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fevereiro 22, 2013
Lourival Cuquinha na Baró, São Paulo
Baró Galeria inaugura instalação com 100 mil moedas do artista pernambucano Lourival Cuquinha
No dia 2 de março, a Baró Galeria inaugura a exposição, Territórios e capital: extinções, do artista Lourival Cuquinha.
A mostra é composta por uma grande instalação de um asterisco tridimensional feito com 100 mil moedas de R$ 0,05 que corta e reordena o espaço da galeria, e comporta bandeiras de 10 países produzidas com cédulas de diferentes moedas.
Também será apresentada a peça O trabalho gira em torno, composta por 3 rickshaws que quando manipulados produzem sons e projeções de imagens gravadas nas ruas de Londres e a obra “Parangolé”, onde o artista se apropriou do famoso Parangolé de Hélio Oiticica e expõe essa possível réplica envolta por um sistema de segurança e cerca elétrica.
"Ao longo de praticamente toda sua obra, Cuquinha vem revolvendo as entranhas dos costumes e das leis, em uma ampla investigação política e irónica através da arte contemporânea.
Nesta exposição as interrogações sobre a virtualidade dos valores, encenados e reencenados ao longo da História, são levadas ao extremo explorando um repertório conceitual de singular força política. A relação estabelecida entre imagens dos países, seus dois emblemas mais conhecidos (a imagem que é sua bandeira e a imagem que é seu dinheiro) embaralha a ideia de valor (nacional) e de bandeira (pela qual lutar): sua luta é econômica, seu símbolo é comercial, uma marca ou um emblema de uma empresa.
As obras vistas em conjunto podem ser tomadas como um comentário crítico sobre marcos da história econômica mundial: estão ali representadas, por exemplo, a crise de 2008 e as tensões entre Cuba e os EUA. Ao mesmo tempo, a presença de O trabalho gira em torno indica, como uma peça arqueológica, um lugar social onde o trabalho e o esforço físico ainda estão intimamente conectados à concretude do dinheiro e da remuneração.
Ao manipular cédulas, como nas obras Dinheiro com cara do dono e Price and Title US$101, objetos-fetiche por excelência do poder, Cuquinha dá prosseguimento à elaboração do seu pensamento político, explorando o universo da pura virtualidade do valor. Comentando os disparates da cultura, evidencia a reversibilidade da verdade que o hábito sustenta (a lei não é mais a última ou única palavra). Ele se torna assim um especialista em causar interferências sobre os hábitos das imagens, em provocar instabilidade; sua obra não é rompedora de limites – não é o lado de fora que a interessa, mas discutir as regras do lado de dentro, que é onde, depois das revoluções, sempre permanecemos”.
Gabriel Bogossian
Lourival Cuquinha - Visite o portfolio no Canal
Vive e trabalha em Olinda, PE, São Paulo, SP e Londres, Inglaterra.
Artista visual que trabalha com várias mídias. Tem um trabalho que atinge o campo político geralmente partindo de impressões estritas e pessoais.Exposições: Capital: destruction-construction PROGR – Zentrum für Kulturproduktion, Bern, Suíça. Topografia Suada de Londres: Jack Pound Financial Art Project - Centro Cultural Correios, Recife, Brasil.Costumes – minha mãe sustenta minha filha - Instituto Cultural Banco Real – Galeria Marcantônio Vilaça,Recife, Brasil. Transa-Atlântica, Fábrica ASA, Guimarães 2012 – Capital Européia da Cultura. Guimarães, Portugal. Mit Krimineller Energie, HALLE 14 e ACC Galerie Leipzig e Weimar, Alemanha. Caos e Efeito/Contra-pensamento Selvagem, Itaú Cultural/SP. Panorama da Arte Brasileira, MAM/SP. Jogos de Guerra, Centro Caixa Cultural/RJ. Festival Performance Arte Brasil, MAM/RJ (Museu de Arte Moderna). Night of Festivals, Nottingham, Inglaterra. Brazilian Summer, Art & the City, Het Domein Museum, Holanda. Exposições Conexão Contemporânea/Funarte/Petrobras (Brasil): 4territórios (RJ-PE), Fev, 2008; Dencidades. Projeto “Arte e Crime: Insubordinações” pelo Conexão Contemporânea / Funarte /Petrobras, Recife, Brasil.Territoires Transitoire, com a vídeo-instalação Désolé e a performance Artraffic no Palais de Port Doré, Paris.46º Salão de Artes Plásticas de Pernambuco com a obra Mapa do Ácaro. Recife, PE, Brasil. 45º Salão de Artes Plásticas de Pernambuco com a obra Sexo. Recife, PE, Brasil.
Kilian Glasner na Laura Marsiaj, Rio de Janeiro
Kilian Glasner - Obscura, Galeria Laura Marsiaj, Rio de Janeiro, RJ - 06/03/2013 a 11/04/2013
O pernambucano Kilian Glasner apresenta a vitalidade do desenho contemporâneo através de conjunto vigoroso de trabalhos em primeira individual no Rio, na galeria Laura Marsiaj
O estilo intrigante da obra de Kilian Glasner, um dos nomes mais promissores da nova safra de artistas plásticos pernambucanos, chega ao Rio de Janeiro no dia 5 de março na mostra “Obscura” na Galeria Laura Marsiaj.
Em sua primeira exposição individual no Rio de Janeiro, o artista, que já expôs na Europa em importantes instituições como a Calouste Gulbenkian de Lisboa (2010), apresenta nove desenhos que marcam uma nova fase em sua trajetória, à começar pelo material escolhido. Desta vez Kilian utiliza o nanquim preto para cobrir quase todo o papel, revelando cuidadosamente pequenos pontos de luz que formam desenhos impactantes. Em "Obscura", o artista propõe uma reflexão filosófica investigando a relação do homem com a luz, capturando a presença da vida na luz de cada imagem.
Kilian Glasner nasceu em 1977 na cidade de Recife. Sua obra foi premiada no 39º Salão de Artes Plásticas de Pernambuco (1999), quando o artista tinha apenas 22 anos. Realizou seus estudos de graduação e mestrado na École Nacionale Superieure de Beaux-Arts, em Paris, onde morou entre 2000 e 2007. Em 2009 foi contemplado pelo Programa Rumos Artes Visuais no Instituto Itaú Cultural e participou de mostras em São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Branco e Brasília. No mesmo ano realizou mostra individual no Instituto Cultural Santander, em Recife. Em 2010 realizou a obra “O Brilhante Futuro da Cana-de-Açúcar”, na Fundação Calouste Gulbenkian de Lisboa. Em 2011 praticipou do programa About Change the World Bank, em Washington, além de mostra individual na galeria Moura Marsiaj, em São Paulo. Ano passado realizou individual na galeria Vitrine da Paulista, com projeto premiado pelo Instituto Caixa Cultural São Paulo.
O artista, que hoje tem ateliê em Berlim e na Ilha de Itamaracá, desde cedo teve contato com a arte. Seus primeiros professores de desenho foram seu pai e avô, que eram médicos, mas adoravam pintura e deixavam Glasner sempre perto de papéis e telas. Aos 15 anos iniciou seu primeiro curso de desenho, pintura e história da arte.
O maior destaque se sua carreira foi o trabalho "Rua do Futuro”, realizado em Recife e em São Paulo, onde Glasner afirmava, com carvão sobre muros de alvenaria, estar absolutamente seguro dos recursos do traço e saber propor uma poética visual eficiente, descolada da mera representação.
