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abril 29, 2014
Carolina Ponte na Luciana Caravello, Rio de Janeiro
Luciana Caravello Arte Contemporânea apresenta a partir do dia 6 de maio de 2014, às 19h, a exposição "Só o excesso", com trabalhos inéditos e recentes de Carolina Ponte, artista nascida em 1981 em Salvador, e residente em Petrópolis, Rio de Janeiro, um dos destaques de sua geração no panorama nacional e internacional da arte. Recentemente ela participou da exposição “Dusk to dawn…Threads of infinity”, na Anima Gallery, em Doha, e ano passado expôs seus trabalhos na galeria Now Contemporary, em Miami, EUA, e fez a mostra “Sólo el excesso”, na galeria Enrique Guerrero, na Cidade do México.
Na Luciana Caravello Arte Contemporânea ela vai mostrar cinco desenhos, em que usa várias tintas sobre papel, como nanquim e tinta acrílica, com tamanhos que vão até 1,40m x 2 metros. Também estarão na exposição três peças em crochê, em tamanhos variáveis, feitas com lãs e linhas com texturas diferentes, feitas pela própria artista. Um desses trabalhos em crochê foi mostrado no México, mas é inédito no Brasil. É o único feito em 2013. Os demais são de 2014.
Carolina Ponte faz seus desenhos a partir de uma pesquisa de imagens de ornamentos presentes na arquitetura e em pisos, azulejos, vasos, tapeçarias, tecidos de diferentes culturas e países. Seu trabalho discute os excessos, o que sobra, e também uma ideia de acúmulo. Ela seleciona os padrões que quer usar, e vai compondo, como em uma colagem. Há um paralelismo com as obras em crochê, iniciadas em 2007, quase que por acaso, em busca de algo para relaxar do trabalho. Ao fazer, na ocasião, uma peça de dez metros, percebeu a relação com seus desenhos. Inicialmente mais orgânicas, hoje as peças em crochê se relacionam também com a arquitetura. “Faço crochê como se estivesse desenhando, pois vou pensando o desenho à medida que estou fazendo, diferente da forma como desenho, mais planejada”, conta.
O crítico Marcelo Campos, em seu texto para o catálogo da exposição, observa que a produção da artista “se dedica, justamente, à observação dos ornamentos, do gesto excessivo, do ‘gasto improdutivo’”. “Ao produzir objetos em crochê e desenhos multicoloridos, a artista nos faz espectadores de imagens originalmente ligadas à decoração de templos”. Ele acentua que com seu trabalho Carolina Ponte “se aproxima de uma espetacularização da forma”. “Orna para nada. Perdendo o núcleo, frisos e molduras são, em si, assunto principal, janelas cegas. Carolina apaga, anula as informações, e nem por isso atentamos para a falta, mas, antes, para a vontade humana de se dedicar ao excesso”.
SOBRE A ARTISTA
Nascida em Salvador, em 1981, Carolina Ponte vive e trabalha em Petrópolis, no Estado do Rio de Janeiro. Sua formação abrange estudos de gravura, na Universidade Federal do Rio de Janeiro, e curso na Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Dentre suas principais exposições individuais recentes estão “Dusk to dawn…Threads of infinity” (com Pedro Varela), na Anima Gallery, em Doha, em 2014, e mostras nas galerias Now Contemporary, em Miami, EUA, e Enrique Guerrero, na Cidade do México, em 2013. Participou das exposições coletivas “Brazil am Main”, na Galerie Rothamel, em Frankfurt, Alemanha, "SmART: San Miguel Arte”, em San Miguel Allende, México, em 2013; “Os melhores venenos”, nas Galerias Alvarez, Porto, Portugal, em 2012; “Fronteiriços”, na Luciana Caravello Arte Contemporânea, Rio de Janeiro, “Convivendo com Arte: Pintura Além dos Pincéis”, no Centro de Exposições da Torre Santander, em São Paulo, “Desenho em Campo Ampliado”, no Espaco Cultural Sérgio Porto, Rio de Janeiro, “Pontos de Encontro: Pedro Varela e Carolina Ponte”, no Espaco Cultural da Caixa, Salvador, Sala Theodoro de Bonn, Museu de .Arte Contemporânea do Paraná, Curitiba, em 2011; "Converging Trajectories: Crossing Borders, Building Bridges”, na galeria Modified Arts, em Phoenix, EUA, em 2010.
abril 28, 2014
Cildo Meireles no HangarBicocca, Itália
Pirelli HangarBicocca apresenta de 27 de março a 20 de julho de 2014 Cildo Meireles. Installations, a primeira mostra na Itália dedicada a um dos mais importantes artistas do panorama internacional que trabalha a multisensorialidade com grande envolvimento do público. Contando com a curadoira de Vicente Todolí, a mostra pessoal é composta por grandes instalações produzidas desde 1970 até hoje.
"A mostra no HangarBicocca - explica Vicente Todolí - permite conhecer profundamente o aspecto físico, sensorial e poético das obras de Cildo Meireles, que colocam em discussão e revolucionam, com frequência, as ideias pré-concebidas e o lugar comum. A sua arte propõe um desafio em termos de percepção e de conceitos por meio do mecanismo da sobreposição, da acumulação e da metáfora que conduz a uma total subversão poética. O artista utiliza o elemento da sedução para atrair o visitante para dentro das instalações como ocorre em uma teia de aranha. Observa-se também uma incrível capacidade de ironia e crítica que oferece a possibilidade de experimentar novos pensamentos e comportamentos".
O percurso dentro da Pirelli HangarBicocca evolui por meio de doze obras, onze instalações de dimensões enormes e uma escultura em escala microscópica: o início ocorre a partir de um cubo de nove milímetros em madeira sacra até passar por um reprodução de uma ponte voltada para um 'mar' de dezessete mil livros. Contando com a coprodução parcial do Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofia (Rainha Sofia, Madri, Espanha) e com o Museu de Arte Contemporânea de Serralves (Porto, Portugal), a mostra de Cildo Meireles representa uma ocasião única para se confrontar com o olhar lírico desse extraordinário conhecedor das linguagens artísticas, que consegue resgatar uma visão do mundo heterogênea e singular.
A obra que abre a mostra, de forma provocadora, é a minúscula escultura Cruzeiro do Sul (1969-1970), que cria um contraste com o grande espaço, dialogando com as demais instalações imponentes: a obra é um cubo de nove milímetros feita em carvalho e pinheiro, as árvores sagradas dos índios da América.
Obra monumental e complexa, Através (1983-1989) consiste em uma grande instalação, na qual os visitantes caminham sobre um revestimento de vidros quebrados, encontrando, durante o percurso, barreiras, muros, travas e treliças. O ruído produzido pelos passos e as limitações visíveis conduzem à possibilidade de destruir as barreiras da instalação e as demais barreiras. No dizer do artista, na sua retrospectiva ocorrida na Tate Modern de Londres em 2008: "É como se você rompesse, metaforicamente, cada pedaço de detrito, cada proibição, cada obstáculo. O vidro quebrado cria uma metáfora contínua para o olhar que, por sua vez, consegue atravessar tudo" (Cildo Meireles, catálogo Tate Modern, Londres, 2008).
A poética subversiva de Cildo Meireles retorna em Babel (2001), uma torre de rádio sintonizada em vários canais que formam um ambiente visual e sonoro de grande evocação. A obra necessitou de onze anos de desenhos preparatórios antes de ser produzida e exposta em 2001 em Helsinki.
Eureka/Blindhotland (1970-1975) coloca em discussão a percepção normal, convidando o espectador a ir além do visual, abrindo espaço para os sentidos. Dentro de uma rede sutil estão dezenas de esferas de borracha aparentemente idênticas. O público, quando as toca, descobre que o peso delas, na realidade, é muito variável.
Atlas (2007) é uma homenagem ao trabalho Base do Mundo de Piero Manzoni, e consiste em uma fotografia montada em um light box que retrata Meireles durante uma performance na Dinamarca (2007). O artista se deixa fotografar de cabeça para baixo na mesma base que Manzoni instalou em 1961.
Uma extensão de ossos (3 toneladas), de dólares americanos (6 mil) e de velas (70 mil) formam, por sua vez, a obra Olvido (1987-1989) exposta, pela primeira vez, no project room do MoMA de Nova Iorque em 1990. No interior de um largo cercado construído com dezenas de milhares de velas brancas, a tradicional tenda dos nativos da América setentrional, coberta com dinheiro, se divide entre a enorme quantidade de ossos bovinos que lançam um odor pungente.
Amerikkka (1991-2013) brinca com a contraposição de um piso de 22 mil ovos de madeira contra um teto de 55 mil projéteis. O espectador chega a "pisar em ovos", metáfora linguística que indica situação de perigo, acentuada pela presença de milhares de projéteis direcionados para baixo que, no decorrer da caminhada no percurso, se aproximam ameaçadoramente.
Entrevendo (1970-1994), da mesma forma, é uma tentativa de explorar a percepção humana na sua totalidade. O visitante é convidado a entrar em uma estrutura de mais de oito metros, em forma de cone, em cuja extremidade um ventilador de ar quente está posicionado. Na entrada são oferecidos, ao visitante, dois cubos de gelo - um com gosto salgado e outro com sabor doce - para colocar na boca. Ao se aproximar da fonte de ar quente, o gelo se dissolve concretizando o fenômeno da sinestesia: o mesmo estímulo sensorial é percebido em uma experiência com valor duplo, gerando um estranhamento.
Cinza (1984-1986) é composta por dois ambientes diferentes e adjacentes; um deles é totalmente branco e o outro totalmente preto; os pavimentos contêm, respectivamente, pedaços de gesso e de carvão. O público, ao se movimentar de um ambiente para o outro, acaba misturando as cores entre eles, contribuindo, dessa forma, para a transformação da obra.
Na obra Para Pedro (1984-1993), dedicada ao filho do artista, Pedro Ariel, Meireles cria um ambiente delimitado por duas tendas oblíquas, que, nesse caso, ficam restritas à extremidade onde cinco telas projetam várias texturas aparentemente indistintas. Nesse caso, também, como em outras obras da mostra, o espectador pode ouvir um som: o de pedregulhos sendo quebrados.
No interior da estrutura retangular da obra Abajur (1997-2010) encontra-se um dispositivo luminoso de grandes dimensões que, ao girar, mostra as imagens de um antigo veleiro que atravessa o mar, contemporaneamente ao som de gaivotas em voo que se espalha pelo ambiente. O olhar do espectador se abre, em um segundo momento, para o mecanismo que movimenta a obra, constituído por algumas pessoas que acionam um dínamo que, por sua vez, faz girar a alavanca central.
O ícone do espelho de água como espaço sem limite é proposto em Marulho (1991-1997) que consiste na reprodução de uma grande ponte de madeira que se expande por um pavimento de 17 mil livros com imagens do mar. Para chamar a atenção do espectador, várias vozes repetem a palavra "água" em vários idiomas. A obra é um dos exemplos mais espetaculares da técnica de acúmulo utilizada por Meireles.
O artista
Conhecido por ser um dos pioneiros do movimento internacional da arte conceitual, Cildo Meireles (Rio de Janeiro, 1948), com o tempo, superou os limites de todas as tendências artísticas. Experimentando estratégias de pensamento e técnicas diferentes, utiliza, nas suas esculturas e instalações, uma ampla variedade de objetos e materiais que são selecionados pelo significado simbólico. Explora a percepção humana na sua totalidade, tratando de temas universais, inclusive dramáticos como a ditadura, o colonialismo, a globalização e a repressão dos direitos humanos. Tornaram-se célebres as incursões artísticas dos anos Setenta, vividas naqueles anos como um verdadeiro e próprio sistema de contra-informação no Brasil: nos vidros das garrafas vazias de Coca-Cola, destinadas, assim, a serem preenchidas e colocadas à venda, se imprimiam, por exemplo, com tinta branca, mensagens críticas contra a ditadura militar. Textos análogos eram impressos com um sistema de carimbos em notas monetárias em circulação. Cildo Meireles foi um dos primeiros artistas brasileiros que participou de uma mostra no MoMA de Nova Iorque (1970) e o primeiro, entre todos, que realizou uma mostra pessoal na Tate Modern de Londres (2008). Participou, também, de inúmeras e importantes exposições como a Documenta em Kassel (2002) e a Bienal de Veneza (2009).
O programa da exposição da Pirelli HangarBicocca
A exposição Cildo Meireles. Installations é oferecida dentro do programa de mostras de autoria de Vicente Todolí juntamente com Andrea Lissoni. O projeto da exposição é apresentado concomitantemente com a mostra pessoal de Micol Assaël montada no espaço de exposição do "Shed" até 4 de maio de 2014. O calendário da Pirelli HangarBicocca prosseguirá com as mostras de Pedro Paiva e João Maria Gusmão (junho de 2014), Joan Jonas (setembro de 2014), Céline Condorelli (janeiro de 2015), Juan Muñoz (março de 2015) e Damián Ortega (abril de 2015).
Pirelli HangarBicocca
HangarBicocca, o espaço de arte contemporânea da Pirelli, é a continuação natural de uma longa tradição de atenção à cultura, à pesquisa e à inovação que caracteriza a empresa desde a sua fundação há mais de 140 anos. Graças ao empenho da Pirelli, HangarBicocca torna acessível ao público uma programação de alto nível e uma série de atividades para jovens e famílias, tendo se tornado, atualmente, uma referência na Grande Milão e perante o público internacional.
abril 27, 2014
Cristián Silva-Avária + Rodrigo Martins na Laura Marsiaj, Rio de Janeiro
A Galeria Laura Marsiaj tem o prazer de apresentar a segunda exposição individual no Rio de Janeiro do artista Cristián Silva-Avária, que se inaugura no dia 29 de abril.
Silva-Avária, que participou na última bienal de Veneza de 2013 em colaboração com o artista e cineasta alemão Harum Farocki , e que este ano esta indicado para o importante premio PIPA, trabalha principalmente em fotografia e vídeo sobre elementos residuais das tramas urbanas que definem tempos, espaços e lugares em diversas cidades. A ideia de encontro fortuito, o procedimento da deriva, e a edição de imagens em series, coleções e constelações é o processo de pesquisa e criação do artista sobre os efeitos secundários da grande produção de matéria urbana na contemporaneidade, e de consequentes cenários instáveis e transitórios.
