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junho 30, 2005
Cinético_Digital no Itaú Cultural - mais informações
Módulo Arte Computacional
Waldemar Cordeiro
Digitalização Retrato de Fabiana, 1970 - nanquim e caneta hidrográfica sobre papel
Digitalização Retrato de Fabiana (II), 1970 - impressão de computador
Digitalização Retrato de Fabiana (III), 1970 - impressão de computador
Retrato de Fabiana 3/4, 1970 - impressão de computador
Retrato de Fabiana 1/4, 1970 - impressão de computador
Retrato de Fabiana 2/4, 1970 - impressão de computador
Alckmar dos Santos e Gilbertto Prado - Os trabalhos Dos Desconcertos da Vida Filosoficamente Considerada, A Cara do Rio, Cubo, Soneto e Soneto 2 são poemas digitais elaborados com tecnologia de realidade virtual. Neles, diálogos complexos entre o verbal e o visual são viabilizados em mundos virtuais imersivos e interativos.
Aluizio Arcela - Notas São Cores é um sistema interativo em que o participante assume o papel de um compositor que cria mundos tridimensionais a partir de notas musicais. A música é construída com as estruturas de dados existentes no interior dos intervalos musicais, um lugar em que o tempo e o espaço combinam-se em peças únicas de informação. O visitante poderá experimentar a composição em tempo real ao navegar por entre as "orquestras matemáticas".
Artemis Moroni - A instalação ar(TE)bítrio é uma obra interativa sonoro-visual que suscita indagações acerca de como a tecnologia afeta a arte. Apresenta um ambiente computacional interativo e, nele, os visitantes podem criar composições visuais, apreciá-las e acompanhar o seu desdobramento sonoro. Ou seja, podem atribuir valores sonoros e visuais.
Carlos Vicente Fadon - Cahiers (1988-89) é uma coleção de livros gerados com a exploração de recursos de computação gráfica. O trabalho explora o elemento gráfico mínimo dos computadores - o pixel - como formador da imagem digital. O manuseio dos livros é possível por meio de réplicas.
Carlos Praude - O trabalho Imaginário Espacial é uma interface simuladora de imagens de satélite que se modificam de forma aleatória a partir da interação do público. Usando a tecnologia de GPS (Global Positioning System), o programa embutido na obra interpreta coordenadas geográficas de municípios brasileiros e as transforma em polígonos que são preenchidos por texturas ou cores. Cada área delimitada por um polígono refere-se a uma determinada região geográfica, uma ilha, uma área urbana, um lugar.
Luiz Velho - A instalação Animação por Computador em 5 Movimentos consiste em uma série de animações geradas por computador e elaboradas com diversas técnicas de controle de movimento e síntese de imagens, todas realizadas pelo autor durante o período de 1978 a 2004.
Mario Maciel - U238 é um game artístico cujas imagens simulam efeitos de partículas num ambiente poluído por gases tóxicos. Nesse trabalho, foram considerados aspectos da tecnologia de inteligência artificial aplicada nos comportamentos das formas em movimento, que se combinam e se transformam.
Ricardo Araújo - Poesia e Matemática consiste de um poema de João Cabral de Melo Neto criptografado numa forma imagética. A forma geométrica de um polígono é organizada tendo como base estrofes do poema. A imagem é formada a partir dos versos que falam sobre os "cemitérios gerais" (metáfora do sertão) e é finalizada com as figuras da bandeira brasileira. Os videopoemas Bomba, Parafísica, Femme, Dentro, Arco-Íris e SOS complementam o trabalho.
Tania Fraga - Em Viabolus_01 a autora explora o conceito mítico de jornada e suas possibilidades de realização de percursos intrincados e não lineares. O participante pode descobrir, por meio de um monitor sensível ao toque, domínios escondidos e realizar ações como "andar", "saltar" ou "voar" de um ponto a outro, de um domínio a outro. A instalação comporta-se como uma quase-charada cujas chaves encontram-se no próprio título do trabalho.
Lygia Saboia -Simetrias relaciona arte e matemática apresentando imagens animadas com base em operações aritméticas e no uso da simetria como um elemento de estruturação da imagem artística. Depois de serem refletidas por um espelho, animações elaboradas por programas em linguagem PostScript são projetadas sobre uma superfície de água, cujo movimento ondulatório quebra a rigidez geométrica das linhas que compõem a imagem.
Mário Ramiro - Instalação formada por várias placas de circuito impresso que, quando são energizadas, atuam como microfones sem fio. As placas transmitem uma faixa FM que pode ser sintonizada pelos aparelhos de rádio convencionais numa faixa "fora de estação". Uma vez estabelecida a sintonia, todo som emitido junto ao microfone do circuito eletrônico é transmitido para um dos aparelhos instalados no ambiente.