Uma preocupação constante do artista é manter em suas obras um canal de comunicação com o público. Ele procura deixar claro seus objetivos, com o intuito de “tentar entrar numa consciência coletiva”, dosando o subjetivismo em nome de objetivos didáticos.
fevereiro 21, 2013
João Loureiro e Kevin Simón Mancera na Galeria Vermelho, São Paulo
João Loureiro e Kevin Simón Mancera
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João Loureiro - Escala de Cinzas, Galeria Vermelho - sala 4, São Paulo, SP - 27/02/2013 a 23/03/2013
A obra “Escala de Cinzas” (2012-2013), de João Loureiro, consiste na produção e comercialização de sorvetes em seis tons de cinza, servidos em cones na cor preta, durante o período da mostra, na Galeria Vermelho.
As seis variações de cinza do sorvete serão dispostas em uma vitrine similar a de sorveterias e poderão ser adquiridos por R$ 10,00. Os sabores são variados: chocolate, creme, limão, graviola, gengibre e cachaça.
Para Loureiro, são dois os principias fatores que dão forma à obra: “a subtração de uma informação constituinte de todo sorvete - a cor -, e a agregação do cinza, de maneira similar ao uso recorrente dessa cor na produção da arte atual, como signo de uma neutralidade pretendida”.
O projeto “Escala de Cinzas” foi criado originariamente para o projeto "In Situ: Obras Públicas en la Ciudad de San Carlos de Bariloche", Bariloche (Argentina), em 2012.
João Loureiro - Seleção de exposições individuais
Fim da Primeira Parte – Galeria Vermelho- São Paulo- Brasil, 2011; Máquinas Pesadas –Ybakatu Espaço de Arte – Curitiba – Brasil, Festival Cultura Inglesa - Centro Britânico Brasileiro - São Paulo –Brasil, 2010; Blue Jeans – Projeto Octógono– Pinacoteca do Estado de São Paulo – São Paulo – Brasil, 2009. Seleção de exposições coletivas:- In Situ: Arte en el espacio público – Bariloche – Argentina, 2012; Caos e Efeito – Itaú Cultural – São Paulo – SP – Brasil, 2011; 20 anos do programa de exposições- Centro Cultural São Paulo- Brasil, 2010; Gabinete de Desenhos do MAM - Galeria Mirante - Centro Cultural da Caixa - Salvador – Brasil, 2009.
Kevin Simón Mancera - La Felicidad, Galeria Vermelho - sala 3, São Paulo, SP - 27/02/2013 a 23/03/2013
Em 2008, o artista colombiano Kevin Simón Mancera deu inicio a um projeto de peregrinação por países da America Latina. Seu objetivo: encontrar a felicidade. Para isso, escolheu tratar o problema como uma questão formal, de território, e localizou em mapas digitais 13 lugares cujos nomes remetem ao termo.
Em sua peregrinação, Mancera passou pelo Equador, Peru, Bolívia, Argentina, Colômbia, México e Cuba. No lugar de anotações ou de fotos digitais, comuns a qualquer turista, o artista criou, para cada pais, um livro de artista com desenhos de sua experiência de deslocamento.
A compilação desses livros será lançada em uma única publicação, intitulada “La Felicidad”, durante a exposição pelo Edições Tijuana. A mostra reúne ainda desenhos, fotografias e livros de artista originais.
Kevin Simón Mancera - Seleção de exposições individuais
La Felicidad – Galeria nueveochenta – Bogotá – Colômbia, 2012; Sobre el fracaso - Galería nueveochenta – Bogotá – Colômbia, 100 cosas que odio - Fundación Gilberto Alzate Avendaño, Bogotá – Colômbia, 2007. Seleção de exposições coletivas: Caja de texto un proyecto de Diego García - Lugar a Dudas, Cali – Colômbia, 2012; Nuevos Nombres - Biblioteca Luis Ángel Arango, Bogotá – Colômbia, Catalejo - Museo de Artes Visuales, Bogotá, 2011; Asimetrías y Convergencias - Galería Vermelho, São Paulo – Brasil, 2009.
João Loureiro - Escala de Cinzas, Galeria Vermelho - sala 4, São Paulo, SP - 27/02/2013 til 23/03/2013
The work Escala de Cinzas (2012–2013), by João Loureiro, consists of the production and sale of ice cream in six shades of gray, served in black cones during the period of the show at Galeria Vermelho.
The six variations of gray ice cream are displayed in a showcase similar to that of an ice cream shop, and can be purchased for R$ 10.00 each. There are various flavors: chocolate, vanilla, lime, soursop, ginger and cachaça.
For Loureiro, there are two key factors that give the work its form: “the subtraction of a piece of information pertaining to all ice cream – its color – and the addition of gray, in a way similar to the recurrent use of this color in the production of current art, as a sign of an intended neutrality.”
The project Escala de Cinzas was originally created for the project In Situ: Obras Públicas en la Ciudad de San Carlos de Bariloche, Bariloche (Argentina), in 2012.
João Loureiro - selected solo shows
Fim da Primeira Parte – Galeria Vermelho- São Paulo- Brasil, 2011; Máquinas Pesadas –Ybakatu Espaço de Arte – Curitiba – Brasil, Festival Cultura Inglesa - Centro Britânico Brasileiro - São Paulo –Brasil, 2010; Blue Jeans – Projeto Octógono– Pinacoteca do Estado de São Paulo – São Paulo – Brasil, 2009. Selected group shows: - In Situ: Arte en el espacio público – Bariloche – Argentina, 2012; Caos e Efeito – Itaú Cultural – São Paulo – SP – Brasil, 2011; 20 anos do programa de exposições- Centro Cultural São Paulo- Brasil, 2010; Gabinete de Desenhos do MAM - Galeria Mirante - Centro Cultural da Caixa - Salvador – Brasil, 2009.
Kevin Simón Mancera - La Felicidad, Galeria Vermelho - sala 3, São Paulo, SP - 27/02/2013 til 23/03/2013
In 2008, Colombian artist Kevin Simón Mancera began a project of pilgrimage through countries of Latin America. His aim: to find happiness. To this end, he chose to approach the problem from a formal standpoint, as a question of territory, using digital maps to locate 13 places whose names refer to this term.
In his pilgrimage, Mancera passed through Ecuador, Peru, Bolivia, Argentina, Colombia, Mexico and Cuba. Instead of the notes or digital photos commonly taken by tourists, the artist created, for each country, an artist’s book with drawings of his experience of displacement.
During the exhibition, the compilation of these books will be released in a single publication entitled La Felicidad, by Edições Tijuana. The show also features original artist’s books, drawings, and photographs.
Kevin Simón Mancera - selected solo shows
La Felicidad – Galeria nueveochenta – Bogotá – Colômbia, 2012; Sobre el fracaso - Galería nueveochenta – Bogotá – Colômbia, 100 cosas que odio - Fundación Gilberto Alzate Avendaño, Bogotá – Colômbia, 2007. Selected group shows: Caja de texto un proyecto de Diego García - Lugar a Dudas, Cali – Colômbia, 2012; Nuevos Nombres - Biblioteca Luis Ángel Arango, Bogotá – Colômbia, Catalejo - Museo de Artes Visuales, Bogotá, 2011; Asimetrías y Convergencias - Galería Vermelho, São Paulo – Brasil, 2009.
Pelas Bordas: Carla Zaccagnini na Galeria Vermelho, São Paulo
Carla Zaccagnini - Pelas Bordas, Galeria Vermelho, São Paulo, SP - 27/02/2013 a 23/03/2013
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Carla Zaccagnini é conhecida por uma produção artística que transita de forma particular entre instalação, vídeo, texto, desenho e performance. Na individual, a artista reinterpreta “pelas bordas”, ou seja, com um olhar a partir da periferia, os sistemas e regras que regem nossa observação, compreensão e representação do globo terrestre.
Para isso, Zaccagnini, que nasceu em Buenos Aires, em 1973, reuniu obras recentes e outras criadas a partir de 2003, documentos de seus deslocamentos por regiões do mundo nas várias residências e projetos que realizou na ultima década.
