo, Luciana Caravello Arte Contemporânea, Rio de Janeiro (2013); Objetos Sedutores, SESC Santo Amaro, São Paulo (2012); Bronzeadas, Galeria Murilo Castro, Belo Horizonte (2010); Objetos Sedutores, FAOP - Fundação de Arte de Ouro Preto (2008); Casa Triângulo, São Paulo (2007). Exposições coletivas selecionadas: Casa Triângulo no Pivô, Pivô, São Paulo; À sua saúde, curadoria de Polyanna Morgana e Daiana Castilho Dias, Museu Nacional de Brasília Honestino Guimarães, Brasília; 140 caracteres, Museu de Arte Moderna de São Paulo, São Paulo (2014); Visibles Diferencias, Jordan National Gallery of Fine Arts, Amman; Arte e Design, Santander, São Paulo; Universo Poliédrico, Museo Valenciano de la Ilustración y de la Modernidad, Valencia (2013); Percursos Contemporâneos, MACS-Museu de Arte Contemporânea de Sorocaba; Espelho Refletido, Centro de Arte Hélio Oiticica, Rio de Janeiro; Mulheres, Museu de Arte Contemporânea de Niterói; Arte Contemporânea Brasileira, Museu de Arte Contemporânea de Niterói (2012); Instituto Figueiredo Ferraz, Ribeirão Preto; Jogos de Guerra, Caixa Cultural, Rio de Janeiro (2011); Jogos de guerra – confrontos e convergências na arte contemporânea brasileira, curadoria de Daniela Name, Memorial da América Latina, São Paulo; Edições, Casa Triângulo, São Paulo (2010)

Posted by Patricia Canetti at 2:41 PM

Guillermo Kuitca + Eduardo Berliner na Casa Daros, Rio de Janeiro

Dando sequência à temporada dedicada à pintura na Casa Daros, exposição reúne cerca de cem obras dos dois artistas de gerações e nacionalidades diferentes: o argentino nascido em 1961 e o brasileiro nascido em 1978. Os trabalhos, além de criarem um diálogo entre si, confrontam a mostra “Fabian Marcaccio – Paintant Stories”, também na instituição.

A Casa Daros apresenta para o público a partir de 31 de maio de 2014 a exposição “Guillermo Kuitca + Eduardo Berliner – Pinturas”, com curadoria de Hans-Michael Herzog, que reúne cerca de cem obras, entre pinturas e desenhos, dos dois artistas. Guillermo Kuitca, nascido em Buenos Aires em 1961, é um nome reconhecido no circuito internacional da arte, e no Brasil participou de várias edições da Bienal de São Paulo: a 24ª, em 1998; a 20ª, em 1989; e a 18ª, em 1985; e ainda da I Bienal do Mercosul, em Porto Alegre, em 1997. Eduardo Berliner, nascido no Rio em 1978, já ocupa um lugar de destaque na cena artística, tendo participado da 30º Bienal de São Paulo, em 2012, e da Bienal de Curitiba, em 2011, entre outras importantes exposições, como a dos finalistas do Prêmio PIPA, também em 2011, e do Prêmio CNI-SESI Marcantonio Vilaça, no MAM Rio, em 2010.

A exposição integra a temporada dedicada à pintura na Casa Daros, iniciada com “Fabian Marcaccio – Paintant Stories”, aberta em março, e em cartaz até 10 de agosto próximo.

Hans-Michael Herzog observa que o trabalho de Guillermo Kuitca e Eduardo Berliner “tem muito em comum”, mas que buscou fazer uma seleção de obras que não colocasse esta analogia de forma tão evidente. Ambos trabalham um universo onírico – “às vezes de pesadelos” –, com elementos infantis, do mundo assombroso das crianças. Ele destaca ainda que o trabalho de ambos contém certo aspecto mórbido, “mais sublimado em Kuitca”. De Guillermo Kuitca estarão pinturas sobre madeira e desenhos, que mostram ao público a iconografia do artista, abrange cubismo e casas, e ainda sua pesquisa recente, em fase ainda experimental. As obras vêm de seu ateliê, em Buenos Aires, e da Coleção Daros Latinamerica, sediada em Zurique, Suíça. O curador ressalta que os dois artistas são pintores no sentido preciso da palavra, que sabem “exatamente a cor, a forma, o que significa uma tela branca a ser trabalhada”. As obras de Eduardo Berliner virão do ateliê do artista, e serão pinturas a óleo sobre tela e desenhos sobre papel com vários materiais, como nanquim, aquarela e grafite. Hans-Michael Herzog chama a atenção para o “domínio total da técnica, tanto na pintura quanto na obra gráfica” do artista.

Guillermo Kuitca afirma que "a pausa diante da pintura é um modo temporal”. “Estar diante de uma pintura, por mais curto que for o tempo, é uma expressão do tempo”, diz. “Eu gosto de pensar a pintura como um meio muito, mas muito, resistente ao tempo; às mudanças importantíssimas que aconteceram nos últimos séculos, pois, de algum modo, pictoricamente, nós, os pintores, quase que continuamos a trabalhar com meio e modos que atravessam épocas completamente diferentes umas das outras”.

PROGRAMA MERIDIANOS

No dia 31 de maio de 2014, no dia que a exposição será aberta ao público, os artistas Guillermo Kuitca e Eduardo Berliner vão fazer um encontro aberto ao público com a participação do curador Hans-Michael Herzog. O evento será realizado no auditório da instituição com entrada gratuita, mediante distribuição de senhas uma hora antes.

Posted by Patricia Canetti at 9:52 AM

maio 24, 2014

Nuno Ramos na Iberê Camargo, Porto Alegre

Um dos mais importantes artistas contemporâneos do país, o paulista Nuno Ramos apresenta nessa exposição três instalações produzidas sob medida para o espaço, com dois filmes e 27 gravuras criadas no Ateliê de Gravura da Fundação Iberê Camargo sob técnica mista (monotipia). O curador Alberto Tassinari, filósofo e crítico de arte, explica o ponto de partida da concepção artística de “Ensaio Sobre a Dádiva”: “Quando chefes de Estado trocam presentes, cumprem um rito anterior às nossas formações econômicas capitalistas. Antes que negociem o que quer que seja, afirmam, pela dádiva, uma intenção de amizade recíproca”. A mostra é inspirada em estudos etnográficos e cita um ensaio de Marcel Mauss (Ensaio sobre o dom) publicado em 1925 – tido como a obra-prima do antropólogo e capaz de inaugurar uma nova era nas ciências sociais. No ensaio, Mauss demonstrou a multiplicidade de aspectos – políticos, sociais, econômicos, religiosos – que estão intimamente ligados aos sistemas de dádivas, considerado por ele como trocas materiais sob o signo da espontaneidade. A ideia chave de Mauss é de que a circulação de “dons e contradons” corresponde a um “fato social total”, englobando diversos domínios da vida coletiva.

As três instalações planejadas por Nuno mostram trocas inusitadas que, segundo o artista, pretendem ressignificar a dimensão dessa prática primitiva da humanidade. “Meu objetivo é desenvolver um conceito crítico sobre as trocas, mostrar que nem sempre derivaram do lucro. Não é necessariamente anticapitalista, mas tem uma energia desse tipo”, conta. Segundo o curador Tassinari, Nuno Ramos montou circularidades semelhantes às das cerimônias em que as dádivas ocorrem em sociedades onde a troca é simbólica em seus aspectos múltiplos. E completa: “andar pelas salas é reproduzir um pouco dessa circularidade entremeada de símbolos”.

As duas “trocas” montadas por Nuno interagem com o espaço vazio do prédio criado por Álvaro Siza e se “projetam” no vão aberto para transmitir uma sensação de equilíbrio. Em Copod’águaporvioloncelo, um violoncelo é trocado por um copo de água; Em Cavaloporpierrô, um pierrô é trocado por um cavalo. Ambas as instalações são sintetizadas num terceiro espaço, onde há réplicas esculpidas em alumínio e latão e amarradas por uma mangueira translúcida onde vão circular dois líquidos diferentes, representando o sono e a vigília. “Aí também temos uma troca, já que um significa energia e o outro remete a sono, descanso”, completa Nuno Ramos. Em cada instalação, um vídeo sustenta a proposta estética onde aparecem referências a barcos, montanhas russas e carrosséis. Dádiva 1: Copo d’Água por Violoncelo usa a metáfora da purificadora água marinha em cenas gravadas às margens do Guaíba e da Lagoa dos Patos. Em Dádiva 2: Cavalo por Pierrô, o tradicional personagem da Commedia dell’Arte é sequestrado em Porto Alegre por motoqueiros, que devolvem um cavalo em seu lugar.

A gravação das Dádivas – dois curtas de aproximadamente 10 minutos cada um – ocorreu entre os dias 15 e 20 de abril em Porto Alegre. Os roteiros, criados pelo próprio artista, foram dirigidos por ele e por seu parceiro Eduardo Climachauska, que também atuou como o protagonista de Dádiva 2.

