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setembro 27, 2013
Pablo Siquier na Baró, São Paulo
Referência na arte argentina, artista combina precisão e primitivismo ao construir três desenhos agigantados que utilizam a técnica de papel sobre parede
Pablo Siquier, Baró Galeria, São Paulo, SP - 01/10/2013 a 30/11/2013
Em Contratura, mostra individual do argentino Pablo Siquier, precisão e primitivismo combinam-se inusitadamente, em três painéis agigantados inéditos. “São apenas três desenhos para ocupar um espaço enorme”, afirma o artista. Na série inédita, Siquier emprega a técnica de desenho a carvão sobre parede, porém transformando-a ao adotar a execução de grandes formatos.
Os desenhos são realizados em um programa vetorial 3D, e depois transferidos para a parede manualmente para a parede da galeria. “São desenhos hiperprecisos e exatos, executados por uma ferramenta primitiva e errônea”, comenta Siquier.
Desta forma, o artista adota um ponto de partida extremamente preciso e limpo e o combina a uma resolução final primitiva e suja. Ele conta que a realização dos desenhos no computador é lenta e trabalhosa, e chega a levar meses. “Se os artistas se dividem entre talentosos ou esforçados, pertenço sem dúvidas à segunda categoria”, afirma.
“Um dos desafios desta exposição é a sala, a maior deste mundo!”, brinca Siquier que nela realizará apenas três desenhos agigantados. Segundo ele, os desenhos são complexos, ou “complicados, secos e duros”, como prefere defini-los. E ele ressalta que é apenas o ritmo ornamental, produto da repetição dos elementos, que dá ao olho alguma tênue alegria. “São o oposto da fluidez”, resume.
A obra do artista argentino Pablo Siquier, referência na arte argentina, divide-se em séries perfeitamente diferenciáveis, e cada uma delas corresponde a um sistema específico de representação. Na mostra Contratura, os desenhos apresentados na Baró pertencem à série que utiliza carvão sobre parede, a quarta de suas séries.
Mariana Sissia na Baró, São Paulo
Na mostra El Templo como Microcosmos, a artista argentina apresenta um painel inédito de 15 metros, criado a partir da incorporação da técnica de observação remota
Mariana Sissia, Baró Galeria, São Paulo, SP - 01/10/2013 a 30/11/2013
A argentina Mariana Sissia inaugura a individual El Templo como Microcosmos na Baró Galeria no próximo sábado (28/9). Na exposição, a artista mostra um único desenho-instalação inédito de 15 metros, feitos utilizando a técnica de grafite sobre papel e erguido sobre uma estrutura de madeira.
Para desenvolvê-lo, Sissia recorreu a técnicas de percepção remota, explorando imagens imperceptíveis ao olho humano, como as espaciais ou as microscópicas. “A impossibilidade física de perceber tais imagens e de nos vermos obrigados a crer que existem foi meu foco de interesse”, explica. O resultado é um mapeamento panorâmico que remete às múltiplas camadas de significações atribuídas ao que não pode ser visto.
Sissia conta que o estímulo adotado para desenvolver o desenho exposto em El Templo como Microcosmos surgiu em meados de 2012. Foi neste ponto de sua carreira que a artista passou a deslocar seu interesse pela paisagem, característica presente desde o começo de sua produção, para uma paisagem agora ficcional ou “uma paisagem mental”, como prefere explicar.
Segundo a artista, o disparador conceitual da nova abordagem foi pensar nas técnicas de percepção remota, que nos levam a compreender as imagens fotográficas tanto espaciais quanto microscópicas. Ou seja, imagens impossíveis de serem detectadas pelo olho humano. Apesar de não existir a possibilidade física de enxergarmos tais imagens, desenvolvemos a crença de que elas existem. “Baseando-me nesta ideia, construo uma paisagem micro e macroscópico sem referência fotográfica, e a apresento com uma paisagem real”, conta Mariana Sissia.
Na nova série de obras, Sissia incorporou mudanças relativas à forma e ao processo. Além disso, expandiu o desenho do plano ao espaço mediante instalações, ao adotar o uso de estruturas de madeira que dão corpo ao papel. “Reproduzo a textura dos objetos a fim de ativar a imagem a partir dos dados obtidos. Incorporo também variações no procedimento gráfico, como pressão e velocidade, e utilizo elementos como a parede e a mesa para que meu corpo adote diferentes posições frente ao papel”, completa.
Home Theatre, coletiva de vídeos, na Baró, São Paulo
Coletiva Home Theatre reúne 24 vídeos com curadoria do artista britânico Toby Christian
Home Theatre, Baró Galeria, São Paulo, SP - 01/10/2013 a 30/11/2013
A partir de sábado (28/9), é possível conferir na Baró Galeria a mostra coletiva Home Theatre, que reúne 24 vídeos com curadoria do jovem artista britânico Toby Christian. Na escolha dos trabalhos, Christian elegeu contribuições de artistas, escritores, músicos e curadores europeus, para localizar trabalhos que se relacionam tangencialmente com sua recente individual The Tread and The Rise, realizada na Baró em março deste ano.
Durante a produção de The Tread and The Rise, Christian convidou um grupo de artistas a contribuir com trabalhos em vídeo para a realização de uma mostra futura. Na ocasião, a instalação realizada por Christian baseava-se na planta do seu próprio apartamento em Londres, abrindo assim dentro da galeria o espaço em que vivia. A relação de transportar para São Paulo um pouco da sua vida em outro local instigou o artista a convidar amigos, muitos dos quais moradores do Reino Unido, a também transportarem suas criações para São Paulo.
Os trabalhos presentes na mostra Home Theatre abrangem variadas abordagens. Entre os artistas participantes há desde aqueles em cuja obra o vídeo não é a linguagem mais frequente aos que produziram obras especificamente para a exposição, passando ainda por diversos exercícios de experimentalismo. A proposta curatorial de Christian para escolher os vídeos foi a de explorar artistas que não adotam uma temática específica. Desta forma, os trabalhos escolhidos incluem respostas tangenciais e diversas ao convite.
Na tela, veem-se ensaios e performances, apresentações musicais, improviso e subversão. Deslocamentos topográficos também estão presentes em trabalhos que deliberadamente formam abstrações de lugares. Além disso, algumas vezes os vídeos aparentam interferir diretamente no manuseio da câmera, corrompendo a noção tradicional de filmagem para fins artísticos. “Mas enquanto estes trabalhos são necessariamente distintos, um número crescente de ressonâncias pode ser percebido ao assisti-los”, comenta Toby Christian.
setembro 26, 2013
Julio Le Parc na Nara Roesler, São Paulo
Julio Le Parc - Uma busca contínua, Galeria Nara Roesler, São Paulo, SP - 04/10/2013 a 30/11/2013
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Apesar de seu papel fundamental na história da arte cinética, as telas, esculturas e instalações de Julio le Parc incluem questões relativas aos limites da pintura, por meio tanto de procedimentos mais próximos da tradição pictórica, tais como a acrílica sobre tela, quanto de assemblages ou aparatos mais propriamente cinéticos.
Pioneiro na modalidade, Julio le Parc foi um dos fundadores, em 1960, do Groupe de Recherche d’Art Visuel (1960-68), coletivo de artistas ótico-cinéticos que se propunha estimular a participação dos observadores, amplificando a sua capacidade de percepção e ação. Coerentemente com essas premissas e, de maneira mais geral, com a aspiração, bastante difusa na época, a uma arte desmaterializada ou indiferente às exigências do mercado, o grupo apresentava-se em lugares alternativos e até na rua. As obras e instalações de Julio le Parc formadas apenas por jogos de luz e sombras são fruto direto desse contexto, em que a produção de uma arte efêmera e invendável tinha uma clara conotação sociopolítica.
Julio Le Parc
Mendoza, 1928
Vive e trabalha em Paris
Nascido em 1928, em Mendoza, na Argentina, Julio Le Parc estudou na Escuela de Bellas Artes em Buenos Aires, em 1943. Le Parc rapidamente se envolveu com a cena de vanguarda local, em pleno desenvolvimento, e com grupos ativistas de esquerda. Em reação à ditadura repressora de Juan Perón, o artista abandonou a escola de arte e só retornou após a queda do ditador em 1955. Quando da sua volta, Le Parc teve um papel de liderança como artista-defensor ao se juntar à organização estudantil universitária Federación Universitaria Argentina, uma das maiores forças militantes de oposição ao governo.
A exposição de Victor Vasarely em Buenos Aires, em 1958, foi um importante catalisador da partida de Le Parc para Paris naquele mesmo ano. Com uma bolsa de estudos, Le Parc realizou trabalhos em colaboração com artistas colegas de Vasarely e cofundou o Groupe de Recherche d’Art Visuel (GRAV), em 1960. Enquanto as primeiras pinturas geométricas de Le Parc tiveram influência da tradição construtivista da Arte-Concreto Invención em Buenos Aires, os trabalhos criados logo após sua chegada em Paris também revelaram um crescente interesse pelo trabalho de Mondrian e Vasarely. No início dos anos 1960, Le Parc passou a incorporar movimento e luz à sua pesquisa. Interessado nas possibilidades do movimento, e na participação do espectador, ele desenvolveu seus característicos ambientes de luz e esculturas cinéticas, que vieram a lhe trazer reconhecimento internacional enquanto um dos maiores expoentes da arte cinética.
Representante da Argentina na Bienal de Veneza de 1966, Le Parc recebeu o Grande Prêmio Internacional de Pintura como artista individual. Apesar da dissolução do grupo em 1968, Le Parc continuou a trabalhar tanto como artista individual quanto como integrante de coletivos internacionais, particularmente dos que estavam envolvidos na denúncia política de regimes totalitários. A participação de Le Parc na revolta parisiense de Maio de 1968 e em comícios sindicais resultou em sua expulsão da França pelo período de um ano. Ao voltar para Paris, Le Parc se tornou um canal importante entre artistas ativistas latino-americanos e a cena artística de Paris, notadamente por meio da publicação parisiense ROBHO, para a qual ele cobria os eventos do coletivo de artistas Tucumán Arde na Argentina.
As obras de Le Parc ganharam diversas exposições individuais na Europa e na América Latina, em locais como o Instituto di Tella (Buenos Aires), o Museo de Arte Moderno (Caracas), o Palacio de Bellas Artes (México), a Casa de las Americas (Havana), o Moderna Museet (Estolcomo), Daros (Zurique), Städtische Kunsthalle (Dusseldorf). Além disso, integraram muitas outras exposições coletivas e bienais, entre as quais estão a polêmica The Responsive Eye (1965), no Museum of Modern Art de Nova Iorque, a Bienal de Veneza, em 1966 (na qual recebeu o Prêmio), e Bienal de São Paulo (1967). Em protesto contra o regime militar repressor no Brasil, Le Parc se juntou a outros artistas no boicote à Bienal de São Paulo de 1969 e publicou o catálogo alternativo Contrabienal, em 1971. As obras coletivas realizadas posteriormente por Le Parc incluem a participação em movimentos antifascistas no Chile, em El Salvador e na Nicarágua.
Mais recentemente, a obra de Le Parc foi objeto de uma grande retrospectiva em 2013, chamada Soleil froid, no Palais de Tokyo, e apresentada na exposição coletiva Dynamo, no Grand Palais, em Paris.
Julio Le Parc - Uma busca contínua, Galeria Nara Roesler, São Paulo, SP - 04/10/2013 a 30/11/2013
Despite their pivotal role to the history of kinetic art, the canvases, sculptures, and installations by Julio le Parc touch on issues pertaining to the boundaries of painting, using procedures both closer to pictorial tradition, such as acrylic on canvas, and more properly kinetic assemblages or apparatuses.
A pioneer of the genre, Julio le Parc was a cofounder of Groupe de Recherche d’Art Visuel (1960–68), a collective of optical-kinetic artists who set out to encourage the participation of viewers in order to enhance their abilities to perceive and act. In keeping with these premises, and more generally with the then quite disseminated aspiration to a dematerialized art, an art indifferent to market demands, the group would present itself in alternative venues and even on the street. Julio le Parc’s works and installations, made from nothing but the interplay of light and shadow, were a direct result of that context, in which the production of a fleeting, unsellable art had a clear sociopolitical tinge.
Julio Le Parc
Mendoza, 1928
Lives and works in Paris
Born in 1928 in Mendoza, Argentina, Julio Le Parc attended the Escuela de Bellas Artes in Buenos Aires in 1943. Le Parc rapidly became engaged with the flourishing avant-garde scene and with leftist activist groups. In reaction to the repressive dictatorship of Juan Perón, the artist dropped out of art school returning only after the dictator’s fall in 1955. Upon his return, Le Parc took a leadership role as an artist-advocate joining the university students’ organization Federación Universitaria Argentina, a major force of militant government opposition.
Victor Vasarely’s 1958 exhibition in Buenos Aries became an important catalyst for Le Parc’s departure for Paris that year. Awarded a scholarship to study in Paris, Le Parc pursued collaborative work with fellow artist friends of Vasarely and cofounded the Groupe de Recherche d’Art Visuel (GRAV) in 1960. While Le Parc’s early geometric paintings were first informed by the Constructivist tradition of Arte-Concreto Invención in Buenos Aires, works produced soon after his arrival in Paris also reflect a growing interest in the work of Mondrian and Vasarely. By early 1960, Le Parc began incorporating movement and light into his research. Interested in the possibilities of movement, and the participation of the viewer, he developed his signature kinetic sculptures and light environments, which would ultimately bring him international recognition as a leading exponent of Kinetic Art.
Representing Argentina at the 1966 Venice Biennale, Le Parc won the Grand International Prize for Painting as an individual artist. Although the group dissolved in 1968, Le Parc continued to work simultaneously as an individual artist and as part of international collectives, particularly those involved in politically denouncing totalitarian regimes. Le Parc’s participation in the May 1968 Paris uprising and union rallies led to his expulsion from France for a period of a year. Upon his return to Paris, Le Parc became an important conduit between activist Latin American artists and the Paris art scene, most specifically through the Paris publication ROBHO, for which he covered the events of the artist collaborative Tucumán Arde in Argentina.