Luiza Paraguai - O projeto vestis será apresentado como uma performance na abertura da exposição. Trata-se de um computador que pode ser vestido, o qual consegue intermediar um diálogo do ator com as pessoas que estão no mesmo espaço físico. Os aros da vestimenta que contornam o corpo do ator mudam de forma constantemente. Após a abertura, um registro em vídeo da atuação passa a integrar o espaço expositivo.
Módulo Instalações Interativas
Abraham Palatnik
Estudo para Objeto cinético, déc. 70
Objeto cinético C11, 1966/2004 - tinta industrial, madeira, metal e motor, 100 x 100 x 20 cm
Estudo para Objeto cinético, 1966
Objeto cinético C15, 1966/2004 - fórmica, madeira, metal, motor e imã, 77 x 90,5 cm
Objeto cinético, 1991 - madeira, metal, acrílica e circuito elétrico, 130 x 70 x 16 cm
Objeto Cinético,1986 - tinta industrial, madeira, fórmica, metal e motor, 90 x 96 x 23 cm
Objeto cinético, 1968/2000 - madeira, tinta acrílica, metal, plástico, fórmica e motor, 77,5 x 90,5 x 12,2 cm
Diana Domingues, Eliseo Reategui e Grupo Artecno - Na instalação FIRMAMENTO PopStars uma projeção simula um céu composto por diferentes estrelas. O ambiente é imersivo e mostra o comportamento coletivo de um bando de estrelas que persegue uma fonte luminosa, fazendo surgir constelações mutantes. Mensagens enviadas por celular encontram outros textos que se misturam e formam, assim, novos pensamentos coletivos. A instalação discorre de forma metafórica sobre os mitos artísticos do cinema.
Gilbertto Prado - Acaso 30 é uma instalação interativa em lembrança aos mortos na chacina da Baixada Fluminense, no bairro de Queimados, em março 2005, onde 30 pessoas foram eliminadas ao acaso. Na área central da instalação, um dispositivo é acionado com a passagem dos espectadores, gerando uma série de combinações possíveis que gerarão eventos distintos, como a projeção de silhuetas de perícias criminalísticas.
Grupo SCIArts e Edson Zampronha - O ferro-fluido, tipo de líquido magnético, é um elemento-chave da instalação Atrator Poético. Quando na presença de um campo magnético, as partículas do fluido alinham-se instantaneamente. Removido o campo, o material retorna ao estado original rapidamente, desenhando a forma do campo magnético na superfície líquida.
Raquel Kogan - Reflexão 2 é um ambiente interativo onde uma cachoeira de números incide sofre os corpos dos visitantes. Nesta versão da instalação, ao entrar numa sala escura, o participante aciona um sensor que gera imagens nele projetadas e que por ele podem ser vistas em sua própria imagem refletida no espelho.
Rejane Spitz - Você Tem Fome de Quê? é uma instalação interativa que trata da existência de populações famintas nas sociedades informatizadas. O sistema criado apresenta uma interface, na qual o visitante poderá escolher, com base em um cardápio, um prato de refeição virtual para se alimentar.
Rosangella Leote - Abundância é um projeto de performance tecnológica, utilizando transmissão wireless de sinais de vídeo e áudio. A atuação visa criticar o uso excessivo de fetiches subliminarmente eróticos pelos meios de comunicação em geral. A apresentação é participativa e compreende a utilização de um sistema que integra, em tempo real, imagens de vídeo manipuladas pelos próprios espectadores.
Módulo Arte nas Redes
Julio Plaza
Holografias (Cubos; Cor, Mente, Luz; O Arco-íris no Ar Curvo; II Limite di um Corpo), registros impressos (Sky Art; Matisse Sistema; BranCusi; Matisse Sistema; Braque Quebra) e registros em vídeo (Sky Art; Cor, Luz, Mente; Matisse Sistema; II Limite di um Corpo; Abre e Fecha).
Cleomar Rocha - Keleuthos refere-se a uma palavra grega que significa caminho, estrada, rota, trajeto, viagem. O termo também remete a uma figura de linguagem que estabelece a quebra sintática de uma frase. A obra de hipertexto é composta por 365 palavras associadas a um igual número de imagens que se organizam na forma de um jogo de caça-palavras.