Nuno relata que a experiência de criar a mostra foi especial. “É bem diferente de outras coisas que já fiz. Usei materiais novos, coisas que nunca pensei em utilizar no meu trabalho”, diz.

Nuno Ramos é conhecido por criar projetos complexos em suas obras. Em 2010, fabricou sabão no Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio de Janeiro para cobrir dois aviões monomotores que levou para dentro da instituição. Em 2012, instalou um globo da morte em tamanho real na galeria carioca Anita Schwartz, para onde, três anos antes, transportara uma canoa e um barco de pesca que seriam também cobertos de sabão. Também enterrou três réplicas das casas onde passou a infância dentro da galeria Celma Albuquerque, em Belo Horizonte.

Posted by Patricia Canetti at 12:47 PM

maio 22, 2014

Liberdade em Movimento na Iberê Camargo, Porto Alegre

Liberdade em Movimento reúne 20 artistas de diferentes países

A Fundação Iberê Camargo apresenta a mostra “Liberdade em Movimento” que enfatiza o caráter político, no sentido mais amplo do termo, da grande maioria das obras reunidas pelo curador Jacopo Visconti – fotos, vídeos, desenhos, instalações e objetos. Todas usam o movimento, mas principalmente o ato de andar, como estratégia criativa. Segundo Visconti, arquiteto, crítico de arte e curador independente, a exposição inclui desde registros de ações abertamente militantes até obras que buscam desmaterializar a arte, por ser explícito nelas o desejo de eludir o domínio da lógica de mercado na produção contemporânea. “Em outras palavras, a exposição aponta para a riqueza de significados que o movimento, no cruzamento altamente simbólico de todas as suas acepções, pode adquirir em âmbito artístico”, destaca o curador.

O Brasil estará presente na mostra com obras de Arthur Barrio (“4 Dias 4 Noites – Livro II”, 1970), Cildo Meireles (“Inserções em Circuitos Ideológicos”, 1970), André Severo (“Migração”, 2002, 2003) e Clarissa Tossin (“Brasília a Pé”, 2009). Destacam-se também o inglês Richard Long e o russo Andre Monastyrski. Long, é um dos expoentes da land art, que valoriza o processo de transformação da natureza pelo homem. O artista costuma produzir fotografias durante suas célebres caminhadas, base da estrutura de seu trabalho: ao longo dos passeios, Long move ou reorganiza conjuntos de elementos naturais e os fotografa em ordens geométrica ou linear. Paralelamente, recolhe peças do ambiente para produzir esculturas no ambiente expositivo. Na Fundação Iberê Camargo, Long será representado por “England” (1968), do acervo da Lisson Galery.

Monastyrski, um dos pilares da Escola Conceitualista de Moscou, tem seu trabalho ancorado nos “action objects” desenvolvidos pelo Collective Action Group. Criado a partir do final dos anos de 1970, o grupo que reúne vários artistas já realizou mais de 120 performances fotográficas, principalmente nos arredores da capital russa. Monastyrski e suas ações coletivas serão representados por seis obras: “The Appearance” (1976), “Time of Action” (1978), “Gazing of the Waterfall” (1981), “Ten Appearances” (1981), “Description of an Action” (1984), “People strolling in the Distance are the Extra Element of the Action” (1989).

Adotado esporadicamente desde a década de 1920 como técnica artística, o caminhar se consolida e se difunde como tal a partir do final dos anos de 1960, aproximadamente no mesmo período em que a Internacional Situacionista e seu mâitre a penser Guy Debord, autor do clássico Teoria da deriva, abandonam a atividade artística em favor de um engajamento político explícito e militante, motivado pelos acontecimentos de 1968. Visconti explica: “Próximas das derivas situacionistas, as ações dos artistas que, ao redor do mundo, se lançam a andar sem muito mais do que uma câmera na mão e uma ideia na cabeça buscavam consolidar a ideia de uma arte não comercializável, que pudesse minar as bases da sociedade capitalista recusando a obrigação de produzir obras tangíveis e vendáveis”. Em alguns casos, segundo o curador, essas ações se opunham diretamente ao clima político em que foram concebidas, mas rapidamente o campo expandido do movimento firmou-se em contextos menos conflituosos, resistindo como técnica artística até os dias de hoje, apesar das mudanças do clima político.

Posted by Patricia Canetti at 6:14 PM

maio 21, 2014

Derlon + Julia Debasse na Artur Fidalgo, Rio de Janeiro

A Artur Fidalgo Galeria inaugura dia 22 de maio, às 19h, as exposições de obras inéditas Derlon e Julia Debasse, com curadoria de Marcos Chaves.

As obras apresentadas por Derlon são o registro fotográfico das viagens do projeto Ouro Branco no qual o artista retratou a a vida de 72 famílias que vivem no Sertão Central, no Ceará. Ele realizou uma residência artística na cidade Riacho do Meio, onde pintou as fachadas das casas dos agricultores, aplicando técnicas de xilogravura e street art, com traços da iconografia regional do Nordeste. “O nome Ouro Branco evoca, na forma de poesia visual, o valor e a riqueza que o algodão significa na região, além de ser, junto ao preto, um binômio essencial na paleta de cores da minha obra.”, diz Derlon.

Os registros são do fotógrafo argentino Pablo Saborido que foram impressos com a técnica lambe-lambe especialmente para uma mostra que passou já por São Paulo e que, em julho, chegará a Paris. No dia da inauguração no Rio de Janeiro, a marca franco-brasileira VERT fará o lançamento de uma coleção de mochilas, tênis, bolsas e carteiras com estamparia assinada por Derlon.

Na exposição Ao Meu Prezado Predador, a jovem Julia Debasse apresenta pinturas e pirografias em narrativas sobre animais, homens e relações de poder.

Em pinturas fortes, mas recheadas de humor, Júlia traz a temática da caça recorrente na história da arte. "Nas pinturas, homens e mulheres são retratados como animais, ou se comportando de forma animalesca, enquanto os animais se portam de forma civilizada". A artista apresenta seis pinturas e faz referências à falconeria e mulheres caçadoras.

Julia também apresenta pela primeira vez suas pirografias. Duas delas, as maiores, fazem referência à frase de placa de caminhão "Viajo porque preciso / Volto porque te amo", tendo um barco para presentar a partida e um farol para simbolizar o retorno. Julia Debasse conta que inicialmente os trabalhos se basearam em imagens comuns às tatuagens. "A tatuagem e a pirografia são similares na ideia de ferir uma superfície para transformá-la. Também me atraiu o fato de ser uma técnica pouco utilizada por artistas e trazer uma técnica popular, sem prestígio, para o maravilhoso mundo da arte contemporânea.", conta.

“Com uma poética sincera e surpreendente, Julia Debasse trabalha narrativas rústicas onde pessoas se confundem com animais e tornam-se predadores. Seus retratos e autorretratos mostram atividades tipicamente masculinas como a caça impregnadas de carga simbólica as vezes cômica, as vezes erótica”, define Marcos Chaves, curador da exibição.

SOBRE OS ARTISTAS

Derlon
Nascido em Recife, Derlon, 29 anos, desenvolve obras com a influência de dois importantes e díspares gêneros da Arte Popular, a xilogravura e a street art, criando um novo projeto de linguagem contemporânea. Desta maneira, desenvolve uma arte urbana com graffiti e cartazes. Com poucas e contrastantes cores, criou uma simbiose da intervenção urbana com um dos principais meios de comunicação impressa da cultura popular.

Julia Debasse
Artista visual e compositora, a carioca Julia Debasse frequentou aulas na EAV Parque Lage entre 2004 e 2009, e foi selecionada para os workshops de jovens artistas na Casa Daros (2008). Já participou de dezenas de exposições coletivas no Brasil e algumas no exterior. Seu trabalho acontece principalmente no campo da pintura e do desenho e se mostra íntimo, nas suas frequentes referências a vida familiar da artista, mas também utiliza na sua narrativa fatos e personagens reais e episódios históricos ou ficções conhecidas. Em algum lugar entre a mitologia e o jornal, a pintura de Julia circula se esgueirando no espaço entre a alta cultura e o pop.

Posted by Patricia Canetti at 12:56 PM

maio 16, 2014

Lançamento do livro O valor da obra de arte na Luisa Strina, São Paulo

Obra original, que reúne o olhar distinto de sete personagens em torno do valor da obra de arte, será lançada dia 20 de maio, na Galeria Luisa Strina, em meio ao vernissage de duas exposições

Qual é a linha divisória entre expressão cultural e mercadoria? A arte é o território do sublime ou o refúgio do capital especulativo? O que deve presidir a percepção da arte? Essas e muitas outras perguntas são levantadas e respondidas neste livro a partir de sete ângulos e protagonistas. Os textos de "O Valor da Obra de Arte" mapeiam a complexidade do assunto em linguagem atraente e acessível a todos os públicos. Isso é feito por meio de ensaios originais do sociólogo e professor Alain Quemin, da pesquisadora Ana Letícia Fialho e da crítica e jornalista Angélica de Moraes. Outros ângulos do tema foram analisados por meio de entrevistas exclusivas com o artista Cildo Meireles, o curador Tadeu Chiarelli, o colecionador João Carlos de Figueiredo Ferraz e a galerista Luisa Strina. O objetivo é estimular o leitor a mergulhar em um dos temas mais efervescentes dos tempos atuais. Afinal: arte e cifrão podem ser a mesma coisa?