Le Parc’s works have been the subject of numerous solo shows in Europe and Latin America, including Instituto di Tella (Buenos Aires), Museo de Arte Moderno (Caracas), Palacio de Bellas Artes (Mexico), Casa de las Americas (Havana), Moderna Museet (Stockholm), Daros (Zürich), Städtische Kunsthalle (Düsseldorf). Le Parc’s works have also been included in numerous group exhibitions and biennials, including the Museum of Modern Art’s controversial exhibition The Responsive Eye (1965), the Venice Biennale in 1966 (where he was awarded the Prize), and the São Paulo Biennial (1967). As acts of protest against repressive military regime in Brazil, Le Parc joined artists in boycotting the 1969 São Paulo Biennial and published an alternative Contrabienal catalogue in 1971. Le Parc’s later collective works included participation in antifascist movements in Chile, El Salvador and Nicaragua.
More recently Le Parc’s work has been the subject of a major 2013 retrospective, Soleil froid, at the Palais de Tokyo, and included in the group exhibition Dynamo at the Grand Palais in Paris.
Jonathas de Andrade na Vermelho, São Paulo
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Terceira individual de Jonathas de Andrade, na Vermelho, a exposição “Museu do Homem do Nordeste” reúne três de seus projetos mais recentes: as instalações “Cartazes para o Museu do Homem do Nordeste” [2013], “40 Nego Bom é 1 real” [2013], e “O Levante” [2012-2013]. As obras se articulam como uma coleção paralela ao Museu do Homem do Nordeste, localizado na cidade do Recife [PE]. Criado em 1979 por Gilberto Freyre, o museu antropológico conta com um acervo de mais de 15000 peças representativas da formação étnica, histórica e social da região. Nesta série de trabalhos, Jonathas de Andrade experimenta novas bases e metodologias ao museu original, e apresenta na Galeria Vermelho a primeira versão deste paramuseu.
Para criar a instalação “Cartazes para o Museu do Homem do Nordeste”, Andrade publicou anúncios nos jornais do Recife em busca de trabalhadores interessados em posar para o cartaz do Museu do Homem do Nordeste. Os cartazes da instalação variam conforme cada encontro, numa construção de identidade – do homem, da imagem do museu – pautada por uma relação ambivalente, antropófoga e erotizante.
Instalação que atualmente participa da 12ª Bienal de Lyon, na França, e que recentemente rendeu a Andrade o Prix de la Francophonie [Lyon, França], “40 Nego Bom é 1 real” parte do grito popular usado na venda deste doce de banana nos mercados e ruas do Nordeste brasileiro. Neste projeto, Andrade construiu uma fabrica fictícia onde 40 personagens trabalham na feitura do doce a partir de uma receita. Num segundo momento, a instalação revela, por meio de textos impressos, um acerto de contas em que as relações de trabalho são explicitadas, levando em consideração as sutilezas das relações pessoais que ao fim entram na conta. No projeto, Andrade revê a teoria-mito de uma harmonia calcada na camaradagem, e aborda os ecos de um pós-colonialismo e pós-escravidão que constituíram uma cultura de naturalidade com as relações de poder e dependência, de naturalidade diante do servilismo, da exploração atenuada pela aparente gentileza, e pelo racismo velado e incorporado como dinâmica social.
A terceira instalação que integra o Museu do Homem do Nordeste, “O Levante”, é resultado da “1ª Corrida de Carroças no Centro do Recife”, organizada por Jonathas nas ruas do Recife, em 2012. Como a circulação de animais rurais é proibida por lei nas ruas do Recife, todos aqueles que se movimentam a cavalo pela cidade se tornam invisíveis para a lei. Somente tratando a corrida como cena de filme, ou seja, como ficção, é que o evento obteve as autorizações oficiais necessárias para acontecer no espaço público.
Para Andrade, ao mesmo tempo que os cavalos e seus donos, normalmente pessoas que estão à margem da lógica desenvolvimentista da cidade, e do País, o contraste gerado por sua presença no espaço urbano soa como eco da ruralidade, revelando as origens desta região. O vídeo e as fotos, registros da ação nas ruas do Recife, representam documentos acerca das leis e de sua inoperância, e, silenciosamente, revelam que as leis foram feitas para poucos. “O Levante” de Andrade acentua o contraste entre a ideia de desenvolvimento pretendida pela cidade, e a clandestinidade que permeia todos os âmbitos da sociedade brasileira, do publico e privado, e que a faz funcionar.
“Museu do Homem do Nordeste” é um projeto em andamento de Jonathas de Andrade que, a cada nova montagem, apresenta uma nova versão do “Museu”, incorporando cumulativamente novos projetos e pesquisas desenvolvidos pelo artista.
Jonathas de Andrade / Seleção de exposições individuais: Cartazes para o Homem do Nordeste, Kunsthalle Lissabon, Lisboa, Portugal; 4000 Disparos, Musée d'art Contemporain de Montréal, Montreal, Canadá [2013]; Ressaca Tropical, Galeria Vermelho, São Paulo, Brasil [2010]; Amor e Felicidade no Casamento, Instituto Itaú Cultural, São Paulo, Brasil [2008]. Seleção de exposições coletivas: Entre-Temps... brusquement, et ensuite, 12e Biennale de Lyon, Lyon, França; La Bienal 2013: Here is where we jump, El Museo del Barrio, Nova York, EUA; Future Generation Art Prize @Venice, Pallazzo Contarini Polignac, Veneza, Itália; The Right to the City, Stedelijk Museum Bureau Amsterdam, Amsterdã, Holanda [2013]; When Attitudes Became Form Become Attitudes - CCA Wattis Institute for Contemporary Art – San Francisco – EUA; Prêmio CNI/SESI Marcantonio Vilaça para Artes Plásticas, [exposição itinerante], Brasil; The Ungovernables, New Museum Triennial, New Museum, Nova Iorque, EUA [2012]; Sharjah Biennial 10, Sharjah, Emirados Árabes [2011]; 29ª Bienal de São Paulo: Há sempre um copo de mar para um homem navegar, Parque do Ibirapuera, São Paulo, Brasil [2010]
The third solo show by Jonathas de Andrade, at Vermelho, Museu do Homem do Nordeste features three of his most recent projects: the installations Cartazes para o Museu do Homem do Nordeste [Posters for the Museu do Homem do Nordeste] (2013), 40 Nego Bom é 1 real [40 nego bom for 1 real] (2013), and O Levante [The Uprising] (2012–2013). The works are articulated as a collection in parallel to the Museu do Homem do Nordeste, located in the city of Recife [PE]. Created in 1979 by Gilberto Freyre, the anthropological museum has a collection of more than 15.000 pieces representative of the region’s ethnic, historical and social makeup. In this series of works, Jonathas de Andrade experiments with new bases and methodologies for the original museum, and presents at Galeria Vermelho the first version of this paramuseum.
To create the installation Cartazes para o Museu do Homem do Nordeste, Andrade published ads in the newspapers of Recife in search of workers interested in posing for the poster for the Museu do Homem do Nordeste. The posters of the installation vary according to each encounter, in a construction of identity – of man, of the museum’s image – based on an ambivalent, anthropophagic and eroticizing relation.
An installation that is currently participating in the 12th Biennale of Lyon, France, and which recently garnered Andrade the Prix de la Francophonie [Lyon, France], 40 Nego Bom é 1 real is based on the hawker’s cry used to sell this banana sweet in the markets and streets of the Brazilian Northeast. In this project, Andrade constructed a fictitious factory where 40 characters work in the making of the sweet based on a recipe. In a second phase, the installation uses printed texts to reveal a settling of accounts in which the relations of work are made explicit, taking into consideration the subtleties of the personal relations that ultimately come into play. In the project, Andrade takes a fresh look at the theory-myth of a harmony couched in camaraderie, and approaches the echoes of a post-colonialism and post-slavery that constituted a culture of naturalness with the relations of power and dependence, of naturalness in the face of servility, of exploitation attenuated by apparent politeness, and by veiled racism incorporated as a social dynamics.
The third installation that is part of the Museu do Homem do Nordeste, O Levante, is an outgrowth of the 1st Corrida de Carroças no Centro do Recife [Street-Cart Race in Downtown Recife] organized by Jonathas on the streets of Recife, in 2012. As the circulation of rural animals is illegal on the streets of Recife, all the horse-pulled carts in the city become invisible to the law. Only by treating the race as a scene in a film, that is, as fiction, could the event obtain the official authorizations necessary for it to take place in the public space.
For Andrade, the presence of the horses and their owners – normally people who are at the fringe of the city’s (and the country’s] developmentalist logic – generates a contrast in the urban space that resounds as an echo of ruralness, revealing the origins of this region. The video and the photos, records of the action in the streets of Recife, represent documents concerning the laws and their non-application, while silently revealing that the laws were made for the few. Andrade’s O Levante accentuates the contrast between the idea of development sought for by the city and the clandestineness that pervades all the public and private sectors of Brazilian society, allowing it to operate.
Museu do Homem do Nordeste is a project underway by Jonathas de Andrade which presents a new version of the “Museu” each time it is set up, cumulatively incorporating new projects and research developed by the artist.
Jonathas de Andrade / Selection of solo shows: Cartazes para o Homem do Nordeste, Kunsthalle Lissabon, Lisbon, Portugal; 4000 Disparos, Musée d'art Contemporain de Montréal, Montreal, Canada [2013]; Ressaca Tropical, Galeria Vermelho, São Paulo, Brazil [2010]; Amor e Felicidade no Casamento, Instituto Itaú Cultural, São Paulo, Brazil [2008]. Selection of group shows: Entre-Temps... brusquement, et ensuite, 12e Biennale de Lyon, Lyon, France; La Bienal 2013: Here is where we jump, El Museo del Barrio, Nova York, USA; Future Generation Art Prize @Venice, Pallazzo Contarini Polignac, Venice, Italy; The Right to the City, Stedelijk Museum Bureau Amsterdam, Amsterdam, The Netherlands [2013]; When Attitudes Became Form Become Attitudes - CCA Wattis Institute for Contemporary Art – San Francisco – USA; Prêmio CNI/SESI Marcantonio Vilaça para Artes Plásticas, [traveling show], Brazil; The Ungovernables, New Museum Triennial, New Museum, Nova Iorque, USA [2012]; Sharjah Biennial 10, Sharjah, Emirates [2011]; 29ª Bienal de São Paulo: Há sempre um copo de mar para um homem navegar, Parque do Ibirapuera, São Paulo, Brazil [2010].
Chiara Banfi na Galeria Vermelho, São Paulo
Chiara Banfi - Gravações Perdidas, Galeria Vermelho, São Paulo, SP - 02/10/2013 a 09/11/2013
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Gravações Perdidas dá continuidade as pesquisas desenvolvidas por Chiara Banfi acerca de instrumentos musicais e de sons. A relação de Banfi com o som, que permeia seus trabalhos na forma de colagens, desenhos performances e pinturas, revela a intimidade da artista com a substância viva das coisas, fato que, para ela, está sempre associado à música.
Na individual “Gravações Perdidas”, Banfi apresenta sete novos trabalhos de sua mais nova série intitulada “Silêncio”. Nela, Banfi aplicou sobre placas de alumínio de 160 x 126 cms cada, fitas magnéticas analógicas usada na gravação de vinis antigos. O observador poderá visualizar campos horizontais deixados pela transferência do som sobre as fitas magnéticas, criando uma escrita sonora feita de sulcos e de intervalos que correspondem a pausas entre as músicas.
O políptico “Edições em uma gravação perdida” [2013] pode ser considerado um desdobramento da série “Silêncio”, já que emprega a mesma técnica da anterior, incluindo, entretanto, uma variedade maior de formas e cores. Nesse universo ligado à musica, “O magnífico mundo novo da música” da série “Discos Vazios” [2013], materializa a finalização de um processo em extinção nos dias hoje. Um conjunto com 36 discos de vinil, ou LPs, são apresentados ao lado dos envelopes que os protegem, em molduras de madeira, sugere a finalização de um ritual anacrônico nos nossos dias de MP3, que envolvia uma relação diferenciada entre o corpo [audição] e o som.
Chiara Banfi / Seleção de exposições individuais: No No Yes Please, Galeria Silvia Cintra + Box4, Rio de Janeiro, Brasil [2013]; Sunburst, Galeria Vermelho, São Paulo, Brasil [2012]; Place to Be, GaleryRio, Nantes, França [2010]. Seleção de exposições coletivas: Prospect 1, Museum of Contemporary Art San Diego, San Diego, EUA; Além da Biblioteca, Itochu Aoyama Art Square, Tóquio, Japão [2013]; 32º Panorama da arte Brasileira, Museu de Arte Moderna [MAM SP], São Paulo, Brasil [2011]; Blooming Brasil-Japão: O seu lugar, Toyota Municipal Museum of Art, Província de Aichi, Japão [2008].
Chiara Banfi - Gravações Perdidas, Galeria Vermelho, São Paulo, SP - 02/10/2013 til 09/11/2013
Gravações Perdidas [Lost Recordings] lends continuity to the researches carried out by Chiara Banfi in regard to musical instruments and sounds, one of the interests which have pervaded her work from the outset of her career, in the form of collages, drawings, performances and paintings. It reveals the artist’s intimacy with the living substance of things, which for her is always associated to music.
In the solo show Gravações Perdidas, Banfi presents seven new works of her most recent series entitled Silêncio [Silence]. Here, Banfi took analog magnetic tapes used in the recording of old vinyl records and placed them on sheets of aluminum measuring 160 by 126 cm each. In this way, the observer can visualize horizontal fields left by the transfer of the sound to the magnetic tapes, creating a writing of sound made up of the grooves and intervals that correspond to the pauses between songs.
The polyptych Edições em uma gravação perdida [Editings in A Lost Recording], can be considered an unfolding of the Silêncio series insofar as it uses the same technique, while including a wider variety of shapes and colors. In this universe linked to music, O magnífico mundo novo da música [The Magnificent New World of Music], of the Discos Vazios [Empty Records] (2013) series, materializes the finalizing of a currently obsolete process. A set of 36 vinyl records, also known as LPs, are presented alongside their album covers, in wooden frames, thus suggesting the completion of an anachronistic ritual in our days of MP3, which involved a different relation between the body (hearing) and sound.