Em “Alfabeto Fonético Aplicado II: pavimentaram a Panamericana e tudo o que vejo é a falha de Darien” (2010), Zaccagnini se apropria do Alfabeto de Soletração Radiofônica Internacional, conhecido como Alfabeto Fonético da OTAN, atualmente utilizado por empresas de aviação e radioamadores em todo o planeta. A obra propõe um novo alfabeto de soletração a partir de palavras cujo sentido e grafia é internacional, mas cuja pronúncia se adapta a várias línguas e aos sons de cada país. Na primeira edição da obra, apresentada na ARCO 2010, Zaccagnini repetiu a frase slogan do Canal do Panamá “Dividir a terra para unir o Mundo”. A atual versão, que ocupa a fachada da galeria, perverte a anterior apontando para um mundo não tão unificado, já que a Rodovia Panamericana, estrada que deveria ligar a Patagônia ao Alasca, preserva, na fronteira entre Colômbia e Panamá, uma falha de 87km [Falha de Darien] que inviabiliza o conceito de unificação que alimentou a criação do canal do Panamá.
O vídeo “Walking Distance” (2003) surge, segundo as palavras da artista, “como um prefácio para os trabalhos que virão após ele na individual”. Instalado no hall de entrada da Vermelho, ele revela imagens de uma caminhada da artista numa praia na Ilha de North Uist [Escócia], em 2003.
A instalação “Bravo-Radio-Atlas-Virus-Opera” (2009-2010), apresenta o registro videográfico das horas navegáveis da travessia interoceânica do canal de Panamá, sentido Atlântico-Pacífico, realizada entre as 17h do dia 27 de junho de 2009 e as 13h do dia seguinte.
Em “The Noth-West Passage” (2012), Zaccagnini se apropria da imagem da obra do pintor John Everett Millais e a ela sobrepõe um texto de sua autoria, encomendado pela TATE, museu a que pertence a obra. O texto descreve de forma poética as primeiras tentativas do homem de encontrar uma passagem pelo mar Ártico, que ligasse o Oceano Atlântico ao Pacífico.
A terceira passagem por agua entre esses dois oceanos, aparece em “Sem Título” (2007), que reúne fotografias de uma viagem de ida e volta entre Argentina e Chile, ao longo do Canal de Beagle.
Criado entre os anos de 2003 e 2012, “Duas Margens” é um projeto realizado em colaboração com 6 artistas. Na primeira versão, Wagner Morales [Brasil] e Sofia Ponte [Portugal], seguindo instruções de Zacagnini, gravaram simultaneamente as aguas do oceano Atlântico a partir de uma praia de sua escolha: Morales na costa brasileira e Ponte na portuguesa. As gravações, ambas com uma hora de duração, foram feitas no mesmo momento, mas em horas diferentes. Em 2005, o mesmo procedimento foi repetido. Dessa vez, Helmut Batista, numa praia no Chile, e Eric Holowacs, na Nova Zelândia, gravaram ao mesmo tempo as aguas do Pacifico de margens opostas. A terceira e ultima parte do projeto, o oceano Índico, foi filmada em 2012 por Runo Lagomarsino, das Ilhas Mauritius, na África, e por David Wells em Perth, Austrália. Instalados na mesma sala, os três dípticos, Atlântico, Pacífico e Índico do projeto “Duas Margens”, sugerem um espaço ficcional de encontro entre os três oceanos.
Completa a individual o conjunto de desenhos, colagens e impressos “Como darlo vuelta” (2013). Nessa série, a artista questiona as convenções de representação do globo terrestre de forma a subvertê-las a partir de um universo imaginário. Norte e Sul mudam de posição. Cada trabalho mostra uma forma distinta de inverter os dois pontos cardiais e sugere uma reorganização global critica a convenções culturais e econômicas.
Por meio de apropriações, citações, parcerias e colaborações Carla Zaccagnini constrói em “Pelas Bordas” um conjunto de possibilidades e de desafios que sugerem uma nova cartografia, ainda que fantástica, para o globo, a partir de suas bordas.
Carla Zaccagnini – Seleção de exposições individuais
Reação em cadeia com efeito variável [permanent installation] - Museo de Arte Contemporâneo de Castilla y León [MUSAC] - Castilla y León – Espanha [2010]; No, it is opposition – Art Gallery of York University – Toronto – Canadá [2008]; Museu das Vistas - Ersta Konsthall - Nationalmuseum – Estocolmo– Suécia [2007]. Seleção de exposições coletivas: 9th Shangai Biennale – City Pavillions – Xangai – China, 3a Trienal Poli/Gráfica de San Juan: América Latina y el Caribe - Instituto de Cultura Puertorriquena - Puerto Rico [2012]; Panoramas do Sul - 17° Festival Internacional de Arte Contemporânea Videobrasil – São Paulo - Brasil [2011]; The Traveling Show - Fundación/Colección JUMEX - Cidade do México – México, Para ser Construídos – Museo de Arte Contemporâneo de Castilla y León [MUSAC] - Castilla y Léon - Espanha [2010]; 28ª Bienal de São Paulo – Fundação Bienal de São Paulo – Pavilhão Ciccillo Matarazzo – São Paulo – Brasil [2008].
Carla Zaccagnini - Pelas Bordas, Galeria Vermelho, São Paulo, SP - 27/02/2013 til 23/03/2013
Carla Zaccagnini is known for an artistic production that transits in a unique way between installation, video, text, drawing and performance. In this solo show, the artist works “from the edges,” – that is, with a perception couched in the periphery – to reinterpret the systems and rules that govern our observation, comprehension and representation of the terrestrial globe.
To this end, Zaccagnini, who was born in Buenos Aires, in 1973, has brought together recent works and others produced from 2003 onward, documents of her displacements to different regions of the world in various artist’s residencies, and projects she has carried out in the last decade.
In Alfabeto Fonético Aplicado II: pavimentaram a Panamericana e tudo o que vejo é a falha de Darien [Applied Phonetic Alphabet II: They paved a Panamericana and all I can see is the Darien Gap] (2010), Zaccagnini appropriates the International Radiophony Spelling Alphabet, known as the NATO Phonetic Alphabet, currently used by aviation companies and ham radio operators around the planet. The work proposes a new alphabet for spelling based on words whose meaning and spelling is international, but whose pronunciation is adapted to various languages and to the sounds of each country. In the first edition of the work, presented at ARCO 2010, Zaccagnini appropriated the Panama Canal’s motto, “Dividing the land to unite the World.” The current version, which occupies the gallery’s façade, perverts the previous one, pointing to a world that is not so unified, since the Pan-American Highway, which should link Patagonia to Alaska, still has an 87-km gap between Colombia and Panama (the Darien Gap), which belies the concept of unification that nourished the creation of the Panama Canal.
The video Walking Distance (2003) emerges, according to the artist, “as a preface to all the works that will come after it in this solo show”. Installed in Vermelho’s entry hall, it reveals images of a walk the artist took on a beach on North Uist Island [Scotland], in 2003.
The installation Bravo-Radio-Atlas-Virus-Opera (2009–2010), presents the videographic record of a crossing through the Panama Canal by boat, from the Atlantic to the Pacific, between 5 p.m. June 27, 2009, and 1 p.m. the following day.
In The North-West Passage (2012), Zaccagnini appropriates the image of the work by painter John Everett Millais and superimposes on to it a text of her authorship, commissioned by Tate, the museum to which the work belongs. The text provides a poetic description of man’s first attempts to find a passage through the Arctic Ocean that would link the Atlantic Ocean to the Pacific.
The third passage by water between these two oceans appears in Sem Título [Untitled] (2007), which features photographs taken during a roundtrip journey between Argentina and Chile, along the Beagle Channel.