Na exposição intitulada Mind the Gap, Silva-Avária apresenta uma grande quantidade de imagens realizadas em diversos formatos e matérias, tais como vídeo instalações de dois e três canais, fotografias em caixas de luz, diasec, c-prints, etc.
O eixo da exposição é baseado em encontros fortuitos do artista com o enigmático, o familiar e o não- familiar, a partir de derivas por diferentes cidades de América Latina e Europa. O titulo da exposição, apropriado da conhecida advertência do metro de Londres, é justamente o conceito que relaciona todas as imagens numa grande unidade. Mind the Gap (atenção com a buraco, o trecho, o intervalo) é uma exposição que reúne diversas imagens que procuram documentar, arquivar e comparar esses limites das sociedades contemporâneas que Michel Foucault chamou de “heterotopias” e “heterocronias”.
Cristián Silva-Avária mora no Rio de Janeiro Brasil desde 2011. É graduado em Arte Visuais pela Universidade de Chile, e atualmente desenvolve um projeto de pesquisa sobre imagem, cidade, viagem, trabalho e lazer no programa de pós-graduação em artes visuais da UFRJ com o apoio da CNPq.
Desde 1998, Silva-Avária participou de inúmeras exposições individuais, como “Observaciones Trasitoras” Homesession Art Space, Barcelona, Espanha (2013); Borderline, Galeria Patrícia Ready, Santiago de Chile (2012); Summertime, Kunsthaus Rhenania, Colônia, Alemanha (2012); The Reverso Project, Galeria Laura Marsiaj em Rio (2011) , entre outras.
Também, participou em mais de 40 exposições coletivas, incluindo bienais, encontros de arte e feiras internacionais, tais como a 55ª bienal de Venécia, a III Bienal do Mercosul-Brasil, a VII Bienal de Cuenca-Ecuador, a exposições “Chile & Italia” em Roma e “Fantasmatic” no museu Millenium, Beijing China.
Suas obras podem ser vistas em diversas coleções como coleção MAR (Museu de Arte do Rio), Rio de janeiro, Brasil; Instituto Figueiredo Ferraz, Ribeirão Preto, Brasil;coleção CCU, Santiago de Chile;coleção Patrimônio Artístico PUC, Santiago de Chile; coleção Consejo de la Cultura y las Artes. Gobierno de Chile, Santiago; coleção Galería Gabriela Mistral, CNCA. Gobierno de Chile, Santiago, e em diversas coleções privadas em Brasil, Argentina, Peru, Chile, Espanha, EEUU e Alemanha.
Links
Perfil do artista na galeria
www.youtube.com/user/silvaavaria
www.silva-avaria.com
Descoberto pela galeria há um ano, o jovem artista Rodrigo Martins abre sua primeira individual no dia 29 de abril. Rodrigo mostrará seis pinturas de diferentes formatos.
Buscando diferentes pontos de partida, as vezes o artista pinta de observação direta, as vezes utiliza a fotografia e eventualmente parte da escultura como forma de pesquisa pictórica, isto é, procura não só tocar naquilo que observa como em determinados momentos constrói o que passa a ser o assunto para a sua pintura. Em muitos momentos Rodrigo enxerga a relação da lógica do material e da mídia com a lógica do problema, isso acontece seja pintando uma montanha onde a tinta escorre ou pintando um muro com uma espátula, é infinita a relação que a pintura pode possuir com o mundo uma vez que aconteça a intimidade com o meio.
Rodrigo Martins acredita que seu ofício seja uma consequência do fato de ter-se voluntariado a estar em determinado lugar, isto é, existe uma relação dicotômica entre o controle daquilo que faz e o próprio trabalho. Dessa forma seu entorno permeia constantemente em tudo que faz, o próprio espaço de trabalho, onde passa a maioria do tempo, se torna grande fonte de pesquisa para o artista.
abril 23, 2014
Luiz Zerbini na Casa Daros, Rio de Janeiro
Exposição com cerca de trinta obras do conceituado artista brasileiro dá sequência à temporada dedicada à pintura iniciada na Casa Daros com a mostra “Fabian Marcaccio – Paintant Stories”
A Casa Daros apresenta para o público a partir de 26 de abril de 2014 a exposição “Luiz Zerbini – Pinturas”, com curadoria de Hans-Michael Herzog, que reúne cerca de trinta obras do destacado artista nascido em São Paulo, em 1959, e radicado no Rio de Janeiro. A quase totalidade dos trabalhos é inédita e pertence ao acervo do próprio artista, como as quatro pinturas recentes – em acrílica sobre tela, e em formato que chega a 2m x 3m – "Quadrado Maior, de 2013, "Hipermetrópico”, "Favela” e "Erosão”, de 2014.
O público poderá ver obras antigas, como "Peixes”, só vista no ano de sua criação, em 1996 – uma escultura com pintura composta por uma caixa de isopor, resina e tinta –, e duas “Sem título”, de 1999, uma monotipia e uma pintura de acrílica sobre papel.
Duas pinturas apenas vistas no exterior, como "Pedra Punk (2012) e "Medusa” (2011), pertencentes a coleções particulares, também estarão na exposição.
Estarão ainda na exposição desenhos, um conjunto de dez trabalhos da série “Copicsketch” (2011), em caneta sobre papel, dois feitos com cartas de baralho, de 2009, e três da série com slides, de 2009.
Da mesma forma que na exposição de Fabian Marcaccio há uma sala chamada Painting lab (laboratório de pintura), onde o artista revela seu “repertório”, Luiz Zerbini também mostrará uma versão inédita da instalação "Natureza espiritual da realidade” (2012), feita especialmente para a exposição, formada por uma mesa de cerca de dez metros de extensão, contendo elementos de seu cotidiano, com uma coleção de objetos que funcionam como ponto de partida de seu trabalho.
“Meu trabalho tem a ver com esse tempo suspenso e com a memória. Não a memória de fatos e acontecimentos cotidianos, que quase nunca consigo lembrar, mas uma espécie de memória visual, afetiva, que fica guardada num canto, num outro espaço que é muito presente... É como se fosse uma reorganização das minhas lembranças. As coisas que eu faço são impregnadas dessa memória”, afirma Luiz Zerbini.
A exposição integra a temporada dedicada à pintura, aberta por “Fabian Marcaccio – Paintant Stories”, que irá até 10 de agosto. Após a mostra de Luiz Zerbini, que ficará em cartaz até 25 de maio, a Casa Daros apresentará “Guillermo Kuitca + Eduardo Berliner – Pinturas”, de 30 de maio a 29 de junho, e “Vânia Mignone + René Francisco Rodríguez – Pinturas”, de 4 de julho a 10 de agosto de 2014.
O QUE ESTÁ POR TRÁS DA PINTURA
Hans-Michael Herzog, curador e diretor da Coleção Daros Latinamerica, sediada em Zurique, Suíça, conta que ao pesquisar a pintura atual no Brasil, e em qual artista brasileiro poderia fazer um diálogo mais direto com a obra “Paintant Stories”, de Marcaccio, pensou imediatamente em Zerbini. Apesar de ressaltar a individualidade de cada um, com pesquisas distintas, ele diz que é possível ver algo em comum, já que ambos buscam saber “o que é a pintura, o que está por trás da pintura”. “Zerbini desenvolve dois grandes caminhos – um mais racional, ordenado, regular, e outro emocional – resultando em dois tipos de pintura ao mesmo tempo”, afirma. Ressaltando que não o considera um surrealista, o curador diz que ele “joga com essas ferramentas”, ao trazer “visões de paisagens não conhecidas, invenções, a exuberância tropical, a vegetação, e nisso tem algo a ver com Marcaccio”. Hans-Michael Herzog chama a atenção também para o aspecto lúdico do artista, evidenciado na obra “Peixes”.
PROGRAMA DIÁLOGOS: LUIZ ZERBINI
No dia 26 de abril de 2014, às 17h, no auditório da Casa Daros, o artista Luiz Zerbini falará sobre sua trajetória em conversa aberta ao público, com a participação de Hans-Michael Herzog. A entrada é gratuita, com retirada de senhas na recepção uma hora antes.
Luiz Zerbini (São Paulo, em 1959. Vive e trabalha no Rio de Janeiro) é um dos artistas que despontaram na década de 1980 e chega à maturidade explorando praticamente todos os aspectos da arte contemporânea. Desde o trabalho individual como pintor, até o coletivo no grupo Chelpa Ferro, desenvolve sua linguagem na utilização diversificada de mídias como vídeo, escultura, fotografia, música, desenho, pintura, arte gráfica, ambientes e instalações. A obra de Zerbini é pelos críticos uma referência na arte brasileira.
Dentre as principais exposições individuais destacam-se as mostras “Amor lugar comum”, em Inhotim, Brumadinho, Minas, e “Papagaio do Futuro”, na Max Wigram Gallery, Londres, ambas em 2013; “Amor”, no MAM Rio, em 2012; “Every Jetsonhas a Flintstone Inside”, na Max Wigram Gallery, em Londres, em 2011; “Ele vê o que ele sabe”,no Galpão Fortes Vilaça, em São Paulo, em 2010; “Ruído”, na Casa de Cultura Laura Alvim, Rio de Janeiro, em 2009; “paisagem natureza morta retrato”, no Centro Universitário Maria Antonia, em São Paulo, em 2008; “Do Corpo à Paisagem”, no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo, em 2006; as mostras na Galeria Filomena Soares, em Lisboa, Portugal, em 2005; na Galeria Rabouan Moussion, em Paris, França, em 2001; as mostras no Paço Imperial, Rio de Janeiro, em 1998 e 1996; a exposição no Museu de Arte Moderna da Bahia, em Salvador, em 1995, dentre outras.
Vasco Araújo na Progetti, Rio de Janeiro
No próximo sábado, dia 26 de abril, às 18 h, o artista português Vasco Araújo inaugura na Progetti sua primeira exposição individual no Rio de Janeiro, intitulada “É nos sonhos que tudo começa”. A mostra conta com 7 telas e quatro esculturas da série “Debret”, que foram exibidas na Pinacoteca do Estado de São Paulo, em 2013.
São trabalhos ilustrados por uma série de elementos que exprimem uma ideia principal: a história da relação do europeu com o outro, no caso, índios e negros. Para legitimar sua obra, Vasco faz uma abordagem dessa relação com dois personagens da história, com gravuras de Debret e textos de Padre Antônio Vieira.
Por fim, as telas, que são compostas de tecidos de tapeçaria com temas tropicais, onde são impressos contos que remetem à intimidade doméstica da casa grande, entre o senhor e seus subjugados.
Vasco Araújo, nasceu em Lisboa, em 1975, cidade onde vive e trabalha. www.vascoaraujo.org
Em 1999 concluiu a licenciatura em Escultura pela FBAUL., entre 1999 e 2000 frequentou o Curso Avançado de Artes Plásticas da Maumaus em Lisboa. Desde então tem participado em diversas exposições individuais e colectivas tanto nacional como internacionalmente, intregando ainda programas de residências, como Récollets (2005), Paris; Core Program (2003/04), Houston. Em 2003 recebeu o Prêmio EDP Novos Artistas.
Das exposições individuais destacam-se : “Debret”, Pinacoteca do Estado de S. Paulo, S. Paulo (2013); “Avec les voix de l’autre”, Musée d’art de Joliette, Joliette (2011); « Mais que a vida », Fundação C. Gulbenkian/ CAM, Lisboa e MARCO, Vigo (2010) ; “Eco” Jeu de Paume, Paris (2008); “Vasco Araújo: Per-Versions”, the Boston Center for the Arts, Boston (2008); About being Different (2007), BALTIC Centre for Contemporary Art, U.K.; Pathos (2006), Domus Artium 2002, Salamanca; Dilemma (2005), S.M.A.K., Gent; L’inceste (2005), Museu do Azulejo Lisboa; The Girl of the Golden West (2005), The Suburban, Chicago; Dilema (2004), Museu de Serralves, Porto; Sabine/Brunilde (2003), SNBA, Lisboa.
Nas exposições colectivas destaque para a participação na “Investigations of a Dog”, Fondazione Sandretto Re Rebaudengo, Turim (2009); "Everything has a name, or the potential to be named", Gasworks, Londres (2009); “Em Vivo Contacto”, 28º Bienal de S. Paulo, São Paulo (2008); “Artes Mundi, Wales Internacional Visual Art Exhibition and Prize”, National Museum Cardiff, Cardiff (2008); “Kara Walker and Vasco Araújo: Reconstruction”, Museum of Fine Arts, Houston, (2007); “Drei Farben – Blau”, XIII Rohkunstbau, Grobleuthen (2006); “Experience of Art”; La Biennale di Venezia. 51th International Exhibition of Art, Veneza; “Dialectics of Hope”, 1st Moscow Biennale of Contemporary Art, Moscovo, (ambas em 2005); Solo (For Two Voices), CCS, Bard College (2002), Nova Iorque; “The World Maybe Fantastic” Biennale of Sydney (2002), Sydney; Trans Sexual Express, Barcelona 2001, a classic for the Third millennium (2001), Centre d’Art Santa Mònica, Barcelona.
O seu trabalho está publicado em vários livros e catálogos e representado em várias colecções, públicas e privadas, como Centre Pompidou, Musée d’Art Modern (França); Museu Colecção Berardo, Arte Moderna e Contamporânea, (Portugal); Fundação Calouste Gulbenkian (Portugal); Fundación Centro Ordóñez-Falcón de Fotografía – COFF (Espanha); Museo Nacional Reina Sofia, Centro de Arte (Espanha); Fundação de Serralves (Portugal); Museum of Fine Arts Houston (EUA), Pinacoteca do Estado de S. Paulo (Brasil).
abril 16, 2014
Colônias Submersas de Paulo Paes na EAV Parque Lage, Rio de Janeiro
“Colônias Submersas” insere-se no campo ampliado da arte contemporânea, e trata do desenvolvimento da pesquisa Fisálias, Continentes Flutuantes do artista Paulo Paes, que nessa etapa foi realizada através da bolsa de estímulo à produção em Artes Visuais da Funarte/Minc, e consistiu na construção de uma rotina de trabalho como objeto, focando o meio-ambiente como fonte de poesia e criação.