Chiara Banfi / Selection of solo shows: No No Yes Please, Galeria Silvia Cintra + Box4, Rio de Janeiro, Brazil [2013]; Sunburst, Galeria Vermelho, São Paulo, Brazil [2012]; Place to Be, GaleryRio, Nantes, France [2010]. Selection of solo shows: Prospect 1, Museum of Contemporary Art San Diego, San Diego, USA; Além da Biblioteca, Itochu Aoyama Art Square, Tokio, Japan [2013]; 32º Panorama da arte Brasileira, Museu de Arte Moderna [MAM SP], São Paulo, Brazil [2011]; Blooming Brasil-Japão: O seu lugar, Toyota Municipal Museum of Art, Aichi, Japan [2008].
setembro 24, 2013
O Corpo Expandido na Jaqueline Martins, São Paulo
Mostra "O Corpo Expandido" traz recorte inédito de fotografias que tratam da performance, ações e happenings, realizados entre os anos 1950 e 1980
O Corpo Expandido, Galeria Jaqueline Martins, São Paulo, SP - 28/08/2013 a 30/09/2013
A Galeria Jaqueline Martins dá continuidade ao compromisso ligado à série de exposições históricas sobre a arte contemporânea que vem realizando desde sua inaguração em 2011, apresentando um recorte inédito de fotografias que mostram performances, ações e happenings realizados entre 1950 e 1980. As imagens tentam parar o tempo e trazer reflexões sobre estas atividades efêmeras destinadas a durar o breve momento de sua perfomance/ritual. Luisa Duarte escreve o texto crítico sobre a exposição. A mostra contará com uma programação semanal de performances aos sábados, com curadoria de Lucio Agra, datas a serem decidadas.
Resgatadas de importantes coleções particulares de Roma e Turim na Itália, as cerca de 110 fotografias trazem registros de perfomances ocorridas em diversas cidades ao redor do mundo dentre elas: NY, Tóquio, Paris, Roma. Muitas delas são necessárias para aludir às primeiras ações performáticas de avant-gard e de artistas que experimentaram o rompimento dos padrões, até então, estabelecidos.
Dentre os principais artistas destacam-se Salvador Dalí, Yves Klein, Francesca Woodman, Joseph Beuys, Gilbert And George, Piero Manzoni, Allan Kaprow, Hermann Nitsch, Dennis Oppenheim, Jannis Kounellis, Nam June Paik, Charlotte Moorman, entre outros.Vale ressaltar a documentação da performance sonora ‘Concert for TV Cello’, 1974, de Charlotte Moorman em parceria com Nam Jung Paik, na qual Moorman toca uma espécie de violoncelo criado por Paik, com três televisores empilhados e conectados à uma câmera filmadora em circuito fechado. Assim como também, o registro da obra ‘Art women-paint’, 1962 de Yves Klein, onde o artista conduz mulheres nuas pintadas com tinta azul (IKB) tal como um pincel tintado, imprimindo o gesto do autor, na tela, a partir do corpo feminino.
Mauro Restiffe no Galpão Fortes Vilaça, São Paulo
Mauro Restiffe - San Marco, Galpão Fortes Vilaça, São Paulo, SP - 01/10/2013 a 09/11/2013
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Temos o prazer de apresentar San Marco, a segunda individual de Mauro Restiffe na Galeria Fortes Vilaça. O artista ocupa o espaço do Galpão com onze fotografias inéditas tiradas dos afrescos pintados por Fra Angelico dentro das celas dos frades no Mosteiro de San Marco, em Florença.
A investigação poética de Restiffe sobrepõe a linguagem documental a referências da história da arte e da fotografia. A utilização do filme analógico preto e branco de alta sensibilidade não é aleatória, é um recurso formal que possibilita ao artista trabalhar a ideia de representação e de uma desconstrução do real. A granulação das imagens e as gradações de cinza funcionam como a tinta em uma tela – suas fotos são repletas de textura.
As obras da mostra rompem com a frontalidade de enquadramento características de outros trabalhos do artista. A fotografia é feita de modo que uma área homogênea escura fica em primeiro plano mas onde ainda assim é possível ver, através das sutis gradações de cinza, os detalhes dos arcos da entrada de cada cela. A questão arquitetônica constantemente presente na obra de Mauro aparece também aqui. O artista tira as fotos todas de um mesmo ângulo, usando o arco como um elemento repetido em uma estrutura minimalista.
Há um certo voyeurismo presente nas imagens que surge como uma novidade em seu trabalho. Os afrescos ficam ao fundo, distantes, como se olhássemos através de um buraco de fechadura. Mas diferentemente do que acontece no mosteiro, onde cada afresco é visualizado individualmente, na mostra é possível ver todos como um conjunto, assim observando as mínimas nuances e diferenças entre cada imagem.
As situações de representação e reprodução de obras de arte já foi abordada pelo artista em outras ocasiões. Na sua série Vermeer, em exposição atualmente em Inhotim, Restiffe fotografa uma mesma obra do famoso pintor holandês de várias maneiras. Já na exposição Planos de Fuga realizada pelo CCBB em 2012, a participação do artista se deu através da documentação das obras da mostra.
Mauro Restiffe nasceu em São José do Rio Pardo em 1970 e vive e trabalha em São Paulo. Entre suas exposições individuais, podemos destacar sua recente individual Obra no MAC São Paulo, que fica em cartaz até outubro de 2013, com fotografias feitas durante a reforma do prédio projetado por Oscar Niemeyer. O artista participa ainda este ano da Bienal de Fotografia do MASP e do Panorama de Arte Brasileira do MAM de São Paulo. Sua obra está presente nas coleções do Inhotim, Brumadinho; Tate Modern, Londres; SFMOMA, São Francisco; Museu de Arte Moderna de São Paulo, entre outras.
Mauro Restiffe - San Marco, Galpão Fortes Vilaça, São Paulo, SP - 01/10/2013 til 09/11/2013
We are pleased to present San Marco, Mauro Restiffe’s second solo show at Galeria Fortes Vilaça. The artist is occupying the space of the Galpão with eleven new photographs taken of frescoes painted by Fra Angelico in the friars’ cells of the San Marco Monastery, in Florence.
Restiffe’s poetic investigation overlays a documental approach with references to art history and photography. The use of highly sensitive black-and-white analog film is not by chance; it is a formal resource that allows the artist to work with the idea of representation and of the deconstruction of the real. The graininess of the images and the gradations of gray work like paint on a canvas – his photos are full of texture.
The works featured in the show break away from the straight-on frontal framing characteristic of other works by the artist. The photographs are taken in a way that results in a dark homogeneous field in the foreground, where it is still nonetheless possible to see, by way of the subtle gradations of gray, the details of the entrance arches of each cell. The architectural question constantly present in Mauro’s work also appears here. The artist has taken all the photos from the same angle, using the arch as a repeated element in a minimalist structure.
There is a certain voyeurism present in the images that arises as a novelty in his work. The frescoes are in the background, distant, as though we were looking at them through a keyhole. But unlike what takes place in the monastery, where each fresco is seen individually, in the show it is possible to see all of them as a set, thus observing the minimal nuances and differences among the various images.
The artist has already dealt with situations of representation and reproduction of artworks on other occasions. In his Vermeer series, now being shown at Inhotim, Restiffe photographs in various ways a work by the famous Dutch painter. In Planos de Fuga, held at CCBB in 2012, the artist’s participation took place through the documentation of the works in the show.
Mauro Restiffe was born in São José do Rio Pardo in 1970 and lives and works in São Paulo. His solo shows have most notably included the exhibition Obra at MAC São Paulo, running until October 2013, with photographs made during the remodeling of the building designed by Oscar Niemeyer. Also this year, the artist is participating in the Bienal de Fotografia of MASP and the Panorama de Arte Brasileira of MAM São Paulo. His work figures in the collections of Inhotim, Brumadinho; Tate Modern, London; SFMOMA, San Francisco; Museu de Arte Moderna de São Paulo, and others.
setembro 23, 2013
Shoot yourself, de Paula Alzugaray e Ricardo Van Steen, na EAV Parque Lage, Rio de Janeiro
EAV-Parque Lage apresenta o documentário Shoot yourself, de Paula Alzugaray e Ricardo Van Steen
No dia 27 de setembro (sexta-feira), às 20h, a Escola de Artes Visuais do Parque Lage – espaço da Secretaria de Estado de Cultura – recebe a jornalista e crítica de arte, Paula Alzugaray, para ser a curadora do Cine Lage dessa noite. Ela falará ao público e responderá as perguntas sobre o documentário Shoot yourself, que será exibido na ocasião.
Shoot yourself, com direção de Paula Alzugaray e Ricardo Van Steen, investiga as relações entre o ato performático e o ato fotográfico na obra de nove artistas brasileiros, europeus e norte-americanos, produzindo uma narrativa audiovisual em forma de vídeo-ensaio.
Quando o digital democratiza a produção e a exibição de filmes e qualquer um pode ter sua auto-imagem difundida na internet, é possível perceber os artistas da performance, que desde os anos 1970 se auto-documentam em fotos, filmes, vídeos e videoinstalações. O interesse pelas diversas estratégias de ‘como filmar a performance’ se reflete no próprio fazer documental de Shoot yourself, na medida em que os papéis do documentarista se transformam sucessivamente, ganhando novas nuances a cada entrevista. Ao longo do filme, ele se desdobra em investigador, espião, iluminador, espectador, etc. Assim, o papel do documentarista confunde-se, afinal, com o do performer.
O Cine Lage é uma programação mensal de exibição de filmes e vídeos com o objetivo de promover o debate e a reflexão sobre essa produção. “Com o programa, a EAV busca contribuir para a divulgação de obras que não são exibidas no circuito comercial. A cada apresentação, um artista ou curador é convidado a selecionar e a comentar filmes e vídeos que são exibidos em um telão”, afirma Claudia Saldanha, Diretora da EAV Parque Lage. A entrada é gratuita.
Mais sobre o Filme
Shoot yourself (Paula Alzugaray e Ricardo Van Steen, 72’, Brasil, 2012)-- uma co-produção internacional da Delicatessen Films, Moviart, Tempo Design e La F.I.L.M (França), com direção de Paula Alzugaray e Ricardo van Steen, montagem dos franceses Yann Malcor e Antoine Vareille, e trilha sonora dos brasileiros Sergio Mekler e Chico Neves.
Gravado em São Paulo, Rio de Janeiro e Paris, durante uma residência artística dos documentaristas no Centre International D'Accueil et D'Échanges des Récollets, entre outubro e dezembro de 2010.
O documentário teve estreia mundial no festival É Tudo Verdade/ It’s All True, em abril de 2012. Em novembro de 2012, ganhou o prêmio Poéticas Investigativas no 1º MOVE Cine Arte.
Atualmente, está em cartaz e exibições diárias na sala de vídeo do Paço das Artes, em SP, até 15 de setembro.
Mais sobre os autores
Paula Alzugaray é curadora independente, critica de arte e jornalista especializada em artes visuais. Doutora em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP e mestre em Ciências da Comunicação pela Escola de Comunicação e Artes da USP. É diretora da revista cultural seLecT e edita a seção semanal de artes visuais da revista Istoé. Desde 2001, escreve textos para catálogos de exposições e capítulos em monografias de artistas. Em setembro de 2013, lança o livro "Regina Vater: as quatro ecologias", editado pelo Oi Futuro. Entre seus projetos curatoriais recentes incluem-se as exposições “Circuitos Cruzados: Centre Pompidou encontra o MAM”, no Museu de Arte Moderna de São Paulo, em janeiro de 2013; "Extranatureza", na SP-Arte, na Bienal do Mercosul e na Bienal do Ventosul, em 2011; e "Video brésilienne: un anti-portrait", no evento Vídeo et après, no Centro Georges Pompidou, em Paris, em 2010. É autora do documentário “Tinta Fresca” (2004), prêmio de Melhor Media Metragem na 29ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.
Ricardo van Steen é cineasta, designer e artista visual, integra o coletivo SX70, que só trabalha coma mídia extinta Polaroid. Dirigiu o longa-metragem Noel-Poeta da Vila, sobre a vida do compositor Noel Rosa e o documentário Tinta fresca (2004), prêmio de Melhor Media Metragem na 29ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Principais exposições: Noir, Galeria Zipper, maio de 2013 (individual); Situ/ação- Vídeo de Viagem, Paço das Artes, São Paulo, 2007; SX70 , Galeria Vermelho, São Paulo, 2003; Memos Galeria Millan, São Paulo, 1996 (individual); Ricardo van Steen, Galeria Paulo Figueiredo (individual), São Paulo, 1983.
Iran do Espírito Santo na Fortes Vilaça, São Paulo
Iran do Espírito Santo - Desenhos, Galeria Fortes Vilaça, São Paulo, SP - 27/09/2013 a 09/11/2013
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Temos o prazer de apresentar Desenhos (1985 - 2013), nova exposição individual do artista Iran do Espírito Santo na Galeria Fortes Vilaça. A mostra traça um panorama histórico da produção de desenhos do artista, que vai de 1985 à produção atual, apresentando um recorte de 120 trabalhos, em sua grande maioria nunca expostos antes.
O desenho está presente em toda a produção artística de Iran do Espírito Santo. É a maneira como organiza seus pensamentos, onde o trabalho bidimensional informa a prática tridimensional e vice-versa. Sua produção sobre papel é extensa e os trabalhos selecionados para a mostra procuram abranger esta diversidade. São desenhos feitos com os mais diversos materiais, tais como carvão, caneta, pastel, aquarela e grafite.
A seleção de obras da mostra privilegia os trabalhos onde o desenho é o meio e muitas vezes o assunto. SPRD é uma série de desenhos recentes, dos quais 14 serão apresentados na exposição. O título é um termo usado em publicações para designar duas páginas abertas de um livro, aqui desenhadas pelo artista com linhas muito finas, em grafite, traçadas paralelamente umas às outras. Outra série de desenhos apresentada é a Line and Shadow [Linha e Sombra], de 2010, onde vemos apenas duas singelas linhas dispostas formando diferentes ângulos no papel. Uma mais vertical tem sua sombra projetada e assim, com economia de elementos, temos uma noção de profundidade e tridimensionalidade onde a área branca do papel se torna mais ampla.
