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fevereiro 28, 2014
Antonio Dias na Iberê Camargo, Porto Alegre
Antonio Dias - Potência da Pintura abre o calendário de exposições da Fundação Iberê Camargo
Antonio Dias - Potência da Pintura, Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre, RS - 14/03/2014 a 18/05/2014
No ano do centenário de Iberê Camargo, a Fundação que leva o nome do artista abre o calendário de 2014 em 14 de março com uma grande exposição de Antonio Dias, nome fundamental da arte brasileira, assinada pela curadoria do crítico e historiador de arte, Paulo Sergio Duarte. No dia 29 do mesmo mês, as pinturas realizadas por Iberê nos anos 1980, quando deixou o Rio e regressou a Porto Alegre, foram selecionadas por Lorenzo Mammi para Iberê Camargo: As Horas – O Tempo como Motivo. Com uma abordagem do conceito antropológico de “dádiva”, o sempre surpreendente Nuno Ramos apresenta no dia 30 de maio Duas Dádivas, com a curadoria de Alberto Tassinari. No mesmo dia abre a coletiva Liberdade em Movimento, com proposta curatorial de Jacopo Visconti, que utiliza o movimento (do artista ou da própria obra) como estratégia criativa. Já 22 de agosto será dedicado à Arte Povera, um dos principais movimentos da história da arte do século XX, com Traçar o Espaço Marcar, o Tempo, que tem curadoria do italiano Gianfranco Maraniello, diretor da Instituição dos Museus de Bologna.
O grande momento da Programação acontece no dia 18 de novembro, dia em que Iberê Camargo estaria completando 100 anos. O centenário vai receber uma homenagem à altura do mestre, um dos mais importantes artistas brasileiros do século XX, com obras e apresentações exibidas nos três andares expositivos do prédio, rampas, átrio e parte externa. A montagem das atividades e da mostra oficial tem curadoria do Comitê Curatorial da Fundação, integrado por Icleia Cattani, Jacques Lenhardt e Agnaldo Farias. A programação dedicada a Iberê vai se estender até março de 2015.
Antonio Dias - Potência da Pintura
Com abertura programada para convidados em 13 de março, a aventura cromática, a força do elemento pictórico e a contundência plástica da pintura de Antonio Dias, considerado como um elo entre o modernismo, o neoconcretismo e os artistas da década de 70, poderá ser conferida em Antonio Dias - Potência da Pintura, exposição concebida especialmente para a Fundação Iberê Camargo, em Porto Alegre. A mostra reunirá 28 obras recentes do artista (1999-2011) - 23 pinturas, esculturas, objetos e instalações - divididas entre o terceiro e o quarto andar do prédio. O boneco “peludo”, com o tamanho real de um homem, Seu Marido (2002), construído com latas de refrigerantes e recoberto por lycra amarela imitando pelos, e a tela História Resumida para Crianças (2005), receberão o público já no átrio. Em seus múltiplos meios de expressão, que contemplam tela, instalações, performances, gravura, fotografia, um LP, vídeo, objetos, a pintura dos últimos 13 anos é o ponto evidenciado no recorte do crítico e historiador de arte Paulo Sergio Duarte, curador da exposição e grande especialista na obra do artista.
“É uma exposição que eu mesmo espero ver, no sentido de me fazer perceber o que foi feito nestes últimos anos. Raramente tenho a oportunidade de ter quatro ou cinco telas recentes no meu atelier, são sempre poucos trabalhos e as exposições - proporcionalmente - são muitas. Às vezes, quando quero conviver mais com um trabalho, tenho que escondê-lo em outro atelier, para que eu possa ficar mais tempo pensando no que ele me propõe. Deste ponto de vista, a mostra é uma ocasião única também para mim. Isto foi possível graças à generosidade dos vários colecionadores e galeristas que emprestaram as obras”, diz Antonio Dias.
Para Paulo Sérgio, a pintura de Antonio Dias sempre desafia, produzindo simultaneamente superfície plana e volume. “A intensidade se divide e se movimenta de plano para plano. Diferencia-se porque cada momento da tela ao lado da tela, ao lado da outra tela, varia. Tem atritos, conflita entre si, essa briga interna, entre planos pacíficos, os vermelhos, por exemplo, que eclodem da sua verdade, evidente, e as superfícies ambíguas, que flutuam, nos cobres, dourados e verdes de malaquite”.
O processo para alcançar nuances tão ricas e únicas, com a dissolvição de cores segmentadas em porções de pinturas, já foi descrito por Antonio em entrevistas: “Às vezes é pigmento, na maior parte são minerais, mas é mais um material derramado, um banho de pós e aglutinantes que eu deixo escorrer na superfície. A única cor que é realmente tinta de pintura é o vermelho, que uso quase sempre chapado, sem marcas de pincel”.
Em Duas Torres (2002), criadas com latas de alimentos fundidas em bronze e apresentada na Fundação Iberê Camargo, Antonio Dias faz referência à tragédia de 11 de setembro de 2001, nos Estados Unidos. “É um trabalho político explícito. Essas torres que podemos abraçar, encerram nos seus corpos a nossa tristeza e a nossa impotência diante da história. São os melhores monumentos aos mortos de nossos dias, na sua dimensão modesta, firmeza material e fisionomia do resto; daquilo que é desprezado, uma escultura à altura do pensamento de Walter Benjamin. Melhor que qualquer Arco do Triunfo e chama ao soldado desconhecido”, diz o curador Paulo Sergio Duarte em seu texto do catálogo da mostra.
O deboche ganha forma com a obra Seu marido, cuja pele em tecido elástico amarelo foi confeccionada pela Coopa-Roca, uma cooperativa de artesanato e costura da comunidade da Rocinha, no Rio de Janeiro. “Ele é o retrato do homem contemporâneo. É grande, e exorbita na sua pele, tem pelos enormes, seria quase um gorila, não fosse amarelo. Seu membro é enorme, é um quinto membro, pois concorre com suas pernas. Vive sentado, nunca fica em pé, mas de vez em quando tem uns tremeliques. Excita-se, treme, mas depois se acalma. Essa imensa figura patética e tão divertida, sua existência quase inerte, realizada por espasmos, não tem um pouco de cada humano diante da imensidão do Ser? Esse deboche é quase um retrato”, comenta o curador.