São experimentações na região costeira de Cabo frio e Arraial do Cabo, em torno da implantação e monitoramento de artefatos subaquáticos feitos com diversos materiais, que dão suporte a sucessões biológicas espontâneas, explorando a interface entre processos naturais e estruturas artificiais como espaço essencialmente criativo. Transformando o meio-ambiente em protagonista de uma ação cultural.
O horizonte projetado pelas ações envolvidas, abre uma discussão acerca das formas de relacionarmo-nos com a história e o meio-ambiente, dentro de uma perspectiva ética que reconhece a dimensão temporal das ações humanas e a mobilidade de suas soluções adaptativas.
O natural-artificial. Como demarcar esta fronteira? Que potências desconhecidas (naturais) cada ação humana mobiliza? Como elas repercutem no meio-ambiente ao longo do Tempo? O artificial pode se tornar natural pela ação do tempo?
São questões levantadas durante todas as etapas de realização da pesquisa do artista, e que serão discutidas nesse bate papo que será realizado no Parque Lage no próximo dia 24 de abril de 2015 as 19hs, com a participação do artista, do crítico de arte Luiz Camillo Osorio (ler texto crítico) e do webdesigner Marcus Wagner.
Em seus argumentos, Paulo destaca que: “o principal produto de uma rotina será sempre ela própria. Mas seu exercício gera, ao longo do tempo, uma cultura material e outra imaterial. Ou seja, toda a tecnologia, toda ferramental, todo equipamento criado visando atender suas demandas - no meu caso vai da embarcação ao vestuário passando pelas próprias Fisálias. É também o discurso produzido com ela – rotina - (e por ela). Digo com ela pra deixar claro que não houve discurso prévio, mas um que foi construído durante os dias e as ações realizadas, através de seu registro em multimeios.”
Todas essas informações estão publicadas no site www.continentesflutuantes.com.br, criado e desenvolvido pelo artista, ilustrador e webdesigner Marcus Wagner, que será lançado publicamente no Parque Lage. São fotos, vídeos, relatórios, esquemas, desenhos, manuais, mapas, links etc, ou seja, um banco de dados e imagens com gerenciador de conteúdos e mecanismo de buscas para disponibilização dessas informações ao público interessado, organizados em torno de duas linhas de tempo: Uma estática, denominada no menu de histórico, com as etapas/experiências anteriores do projeto, todas já encerradas. E outra dinâmica - a principal - que será alimentada por experiências atuais.
Esta obra foi selecionada pela Bolsa Funarte de Estímulo à Produção em artes visuais 2012.
abril 11, 2014
Chelpa Ferro, Cinthia Marcelle & Tiago Mata Machado e Henrique Cesar na Vermelho, São Paulo
Galeria Vermelho, São Paulo, SP - 16/04/2014 a 24/05/2014:
Chelpa Ferro - Aquário Suave Sonora
Cinthia Marcelle & Tiago Mata Machado - O Século e Rua de mão única
Henrique Cesar - O Informante
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A Vermelho apresenta, de 15 de abril a 10 de maio de 2014, as exposições “Aquário Suave Sonora” do coletivo Chelpa Ferro, “O Informante” de Henrique Cesar, e as instalações “O Século” e “Rua de mão Única” de Cinthia Marcelle e Tiago Mata Machado.
“Aquário Suave Sonora”, nova exposição do Chelpa Ferro na Vermelho, combina música experimental, com esculturas, instalações, e performance. Para a sala 1 da Vermelho, o coletivo criou um estúdio de gravação composto por duas cabines com tratamento acústico, que durante o período da mostra serão usadas como local de ensaio por bandas convidadas pelo coletivo.
Criado em 1995 pelos artistas Barrão, Sergio Mekler e Luiz Zerbini, o Chelpa Ferro trabalha com a pesquisa de fontes sonoras acústicas e eletrônicas, por meio da construção de máquinas e mecanismos sonoros não convencionais combinados a instrumentos musicais tradicionais. Seu trabalho utiliza a tecnologia para explorar possibilidades multi-disciplinares de diálogo com o cinema, o vídeo e com a performance.
Para a 25ª Bienal de São Paulo, em 2002, o coletivo criou polêmica com a performance “Auto-Bang”, realizada durante a abertura do evento. Nela, um Maverick ornamentado com signos e referências visuais dos artistas, foi completamente destruído. Posteriormente, partes do carro foram transformadas em esculturas sonoras. O coletivo participou ainda da 8ª Bienal de Havana, em 2003, da 26ª Bienal de São Paulo, em 2004, e da 51ª Bienal de Veneza, em 2005.
As exposições individuais e concertos do Chelpa Ferro possibilitam experiências únicas para o observador. É o caso de “Jungle Jam”, obra comissionada e apresentada em 2006 no FACT (Foundation for Art and Creative Technology), de Liverpool. “Jungle Jam” é uma instalação composta por trinta motores dispostos em linha horizontal sobre as paredes do espaço expositivo. Cada motor é conectado a um pino, e este a uma sacola plástica. Quando ativados por um sincronizador, os motores fazem girar os pinos e, com eles, as sacolas plásticas, que produzem sons ritmados.
O coletivo já realizou exposições individuais no Museu de Arte da Pampulha, no Museu de Arte Moderna da Bahia (2008), na Pinacoteca do Estado de São Paulo (2009), e no The Aldrich Contemporary Art Museum (2011), EUA.
A proposição de um estado de curiosidade e disposição contemplativa para a escuta e discussão das relações entre som e espaço são ideias sobre as quais se apoiam os trabalhos do Chelpa Ferro, sugerindo por meio de procedimentos distintos, um embaralhamento dos sentidos.
O Informante
Henrique Cesar
Instrumento utilizado para registrar simultaneamente a temperatura e a umidade relativa do ar, o termohigrógrafo é comumente usado em museus e espaços expositivos para medir a umidade do ar, como forma de controlar o desgaste natural decorrente das variações climáticas sobre pinturas, papéis ou esculturas. Por meio de um sistema que conta com um relógio, sensores mecânicos e canetas, a máquina gera um gráfico para cada ciclo de vinte quatro horas.
Temperatura e umidade são propriedades de um fenômeno e podem ser expressas quantitativamente. Em “O Informante”, Henrique Cesar emprega o termohigrógrafo como ferramenta de materialização do invisível e do impalpável. Durante os 26 dias de apresentação da instalação, na sala 2 da Vermelho, as informações transcritas pelo termohigrógrafo sobre folhas de papel quadriculado, serão apresentadas lado a lado sobre as paredes do espaço expositivo, criando um grande gráfico.
Tornando as condições e circunstâncias atmosféricas do ambiente visíveis, “O informante” pretende revelar a massa invisível do espaço expositivo, transformando-a em trabalho.
Cinthia Marcelle e Tiago Mata Machado
A artista Cinthia Marcelle e o cineasta Tiago Mata Machado apresentam na exposição dois vídeos criados em parceira.
“O Século”, de 2011, que já participou de várias exposições internacionais, como a última edição da Bienal de Istambul, em 2013, sugere uma metáfora acerca da vida nos grandes centros urbanos. O filme começa apenas com sons de pessoas correndo até que um objeto é arremesado para dentro do plano de visão. O filme evolui para um crescendo no qual objetos de todos os tipos vão sendo arremessados. A rua, pano de fundo da ação, torna-se um quadro desolado de objetos acumulados, poeira e fumaça, desprovido, entretanto, da presença humano. O conflito que ocorre por trás da câmera, é evidenciado apenas por meio de seus vestígios. Sem oferecer soluções para o que parece ser um loop eterno de luta, “O Século” aponta para a necessidade de imaginar novas estratégias políticas para romper o impasse da democracia nos dias de hoje.
Colaboração mais recente entre Marcelle e Mata Machado, “Rua de Mão Única”, de 2013, teve premiere mundial no festival de cinema de Rotterdã [Holanda]. O filme, segundo palavras dos artistas, constitui um contra plano para “O Século”. Ele revela o conflito físico entre manifestantes ausente em “O Século”.
Em ambos os trabalhos, “O Século” e “Rua de Mão Única”, apontam para o constante conflito entre política e sociedade.
Galeria Vermelho, São Paulo, SP - 16/04/2014 til 24/05/2014:
Chelpa Ferro - Aquário Suave Sonora
Cinthia Marcelle & Tiago Mata Machado - O Século e Rua de mão única
Henrique Cesar - O Informante
From April 15 to May 10, 2014, Galeria Vermelho is presenting the exhibitions Aquário Suave Sonora [Smooth Sound-Making Aquarium] by the artist collective Chelpa Ferro, O Informante [The Informer] by Henrique Cesar, and the installations O Século [The Century] and Rua de Mão Única [One Way Street] by Cinthia Marcelle and Tiago Mata Machado.
Aquário Suave Sonora, a new exhibition by Chelpa Ferro at Vermelho, combines experimental music with sculptures, installations and performance. For Vermelho’s hall 1, the artist collective created a recording studio consisting of two booths with acoustic treatment that will be used as a place for rehearsals by bands invited by the collective.
Created in 1995 by the artists Barrão, Sergio Mekler and Luiz Zerbini, Chelpa Ferro works with the investigation of acoustic and electronic sound sources, through the construction of unconventional sound-producing devices combined with traditional musical instruments. Their work uses technology to explore the multidisciplinary possibilities of dialogue with cinema, video and performance, creating partnerships with artists such as Debora Colker, for whom the collective created, in 2002, the installation Mesa [Table], part of the choreographer’s piece 4 x 4.
For the 25th Bienal de São Paulo, in 2002, the collective sparked controversy with the performance Auto-Bang, presented at the event’s opening. In it, a Maverick car decorated with marks and signs referring to the artists, was completely destroyed. The parts of the car were later transformed into sound-producing sculptures. The collective also participated in the 8th Bienal de Havana, in 2003, the 26th Bienal de São Paulo, in 2004, and the 51st Venice Biennale, in 2005.
Chelpa Ferro’s solo shows and concerts provide the observer with unique experiences. This is the case of Jungle Jam, a commissioned work presented in 2006 at FACT (Foundation for Art and Creative Technology), in Liverpool. Jungle Jam is an installation made up of thirty motors arranged in a horizontal line on the walls of the exhibition space. Each motor is connected to a shaft, which spins a plastic bag. When activated by a synchronizer, the motors rotate the shafts, thus moving the plastic bags, which in turn produce rhythmic sounds.
The collective has also held solo shows at the Museu de Arte da Pampulha, at the Museu de Arte Moderna da Bahia (2008), at the Pinacoteca do Estado de São Paulo (2009), and at the Aldrich Contemporary Art Museum (2011).
The proposal of a state of curiosity and contemplative willingness for listening and discussing the relations between sound and space provides the basis for Chelpa Ferro’s works, suggesting a shuffling of the senses through different procedures.
O Informante
Henrique Cesar
An instrument used to simultaneously record the temperature and relative humidity of the air, the thermohygrograph is commonly used in museums and exhibition spaces to measure the humidity of the air, as a means of controlling the natural deterioration from climatic variations on paintings, papers or sculptures. By way of a system that involves a clock, mechanical sensors and pens, the machine creates a graph for each 24-hour cycle.
Temperature and humidity are properties of a phenomenon and can be expressed quantitatively. In O Informate, Henrique Cesar uses the thermohygrograph as a tool for materializing the invisible and the intangible. During the 26 days of the installation’s exhibition, in Vermelho’s hall 2, the information transcribed by the thermohygrograph on sheets of graph paper will be presented side-by-side on the walls of the exhibition space, creating a large graphic.
By making the atmospheric circumstances and conditions of the environment visible, O informante aims to reveal the invisible mass of the exhibition space, essentially transforming it into an artwork.
Cinthia Marcelle and Tiago Mata Machado
At the exhibition, artist Cinthia Marcelle and filmmaker Tiago Mata Machado are presenting two videos made in partnership.
O Século [The Century], 2011, which has participated in various international exhibitions, including the last edition of the Istanbul Biennial, in 2013, suggests a metaphor about life in the large urban centers. The film begins with only the sounds of running people, until the first object is thrown into the camera’s view. The film develops to a crescendo in which objects of every sort are being thrown into the field of view. The street, the backdrop of the action, becomes a desolate painting of accumulated objects, dust and smoke, though bereft of human presence. The conflict that takes place behind the camera is evidenced only by way of scraps from the clash. Without offering solutions for what appears to be an endless loop of fighting, it suggests the need to imagine new political strategies to break the current impasse of democracy.
A more recent collaboration between Marcelle and Mata Machado, Rua de Mão Única [One Way Street], 2013, had its world premiere at the Rotterdam Film Festival in Holland. The film, according to the artist, works as a reverse shot for O Século. It reveals the physical conflict between the unseen protesters in O Século. Both the works, O Século and Rua de Mão Única, point to the constant conflict between politics and society.
Deserto do céu: Tomás Ribas e Vicente de Mello nas Cavalariças da EAV Parque Lage, Rio de Janeiro
Luz e imagem se encontram na nova exposição de Tomás Ribas e Vicente de Mello
Deserto do céu, EAV Parque Lage, Rio de Janeiro - 17/04/2014 a 01/06/2014
Os artistas Tomás Ribas e Vicente de Mello estarão juntos, a partir do dia 16 de abril, em uma exposição que promete despertar a curiosidade dos visitantes que passarem pelas Cavalariças da Escola de Artes Visuais do Parque Lage – espaço da Secretaria de Estado de Cultura. Batizada de Deserto do Céu, a mostra reunirá luz e imagem por meio de dois trabalhos que se complementam e lidam com os sentidos humanos e seus mecanismos de compreensão: Paredes e Death Valley.