Entre os trabalhos mais antigos da mostra, estão desenhos de observação de peças do vestuário, de 1993. Jacket [Jaqueta], Shoes [Sapatos] e Shirt [Camisa] diferem muito da maioria dos trabalhos guardando no entanto um enorme interesse pelo detalhamento das superfícies que viria a se desenvolver em obras como Untitled (Wooden Brush Stroke) [Sem Título (Pincelada de madeira)] ou CRTN.
Em Project for Corrections 2 [Projeto para Correções], de 2000, Iran desenha pedras facetadas de diferentes tamanhos que futuramente ele realizaria como esculturas, e Study for “Extension” [Estudo para “Extensões”] é um projeto realizado em 1997 para uma pintura na parede do SFMOMA.
Um livro inteiramente dedicado aos desenhos de Iran do Espírito Santo está em produção e será lançado no início de 2014. Todos os desenhos presentes na exposição estarão inclusos nesta publicação.
Iran do Espírito Santo nasceu Mococa em 1963 e vive e trabalha em São Paulo. Já participou de diversas exposições importantes dentre as quais destacamos: as 48ª e 52ª Bienais de Veneza, a 19ª Bienal Internacional de São Paulo, a 6ª Bienal de Istambul e a 5ª Bienal do Mercosul. Uma retrospectiva de sua obra foi exibida em 2006/2007 no MAXXI, Museo Nazionale delle Arti del XXI Secolo, Roma; no Irish Museum of Modern Art, Dublin; e na Estação Pinacoteca, São Paulo. Suas obras figuram nas coleções do MoMA, Nova York; do Museum of Contemporary Art de San Diego; do MAXXI, Roma, entre outras. Este mês o artista inaugura sua primeira escultura pública nos EUA, como parte do programa Public Art Fund; a obra ficará na praça Doris C. Freedman, na entrada do Central Park, até fevereiro de 2014.
Iran do Espírito Santo - Desenhos, Galeria Fortes Vilaça, São Paulo, SP - 27/09/2013 a 09/11/2013
We are pleased to present Desenhos (1985 - 2013) [Drawings (1985 - 2013)] the new solo show by Iran do Espírito Santo at Galeria Fortes Vilaça. The show presents a historical overview of the artist’s production of drawings, spanning from 1985 to today, through a sampling of 120 artworks, most of them being shown here for the first time.
Drawing is present in all of Iran do Espírito Santo’s artistic production. It is the way he organizes his thoughts, where the bidimensional work informs the tridimensional practice and vice versa. His production on paper is extensive, and the works selected for the show seek to evidence this diversity. They are drawings made with a wide range of materials such as charcoal, pen, pastel, watercolor and graphite.
The selection of works in the show privileges those where drawing is the medium and often the subject. SPRD is a series of recent drawings, of which 14 will be presented in the exhibition. Its title is a term used in publications to designate two open pages of a book (a “spread”), here drawn by the artist with very thin lines, in graphite, traced in parallel to each other. Another series of drawings presented is that of Line and Shadow, 2010, where we see only two simple lines forming different angles on the paper. As the more vertical one casts a shadow, with this economy of elements we have a notion of depth and tridimensionality where the white area of the paper is widened.
Among the oldest works in the show, are observational drawings of pieces of clothing, from 1993. Jacket, Shoes and Shirt are very much unlike most of the other works, though evidencing an intense interest for the detailing of the surfaces, which would be developed in later works such as Untitled (Wooden Brush Stroke) or CRTN.
In Project for Corrections 2, from 2000, Iran draws faceted stones of different sizes that he would later make as sculptures, and Study for “Extension” is a project carried out in 1997 for a mural painting at SFMOMA.
A book entirely dedicated to Iran do Espírito Santo’s drawings is under production and will be released in early 2014. All of the drawings present in this show will be included in that publication.
Iran do Espírito Santo was born in Mococa in 1963 and lives and works in São Paulo. He has participated in various important exhibitions including most notably the 48th and 52nd Venice Biennale, the 19th Bienal de São Paulo, the 6th Istanbul Biennial, and the 5th Bienal do Mercosul. A retrospective of his work was held in 2006/2007 at MAXXI, Museo Nazionale delle Arti del XXI Secolo, Rome; at the Irish Museum of Modern Art, Dublin; and at the Estação Pinacoteca, São Paulo. His works figure in the collections of MoMA, New York; the Museum of Contemporary Art of San Diego; MAXXI, Rome; and others. This month the artist is inaugurating his first public sculpture in the US, as part of the Public Art Fund program; the work will be located in the Doris C. Freedman Square, at the entrance to Central Park, until February 2014.
Pedro Reyes na Luisa Strina, São Paulo
A Galeria Luisa Strina tem o prazer de apresentar a primeira exposição individual do artista Pedro Reyes.
Pedro Reyes - Os Terraqueos, Galeria Luisa Strina, São Paulo, SP - 27/09/2013 a 26/10/2013
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Pedro Reyes, 1972, nascido e baseado na Cidade do México, irá apresentar na Galeria uma exposição individual com cinco instalações inéditas.
Suizas Navajas é uma versão do tradicional Canivete Suíço, recriado a partir de objetos comprados em mercados de pulga na Cidade do México. Os canivetes receberam novas funções e mecanismos, introduzindo, por exemplo, uma flauta, uma colher e um telescópio. A interação com o público amplia as possiblidades de combinações das multifunções dos canivetes, criando a cada experimentação uma ferramenta distinta.
Seguindo a mesma proposta de alterar funções originais de objetos cotidianos, a obra The Tubular Bells é composta por uma série de sino de vento fabricados a partir de rifles, pistolas, metralhadoras e partes de revólveres. Os sinos foram criados para serem pendurados em árvores. O efeito dos ventos nos sinos estabelece um ambiente sonoro que funciona como uma lembrança - um agente de morte convertido em um agente de vida.
Esta obra é a continuação da pesquisa do artista com armas de fogo, que já rendeu os projetos Palas por Pistolas - que consiste na transformação de 1.500 armas em 1.527 pás, que por sua vez foram utilizadas para plantar 1.500 árvores – e Disarm, instrumentos musicais feitos com armas.
O trabalho Cuerpomatico é elaborado a partir de uma mesa onde estão dispostos diversos objetos recolhidos pelo artista, que compõem uma peça tátil para ser tocada e sentida pelo público. Os objetos são peças de pedra, vidro e outros materiais destinados a serem usados para massagem, carícia e fricção. Cada um dos materiais produz uma sensação específica que não é apenas física, mas também uma ativação nostálgica da memoria.
A instalação Colloquium é composta por lâminas de mármore translúcido, cortadas em formato de balões de diálogo de histórias em quadrinho, estruturadas ao modo de um castelo de cartas. Cada lâmina contêm diversas vozes, linguagens e conteúdos. Em contraposição ao termo latino “colloquium”, que em uma de suas acepções define uma palestra ou assembleia focada em determinado assunto, esta obra apresenta uma sobreposição arquitetônica e conceitual de diversos fragmentos discursivos.
A obra Os Terraqueos apresenta uma figura alongada do corpo humano, tecida à mão em lã, com braços que brotam no decorrer do tronco, como uma centopeia. As mãos ora carregam objetos como ferramentas e armas , ora representam gestos de saudação, adoração ou despedida. Cada um destes objetos e gestos atua como alegorias para as múltiplas definições acerca da espécie humana: Homo Faber, Homo Ludens, Homo Demens, Homo Economicus, Homo Reciprocans, Homo Necans, Homo Politicus.
Esta obra, de certa forma, pode nos apresentar uma chave de interpretação para a exposição, que é o resultado de um jogo arqueológico proposto pelo artista, que contrapõe as práticas discursivas do homem com a sua produção e uso de ferramentas. Este jogo passa pela ironia, quando o artista apresenta as diversas versões do Homo Sapiens, pelo lúdico com os objetos táteis, como também pela redenção, ao desativar armas e transformá-las em instrumentos sonoros.
Dentre as diversas exposições individuais do artista destacam-se: Sanatorium, Guggenheim Museum, Nova York, EUA (2011), Map Marathon, Serpentine Gallery, London, Inglaterra (2010), Conflict Resolution, San Francisco Art Institute, EUA (2008), Principles of Social Topology, Yvon Lambert Gallery, Nova York, EUA (2007). Das coletivas ressaltam-se: Festival of Ideas for the New City, New Museum, Nova York (2011), Modelos para armar. Pensar Latinoamérica desde la Colección MUSAC, MUSAC, León. Espanha (2010), Mamoyguara opá mamo pupé, 31° Panorama da Arte Brasileira, Museu de Arte Moderna de São Paulo, Brasil (2009), Declaraciones, Centro de Arte Reina Sofia, Madri, Espanha (2005), The Structure of Survival, 50a Bienal de Veneza, Itália (2003).
Pedro Reyes tem obras pertencentes às seguintes coleções: Brooklyn Museum (Nova York), Museum of Fine Arts Boston, Carnegie Museum of Art (Pittsburgh), Kadist Art Foundation (Paris), Tiroche DeLeon Collection (Gibraltar), Museo Tamayo (Cidade do México), Fundación Alumnos47 (Cidade do México), Walker Art Center (Minneapolis).
Galeria Luisa Strina is pleased to present its first solo show by artist Pedro Reyes.
Pedro Reyes - Os Terraqueos, Galeria Luisa Strina, São Paulo, SP - 27/09/2013 til 26/10/2013
Suizas Navajas [Jacknives Swiss] is a traditional version of the Swiss jackknife, re- created on the basis of objects bought in flea markets in Mexico City. The jackknives have received new functions and mechanisms, introducing, for example, a flute, a spoon and a telescope. The interaction with the public expands the possibilities of different combinations of each jackknifes’ multiple uses, creating a different tool each time it is used.
Following the same proposal of altering the original functions of everyday objects, the work The Tubular Bells consists of a series of wind chimes manufactured on the basis of rifles, pistols, machine guns and parts of revolvers. The chimes are meant to be hung in trees. The effect of the wind in the chimes establishes an environment of sound that serves as a reminder – an agent of death converted into an agent of life.
This work is the continuation of the artist’s research involving firearms, which has already produced the projects Palas por Pistolas [Shovels for Pistols], where 1,500 firearms were transformed into 1,527 shovels, which in turn were used to plant 1,500 trees, as well as Disarm, where weapons were transformed into musical instruments.
The work Cuerpomatico [Bodymatic] is developed on the basis of a table on which various objects gathered by the artist are arranged, composing a tactile piece to be touched and felt by the public. The objects are pieces of stone, glass and other materials destined to be usedfor massaging, caressing and rubbing. Each of the materials produces a specific sensation that is not only physical, but also a nostalgic activation of memory.
The installation Colloquium is composed of sheets of translucent marble, cut in the shape of comic-strip speech balloons, structured like a castle of cards. Each sheet contains various voices, languages and contents. In counterpoint to the Latin term “colloquium” whose various senses include “a lecture or assembly focused on a determined subject,” this work presents an architectural and conceptual overlaying of various discursive fragments.
The work Os Terraqueos [The Earthlings] presents an elongated human body hand- woven from wool, with arms that sprout along the torso, like a centipede. Some of the hands are holding tools and weapons, while others make gestures of greeting, adoration or farewell. These objects and gestures serve as allegories for the multiple definitions of the human species: Homo faber, Homo ludens, Homo demens, Homo economicus, Homo reciprocans, Homo necans, and Homo politicus.
In a certain way, this work can provide us with a key for interpreting the exhibition, which is a result of an archaeological game proposed by the artist, comparing man’s discursive practices with his production and use of tools. This game involves irony, when the artist presents various versions of Homo sapiens, as well as playfulness, in the case of the tactile objects, and even redemption, by deactivating weapons and transforming them into sound-producing instruments.
ABOUT THE ARTIST
The artist’s various solo shows have most notably included Sanatorium, Guggenheim Museum, New York, USA (2011); Map Marathon, Serpentine Gallery, London, England (2010); Conflict Resolution, San Francisco Art Institute, USA (2008); and Principles of Social Topology, Yvon Lambert Gallery, New York, USA (2007). Group shows he has participated in include Festival of Ideas for the New City, New Museum, New York (2011); Modelos para armar. Pensar Latinoamérica desde la Colección MUSAC, MUSAC, León, Spain (2010); Mamoyguara opá mamo pupé, 31st Panorama da Arte Brasileira, Museu de Arte Moderna de São Paulo, Brazil (2009); Declaraciones, Centro de Arte Reina Sofia, Madrid, Spain (2005); and The Structure of Survival, 50th Venice Biennale, Italy (2003).
Artworks by Pedro Reyes figure in the following collections: Brooklyn Museum (New York), Museum of Fine Arts Boston, Carnegie Museum of Art (Pittsburgh), Kadist Art Foundation (Paris), Tiroche DeLeon Collection (Gibraltar), Museo Tamayo (Mexico City), Fundación Alumnos47 (Mexico City), and Walker Art Center (Minneapolis).
setembro 22, 2013
Rochelle Costi na Luciana Brito, São Paulo
“Intertextualidade” – Processo de produção de um texto literário, que parte de vários outros e com eles se imbrica (Michaelis). Essa definição, embora seja voltada para produção textual, muito poderia se aplicar à próxima exposição individual de Rochelle Costi na Luciana Brito Galeria. Primeiramente, sob seu olhar sempre colecionista, a narrativa expositiva não linear da instalação “O Tempo todo” (Galeria 1) segue um retrospecto único e inédito, que toma conta do espaço através de imagens. Sob curadoria de Ricardo Resende, a instalação apresenta uma seleção de trabalhos realizados desde meados da década de 80 até 2013, que se inter-relacionam para contar a história da poética de sua obra.
O fio condutor transversal de “O Tempo todo” induz o espectador a conhecer “Lugar comum” (Galeria 2), série inédita que culmina exatamente no amadurecimento de uma forma de trabalhar muito peculiar da artista. Ricardo Resende explica: “Rochelle sempre trabalhou seu acervo pessoal de objetos comuns, além de situações banais observadas diariamente, resgatando e atribuindo significado ao que seria facilmente desprezado”.