Created between the years 2003 and 2012, Duas Margens [Two Shores], is a project carried out in collaboration with six artists. In the first version, Wagner Morales [Brazil] and Sofia Ponte [Portugal] simultaneously recorded the waters of the Atlantic Ocean, each at a beach of his/her own choice, according to Zacagnini’s instructions: Morales on the Brazilian coast and Ponte on the Portuguese coast. The recordings, both of one-hour duration, were made at the same moment, but at different local times. In 2005, the same procedure was repeated. This time, Helmut Batista, on a beach in Chile, and Eric Holowacs, in New Zealand, simultaneously recorded the waters of the Pacific on opposite shores. The third and last part of the project, the Indian Ocean, was filmed in 2012 by Runo Lagomarsino, from the Mauritius Islands, in Africa, and by David Wells in Perth, Australia. Installed in the same room, the three diptychs – Atlantic, Pacific and Indian – of the project Duas Margens [Two Shores] suggest a fictional space of encounter between the three oceans.
The solo show is capped off by a set of drawings, collages and prints entitled Como darlo vuelta [How to turn it around](2013). In this series, the artist questions the conventional manners of representing the terrestrial globe, in a way that subverts them based on an imaginary universe. North and South switch position. Each artwork shows a different way of inverting the cardinal points and suggests a global reorganization that criticizes the cultural and economic conventions.
Through appropriations, citations, partnerships and collaborations, in Pelas Bordas Carla Zaccagnini constructs a set of possibilities and challenges that suggests a new – even if fantastic – cartography for the globe, based on its borders.
Carla Zaccagnini – selected solo shows
Reação em cadeia com efeito variável (permanent installation) at Museo de Arte Contemporâneo de Castilla y León (MUSAC), Castilla y León, Spain (2010); No, It Is Opposition at Art Gallery of York University, Toronto, Canada (2008); Museu das Vistas at Ersta Konsthall, Nationalmuseum, Stockholm, Sweden (2007). Selected group shows: 9th Shangai Biennale – City Pavillions, Shanghai, China; 3a Trienal Poli/Gráfica de San Juan: América Latina y el Caribe, Instituto de Cultura Puertorriquena, Puerto Rico (2012); Panoramas do Sul – 17° Festival Internacional de Arte Contemporânea Videobrasil, São Paulo – Brazil (2011); The Traveling Show – Fundación/Colección JUMEX, Mexico City, Mexico; Para ser Construídos, Museo de Arte Contemporâneo de Castilla y León (MUSAC), Castilla y Léon, Spain (2010); 28ª Bienal de São Paulo, Fundação Bienal de São Paulo, Pavilhão Ciccillo Matarazzo, São Paulo, Brazil (2008).
fevereiro 20, 2013
auch heute no Kunstsaele Berlin
auch heute, Kunstsaele Berlin, Alemanha - 23/02/2013 a 13/04/2013
When simple, reduced works come together in an exhibition, their characteristics inevitably relate to one another. Surface to surface. Horizontal to horizontal. Red to red. Neon to neon. Light to light. Dark to dark. One form is emphasized in contrast to the others. Through conversation with the other surfaces, one becomes visible in its uniqueness.
“auch heute” is structured by simple formal correspondences and “family resemblances” without common denominators. The series of clear horizontal forms links Judd to Bernshouse. To Antonakos, however, he is linked through the hue: a pure, distinctive red.
In addition, a few basic opposites are focused upon: light/dark, object/image, horizontal/vertical etc. Dieter Kieg's straight dark fluorescent tube on a light ground relates to Sandra Peters' curved light fluorescent tubes. One, painted on a glossy wax cloth, is displayed in a brightly lit room, while the others are shown in a darker, more traditional space.
“auch heute” links known positions with those that are widely unknown, positions that are tried and tested with those that are fledgling, and those that are canonical with ones that are forgotten. Some of these positions, when put together, form important lines of development. Others get left out: an “art history without names”. In 1967 an important “minimalist” work by Donald Bernshouse (“Unititled”) was shown together with works by Flavin, Judd, de Maria, Morris and LeWitt.
In 1968 the work made an entrance in “Minimal Art. A Critical Anthology”. Edited by Gregory Battcock, the book was an early attempt at a canon formation. However, “Untitled” was soon forgotten and became lost with time. Bernshouse moved back to Hawaii. Others formed the canon. “auch heute” shows a new, site-specific variation of the work, a good 46 years after its last presentation in New York.
As an exhibition unfolds, the works in it form a context, which displays formal correspondences without obscuring the contrasts. ...which shows formal correspondences in order to highlight the contrasts between them. In the end there are only a few things that matter, and we put trust in the fact that sometimes that is enough.
fevereiro 18, 2013
Fundação Iberê Camargo traz a Porto Alegre a obra em movimento de William Kentridge
William Kentridge, Rubrics [Rubricas] 2012 - 14 gravuras com títulos individuais: serigrafia sobre papel, 37,5 x 50,5 cm, tiragem: 10, publicado pelo Artist Proof Studio 2012, impresso por Cloudia Hartwig com o auxílio de Zwelethu Machepha. Coleção do artista, cortesia de Marian Goodman Gallery, Nova York, e Goodman Gallery, Johannesburgo.
William Kentridge - Fortuna, Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre, RS - 08/03/2013 a 26/05/2013
Depois de passar pelo Instituto Moreira Salles, no Rio de Janeiro, a maior retrospectiva na América do Sul do celebrado artista sul-africano William Kentridge será exibida ao público na Fundação Iberê Camargo, em Porto Alegre, de 8 de março a 26 de maio, com o acréscimo de 25 esculturas, entre inúmeras obras inéditas no Brasil. Ao todo, serão apresentadas 31 esculturas, 32 desenhos, 26 filmes e animações, 115 gravuras e duas vídeo instalações. Com papel, carvão e uma câmera, Kentridge virou referência internacional e criou um trabalho multifacetado, criando pontes onde um dia possam ter existido barreiras entre as artes visuais e o cinema. A primeira grande mostra individual do artista no Brasil é fruto da parceria entre a Fundação Iberê Camargo, o Instituto Moreira Salles e a Pinacoteca do Estado de São Paulo, que recebe a retrospectiva em 29 de agosto até 17 de novembro desde ano.
Com a curadoria de Lilian Tone, William Kentridge: Fortuna evidencia o processo de criação pouco convencional do artista em seu estúdio, em Johannesburgo. A escolha das obras, portanto, ao contrário de privilegiar um viés temático, destaca a variedade e o vigor da produção prolífica do artista ao longo de mais de duas décadas, mostrando como seu trabalho se dissemina por contaminação interna, em uma gama de diferentes plataformas culturais e mídias artísticas – desenhos, gravuras, ópera, esculturas, filmes, teatro e performance. “Quando Lilian Tone e eu falamos sobre a exposição pela primeira vez, eu disse que gostaria de fazer algo diferente de todas as outras exposições que já fiz, que costumam ser muito controladas e comedidas. Queria ter algo que demonstrasse o excesso do estúdio, o fato de que há sempre muitas coisas acontecendo, uma abundância... Um ambiente que mostraria a abertura dessas coisas alterando-se”, explica Kentridge em vídeo produzido para a exposição.
A mostra preparada para a Fundação Iberê Camargo será um pouco diferente da exibida no Instituto Moreira Salles, não só pelas especificidades de cada instituição, mas também levando-se em conta os trabalhos já anteriormente vistos pelo público de cada cidade. “Além do número maior de esculturas, gravuras e desenhos do que mostramos no Rio de Janeiro, teremos obras em maior escala. Os espaços amplos e a estrutura aberta do maravilhoso prédio da Fundação Iberê Camargo permitem que vários conjuntos de obras sejam vistos simultaneamente pelo espectador, o que também convida a apreciação das obras não só individualmente mas também em relação umas às outras, colocando em evidência o diálogo e a contaminação interna que estamos buscando enfatizar na exposição”, antecipa a curadora.