Em uma sala vazia e escura, a obra Paredes, de Tomás Ribas, se forma a partir da interação de luz com fumaça, que faz com que planos pareçam sólidos ao olhar do público apesar de poderem ser atravessados. Esses planos - ou paredes - aparecem e desaparecem em lugares diferentes da sala, mudando a relação do visitante com o espaço. “Esse é um trabalho que ativa a percepção dos visitantes e chama a atenção para o modo como vemos o mundo”, destaca Tomás Ribas.
Ao mesmo tempo, Death Valley, instalação de Vicente de Mello, reveste as paredes da sala central das Cavalariças, até o teto, com impressões “lambe-lambe” que remetem aos gráficos de som e sua onda vibratória. “A ideia é a projeção de luzes coloridas sobre as paredes, que alteram a cromaticidade das cores da imagem pelo acender e apagar de refletores coloridos, em um ritmo específico, levando a um efeito hipnótico. Assim, a fotografia é desfigurada e o resultado são os efeitos de desaparecimento, redução, transformação e vibração da cor como um Big Bang enigmático”, afirma Vicente.
A ideia da exposição Deserto do Céu surgiu após o sucesso de outro trabalho em parceria dos artistas: a peça de teatro Deus é um DJ, dirigida por Marcelo Rubens Paiva, em 2011. Na ocasião, foi criado um cenário que transportava o espectador para o interior de uma galeria de arte. “Agora, com Deserto do Céu, entramos em áreas pouco conhecidas da nossa consciência, um vasto deserto tocável e infinito, e usamos a intuição como guia”, explica Vicente.
Concomitante à exposição, os artistas estarão com dois outros trabalhos na Capela, da EAV. Tomás Ribas apresentará a série Chamex, onde fará um trabalho com resmas, intercalando diferentes tipos de papel; e Vicente de Mello lançará o gibi Sete dias, que será impresso em papel de jornal.
Tomás Ribas é artista plástico e iluminador. Trabalha há dezoito anos com teatro, tendo ganhado três prêmios Shell de melhor iluminação. Esse ano ganhou os prêmios Cesgranrio, Shell e Questão de Crítica de melhor iluminação com a peça Moi Lui.
Vicente de Mello tem sua pesquisa fotográfica apresentada desde 1992. Desde então, já publicou o livro Aspera imagem, ganhou prêmio de melhor exposição de fotografia da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) e foi o primeiro brasileiro a ser convidado a participar da residência de artista no Espace Photographique Contretype, em Bruxelas, Bélgica.
Camille Kachani e Vick Garaventa na Zipper, São Paulo
Esculturas híbridas de Camille Kachani invadem a Zipper Galeria
Aproximando natureza, arte e processo, as obras de Kachani desafiam o equilíbrio como dinâmica, ora orgânica, ora inorgânica
Camille Kachani, Zipper Galeria, São Paulo, SP - 17/04/2014 a 10/05/2014
A Zipper Galeria apresenta, a partir de 16 de abril de 2014 às 19h, a primeira individual do artista libanês Camille Kachani na galeria. Com curadoria de Cauê Alves, a mostra reúne um conjunto de peças que enfatizam a dimensão poética de objetos que, afastados de seu caráter funcional, são transformados em esculturas e proporcionam diversos questionamentos.
As relações mais fundamentais se dão entre os elementos naturais e manuais, útil e inútil ou orgânico e inorgânico. O que se observa através da exposição, segundo o curador Cauê Alves, é que esses pares de opostos tendem a se transformar um no outro.
A madeira, material orgânico recorrente na produção do artista, aponta para um desejo de ser ressuscitada. Cabos são alongados como se estivessem vivos e folhas verdes brotam como se estivessem crescendo nos próprios objetos, espontaneamente e sem esforço.
Gaveta, martelo, foice, tesoura, enxada, faca, entre outros utensílios e ferramentas são sobrepostos e arranjados de maneira aparentemente instáveis, situando-se entre o equilíbrio e o desequilíbrio. A otimização dos objetos feitos para a mão não se adequa à nova função que adquiriram e criam um abismo entre o uso cotidiano dos objetos e a configuração da peça final. Essa distância aparece de modo mais direto quando copos, pratos, martelos e talheres são divididos ao meio. Há um pequeno hiato entre o espaço que separa as metades, a síntese de toda a exposição: a distância entre a totalidade e a singularidade partida da arte.
Camille Kachani (Beirute, Líbano, 1963), destaca-se no atual panorama da arte contemporânea brasileira por suas obras tridimensionais. Desde 2012, vem desenvolvendo um processo inventivo de possibilidades relacionadas ao processo de transformação da natureza. Suas obras são objetos híbridos, que investigam as condições originais e primitivas dos elementos naturais. Como exposições mais recentes, podemos citar sua individual na FUNARTE São Paulo, em 2008, e nas galerias Anna Maria Niemeyer, no Rio de Janeiro, e Galeria Thomas Cohn, em São Paulo, em 2010. Participou também das exposições coletivas: Annamaria Niemeyer: um caminho, no Paço Imperial, Rio de Janeiro, Espelho Refletido, no Centro Cultural Hélio Oiticica, Rio de Janeiro, 05+50 MARP 20 Anos, no Museu de Arte de Ribeirão Preto, e Panorama Terra, pela RIO+20, todas durante o ano de 2012
Cauê Alves (São Paulo, Brasil, 1977) é mestre e doutor em filosofia pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP). É professor da graduação e pós-graduação do curso Arte: história, crítica e curadoria da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, (PUC-SP) e do curso de pós-graduação da Escola da Cidade, Civilização América: Um Olhar Através da Arquitetura. Escreve regularmente sobre arte contemporânea e tem experiência em história da arte, teoria da arte e estética. Foi um dos curadores do 32º Panorama da Arte Brasileira do Museu de Arte Moderna de São Paulo (2011) e curador adjunto da 8ª Bienal do Mercosul (2011). Realizou, entre outras curadorias, a mostra Mira Schendel: Avesso do Avesso, no Instituto de Arte Contemporânea; e Quase Líquido, no Itaú Cultural.
Vick Garaventa ocupa o Espaço Zip’Up com pinturas, desenhos e gravuras
Vick Garaventa, Zipper Galeria, São Paulo, SP - 17/04/2014 a 10/05/2014
Paralelamente à exposição de Camille Kachani, a Zipper galeria apresenta a artista Vick Garaventa, com curadoria de Mario Gioia pelo projeto Zip’Up. Transitando num território entre algo científico e imaginário, a artista plástica Vick Garaventa reúne pinturas, desenhos, gravuras e peças tridimensionais, utilizando conceitos e temáticas hoje correntemente utilizados na arte contemporânea, como a catalogação, os arquivos e a reapropriação, recombina-os com ciências hoje esquecidas, como a frenologia, e investiga como podem ser trabalhadas essas insuspeitas junções nesta era da fragmentação e da circulação maximizada.
Vick Garaventa é artista plástica, brasileira, nascida em 1989 na cidade de São Paulo. Graduada pela FAAP no curso de Artes Plásticas, em 2010. Participou da 41ª e 42ª edições da Anual de Arte da faculdade, ganhando prêmio máximo de bolsa de estudos. Fez parte de diversas exposições coletivas, incluindo no Museu de Arte Brasiliera (MAB), em São Paulo, e no programa de exposições do Museu de Arte de Ribeirão Preto (MARP). Paralelamente, trabalhou como assistente de artistas como José Roberto Aguilar, Rodolpho Parigi, Ana Elisa Egreja e Adrian Villar Rojas. Foi também assistente de montagem para exposição no Museu de Arte Moderna (MAM) de São Paulo, em 2008.
Mario Gioia é graduado pela ECA-USP (Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo), coordena pelo quarto ano o projeto Zip'Up, na Zipper Galeria. Em 2013, assinou por tal projeto as curadorias das individuais de Ivan Grilo, Layla Motta, Vítor Mizael, Myriam Zini e Camila Soato. No mesmo ano, fez as curadorias da coletiva Ao Sul, Paisagens (Bolsa de Arte de Porto Alegre) e das intervenções/ocupações de Rodolpho Parigi e Vanderlei Lopes na praça Victor Civita/Museu da Sustentabilidade, em SP. Foi repórter e redator de artes e arquitetura no caderno Ilustrada, no jornal Folha de S.Paulo, de 2005 a 2009, e atualmente colabora para diversos veículos, como a revista Select. É coautor de Roberto Mícoli (Bei Editora), Memória Virtual - Geraldo Marcolini (Editora Apicuri) e Bettina Vaz Guimarães (Dardo Editorial, ESP). Faz parte do grupo de críticos do Paço das Artes, instituição na qual fez o acompanhamento crítico de Black Market (2012), de Paulo Almeida, e A Riscar (2011), de Daniela Seixas. É crítico convidado do Programa de Fotografia 2012/2013 e do Programa de Exposições 2014 do CCSP (Centro Cultural São Paulo).
Sobre o Projeto Zip’up
Idealizada por Fábio Cimino, a sala Zip’Up é um espaço experimental reservado para receber novos artistas e curadores, nomes emergentes e talentos ainda não representados por galerias paulistanas. O objetivo do projeto é manter a abertura a variadas investigações e abordagens, além de possibilitar a troca de experiência entre artistas, curadores e público, dando oportunidade e visibilidade a talentos em iminência e/ou amadurecimento.
Beatriz Franco e Mariana Felix na Mercedes Viegas, Rio de Janeiro
A galeria Mercedes Viegas Arte Contemporânea inaugura em 15 de Abril as mostras individuais de Beatriz Franco e Mariana Felix.
A série de 10 fotografias produzidas no Mar Mediterrâneo tem como tema central a cultura do sal, o “ouro branco” cobiçado por tantos povos antigos.
Em texto para a exposição, Giuliana Scime ressalta: "Podemos imaginar a surpresa de Beatriz Franco diante deste mundo tão diferente da sua experiência pregressa. Mas ela não se deixou encartar com a visão de todos aqueles elementos que compõem esse ambiente, também fascinantes e encantadores: moinhos de vento antigos, casas de colônias, pilhas de sal, garças e flamingos. Ela isolou, daquele contexto sugestivo, a essência, a mensagem final e determinante que não se encontra na observação do cenário como um todo, mas no detalhe onde o mar deposita o seu precioso dom, capturando o 'sabor' de um lugar que nenhuma imagem descritiva pode comunicar."
As imagens revelam a capacidade de Beatriz de subverter a fotografia como meio de ‘reprodução da realidade’: “Apenas alguns, Beatriz Franco entre eles, sabem filtrar o mundo objetivo através de um misterioso processo conceitual e construir imagens que se assemelham às ilusões. As linhas, os ritmos, as cores registram ondas sonoras que vibram suavemente em uma espécie de memória ancestral: “o mar que resta" dentro de nós.”
Nascida em Salvador em 1976, a fotógrafa e artista fez graduação em Psicologia, mas o contato com o pintor argentino Alejandro Kantemiroff levou ao desenvolvimento de um estudo do desenho como pesquisa e expressão do inconsciente. Beatriz é a artista mais jovem a figurar no livro ‘A História da Fotografia da Bahia 1839 2006’. Já expôs no MAMBA, Goethe Institut, Bienal do Recôncavo, Centro Cultural da Caixa, Carla Sozzani (Milão), Galeria Cândido Portinari (Roma), entre outras. Em 2010 ganhou uma bolsa de viagem da Secretaria de Cultura da Bahia e embarcou para uma residência de 3 meses na Itália, onde iniciou as pesquisas sobre o sal na Sicília.
Mariana Felix, Mercedes Viegas Arte Contemporânea, Rio de Janeiro, RJ - 16/04/2014 a 17/05/2014
Nascida no Líbano em 1972, Miri, como é chamada no meio artístico, mostra várias esculturas em pequeno formato, moldadas em terra cota.
Sua facilidade de propor alguma coisa de irredutivelmente humano e aberto, vem de sua experiência de vida em várias culturas. Nota-se também, de modo claro, como Mirì se inscreve em sua época e responde a seu modo às indagações de nosso tempo, sem retórica nem efeitos.
Ela se inspira em Giacometti, Moore, Brancusi, assim como Thomas Schütte e Leonilson. Em obras como vênus de Brassempouoy, e em outras vênus préhistóricas, cujo despudor parece evidente. Essas referências importantes indicam, o onirismo da forma, a abertura da obra para interpretações múltiplas, forçosamente subjetivas, mas, sobretudo, o silêncio que as rodeia.
O percurso da artista anuncia sua experiência em diferentes culturas e modos de vida: Líbano, Brasil, Estados Unidos, França. Daí surge talvez sua facilidade em propor alguma coisa de irredutivelmente humano e aberto. Nota-se também, de modo claro, como Miri se inscreve em sua época, responde a seu modo às indagações de nosso tempo, sem retórica nem efeitos: O que é que é estar junto? O que é que é travar conhecimento, amar? Será que a solidão nos impede de participar do mundo?
Segundo Miri: "...Meus trabalhos falam do corpo humano como instrumento de prazer e de sofrimento pessoal, bem como de relacionamento com o mundo exterior. Exploram inclusive a possibilidade onírica da metamorfose rumo ao bestial. Pesquiso constantemente os elementos que alimentam ou distorcem a harmonia gerando um universo inquietante, enigmático e lúdico.”
Mariana Felix se formou em Comunicação Visual (1992-96) Faculdade da Cidade, Rio de Janeiro, Brasil. Comunicação Visual (1992-96) Faculdade da Cidade, Rio de Janeiro, Brasil * École Nationale des Beaux Arts Paris, France (1999); Escola de Artes Visuais do Parque Lage, Rio de Janeiro Art Institute de Chicago"London 94"- History of Art Estética na Arte contemporânea com o filosofo Gerd Bornhein.