Na instalação Satélites (2002), latas de queijo fundidas em bronze transformam-se em esculturas aéreas. “Esse microuniverso, de satélites sem planeta, sugere que o planeta somos nós. Ao observarmos, temos apenas nossos satélites que, por um momento, nos pertence”, comenta Paulo Sergio.
Sobre Antonio Dias
Nasceu em 1944, em Campina Grande(PB). Em 1957, muda-se para o Rio de Janeiro. Estuda sob a orientação de Oswaldo Goeldi no Ateliê Livre de Gravura da Escola Nacional de Belas-Artes. Realiza trabalhos de artes gráficas e o projeto de programação visual da Editora Tempo Brasileiro. Já em 1962, aos 18 anos, participa das primeiras exposições coletivas e realiza sua primeira individual na Galeria Sobradinho e, em 1964, a segunda na Galeria Relevo, ambas no Rio de Janeiro. Em 1965, participa da Bienal de Paris,onde recebe o prêmio de pintura, e da antológica Opinião 65,no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Ganha o prêmio da exposição “Jovem desenho brasileiro”,Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo.
Em 1966, participa da Opinião 66; em 1967, da “Nova objetividade brasileira”, ambas no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Nesse mesmo anomuda-se para Paris quando participa da mostra itinerante “Science fiction”, apresentada na Kunsthalle de Berna, no Musée des Arts Décoratifs de Paris e na Städtische Kunsthalle de Düsselforf. Citado, frequentemente, como um dos mais importantes artistas brasileiros de sua geração, Antonio Dias deve seu sucesso inicial ao talento precoce que manifestou numa produção crítica paralela à pop-art norte-americana e que conseguiu manter com vitalidade ao longo dos últimos 30 anos. Os ícones poderosos, dispostos numa composição inusitada que rompia as fronteiras entre a pintura e a escultura, marcaram seu trabalho do início dos anos 60 até 1967.
Em 1968, muda-se para Milão, cidade onde até hoje mantém uma de suas residências e ateliê. Ainda em 1968, inicia suas investigações conceituais concentradas na reflexão poética sobre as relações entre palavra e imagem, sendo, portanto, um dos pioneiros nessa linha de experiências. Participa da mostra “Dialogue between the Eastand the Western”, no National Museum of Modern Art de Tóquio, onde apresenta a instalação Do it yourself: freedom territory. Essas preocupações se estenderão até a segunda metade da década de 70. Em 1971, participa na 6th International Exhibition, no Guggenheim Museum de Nova Iorque; em 1972, ganha o Grande Prêmio da International Exhibition of Original Drawings, em Rijeka, Iugoslávia, atual Croácia; ainda no mesmo ano recebe a bolsa da John Simon Guggenheim Foundation.
Em 1988, recebeu a bolsa do Programa para Artistas de Berlim do Deutschen Akademsichen Austauschdiensts (DAAD). No segundo semestre de 1994, o Instituto Mathildenhöhe de Darmstadt realizou uma grande exposição retrospectiva dos trabalhos de 1967 a 1994.Depois, entre 2000e 2002 fez uma série de exposições no Brasil: no Museu de Arte Contemporânea (Coleção João Sattamini), Niterói; Museu de Arte Moderna, São Paulo; Museu de Arte Moderna, Rio de Janeiro;Museu Vale do Rio Doce, Vitória; Espaço Cultural Contemporâneo Venâncio, Brasília; Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, Fortaleza; Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães, Recife.Em 2009 e 2010 foi apresentada a exposição “Anywhere is myland”, na Daros, em Zurique, e na Pinacoteca do Estado de São Paulo.
Suas obras estão em importantes acervos como no Museum of Modern Art de Nova York, no Museum Ludwig de Colônia, na Lenbachhaus de Munique, no Museo de la Solidaridad, em Santiago do Chile, na Coleção Daros de Zurique, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro,no Museu de Arte Contemporânea de Niterói (Coleção João Sattamini), no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, no Museu de Arte Moderna de São Paulo, entre outros.
Sobre Paulo Sergio Duarte
É crítico, professor de história da arte e pesquisador do Centro de Estudos Sociais Aplicados – CESAP – da Universidade Candido Mendes na qual dirige o Centro Cultural Candido Mendes. Exerceu diversos cargos públicos na direção de instituições da educação e da cultura, entre outros participou da implantação do Núcleo de Arte Contemporânea – NAC da Universidade Federal da Paraíba – UFPb (1978-1979); projetou e implantou o programa Espaço Arte Brasileira Contemporânea – Espaço ABC – da Funarte (1979-1983); dirigiu o Instituto Nacional de Artes Plásticas da Funarte – INAP (1981-1983); foi Assessor-Chefe do Instituto Municipal RioArte, Chefe de Assessoria e Chefe de Gabinete da Secretaria Municipal de Educação e Cultura do Rio de Janeiro (1983-1986); foi Diretor Geral do Paço Imperial – IPHAN (1986-1990); Subsecretário de Educação do Estado do Rio de Janeiro (1991-93) e membro do grupo de implantação da Universidade Estadual Norte Fluminense – UENF (1991-1995).
Desde 1978, foi curador de muitas exposições individuais e coletivas de diferentes portes nas instituições que dirigiu, Curador Geral da 5ª Bienal do Mercosul (2005), do programa Rumos Itaú Cultural – Artes Visuais (2008-2009), e, junto com Felipe Scovino, da exposição Lygia Clark – uma retrospectiva (2012)no Instituto Itaú Cultural. Coordenou e participou de diversos encontros, congressos e seminários na área de artes visuais e patrimônio cultural.
Lecionou Estética nos departamentos de Arquitetura e Urbanismo, e Artes e Comunicação na Universidade Federal da Paraíba – UFPb (1978-1979); História da Cultura no curso de Desenho Industrial da Universidade Silva e Souza (1981-82); História e Arte Moderna no curso de pós-graduação de História da Arte e da Arquitetura no Brasil do departamento de História da PUC-Rio (1987-1990); Teoria e História da Arte na Escola de Artes Visuais do Rio de Janeiro – Parque Lage (1998 a 2005,onde voltou a lecionar desde 2012); desde 2000 leciona nos cursos de pós-graduação de Gestão Cultural e Produção Cultural da Universidade Candido Mendes.
fevereiro 19, 2014
Latitude leva 12 galerias à ARCO Madrid
Depoimentos sobre o Projeto Incubadora from Latitude on Vimeo.