Por meio da instalação “O Tempo todo”, o espectador pode rever algumas das mais icônicas obras de Rochelle Costi, como as das séries “Toalhas”, “Quartos”, “Mudanças”, “Vende-se Tudo”, “Uma Festa”, “Desmedida” e “Residência”. Uma disposição quase profusa desses trabalhos é propositalmente apresentada nas paredes da sala principal da galeria, numa narrativa histórica da obra da artista, que tanto se equipara à sua própria poética de criar. Rochelle Costi é conhecida por sua capacidade de lidar com a memória intrinsicamente associada a elementos e lugares comuns, não só atribuindo-os um significado extra, mas mais do que isso, criando uma nova realidade e atraindo o espectador para esse cotidiano, muitas vezes nada surpreendente, apenas ordinário.
Esse cotidiano captado pelos nossos olhos vem sendo massificado atualmente pelas lentes e aplicativos de celulares e redes sociais. Para Rochelle Costi, no entanto, isso não tira o brilho das imagens capturadas, mas confere a elas uma qualidade extraordinária de conquista de mais um espaço comunicação, como uma crônica visual, um ‘lugar comum’, simplesmente como parte natural do seu processo de evolução a partir da tecnologia digital. “Lugar comum” é sua mais nova série de fotografias que, além de trabalhar com essa realidade, traz a naturalidade intrínseca do dia a dia de Rochelle Costi.
SOBRE A ARTISTA
Rochelle Costi
Caxias do Sul, RS, Brasil, 1961
Vive e trabalha em São Paulo
Formada em Comunicação Social pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUC/RS (1981), Rochelle Costi frequentou ateliês de Arte na Escola Guignard e UFMG, em 1882. Em 1991/92 estudou Fotografia na Central Saint Martins College of Art & Design, em Londres. Atualmente, seus trabalhos podem ser vistos na I Bienal de Fotografia Masp Pirelli. Além disso, participou da 24ª e 29ª Bienal de São Paulo (1998 e 2010); 6ª e 7ª Bienal de Havana, em Cuba (1997 e 2000); II Bienal do Mercosul, em Porto Alegre (1999); Tokyo Photography Biennial, no Japão (1997); XXVI Bienal de Pontevedra, na Espanha (2000); I Bienal del Fin del Mundo, Ushuaia, Argentina (2007); 11th International Architecture Exhibition, Veneza, Itália (2008); X Bienal de Cuenca, Equador (2009), entre outras mostras internacionais. Desde Tentativa de Vôo, em 1983, no Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli – Margs, tem realizado exposições individuais, dentre as quais: Dinâmica Comum, Instituto Tomie Ohtake, São Paulo (2005); Reprodutor, Museu da Imagem e do Som, São Paulo (2008); e Pele, Projeto Parede Museu de Arte Moderna de São Paulo (2010); e recentemente, na Casa da Imagem, em São Paulo (2012) e outras coletivas, Panorama da Arte Brasileira, Museu de Arte Moderna de São Paulo (1995); Mirades Impúdiques, na Fundació La Caixa, em Barcelona, Espanha (2000), Ultra Baroque: Aspects of Post Latin American Art, no San Diego Museum of Contemporary Art, em La Jolla, EUA (2000/01); Más Allá del Documento. Centro de Arte Reina Sofia, Madri, Espanha (2000); Arte Contemporânea: Coleção Caixa Geral de Depósitos, Culturgest, Porto, Portugal (2002); Miradas Cómplices, no Centro Galego de Arte Conteporánea, em Santiago de Compostela, Espanha (2003); Farsites: Urban Crisis and Domestic Symptoms in Recent Contemporary Art, Centro Cultural Tijuana, México, e San Diego Museum of Art, EUA (2005); Transactions: Contemporary Latin American and Latino Art, Museum of Contemporary Art San Diego, La Jolla, EUA (2006); Arte e Sociedade - uma relação polêmica, no Itaú Cultural, São Paulo (2007).
setembro 20, 2013
Geraldo Marcolini na Zipper, São Paulo
Geraldo Marcolini apresenta na Zipper Galeria telas com paisagens reticuladas
Geraldo Marcolini, Zipper Galeria, São Paulo, SP - 23/09/2013 a 12/10/2013
São Paulo, agosto de 2013 – No dia 21 de setembro, às 12h, a Zipper Galeria abre a exposição “toner”, do artista fluminense Geraldo Marcolini. Na mostra são apresentados sete trabalhos em grande formato, em acrílica sobre tela, que dialogam com a tradição da pintura de paisagens. O título da mostra alude ironicamente ao material utilizado como referência pelo artista, em sua maioria reproduções digitais impressas a laser. A exposição fica em cartaz até o dia 12 de outubro.
Nas obras dessa mostra, Marcolini utiliza um processo que se aproxima de técnicas de impressão rudimentares como a xilogravura e a monotipia, adaptadas à pintura. O artista aplica o pigmento em sucessivas impressões que geram camadas reticuladas. O resultado remete às imagens em baixa resolução da era pré-digital. Outro aspecto marcante é o registro impessoal, mecanizado, que empresta às paisagens certo sentido de distanciamento e abandono.
Para além de representar lugares seguindo a tradição da paisagem, em “toner” Geraldo Marcolini trata o espaço em sua concretude física: é preciso afastar-se, tomar distância, percorrer o espaço para que a pintura aconteça. Com o movimento do espectador, paisagens aparecem e desaparecem, convocando o aparato perceptivo a entrar em sintonia com a crença de que uma tela pode (ou não) representar a profundidade do espaço.
toner” é um convite do artista à apreciação da crueza da paisagem, de seus aspectos físicos e dos impactos que eles, sem estarem atrelados a subjetividades em um primeiro momento, podem causar. Marcolini resume seu processo criativo em poucas palavras: “Muitas vezes uma imagem me interessa apenas pela sua precariedade gráfica, ou um desgaste, uma indefinição que ocasione possibilidades interessantes”.
Geraldo Marcolini
Artista fluminense, Geraldo Marcolini é formado pela Schoolof Visual Arts, de Nova York. Entre as mostras coletivas mais recentes destacam-se “Jogos de Guerra” (2010, Memorial da América Latina, em São Paulo, e 2011, Caixa Cultural, Rio de Janeiro), “Investigações Pictóricas” (2009, MAC-Niterói), Nano Stockholm (2005, Studio 44, Estocolmo, Suécia), XXVII Bienal Internacional de São Paulo: Expedição Rio-Amazonas (2006, Pavilhão do Ibirapuera, São Paulo), “Chega de Chupar Essa Xepa” (2004, NeueDokumente, Berlim, Alemanha), “Manifestação – Mostra SESC de Artes e Latinidades” (2003, SESC, São Paulo), “Quarentena de Artes Açúcar Invertido” (2002, Funarte, Rio de Janeiro), “Atrocidades Maravilhosas: Panorama da Arte Contemporânea” (2001, MAM, Rio de Janeiro).
obre a Zipper Galeria
Eleita a melhor galeria de arte de São Paulo na votação do Guia da Folha em 2011 e 2012, a Zipper Galeria, foi idealizada por Fabio Cimino que, em 1983, começou sua carreira no mercado de arte com Raquel Arnaud, com quem trabalhou por dez anos. Entre 1993 e 1996, trabalhou como consultor de arte e marchand, auxiliando na criação e no desenvolvimento de diversas coleções públicas e privadas. Em 1997, fundou a Galeria Brito Cimino. Desde então, tem desempenhado papel fundamental no lançamento e na consolidação de grandes nomes da arte contemporânea brasileira. No ano de 2010 inaugurou a Zipper Galeria, focada na prospecção, divulgação, promoção e colocação no mercado da obra de talentos emergentes brasileiros para que uma nova geração de artistas seja consolidada. Ao seu lado, hoje na gestão da Zipper Galeria, está o filho, Lucas Cimino.
Com projeto arquitetônico assinado por Marcelo Rosenbaum, o prédio da Zipper Galeria está localizado no bairro dos Jardins, em São Paulo. A Zipper Galeria concentra um grupo de artistas promissores: Adriana Duque, Alessandra Duarte, Ana Holck, Bruno Kurru, Carolina Ponte, Camille Kachani, Daniel Escobar, Deborah Engel, Estela Sokol, Felipe Morozini, Geraldo Marcolini, Highraff, James Kudo, Jardineiro André Feliciano, João Castilho, Katia Maciel, Marcelo Amorim, Nati Canto, Pedro Varela, RAG, Renata Egreja, Ricardo Rendón, Ricardo van Steen, Rodrigo Cunha, Rodrigo Oliveira, Rodrigo Zeferino e Valentino Fialdini. Mais informações: www.zippergaleria.com.br.
setembro 15, 2013
José Paulo e Mana Bernardes na Amparo 60, Recife
Amparo 60 Galeria de Arte, Recife, PE - 20/09/2013 a 10/11/2013:
José Paulo - Grafites
Mana Bernardes - Ocos
A Galeria Amparo 60 já está pronta para receber, no próximo dia 19 de setembro, duas novas individuais. A artista carioca Mana Bernardes, que acaba de entrar no casting, vai trazer pela primeira vez ao Recife suas peças na exposição Ocos. Ocupando o salão superior da galeria, o artista pernambucano José Paulo, veterano na casa, apresenta a mostra Grafites.
A jovem Mana Bernardes vai apresentar, em Ocos, seus mais recentes experimentos no campo das artes visuais. Nos trabalhos exibidos será possível perceber uma importante intersecção com sua atuação como designer de joias. Mana fez uso de várias garrafas pet dispensadas (corpo, bico, base) para criar um jogo de transparências e brilhos, joias gigantes, que possuem uma dimensão corporal. “Se a gente pensar numa garrafa dispensada, ela é o vazio, receptáculo de algo que já foi. A garrafa agora ocupa, constrói vazios, ocos, e ninhos no espaço da galeria”, resume. O processo de produção das obras foi árduo, em alguns casos levando cerca de seis meses, entre catar as garrafas, lavar, secar, tirar os rótulos, cortar, lixar para chegar à forma pretendida.
A artista afirma que dentro desses trabalhos pode exercer sua palavra manuscrita, utilizando um material ordinário carente de cuidados, que encontrou no fim das feiras livres. “Deparei-me com um chão de cascas de alho, como papéis que não são retos, cada forma daquela me sugeria uma palavra. Uma delas era um mar, outra um transe absoluto, outra pérolas, fui vendo meu vocabulário ser deixado, palavra por palavra, nas cascas de alho. Entendi que tinha um jogo, e cada pessoa poderia tirar com delicadeza cinco palavras, para achar sua poesia, no meu oráculo, um OrácuAlho”, descreve Mana Bernardes. A artista projetou duas lentes de cristal ocas, uma contra a outra, para receber as palavras escritas sobre as cascas de alho.
Já José Paulo traz ao público seis séries que somam 81 desenhos em grafite sobre papel. Trata-se de uma pesquisa particular dentro da produção do artista, que há alguns anos tem se dedicado com mais afinco a uma produção tridimensional. Os trabalhos vêm sendo desenvolvidos desde 2011, impulsionados pela necessidade de complementar uma linha de ação e realização na mostra Retratos e Auto-retratos, realizada em Salvador naquele mesmo ano.
Os trabalhos exibidos na Bahia vão estar presentes na série 44 Retratos - formada por 44 desenhos de copos de variados tamanhos e formatos, que representam cada um o retrato de uma pessoa. “Nele exercito a representação/sugestão da individualidade através da retratação de objetos”, revela o artista.
Desenvolvido exclusivamente para a mostra na Amparo 60, Kiss Me é formada por 12 desenhos que representam objetos do uso pessoal do artista (relógio de pulso, óculos de grau, chaves, cinto, carteira de identidade, etc.) todos eles queimados e destruídos. Segundo José Paulo, a série é uma referência/homenagem às 242 vítimas do incêndio ocorrido na Boate Kiss, na cidade de Santa Maria no Rio Grande do Sul, em janeiro deste ano.
Os 16 desenhos que compõem a série Maciel Pinheiro representam várias embalagens de garrafa pet utilizadas por alguns moradores de rua, da Praça Maciel Pinheiro, no bairro da Boa Vista, para cheirar cola. Há ainda Tempo, o único desenho em grande formato (125 x 180 cm), retratando um vaso de porcelana quebrado.
“Todos os desenhos apresentados trazem a ideia de indivíduos singulares, vulgarizados e diluídos pela nossa sociedade. Na mostra, são representados através desses objetos cotidianos e usuais. Uma distante retratação, onde as características pessoais e singulares por traz desses simples objetos podem sugerir uma humanidade complexa e rica”, explica o artista.
Biografia e mais informações dos artistas nos sites:
http://manabernardes.com
www.josepaulo.org
setembro 13, 2013
Luísa Horta e RicardoBurgarelli no Memorial Minas Vale, Belo Horizonte
A memória em sua potência de fabulação, a criação vinda dos arquivos e as invenções que constroem lembranças são algumas das questões que motivam as exposições que acontecem no Memorial Minas Gerais Vale.
Memorial Minas Gerais Vale, Belo Horizonte, MG - 18/09/2013 a 01/12/2013
América, Sacco e Vanzetti e Guerra dos perdidos
Ricardo mostra intervenções formais em reproduções ampliadas de antigos jornais em torno da condenação à morte dos italianos Sacco e Vanzetti nos Estados Unidos, no fim da década de 1920. Burgarelli e Horta constroem uma história tomando os indícios de uma guerra que não houve. A fabulação torna-se o ponto de partida para a criação de uma memória elaborada através de fragmentos e vestígios.
Luísa Horta (Belo Horizonte, 1984) Graduanda em Artes Gráficas e Fotografia pela Escola de Belas Artes da UFMG. Entre suas principais exposições destaca-se: “Arquivo de Obras em Acabamento” - Centro Cultural da UFMG (Belo Horizonte, 2012), “Bienal Universitária de Arte – Bienal 1” - Galeria do Sesc Palladium (Belo Horizonte, 2012), “Situações” - Museu Nacional de Brasília (2012), “Corpo Coletivo” - Centro Cultural da UFMG (Belo Horizonte, 2011), “Bienal Zero” - Galeria da Escola Guignard (Belo Horizonte, 2010) e “AteliêAberto #02” - Casa Tomada (São Paulo, 2010), entre outras.