Mostras selecionadas
2007 Cariocavideo, Centro Cultural Oi futuro, Rio de Janeiro
2006 Multiplicidade, Centro Cultural Oi futuro, Rio de Janeiro
Épouvantable, Parc Champagne, Reims, França
Durexvideo/Cariocavideo, Teatro Académico de Gil Vicente, Coimbra, Portugal
2005 Galerie J. de la Fontaine e galerie Scamaroni, Charleville, França
Salon de Montrouge, Montrouge, França
2004 Posição 2004, Galerie do EAV, Rio de Janeiro
2003 Changing Channels, Berlim, Alemanha
Halles Boulingrin, Champagne, França
2002 Obras Recentes do MAC Niteroi
2001 10 d 2001 - Galerie do EAV, Rio de Janeiro
1999 Galerie Gauche - École Nationale des Beaux-Arts, Paris, França
Aquisiçoes Recentes - MAC Paraná, Curitiba
2° Premio de Jovem Revelaçao de Americana, São Paulo
1998 55º Salão Paranaense, Casa Andrade Muricy (trabalho premiado), Curitiba
Aquisições Recentes - MAC Paraná, Curitiba
Festa da Carne, Casa de Cultura Laurinda Santos Lobo, Rio de Janeiro
O ovo, Escola de Artes Visuais do Parque Lage, Rio de Janeiro
Secrel/marte, Espaço Cultural dos Correios, Rio de Janeiro, Brasil
Projeto Universidarte, Universidade Estácio de Sá, Rio de Janeiro, Brasil
1996 Metamorfoto, Galeria Delfim, Rio de Janeiro, Brasil
abril 8, 2014
Coletivo SHN ocupa o Ateliê Aberto, Campinas
Coletivo SHN ocupa o Ateliê Aberto com exposição e intervenções e inaugura o projeto anual Código Aberto
Artistas exibem trabalhos desenvolvidos colaborativamente durante workshops e período de residência
O Ateliê Aberto inaugura no dia 7 de abril, às 19 horas, a primeira exposição do ano com trabalhos realizados durante dois workshops promovidos durante o mês de março e abril pelo SHN. A exposição é resultado da ocupação do coletivo durante uma residência no Ateliê Aberto e parte da participação do público e de técnicas de serigrafia, fotografia e video mapping para discutir a cidade e suas possibilidades de convívio.
A mostra e o conjunto de atividades promovidos pelo espaço independente de arte fazem parte do programa anual, patrocinado pela Petrobrás, chamado Código Aberto, que ocorre de março de 2014 até março de 2015.
Na abertura da exposição, o coletivo baseado em Americana e São Paulo, assume o projeto sonZeira, com uma proposta audiovisual especialmente criada para a ocasião. A exposição de entrada gratuita fica aberta para visitação até o dia 23 de maio e nos dias 24 e 25 de abril os curadores Francisca Caporali e o venezuelano Alejandro Haiek realizam um mostra de vídeos e uma conversa aberta ao público referente ao tema deste primeiro módulo.
Fundado em 1997 e sediado em Campinas, o Ateliê Aberto é hoje o espaço independente em atividade mais antigo do país.
Código Aberto é um programa de ocupação anual do Ateliê Aberto que busca investigar e expor os mecanismos e processos da produção e criação contemporânea. Partindo da triangulação, artista, público e contexto, o projeto procura investir em processos compartilhados, experimentais e transdisciplinares. Com atividades internas e externas, o programa se divide em quatro módulos: Cidade, Corpo, Tecnologia e Imaginário. Juntos, esses eixos formam uma rede dialógica que busca instaurar novas possibilidades de convivío.
Do privado para o público, SHN, Rodrigo Braga, a dupla Flavia Regaldo e Aruan Mattos e Carla Barth conduzem essa experiência ao longo do ano em diferentes módulos. Os artistas participantes permanecem em residência no Ateliê Aberto e realizam um workshop, uma ação na rua e ocupam com intervenções as galerias e a fachada do Ateliê Aberto. Na abertura das exposições de cada um dos quatro módulos, acontece ainda o projeto sonZeira, uma apresentação audiovisual como grupo ou artista convidado. Cada módulo traz no CineCaverninha uma mostra de vídeos e conversa aberta com os curadores Francisca Caporali, Alejandro Haiek, Marcio Harum, André Severo e Clarissa Diniz.
SHN
1999. Americana e São Paulo
Coletivo de arte urbana formado por André Ortega, Daniel Cucatti, Eduardo Saretta, Haroldo Paranhos, Marcelo Fazzolin e Rogério Fernandes (CDR). Multidisciplinar, o grupo reúne artistas de rua com atuações diversas como música, arquitetura, tatuagem e vídeo-produção. O estúdio da cidade de Americana funciona como base para as ações do coletivo, que vão desde a produção de pôsteres, adesivos, camisetas, produção de vídeo, eventos, festas, cenários e exposições. SHN trabalha com ícones universais, ressignificando o conceito de logotipo e marca. Apropriação e transformação de imagens, assim como a transposição para diversas mídias, atravessam a discussão proposta pelo coletivo. Tiveram trabalhos expostos no Museu de Arte Contemporânea de Americana (2004), no Memorial da América Latina (2006 e 2009) e na Galeria Choque Cultural (2012). Mais informações: http://shn2012.tumblr.com/
Ateliê Aberto
O Ateliê Aberto é um organismo que investiga, idealiza e fomenta novos processos de gestão e criação em cultura contemporânea. Este laboratório permanente de processos colaborativos e de convívio é estruturado em três frentes coexistentes que se relacionam: espaço cultural, criação de projetos e prestação de serviços.
Para se relacionar com o seu entorno, o Ateliê propõe residências, ações, exposições, intervenções, mostras e debates ampliando as possibilidades de criação e pesquisa dentro do circuito da arte contemporânea. Com o objetivo de desenvolver essas relações e formar público, o espaço se tornou um articulador de ideias e experiências, promovendo reflexão social, cultural e política, trazendo à tona novas possibilidades de compreender nosso contexto.
Nessa busca constante, o Ateliê Aberto expande o espaço físico de sua sede e os espaços expositivos convencionais, rompendo também o distanciamento entre diferentes áreas do conhecimento e aproximando o público dos artistas.
abril 4, 2014
Alex Katz na Luciana Brito, São Paulo
Um dos maiores nomes da pintura norte-americana apresenta obras recentes na Luciana Brito Galeria e na sp-arte, pouco antes da inauguração de sala dedicada ao artista na Tate Modern
Alex Katz, Luciana Brito Galeria, São Paulo, SP - 08/04/2014 a 31/05/2014
Apesar de numerosas retrospectivas e exposições solo em instituições como Whitney Museu, Tokyo Seibu Museum of Art, London Institute of Contemporary Arts, MoMA PS1, Albertina Museum e Tate, e de ser tema de um dos mais aclamados ensaios do crítico Hans Belting, Alex Katz até hoje só realizou uma mostra individual no Brasil, em 2010, na Luciana Brito Galeria. A dupla de mostras que a galeria preparou para 2014, que acontece primeiro com três pinturas de grandes dimensões na sp-arte e depois com 11 trabalhos inéditos na galeria, será uma oportunidade para conhecer melhor uma produção central na história da arte moderna e contemporânea. O artista, aliás, terá uma sala exclusivamente dedicada a sua obra inaugurada na londrina Tate Modern em 28 de maio.
Mesmo para o público que teve a oportunidade de ver uma de suas retrospectivas, como a que o Whitney Museum organizou anos atrás, as exposições que a Luciana Brito Galeria organiza agora têm algo de importante a acrescentar. Isso porque, além do fato de o artista norte-americano ser pouco estudado no Brasil, essa é a primeira vez que sua série de couples (duplas, ou casais) é exibida mundialmente.
Alex Katz já havia anteriormente trabalhado a figura humana sobre fundo negro, mas, desta vez, suas opções cromáticas, somadas à presença insistente de duas pessoas, parece aprofundar um dos aspectos mais ricos de seu trabalho: a distância entre os seres. Se os tons escuros ressaltam um certo caráter de abismo que caracteriza essas distâncias, a presença de duas figuras humanas reitera que eventualmente estão representadas ali duas solidões compartilhadas.
Essa série – representada na Luciana Brito Galeria por três grandes pinturas e oito estudos – é um bom exemplo para se compreender aquilo que o artista, em entrevista ao curador e teórico Roberto Storr, comparou com a ideia do “pintor da vida moderna” forjada por Baudelaire, noção que o poeta concebeu para comentar o modo como Constantin Guys captava aspecto definidores da vida moderna. No caso de Alex Katz, pode-se dizer que – debaixo da beleza instantaneamente apreensível, do deleite visual de suas obras, do forte e depurado estilo – somos confrontados com o lado performativo da presença humana, tão exacerbado hoje em dia.
Há, na obra de Alex Katz, uma grande complexidade enunciada com extrema economia. O artista atinge esse nível de compreensão daquilo que pinta porque, como ele próprio definiu, procura retratar e não descrever. Alex Katz declaradamente dá grande importância à técnica e ao estilo, e esse tipo de rigor, somado ao modo como seus trabalhos em geral retratam pessoas elegantes e cenários que transmitem sensação imediata de conforto, pode enganar um observador apressado.
Por exemplo, nos três trabalhos que compõem a mostra do artista na sp-arte, há um cuidado na compreensão da luz que propõe uma reflexão que vai muito além do tema retratado – em termos meramente descritivos, as obras são três grandes pinturas de temas litorâneos ou solares, mas o que elas têm a dizer sobre nossa experiência no mundo e o potencial poético da pintura poderia encher compêndios.
Se estiver atento em meio às “ciladas” que uma arte tão depurada oferece, o público poderia reescrever o modo como o professor e crítico Donald Kuspit descreveu o trabalho de Alex Katz: fresco como o amanhã (“fresh as tomorrow”). O comentário foi feito sobre sua produção dos anos 60. Ao perceber o rigor e elegância com que ele se mantém abordando tanto a condição humana quanto questões formais e sensoriais, pode-se pensar em seu trabalho como ‘enigmático como o instante’.
SOBRE O ARTISTA
Nascido no Brooklin, Nova York, em 1927, Alex Katz era filho de um comerciante e uma atriz com forte interesse por poesia, ambos de origem russa. Em 1946, ingressou na Cooper Union Art School, em Manhattan, onde foi orientado por Morris Kantor. Sua primeira exposiçãoo individual acontece em 1954, na Roko Gallery, e o convívio subsequente com pintores como Larry Rivers, Fairfield Porter, o fotografo Rudolpf Burckhardt, e os poetas John Ashbery, Edwin Denby , Frank O’Hara e James Schuyler teria impacto em sua formação. No início da década de 60, influenciado pelo cinema, televisão e publicidade, passa a pintar em larga escala, interesse que ele funde a sua dedicação ao retrato. Aliás, o modo como ele utiliza os planos de fundo monocromáticos de certa forma antecipa um dos aspectos centrais da pop art. Com mais de 200 exposições individuais e quase 500 mostras coletivas em sua carreira, Alex Katz tem trabalhos em mais de 100 coleções, como as do Albright-Knox Museum, Buffalo; The Art Institute of Chicago; The Brooklyn Museum; Carnegie Museum of Art, Pittsburgh; The Metropolitan Museum of Art, New York; The Museum of Modern Art, New York; The National Gallery of Art, Washington, D.C.; The Whitney Museum of American Art, New York; Berardo Collection (Portugal); the Essl Collection (Austria); Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofia (Espanha); Saatchi Collection (Inglaterra); Tate Gallery (Inglaterra).
Lançamento do livro Mario Carneiro Trânsitos na Iberê Camargo, Porto Alegre
Reconhecido como o grande fotógrafo do Cinema Novo, Mario Carneiro ganha livro que reúne sua rica e produtiva atividade de pintor, gravador e desenhista, além da sua filmografia completa
Mario Carneiro Trânsitos será lançado das 17h30 às 20h30h, na quinta-feira, dia 10 de abril, na Fundação Iberê Camargo. O lançamento contará com uma conversa com os autores, autógrafos e distribuição gratuita dos livros para o público presente.
Contemplado com o Prêmio Procultura de Estímulo às Artes Visuais - 2010, o livro será distribuído gratuitamente às principais instituições culturais de todo o país, bem como, disponível para download gratuito através do site www.livromctransitos.com.br.
Seu “olhar educado nas artes visuais” – como o próprio Mario Carneiro gostava de dizer – foi o diferencial na sua fotografia de cinema, imprimindo nas suas imagens uma sensibilidade e uma temporalidade características. Sua concepção de iluminação foi identificada e celebrada por companheiros de trabalho e estudada por teóricos do cinema. No entanto, sua extensa e rica obra visual, composta por desenho, pintura, gravura e fotografia ainda não haviam sido reunidas e estudadas. A publicação do livro Mario Carneiro Trânsitos, 224 páginas, vem preencher esta lacuna, evidencia a dimensão da obra do artista e colabora para acrescentar informação à história da arte brasileira recente.
Os textos do curador, poeta e crítico de arte Adolfo Montejo Navas, do jornalista, escritor, pesquisador e crítico de cinema, Carlos Alberto Mattos e de Fabiana Éboli, artista plástica, professora e pesquisadora de artes visuais, respondem eficientemente ao conceito central do livro que é a ideia do trânsito do artista pelas diferentes linguagens.
Dividido em sete capítulos com cerca de 300 imagens, a edição descortina a vasta produção visual do artista multimídia reconhecido como o grande fotógrafo do Cinema Novo. Sua atividade profissional nos meios cinematográficos dispensa apresentação e a filmografia reproduzida na edição fala por si. Com a publicação do livro a contribuição de Mario Carneio no campo das artes visuais gerada em seis décadas de trabalho será revelada. O livro também presta grande contribuição na catalogação deste grande volume de obras de valor inestimável para a memória das artes visuais e pouco conhecida do público.