Título: O Valor da Obra de Arte
Autores: Alain Quemin, Ana Letícia Fialho e Angélica de Moraes
Entrevistados: Cildo Meireles, Tadeu Chiarelli, João Carlos de Figueiredo Ferraz e Luisa Strina
ISBN: 978-85-8220-007-0
Brochura, impresso a 1 cor em papel off-set Avena, 90g/m²
Preço de capa: R$ 28,00

Cada pessoa que depara com uma obra de arte reage de maneira particular, dependendo da educação, cultura, valores estéticos e comportamentais. Mesmo os leigos em visita a museus ou galerias buscam encontrar alguma conexão com os conteúdos simbólicos expressos na peça. Do outro lado da moeda, restam os muitos olhares que compõem o meio profissional das artes, em que atuam diversos personagens, entre instituições (museus públicos ou privados), curadores, colecionadores, o próprio artista, pesquisadores, e marchands. Atores especializados em sua área de atuação que vão muito além do olhar comum, cada um com percepção própria sobre o tema.

Depois de três anos de trabalho a Metalivros lança agora a publicação original "O valor da obra de arte", que explora essa questão tão fascinante quanto polêmica, com olhos voltados à arte contemporânea brasileira, que apenas recentemente passou a ter maior relevância no cenário internacional. A proposta original foi procurar envolver nomes de atores do mundo das artes com formação e atuação em sete posições distintas dessa arena, reunindo desde o ponto de vista do artista, passando pelo sociólogo, curador institucional, especialista em mercado, colecionador, crítico e marchand.

Para realizar o projeto, a Metalivros começou por consultar o artista plástico Dudi Maia Rosa, cuja obra até então foi originalmente publicada pela Metalivros em 2005. Dudi indicou o diretor do Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS), Gaudêncio Fidelis, o qual recomendou Ana Letícia Fialho, que veio trazer ao projeto visão privilegiada e acadêmica do fluxo de obras de arte contemporânea brasileira no país e no exterior. Abraçando nosso projeto, Ana Letícia escreveu “Expansão do mercado de arte no Brasil: oportunidades e desafios” e sugeriu a participação do sociólogo Alain Quemin, da Universidade de Paris, o que deu ao livro um olhar internacional especializado sobre a evolução do mercado de arte em termos globais com o texto “Evolução do mercado de arte: internacionalização crescente e desenvolvimento da arte contemporânea”.

Outra fonte de inspiração na definição da estrutura autoral da obra foi decorrente de convite feito a Angélica de Moraes, jornalista especializada em crítica de artes visuais, parceira de outras publicações da Metavídeo. A ela foi entregue a tarefa de dar uma perspectiva crítica em torno do assunto principal: o valor da obra de arte, que Angélica sumarizou no breve ensaio “Valorações do transitório”.

Para complementar os olhares treinados sobre o tema desta publicação, estendemos o convite a Angélica para entrevistar mais quatro colaboradores fundamentais: o curador Tadeu Chiarelli, no diálogo “Transporte de valores”; o artista plástico Cildo Meireles, no depoimento “Criação de Valor”; e o colecionador João Carlos de Figueiredo Ferraz, com o texto “Fiel depositário” e, finalmente, a sólida galerista Luisa Strina, com o texto “Expansão de Valor”.

Cildo Meireles trouxe a perspectiva do criador de valor da obra de arte, do alto da carreira de significado universal e autor de uma série que, coincidentemente, teve como tema a questão do valor da obra de arte, de 1969. Uma delas, selecionamos para ilustrar a capa desta publicação.

Tadeu Chiarelli relata a experiência (de maio de 2010 a abril de 2014) de administrar e trasladar o valioso acervo institucional de arte contemporânea brasileira (MAC/USP) para as novas instalações ao lado do Parque Ibirapuera.

João Carlos de Figueiredo Ferraz apresenta seu case de formação e institucionalização da coleção de arte contemporânea em Ribeirão Preto, São Paulo, uma das mais importantes já abertas ao público no Brasil.

Luisa Strina, a mais respeitada galerista brasileira da atualidade, nos trás o experiente olhar pragmático de quem trabalha o mercado de obras de arte desde 1974.

O tema logicamente não se esgota com esta publicação, mas se expande. Este livro procura chamar a atenção dos leitores brasileiros, desde leigos a estudiosos e outros atores do mundo das artes no Brasil, para a complexidade multifacetada desse universo. A Metalivros torce para que esta iniciativa impulsione novos estudos e esforços que levem a uma reflexão maior sobre tão fascinante tema.

A obra foi apoiada pela Lei Federal de Incentivo à Cultura, com tiragem inicial de 3.000 e chegará ao mercado com o preço de capa de R$ 28,00.

Como todos os títulos da Metalivros a partir de março passado, a distribuição primaria deste novo lançamento está a cargo exclusivo da Editora WMF Martins Fontes.

Obs: Durante o evento de lançamento do livro será aberta, na Sala Principal da Galeria Luisa Strina a exposição individual da artista carioca Fernanda Gomes, e, na Sala de Projetos, a abertura da exposição individual do artista colombiano Bernardo Ortiz.

Posted by Patricia Canetti at 11:41 AM

maio 15, 2014

Fernanda Gomes na Luisa Strina, São Paulo

Fernanda Gomes, Galeria Luisa Strina, São Paulo, SP - 21/05/2014 a 21/06/2014

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A Galeria Luisa Strina tem o imenso prazer de apresentar a exposição de Fernanda Gomes, comemorando os 20 anos da primeira mostra da artista na galeria, que completa 40 anos de atividade. Esta será a sétima mostra desde a colaboração iniciada em 1990, sempre com trabalhos recentes e inéditos.

Fernanda Gomes: “principiar por espaço e luz. as possibilidades são múltiplas e imprevisíveis. as coisas se constroem aos poucos, perspectivas em sequência, um momento após o outro. transferir para o espaço de exposição o processo recorrente de muitos anos, cada dia mais leve e intenso. a situação é a mesma, e outra. quanto maior a incógnita melhor. devorar sem decifrar. olhar para ver. pensar fazendo, simples, pura alegria.

todos os materiais servem ao propósito da imaterialidade. seria contraditório, se não fosse complementar. o pensamento busca a visão concreta para se realimentar. a imaginação se pauta pelo real, e cria realidades. tudo se transforma, é a lei. a vida é absurda, por que tentar entender a arte? melhor fazer, viver, amar”.

Fernanda Gomes (Rio de Janeiro, 1960) realizou sua primeira exposição em 1988, obtendo desde meados dos anos 90 ampla repercussão nacional e internacional. Realizou exposições individuais e coletivas em quase todos os países da Europa, assim como nos Estados Unidos, México, Austrália, Nova Zelândia e Japão. Participou das Bienais de São Paulo (1994/2012), Istambul (1995/ 2013), Sidney (1998) e Veneza (2003). O seu trabalho está presente em várias coleções particulares e públicas de grande relevância como as do Centre Pompidou, Paris, Tate Modern, Londres, Museo Jumex, México, Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Museu de Arte Moderna de São Paulo, Miami Art Museum, Vancouver Art Gallery e Museu Serralves, para cujo parque criou uma escultura permanente. Sua obra tem sido objeto de análise em artigos publicados em periódicos especializados como Art Review, Flash Art, Art Press, Art News, Artforum, ArtNexus e Art in America.


Fernanda Gomes, Galeria Luisa Strina, São Paulo, SP - 21/05/2014 a 21/06/2014

Galeria Luisa Strina is delighted to present an exhibition by Fernanda Gomes, celebrating 20 years since the artist’s first exhibition with the gallery. This will be Gomes’s seventh show since the collaboration began in 1990, with her exhibitions at Galeria Luisa Strina consistently presenting recent and unseen work. The exhibition is part of Galeria Luisa Strina’s programme celebrating the gallery’s 40th anniversary this year.

Fernanda Gomes: “to begin with space and light. possibilities are multiple and unpredictable. things are gradually constructed as sequential perspectives, one moment after another. transferring to the exhibition space the recurring process of many years, each day lighter and more intense. the situation is the same and different. the more that is unknown, the better. devouring without deciphering. looking to see. thinking while making, simple, pure joy.

all materials serve immateriality. it would be contradictory if it were not complementary. thought seeks concrete vision in order to refuel itself. imagination is based on the real, and creates realities. everything transforms – such is the law. life is absurd, why try to understand art? it is better to make, live, and love.”