Douglas de Paula - Quatro trabalhos (In Memorian, I-Ludens, Trajetos do Desejo e Hipermórficos) relacionam arte e realidade virtual, apresentando ambientes virtuais veiculados na Internet. As formas tridimensionais são animações modificáveis em tempo real pela ação do usuário, sendo transformadas e auto-regeneradas diante do espectador. As imagens foram criadas com a linguagem de programação denominada VRML (Virtual Reality Modeling Language), utilizada largamente a partir dos anos 90 na criação de ambientes e modelos 3D para a Web.
Giselle Beiguelman - Desmemorias é um filme interativo sobre os vestígios tecnológicos de nosso passado recente. Computadores Amiga, Mac Classics, Ataris, disquetes, monitores de fósforo, entre outros, são os personagens desse quase-documentário de memórias decompostas. As imagens passam em ritmo acelerado e são, propositalmente, trabalhadas no limite de seu apagamento, cruzando-se e superpondo-se com textos e imagens.
Rafael Carlucci - Conta-Palavras é um trabalho que retoma métodos de programações artísticas realizadas para o sistema operacional DOS, de uso comum durante os anos 70 e 80. A interação proposta no trabalho se dá por meio da palavra ARTES. Cada letra da palavra ARTE digitada pelo usuário produz uma imagem aleatória que vai surgindo e se inscrevendo no monitor, num determinado espaço de tempo. As letras representam funções matemáticas distintas, que remontam às descobertas de cientistas como Mandelbrot (teoria do caos) e Malthus (curva de crescimento populacional).
Ricardo Cristófaro - A obra O Colecionador é uma coleção de objetos cotidianos heterogêneos e tridimensionais, capturados em sites de empresas especializadas em modelagem de mundos virtuais nas áreas de decoração, cinema, arquitetura, urbanismo, engenharia, etc. Esta coleção é disponibilizada para o público por meio de uma interface que permite a configuração de uma arte específica, favorável ao jogo e a participação.
Maria Luiza Fragoso - O trabalho O Quadrado Mágico do Tracajá explora um objeto esotérico criado na China antiga a partir das formas de um casco de tartaruga. A tabela do quadrado representa uma relação numérica em que a soma dos números em cada linha, coluna ou diagonal vai dar sempre o mesmo resultado. A estrutura do quadrado não tem como fim esgotar as possibilidades de composições, mas apenas servir como uma forma de imergir e emergir na Internet. O site é um portal de acesso poético para um universo de imagens digitais referentes à cultura e natureza brasileira.
Sílvia Laurentiz - O projeto Community of Words cria condições para que um conjunto de palavras possa apresentar padrões emergentes ou ainda comportamentos observáveis. É um sistema onde os participantes são convidados a escrever linearmente seu poema para depois observá-lo e transformá-lo num ambiente tridimensional interativo.
Lúcia Leão - As Mil e Uma Histórias é um projeto colaborativo em que o objetivo principal é criar um ambiente que estimule o compartilhamento de narrativas. A participação poderá se dar através de textos, imagens, poemas, vídeos, áudios ou animações. As colaborações serão recebidas por um sistema dinâmico de atualização de dados. Além disso, o projeto envolve a realização de fóruns de discussão, envio de comentários e formação de comunidades.
Bia Medeiros e Corpos Informáticos - A performance Sinapses discute as possíveis ligações humanas via Internet com base na utilização de linguagens corporais. A idéia é criar um ambiente virtual conectivo, com pontos de interligação entre corpos presentes e espectrais. O trabalho conecta em tempo real as imagens de membros do grupo que estão localizados nos EUA, em Brasília e no Rio de Janeiro.
Biografias do pioneiros
(fonte: Enciclopédia de Artes Visuais www.itaucultural.org.br)
Abraham Palatnik (1928)
Abraham Palatnik (Natal RN 1928). Artista cinético, pintor, desenhista. Em 1932, muda-se para a região onde, atualmente, se localiza o Estado de Israel. De 1942 a 1945, estuda na Escola Técnica Montefiori em Tel Aviv e se especializa em motores de explosão. Retorna ao Brasil em 1948, e se instala no Rio de Janeiro. Convive com os artistas Ivan Serpa (1923-1973), Renina Katz (1926) e Almir Mavignier (1925). Com este último freqüenta a casa do crítico de arte Mário Pedrosa (1900-1981) e conhece o trabalho da doutora Nise da Silveira (1905-1999), no Hospital Psiquiátrico do Engenho de Dentro. O contato com os artistas e as discussões conceituais com Mário Pedrosa fazem Palatnik romper com os critérios convencionais de composição, abandonar o pincel e o figurativo e partir para relações mais livres entre forma e cor. Por volta de 1949, inicia estudos no campo da luz e do movimento, que resultam no Aparelho Cinecromático, exposto em 1951 na 1ª Bienal Internacional de São Paulo. Em 1954, integra o Grupo Frente, ao lado de Ivan Serpa, Ferreira Gullar (1931), Mário Pedrosa, Franz Weissmann (1911), Lygia Clark (1920-1988) e outros. Desenvolve a partir de 1964 os Objetos Cinéticos, um desdobramento dos cinecromáticos, mostrando o mecanismo interno de funcionamento e suprimindo a projeção de luz. O rigor matemático é uma constante em sua obra, atuando como importante recurso de ordenação do espaço. É considerado internacionalmente um dos pioneiros da arte cinética.