Mario Carneiro - O LIVRO
Evidenciar seu trânsito por diferentes linguagens. Mario Carneiro fez desenho, gravura, pintura, fotografia, cinema e se assumia como pintor. Sua formação universitária foi em arquitetura. Formou-se em 1955 na Faculdade Nacional de Arquitetura, no Rio de Janeiro, paralelamente ao estudo da pintura. O desenho foi uma constante, feito em casa ou no ateliê, nos sets de filmagem ou na prancheta. No período passado na França, fins da década de 1940 e início da de 1950, onde Mario Carneiro conhece Iberê Camargo e com ele estabelece uma amizade e há uma grande produção de gravura, ao lado do estudo da pintura. Nesta mesma época, junto com o pintor Jorge Mori, faz cópias dos grandes mestres no Louvre, exercita a fotografia e logo surge o cinema através de uma câmera presenteada pelo pai por sugestão da irmã. A fotografia em preto e branco atesta, já nos fotogramas da década de 40, um olhar agudo nos contrastes. Em 1953, Mario faz seus primeiros filmes amadores, alguns de caráter experimental e influência dadaísta, entre eles A Boneca, com colaboração de Mori.
A obra de Mario Carneiro, a maior parte produzida na segunda metade do século XX, é marcada pela passagem da modernidade para a contemporaneidade. Mario fez parte de uma geração de artistas que criou pontes nessa transição, explorando várias linguagens artísticas e deixando uma obra diversa e coerente com seu momento histórico. Através da apresentação e análise de sua obra, o livro quer contribuir para agregar informação ao estudo de aspectos da história da arte brasileira e da produção artística recente.
Os autores
Adolfo Montejo Navas
Poeta, critico e curador independente. Correspondente da revista internacional Lápiz, de Madri, desde 1998, e colaborador de diversas revistas culturais. Ganhou Premio Mario Pedrosa de Ensaio Arte e Cultura Contemporânea (2009, Fundação Joaquim Nabuco). Sua última produção bibliográfica inclui Anúncios (Katarina Kartonera, 2012), O outro lado da imagem - A poética de Regina Silveira (Edusp, 2012), Poiesis Bruscky (Cosac Naify, 2013).
Carlos Alberto Mattos
Jornalista, crítico de cinema e escritor. Autor de livros sobre os cineastas Walter Lima Jr., Eduardo Coutinho, Carla Camurati, Jorge Bodanzky, Maurice Capovilla e Vladimir Carvalho. Foi cooordenador de cinema do CCBB-Rio e presidente da Associação de Críticos de Cinema-RJ. Criou o DocBlog (extinto) em O Globo. É editor da revista Filme Cultura, escreve regularmente no site www.criticos.com.br e no blog www.carmattos.com.
Fabiana Éboli Santos
Mestre em Linguagens Visuais – EBA – UFRJ, artista plástica, professora na Escola de Belas Artes UFRJ – É socióloga, curadora e pesquisadora em artes visuais, tem em seu currículo diversos prêmios, exposições e textos publicados.
Abertura tripla na Artur Fidalgo, Rio de Janeiro
A Artur Fidalgo Galeria inaugura três exposições no dia 9 de abril: Cantantes Sedutores, de Malu Saddi; Exército Monarca, de Fábio Carvalho e Rever, de Gabriela Machado.
O espaço principal será dividido entre as individuais de Malu Saddi, que apresenta desenhos e pinturas e Fabio Carvalho que vai expor pratos em faiança, técnica de cerâmica tradicional. A pintora Gabriela Machado vai mostrar pela primeira vez suas esculturas com a instalação Rever exibida no Armazém Fidalgo.
Em seus desenhos Saddi sempre trabalhou com elementos naturais – como animais selvagens, flores e esqueletos –, e recentemente passou a incorporar linhas multicoloridas, círculos e geometria à sua produção. O resultado é um trabalho suave e que flui através dos centros deslocados, mas ao mesmo tempo apresenta uma estética caótica e imprevisível. A artista elegeu a forma cônica para conduzir obras que combinam estruturas orgânicas com elementos geométricos.
Inspirada em Bergson, que também utilizava a forma cônica para ilustrar a relação do ser humano com a memória, a artista inclui cones em várias de suas obras e faz deles guias dos visitantes por sua exposição. Além dos desenhos e das pinturas, a mostra Cantantes Sedutores apresenta duas fotografias, duas esculturas e um vídeo.
Na mostra Exército Monarca, Carvalho apresenta a produção dos pratos de faiança, uma técnica quase extinta de cerâmica, precursora da porcelana. O trabalho expõe o contraponto entre os uniformes camuflados dos soldados e a beleza exuberante e tóxica da borboleta monarca. A ideia é ir além do dualismo entre virilidade e fragilidade, masculino e feminino. O artista prova que os dois podem coexistir. Também traz a oposição entre duas formas de sobrevivência quase opostas, porém igualmente bem sucedidas, a camuflagem e o mimetismo usado por outras borboletas para ludibriar predadores: “Com a camuflagem, procura-se misturar ao ambiente, para não ser visto. Já no mimetismo acontece o oposto, trata-se de chamar muita atenção, para fingir ser quem não é. Mas ambos são estratégias de sobrevivência e proteção.”, explica. As obras foram criadas na recente passagem de Carvalho por Portugal, quando participou como convidado da residência artística na Oficina da Formiga, em Ílhavo.
Gabriela Machado mostra pequenas esculturas de barro canadense na vitrine do Armazém Fidalgo. As esculturas de Rever foram pensadas especialmente para o espaço e seu título propõe uma observação mais atenta do mundo e das relações entre as pessoas, a natureza e os objetos. Ao mesmo tempo, faz referência à nova fase da artista, que deixou momentaneamente a pintura de lado para trabalhar com peças tridimensionais. Nessa nova experiência, Gabriela explora a construção pela retirada e adição de matéria e a expressão moldada à força bruta, típicos do processo construtivo em barro.
SOBRE OS ARTISTAS
Fábio Carvalho
Carioca em atividade desde 1994, já realizou diversas exposições pelo Brasil e pelo mundo. É responsável por um site e dois blogs relacionados a arte em porcelana. Já realizou mais de cem exposições nacionais e internacionais, com destaque para sua recente atuação em Portugal, quando foi convidado para participar de exposições e da Oficina da Formiga, no ano passado. Além do país luso, acumula passagens por Reino Unido, EUA e Equador.
Gabriela Machado
Nasceu em Santa Catarina, vive e trabalha no Rio de Janeiro. Desde a infância aprendeu a apreciar a riqueza de um trabalho detalhado e bem feito, ao observar seu pai restaurar os afrescos de José Maria Villaronga. De lá para cá, trabalhou em projetos de restauração, cursou Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Santa Úrsula (1984), gravura, pintura e desenho e teoria da arte no Parque Lage (1987-1992). Passou a se dedicar exclusivamente às artes plásticas a partir dos anos 80, e desde então vem ganhando cada vez mais projeção no cenário nacional e internacional. Foi ganhadora do Prêmio Mostras de artistas no exterior, do Programa Brasil Arte Contemporânea da Fundação Bienal de São Paulo (2010) e tem exposto com frequência em galerias de destaque do eixo Rio-São Paulo e Nova York.
Malu Saddi
Natural de São Paulo, onde vive e trabalha. É graduada em Artes Plásticas na FAAP (2001). Para desenvolver seus projetos instalativos, utiliza referências da natureza, mostrando uma releitura que se baseia em linhas multicoloridas sobrepostas, vídeos, fotografias e obras sonoras. Já esteve em inúmeras mostras coletivas e individuais dentro e fora do país. Entre suas participações recentes, destacam-se a 17ª Bienal de Cerveira (Vila Nova Cerveira, Portugal, 2013) e a individual Ao que ergue entre linhas (Espaço W de Arte, Ribeirão Preto, 2011).
abril 2, 2014
Masao Yamamoto inaugura Marcelo Guarnieri em São Paulo
Artista japonês inaugura novo espaço da galeria Marcelo Guarnieri em SP
Em sua segunda individual na América Latina, o artista japonês Masao Yamamoto, residente na cidade de Gamagori, exibe no próximo dia 05 de abril (sábado), das 15h às 19h, trabalhos produzidos desde os anos 90 intitulados A Box of Ku, Nakazora e KAWA=Flow. Em ocasião da inauguração do novo endereço da Galeria Marcelo Guarnieri em SP, a individual apresenta uma série com livros, fotografias e instalação, que sinaliza a potência de uma poética da delicadeza na obra do artista, que possui trabalhos em coleções públicas e privadas nos EUA, no Museu Victoria&Albert, de Londres e na Maison Européenne de la Photographie, na França.
Em um mundo em que a imanência entre o homem e a natureza parece sinalizar uma ruptura, Masao Yamamoto debruça-se em suas fotografias para um olhar que ainda salvaguarda esta união. Em pequenos formatos, as imagens são tessituras, brechas, espaços de singularidades daquilo que mantém as relações entre os seres humanos e o espaço cíclico do natural: a memória e o tempo. O cotidiano, aspecto que singulariza o humano, torna-se no descuido do tempo algo ordinário. Interessa ao olhar não ocidental de Yamamoto, enxergar nas “pequenas coisas” imagens que se tornaram invisíveis no cotidiano, transformando-a em um profundo belo estético. Nada é pretensioso e desmedido, pois obedece ao tempo natural da vida. Após fotografar as imagens, o artista deixa que o tempo ordene a sua força, carregando consigo, em seu bolso, os momentos capturados. Com esse deslocamento, do homem-artista, as fotografias sofrem alterações: manchas, rasgos e vincos. “As imagens têm seu tempo dilatado, um álbum construído com personagens e cenas de uma memória coletiva e em envelhecimento provocado”, aponta o texto curatorial.
Após a passagem por “imagens amareladas e em contraste acentuado” em A Box of Ku, Masao sugere a suspensão do tempo, um intervalo, e que na língua de seu país pode ser traduzido como Nakazora, “um estado onde os pés não tocam o chão, o espaço entre o céu e a terra”. KAWA=Flow parte de um princípio budista, recontado pelas palavras do artista: “Buda ensinou que uma pessoa começa a viver para a morte no dia em que nasce, e não há nada mais óbvio que isso”. Série recente de sua obra intui, nesta, a dilação do tempo, interim entre a vida e a morte ou os processos que ocorrem no espaço da natureza: Um rio, fluxos e passagens: nascimento/morte - passado/futuro.
Importante galeria da cidade de Ribeirão Preto (SP) inaugura endereço no bairro dos Jardins
Reconhecido nome da arte moderna e contemporânea em Ribeirão Preto (SP), o galerista Marcelo Guarnieri pertence à geração dos anos 80 que levou para a cidade no interior de São Paulo, exposições e mostras de nomes como Iberê Camargo, Siron Franco, Carmela Gross, João Rossi, Lívio Abramo, Amílcar de Castro, Tomie Ohtake, Volpi, entre outros. Dominada, até então, pelos artistas locais, em um trabalho de vendas informal, Guarnieri, ao lado de João Carlos de Figueiredo Ferraz (hoje IFF) e colecionadores de arte, cultivou um espaço que hoje pode ser considerado o resultado de um trabalho de consolidação profissional de imagem e de um olhar estético técnico e apurado.
Por um período de dois anos, Marcelo foi diretor do Museu de Arte de Ribeirão Preto - MARP – em sua fase inicial. No ano de 2006 nascia a Galeria Marcelo Guarnieri com o desejo de criar um espaço fora do eixo Rio-SP, que dialogasse com nomes da arte moderna e contemporânea. Em oito anos, além das exposições mencionadas acima, a participação em feiras e eventos nacionais e internacionais, atraíram apreciadores da arte para o endereço. Resultado da experiência e da percepção de Guarnieri e de sua equipe: notaram que além da apresentação de nomes significativos do último período de produção artística, era necessário fortalecer, cultivar e estimular no público o entendimento da obra, do artista e do seu tempo de produção, por meio de visitas e atividades educacionais.
“Penso que criar essa nova mentalidade ainda é um processo em construção, porém, bem melhor que nos primeiros tempos. Hoje temos facilidades conquistadas com a Internet. Acabamos trabalhando, também, com clientes de SP e do Rio. No novo endereço em SP trabalharemos dentro da mesma filosofia da galeria de Ribeirão: Arte moderna e contemporânea num diálogo constante” avisa Marcelo Guarnieri, que garante o mesmo cuidado, qualidade e atenção; sinônimos que refletem o seu trabalho na unidade de Ribeirão.
Além do endereço paulistano - Alameda Lorena, 1966, no bairro dos Jardins - a galeria manterá suas atividades paralelas na cidade do interior. As exposições serão pensadas para os dois espaços, podendo exibir projetos simultâneos ou autônomos.
Zhanna Kadyrova na Baró, São Paulo
A artista ucraniana, ganhadora do prêmio principal do Pinchuk Art Centre em 2013, o mais importante de seu país, realizará sua primeira exposição individual no Brasil
A Baró Galeria tem o prazer de anunciar Street Collection, a primeira exposição no Brasil da artista ucraniana Zhanna Kadyrova, que será inaugurada no dia 5 de abril de 2014. Kadyrova aterrisou em São Paulo no dia 15 de janeiro deste ano e desde então vem realizando uma intensa pesquisa e exploração pelas ruas da cidade em busca de elementos que muitas vezes nos passam desapercebidos e que pudessem ser recompostos em poéticas e precisas esculturas de mosaico. A presente exposição é o resultado dessa experiência.
Zhanna nasceu em Brovary, Ucrânia em 1981 e atualmente vive e trabalha em Kiev, Ucrânia. Seu trabalho percorre diferentes suportes como fotografia, pintura, desenho, vídeo e performance mas foram suas esculturas em mosaico que a tornaram mundialmente conhecida. O mosaico é uma linguagem muito presente na Ucrânia e tem suas raízes na tradição soviética. Ao utilizar tal linguagem o trabalho de Kadyrova ganha significado histórico, político e social também pela utilização de materiais simples e rotineiros como telhas quebradas de cerâmica, cimento, madeira e pedra. Em 2013 ganhou o Main Award of the Pinchuk Art Centre Prize, o mais importante de seu país, e também participou da Bienal de Veneza.
Para a exposição na Baró, a artista apresentará uma instalação no salão de entrada da galeria com esculturas em mosaico de vestuários, manequins e araras feitos de madeira e azulejos de cerâmica tradicional que a artista pinçou por lojas e antiquários no centro. Ao contemplar as padronagens e estampas destes azulejos a artista se lembrou de roupas vintage, originando assim o tema da exposição.