Depoimentos a respeito do Projeto Incubadora do diretor da ARCO Madrid, Carlos Urroz, e de Guilherme Simões, que dá suas impressões sobre o Projeto pós-participação.
A parceria da Apex-Brasil com a ABACT para a promoção da internacionalização do setor de galerias de arte brasileiras leva grupo de galerias à feira espanhola, organiza talk sobre a internacionalização da arte brasileira e dá continuidade ao seu projeto Incubadora.
O projeto Latitude - Platform for Brazilian Art Galleries Abroad, parceria entre a Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) e a ABACT (Associação Brasileira de Arte Contemporânea) para a promoção da internacionalização do setor de galerias de arte brasileiras, leva neste mês de fevereiro à ARCO Madrid um número recorde de participantes. Ao todo, são 12 galerias associadas participando da ação, duas delas dentro do Projeto Incubadora - acompanhamento especial para galerias iniciantes no mercado internacional. A primeira edição do Projeto Incubadora aconteceu em 2013 com apoio dado a três galerias. Em 2014, as contempladas são Galeria Marcelo Guarnieri (Ribeirão Preto) e Galeria Pilar (São Paulo). Elas apresentam, respectivamente, os Solo Projects dos artistas Rogério Degaki e Fábio Flaks.
As demais galerias filiadas ao Latitude participantes da edição 2014 da feira espanhola são: Baró Galeria, Casa Triângulo, Emma Thomas, Galeria Jaqueline Martins , Luciana Brito Galeria, Mendes Wood DM, e Vermelho (São Paulo); Galeria Marcelo Guarnieri (Ribeirão Preto); SIM Galeria e Ybakatu Espaço de Arte (Curitiba); e Anita Schwartz Galeria de Arte (Rio de Janeiro).
Desde 2008, quando o Brasil foi o país homenageado pela ARCO Madrid e houve participação recorde de 34 galerias nacionais, não havia um número tão significativo quanto em 2014. A boa relação brasileira com a feira é histórica. Desde a década de 90 o Brasil vem marcando presença e a ARCO Madrid tornou-se um grande portal de entrada da nossa produção na Europa, comercial e institucionalmente.
Projeto Incubadora
Parceria entre o Latitude e a ARCOmadrid, o Projeto Incubadora é uma ação que consiste em um processo preparatório e didático para galerias de arte iniciantes no mercado internacional fazerem sua participação em uma importante feira de forma consistente, planejada e com alto nível de profissionalização.
Durante encontros e discussões antes, durante e pós-feira, as galerias do Projeto Incubadora recebem atendimento personalizado nas questões de curadoria, apresentação de projeto, logística, cronograma, composição de orçamento, ativação de mailing.
No ano de 2013 as participantes do Projeto Incubadora foram as galerias Emma Thomas, Jaqueline Martins e SIM Galeria,todas retornam esse ano, já parte do time de veteranas.
TALK sobre a internacionalização da arte brasileira
Além de apoiar as galerias com informações e financeiramente, o Latitude tem também como uma de suas principais atividades aproximar o público internacional dos temas ligados ao Brasil neste setor. Para ARCOmadrid 2014, Latitude preparou em parceria com a revista inglesa ArtReview a mesa redonda "Brazil: Being Local, Becoming Global". Dela, participam o co-curador da 31ª Bienal de São Paulo de 2014, o espanhol Pablo Lafuente, a galerista brasileira Luciana Brito e o curador mexicano Pablo León de La Barra, atualmente atuando como representante da América Latina no Guggenheim UBS Map. O mediador é Oliver Basciano, editor da ArtReview.
fevereiro 17, 2014
Débora Bolsoni no Coletivo 2e1, São Paulo
Artista exibe “Luminoso de Portão” e “Signboard” no espaço externo do sobrado do Ateliê Coletivo 2e1
Pacata Rua Teixeira e Souza também recebe instalações de Laura Vinci e Wagner Malta Tavares em 2014. Abertura no dia 15 de fevereiro, sábado, às 18 horas.
O Ateliê Coletivo 2e1 e a artista Débora Bolsoni inauguram no dia 15 de fevereiro, sábado, às 18 horas, as instalações “Luminoso de Portão” e “Signboard”. Realizadas na fachada, e também na garagem do Ateliê, as instalações fazem parte do Projeto Fachada, que prevê ainda o uso da área externa do sobrado como suporte pelos artistas Laura Vinci e Wagner Malta Tavares. A coordenação dos projetos é do curador Douglas de Freitas.
Neste projeto, a Débora toma como partida um dispositivo do mobiliário urbano, o portão da garagem que faz parte da fachada. Na intervenção, a folha do portão é substituída por uma grade semitransparente com um “splash” de anúncio publicitário vazio. Através do portão, se vê uma frágil escultura de areia na forma de um cavalete, também estratégia de comunicação urbana, que neste caso nada comunica.
Em seus trabalhos a artista constrói ironias sobre a ideia de 'domínio público' através de ações simplificadas, muitas vezes utilizando objetos do cotidiano. O interesse de sua produção recai no estranhamento daquilo que a princípio deveria ser familiar, usando um repertório material e simbólico da cultura de massa que fica entre o popular e o folclórico.
Débora Bolsoni
Nasceu no Rio de Janeiro, RJ, 1975. Vive e trabalha em São Paulo. Formada em artes plásticas pela ECA-USP. Estudou na Escola de Artes Visuais do Parque Lage no Rio de Janeiro e desenho na Saint Martin School of Art em Londres. Foi artista residente do Centro de Cultura Remisen-Brande, Dinamarca; do Museu de Arte da Pampulha, Belo Horizonte; e do MAMAM no Pátio em Recife. Realiza mostras individuais desde 2000 em espaços institucionais como o Centro Cultural São Paulo – CCSP (2011), MAMAM (Recife, 2007), Centro Universitário Maria Antonia – Ceuma (São Paulo, 2006) e também na galeria Marilia Razuk, que a representa.