Fernanda Gomes (Rio de Janeiro, 1960) held her first exhibition in 1988, obtaining since the mid 90’s large national and international repercussion. She held solo and group exhibitions in almost all European countries as well as the United States, Mexico, Australia, New Zealand and Japan. Participated in the Bienal de São Paulo (1994/2012), Istanbul (1995/2013), Sydney (1998 ) and Venice (2003). Her work is present in several private and public collections of great importance as the Centre Pompidou, Paris, Tate Modern, London, Museo Jumex, Mexico, Museum of Modern Art in Rio de Janeiro, the Museum of Modern Art of São Paulo, Miami Art Museum, Vancouver Art Gallery and Museum Serralves, for which the park created a permanent sculpture. Her work has been the subject of analysis in articles published in specialized journals such as Art Review, Flash Art, Art Press, Art News, Artforum, Art in America and ArtNexus.

Posted by Patricia Canetti at 4:13 PM

maio 13, 2014

Paisagens Inventadas na Mamute, Porto Alegre

Galeria Mamute inaugura exposição Paisagens Inventadas, resultado de sua primeira residência artística em vídeo

Galeria Mamute inaugura, dia 17/5, às 17h30, exposição Paisagens Inventadas. Trata-se do resultado do processo criativo do programa de residência artística Videoresidência Território Expandido, aprovado no Programa Rede Nacional Funarte Artes Visuais – 10ª edição. Com três artistas integrantes do Núcleo de Vídeo RS e três artistas de diferentes estados do Brasil, é a primeira residência artística em vídeo realizada pela Mamute.

As duplas Andreia Vigo (RS) e Adriana Tabalipa (RJ), mais o artista convidado Roderick Steel (RJ); Alice Jardim (AL) e Walter Karwatzki (RS); e Joacélio Batista (BH) e Nelton Pellenz (RS) trabalharam juntos entre abril e maio deste ano e produziram as obras inéditas de videoarte que estão na exposição. Os trabalhos de Alice e Walter foram sonorizados por Marcelo Armani, e o trio Andreia Vigo, Adriana Tabalipa e Roderick Steel teve trilha produzida pelo artista Giancarlo Lorenci.

Paralelo à exposição acontece a mostra VB na TV - 30 anos de Videobrasil. Com curadoria de Solange Farkas, curadora e diretora da Associação Cultural Videobrasil de São Paulo, a mostra traz sete programas da série Videobrasil na TV, resgatando peculiaridades históricas na relação entre a imagem em movimento e o circuito das artes e explorando questões norteadoras do Festival de Arte Contemporânea Sesc_Videobrasil, que completou 30 anos no ano passado. Dia 24 de maio, das 14h30 às 17h, acontece uma palestra com Solange Farkas sobre a temática da mostra, no Santander Cultural. A entrada é franca, sujeita à lotação do espaço.

No dia 28 de junho, às 14h30, acontece o lançamento do catálogo e uma mesa redonda sobre o projeto Videoresidência Território Expandido, no Santander Cultural. Participam do encontro a curadora Niura Borges, os artistas Andreia Vigo, Nelton Pellenz e Walter Karwatzki para falar sobre seus trabalhos.

Sobre o projeto "Videoresidência Território Expandido"
Programa de residência artística concebido com o objetivo de abrir espaço de pesquisa e criação a projetos de videoarte. O programa inaugura com o projeto “Videoresidência Território Expandido” idealizado com o objetivo de promover a inter-relação entre artistas e diferentes regiões do Brasil, oferecer intercâmbio de conhecimento, troca de experiências, bem como favorecer processos de criação coletiva em videoarte.

Niura Borges é Diretora do NÚCLEO DE VIDEO RS, Centro de Formação e Difusão das Artes do Vídeo no Rio Grande do Sul. É proprietária e dirige o Espaço Cultural ESTÚDIO GALERIA MAMUTE. É Mestre em Artes Visuais – PPGAVI/UFRGS. Pesquisadora CNPq Processos Híbridos na Arte Contemporânea - IA/UFRGS. Pesquisadora CNPq Pesquisas em Artes Visuais - FURG/RS. Em 2013 recebeu o Prêmio Açorianos de Artes Plásticas na categoria Espaço Institucional. Em 2008, recebeu o Prêmio Açorianos de Artes Plásticas, na categoria Mídias Tecnológicas. Atua nas áreas da Produção Cultural, Arte e tecnologia, videoarte, audiovisual documental e experimental. Há 13 anos vem realizando produções no segmento audiovisual, pesquisando processos de criação e produção no campo artístico. Sua mais recente direção é o filme documentário Teresa Poester – 10.357 Km em linha que apresenta o processo de criação desta artista plástica gaúcha. Dirigiu e Roteirizou A Obra Gravada de Pedro Weingartner; Código Pessoal da artista plástica Eliane Santos Rocha; Meus Mortos, Meus Vivos: diálogos com a Gravura e a Memória, da artista plástica Miriam Tolpolar; Entre-Águas: música silenciosa, da artista visual Márcia Rosa; Núcleo XX Anos, do Núcleo de Gravura do Rio Grande do Sul; IAIOO evento comemorativo dos 100 Anos do Instituto de Artes da UFRGS.

Solange Farkas é curadora e diretora da Associação Cultural Videobrasil, Solange Farkas criou o Festival Internacional de Arte Contemporânea SESC_Videobrasil, evento que completou 30 anos em 2013 , sendo referência para a produção artística do Sul geopolítico do mundo (África, América Latina, Leste Europeu, Oriente Médio, parte da Ásia e Oceania), além de ter apresentado artistas como Bill Viola, Gary Hill, Peter Greenaway, Marina Abramovic e Olafur Eliasson. Foi também responsável por mostras como Sophie Calle, Cuide de Você (2009), Joseph Beuys – A Revolução Somos Nós (2010-11) e Isaac Julien: Geopoéticas (2012). Como curadora convidada, participou da mostra portuguesa de videoarte FUSO (2013), 60 Jakarta International Video Festival - Indonésia (2013), Bienal de Sharjah – Emirados Árabes Unidos (2011), Bienal de Cerveira – Portugal (2010), Videozone: International Video Art Biennial – Israel (2010). Foi diretora e curadora-chefe do Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA) de 2007 a 2010.

Posted by Patricia Canetti at 5:25 PM

VB na TV - 30 anos de Videobrasil na Mamute, Porto Alegre

Galeria Mamute apresenta trajetória de três décadas do Festival Videobrasil e sua relação com a produção de vídeo no país no contexto das artes. Programação inclui palestra no Santander Cultural, com Solange Farkas, fundadora e diretora da instituição

VB na TV - 30 anos de Videobrasil, Galeria Mamute, Porto Alegre, RS
abertura: 17 de maio, sábado, 17h30
visitação: 20 de maio a 7 de junho de 2014

Palestra
30 anos de Videobrasil – A Trajetória do Vídeo no Contexto das Artes, Santander Cultural, Porto Alegre, RS
24 de maio, sábado, 14h30

APRESENTAÇÃO

O Brasil tem uma ligação bastante particular com a mídia televisiva, cuja influência alcançou a produção artística e de vídeo do país. Com três décadas de existência, o Videobrasil acompanhou de perto esta história ao criar, na década de 80, o primeiro festival dedicado a este suporte, hoje aberto a todas as linguagens contemporâneas. Em maio, dois eventos em Porto Alegre resgatam a trajetória do vídeo no Brasil e no circuito das artes, abordando ainda a estreita relação entre a imagem em movimento e a televisão nos primórdios desta história. O primeiro é a exposição VB na TV - 30 anos de Videobrasil, com abertura no dia 17 de maio, às 19h, na Galeria Mamute, e visitação pública de 20 de maio a 07 de junho. Uma semana depois, no dia 24 de maio,às 14h30, Solange Farkas, curadora geral do Festival de Arte Contemporânea Sesc_Videobrasil, ministra a palestra 30 anos de Videobrasil – A Trajetória do Vídeo no Contexto das Artes, no Santander Cultural.

Na mostra que ocupará o terceiro andar da Galeria Mamute,cinco telas exibirão os sete programas da 3ª temporada da série Videobrasil na TV, produzida especialmente para a última edição do Festival. A série foi dirigida por Marco Del Fiol e Jasmin Pinho e exibida exclusivamente pelo Sesc TV. Porto Alegre é a primeira cidade a receber esta exposição inédita do Videobrasil.

Os quatro primeiros programas da série fazem um retrospecto das últimas três décadas do Festival, com entrevistas com curadores e pesquisadores, além de depoimentos de artistas que se fundem a imagens históricas e trechos de suas obras. Desde o seu nascimento, impulsionado pelo avanço tecnológico da década de 80 (quando acontece um maior acesso a equipamentos de vídeo no país), o Festival surgiu como único espaço para escoar e estimular a produção de jovens realizadores que buscavam através do vídeo “revolucionar a TV do Novo Milênio”. Entre eles, nomes como Fernando Meirelles(Cidade de Deus) e Marcelo Tas (CQC), que exibiram seus primeiros trabalhos no Videobrasil,são destaques dos programas que fazem parte da mostra na Galeria Mamute.