Exposições individuais da artista
2013
Crowd, MoscowBiennale, Moscow, Russia
Data Extraction, Galleria Continua/San Gimignano, Italy
2012
Crowd, Pinchuk Art Center, Kyiv, Ukraine
Asphalt, Centre for Contemporary Art Ujazdowski Castle, Warsaw, Poland
2011
City Project, Black Square Gallery, Miami, USA
Invisible Forms, Mala Galereya of Mystetskyi Arsenal, Kyiv, Ukraine
Form of Light, publicart, Kyiv, Ukraine
2010
The Guide, Lavra Gallery, Kyiv, Ukraine
Apple, publicart, Lenin St., Perm, Russia
2009
Monumentto a New Monument, publicart, Sharhorod, Ukraine
Calculation, Regina Gallery, Moscow, Russia
Calculation, Рор-upproject, Kyiv, Ukraine
2008
Bench–Graphs, public art, under the auspices of City – Territory of Art project, Kyiv, Ukraine
2007
Prace [Work] (together with Alice Nikitinova), Nod Gallery, Prague, Czech Republic
And Mala Galereya of Mystetskyi Arsenal, Kyiv, Ukraine
2006
ORANGE SUMMER ‘06, Regina Gallery, Moscow, Russia
Diamonds (together with Andriy Sagaidakovsky), Center for Contemporary Art, National University of “Kyiv-Mohyla Academy,” Kyiv, Ukraine
2005
ORANGE SUMMER II (togetherwithLesiaKhomenko), Regina Gallery, Moscow, Russia
Prêmios
2013
Pinchuk Art Centre Special Prize (2013)
2012
Kazimir Malevich Artist Award
Sergey Kuryokhin Modern Art Award (Public Art)
Grand Prix – Kyiv Sculpture Project
Ricardo Alcaide na Baró, São Paulo
O artista venezuelano, conhecido pela abstração geométrica, realizará sua segunda exposição individual na Baró Galeria, em São Paulo
A Baró Galeria tem o prazer de anunciar Settlements, a segunda exposição individual na galeria do artista venezuelano Ricardo Alcaide, que será inaugurada no dia 5 de abril de 2014. Settlements propõe um “assentamento” de objetos e situações que se apropriam do espaço da galeria de maneira quase invasiva e que livremente ocupam as estruturas de metal apresentadas como símbolo de imponentes arquiteturas racionalistas. “Meu principal interesse nessa mostra se define pelo escultórico-pictórico e questiona os atuais valores da Arte, o caos e o progreso descontrolado”, define o artista.
Ricardo Alcaide nasceu em Caracas e atualmente vive e trabalha em São Paulo. Sua obra reflete as inquietudes do artista em relação ao encontro entre a precariedade das metrópoles e o modernismo – referência sócio-cultural e política da América Latina – e uma intenção de medir o estado atual da sociedade através da leitura de seus dejetos e as múltiplas interpretações que dela derivam. Fotografias, pinturas, esculturas e desenhos mostram a experiência da cidade e como o homem nela habita.Ausência e impossibilidades vitais são transmitidas através da análise das presenças e das construções arquitetônicas, até chegar a geometrias abstratas.
Seus últimos projetos de destaque em 2013: a obra Intrusions, para a Galeria Tajimar, em Santiago; a participação no programa SOLO curado pela dupla Julieta Gonzalez e Pablo Leon de La Barra para a terceira edição da Artrio, Rio de Janeiro,e o solo project para a Pinta, Nova Iorque,curado por José Roca, do departamento de Arte Latino-Americana da Tate. Também, no mesmo ano, tornou-se parte da plataforma interativaAbstraction in Action, dedicada à produção contemporânea de arte abstrata na América Latina, curada por Cecilia Fajardo-Hill em parceria com a conceituada Sayago & Pardon Collection.
Para a exposição na Baró o artista apresentará uma grande instalação de prateleiras de aço industrial com agrupamentos de obras criadas em ateliê e objetos coletados na rua – convertendo seu aspecto vulnerável em algo sólido e permanente; uma série de esculturas feita de bronze, desenvolvida a partir desses objetos e outras constituídas de materiais diversos e também pinturas.Dessa forma, Alcaide evidencia o “descartável” e sua natureza vulnerável, suscetível a destruição e desaparição e que requer um exercício de observação e redescobrimento.
Exposições individuais do artista
2013
Incidental Geometry, Project Room - Josee Bienvenu Gallery, New York
Solo Project, Curated by Jose Roca. PintaNY Art Fair, New York
From Disruption To Abstraction, New Art Projects Gallery (Formerly Fred Gallery), London
VISÃO DO PARAÍSO: PENSAMENTO SELVAGEM, curated by Julieta Gonzalez/Pablo Leon de la Barra, Rio de Janeiro
Here We Are And From Here We Go, Arroniz Arte Contemporaneo. Mexico DF
Una Forma De Desorden Invasivo, Galería Lucia de la Puente, Lima.
Intrusiones, Galería Tajamar, Santiago de Chile.
2012
Prototipo Vernacular, Galería Oficina nº1. Caracas.
Modelo de Observação, Espaço Cultural Instituto Cervantes. Sao Paulo.
2011
Solo Project. Curated by Pablo Leon De La Barra. Pinta Art Fair, London.
A Place To Hide. Baró Galería, Sao Paulo.
2010
A Place To Hide. Galería Blanca Soto, Madrid.
2009
Transeúntes. Galería Fernando Zubillaga, Los galpones, Caracas.
2008
The Sitters. A gosto da Fotografia. Galeria Solar Ferrão. Salvador de Bahia.
2007
Skinworks. Margalef & Gipponi Gallery. Antwerp.
2005
Azul de Noturno Mar. Espaco cultural da Caixa. Sao Paulo.
Coleções Públicas
Sayago & Pardon Latin American Contemporary Art Collection, California.
Zabludowicz Collection. London.
Colección Fundación Cisneros. Caracas.
LIMAC Museo de Arte Contemporáneo de Lima
Pinacoteca do Estado de Sao Paulo.
Museo de Arte Contemporáneo Sofía Imber. Caracas.
GAN, Galeria de Arte Nacional, Caracas.
Christian Dior Private Collection, Paris.
Latin American Art Collection. Fundación Noa Noa de Ignacio Y Valentina Oberto, Caracas.
Lançamento do livro Casa Triângulo 2013/1988 na SP-Arte, São Paulo
Livro permeia 25 anos de história da Casa Triângulo, uma das mais tradicionais da cidade de São Paulo
Os conteúdos produzidos para a realização do livro Casa Triângulo 2013/1988 configuram um conjunto de informações de caráter enciclopédico sobre a arte no Brasil nos últimos 25 anos.
Muito mais que um livro sobre a história da Casa Triângulo, das exposições realizadas e dos artistas revelados e apresentados ao longo destes anos, a publicação busca uma integração com todos os que construíram esse percurso, como forma de acrescentar um olhar sobre a recente história da arte no Brasil.
Sem precedentes, contempla a trajetória de aproximadamente uma centena de artistas, fundamentais para a compreensão da arte atual brasileira: Adrianne Gallinari, Albano Afonso, Alex Cerveny, assume vivid astro focus, Camila Sposati, Daniel Acosta, Dora Longo Bahia, Eduardo Berliner, Felipe Barbosa, Gustavo Rezende, Jarbas Lopes, João Modé, Laura Lima, Lucia Koch, Marcelo Solá, Marcia Xavier, Marco Paulo Rolla, Mariana Palma, Mauro Restiffe, Mônica Nador, Nazareth Pacheco, Paulo Climachauska, Paulo Whitaker, Rivane Neuenschwander, Rochelle Costi, Rodrigo Matheus, Rosana Ricalde, Rosângela Rennó, Rubens Mano, Sandra Cinto, Sergio Romagnolo, Tony Camargo, Valdirlei Dias Nunes, Valeska Soares, Vânia Mignone, Vicente de Mello, Yuri Firmeza, entre outros. E internacional: Enrique Marty, Jack Strange, Joana Vasconcelos, Marcel Dzama, Max Gómez Canle, Michael Beutler, entre outros.
Os textos são assinados pelos mais importantes curadores e jornalistas: Adriano Pedrosa, Agnaldo Farias, Alvaro Machado, Amelia Jones, Angélica de Moraes, Antonio Gonçalves Filho, Caio Fernando Abreu, Camila Molina, Carla Zaccagnini, Carlos Basualdo, Cauê Alves, Celso Fioravante, Dan Cameron, Daniela Labra, Eder Chiodetto, Fabio Cypriano, Felipe Chaimovich, Felipe Scovino, Fernando Cocchiarale, Fernando Oliva, Giancarlo Hannud, Josué Mattos, Juliana Monachesi, Kiki Mazzucchelli, Lisette Lagnado, Luis Camilo Osório, Marcelo Rezende, Marcio Harum, Maria Hirszman, Maria de Corral, Martin Grossmann, Moacir dos Anjos, Nico Israel, Paulo Reis, Rodrigo Moura, Silas Martí, Tadeu Chiarelli, Wayne Baerwaldt, Yuko Hasegawa, entre outros.
O livro Casa Triângulo 2013/1988 em números
- 852 páginas
- 437 imagens
- 235 páginas duplas com imagens
- 195 exposições
- 185 textos [incluindo 3 textos inéditos introdutórios + 1 texto de apresentação]
- 96 autores
- 94 biografias de artistas [com obras publicadas no livro]
- 11 páginas de índice de conteúdo
- 4 páginas com cronologia
Fotografia Transversa na FVCB, Viamão - RS
No ano em que comemora 10 anos, a Fundação Vera Chaves Barcellos inaugura dia 5 de abril a exposição Fotografia Transversa, com curadoria do poeta, crítico de arte e curador Adolfo Montejo Navas.
Nascido em Madri, Espanha, Montejo reside no Brasil há cerca de quatorze anos. Tem realizado diversas exposições de poemas-objeto e visuais e colaborado com diversas publicações culturais da Espanha e do Brasil. Primeira exposição exclusivamente fotográfica a ocupar a Sala dos Pomares, a mostra exibirá 48 obras: das coleções da Fundação, da coleção do curador e ainda contará com obras emprestadas por artistas participantes. Uma das novidades da mostra é a exibição de obras recentemente adquiridas com recursos do Prêmio Marcantonio Vilaça 2013.
Fotografia Transversa, como sugere o título, problematiza a condição da imagem fotográfica contemporânea, tratando da sua busca por uma transversalidade da linguagem (das suas intenções estéticas e semânticas).
Nas palavras do curador, a exposição investe no conceito de uma “fotografia que está além da fotografia”, que está dentro e fora dela – que sabe virar do avesso a sua história e se ver em outra contextualização de significados e dimensões –; que se metamorfoseia em outra coisa não canônica (nem refém de códigos pré-categorizados), mas utilizando, porém, elementos do vocabulário fotográfico para abrir-se a outras estratégias representacionais de imaginários mais livres.
Desse modo, os artistas selecionados para a mostra apresentam, em seus trabalhos, a fotografia em uma concepção ampliada: uma fotografia transversa, que mais plural, atravessa campos, transversaliza territórios e posições em favor de uma visualidade mais viva.
Participam de Fotografia Transversa, artistas brasileiros, latino-americanos e europeus: Alex Flemming, Alexandre Marchetti, Ana Dantas, Ana Vitória Mussi, Anna Bella Geiger, Arthur Omar, Begoña Egurbide, Brígida Baltar, Camila Schenkel, Cao Guimarães, Carmen Calvo, Celina A. Neves, Chema Madoz, Clóvis Dariano, Delson Uchôa, Elida Tessler, Enrica Bernardelli, Frederico Dalton, Helena Martins Costa, Hudinilson Jr., Joan Fontcuberta, Jorge Menna Barreto, Liliana Porter, Mário Röhnelt, Michael Chapman, Nelson Wiegert, Patricio Farías, Paulo Bruscky, Regina Vater, Ricardo Aleixo, Rodrigo Braga, Rosângela Rennó, Sarah Bliss, Sascha Weidner,Tatiana Blass,Teresa Poester, Vera Chaves Barcellos, Victor Arruda e Vik Muniz.
Paralelo à mostra, serão promovidos encontros com artistas, palestras, visitas mediadas, entre outras atividades que, juntas, dão forma a um Curso de Formação Continuada em Arte. Ao longo dos encontros, haverá a distribuição do material pedagógico destinado aos professores.
Este projeto está sendo realizado com recursos do Fundo de Apoio à Cultura (Pró-cultura RS FAC), Lei nº 13.490/10.
A questão do espaço na arte na EAV Parque Lage, Rio de Janeiro
Resultado do curso Projeto de Pesquisa, coordenado por Glória Ferreira e por Luiz Ernesto Moraes
A questão do espaço na arte, Escola de Artes Visuais do Parque Lage, Rio de Janeiro, RJ - 05/04/2014 a 04/05/2014
A Escola de Artes Visuais do Parque Lage – espaço da Secretaria de Estado de Cultura – abre, no dia 4 de abril (sexta), às 19h, a exposição “A questão do espaço na arte”, com obras recentes dos artistas integrantes do curso Projeto de Pesquisa, programa avançado da EAV Parque Lage, iniciado em 2012.
A mostra apresenta o resultado da segunda edição do programa e tem como temática a utilização do espaço na arte. Projeto de Pesquisa objetiva fomentar trocas e interfaces com convidados de diferentes campos de estudo e pesquisa, bem como com outros professores da EAV. O curso é destinado a artistas e pesquisadores de várias áreas e promove a reflexão teórica e prática sobre questões que permeiam o meio da arte em sua relação com o mundo.
A exposição – que ocupa diversos espaços da EAV Parque Lage, como a área verde, o casarão, o platô e as galerias – mostra trabalhos dos artistas AoLeo, Carolina Martinez, Eduardo Masini, Evandro Machado, Fernanda Terra, Marcelo Jácome, Nana Pôssa, Solange Venturi e Úrula Tautz.