Dentre as exposições coletivas mais recentes que participou, destacam-se a mostra “Artists Books” com curadoria de Jacopo Crivelli e Ana Luiza Fonseca para Astrup Fearnley Museet (Oslo, Noruega, 2013); “O Retorno da Coleção Tamagni – até as estrelas por caminhos difíceis” com curadoria de Felipe Chaimovich e Fernando Oliva para o MAM SP (São Paulo, 2012); "A Contemplação do Mundo- Mostra Paralela" com curadoria de Paulo Reis (São Paulo 2010); “Absurdo” com curadoria de Laura Lima para a 7ª Bienal do Mercosul (Porto Alegre, 2009); “De Perto, De Longe – Mostra Paralela” com curadoria de Rodrigo Moura (São Paulo, 2008); “Quase Liquido” com curadoria de Cauê Alves (São Paulo, 2008); “Cover – Reencenação + Repetição” com curadoria de Fernando Oliva (São Paulo, 2008) e “Contraditório – Panorama da Arte Brasileira” com curadoria de Moacir dos Anjos para o MAM SP (2007).
fevereiro 12, 2014
Coletiva Boas vindas na Lourdina Jean Rabieh, São Paulo
Boas vindas, Galeria Lourdina Jean Rabieh, São Paulo, SP - 17/02/2014 a 15/03/2014
SOBRE OS ARTISTAS
Clarisse Tarran, de Brasília, é artista multimídia e programadora visual, fundadora da extinta galeria Durex Arte Contemporânea, foi assistente de direção da EAV, Escola de Artes Visuais do Rio de Janeiro, participou e participa de coletivos de artes visuais e arte/política.
Formação: Comunicação Visual - PUC, RJ. Linguagem, Edição e Fotografia de Cinema - Academia Internacional de Cinema, RJ. Cursos na EAV (Escola de Artes Visuais) João Magalhães pintura - RJ e ateliês de Nelson Leirner, Charles Watson, entre outros.
Eduardo Frota nasceu em Fortaleza em 1959, onde trabalha e reside. Morou no Rio de Janeiro de 1978 a 1998, e nessa cidade foi professor da Escolinha de Arte do Brasil. Formou-se em Licenciatura Plena das Faculdades Bennet, frequentou a Escola de Artes Visuais do Parque Lage de 1979 a 1982, foi monitor do departamento de cursos do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, onde estudou com os professores Gastão Manuel Henrique, Aluisio Carvão, Ronaldo Brito, entre outros. Nos anos 90, em São Paulo, participou do workshop ministrado pelo artista Amilcar de Castro.
Gil Vicente nasceu em 1958 no Recife, onde trabalha e reside. Entre 1972 e 1981 estudou na Escolinha de Arte do Recife e nos cursos livres da UFPE e da Escola de Belas-Artes de Paris. Em 1975 recebeu o 1º Prêmio do Salão dos Novos, no Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco e, em 1981, o Prêmio MEC/FUNARTE do Salão de Arte de Pernambuco. Realizou mostras individuais no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, no MAM da Bahia, no MAC de Porto Alegre e no MAMAM do Recife (1990 – 2000). Desde 2005 expõe a série “Inimigos” em Recife, Natal, Porto Alegre e São Paulo. Participou da III Bienal do MERCOSUL, em 2001 e da 25º Bienal de São Paulo, em 2002. Integrou o Panorama da Arte Brasileira (em São Paulo e Madri) e participou da 29º Bienal de São Paulo, em 2010. Fez parte das exposições Blue Connection e Fragile Helden, em Frankfurt, em 2011.
Renato Valle nasceu no Recife em 1958, onde trabalha e reside. Estudou desenho com Francisco Neves (1978), Chalita (1979) e desenho e pintura com Fernando Lúcio (1980). Participou do curso Arte, Cultura e Sociedade na Fundação Joaquim Nabuco (1983). Estudou xilogravura e gravura em metal com José de Barros na UFPE (1990 – 1991). Com Flávio Gadelha, Laura Buarque e Andrea Moreira fundou o jornal mensal Edição de Arte (1988 – 1990). Foi eleito diretor técnico da Oficina Guaianases de Gravura (1993 – 1995). Desenvolveu o Projeto Dumaresq de Gravura e ministrou curso de desenho nos 7º e 8º Festival de Inverno de Garanhuns (1997 – 1998). Participou dos cursos de História da Arte Universal e História da Arte Brasileira na Fundação Joaquim Nabuco em Recife (1999). Realizou o projeto Grades de Caminhões, apoiado pelo Sistema de Incentivo à Cultura do Recife (2002). Participou no projeto Faço Arte no Museu do Movimento Pró-Criança e recebeu o Prêmio de Bolsa de Pesquisa e Criação no 45º Salão de Artes Plásticas de Pernambuco (2003).
Ronaldo Grossman nasceu no Rio de Janeiro em 1972. Em 1988 iniciou os estudos na Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Em 1991 se mudou para Portugal, onde estudou na Escola Superior de Belas Artes e também na Escola Arco. Realizou várias exposições individuais e, em 2003, voltou para o Rio de Janeiro e, em 2005, fundou a Galeria Novembro Arte Contemporânea. Foi diretor da galeria até 2009 e a partir dai se dedicou integralmente a sua produção artística
fevereiro 11, 2014
Coletivo Garapa + Marcelo Amorim na Zipper, São Paulo
Zipper Galeria, São Paulo, SP - 19/02/2014 a 15/03/2014:
Coletivo Garapa - Ficção Geográfica
Marcelo Amorim - Primeira Leitura
No dia 18 de fevereiro, às 19h, a Zipper Galeria inaugura a exposição “Primeira Leitura”, de Marcelo Amorim. Na mostra, com curadoria de Paulo Gallina, são exibidos trabalhos em papel em grandes dimensões, nos quais o artista reproduz, com tinta acrílica e aquarela, ensinamentos extraídos de cartilhas escolares dos anos 1920. Em cartaz até o dia 15 de março.