Kentridge alcançou visibilidade internacional com a série de curtas-metragens Drawings for Projection (Desenhos para projeção), que são considerados pelo artista o alicerce fundamental de sua obra. Iniciada em 1989 e ainda em curso (o vídeo mais recente, Other Faces, foi finalizado em 2011), a série possui até o momento dez filmes, que serão mostrados pela primeira vez em conjunto, acompanhados por 23 desenhos que o artista executou ao preparar os filmes. Será uma oportunidade única para examinar o diálogo entre desenho e filme e o processo de criação das obras. Os filmes tem uma aparência singular e diferente das animações convencionais devido a uma técnica caseira inventada por Kentridge, descrita por ele como “cinema da idade da pedra”. Kentridge filma, quadro por quadro, alterações que faz sobre um único desenho, realizado em carvão ou pastel em um processo de contínuo retrabalho, um ritual meticuloso de adição e subtração, acumulação e apagamento. O método, marcado por sucessivas mudanças e redefinições, não só se manifesta na percepção da obra como se incorpora à imagem. Na sequência dos desenhos, marcas brutas tornam-se linhas elegantes, que se transformam, com fluidez, em outras imagens. “O processo de Kentridge é transmitido como uma ilusão plausível, em que elementos visuais recorrentes do artista – uma constelação de elementos iconográficos – são construídos, desconstruídos e remontados diante de nossos olhos. Observamos um gato passando por transfigurações múltiplas: transformando-se em uma máscara de gás, um megafone, assumindo a forma de uma bomba”, escreve a curadora Lilian Tone.
O vídeo e "flipbook" (livro de artista animado) De Como não Fui Ministro d'Estado, foram feitos exclusivamente para a exposição brasileira. O artista faz uma intervenção, desenhando sobre as páginas de Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis. “É um livro que eu li há muitos anos, talvez 20 anos atrás, e me pareceu um grande exemplo de como é possível moldar a narrativa, tomar o absurdo e transformar em algo realista. Eu tinha uma edição de colecionador belíssima, dos anos 1920, mas ela não era boa para desenhar. Usei uma edição muito barata, de larga escala, com papel de má qualidade que foi belíssima para desenhar”, conta o artista.
Na produção de Kentridge, objetos cotidianos aparecem constantemente, muitas vezes itens que o artista tem à mão em seu estúdio: uma cafeteira, uma tesoura. Mais do que apenas o espaço de trabalho, em sua obra o estúdio assume as funções de palco, de mise-en-scène e de sujeito, sendo parte de vários trabalhos que estarão na exposição. "O estúdio é um personagem central na prática de Kentridge, um espaço de invenção onde o artista parece quase organicamente incorporado. É um lugar continuamente reanimado por manifestações, uma mistura de linguagens e alegorias que envolvem os diferentes gêneros de seu trabalho”, diz Lilian Tone. Algumas prerrogativas de sua criação são evidentes em sua obra, como a utilização de elementos reais, referências implícitas a lugares, situações e eventos. O mais forte desses elementos é a memória social da África do Sul e seu histórico do Apartheid, particularmente na cidade de Johannesburgo – onde Kentridge nasceu, vive e trabalha. “A prática de Kentridge pode ser vivenciada como uma incorporação poética das complexidades, incertezas, dúvidas, ansiedades e esperanças de seu país. Um dos destaques da exposição são os magníficos desenhos da série de Paisagens Coloniais, baseados em gravuras de exploradores europeus na África, pouco conhecidos dentro da obra do artista e provenientes do início de sua carreira”, completa Lilian.
Entende-se a noção de “fortuna”, princípio guiador do processo artístico de Kentridge e presente no título da exposição, como um acaso direcionado, uma engenharia da sorte, em que pré-determinação coexiste com possibilidade. Segundo o próprio artista, “fortuna é um termo geral que utilizo para essa gama de agenciamentos, algo diverso da fria probabilidade estatística, no entanto fora do âmbito do controle racional”. Fortuna refere-se ao que acontece no estúdio, a condição do trabalho artístico em estado constante de construção, ao sentido de descoberta, menos do que invenção, à celebração da excentricidade, sem perda do engajamento político.
Sobre William Kentridge
Kentridge nasceu em 1955, em Johannesburgo. Estudou ciências políticas e estudos africanos na Universidade de Johannesburgo antes de entrar na Johannesburg Art Foundation e se voltar para as artes visuais. Durante esse período, dedicou-se intensamente ao teatro, concebendo e atuando em diversas montagens. Seu interesse pelo teatro e pela ópera perpassa toda sua trajetória e indica o caráter dramático e narrativo de sua produção artística, assim como o seu interesse em sintetizar o desenho, a escultura e o filme em uma única linguagem. Após ter influenciado artistas na África do Sul por mais de dez anos, Kentridge ganhou reconhecimento internacional no final dos anos 1990. Desde então, seu trabalho tem sido incluído em exposições e performances em museus, galerias e teatros em todo o mundo, como a mostra Documenta, em Kassel, na Alemanha (1997, 2003, 2012), a Bienal de Veneza (1993, 1999, 2005), exposições individuais no MoMA, de Nova York (1998, 2010), no Museu Albertina, em Viena (2010), no Jeu de Paume, em Paris (2011), no Louvre, em Paris (2010), no Metropolitan Museum of Art, em Nova York (2005), e performances no Metropolitan Opera, em Nova York (2010), e no La Scala, em Milão (2011).
Em 2011, Kentridge recebeu o prestigioso Kyoto Prize, em reconhecimento a suas contribuições no campo das artes visuais e da filosofia, e foi escolhido como Membro Honorário da American Academy of Arts and Letters e recebeu o título de Doutor Honoris Causa da University of London. Em 2012, apresentou as Charles Eliot Norton Lectures, na Universidade de Harvard, em Cambridge, tornou-se membro da American Philosophical Society, da American Academy of Arts and Sciences, foi nomeado para o Dan David Prize, da Tel Aviv University, e recebeu o título de Commandeur dans l’Ordre des Arts et des Lettres do Ministério da Cultura e Comunicação da França.
fevereiro 14, 2013
Nômade 2e1 - Projeto de residência artística do ateliê Coletivo 2e1
Elen Gruber é a artista residente da primeira edição
Elen Gruber - Nômade 2e1 - 1a. Edição, Ateliê Coletivo 2e1, São Paulo, SP - 20/02/2013 a 04/03/2013
O projeto Nômade 2e1 consiste em residências artísticas de dois meses, realizadas no Coletivo 2E1, ateliê localizado em Perdizes, na capital paulista. As residências englobam a produção de exposições e bate-papos com o público sobre o processo de criação. Durante este período, o artista participante é acompanhado por dois profissionais (artistas, críticos, curadores), criando assim um espaço de intercâmbio e fortalecendo a produção de conhecimento.
A primeira residente é a jovem radicada paulistana Elen Gruber, que, desde 19 de dezembro, pesquisa procedimentos controle em ambientes hospitalares para execução de vídeos e performances, acompanhada pelo artista visual Daniel Caballero e pelo crítico Douglas Negrisolli. No último dia 15 de janeiro o trio conversou com o público sobre o primeiro mês de pesquisa e o projeto de execução/apresentação dos trabalhos em andamento. A exposição com os resultados da residência abre em 19 de fevereiro, precedida de um segundo bate-papo com a artista.
Sobre o ateliê Coletivo 2e1
Nascido em 2010, nos encontros de grupo de estudos, então orientados por Carolina Paz em seu ateliê, o 2e1 era uma ideia, um desejo. Sua vocação, desde o princípio, é a do convívio e a geração de conhecimento relacionados às artes visuais contemporâneas.
Em 2012, já em um espaço maior, foram realizados eventos expositivos chamados GetTogether onde vários artistas puderam experimentar suas ideias e compartilhar seus processos criativos.
Hoje, o espaço recebe artistas, críticos e curadores de diferentes cidades do Brasil e do mundo.