Ricardo Burgarelli (Diamantina, 1990) Graduado em Gravura (2013) e Desenho (2012) pela Escola de Belas Artes da UFMG. Entre suas principais exposições destaca-se: Projeto “Cine-jornais”. Espaço TIM UFMG do Conhecimento (Belo Horizonte, 2013), “Arquivo de Obras em Acabamento” - Galeria principal do Centro Cultural da UFMG (Belo Horizonte, 2012), “Bienal Universitária de Arte – Bienal 1” - Galeria do Sesc Palladium (Belo Horizonte, 2012), “Situações” Museu Nacional de Brasília (2012), “Táticas Heterogênas/ Aproximações Entrópicas”. Centro de convenções da FAOP. Festival de Inverno de Ouro Preto (Ouro Preto, 2012), “Nó” - Espaço 104 (Belo Horizonte, 2012),“Jornal da Imagem | Imagem do Jornal” - Galeria de Arte do Espaço Cultural da CEMIG (Belo Horizonte, 2012), “Quis tudo, o que me dilacera, o que me contém, o que era meu” - Ateliê Casa Camelo (Belo Horizonte, 2012), entre outras.
Coordenador do Memorial Vale
Eduardo de Jesus é graduado em comunicação social pela PUC-MG, mestre em comunicação pela UFMG e doutor em artes pela ECA/USP. É professor do programa de pós-graduação da Faculdade de Comunicação e Artes da PUC Minas. Atua na Associação Cultural Videobrasil, é curador com atuação na área do audiovisual (cinema, vídeo e televisão), arte contemporânea e tecnologia. Atua na Associação Cultural Videobrasil em diversos projetos. Entre suas curadorias estão esses espaços (Belo Horizonte, 2010), Densidade Local, em parceria com Gunalan Nadarajan, para o Festival Transitio-MX (Cidade do México, 2008) e Mostra Fiat Brasil (2006). Entre 2009 e 2010 coordenou, junto com Jochen Volz, o curso de especialização Arte contemporânea: reflexão e crítica, numa parceria entre IEC-PUC Minas e Inhotim. Tem publicado textos, ensaios e resenhas em torno da produção artística contemporânea
setembro 10, 2013
Hapax na MdM Gallery, França
Hapax - Tensionar, MdM Gallery, Paris, França - 18/09/2013 a 25/09/2013
A cidade e seus espaços sempre ocuparam lugar de destaque nas experiências do coletivo Hapax, realizadas pelo Brasil em diversas ações desde 2001. Na busca de uma poética urbana que resulta da intervenção física, presencial, em direção às sonoridades dos lugares públicos, essas ações se configuraram de forma densa, saturada, no limite de um enfrentamento que desafia a lógica do movimento instituído - rígido e funcional - de uma cidade-qualquer.
A partir de um percurso híbrido, essa poética vem sendo desenvolvida no cruzamento de linguagens como a música, a escultura/objeto e a performance. Em todos os campos o que está em jogo é uma constante investigação dos corpos sonoros que compõem o ambiente metropolitano para lançar a cidade contemporânea numa ação lúdica e performática a partir de sua sonoridade.
Em vários ensaios transmitimos, percebemos, executamos e registramos um material constituído por um conglomerado de sucatas de metal recolhidas pelas ruas e depósitos industriais, ao lado de um amplo mosaico tecnológico, tensionando hitech e lowtech : samplers, sensores, sintetisadores, baterias eletrônicas, computadores, rádios uhf - praticamente todo e qualquer aparato eletro-eletrônico capaz de transmitir e inscrever som.
Nessas ações, a cidade e os fluxos urbanos começaram a se destacar em seu aspecto esquemático e objetivo, desprovido, a princípio, dos significados cotidianos que estamos condicionados a ler e reiterar. Desse modo, passamos a experimentar um espaço urbano onde tudo seria matéria em movimento. Essa objetividade descritiva dos corpos em trânsito, sua plasticidade, seus desenhos visíveis e comportamentos vetoriais (sejam resultado do planejamento, do acaso ou do desvio) poderiam forjar novos sentidos e implicações. Visando outros suportes para dar conta dessa trama de possibilidades, para captar esses vetores, o trabalho caminhou na direção da cartografia e da bricolagem com tecnologias de localização, incluindo o aparelho GPS.
A atual mostra Hapax organizada para a Galeria MdM da consultora de arte Maria do Mar Guinle em Paris parte de uma seleção de trabalhos que revisitam os dez anos do coletivo, como videos realizados entre arquivos brutos, fotografias, registros de performances, videoclipes, e objetos da série Chapa Quente e dos múltiplos Chamadores. Depois, estão expostos trabalhos com origem nas experiências cartográficas em derivas urbanas a partir de 2007 em diversas cidades do Brasil. A série Pode – sete videos apresentados na exposição Transitante no Centro de Artes Hélio Oiticica no Rio de Janeiro em 2008, resultados de tentativas de geoinscrição da palavra Pode na cidade – e dois inéditos: as Virtugravuras – tiragem a partir de coordenadas numéricas de derivas escolhidas – e o objeto CD Transitante - 33’40’’ de faixa contínua composta pelas variações musicais eletrônicas geradas pelo GPS e mixados com os ambientes sonoros registrados durante ações em Belo Horizonte e Rio de Janeiro.
Biografia do Hapax
Hapax foi formado em 2001 pelos artistas Daniel Castanheira, Ericson Pires (falecido em 2012) Ricardo Cutz, Marcelo Mac e Claudio Monjope. Hoje permanecem em atividade Daniel Castanheira, Ricardo Cutz e o programador Leonardo Póvoa. Com formações e carreiras em diversas áreas – poesia, música, teatro, cinema e artes visuais, engenharia, cartografia e logística – o grupo se define como um coletivo de arte. Usa como ferramenta em seus trabalhos um amplo mosaico tecnológico, tensionando hitech e lowtech : samplers, sensores, sintetisadores, baterias eletrônicas, rádios uhf, praticamente todo e qualquer aparato eletro-eletrônico capaz de produzir som, faz parte do repertório acionado pelo grupo.
Nesses 12 anos, o grupo participou de múltiplos eventos e ações dentre os quais se pode destacar: Circuito Interações Estéticas, Funarte, Sp, Rs, BH e PE/2010; “DF além da Fronteiras”, Atelier Aberto, BSB/2010; Residências Estéticas em pontos de Cultura, Funarte/RJ/2010; Exposição Individual “Transitante’, Centro Hélio Oiticica/Rj/2008; Arte.Mov -2007, curadoria Lucas Bambozi; a exposição “Abre Alas 2006” da galeria A Gentil Carioca (RJ/2006); abertura do centro cultural da Caixa Econômica Federal (RJ/2006); mostra “Corpos Virtuais: arte e tecnologia” no Centro Cultural Telemar curada por Ivana Bentes (RJ/2005); a primeira perfomance interativa via satélite no Brasil em parceria com o video artista Eder Santos, no evento Nokia Trends curado por Lucas Bambozzi (SP/RJ/2005); Festival Rio Cena Contemporânea (RJ/2003/2005); o espetáculo teatral As Fenícias no teatro Oficina (SP/2002); o Panorama de Arte Contemporânea do MAM (RJ/SP/BA/2001/2002). Além disso, o grupo se apresentou em várias casas de shows, festas e festivias de música como Brasilia Music Festival (DF/2004), Motomix (RJ/2004), Forum Mundial Social (RS/2003), RecBeat (PE/2002), Cep 20.000 (RJ / de 2001 a 2005), Casa das Caldeiras (SP/2004), Studio SP (SP/2005), Circo Voador (RJ/ 2004/2005) e teatro Rival (RJ/2005), tendo lancado o disco O que esta acontecendo (2005), pelo Selo paulista Mundo Perfeito com distribuição nacional pela Tratore.
Ambientes Infláveis na Casa Daros, Rio de Janeiro
A convite da Casa Daros, os artistas Hugo Richard e Natali Tubenchlak criaram especialmente para o pátio interno da instituição um de seus Ambientes Infláveis, uma estrutura penetrável com 70 metros de comprimento, feita em tecido colorido.
Ambientes Infláveis, Casa Daros, Rio de Janeiro, RJ - 15/09/2013 a 27/10/2013
A Casa Daros apresenta em seu pátio interno, a partir de 14 de setembro, e até 27 de outubro de 2013, a instalação “Ambientes Infláveis”, dos artistas Hugo Richard e Natali Tubenchlak, que irá proporcionar ao público uma nova percepção e vivência do espaço arquitetônico da instituição.
Ambientes Infláveis é um projeto de intervenção urbana realizado pelos dois artistas desde 2009, com instalações já realizadas no Rio, São Paulo, outras oito cidades brasileiras, e, recentemente, em Buenos Aires e na Patagônia. Hugo Richard nasceu em 1977, em Miracema, Rio de Janeiro, e Natali Tubenchlak nasceu em 1975, em Niterói.
O Ambiente Inflável criado especialmente para o pátio interno da Casa Daros consumiu perto de 600 metros de tecido de náilon resinado e impermeável, em várias cores, dispostos em quase 70 metros de comprimento, com cinco metros de altura e outros cinco metros de largura, onde o público poderá entrar e fazer um percurso. Em formato de um grande ípsilon, com três ambientes penetráveis, que se assemelham a grandes bolhas, interligados por túneis, a instalação se mantém em pé com a presença permanente de dois potentes ventiladores. “É uma arquitetura, uma escultura sustentada pelo ar”, diz Hugo Richard, acrescentando que ela parece “um grande balão, aterrado”.
Na maior estrutura já construída pelos dois artistas, foram usados tecidos em várias cores: desde as chamadas “quentes”, em um tom forte de laranja, quase coral, às frias, como o azul, dois tons de verde e o grafite, e ainda marfim e dourado – essas duas últimas pensadas para fazerem um diálogo direto com o colorido do prédio neoclássico, inteiramente restaurado.
Por ser translúcido, o tecido filtrará as cores, deixando o público imerso em um imenso vitral, onde em algumas áreas uma cor irá interferir em outra, formando uma terceira, ampliando assim a palheta. O visitante poderá entrar em pé, sem a necessidade de retirar os sapatos.
INTERATIVIDADE, MOVIMENTO E LUZ
“Ambientes Infláveis” marca a transição das ações de arte e educação da Casa Daros ligadas à exposição “Cantos Cuentos Colombianos” para as que serão feitas paralelamente à exposição “Le Parc Lumière – Obras cinéticas de Julio Le Parc“, a ser inaugurada no próximo dia 11 de outubro. A gerente de arte e educação da Casa Daros, Bia Jabor, explica que as atividades deixam de refletir as questões sociais e sobre violência levantadas pela exposição anterior. “Estamos agora nos preparando para entrar no mundo lúdico, participativo, cheio de luz e movimento que é o de Julio Le Parc“. “Com os ‘Ambientes Infláveis‘ estamos introduzindo esses temas com outras abordagens, até a abertura da exposição. E quisemos também intensificar o uso do pátio, que já foi inteiramente absorvido pelas crianças. É um espaço convidativo, de encontro, de convivência e de estar. ‘Ambientes Infláveis‘ reúne todas essas características, e aponta para a obra de Le Parc que é interativa, e independe de explicação prévia“, diz.
DINÂMICAS PARA O PÚBLICO
A equipe de arte e educação da Casa Daros fará uma oficina prévia com os dois artistas a fim de desenvolverem em conjunto dinâmicas a serem propostas ao público. Ao longo do período da permanência do Ambiente Inflável na Casa Daros, serão realizadas mais duas oficinas com os artistas: uma com professores da rede municipal de educação, e outra com o público.
Os próprios artistas confeccionaram o Ambiente Inflável, costurando os tecidos e montando a estrutura em três espaços distintos, um deles o Barracão Maravilha, na Lapa, a que são ligados.
setembro 8, 2013
Roesler Hotel: Cães Sem Plumas [prólogo] na Nara Roesler, São Paulo
Em 11 de setembro, a partir das 19h, a Galeria Nara Roesler recebe a exposição Cães sem Plumas [prólogo] como parte da programação do Roesler Hotel, projeto curatorial permanente relançado pela galeria em 2012.
Cães sem Plumas [prólogo], com curadoria de Moacir dos Anjos, reúne artistas brasileiros de gerações diversas, agrupados em torno de uma invenção de linguagem de João Cabral de Melo Neto. Um “cão sem plumas”, segundo o poeta, “é quando uma árvore sem voz. / É quando de um pássaro / suas raízes no ar. / É quando a alguma coisa / roem tão fundo / até o que não tem”.
A exposição é sobre aqueles que, no Brasil, vivem na iminência de perder o que lhes confere humanidade – sobre pessoas que vivem à margem de quase tudo que outros já alcançaram. Cães sem Plumas [prólogo] lança luz sobre a questão manicomial, sobre a condição dos povos indígenas e das pessoas em situação de rua, e sobre a população carcerária, através do desdobramento da pesquisa que o curador desenvolve junto à Fundação Joaquim Nabuco, em Recife.
Participam da exposição os artistas Antonio Dias, Marcos Chaves e Paulo Bruscky, representados pela galerias, além de Armando Queiroz, Berna Reale, Cildo Meireles, Claudia Andujar, João Castilho, José Rufino, Paula Trope, Paulo Nazareth, Regina Parra, Rosângela Rennó, Thiago Martins de Melo e Virginia de Medeiros.
Obras de caráter histórico serão exibidas, entre elas Cabeças (1968), de Antonio Dias, uma congregação de cubos colocados diretamente sobre o chão, cada qual com uma fenda semelhante às de caixas de correio ou urnas eleitorais, pela qual segredos, bilhetes e papeizinhos podem ser inseridos, mas nunca recuperados.