As imagens presentes nas obras que fazem parte dessa exposição foram encontradas por Marcelo Amorim em suas constantes visitas a sebos de livros antigos, bazares e lojas de segunda mão. “Quando encontrei estes livros fiquei maravilhado com a qualidade das ilustrações e ao mesmo tempo um pouco chocado com o conteúdo que disseminavam”, conta o artista. “Alguns costumes que se reiteram até hoje podem ser mais facilmente detectados ali. Parece que vemos ali uma história pregressa, origem de mal entendidos e preconceitos”, diz ainda.
Esses trabalhos dão segmento a um tema já pesquisado por Marcelo Amorim há alguns anos: o aprendizado baseado em imagens aparentemente inofensivas, mas que são na realidade tendenciosas. “Há alguns anos pesquiso livros didáticos, procurando problematizar uma pedagogia das imagens”, explica. “Nesta série apenas procuro refletir sobre o fato de usarmos livros didáticos culturalmente tendenciosos desde a primeira infância e em tantas situações. Temos fotos tendenciosas nas paredes e ensinamos uma História tendenciosa ilustrada com mapas tendenciosos. Determinadas imagens reforçam o poder, intimidam, ou simplesmente promovem a manutenção de opiniões que favorecem os que detêm o poder”, finaliza.
“Essas construções de Marcelo Amorim explicitam um procedimento moralizante transmitido para as gerações mais jovens através não dos preconceitos – habitantes da margem de nossa cultura – mas sim da mais explícita implicação cultural no ocidente, o livro. O artista tenciona as leituras indicadas pelos autores, de quem se apropria de desenhos e as frases que os acompanham, para assim explicitar paradigmas repressores disfarçados como aceitação do outro”, analisa ainda o curador Paulo Gallina.
O espaço Zip’Up da Zipper Galeria, sala dedicada a projetos experimentais, apresenta em 18 de fevereiro, às 19h, exposição do coletivo Garapa. Com coordenação do curador Mario Gioia e curadoria do coletivo de pesquisa Ágata, a mostra “Ficção Geográfica” é um momento de reflexão.
Ao voltar-se para os trabalhos desenvolvidos no ano de 2013, sendo eles "À Margem", "Calma", "Dissonante, Vago" e o inédito "Doble Chapa", o coletivo Garapa identificou um fio condutor que dá contorno a sua produção: a investigação da imagem que se encontra na fronteira entre o documento e a ficção, e ganha ressonância por se munir de múltiplas linguagens, como o cinema e a literatura.
Ao partir desse eixo temático, a exposição reúne obras que partiram de fatos históricos, como a Coluna Prestes, que foram resinificados ao colidirem com novos elementos e sensações, como na construção de um roteiro cinematográfico. Por fim, resta ao observador se questionar sobre a veracidade das narrativas multimídia propostas pela Garapa e a imparcialidade que as imagens parecem ter.
SOBRE O COLETIVO GARAPA
Fundado em 2008 pelos jornalistas e fotógrafos Leo Caobelli, Paulo Fehlauer e Rodrigo Marcondes, o Coletivo Garapa tem como objetivo pensar e produzir narrativas visuais, integrando múltiplos formatos e linguagens, pensando a imagem e a linguagem documental como campos híbridos de atuação. Entre as exposições mais recentes, destaque para Morar, O Espaço que Guardamos em Nós (2011, Museu da Imagem e do Som); Mulheres Centrais, Geração 00 (2011, SESC Belenzinho); A Margem (2012, Centro Cultural São Paulo) e Calma, I FotoBienalMASP (2013, Museu de Arte de São Paulo). Em 2009 e 2012, venceram o Prêmio Funarte Marc Ferrez de Fotografia e, em 2011, o III Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia.
SOBRE O COLETIVO ÁGATA
Formado em julho de 2012, o Ágata é um encontro de afinidades. Um coletivo multidisciplinar composto por Camila Martins, Juliana Biscalquin e Luciana Dal Ri, que identificaram na fotografia um vasto campo para a pesquisa e produção artística. Atualmente, o coletivo desenvolve uma pesquisa sobre o processo criativo de fotógrafos contemporâneos, acompanhando projetos em andamento dos mesmos. As impressões são mensalmente registradas na coluna “Fissuras”, publicada na revista Old, especializada em fotografia e no blog do LABMIS, residência artística, que o Coletivo Ágata integra.
fevereiro 10, 2014
Roesler Hotel: Dispositivos para um mundo (im)possível na Nara Roesler, São Paulo
Com abertura no dia 15 de fevereiro, Roesler Hotel #25 -- Dispositivos para um mundo (im)possível exibe um recorte da produção artística contemporânea a partir da década de 1980, buscando convergir poesia e política, estética e ética em obras que, segundo a curadora Luisa Duarte, "partem da constatação do fim das utopias modernas” e das quais “surge uma espécie de niilismo ativo, bem como a sobrevivência de algum valor crítico, humanista, e remotamente esperançoso”.
O ano de 1989 é uma das balizas da exposição: a queda do muro de Berlim, o fracasso dos governos de aspirações igualitárias, a ascensão dos yuppies e o êxito das políticas individualistas e liberais na contramão dos movimentos das décadas imediatamente anteriores, são contemporâneos à série de pinturas de Leonilson, nas quais o artista escreveu: "Leó não consegue mudar o mundo". Trazer Leonilson como ponto de partida talvez seja considerar que toda reflexão sobre uma nova possibilidade de vida em sociedade passe, prioritariamente, por uma verdadeira tarefa política de reconstrução de nossos afetos. Em diálogo com a sentença cética do artista, a mostra reúne trabalhos que refletem sobre os sonhos da modernidade e suas falhas. Não se entregando à desistência cínica ou a uma ingênua crença em mudanças através de obras de natureza assistencialista. Os trabalhos selecionadas apresentam novas possibilidades a partir do atual cenário, "como aberturas cultivadas entre ruínas de um projeto moderno inacabado".
Em Dispositivos para um mundo (im)possível, a arte, como testemunho de seu tempo e em diálogo constante com a sociedade, retoma a "digressão sobre o fim das utopias, mas (…) relativiza o caminho para 'se salvar' da impotência deste diagnóstico. A aposta aqui é na delicadeza, na crença convivendo com a desesperança. No possível como um espaço a ser questionado nos seus aspectos libertadores", comenta a curadora.