Da tentativa de invadir e subverter a TV os artistas começam a buscar uma nova linguagem. A partir da década de 90,eles passam a investir na experimentação e no uso das novas mídias, com uma produção com maior foco na videoarte. A partir dos anos 2000 a linguagem do vídeo se firma para além do suporte e o Festival se abre a novas linguagens e se internacionaliza.

Os últimos três programas são dedicados à mostra competitiva Panoramas do Sul do Festival, que na última edição recebeu mais de 2.000 inscrições e selecionou 106 obras de 94 artistas de 32 países do eixo Sul geopolítico (representado pela América Latina, Caribe, África, Oriente Médio, Europa do Leste, Sul e Sudeste asiático e Oceania, foco curatorial da mostra competitiva do Festival). Os curadores e artistas, inclusive os premiados nessa edição, discutem temáticas, estéticas e aspectos da produção artística contemporânea do Sul, posicionando o vídeo neste contexto.São debatidas questões como mobilidade; vínculos e pertencimento; memória e identidade; espaço urbano; tensão entre global e local; e apropriação e ressignificação de elementos midiáticos.Entre os entrevistados, temos artistas gaúchos que participaram da mostra, como Luiz Roque e Letícia Ramos.

PROGRAMAS

Terceira temporada da série Videobrasil na TV – resumo dos sete programas dirigidos por Marco Del Fiol e Jasmin Pinho, com destaques para alguns dos entrevistados:

Produção Independente: Televisão e Abertura Política
As questões que motivaram o surgimento do Festival no contexto das primeiras produções independentes de vídeo, da abertura política, do fim da ditadura militar e do desejo de dar visibilidade às temáticas sociais, políticas e culturais do período. Tadeu Jungle, Eder Santos, Fernando Meirelles.

Os Primeiros Anos do Vídeo: Linguagem e Tecnologia
Um retrato da cena de vídeo no Brasil no início dos anos 1980, época da popularização do suporte. Como o vídeo foi absorvido por artistas e produtores independentes com o objetivo de construir novas estéticas para a imagem em movimento. Marcelo Tas, Walter Silveira, Sandra Kogut.

Circuitos Expandidos
Ao longo dos últimos trinta anos, vídeo e imagem em movimento assumem novos lugares, estabelecendo diálogos tanto com as artes visuais quanto com o cinema. O programa retrata a gradativa abertura do Festival a outras linguagens artísticas, consolidando sua presença no circuito da arte contemporânea. Carlos Nader, Kiko Goifman, Letícia Ramos, Lucas Bambozzi.

Internacionalização: As Visões do Sul
O processo de internacionalização do Festival e a escolha do Sul geopolítico como eixo estruturador. Como o evento se tornou um lugar de intercâmbio entre artistas, teóricos e curadores, e uma plataforma de lançamento e inserção para a produção artística dessa região. Arlindo Machado, Jorge la Ferla, Chris Mello, Giselle Beiguelman.

Panoramas do Sul: Natureza e Espaço, Reconfigurações do Olhar
As diferentes formas como artistas articulam a ideia de espaço, explorando temas como a natureza, o espaço urbano, a arquitetura, a mobilidade e os vínculos de pertencimento. Entrevistas com ganhadores da mostra Panoramas do Sul, como Bakary Diallo, do Mali; Caetano Dias, do Brasil; Sherman Ong, da Malásia.

Panoramas do Sul: Memória, Identidade e Política
Obras que exploram a relação entre memória, identidade, sexualidade e a tensão entre local e global. Participação de artistas ganhadores dos prêmios de residências artísticas, como Nurit Sharett, de Israel; Ali Cherri, do Líbano; Virgínia de Medeiros, do Brasil.

Panoramas do Sul: Imaginários Contemporâneos
Sobre artistas que têm como estratégia a apropriação e ressignificação de elementos midiáticos, repensando nossos processos de subjetivação a partir do diálogo com a comunicação de massa e as redes sociais. Entre os artistas que participam do programa, Federico Lamas, da Argentina; Orit Ben-Shitrit,de Israel; Michel Zózimo, Brasil; Ezra Wube, da Etiópia.

PALESTRA RECONTA HISTÓRIA DO VÍDEO BRASILEIRO

Na palestra 30 anos de Videobrasil – A Trajetória do Vídeo no Contexto das Artes, que acontece no Santander Cultural, no dia 14 de maio, às 14h30, Solange Farkas apresenta os antecedentes históricos da produção de vídeo no país — das primeiras produções em vídeo de artistas nacionais, como Hélio Oitica e Letícia Parente, na década de 1970,ao cenário político e cultural dos anos 80, quando surge o Festival Videobrasil. A partir deste panorama, ela analisa o percurso do vídeo no universo das artes à luz da trajetória do próprio Festival, dividida em três fases.

A primeira fase, de 1983 a 1989, é marcada por uma política de difusão, construção e estabilização do meio eletrônico no Brasil - recém saído de um período de duas décadas de ditadura militar. Um contexto em que o formato é impulsionado pelo avanço tecnológico e pelo embate estético (e político) com o establishment. Entre 1990 e 1998, acontece a consolidação e legitimação da arte eletrônica no circuito internacional das artes. Nesse momento, o Festival torna-se bienal e se afirma como plataforma de intercâmbio entre artistas, teóricos e curadores. A partir de 2000, o Festival se adentra em sua terceira e mais recente fase, fundamentando seu recorte curatorial na produção artística do eixo Sul geopolítico e,desde 2011, abrindo-se para todas as linguagens da arte contemporânea.

Posted by Patricia Canetti at 5:08 PM

José Damasceno na Fortes Vilaça, São Paulo

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Galeria Fortes Vilaça tem o prazer de apresentar a exposição Sobre o Objeto de 8º Grau de José Damasceno. O artista apresenta sua mais recente instalação, homônima ao título da mostra, além de um conjunto de serigrafias e uma pintura na parede do espaço expositivo.

Sobre o Objeto de 8º Grau apresenta um conjunto de pequenas esculturas de obsidiana distribuídas sobre duas mantas retangulares de feltro no chão, como recentes descobertas de um sítio arqueológico. Damasceno, que frequentemente emprega em suas esculturas diversos tipos de rochas, dessa vez elegeu a obsidiana que lhe despertou interesse durante suas viagens a Guadalajara. Trata-se de uma espécie de vidro vulcânico, criada a partir da rápida solidificação do magma; amplamente difundida na Mesoamérica pré-colombiana, era usada como espelho e também como ferramenta bélica, e frequentemente associada ao ocultismo e a rituais astecas.

Contrastando com a opacidade do feltro, a superfície negra e reflexiva de cada peça de obsidiana reflete em si a imagem de cada uma das outras peças da exposição, criando um jogo de espelhos que, por sua vez, evoca o pequeno texto ‘La imagen de séptimo grado’, do escritor argentino Macedonio Fernández. Nele, o autor descreve a viagem de uma imagem através de diferentes reflexos (a memória e a representação pictórica entre eles) e defende que em cada qual a imagem deixa sua própria inscrição.

De maneira semelhante se colocam os Estudos Paragráficos II, um conjunto de doze serigrafias dispostas linearmente na parede contígua à instalação. Nesses trabalhos, a palavra paragráfico revela uma mediação entre a inscrição gráfica e suas possibilidades de materialização, salientando a tensão entre as dimensões bi e tridimensional, o virtual e o real. A obra de Damasceno coloca-se na zona limítrofe onde o imaginário se multiplica nos diversos reflexos da linguagem, e a experiência do real se dilui nesses reflexos. A proposta de Damasceno não é, portanto, apresentar um objeto de oitavo grau, mas um convite a procurá-lo.

José Damasceno nasceu no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha. Entre suas exposições individuais, destacam-se Coordenadas y Apariciones, Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía, Madrid, Espanha (2008); Espace Topographie de l'Art, 37 Festival d’ Automne à Paris, France (2008); Viagem à Lua, 52. Biennale di Venezia, Pavilhão Brasileiro, Venice, Italy (2007); Observation Plan, Museum of Contemporary Art, Chicago, USA (2004). Em exposições coletivas, destacam-se: Cruzamentos: Contemporary Art in Brazil, Wexner Center for the Arts, Ohio, USA (2014); Biennale of Sydney, Australia (2006); XXV Bienal de São Paulo, Brasil (2002). Sua obra está presente em diversas coleções públicas, entre as quais: Cisneros Fontanals Art Foundation - CIFO, Miami, USA; Colección Jumex, DF, Mexico; Daros-Latinamerica AG, Zurich, Switzerland; Inhotim Centro de Arte Contemporânea, Brumadinho, Brasil; MACBA - Museu d´Art Contemporania de Barcelona, Barcelona, Spain; Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Brasil; Museu de Arte Moderna de São Paulo, Brasil; MoMA, New York, USA.