Cildo Meireles participa com algumas de suas mais emblemáticas obras, como a intervenção Ética como Estética / Estética como Ética, feita sobre o catálogo da 50ª Bienal de Veneza (2003). Trata-se de uma série de fotografias em preto e branco de uma chacina ocorrida no Rio de Janeiro em 1996. A primeira imagem reproduz a capa do jornal A Notícia, onde se lê em letras vermelhas garrafais o ambíguo título “Exposição Macabra”. Seguem mais oito imagens dos cadáveres de cinco traficantes fuzilados, equilibrados em manilhas abandonadas no meio da rua, que ficaram expostos durante horas antes de serem recolhidos. Zero Cruzeiro foi criada, impressa e distribuída no ano de 1974 colocando um índio e um desalojado como figuras centrais da cédula. Inserções em Circuitos Ideológicos – Projeto Cédula teve início na década de 1970. Cildo Meireles carimba, sobre dinheiro circulante, “opiniões críticas” e instruções sobre como proceder para fazer o mesmo. Em 1975, veiculou a pergunta “Quem matou Herzog?” sobre notas de cruzeiro – padrão monetário brasileiro vigente à época –, em referência às causas omitidas da morte do jornalista Vladimir Herzog enquanto estava em poder dos órgãos repressivos. Segundo declaração feita à época pelas autoridades militares, ele teria cometido suicídio por enforcamento quando deixado sozinho na cela, versão contestada e depois provada ser falsa. É somente em junho de 2013, contudo, que uma nova Certidão de Óbito do jornalista é emitida pelo Estado brasileiro, reconhecendo que Vladimir Herzog morreu em função de “lesões e maus tratos” nas dependências do DOI-CODI de São Paulo. Uma resposta oficial, ainda que tardia, à sua família, ao país, e à pergunta feita por Cildo Meireles em seu trabalho.
Claudia Andujar contribui com as séries Malencontro e Juqueri. Em Malencontro (2005), a fotógrafa, engajada na questão indígena, acompanha a população Yanomami na Amazônia brasileira. A série Juqueri (1963) nos dá acesso ao Hospital Psiquiátrico do Juqueri, que ao final da década de 1950 e início da década de 1960, chegou a abrigar mais de 14 mil internados.
A mostra fica em cartaz até 9 de novembro, na Galeria Nara Roesler.
Sobre o curador
Moacir dos Anjos é curador e pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco, onde coordena o programa de exposições “Política da Arte” e a pesquisa “Cães sem Plumas: a representação de danos nas artes visuais”, da qual a presente mostra é parte. Foi diretor do Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães, no Recife (2001-2006), do 30º Panorama da Arte Brasileira, no Museu de Arte Moderna de São Paulo (2007) e da 29ª Bienal de São Paulo (2010). É autor, entre outros, dos livros Local/Global. Arte em Trânsito (Rio de Janeiro, Zahar, 2005) e ArteBra Crítica: Moacir dos Anjos (Rio de Janeiro, Automática, 2010).
setembro 5, 2013
AeioTU - programa colombiano de arte e educação na Casa Daros, Rio de Janeiro
Por ocasião da última semana da exposição “Cantos Cuentos Colombianos”, a Casa Daros apresenta esta plataforma de promoção da educação da primeira infância, que busca criar um modelo de alto impacto a longo prazo, quebrando os ciclos de pobreza e exclusão social nas populações de baixa renda
A Casa Daros traz, para uma palestra pública, Maria Adelaida López, diretora pedagógica do projeto AeioTU, bem-sucedido programa realizado na Colômbia, ligado à Fundação Carulla, e seu coordenador de arte e cultura, Felipe Sepúlveda, para uma série de oficinas destinadas a professores municipais e agentes do projeto carioca Casa da Criança.
A palestra será realizada no próximo dia 06 de setembro, das 15h às 19h, com entrada franca mediante inscrição prévia pelo email arte_educacao@casadaros.net.
As oficinas serão destinadas a professores convidados da rede pública municipal e da Casa da Criança, nos dias 12, 13 e 14 de setembro próximos.
Para Eugenio Valdés Figueroa e Bia Jabor, respectivamente diretor e gerente de arte e educação da Casa Daros, o principal objetivo da iniciativa é “compartilhar e trocar conhecimentos sobre o vínculo entre arte e pedagogia, demonstrados nas ações voltadas para a primeira infância realizadas pelo AeioTU“. “A parceria entre a Casa Daros e a AeioTU/Fundación Carulla nasce do interesse em conhecer, evidenciar e aprofundar as experiências que mostrem a articulação entre arte e pedagogia“, ressaltam.
Fundada em 1961, com o objetivo de impulsionar programas de educação para a população de baixa renda da Colômbia, a Fundación Carulla desde 2008 segue um novo foco estratégico, orientado para a promoção da educação da primeira infância, a partir da iniciativa aeioTU, utilizando princípios educativos baseados na arte, nas brincadeiras, na exploração, na pesquisa e na documentação. “As ações do AeioTU buscam criar um modelo de alto impacto a longo prazo, quebrando os ciclos intergeracionais de pobreza e exclusão social, oferecendo às crianças oportunidades onde eles consigam obter capacidades para serem cidadãos ativos dentro da sociedade“, explica Maria Adelaida López. Atualmente, AaeioTU conta com 18 centros de primeira infância operando em todo o território colombiano, nos departamentos de Antioquia, Atlántico, Bolívar, Cundinamarca, Chocó e Valle del Cauca, e oferece serviços de educação integral a 6.042 crianças de todo o país.
Nas oficinas e encontros práticos com Felipe A. Sepulveda, destinados a professores convidados, serão exploradas metodologias e práticas de abordagem dentro do conceito
“A Arte como Ferramenta de Aprendizagem na Primeira Infância”.
Projeção de Shoot Yourself na Casa Daros, Rio de Janeiro
Premiado documentário sobre performance, dirigido por Paula Alzugaray e Ricardo van Steen, traz entrevistas com os artistas Tania Bruguera, Gary Hill, Pipilotti Rist, Esther Ferrer, Paula Garcia, Calvacreation (Sabrina Montiel-Soto& Fabrice Croizé), Ghazel, Rebecca Horn, e Cripta Djan
A Casa Daros apresenta o documentário “Shoot Yourself“, de Paula Alzugaray e Ricardo van Steen, em sessão única, no próximo 5 de setembro, às 19h, com entrada gratuita e distribuição de senhas uma hora antes.
Gravado entre 2009 e 2011, em digital HDCAM, e finalizado em 2012, com 72'43" de duração, “Shoot Yourself“ traz entrevistas e mostra o trabalho dos artistas Tania Bruguera (1968, Cuba), Gary Hill (1951, Santa Monica, EUA), Pipilotti Rist (1962, St Gallen, Suíça), Esther Ferrer (1937, San Sebastián, Espanha), Paula Garcia (1975, São Paulo), Calvacreation (Sabrina Montiel-Soto, 1969, Maracaibo, Venezuela; & Fabrice Croizé, 1974, Rennes, França), Ghazel (1966, Teerã), Rebecca Horn (1944, Michelstadt, Alemanha), e Cripta Djan (Djan Ivson, 1984, São Paulo).
Ao final, Agnaldo Farias (1955, Itajubá, Minas), curador da 29ª Bienal de São Paulo, é entrevistado por Paula Alzugaray em um carrinho para transporte de carga puxado pelo diretor Ricardo Van Steen, em uma metaperformance dentro do filme.
“Shoot Yourself“ volta suas câmeras para artistas da performance que se autodocumentam em vídeos e fotos, investigando as relações entre o ato performático e o ato fotográfico, explica Paula Alzugaray. “Em entrevistas, eles revelam as razões, as estratégias e as conseqüências de mirar a si mesmo“.
O documentário é uma co-produção internacional da Delicatessen Films, Moviart, Tempo Design e La F.I.L.M (França), com direção de Paula Alzugaray e Ricardo van Steen, montagem dos franceses Yann Malcor e Antoine Vareille, e trilha sonora dos brasileiros Sergio Mekler e Chico Neves.
Gravado em São Paulo, Rio de Janeiro e Paris, durante uma residência artística dos documentaristas no Centre International D'Accueil et D'Échanges des Récollets, entre outubro e dezembro de 2010, o filme acompanha os artistas da performance em ação e estabelece com eles diferentes formas de diálogos. Entre os destaques, o documentário reconstitui as polêmicas envolvendo pichadores nas Bienais de São Paulo de 2008 e 2010, inserindo o pichação no âmbito da arte performática.
O documentário teve estreia mundial no festival É Tudo Verdade/ It’s All True, em abril de 2012, e em novembro de 2012, ganhou o prêmio Poéticas Investigativas no 1º MOVE Cine Arte.
Atualmente, está em cartaz e exibições diárias na sala de vídeo do Paço das Artes, em São Paulo, até 15 de setembro próximo.
SINOPSE
Quando o digital democratiza a produção e a exibição de filmes e qualquer um pode ter sua auto-imagem difundida na internet, voltamos aos artistas da performance, que desde os anos 1970 se autodocumentam em fotos, filmes, vídeos e videoinstalações. O documentário "Shoot yourself“ investiga as relações entre o ato performático e o ato fotográfico na obra de nove artistas brasileiros, europeus e norte-americanos, produzindo uma narrativa audiovisual em forma de vídeo-ensaio.
O interesse pelas diversas estratégias de "como filmar a performance" se reflete no próprio fazer documental de "Shoot Yourself“, na medida em que os papéis do documentarista se transformam sucessivamente, ganhando novas nuances a cada entrevista. Ao longo do filme, ele se desdobra em investigador, espião, iluminador, espectador etc. Assim, assumimos que o papel do documentarista confunde-se, afinal, com o do performer.
SOBRE OS AUTORES
Paula Alzugaray é curadora independente, crítica de arte e jornalista especializada em artes visuais. Doutora em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP e mestre em Ciências da Comunicação pela Escola de Comunicação e Artes da USP. É diretora da revista cultural seLecT e edita a seção semanal de artes visuais da revista Istoé. Desde 2001, escreve textos para catálogos de exposições e capítulos em monografias de artistas. Em setembro de 2013, lança o livro "Regina Vater: as quatro ecologias", editado pelo Oi Futuro. Entre seus projetos curatoriais recentes incluem-se as exposições “Circuitos Cruzados: Centre Pompidou encontra o MAM”, no Museu de Arte Moderna de São Paulo, em janeiro de 2013; "Extranatureza", na SP-Arte, na Bienal do Mercosul e na Bienal do Ventosul, em 2011; e "Video brésilienne: un anti-portrait", no evento Vídeo et après, no Centro Georges Pompidou, em Paris, em 2010. É autora do documentário “Tinta Fresca” (2004), prêmio de Melhor Media Metragem na 29ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.
Ricardo van Steen é cineasta, designer e artista visual, integra o coletivo SX70, que só trabalha coma mídia extinta Polaroid. Dirigiu o longa-metragem “Noel – Poeta da Vila“, sobre a vida do compositor Noel Rosa e o documentário “Tinta Fresca” (2004), prêmio de Melhor Media Metragem na 29ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Principais exposições: Noir, Galeria Zipper, maio de 2013 (individual); Situ/ação- Vídeo de Viagem, Paço das Artes, São Paulo, 2007; SX70 , Galeria Vermelho, São Paulo, 2003; Memos Galeria Millan, São Paulo, 1996 (individual); Ricardo van Steen, Galeria Paulo Figueiredo (individual), São Paulo, 1983.
setembro 4, 2013
Matheus Rocha Pitta - Nau na Progetti, Rio de Janeiro
A escolha da data da vernissage, dia 7 de setembro, não se deu por acaso: “Nau”, exposição que o artista plástico Matheus Rocha Pitta apresenta na Progetti, revela ângulos da réplica de uma caravela da época do descobrimento atracada na zona portuária do Rio, próximo à galeria. As fotos, feitas de uma câmera de celular comum, sem nenhum tratamento, foram realizadas ao longo de dois anos, sempre que o artista passava pela Perimetral – de ônibus, de van, de táxi e até mesmo a pé, durante uma maratona. O resultado vai ser vivenciado pelo público de uma forma bastante inusitada. Um andaime de 4,20m conduz até a parede onde estão expostas doze fotografias, como um comentário à impermanência da perimetral, cuja demolição já começou.
“Sempre gostei muito da visão que se tem de cima do viaduto, de onde se contempla o topo de importantes monumentos do Rio, como o Mosteiro de São Bento, com o Museu da Marinha ao fundo. Independente da polêmica, temos um ponto de vista, isso é inquestionável. Essa sobreposição é bastante particular – e temporária -, uma vez que em breve não mais existirá”... afirma Matheus, que, por coincidência ou não, ao concluir o trabalho, perdeu o aparelho utilizado.
Exposição parte de alguns contrapontos
Começando pelo próprio nome, a exposição traz alguns contrapontos. Nau remete a uma época da História do Brasil, das naus portuguesas, e ao mesmo tempo soa como o agora, em inglês. Tem ainda a questão da técnica, pois mesmo tendo sido feitas de um celular, as fotografias brincam com a pintura de gênero se parecendo ora com uma tela impressionista (resultado da chuva no vidro do ônibus), ora com gravuras, ora com aquarelas novecentistas.
SOBRE O ARTISTA…
Nascido em Tiradentes, em 1980, Matheus Rocha Pitta vive e trabalha no Rio de Janeiro, onde se formou em História pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e em Filosofia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).
O número de exposições de Matheus Rocha Pitta já ultrapassou a casa dos 40 e atualmente o artista tem obras em 14 acervos pelo mundo. Em 2011, participou da coletiva Rendez Vous, no Institut d’Art Contemporain de Lyon e realizou a individual Provisional Heritage, na Sprovieri, Londres, Reino Unido. Em 2012 realizou individuais no Paço Imperial, Rio de Janeiro e na Fondazione Volume!, Roma. Seu último trabalho foi na coletiva Avante Brasil, KIT Dusseldorf, na Alemanha, em 2013. Com Nau, volta para a Progetti, onde ele já havia passado em 2010 com a individual FF#2, exposição que mostrava uma videoinstalação exibindo uma operação de desmanche de carros. Em FF#2, o vão central do sobrado foi isolado e transformado em um grande fundo falso.