Obras de André Komatsu, Antonio Dias, Carlos Bunga, Carlos Garaicoa, Clarissa Tossin, Felipe Arturo, Guido van der Werve, Jorge Macchi, Laercio Redondo, Lais Myrrha, Leonilson, Lucia Koch, Marcius Galan, Marilá Dardot, Melanie Smith, Milton Machado e Nicolás Robbio fazem parte da exposição.
sobre a curadora
Luisa Duarte é curadora independente e mestre em filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Crítica de arte do jornal O Globo e membro do conselho consultivo do Museu de Arte Moderna de São Paulo, foi coordenadora do ciclo “A Bienal de São Paulo e o meio artístico brasileiro” na 28ª Bienal de São Paulo (2008), curadora da mostra Um outro lugar (Museu de Arte Moderna de São Paulo, 2011), e integrou a comissão curatorial do Programa Rumos Artes Visuais (Itaú Cultural, 2005/2006). Organizou, com Adriano Pedrosa, o livro ABC - Arte Brasileira Contemporânea, publicado pela editora Cosac Naify em 2014. Vive entre São Paulo e Rio de Janeiro.
sobre o roesler hotel
Idealizado em 2006, o projeto começou como uma rede de intercâmbio, uma oportunidade de convidar artistas e curadores a desenvolver projetos e expor suas obras. Foram, até o momento, vinte e cinco edições.Em 2012, com a ampliação da Galeria Nara Roesler, o projeto Roesler Hotel começou uma nova fase, tornando-se um programa paralelo ao da galeria, no qual curadores e artistas são convidados a colaborar. Este espaço foi idealizado para provocar novos modos de pensar e produzir, articulando a rede de artistas, galerias e curadores.
Raul Mourão na Nara Roesler, São Paulo
Raul Mourão - Moto, Galeria Nara Roesler, São Paulo, SP - 17/02/2014 a 15/03/2014
A Galeria Nara Roesler inaugura MOTO, exposição de trabalhos inéditos de Raul Mourão, no dia 15 de fevereiro (sábado). A mostra reúne esculturas cinéticas, pinturas, desenhos, fotos, vídeos e uma instalação em homenagem ao artista popular Selarón, morto em 2013. Mourão dedica a mostra ao designer André Stolarksi (1970-2013).
MOTO, segunda individual de Raul Mourão na Galeria Nara Roesler, apresenta um olhar amplo sobre o percurso do artista. Há esculturas cinéticas realizadas em tubos de aço galvanizado e braçadeiras, uma instalação composta de duas esculturas cinéticas e pequenas lâmpadas, seis vídeos da série DOC.DOT.MOV realizados em Nova York, onde o artista reside atualmente, além de fotos e pinturas da série #SETADERUA e esculturas e fotos da série #AGRADEEOAR.
¬O artista comenta: “a diversidade de suportes e temas é resultado de um dialogo direto com o livro MOTO, em que estou trabalhando desde julho passado. O livro é um ensaio visual que mistura documentação de obras realizadas, projetos em andamento, maquetes, pequenos desenhos e um encarte em homenagem ao artista Selarón. A partir de setembro resolvi transpor parte do livro para a exposição de mesmo nome. Diferente das ultimas exposições, no MAM, na Praça Tiradentes (ambas no Rio) e na própria Galeria Nara Roesler, onde apresentei essencialmente esculturas cinéticas, a exposição MOTO apresentará um conjunto heterogêneo de obras revelando uma diversidade que é traço marcante da minha produção desde o início, mas que nos últimos anos andava obscurecida.
A exposição conta ainda com uma instalação em homenagem ao artista popular Selarón, intitulada Suicidaram Selarón.
“Selarón foi encontrado carbonizado em janeiro 2013 na Escadaria que leva seu nome e fica na mesma rua onde funciona meu ateliê na Lapa há mais de 10 anos. Nesse período de convivência tivemos inúmeros encontros e fiz centenas de fotos da escadaria, dele trabalhando e de seus visitantes. Selarón azulejou com suas mãos a escada onde morava e trabalhava, sem lei Rouanet, sem captadores, sem produtores, sem patrocínio público ou privado. Construiu uma obra conhecida no mundo apenas com a colaboração de sua audiência, ao longo dos anos centenas de pessoas enviaram azulejos para ele. Uma obra colaborativa, interativa e em permanente processo. Ele criou, de uma tacada só, uma gigantesca obre de arte pública, um marco urbanístico e um ponto turístico. Ao azulejar sua rua desejava que esse gesto reverberasse pela região na forma de outras melhorias. Infelizmente isso nunca aconteceu. A Lapa segue abandonada pelo poder público e sob comando dos marginais”, escreve o artista no livro MOTO, que será lançado no segundo semestre.
No texto de apresentação da exposição, o escritor e ensaísta Francisco Bosco afirma: “a tensão — entre o mundo e a forma, o concreto e o abstrato, o significado e o significante, a heteronomia e a autonomia — que é o motor da obra de Raul Mourão está recolocada em um conjunto que ilumina o sentido geral de sua trajetória, consolidando-o, aprofundando-o e conferindo-lhe novas inflexões.”
sobre o livro
O livro MOTO, a ser lançado pela Automatica edições no segundo semestre de 2014, é um amplo ensaio visual sobre a trajetória do artista e inclui textos inéditos de Agnaldo Farias, Frederico Coelho, Felipe Scovino, Maria do Carmo Pontes, Eucanaã Ferraz e a participação de artistas convidados como Joshua Callaghan, Daniel Perlin, BNegão, Gustavo Prado e do fotógrafo, radialista e DJ Mauricio Valladares. O livro conta ainda com um encarte em homenagem ao artista popular Selarón, autor da escadaria que leva seu nome no bairro da Lapa no Rio de Janeiro e que foi encontrado morto na própria escadaria no dia 11 de janeiro de 2013. No encarte, a jornalista Karla Monteiro escreve sobre Selarón, sua obra, a misteriosa morte e os desdobramentos da investigação policial. Uma versão do livro estará disponível online no blog do artista no período da exposição.
sobre o artista
Raul Mourão é artista plástico, nasceu no Rio de Janeiro em 1967, estudou na Escola de Artes Visuais do Parque Lage e atualmente vive e trabalha entre NY e Rio. Apresenta seu trabalho em exposições individuais e coletivas desde 1991. Suas obras, construídas com diversos materiais, desenvolvem um vocabulário plástico com elementos da visualidade urbana deslocados de
seu contexto usual. Entre eles há referências ao esporte, à arquitetura, aos botequins e à sinalização de obras públicas.