O Ateliê Coletivo 2e1 é um espaço de trabalho, ocupação, convivência e criação de conhecimento em artes visuais. Além da produção artística promove encontros, exposições e cursos.
Agnieszka Kurant - Phantom Capital na Fortes Vilaça
Agnieszka Kurant - Phantom Capital, Galeria Fortes Vilaça, São Paulo, SP - 22/02/2013 a 23/03/2013
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Em sua primeira exposição individual no Brasil, a artista polonesa Agnieszka Kurant apresenta uma série de trabalhos que tem como fio condutor o seu interesse por elementos fugazes, por forças intangíveis ou invisíveis e pela troca de valores simbólicos. Buscando referencia na história, ciências e literatura, Kurant investiga como fantasmas, ficção e rumores influenciam sistemas sociais, econômicos e políticos de nosso mundo contemporâneo. A artista explora o status híbrido e mutável dos objetos. Analisando os campos desconhecidos do conhecimento, da manipulação do consciente coletivo, a artista procura furos na lógica que confunde e informa nosso entendimento da realidade.
Na obra Phantom Library, a artista produz livros imaginários, títulos que nunca foram escritos, lidos ou publicados mas que aparecem em livros reais de autores como Stanislaw Lem, Roberto Bolaño e Jorge Luis Borges, entre outros. Kurant os apresenta como objetos esculturais para os quais ela comprou números de ISBN e adquiriu códigos de barra dando-lhes assim um status no mundo material.
Maps of Phantom Island é um mapa mundi que retrata ilhas inexistentes, observadas como miragens ou inventadas por exploradores do passado. Estes territórios fictícios quase sempre levam a conflitos políticos reais. Os mapas são impressos com tinta termo sensível que faz a imagem desaparecer ou aparecer conforme a temperatura.
Em 88,2 mhz, - o título da obra muda de acordo com a frequência de rádio utilizada na exposição -, um toca-fitas com um rádio transmissor emite o som de pausas silenciosas extraídas de diferentes discursos políticos, intelectuais ou econômicos. O som é captado por uma antena que o retransmite para um rádio em um terceiro espaço da exposição. A fita com a compilação de silêncios é, por sua vez, a concretização de um trabalho fictício existente no conto de Heinrich Boll “Murke's collected Silences” (1955).
Já MacGuffin é uma escultura em forma de tapete que se move misteriosamente. O tapete é uma reprodução de um dos tapetes na sala da conferência de Yalta, onde os líderes mundiais definiram a divisão do mundo no pós guerra. O título da obra é um termo de técnica narrativa que define um objeto ou pessoa cuja importância não se define na trama, de certa forma como um fantasma. Como outros trabalhos na exposição, Uncertainty Principle, - uma escultura em forma de uma ilha que “magicamente” levita no ar -, aos poucos revela o universo do desconhecido que alimenta a obra conceitual de Agnieszka.
Agnieszka Kurant nasceu em 1978 na Polônia e vive e trabalha em Nova York. Ela representou seu país natal na Bienal de Veneza em 2010 com um trabalho em colaboração com a arquiteta Aleksandra Wasilkowska. Já participou de exposições individuais e coletivas tais como: CoCA, Torun, PL (2012); Witte de With, Rotterdam (2011); Performa Biennial, Nova York (2009); Athens Biennale (2009); Frieze Projects, London (2008), Moscow Biennale (2007); Tate Modern, London (2006); Mamco, Geneva (2006) and Palais de Tokyo, Paris (2004); entre outras. Foi artista residente na Location One, Nova York (2011-2012); Paul Klee Center (Sommerakademie), Bern(2009); ISCP, New York (2005); e Palais de Tokyo (2004). Em 2009 ela foi finalista do International Henkel Art Award (MUMOK, Vienna). Sua monografia Unknown Unknown foi publicada pela editora Sternberg Press em 2008.
Texto de divulgação enviado por Galeria Fortes Vilaça
Agnieszka Kurant - Phantom Capital at Fortes Vilaça
Agnieszka Kurant - Phantom Capital, Galeria Fortes Vilaça, São Paulo, SP - 22/02/2013 til 23/03/2013
In her first solo show in Brazil, Polish artist Agnieszka Kurant presents a series of works whose common thread is her interest in fleeting or imperceptible elements of reality, intangible or invisible forces and exchange of symbolic values. Referencing history, science and literature Kurant is investigating how phantoms, fictions, and rumors influence social, economic and political systems of the contemporary world. The artist explores the hybrid and shifting status value and aura of objects. Analyzing the "unknown unknowns" of knowledge, mutations of memes, collective intelligence and its unconscious, she seeks to explore gaps in logic that confuse and inform our understanding of reality.
In the work Phantom Library the artist produces imaginary books, titles that were never written, read or published, yet nevertheless described in real books by authors such as Stanislaw Lem, Roberto Bolaño and Jorge Luis Borges, among others. Kurant presents them as sculptural objects for which she purchased ISBN numbers and acquired barcodes, thereby giving them a status in the material world.
Maps of Phantom Islands depict non-existent islands observed as mirages or invented by past explorers and placed on important political maps. These fictitious territories often lead to real political conflicts. The map is printed with thermal-sensitive ink that makes the image appear or disappear according to the weather.
In 88,2 mhz, - the title changes in accordance to the frequency of the radio used -, a tape player linked to a radio transmitter emits the sound of silent pauses excerpted from different political, intellectual and economic discourses. The sound is captured by an antenna that transmits it to a radio in a third space of the exhibition. The tape with the compilation of silences is an actual working version of the fictitious work described in the short story by Heinrich Boll, “Murke’s Collected Silences” (1955).
MacGuffin is a sculpture in the form of a carpet that moves mysteriously. The carpet is a reproduction of one of the carpets at the Yalta Conference, on top of which the world leaders met to define how the world would be divided following World War II. The work’s title refers to a narrative device consisting of an object or person whose importance is not defined in the plot, somewhat like a ghost. Like other works in the show, Uncertainty Principle – a sculpture in the shape of an island that “magically” levitates in the air – gradually reveals the unknown universe that feeds Agnieszka’s conceptual work.
Agnieszka Kurant was born in 1978, in Poland; she lives and works in New York. She represented Poland at the Venice Biennale in 2010 (in collaboration with the architect Aleksandra Wasilkowska) and has exhibited her work in solo and group exhibitions at Objectif Exhibitions, Antwerp (2012), CoCA, Torun, PL (2012); Witte de With, Rotterdam (2011); Performa Biennial, New York (2009); Athens Biennale (2009); Frieze Projects, London (2008), Moscow Biennale (2007); Tate Modern, London (2006); Mamco, Geneva (2006) and Palais de Tokyo, Paris (2004); among others. Kurant was an artist in residence at Location One, New York (2011-2012); the Paul Klee Center (Sommerakademie), Bern (2009); and ISCP, New York (2005); and Palais de Tokyo (2004). In 2009 she was shortlisted for the International Henkel Art Award (MUMOK, Vienna). Sternberg Press published Kurant’s monograph Unknown Unknown in 2008.
Release sent by Galeria Fortes Vilaça
fevereiro 13, 2013
Seguindo a luz central na Mercedes Viegas Arte Contemporânea, Rio de Janeiro
A mostra na Mercedes Viegas Arte Contemporânea reúne desenhos de quatro artistas contemporâneos: Daniel Melim, Marco Veloso, Patricia Carmo e Tatiana Grinberg. Patricia e Tatiana são representadas pela galeria. Daniel e Marco são artistas convidados. Um dos desenhos de Marco Veloso, “Seguindo a Luz Central” dá o título a esta exposição.
Tendo o papel como suporte os quatro artistas utilizam técnicas diferenciadas: o carvão utilizado por Marco Veloso; o nanquim por Daniel Melim e Tatiana Grinberg. Já Patricia Carmo trabalha com tinta de carimbo e óleo sobre papel.