José Damasceno - Sobre o Objeto de 8º Grau

Galeria Fortes Vilaça is pleased to present the exhibition Sobre o Objeto de 8º Grau by José Damasceno. The artist is presenting his most recent installation, homonymous with the title of the show, along with a set of silkscreens and a painting on the wall of the exhibition space.

Sobre o Objeto de 8º Grau [On the Object of 8th Degree] is a set of small obsidian sculptures distributed on two rectangular felt mantels on the floor, like recent discoveries of an archaeological site. Damasceno, who frequently uses different kinds of rocks in his sculptures, this time, chose obsidian, which sparked his interest during his trips to Guadalajara. It is a sort of volcanic glass, created by the rapid solidification of magma; found widely in pre-Columbian Mesoamerica, it was used as a mirror as well as a weapon, and was frequently associated to occultism and Aztec rituals.

Contrasting with the opacity of the felt, the black reflective surface of each piece of obsidian reflects the surface of each of the other pieces in the exhibition, creating an interplay of mirrors that recalls the short text “La imagen de séptimo grado”, by Argentine writer Macedonio Fernández. In it, the author describes the trip of an image through different reflections (including the memory and pictorial representation) and sets forth the idea that in each reflection the image leaves its own inscription.

This situation is similar to that of Estudos Paragráficos II, a set of twelve silkscreens arranged linearly on the wall next to the installation. In these works, the word paragráfico reveals a mediation between the graphic inscription and its possibilities of materialization, underscoring the tension between the bi- and tridimensional, the virtual and the real. Damasceno’s work lies in the borderline zone where the imaginary is multiplied in various reflections of language, and the experience of the real is diluted in these reflections. The aim of Damasceno’s proposal is not, therefore, to present an object of the eighth degree, but to invite the observer to seek it.

José Damasceno was born in Rio de Janeiro, where he lives and works. His solo shows have most notably included Coordenadas y Apariciones, Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía, Madrid, Spain (2008); Espace Topographie de l’Art, 37 Festival d’ Automne à Paris, France (2008); Viagem à Lua, 52nd Biennale di Venezia, Brazilian Pavilion, Venice, Italy (2007); and Observation Plan, Museum of Contemporary Art, Chicago, USA (2004). Group shows he has participated in most notably include Cruzamentos: Contemporary Art in Brazil, Wexner Center for the Arts, Ohio, USA (2014); the Biennale of Sydney, Australia (2006); and the XXV Bienal de São Paulo, Brazil (2002). His work figures in various public collections, including Cisneros Fontanals Art Foundation – CIFO, Miami, USA; Colección Jumex, DF, Mexico; Daros-Latinamerica AG, Zurich, Switzerland; Inhotim Centro de Arte Contemporânea, Brumadinho, Brazil; MACBA – Museu d´Art Contemporania de Barcelona, Barcelona, Spain; Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Brazil; Museu de Arte Moderna de São Paulo, Brasil; and MoMA, New York, USA.

Posted by Patricia Canetti at 4:11 PM

maio 12, 2014

Sérvulo Esmeraldo no IAC, São Paulo

O IAC - Instituto de Arte Contemporânea apresenta a exposição “O arquivo Vivo de Sérvulo Esmeraldo”, primeira mostra que a instituição realiza após receber em comodato parte do arquivo documental e acervo deste artista cearense com uma das trajetórias mais originais da arte brasileira. Com curadoria do crítico Ricardo Resende, a exposição conta com cerca de 150 itens, entre estudos, gravuras, desenhos, relevos, matrizes, maquetes etc. A seleção reúne um panorama da produção deste artista que flertou com quase todas as formas de representação artística ao longo de mais de quatro décadas e que se encontra em plena atividade.

O arquivo agora no IAC ficou guardado intacto por cerca de 40 anos no ateliê do artista e amigo argentino Júlio Le Parc, em Paris, cidade onde Sérvulo viveu e trabalhou por mais de vinte anos, depois de sair do Brasil em 1957. Nessa fase em solo europeu Esmeraldo esteve junto de artistas como Vicente do Rego Monteiro, Lygia Clark, Sérgio Camargo, Franz Krajcberg, Arthur Luiz Piza, Flávio Shiró e Rossini Perez. O convívio com seus pares foi de enorme importância para definir sua formação intelectual e artística.

Destaque na exposição para as diversas matrizes de gravuras em chapa de metal que formam a base de estudos do artista no campo da arte geométrica e também abstracionista. Para o curador, “os recortes dessas placas de metal despertam interesse especial, pois é possível lhes conferir uma autonomia escultórica depois de terem transportado as imagens para o papel”. Alguns projetos de livro objeto realizados no início da década de 70 e que formam os estudos para os célebres livros objetos do artista também estão na mostra. Segundo o curador, esse conjunto de estudos inéditos agora apresentados ao público, “mostra-nos o seu caminho, que parte da observação de uma folha, de uma planta, de uma semente ou de um pé de milho, para chegar a formas geométricas puras”.

Sobre o artista
Cearense do Crato, Sérvulo Esmeraldo nasceu em 1929. O escultor, gravador, ilustrador e pintor, a partir de 1947, frequenta a Sociedade Cearense de Artes Plásticas - SCAP e mantém contato com Antonio Bandeira e Aldemir Martins. Em 1951 vem para São Paulo, trabalha na montagem da 1ª Bienal Internacional e no Correio Paulistano, como ilustrador e gravador.

Sua primeira individual na capital paulista acontece em 1957, no MAM/SP. Após a mostra, viaja para a Europa com bolsa do governo francês, onde estuda técnicas da gravura em metal e litografia. Nos anos 60, ainda na França, integra o movimento da arte cinética, quando realiza a série dos “Excitáveis”. Retorna ao Brasil em 1978, trabalhando em projetos de arte pública, principalmente esculturas de grande porte que ornamentam a paisagem urbana de Fortaleza, cidade onde vive e trabalha desde 1980.

Sérvulo Esmeraldo participou de diversas exposições, entre elas: 6º Salão Paulista de Arte Moderna (1957), 5ª, 6ª, 7ª e 19ª edições da Bienal Internacional de São Paulo (1959, 1961, 1963, 1987), 14ª Trienal de Milão, 1967 - Itália, Exposição Internacional de Gravura 1970 - Cracóvia - Polônia, Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP, 1974, São Paulo - SP, Um Século de Escultura no Brasil, no Masp, 1982 - São Paulo - SP, Brasil + 500 Anos: Mostra do Redescobrimento, na Fundação Bienal, 2000 - São Paulo - SP, além da grande retrospectiva realizada pela Pinacoteca de São Paulo, em 2011. Sua obra está representada nos principais museus do País e em outras coleções públicas e privadas do Brasil e exterior.

Posted by Patricia Canetti at 11:53 AM

maio 11, 2014

Matriz e Desconstrução na Anita Schwartz, Rio de Janeiro

Anita Schwartz Galeria de Arte apresenta, a partir de 15 de maio de 2014, para convidados, e do dia seguinte para o público, a exposição “Matriz e Desconstrução”, que ocupará todo o espaço expositivo do edifício, com curadoria da crítica de arte Luisa Duarte, que selecionou trabalhos dos artistas Adriano Costa, Ana Holck, Angelo Venosa, Carla Guagliardi, Daisy Xavier, Gustavo Speridião, Waltercio Caldas, Wagner Morales, Nuno Ramos e Matheus Rocha Pitta.

A curadoria da mostra tece diálogos entre obras cuja matriz construtiva é nítida, ou seja, trabalhos cuja visualidade é seca e depurada, de natureza geométrica, e outros nos quais uma narrativa vem à tona, sinalizando uma conversa entre pólos que não são opostos, mas diversos e que fazem parte de uma mesma história da arte brasileira dos últimos cinqüenta anos. Com artistas de diferentes gerações e obras que variam desde uma de Waltercio Caldas de 1967, espécie de desenho escultórico na parede que já sinaliza procedimentos fundamentais que virão reger o processo dos artistas, até outras datadas de 2013 e 2014.

Sem ter como ponto de partida um conceito completamente fechado, a curadora foi alinhavando a ideia da mostra a partir de visitas aos ateliês dos artistas, no contato com os trabalhos e nas conversas com os mesmos. “Numa época em que o conceito, a “explicação”, para o trabalho ou a exposição parece vir quase sempre antes, fica mais rara a chance do publico ter um contato com a arte que guarde o elemento da surpresa, do espanto, da mudança inaudita.”, diz Luisa, que completa dizendo que é importante resgatar a frase de Jean-Luc Godard (Paris, 1930), para quem “cultura é regra, arte é exceção” (do filme “Je vous salue, Sarajevo”, de 1993).

Luisa Duarte ressalta que o crítico precisa ter cuidado ao preservar e alinhavar os sintomas do mundo contemporâneo presentes na arte, mas também dar um passo atrás e “escutar” e “ver” as obras em si.

A curadora pretende ainda trabalhar a iluminação da exposição para reforçar esta ideia de claro x escuro, e limpeza x ruído. “Há obras mais racionais e outras que mostram a brutalidade da vida”, comenta.