Em 2010 iniciou sua série de esculturas cinéticas que foram exibidas nas seguintes exposições individuais: Tração Animal, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (2012); Processo, no Studio X, Rio de Janeiro (2012); Toque Devagar, na Praça Tiradentes, Rio de Janeiro (2012); Balanço Geral, no Atelier Subterrânea, Porto Alegre (2010) e Cuidado Quente, na Galeria Nara Roesler, São Paulo (2010); e também nas exposições coletivas Projetos (in) Provados, na Caixa Cultural, Rio de Janeiro (2010); Ponto de Equilíbrio, no Instituto Tomie Ohtake, São Paulo (2010); Mostra Paralela 2010, no Liceu de Artes e Ofícios, São Paulo (2010); Travessias, no Centro de Arte Bela Maré, Rio de Janeiro (2011); e From the Margin to The Edge, Sommerset House,
Londres (2012). Participou recentemente da 7ª Bienal de São Tomé e Principe (2013) e de O Abrigo e o Terreno, uma das exposições inaugurais do Museu de Arte do Rio (2013).
Como curador e produtor organizou exposições individuais diversos artistas nacionais e as coletivas Travessias 2 (Galpão Bela Maré, Rio de Janeiro, 2013), Love’s House (Hotel Love’s House, Rio de Janeiro, 2002) e Outra Coisa (Museu Vale, Vila Velha, 2001). Foi editor das revistas de arte O Carioca e Item. Fez também a coordenação geral do espetáculo multimídia FreeZone, que reuniu artistas de diversas áreas sob curadoria do poeta Chacal, no Rio de Janeiro, Curitiba, Porto Alegre e São Paulo. Junto com Eduardo Coimbra, Luiza Mello e Ricardo Basbaum criou e dirigiu a galeria e produtora AGORA, que funcionou na Lapa, Rio de Janeiro, entre 2000 e 2002.
Em 2005 lançou o livro ARTEBRA pela editora Casa da Palavra e em 2011 lançou o livro MOV pela Automatica Edições.
fevereiro 6, 2014
Rafael França na Jaqueline Martins, São Paulo
Rafael França - Prelúdios, Galeria Jaqueline Martins, São Paulo, SP - 12/02/2014 a 15/03/2014
Como parte do calendário de exposições de 2014, a Galeria Jaqueline Martins apresenta de 12 de fevereiro a 15 de março a exposição “Prelúdios: Rafael França”, com obras do artista Rafael França (1957-1991) e curadoria de Vitor Butkus. Na seleção de obras aparecem peças gráficas produzidas em São Paulo, entre 1978 e 1981, e vídeos realizados entre 1982 e 1991, época em que o artista viveu em Chicago (EUA). Contando também com documentos e anotações processuais de França, a seleção é um recorte que sinaliza momentos de transição na produção do artista.
Rafael França teve participação fundamental nas experiências que aproximaram arte e tecnologia nas últimas décadas do século 20, no Brasil. Inquieto, já no final dos anos 1970 fazia uso inovador de meios como o off-set e a fotocópia. Nos anos 1980, depois de passar pela videoinstalação, pela performance e pela intervenção urbana com o grupo 3NÓS3, destacou-se pelas propostas inovadoras na videoarte, com uma produção em que subverte, por exemplo, as formas regulares de ficção - seja ela cinematográfica ou televisiva. Morto precocemente em 1991, França tratou questões como a sexualidade e o corpo em obras caracterizadas, também, por uma intensa pesquisa das possibilidades da narrativa.
Nos seus trabalhos gráficos, feitos ainda em São Paulo, sobressai-se uma atenção aos processos de reprodução técnica. A videografia de França acusa, contudo, um ponto de virada, um turning point: os problemas estritos do meio cedem espaço, ali, para inquietações de ordem subjetiva, posicionamentos éticos (statements) diante de assuntos polêmicos como o suicídio, moções de desconforto em resposta à dificuldade das relações interpessoais.
A partir do seu contato com o vídeo, como estudante e, depois, professor na School of the Art Institute of Chicago, França fez acontecer uma transformação no seu leque de preocupações artísticas. Esta exposição apresenta uma leitura renovada dessa transição entre um experimentalismo formal e uma decidida implicação subjetiva. As escolhas curatoriais visam justamente o momento de transição, priorizando trabalhos que imiscuem o raciocínio técnico e o transbordamento (ainda que silencioso) das paixões. Além de vídeos, colagens, off-sets e fotocópias, serão exibidos.
Vídeos presentes na exposição:
“Reencontro”, 1984”, vídeo, 7'
O primeiro trabalho de uma trilogia que investiga a linguagem da narrativa de vídeo. Homem solitário confronta-se com seu próprio passado traumático e sua mortalidade. Confundindo as convenções de narrativa, o vídeo não tem som sincronizado ou história linear. A linguagem reflete a condição humana pós-moderna e as negociações complicadas entre emoção e modernidade.
“Getting Out”, 1984, vídeo, 5'
Neste segundo experimento sobre a narrativa de vídeo, objetos do cotidiano assumem significância psicológica quando a protagonista combate a opressão de seu ambiente doméstico. O realismo aparente é uma estratégia artificial para o desenvolvimento de uma trama que não traz a realidade, mas um estado de espírito.
“Without Fear of Vertigo”, 1987, vídeo, 11'
A obra questiona os conceitos de "ficção" e "não-ficção". Um jovem cometeu suicídio por causa de uma doença terminal. Um amigo que documenta a morte a pedido do suicida é julgado e preso como cúmplice. O testemunho do personagem é pontuado por entrevistas com pessoas reais discutindo as questões que se apresentam. Nesse vídeo, o próprio França e vários amigos brasileiros e norte-americanos discutem as experiências do suicídio e do enfrentamento da morte, exatamente num momento em que a Aids começa vagarosamente a aparecer como um flagelo (até aquele momento) restrito à comunidade dos homossexuais.