Daniel Melim nasceu em Portugal em 1982, dedica-se a pintura e desenhos. Em 2006 finalizou Artes Plásticas na faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa. Seus desenhos não são exatamente abstratos, mas aproximam-se da abstração.
Marco Veloso nasceu no Rio de Janeiro em 1959 e desde a infância teve interesse por tudo o que se relaciona à linguagem do desenho que até hoje reproduz. As possibilidades oferecidas pelo uso do carvão tem direcionado Marco Veloso na exploração de fortes contrastes entre tons de cinza, preto e branco. Possui obras nas coleções do Museu Nacional de Belas Artes, Gilberto Chateaubriand/MAM e no Museu de Arte do Rio de Janeiro. Em 2007 realizou sua última exposição individual na Mercedes Viegas Arte Contemporânea.
Patricia nasceu em São Paulo em 1971 e hoje vive e trabalha entre Itália e Brasil. Em 1991 Mudou-se para Hamburgo para concluir os estudos. Foi então, que Patricia optou definitivamente pelo desenho e pelo trabalho com a arte, concluindo seus estudos na Freie Kunstschule Hamburg, “escola de arte livre”. Possui obras na coleção do Gilberto Chateaubriand. Realizou sua primeira individual no Rio na Mercedes Viegas Arte Contemporânea em 2012.
Tatiana Grinberg é Carioca. Desde a década de 90, realiza exposições no Brasil e no exterior. Possui obras nas coleções do Instituto Brasil-Estados Unidos no Rio de Janeiro, coleção Gilberto Chateaubriand no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e Museu de Arte Brasília. A questão central de seus trabalhos está na relação entre o corpo e o espaço. O desenho a acompanha como anotação, ensaio, ou embate 1:1 intervindo na escala humana. Realizou a última exposição individual na Mercedes Viegas Arte contemporânea em 2001.
A Ybakatu na ARCO Madrid 2013
A galeria Ybakatu Espaço de Arte participa pela 6ª vez da ARCOmadrid , Feira de Arte Contemporânea em Madrid / Espanha, dentro dos Programas General Stand 8F07. Este ano o Brasil terá 10 galerias participando feira sendo que 2 são de Curitiba.
A feira ARCO de Madrid acontece há mais de 30 anos e está entre as 3 mais importantes feiras de arte contemporânea do mundo. A edição 32 terá 202 galerias de 30 países e além dos stands das galerias a feira oferece encontros profissionais com palestrantes entre eles curadores, críticos de arte, colecionadores , etc. Este ano a feira terá como destaque a Turquia que é o pais convidado. A ARCO recebe 150 mil visitantes durante os 5 dias que acontece.
A Galeria Ybakatu Espaço de Arte participa da ARCOmadrid com os artistas Cláudio Alvarez (artista destaque), Tatiana Stropp, Washington Silvera, Hugo Mendes (os 4 vivem em Curitiba, Brazil), Rogério Ghomes (vive em Londrina - PR, Brazil), C. L. Salvaro (vive em Belo Horizonte, Brazil), Alex Flemming (vive em São Paulo e Berlim), René Sultra e Maria Barthelemy (França) e o artista português Isaque Pinheiro (vive no Porto, Portugal). Alguns desses artistas estarão presentes no stand da Ybakatu durante a feira.
A Galeria Ybakatu Espaço de Arte, que atua há 17 anos no cenário de artes visuais, realizando mostras individuais, coletivas e participa de feiras de arte. Representa artistas brasileiros e internacionais, dentre eles o artista português Isaque Pinheiro.
A Galeria Ybakatu Espaço de Arte é associada à ABACT (Associação Brasileira de Arte contemporânea), associação sem fins lucrativos criada em 2007, onde hoje reúne 32 galerias de mercado primário, representando seis estados brasileiros, diretamente envolvidos no desenvolvimento da carreira de seus artistas.
CLAUDIO ALVAREZ – artista destacado
Vive no Brasil desde 1977 - Nascido em Rosário - Argentina
http://claudioalvarezarte.blogspot.com/
Claudio Alvarez nasceu em Rosario, Argentina. Ele mora em Curitiba desde 1977, onde desenvolveu sua produção artística e objetos de design. Desde dezembro de 2009, Alvarez está instalado em um galpão que já foi um armazém de cereais e uma fábrica de chá em Campo Largo. Agora, o lugar é seu estúdio, onde se envolveu na pesquisa de materiais e objetos.
Galerias brasileiras estreiam na ArcoMadrid 2013
Programa de orientação leva três jovens galerias brasileiras a edição 2013 da feira
A ARCOmadrid, uma das maiores feiras de arte da Europa e a primeira no calendário anual, conta, na edição 2013, com mostras de 240 galerias. O evento acontece do dia 13 a 17 de fevereiro e ocupa os pavilhões 08 e 10 da Feira de Madri (IFEMA). O Brasil será representado por dez galerias e três dessas são estreantes. O país esteve presente nas últimas treze edições da feira, mas 2013 será o ano com o maior número de galerias brasileiras desde 2008.
A novidade desta edição, é que o escritório curatorial Latitudes criou um programa de orientação inédito, que promove a estreia das galerias Emma Thomas, Sim Galeria e Galeria Jaqueline Martins na ARCO 2013. As jovens galerias foram guiadas por todos os passos necessários para participar feira, os pré-requisitos incluem a seleção das obras, o transporte, a aplicação inicial e a estratégia global. A ideia foi implementada em parceria com a organização da ARCOmadrid, e este é o primeiro ano que um projeto nesse formato é realizado.
O Latitudes é o novo título do Projeto de Promoção Internacional de Negócios de Arte Brasileira, que é uma parceria entre a ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Investimento) e da Associação Brasileira de Arte Contemporânea (ABACT). O objetivo é melhorar o profissionalismo dentro do mercado de arte e proporcionar as galerias brasileiras novas oportunidades de comércio internacional.
Um dos diretores da Sim Galeria, Guilherme Simões de Assis reafirma que a ARCO é uma importante porta de entrada da arte brasileira no exterior. “É uma feira onde, tradicionalmente se fazem muitos contatos com curadores e diretores de museus, o que se traduz em oportunidades de visibilidade para os artistas”.
Outra novidade deste ano na ARCOmadrid é que ela voltará a ter um espaço para o debate em torno da atualidade criativa e do mercado da arte, com participação de cerca de 150 profissionais da área, entre artistas, galeristas, colecionadores, críticos e diretores de museus, uma ótima oportunidade para trocar projetos e ideias.
O Brasil será representado pelas galerias: de São Paulo, Baró, Casa Triângulo, Emma Thomas, Dan, Jaqueline Martins, Luciana Brito, Mendes Wood e Vermelho; de Curitiba, Sim e Ybakatu.
fevereiro 5, 2013
Gaspar Gasparian Fotografias
Gaspar Gasparian - Fotografias, Luciana Brito Galeria, São Paulo, SP - 27/11/2012 a 08/02/2013
Luciana Brito Galeria tem o prazer de apresentar, pela primeira vez, a exposição Gaspar Gasparian, Fotografias. A mostra é uma homenagem a um dos mais importantes fotógrafos brasileiros, que teve papel fundamental para estabelecer a fotografia como uma arte autônoma, com atributos próprios, levando a prática para além do mero registro documental. Essa transição histórica, que mais se confunde com a vida da fotografia no Brasil, é conduzida pela exposição através das 45 imagens em branco e preto (36 vintages), datadas dos anos entre 1940 e 1960, além de documentos, registros históricos e equipamentos originais da época.