SOBRE OS ARTISTAS

Adriano Costa (São Paulo, 1975. Vive e trabalha em São Paulo)
Participou de inúmeras mostras coletivas, incluindo "Imagine Brazil", no Astrup Fearnley Museet, em Oslo, na Noruega (2013/2014); "Correspondências", no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo (2013); "Convite à Viagem", Rumos Artes Visuais, no Itaú Cultural, em São Paulo (2012/2013); "April", na Sadie Coles HQ, em Londres (2013); "Time Space Poker Face", no Be-Part, Waregen (2013) e "Mythologies", na Cité Internationale des Arts, em Paris (2011). Dentre suas exposições individuais estão: "Mar Morto Provisório", na Galerie Krinzinger, em Viena; "Crisis doesn`t matter if you love me", na Nuno Centeno, no Porto, em Portugal; "Plantation", na Mendes Wood DM, em São Paulo e o Programa Anual de Exposições, no Centro Cultural São Paulo.

Ana Holck (Rio de Janeiro, 1977. Vive e trabalha no Rio de Janeiro)
A artista possui trabalhos nas coleções Itaú Cultural; MAM São Paulo, MAM Rio de Janeiro (coleção Gilberto Chateaubriand); MAC-Niterói, Ministério das Relações Exteriores (Brasília, DF) e Pinacoteca de São Paulo. Seus trabalhos mais recentes foram uma instalação de grandes proporções no foyer do Gas Hall do Birmingham Museum and Art Gallery e as individuais: “Ensaios não destrutivos”, na Anita Schwartz Galeria de Arte, em 2012; “Bastidor”, apresentada no Centro Cultural Banco do Brasil, e as intervenções realizadas no acervo do Museu Chácara do Céu, Rio de Janeiro, pelo projeto “Os Amigos da Gravura”, onde também realizou um múltiplo que era uma escultura-joia, ambas em 2010. Em 2011 recebeu o I Prêmio Itamaraty de Arte Contemporânea e, em 2010, o Prêmio Funarte de Artes Plásticas Marcantonio Vilaça.

Angelo Venosa (São Paulo, 1954. Vive e trabalha no Rio de Janeiro)
Angelo Venosa surgiu na cena artística brasileira na década de 1980, tornando-se um dos expoentes dessa geração. Desde esse período, lançou as bases de uma trajetória que se consolidou no circuito nacional e internacional, incluindo passagens pela Bienal de Veneza (1993), Bienal de São Paulo (1987) e Bienal do Mercosul (2005). Sua mais recente exposição individual foi no MAM Rio, em 2012. Hoje, o artista tem esculturas públicas instaladas no Museu de Arte Moderna de São Paulo (Jardim do Ibirapuera); na Pinacoteca de São Paulo (Jardim da Luz); na praia de Copacabana/ Leme, no Rio de Janeiro; em Santana do Livramento, Rio Grande do Sul e no Parque José Ermírio de Moraes, em Curitiba. Possui trabalhos em importantes coleções brasileiras e estrangeiras, além de um livro panorâmico da obra, publicado pela Cosac Naify, em 2008.

Carla Guagliardi (Rio de Janeiro,1956. Vive e trabalha em Berlim e no Rio de Janeiro)
Estudou na EAV do Parque Lage (1987/89); pós-graduação em História da Arte e Arquitetura no Brasil, na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (1990/91). Co-fundadora do grupo Visorama, organizador de debates públicos sobre arte contemporânea (1990/95). Dentre suas exposições individuais recentes estão: “Para quem voa descansar”, no Museu do Açude, em 2013; “Os cantos do canto”, na Anita Schwartz Galeria de Arte, em 2012; “O Lugar do Ar”, no Instituto Mariantonia, USP, em São Paulo, em 2010; “Luogo d’aria, no Castel dell’ovo, em Nápoles, Itália; “O Lugar do Ar”, no MAM Rio, em ; Schwerelos, Haus am Waldsee, em Berlim, ambas em 2009. Dentre as coletivas estão: “Bola na rede”, na Funarte, em 2013; “O desejo da forma”, na Akademie der Kunste, em Berlim, Alemanha, e “The Glass Delusion, The National Glass Centre, em Sunderland, England, ambas em 2010; “7a Bienal do Mercosul”, em 2009, dentre outras.

Daisy Xavier (Rio de Janeiro, 1952. Vive e trabalha no Rio de Janeiro)
Dentre suas recentes exposições individuais estão: “Arqueologia da Perda”, na Anita Schwartz Galeria de Arte, em 2012; “Último Azul”, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, em 2011 e “Topologia do Encontro”, na Galeria Florência Loewenthal, em Santiago, no Chile, em 2010. Dentre as exposições coletivas estão: “A primeira do Ano”, em 2012, “Desenhos e Diálogos” e “Em torno da escultura”, em 2011, ambas na Anita Schwartz Galeria de Arte; “Mapas Invisíveis”, na Caixa Cultural, no Rio de Janeiro, em 2011; “Sujeito Corpo”, no Sesc Pinheiros, em 2010; entre outras.

Gustavo Speridião (Rio de Janeiro, 1978. Vive e trabalha no Rio de Janeiro)
Apesar de jovem, o artista já ocupa um lugar destacado no panorama da arte contemporânea brasileira, tendo participado de coletivas em instituições importantes, como o MAM Rio, Paço Imperial, Itaú Cultural, MAM Bahia, CCBB, integrado mostras no exterior, e recebido vários prêmios. Em 2013 participou da Bienal de Lyon, na França. Já recebeu os seguintes prêmios: Prêmio Funarte Marcantonio Vilaça [MAC-Niterói], em 2010; Prêmio Rumos Artes Visuais Itaú Cultural 2008-2009, Prêmio FASM de videoarte, São Paulo, Prêmio SPA das Artes, Recife, em 2009; Prêmio Projéteis Funarte de Artes Visuais, Prêmio Conexões Funarte de Artes Visuais, em 2007; Prêmio Intervenção Urbana na Semana de Artes Visuais de Recife – PE, em 2004.

Matheus Rocha Pitta (Tiradentes, Minas Gerais, 1980. Vive e trabalha no Rio de Janeiro)
Dentre as exposições individuais recentes do artista estão a mostra na Fondazione Morra Greco, em Napoli, na Itália, em 2013; as exposições na Giudizio Universale, Solo Project Artissima, em Torino, na Itália, e “Dois Reais”, no Paço Imperial, ambas em 2012. Em 2011 o artista participou da coletiva Rendez Vous, no Institut d’Art Contemporain de Lyon e realizou a individual Provisional Heritage, na Sprovieri, Londres, Reino Unido. Foi também contemplado com o 1º lugar do I Premio Itamaraty de Arte Contemporânea. Em 2012 realizou individuais no Paço Imperial, Rio de Janeiro, e Fondazione Volume!, em Roma.

Nuno Ramos (São Paulo, 1960. Vive e trabalha em São Paulo)
Formado em filosofia pela Universidade de São Paulo, começou sua trajetória artística em 1984, quando passou a fazer parte do grupo de artistas do ateliê Casa 7. Desde então tem exposto regularmente no Brasil e no exterior. Participou da Bienal de Veneza de 1995, onde foi o artista representante do pavilhão brasileiro, e das Bienais Internacionais de São Paulo de 1985, 1989, 1994 e 2010. Em 2006, recebeu, pelo conjunto da obra, o Grant Award da Barnett and Annalee Newman Foundation. Dentre suas recentes exposições iondividuais, destacam-se: “O Globo da Morte de tudo”, na Anita Schwartz Galeria de Arte, em 2012; “Solidão, Palavra”, na Mostra Sesc de Arte 2012; “Fruto Estranho”, no MAM Rio, em 2010; “Mar Morto”, na Anita Schwartz Galeria, em 2009.

Wagner Morales (São Paulo, 1971. Vive e trabalha entre São Paulo/Brasil e Paris/França)
Realizou residência artística no Helsinki International Artist-in-residence Programme, Helsinque, na Finlândia, em 2010; no Pavillon/Palais de Tokyo, em Paris, França, em 2005/2006; no Cité Internationale des Arts, em Paris, França, em 2005/2006; Le Fresnoy – Studio National des Arts Contemporains, Tourcoing, França, em 2004 e na Escuela de Cine y Televisión San Antônio de Los Baños, em Cuba, em 1998. Dentre suas recentes exposições individuais, destacam-se: “Dual Overdrive”, na Anita Schwartz Galeria de Arte, em 2012; “Black Power”, no Paço das Artes, em São Paulo, em 2012; “White Screen”, na Cable Factory Gallery, na Finlândia, em 2010; “Vídeo de artista”, no MAM Bahia, em 2010.