Waldemar Cordeiro (1925 - 1973)
Waldemar Cordeiro (Roma, Itália 1925 - São Paulo SP 1973). Pintor, escultor, gravador, desenhista, ilustrador. Inicia formação em Roma na Escola de Belas Artes, cursa gravura na Escola de São Giácomo e estuda com o pintor De Simone. Vem para o Brasil em 1946, instalando-se em São Paulo onde trabalha como jornalista: produz crítica de arte, faz caricaturas e é contratado pela Folha da Manhã para fazer reportagens e ilustrações. Em 1952, ao lado de Anatol Wladyslaw (1913-2004), Leopoldo Haar (1910-1954), Lothar Charoux (1912-1987), Féjer (1923-1989), Geraldo de Barros (1923-1998), Luiz Sacilotto (1924-2003), funda o Grupo Ruptura, que, no mesmo ano, expõe obras de caráter concreto e lança manifesto no Museu de Arte Moderna de São Paulo - MAM/SP. Com o objetivo de romper com a arte figurativa, o manifesto causa mais polêmica do que as obras expostas. Waldemar Cordeiro é o porta-voz do grupo e principal teórico do movimento concreto paulista. Conhece os poetas Décio Pignatari (1927), Haroldo de Campos (1929-2003) e Augusto de Campos (1931), que passam a integrar o grupo. A partir da década de 1960, afasta-se do rigor concretista e começa a criar com base em objetos do cotidiano e sucata, obras denominadas por Augusto de Campos de popcretos. Introduz no Brasil o uso do computador nas artes visuais, realizando as primeiras pesquisas no final da década de 1960. Em 1971 realiza em São Paulo a mostra Arteônica - O Uso Criativo dos Meios Eletrônicos em Arte, que resulta em livro de mesmo título. Em 1972, torna-se professor na Unicamp, onde dirige o Centro de Processamento de Imagens do Instituto de Artes. É considerado um dos pioneiros internacionais do uso do computador nas artes.
Julio Plaza (1938 - 2003)
Julio Plaza González (Madri, Espanha 1938 - São Paulo SP 2003). Escritor, gravador, artista intermídia e professor. Inicia formação artística na década de 50, no Círculo de Bellas Artes e na École de Beaux-Arts, em Paris. Em 1967, ingressa na Escola Superior de Desenho Industrial, no Rio de Janeiro, com bolsa de estudos concedida pelo Itamaraty. Leciona linguagem visual e artes plásticas, como artista-residente, junto ao Departamento de Humanidades da Universidad de Puerto Rico, entre 1969 e 1973. Nesse ano muda-se para São Paulo e torna-se professor da Faap, ECA/USP, PUC/SP e Unicamp. Obtém os títulos de mestre e doutor em comunicação e semiótica pela PUC/SP e livre-docência pela ECA/USP. É autor de livros de artistas e publicações teóricas, entre eles: Julio Plaza Objetos, Poemobiles e Caixa Preta, com o escritor Augusto de Campos; Videografia em Videotexto, Tradução Intersemiótica e Os Processos Criativos com os Meios Eletrônicos: poéticas digitais, com Monica Tavares. Em 1988, viaja para Madri a estudos com bolsa de especialização pelo CNPq.