Juntamente com Geraldo de Barros, German Lorca e Thomaz Farkas, Gaspar Gasparian inaugurou a chamada “Escola Paulista de Fotografia”, ainda na década de 1940. Nessa época, a estética moderna na fotografia brasileira se manifestava como um questionamento ao pictorialismo europeu do séc XIX. Influenciado por esse clima, o artista iniciou seus trabalhos com a ideia de aproximar a fotografia das artes, retratando principalmente paisagens e natureza morta e devotando-se a um estilo acadêmico de alto contraste que realçava a beleza e os detalhes dos locais e cenas retratadas. Gaspar Gasparian preocupava-se em captar cada vez mais as qualidades formais das composições, destacando o equilíbrio e o rítmo ditado pelos contrastes de luz e sombra. Essa combinação pode ser observada no conjunto de fotografias realizadas na cidade de São Paulo, entre 1940 e 1943, onde ele retrata como ninguém a modernidade, ainda que sutil, que já despontava na metrópole.
Já no início dos anos 50, o compor passa a fazer parte do processo na prática fotográfica de Gaspar Gasparian. Nesta fase, ele e seus contemporâneos de profissão dão início à etapa que ficou marcada pela insatisfação com as linhas estéticas academicistas e, juntos, inauguram o Grupo dos Seis. Esse período distingue-se, sobretudo, pelo abstracionismo geométrico, atribuindo nova importância à perspectiva, luz e sombra. Aliados a um senso estético apurado e às especulações arrojadas, esses valores modernos estabelecem contrastes instigantes nas fotografias, que confundem a percepção de quem os observa, seja em função da mudança abrupta da escala dos objetos, seja pela ênfase em certos elementos que na superfície da imagem criam efeitos gráficos. A década de 50 também ficou caracterizada pela utilização de montagens e table-tops (fotografia de estúdio onde se utilizava miniaturas para recriar situações reais).
SOBRE O ARTISTA
1899, São Paulo, Brasil – 1966, São Paulo, Brasil
Quando jovem, dedicou-se ao comércio de tecidos e roupas nas lojas da família (imigrantes armênios). Em 1938, investe na indústria têxtil e cria o Lanifício Brazilia. Sua carreira em fotografia tem início em 1940. Em 1942 se associa ao Foto Cine Clube Bandeirantes, quando participa de exposições e salões tanto nacionais quanto internacionais. Já em 1950, deixa o Foto Cine Clube Bandeirantes para fundar o Grupo dos Seis (Gaspar Gasparian, Fernando Palmério, Ricardo Belinazzi, Otávio Pini e José de Amorim Jr.). Recebe o prêmio Anchieta em 1944 por meio de sua participação no Salão Paulista de Arte Fotográfica. Em 1952, contudo, ganha medalha de prata na Exposição Internacional de Arte Fotográfica, no Rio de Janeiro. Em 1990, ganha uma grande retrospectiva no MIS - SP (Museu da Imagem e do Som), em 2010 na Pinacoteca do Estado de São Paulo e, em 2011, no Museu Oscar Niemeyer, Curitiba (PR). Três publicações mais recentes reúnem as principais obras do artista: Gaspar Gasparian Um Fotógrafo Paulista (Ed. Marca D’Água, 1988), Gaspar Gasparian Um Fotógrafo (Pinacoteca do Estado de São Paulo, 2010 e Museu Oscar Niemeyer, 2011).
fevereiro 3, 2013
Felipe Barbosa - Campo de las Naciones na Blanca Soto
Inauguración Nuevo Espacio
Felipe Barbosa inaugura el próximo martes 5 de Febrero de 2013 su primera exposición individual en la Galería Blanca Soto. Anteriormente en Febrero de 2010, la Galería realizó una colectiva de artistas brasileños en la que participó Felipe Barbosa y a partir de ese momento surgió la posibilidad de exponer en España.
“Campo de las Naciones” hace referencia a la idea del fútbol como expresión del poder y hegemonía de los estados representados de una forma civilizada. Por otro lado, desde una visión más personal, el artista rememora su pasada estancia en Madrid, donde esta estación de metro representó para él un emblema y metáfora del deporte y más concretamente del fútbol.
Su estética remite y nos evoca muy a menudo a aquél rompedor concepto de los ready mades, de los que ya se servía Marcel Duchamp a principios del siglo XX para crear una nueva concepción de arte. Se trataba de piezas escultóricas basadas en objetos cotidianos, a veces encontrados, mutilados, ensamblados, cuya única finalidad era cuestionar lo que se había considerado durante siglos Arte. Transformaba la utilidad primaria de los objetos en obras artísticas por efecto de la descontextualización. Pues bien, esta idea entre el hacer industrial y la inteligencia del ready made muchas veces nos es sugerida por las colecciones de Barbosa cuya obra genera este desdoblamiento conceptual de la serialización de unidades-únicas- que se hacen y rehacen permanentemente con el fin de generar otros objetos disfuncionales.
Según Douglas Crimp “Los ready mades de Duchamp ratificaron claramente la proposición de que el artista no inventa nada, de que él o ella sólo usan, manipulan, dislocan, reformulan y reposicionan lo que fue dado a través de la historia. No para con ello retirar al artista el poder de intervenir en el discurso,de alterarlo y de expandirlo sino sólo para abrir mano de la ficción de que la fuerza surge de un yo autónomo que existe fuera de la historia y de la ideología. Los ready mades proponen que el artista no es capaz de hacer, sino sólo tirar de algo existente”.
Felipe Barbosa ejecuta su obra a partir de los materiales existentes en el mundo, aquéllos que habitan particularmente en la casa o en cualquier ámbito de nuestra vida diaria como es, en el caso de esta exposición, el deporte rey, el fútbol. Esa obsesión conceptual por los juegos –o por los objetos usados en los juegos– está cada vez más acentuada en su obra. Pillball es irónico y deconstructivo en el sentido literal. El artista recrea una píldora (en inglés pill) hecha con balones de fútbol deconstruídos. Esa pieza tiene lazos de parentescos conceptuales con las Pills, de General Idea y Lullaby spring de Damien Hirst. En el caso de Pills de Felipe Barbosa es una referencia irónica a lo somnífero que puede ser un partido de fútbol para algunos y remedio para la vida soporífera de otros.
Los balones de fútbol son las fuentes principales de búsqueda visual para la hechura de “pinturas–objetos”. Comprándolos por sus formas tan distintas en los colores y los diseños de las formas geométricas, el artista los desmonta apropiándose de los hexágonos existentes en su forma inicial. Esa geometría desecha da origen a nuevas formas, que recombinadas por el artista pueden tomar distintas apariencias, desde una alfombra oriental (Azulejo Bola), un mural mexicano (Mexican patchwork), una pintura constructiva (Plano bola, Tetris ball, Nike total blank) o puntillista (The grid, Multimarcas), un quilt (Bolas – Zigzag quilt) o una unidad métrica (Bolas–Tabuada).
La dinámica de mercado de las grandes compañías de productos deportivos es la de la renovación para no cansar al comprador. Así, las obras hechas con balones de fútbol son operaciones matemáticas y pueden llegar a un número infinito de combinaciones, en caso de que el artista decida transformarlas en una operación work in progress.
Su explicación es la no alteración de las características iniciales. “No altero la capacidad visual de un objeto, lo que hago es transformarlos, reduciéndolos. Nunca pienso desde el punto de vista escultórico, pero sí desde la propiedad de los objetos existentes. Pienso que la esencia del trabajo es intentar no alterar la naturaleza del objeto. Mi interferencia en general es la de agregar información, pues la memoria que se tiene del objeto será un elemento constituyente del trabajo”.
“El arte no altera. El arte formula”. Ese juego visual entre significante y significado es la esencia de la obra del artista. Felipe Barbosa, artista transformador de objetos, utiliza la vía del humor y de la ironía para arrancar al espectador del pasivo acto contemplativo: “solamente por el arte, podemos salir de nosotros mismos”. La obra es una respuesta al llamamiento de Gilles Deleuze para que los artistas introduzcan el arte en el espacio de la vida vivida.