Waltercio Caldas (Rio de Janeiro, 1946. Vive e trabalha no Rio de Janeiro)
É considerado um dos artistas brasileiros de maior renome internacional, tendo exposto em diversos países: Kanaal Art Foundation (Kortrijk, Bélgica, 1991); Stedelijk Museum (Schiedam, Holanda, 1992); Documenta 9 (Kassel, Alemanha, 1992); Centre d’Art Contemporain (Genebra, Suíça, 1993); e Museum of Modern Art (Nova York, EUA, 1993). Integrou as Bienais de São Paulo em 1983, 1987 e 1996 e representou o Brasil nas Bienais de Veneza de 1997 e 2007. Em 2008, a Fundação Calouste Gulbenkian, em Portugal, e o Centro Galego de Arte Contemporánea, na Espanha, organizaram importantes individuais do artista. Em 2010, a mostra “Salas e Abismos”, no MAM Rio, foi considerada uma das melhores exposições do ano no Brasil pela crítica. Seus trabalhos estão nos acervos dos principais museus do Brasil e do mundo, entre eles, o Museum of Modern Art (Nova York) e a Neue Galerie (Kassel), além dos Museus de Arte Moderna de São Paulo e do Rio de Janeiro. Suas esculturas em espaços públicos podem ser vistas em Leirfjord (Noruega), Paseo de las Américas, em Punta del Este (Uruguai) ou ainda na Av. Beira Mar no Rio de Janeiro.

Posted by Patricia Canetti at 10:51 AM

maio 9, 2014

Daré e Marcelo Tinoco na Zipper, São Paulo

A Zipper Galeria apresenta a partir de 13 de maio de 2014, ás 19h, a exposição “Era Uma Vez...”, do artista Marcelo Tinoco. A mostra, que traz texto de apresentação do curador Ricardo Resende, é composta por uma série de fotografias que juntam histórias para narrar o tempo. Paralelamente, no Espaço Zip'Up, o artista Daré apresenta pinturas comissionadas que brincam com os alardes do aquecimento global.

“Foto pintura-quadro” de Marcelo Tinoco

Marcelo Tinoco usa da manipulação digital de elementos plásticos e figurativos para explorar a fronteira entre o real e o ficcional. O seu processo artesanal de construir “quadro a quadro” poderia definir sua técnica como uma “foto pintura- quadro”, experimentações que ampliam a noção de linguagem fotográfica.

A produção de Tinoco também tem se destacado pelo uso de uma refinada técnica colorista em suas paisagens, que lembra a luz e o imaginário de artistas flamengos. “Era uma vez...“ é uma maneira de ver e não exatamente a maneira real de como vemos o mundo.

Para o curador Ricardo Resende, as obras de Tinoco criam sensações visuais que buscam destacar expressões e situações humanas, criando uma condição fotográfica que dialoga com nossa memória, com o nosso imaginário de tempos remotos somados à situações atuais.

Daré experimentará na Zipper Galeria as possibilidades atuais do retrato comissionado na pintura

A mostra, que tem curadoria de Josué Mattos, reúne uma série de pinturas nas quais os personagens retratados têm seus olhos escondidos atrás de óculos escuros ou suas faces distorcidas na tentativa de mirar o sol. Trata-se da primeira individual de Daré em São Paulo.

Imaginada em 2008, como uma resposta bem humorada às notícias apocalípticas em torno do aquecimento global, a série ganhou forma e corpo 6 anos depois, tornando-se um campo de experimentação para o artista quanto às possibilidades do retrato e suas relações de poder no mundo atual.

Sendo a série, por definição, formada exclusivamente por retratos comissionados, a exposição abre com todas as obras já vendidas. Mas o artista promete aceitar novas encomendas cujos preços seguirão uma fórmula que levará em conta seu peso corporal e a cotação do ouro do dia - uma discussão paralela à mostra que procura associar artista e obra à racionalidade das commodities de mercado.

Quem olhar o conjunto de telas mais de perto, perceberá que outros assuntos o permeiam. Como a existência e o significado das pequenas comunidades dentro do sistema da arte - todos os retratados são artistas amigos ou colecionadores. E a atenção que o artista dá à descrição de detalhes, texturas e contrastes de transparência e cor, utilizando recursos pictóricos que remetem a antigos mestres, parece um esforço pessoal para entender a pertinência da própria pintura nos dias de hoje.

Posted by Patricia Canetti at 2:36 PM

maio 6, 2014

Bruno Dunley na Nara Roesler, São Paulo

O questionamento da representação na pintura de Bruno Dunley ganha espaço na Galeria Nara Roesler a partir de 8 de maio

Em sua primeira mostra individual, intitulada No lugar em que já estamos, na Galeria Nara Roesler, o artista de 30 anos, um dos expoentes da geração de pintores 2000, apresenta cerca de 20 trabalhos de sua produção recente, realizados em 2013-14. O crítico João Bandeira assina o ensaio sobre a mostra.

Na definição do artista, seu trabalho “é uma análise sobre a própria natureza da pintura, sua natureza sensível, seus códigos de linguagem como o gesto, o plano, a superfície, a representação... questões comuns ao universo da linguagem pictórica, entendidos como alfabeto, uma superfície de escrita comum”. Dessa premissa, derivam os vários procedimentos e resultados que competem para criar uma leitura particular do mundo atual.

Por trás da leveza poética das telas de Dunley, estão camadas de tinta sobrepostas e muito trabalhadas, sob as quais a textura do suporte desaparece. Paradoxalmente, essa complexidade processual opera para imprimir simplicidade visual, resultando em anti-imagens difusas, diluídas nas pinceladas que retocam e derretem contornos. A “mão” do artista, o gesto que marca a presença do sujeito na obra e seu questionamento, sua negação, não se perdem ou se atenuam, são elementos fundamentais de uma pintura que se coloca como depoimento do tempo em que surge.

A figuração fugidia que se impõe nessas circunstâncias é, antes, uma dúvida sobre a realidade ao redor, sobre a objetividade da percepção do mundo, e não uma afirmação positivista da acepção dos acontecimentos. Daí a evidenciação dos retoques, correções de traços e erros que deixam sua marca como cicatrizes.

Não à toa, Dunley enfatiza em sua produção mais recente a questão da cor, que para ele traz força a seu trabalho recente, em oposição ao preto, branco e cinza predominantes nos três anos anteriores.

Pela variedade de temas retratados e de procedimentos pictóricos utilizados para atingi-los, a pintura de Bruno Dunley busca “evidenciar uma relação viva através das diferenças; tirar forças da imperfeição, da diferença, do ‘errado’, dos opostos, para com isso criar um caminho possível e comum”. “Os trabalhos da exposição possuem uma visualidade variante entre eles. Há uma mudança da função da imagem, uma descrença em um único caminho de representação, uma descrença na afirmação da unidade do trabalho e de sua identidade através de um estilo - uma repetição visual fortemente demarcada. É através da articulação entre maneiras de fazer, formas de visibilidade e uma reflexão sobre suas relações, que implica na construção de uma efetividade, que o trabalho se apoia e se afirma.”

sobre o artista
Bruno Dunley nasceu em Petrópolis (RJ, 1984).
Vive e trabalha atualmente em São Paulo. Formado em Artes Plásticas pela Faculdade Santa Marcelina, foi um dos indicados à edição 2012 do prêmio Pipa. Entre suas exposições individuais, estão e, no Centro Universitário Maria Antonia (2013); 11 Bis, em Paris (2012); e no Ateliê 397 (2007). Entre as coletivas, destacam-se Prática portátil, na Galeria Nara Roesler (2014); Os primeiros 10 anos, no Instituto Tomie Ohtake (2011); Assim é se lhe parece, no Paço das Artes (2011); Nova arte nova, no Centro Cultural Banco do Brasil (2009); e 2000 e oito, no Sesc Pinheiros (2008).

sobre a galeria
Há mais de 35 anos, Nara Roesler promove arte contemporânea junto a um conjunto nacional e internacional de colecionadores, curadores e intelectuais. Em 1989, ela fundou a Galeria Nara Roesler em São Paulo, como um espaço para expandir as fronteiras da prática artística, no Brasil e fora dele. Representando alguns dos mais relevantes artistas da atualidade, a galeria direciona seu interesse à justaposição de trabalhos dos anos 60 em diante e suas ramificações contemporâneas.

2012 foi um ano de grandes mudanças para a galeria: Vik Muniz e Isaac Julien foram somados ao seu crescente rol de artistas; o seu espaço expositivo foi ampliado e a retomada do projeto curatorial Roesler Hotel, com propostas inovadoras como as exposições coletivas Lo bueno y lo malo, sob curadoria de Patrick Charpenel (diretor da fundacción/colección jumex), e Buzz, mostra dedicada à Op Art idealizada pelo artista Vik Muniz. Em 2013, o projeto trouxe as mostras ATACAMA 1234567, de Hamish Fulton, com curadoria de Alexia Tala; e Cães sem plumas [prólogo] com curadoria de Moacir dos Anjos. Dispositivos para um mundo (im)possível , com a curadoria de Luisa Duarte, foi o primeiro projeto Roesler Hotel de 2014, seguido de Spectres, com curadoria do francês Matthieu Poirier.

Posted by Patricia Canetti at 8:46 AM