“O Profundo Silêncio das Coisas Mortas”, 1988, vídeo, 7'15"
Combina inovações formais e experiências com narrativa de vídeo. Homens falam de suas memórias sobre outros homens e como lidaram com o final de seus relacionamentos. Filmagens com câmeras portáteis no Carnaval do Rio de Janeiro e imagens distorcidas ou alteradas interrompem as revelações pessoais.
“Insônia”, 1989, vídeo, 8'23"
Um homem acorda no meio da noite e não consegue voltar a dormir. O vídeo explora os pensamentos persistentes que o perseguem enquanto permanece deitado e acordado. Pontuado pela aparição de uma drag queen cantando uma música romântica, combina experimentação formal com a lógica dos sonhos para retratar o sono como uma atitude psicológica ameaçadora e desconcertante.
“Prelúdio de uma Morte Anunciada”, 1991, vídeo, 5'
é uma verdadeira celebração dos valores que norteiam sua vida e dos quais ele jamais abriu mão, nem mesmo nos momentos de maior agonia de sua doença. No vídeo, o próprio França troca carícias com seu companheiro Geraldo Rivello, enquanto aparecem na tela os nomes de todos os amigos brasileiros e norte-americanos que foram vitimados pela Aids e a trilha sonora deixa correr uma dilacerante interpretação de La Traviata pela soprano brasileira Bidu Sayão, gravada em 1943. A última coisa que aparece no vídeo é o texto: "Above all they had no fear of vertigo" (Acima de tudo, eles não tiveram medo da vertigem), que claramente interliga Without a Prelúdio.
Fontes das sinopses: Heloise Costa (org.). Rafael França: sem medo da vertigem, Marca d’Água, São Paulo, 1997.
fevereiro 5, 2014
Stephen Dean na Triângulo, São Paulo
Stephen Dean, Casa Triângulo, São Paulo, SP - 11/02/2014 a 15/03/2014
Casa Triângulo tem o prazer de anunciar a nova exposição individual do artista franco-americano Stephen Dean na galeria. Inspirando-se nas últimas pinturas abstratas de Picabia, Dean apresenta trabalhos que enchem a galeria com pontos e manchas de tons saturados. Internacionalmente conhecido por seus vibrantes vídeos em grande escala, Dean escolheu um dos elementos chave da pintura: a cor, e a transforma em um meio por si só, que excede os seus trabalhos em papel e em suas instalações.
Intitulados Portraits [Retratos], 14 trabalhos se espalham pelas paredes do térreo da galeria. Esta série de trabalhos é feita de discos de vidro dicroico - material desenvolvido pela NASA para os visores dos trajes espaciais - montado sobre papel kraft marrom ou papel de alumínio preto. Estas composições geométricas, enganosamente simples, às vezes parecem máscaras de um período arcaico, às vezes expressões minimalistas de uma realidade escondida. Os trabalhos quase retangulares apresentam os discos em combinações de 3 e, como se fossem pequenas janelas que nos conectam com o mundo da cor, o vidro muda de cor de acordo com a luz e o movimento do espectador. Já familiarizado com as características do material, Stephen Dean explora as possibilidades deste raro meio técnico justapondo os complexos pedaços de cor mutante com um papel de embalagem cotidiano. Graças ao contraste de materiais, a atenção do espectador é focalizada diretamente ao que parece uma miragem de tons. A visão do espectador fica amarrada a um artefato hipnótico de qualidades instáveis em que apenas a cor permanece.
No primeiro andar da galeria, a celebração da cor continua com o vídeo Olé, que parte da serie Fever. O artista, que sempre grava cenas com uma forte carga ritualística, junta imagens filmadas nas touradas de San Fermines. As câmeras térmicas usadas pelo artista são as mesmas usadas pela medicina e militares. Com a crescente ansiedade pelas pandemias e o terrorismo, as câmeras térmicas tem aparecido para detectar a presença de febre nos corpos. Na era da globalização estas câmeras são também instrumentos de guerra, repressão e vigilância, pois elas são ferramentas para “fazer recuar as fronteiras espaciais” e acrescentar conhecimento para “fazer visível o invisível”. Esta mesma ferramenta é a que permite a Stephen Dean fazer arte e até. Sob a lente da câmera térmica, estas imagens perdem a sua qualidade figurativa e tornam-se manchas vermelhas, amarelas, verdes e azuis em movimento, puro material artístico.
Tanto nas séries em papel, como no vídeo Ole, Stephen Dean insinua uma alteridade de cores raramente vistas em estado puro.
STEPHEN DEAN
Nasceu em 1968, Paris/França. Vive e trabalha em Nova York/EUA e Paris/França.
Exposições recentes selecionadas
2014 The Beautiful Game, Los Angeles County Museum of Art 2013 Stephen Dean: Works on Paper and Edges, Baldwin Gallery, Aspen; Junkie's promises, Paul Kasmin Gallery, New York
2012 Shock of the News, National Gallery of Art, Washington DC; Masters of Chaos, Musée du Quai Branly, Paris 2011 Car Fetish, Tinguely Museum, Basel; Mary Poppins is a junkie, ShowRoom gallery, New York 2009 Stephen Dean: Watercolors and Videos, Baldwin Gallery, Aspen - Stephen Dean, Silent Pictures; Sara Meltzer Gallery, New York
Publicações Selecionadas
2012 Shock of the News, National Gallery of Art; Masters of Chaos, Musée du Quai Branly/RMN; Emily Sessions, Art=Text=Art, Works from the Sally and Wynn Kramarsky collection 2011 Jessica Stockholder, The Jewel Thief, Tang Teaching Museum, NY; Betty Sue Hertz, Audience as Subject, Yerba Buena Center for Art, San Francisco 2010 Eric de Chassey, I Mutanti, Villa Medici, Rome; Jean Hubert Martin, Against Exclusion, Moscow Biennial 2009 Roberta Smith, Stephen Dean, Silent Pictures, New York Times