Em 1999, foi primeiro lugar na categoria fotografia do Prêmio Rio Jovem Artista, no Rio de Janeiro. Em 2003, participou do 27º Salão de Arte Nacional de Belo Horizonte, Bolsa Pampulha, no Museu de Arte da Pampulha, em Belo Horizonte. Venceu o Prêmio Aquisição 14º Salão da Bahia, MAM Bahia e a Bolsa Iberê Camargo – Blanton Art Museum, Austin, nos EUA, em 2007. No ano seguinte, participou do 47º Salão de Arte de Pernambuco, bolsa de pesquisa concedida ao projeto Drive Thru # 2, em Recife e do1º Illy Sustain Art Prize, Arco 08, em Madrid. Em 2010, ganhou o Prêmio Mostras de Artistas no Exterior, PBAC, Fundação Bienal, São Paulo, e o XI Prêmio Funarte Marc Ferrez de Fotografia, Rio de Janeiro. Foi também recipiente do 1º lugar na categoria do I Prêmio Itamaraty de Arte Contemporânea, em 2011.
Noite de eventos na EAV Parque Lage, Rio de Janeiro
Lançamentos da revista digital Portfolio, do livro Narrativas Ficcionais de Tunga e abertura da Coletiva de alunos 2013
Role para ler sobre os lançamentos da revista digital Portfolio e do livro Narrativas Ficcionais de Tunga
EAV Parque Lage abre exposição de alunos a partir de convocatória para apresentar sua produção mais recente
A Escola de Artes Visuais do Parque Lage – espaço da Secretaria de Estado de Cultura – promove uma exposição coletiva de seus alunos ocupando quatro espaços expositivos da escola – Capela, Galerias 1, 2 e Galeria EAV. A abertura será no dia 6 de setembro, sexta-feira, às 19h.
Mais de 100 alunos se inscreveram para o processo seletivo, atendendo à Convocatória. A seleção, realizada pelos professores Guilherme Bueno, Ivair Reinaldim e pelo diretor da EAV no final dos anos 80, Marcus Lontra, foi realizada por meio de análise de portfolios e currículos.
Foram selecionados vinte e três alunos e 1 Coletivo para participarem da mostra. Serão cerca de 50 obras entre pinturas, fotografias, esculturas, objetos e instalações.
O objetivo da exposição é apresentar à comunidade a produção recente da EAV Parque Lage e afirmar sua configuração como centro educacional aberto de formação de artistas e profissionais do campo da arte contemporânea.
Alunos participantes: Anitta Amadeo, Bender Arruda, Betelhem Makonnen, Carol Chediak, Daniel Albuquerque, Daniele Ferreira, Dolly Michailovska, Edna Kauss, Fernanda Terra, Fernando Gonçalves, Gabriela Noujaim, Gustavo Torres, Hugo Correa, Inês Nin, Leila Bokel, Leo Sales, Marcelle Manacés, Marcelo Jácome, Pedro Carneiro, Rafael Medeiros, Regina Pereto, Roberta Paiva, Thomas Jeferson, além do Coletivo Amorfo.
Lançamento e palestra da autora
Narrativas ficcionais de Tunga
Livro de Marta Martins, Editora Apicuri - Coleção Pensamento em Arte
6 de setembro, sexta-feira, às 18h, no Salão Nobre
O livro Narrativas ficcionais de Tunga é uma adaptação da tese de doutoramento da autora Marta Martins no curso de pós-graduação em Literatura na UFSC, "Entre a Grade e a espiral, narrativas ficcionais de Tunga", defendida em 2005, que aborda a obra ficcional do artista em incursões por textos e formas. Agora, transformada em livro, essas múltiplas e multifacetadas ficções retornam rearranjadas, relidas e revisitadas em tempo pós-acadêmico, e, portanto, com menos premência e mais vagar, com menos preocupação com a erudição e a competência organizatória, e mais disponibilidade para a economia e a operacionalidade nos cortes e nas montagens.
A abordagem sobre as narrativas ficcionais de Tunga contextualiza algumas de suas operações no campo das artes, por meio das complexas problematizações com as quais o artista inscreve sua vertiginosa obra, desde o final da década de 1970 até o início do século XXI. Ao longo do século XX, as artes visuais, com suas marchas e contramarchas, mudanças e dinâmicas impostas pelo tempo geraram sucessivas ações vanguardistas e terminam por configurar um conceito ampliado de arte, que nos anos 1960 alcançaria sua máxima expressão. É com base nesse contexto que a contribuição da produção de Tunga se torna pertinente.
Narrativas ficcionais de Tunga é o nono livro da coleção PENSAMENTO EM ARTE, que busca expandir o canal de diálogo e discussão sobre o potencial do pensamento em arte por meio da publicação de textos de artistas, críticos, teóricos e historiadores, oriundos ou não da pesquisa acadêmica.Busca ser uma coleção em que fiquem nítidas a interdisciplinaridade, a excelência, a horizontalidade e a heterogeneidade nas relações entre autores e temas abordados.A coleção PENSAMENTO EM ARTE estabelece um diálogo, tanto com o mundo acadêmico — pesquisadores e estudantes universitários — quanto com o público interessado em arte, proporcionando aos leitores acesso a amplo e diversificado material para debate e reflexão.
Marta Martins possui graduação em Licenciatura Plena em Educação Artística pela Universidade do Estado de Santa Catarina (1988), mestrado em Artes Visuais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1995) e doutorado em Literatura pela Universidade Federal de Santa Catarina (2005). Atualmente é professora titular da Universidade do Estado de Santa Catarina. Tem experiência na área de Artes, com ênfase em Artes Plásticas, atuando principalmente nos seguintes temas: Desenho, Teoria da Modernidade, Literatura, Arte Contemporânea, Teoria da Imagem, História e Crítica da Arte e Fotografia. É ensaísta e fotógrafa amadora.
Escola de Artes Visuais do Parque Lage lança nova edição da revista digital Portfolio
A Escola de Artes Visuais do Parque Lage (EAV), espaço da Secretaria de Estado de Cultura, lança nesta sexta feira, dia 6 de setembro, mais um número da sua revista digital para tablets, a Revista Portfolio, a primeira publicação de artes visuais para tablets, inteiramente multimídia e multitoque. O lançamento vai acontecer às 19 horas, na escola, com a participação de artistas, críticos e professores.
Com mais de 80 páginas de textos, cinco videogalerias, seis vídeos especiais, incluindo a capa, assinada por Tina Velho, além de fotos e arquivos sonoros, a "Portfolio" continua a permitir aos seus leitores download inteiramente gratuito de todo o seu conteúdo, disponível tanto em tablets que rodam no sistema operacional Android (como Galaxy), como no sistema iOS (caso do iPad).
A revista tem também uma personalidade própria, singular no mercado editorial: mistura textos de reportagens e entrevistas, escritos por jornalistas, com ensaios, textos de crítica, resenhas e trabalhos universitários, escritos por professores e pesquisadores. Sua produção mobilizou um grupo de professores e profissionais de jornalismo e design, liderados pela diretora da EAV, Claudia Saldanha. A iniciativa teve o patrocínio da Secretaria de Estado de Cultura, que tem à frente Adriana Rattes.
A edição da revista ficou sob a responsabilidade da jornalista Marilia Martins, que também é professora da PUC-Rio e da EAV. Marília Martins é uma jornalista experiente, que já trabalhou em diversas redações, entre elas a da Revista IstoÉ, do Jornal do Brasil e do jornal O Globo, além de uma passagem pela revista Ciência Hoje, da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). O projeto gráfico da revista tem a assinatura do escritório de design Monocromo, de Letícia Verona e Marcos Martins. A publicação da EAV conta também com um conselho editorial que é composto em parte por professores da EAV e em parte por pesquisadores e críticos de arte convidados, vindos de outras instituições de ensino e pesquisa. Entre eles, estão Anna Bella Geiger, Glória Ferreira, Charles Watson, Ricardo Basbaum, Ângela Leite Lopes, Flora Sussekind, Carlos Alberto Mattos, Lilian Zaremba.
A pauta da revista tem um espectro bem amplo e contempla todas as artes visuais, da pintura à gravura, da instalação à performance, passando pelo cinema, teatro, prosa e poesia visuais, experimentos sonoros multimídia. Nas páginas desta edição da Portfolio, há uma visita guiada pelos curadores Eugenio Valdes e Bia Jabor, num passeio pelas salas de exposição da Casa Daros, o primeiro centro inteiramente dedicado à arte latino-americana. Os planos para a reforma da EAV e do Parque Lage, sob o patrocínio do Itau Cultural, merecem um espaço no bre na seção Panorama. As conversas entre críticos e artistas continuam a ser marca da revista, desta vez no encontro entre Arthur Omar e Liliam Zaremba, ou entre Antonio Dias e Paulo Sérgio Duarte ou ainda entre Carlos Alberto Mattos com o cineasta Eduardo Escorel, que comenta também o making off do seu filme mais recente, "Paulo Moura - Alma Brasileira".
Nas páginas da seção Galeria estão artistas como Rosana Ricalde, Cristina Iglesias e Marcos Cardoso. Os happenings do coletivo Opavivará pedem passagem com um vídeo e um texto de Moacir dos Anjos. A diretora e a principal atriz de uma das mais influentes companhia de teatro off-Broadway, The Wooster Group, fazem um balanço dos seus mais de 40 anos de trabalho cênico. Os vídeos transversais de Marcia X estão disponíveis na revista e são comentados num texto de Claudia Saldanha.
A revista traz ensaios sobre o teatro de Jefferson Miranda e sobre o cinema de Alain Resnais. este último assinado por Marie Jose Mondzain, diretora do Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS), em Paris. As páginas da revista permitem acesso a dois vídeos de Jefferson Miranda e ao primeiro filme de Alain Resnais. Há também trabalhos em vídeo de Tina Velho e Lula Wanderley, ambos temas para entrevistas com os artistas. E, na contracapa, poemas e vinhetas de um dos ícones da poesia marginal brasileira, Zuca Sardan, pseudônimo do poeta e diplomata Carlos Felipe Saldanha, que completa 80 anos em 2013.
Artur Fidalgo no estande K1 da ArtRio 2013, Rio de Janeiro
Victor Arruda - série Caleidoscópio
Victor Arruda mostrará a instalação Caleidoscópio durante a ArtRio. São 81 pinturas, cada uma medindo 70x50 cm, criadas a partir de detalhes de desenhos automáticos produzidos nos últimos 20 anos. O artista faz uma homenagem aos colecionadores, convidando-os a serem co-autores de obras organizadas por eles a partir de sua preferência, podendo escolher uma ou mais telas e formar seu próprio conjunto. A seleção feita pelo colecionador forma uma obra nova e permanente. A primeira tela terá o preço de 10 mil reais e as demais, 5 mil reais cada.
Victor Arruda will show his installation called Kaleidoscope during ArtRio. With 81 paintings, each measuring 70x50 cm, Arruda reveals his works created from details of automatic drawings produced in the last 20 years. The artist pays homage to collectors, inviting them to be co-authors of works organized by them from your own, choosing one or more screens and form their own set. The selection made by the collector as a new work and permanent. The first screen will be the price of 10 thousand Brazilian reais and the remaining 5 thousand each.
Victor Arruda montrera son installation appelée Kaléidoscope pendant ArtRio. Avec 81 peintures, chaque 70x50 cm, Arruda révèle ses œuvres créées à partir de détails de dessins automatiques produites au cours des 20 années. L'artist rend hommage aux collectionneurs, les invitant à être les co-auteurs d'œuvres qu'ils organisent à partir de votre propre, en choisissant un ou plusieurs écrans et former leur propre set. La sélection effectuée par le collectionneur est comme un nouveau et permanent travail. Le premier écran sera le prix de 10 mille reais brésiliens et les autres cinq mille chacun.
Caleidoscópio, de Victor Arruda
Artur Fidalgo Galeria na ArtRio 2013
5 a 8 de setembro Stand K1 - Armazém 3 Pier Mauá
Avenida Rodrigues Alves, 10, Praça Mauá
Baró no estande N4 da ArtRio 2013, Rio de Janeiro
Baró expõe obras que questionam o mercado de arte
Durante a próxima semana, a Baró Galeria, especializada em arte latino-americana e em produções recentes que dialogam com a América Latina, expõe na ArtRio obras que questionam o mercado da arte e suas contradições. A galeria leva à feira uma estande de proposta "anti-hermética", ressaltando a arte contemporânea como linguagem potencialmente acessível e atraente a todos, e não apenas a grupos restritos ou comercialmente interessados nela.
A Baró participa da ArtRio desde a sua primeira edição e neste ano leva ao evento obras dos artistas Daniel Lannes, Iván Navarro, Ricardo Alcaide, Pablo Siquier, Túlio Pinto, Toby Christian, Moris, Massimo Vitali, Lourival Cuquinha, Claudia Jaguaribe, David Medalla e Roberto Jacoby.
Destacam-se o filipino David Medalla, com um projeto utópico que propõe lançar o Guggenheim Museum ao espaço; a nova série de pinturas do jovem britânico Toby Christian, que emprega quadros-negros como material, e as fotografias feitas no Brasil pelo italiano Massimo Vitali. Lourival Cuquinha, criador da arte financeira, exibe pela primeira vez a peça Covertion X Machina Bolha Bank: um tubo de vidro aspirador de cédulas no qual investidores podem introduzir quantias de dinheiro e assim adquirir ações que lhes garantem o investimento aumentado em dez vezes caso a peça seja comercializada.
Além disso, para a edição 2013 da ArtRio, o sócio-diretor da Baró Adriano Casanova foi um dos curadores do Prêmio Foco Bradesco, que selecionou três novos talentos da arte contemporânea, criando no evento um espaço para artistas que não estão vinculados a galerias. "Trata-se de uma importante tendência de renovação das feiras nacionais de reconhecer e investir em novos talentos", comenta Casanova.
SERVIÇO
Baró Galeria na ArtRio (estande N4)
Artistas: Daniel Lannes, Iván Navarro, Ricardo Alcaide, Pablo Siquier, Túlio Pinto, Toby Christian, Moris, Massimo Vitali, Lourival Cuquinha, Claudia Jaguaribe, David Medalla e Roberto Jacoby
Faixa de preço das obras expostas: R$ 200 a R$ 200 mil
Quando: 5 a 8/9 (quinta a domingo); aberto ao público das 13h às 21h (ingressos pelo site www.ingressorapido.com.br)
Onde: Píer Mauá (av Rodrigues Alves, 10, Rio de Janeiro)
Informações sobre o evento: www.artrio.art.br