As técnicas utilizadas são variadas, pinturas, esculturas, instalações, objetos e luzes, como a intervenção ‘plano vazado’, de AoLeo. Carolina Martinez usa a imaginação e a proposta da mostra no trabalho sem título em tinta acrílica sobre madeira, bem como na instalação ‘Rotação’, imitando o desenho do chão da sala onde fica a obra, nas paredes. A sensação é de que este elemento arquitetônico está em rotação gerando uma ideia de movimento no espaço construído.
Evandro Machado propõe utilizar luzes, demonstrando a presença da iluminação no espaço. A obra (“O registro do desenvolvimento do meu esquecimento”) de Eduardo Masini só pode ser vista no escuro. É porque envolve uma projeção de slides com intervenções variadas e intencionais, onde o som também se faz presente, se unindo às fotografias transmitidas. Já Fernanda Terra utiliza montagem fotográfica (“Não é casa e também não habita”), que investiga a articulação entre o corpo e o espaço/tempo e a dinâmica inventiva que esta relação pode proporcionar a todos, construindo, desconstruindo e propondo novas articulações corpóreo/espaço-temporal. Trata-se de camadas geológicas de tempo/ espaço acumuladas. São bilhões de anos da história da terra condensados em centímetros. É possível observar e escutar o que estas camadas têm a dizer e se relacionar diretamente com o tempo e espaço presentes. Marcelo Jácome vai construir uma teia de fitas tafetá, linhas de algodão, poliamidas e lã, com diferentes larguras e cores, na instalação ‘Seções espaço-temporais’. Nana Pôssa utiliza a Galeria EAV (fundo da parede) para demonstrar sua maneira de utilizar o espaço na arte. “Saturno devorando um lho II” é uma grande foto-instalação que consiste na produção de uma imagem com a fonte do Parque Lage jorrando água vermelha. Uma imagem escura remetendo a imagem de Goya.
Solange Venturi, outra aluna/ artista do Projeto de Pesquisa, pretende cobrir toda a parede frontal da Galeria 2 (na entrada do Casarão) com cabelo humano. Esse cabelo é colado diretamente na parede de forma a preenchê-la completamente. Ursula Tautz utiliza o hall da entrada principal (em frente à escadaria) para apresentar uma montagem fotográfica a partir de 7 imagens individuais-impressões fine art sobre papel algodão em caixa de acrílico (2009/2010), da série “Mesmo depois de agora, nada será como nunca foi”. A partir de montagens fotográficas abstratas de lugares em transformação, Úrsula cria o vazio. Tridimensionalizando-o, transforma em objeto penetrável, construído em alumínio (frio e reflexivo). Assim, ela obstrui a passagem, obrigando o espectador a conviver com o vazio e convidando-o à experiência de nele penetrar. A artista apresenta também um outro trabalho intitulado “Primeiros Atravessamentos”, da série Atopos, a utopia do topos, no Cofre da EAV. Trata-se de projeção de registro in loco, terra e folhas da Alemanha e do Brasil (2013/2014).
A exposição tem como centro o espaço, e convida o público a participar desta questão.
abril 1, 2014
Adriana Varejão no Galpão Fortes Vilaça, São Paulo
Adriana Varejão aborda miscigenação brasileira em nova mostra e lança livro em parceria com antropóloga Lilia Moritz Schwarcz
‘Polvo’ - que também dá nome à linha de tintas criada pela artista - terá instalações simultâneas em galerias de São Paulo e Nova Iorque
Adriana Varejão - Polvo, Galpão Fortes Vilaça, São Paulo, SP - 08/04/2014 a 17/05/2014
Há cinco anos sem realizar no país uma mostra apenas com trabalhos inéditos, Adriana Varejão apresenta a partir do próximo dia 5 de abril, no galpão da Galeria Fortes Vilaça, em São Paulo, a recém-criada série Polvo, fruto de uma pesquisa de forte caráter conceitual, desenvolvida ao longo de mais de 15 anos acerca da representação das cores de pele dos brasileiros e da maneira ambivalente como se define raça no Brasil. Na mesma ocasião será lançado o livro Pérola Imperfeita: A história e as histórias na obra de Adriana Varejão (Editora Cobogó e Companhia das Letras). A publicação, assinada em parceria com a historiadora e antropóloga Lilia Moritz Schwarcz, realiza um amplo mergulho na trajetória da artista, iluminando as referências de seu processo criativo. Adriana exibe também, a partir de 24 de abril, trabalhos da série Polvo na Lehmann Maupin Gallery, em Nova Iorque, e no segundo semestre inaugura novas exposições no Oi Futuro (RJ) e no ICA Boston.
Tentáculos
Polvo é o nome do conjunto de tintas idealizado e criado por Adriana Varejão, em torno do qual se articulam as exposições que acontecem no mês de abril em São Paulo (dia 5) e Nova Iorque (dia 24) e que teve sua primeira aparição pública em outubro do ano passado, na Victoria Miro Gallery, em Londres.
O ponto de partida para a criação das novas obras foi uma pesquisa de campo elaborada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) - a PNAD (Pesquisa de Amostra em Domicílios) - em 1976 e que consta de maneira integral no livro Pérola Imperfeita. Normalmente, o censo oficial brasileiro classificaria as pessoas em cinco grupos diferentes de acordo com sua cor de pele: branco, preto, vermelho, amarelo e pardo. Naquele ano, no entanto, a pesquisa domiciliar introduziu uma questão em aberto: "Qual é a sua cor?". O resultado foram 136 termos, alguns deles inusitados, cujos significados são muito mais figurativos do que literais.
Varejão selecionou os 33 termos mais exóticos, poéticos ou vinculados a uma interpretação especificamente brasileira de cor como suposto social, e a partir deles criou as suas próprias tintas a óleo baseadas em tons de pele. Assim, surgiram as cores ‘Fogoió’, ‘Enxofrada’, ‘Café com leite’, ‘Branquinha’, ‘Burro quando foge’, ‘Cor firme’, ‘Morenão’, ‘Encerada’ e ‘Queimada de sol’, entre outras.
O resultado mais imediato desse processo é um objeto de arte - uma caixa de design arrojado, com 33 tubos de tinta e cuidadosa tecnologia industrial, em versão bilíngue (múltiplo com tiragem de 200 exemplares) - que parodia o suporte convencional, bem como uma série de retratos da própria Adriana, reelaborados a partir dessas tintas. Ambos estão presentes nas três exposições.
Não são exatamente autorretratos, já que as pinturas originais foram executadas por pintores retratistas, sob encomenda. O caráter autoral, porém, é resgatado a partir das intervenções e reinterpretações dadas pela artista, que considera cada uma das exposições como uma espécie de instalação.
Desta forma, na instalação do Galpão Fortes Vilaça a cor da pele dos retratos permanece neutra, mas a imagem é complementada por uma série de pinturas faciais de caráter geometrizante e inspiração indígena, tornando ainda mais complexo o processo de hibridização e de deslizamento de significados entre os vários trabalhos da série ‘Polvo'. Nas mostras de Londres e Nova Iorque, por sua vez, a cor da pele é alterada, fazendo com que a modelo/autora se funda com as diferentes identidades cromáticas enunciadas na pesquisa e transforme a si própria num símbolo do caráter perverso da categorização social e racial vigente no Brasil.
As exposições encadeiam uma sequência de desafios conceituais que leva o público a refletir sobre questões relativas à desigualdade racial e social; especificidades culturais e ruídos inevitáveis derivados dos processos de tradução/adaptação de sentidos.
“Cor é linguagem”, defende Adriana, ao lembrar exemplos como o da tribo na Indonésia, cujos habitantes não nomeiam as cores, ou dos esquimós, que possuem muito mais classificações para tons de branco do que nós. “Quando nomeamos todos esses matizes de peles, a gente dilui a questão das grandes raças – conceito, aliás, já derrubado por terra pela biologia”, pontua.
O potente conjunto apresentado em Polvo mantém estreita relação com outros trabalhos da artista como Ex-votos e peles (1993), Testemunhas oculares, x, y e z e Castas mexicanas: espanhola, mestiça e castiça (ambos de 1997), que lidam com questões como miscigenação, colonialismo e a cor da pele, destacando o elemento identitário e de dominação mas também as relações de prazer e carnais que se estabelecem nesses contextos assimétricos. Temas que constituem uma espécie de chão do trabalho de Adriana Varejão, quer assumindo um caráter mais metafórico e sutil (como nas Tintas Polvo), quer adotando um caráter de forte expressividade, tributário da arte barroca (como na série Língua). Mesmo afirmando que o trabalho deve levantar questões e não respondê-las, Adriana reconhece a clara posição de crítica ao colonialismo em sua obra. “Gosto do Barroco porque é uma resposta ressignificada, latina, à Europa; uma espécie de contraconquista”, acrescenta.
A escolha do nome Polvo não foi imediata, mas responde com perfeição ao preciosismo compositivo da artista: trata-se de um animal (em clara referência às tradicionais tintas Águia, marca carioca que produziu as cores imaginadas por Adriana) que libera pigmento para se esconder e cuja composição é feita da mesma substância que a melanina humana, reforçando ainda mais o caráter metafórico do título. Esse caráter de paródia, reflexão simbólica sobre o mundo e suas contradições a partir de elementos aparentemente banais, tão presente na obra de Adriana Varejão, se faz sentir também por meio da ambiguidade semântica do termo polvo, foneticamente muito próximo ao coletivo e simbólico povo.
Diálogo
O livro Pérola Imperfeita: A história e as histórias na obra de Adriana Varejão (Editora Cobogó e Companhia das Letras) é fruto de uma fértil e inusitada parceria entre a artista e Lilia Schwarcz, que já rendera, em 2009, um ensaio para o livro Entre Carnes e Mares (Ed. Cobogó).
O objetivo primeiro desse novo livro, iniciado há cerca de quatro anos, era o de identificar e iluminar os fortes nexos existentes entre a obra de Adriana Varejão e a História. A tentação inicial de adotar um método de análise mais tradicional foi abandonado imediatamente. E a obra, um robusto volume de 360 páginas, reverbera de forma intensa o desejo de compreender essa trajetória não como uma cronologia fechada, mas como uma trama de narrativas e imagens entrelaçadas onde muitas temporalidades acabam por se misturar. Como explica Lilia, o ensaio busca questionar fronteiras estabelecidas, como as que dividem o sujeito do objeto de análise, a academia da produção artística, o histórico do contemporâneo.
O resultado é uma obra ao mesmo tempo visual e conceitual, descritiva e expressiva em que fronteiras entre ficção e não ficção encontram-se muitas vezes borradas. A narrativa, em primeira pessoa, foi escrita por Lilia. Mas a autoria é conjunta, fruto de uma construção recíproca entre texto e imagem e resultado de um diálogo inesperado entre as duas. “Procurei explicitar as referências e iluminar o processo criativo da Adriana”, explica a antropóloga.
No entanto, muitas vezes a obra vai além das intenções primeiras da artista, sugerindo outras “histórias”, não exatamente presas ao sentido original que Adriana conferiu ou mesmo a que buscou inspiração. “A ideia era que Lilia tratasse a História de forma mais antropofágica, como eu faço”, complementa a artista.
A reflexão sobre identidade e a tentativa de trazer à tona histórias ocultas, e pouco visitadas por uma História oficial, estão no cerne da aclamada produção da artista e, portanto, são os elementos centrais dessa reflexão. “Há algo de subversivo nesse processo, uma vez que potencializa elementos até então silenciosos”, conclui a historiadora e antropóloga. Além do mais, o livro mistura “histórias” públicas com histórias pessoais, introduzindo vários elementos da biografia da artista, igualmente “canibalizados” em sua obra.
O livro se organiza em torno de cinco capítulos, que enfocam as diferentes séries elaboradas e reelaboradas pela artista, passando de uma análise mais genérica da questão do colonialismo no trabalho, num alentado primeiro capítulo, a temas mais específicos, que envolvem pratos, saunas, gravidez entre os Yanomami, tatuagens, ama-divers, espelhos até chegar numa viagem em torno da importância da paródia e da antropofagia na arte de Adriana. O livro dialoga ainda com as referências e releituras que Adriana propõe de obras de artistas como Jean-Baptiste Debret (1768-1848), Nicolas-Antoine Taunay, Bordalo Pinheiro (1846-1905) ou da cultura Yanomami.
Não há roteiro preciso. As narrativas e histórias se mesclam e seguem um curso bastante livre, num trajeto quase circular, como ressalta Lilia, ao lembrar que o livro praticamente começa e termina com referência ao trabalho com as tintas Polvo e ao complicado tema da raça e das cores; aliás especialidade também da antropóloga.
Esse uso negociado e fluido das cores, que não elimina (apenas camufla) a enrijecida hierarquia social existente no Brasil é questão tratada por Lilia em muitos de seus livros, como O espetáculo das raças, aliás – e como se pode perceber pela leitura de Pérola imperfeita – texto e pretexto para o começo da amizade entre as duas.
No caso do livro, as imagens de referência e as diversas histórias sugeridas e evocadas sucessivamente têm peso quase equivalente ao do trabalho de Adriana. Ao longo da leitura, fica evidente como a artista devora e reprocessa criativamente as referências mais distintas, da paisagem tropical às saunas e piscinas de Budapeste, das gravuras de De Bry às pinturas de casta mexicanas e tradições da Igreja Católica.
Outro aspecto essencial da publicação é o equilíbrio sutil entre a escrita, as referências visuais e históricas fortemente presentes e a própria obra de Adriana Varejão. “Uma das coisas mais interessantes deste trabalho é que nem as obras ilustram o texto, nem o texto simplesmente narra as imagens”, destaca Isabel Diegues, da Editora Cobogó, a quem coube o papel de permitir e estimular o diálogo entre as duas autoras, dando corpo ao livro. A editora ressalta também o caráter inédito dessa aproximação, ainda rara no mercado editorial brasileiro, entre o campo da produção artística contemporânea e a reflexão acadêmica. “Nossa pérola é um pouco isso”, afirma, parafraseando o título do livro.