Ata da Reunião sobre CSs de Artes Visuais no Rio em 15 de junho de 2005
Ata da Reunião para Discussão e Votação de Representantes das Câmaras Setoriais de Artes Visuais, em 15 de junho de 2005, no Parque Lage, Rio de Janeiro
Aos quinze dias do mês de junho de dois mil e cinco, às dezenove horas e trinta minutos, na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Jardim Botânico, Rio de Janeiro, foi dado início a Reunião para Discussão e Votação de Representantes das Câmaras Setoriais de Artes Visuais. Foram eleitos para presidente da mesa Alexandre Lambert Soares e para secretária Claudia Herszenhut. Xico Chaves, diretor do Centro de Artes Visuais da Funarte, deu início à reunião, relatando sua trajetória profissional e principalmente sua atuação na Funarte. Esclareceu, também, que a proposta de criação das Câmaras Setoriais de Cultura por parte do Governo Federal, através do Ministério da Cultura, foi feita no sentido de melhorar o diálogo entre a sociedade civil e o MinC para, juntos, definir diretrizes culturais. Esclareceu ainda que o Ministério da Cultura delegou à Funarte - mais especificamente ao Centro de Artes Visuais - a missão de coordenar a implantação da CS de Artes Visuais. Informou também que não obrigatoriamente a votação dos representantes da classe deveria ser hoje e que as câmaras setoriais de outros setores, como por exemplo, a da música, estava incorrendo em equívocos, uma vez que estava entendendo que as referidas Câmaras Setoriais determinariam diretrizes culturais, quando, na verdade, seu papel é o de apenas sugerir diretrizes políticas. Acrescentou ainda que julgava interessante obtermos, o mais rápido possível, algum tipo de representatividade, ainda que oficiosa, na medida em que a implantação dessas câmaras, deverá estar definida até o final de 2005. Comunicou também a realização do Seminário para a formatação das CSs. de Artes Visuais para o final de agosto, no Rio de Janeiro. Patricia Canetti foi a segunda a falar e traçou uma analogia entre as Câmaras Setoriais de Cultura e as da Indústria e Comércio e colocou que entende que o papel das CSs seria o de mapear o mercado de trabalho em arte para que possa orientar as ações das Instituições Públicas - como, por exemplo, a Funarte, assim como prover subsídios para o orçamento da cultura. Expôs também o que testemunhou em São Paulo, aonde surgiram sob a rubrica de Artes Visuais alguns segmentos não cogitados inicialmente pelo governo, como Arquitetura, Design, Ilustração, Fotografia e Artes Tecnológicas. Disse também que a agenda prevista anteriormente para debates sobre o tema não foi cumprida, por alegações de impossibilidade prática, por parte da Funarte, que assumiu a coordenação. Criticou a paternalização do processo de formação da Câmara Setorial de Artes Visuais, apontando que essa atitude, por parte da Funarte, assume aspectos de dirigismo e criticou pessoalmente Xico Chaves por estar direcionando excessivamente o processo, por medo de se perder o prazo. Patricia solicitou - para o segmento das Artes Visuais - uma maior divulgação do processo de formação dessa câmara, para que seja democrático de fato, pois segundo seu ponto de vista, não é o que está acontecendo. Qualificou o MinC de inábil na proposição das Câmaras em que aparentemente conflitou com a Funarte e que, segundo seu enfoque, apoiou os outros segmentos, mas atrapalhou o de Artes Visuais em sua formação. Clarisse Tarran falou de sua experiência quando conheceu a Cooperativa de Artistas de São Paulo e de seu pensamento, na ocasião, em criar uma Cooperativa de Artistas no Rio de Janeiro, e do abandono da idéia por considerar o formato da de São Paulo um equívoco. Continuou sua fala salientando a importância de se passar por cima das diferenças, na medida em que urge criar uma representatividade carioca para dialogar com o Ministério. Sugeriu, como estratégia, uma votação provisória, face ao fato desse primeiro encontro ter tido um quorum baixo, para criar assunto, fofoca e atenção junto à classe. Fabiana Éboli Santos falou da importância dos artistas se reunirem para pensar políticas e propostas para o meio, concordando inteiramente com Patricia Canetti que este processo de debate e votação deveria estar desatrelado da Funarte (por este órgão eventualmente estar se sentindo ameaçado com a criação das Câmaras Setoriais) julgando assim que um coletivo de artistas não pode ser representado por uma instituição governamental. Júlia Csëko apresentou algumas questões, tais como: 1- De quem é a responsabilidade pela divulgação da criação das Câmaras Setoriais; 2- Se já existiriam possíveis candidatos a representantes; 3 - A necessidade de objetivação da divulgação, ou seja, uma massificação desta divulgação; 4 - A necessidade de se trabalhar em conjunto, ultrapassando por pequenas diferenças pessoais; 5 - Externou sua vontade de que a Funarte auxilie neste processo de criação. Alexandre Lambert disse não encontrar contradição nenhuma no fato da Funarte estar auxiliando no processo de formação da Câmara Setorial, uma vez ser este um órgão executivo e não um órgão formulador proposições políticas. Qualificou-se de "macaco-velho" em assembléias e que, por sua experiência, deveriam ser eleitos alguns representantes, pois assembléias tendem a se esvaziar. Jorge Emanuel perguntou se alguém se candidataria. Patricia Canetti cedeu sua vez para que Xico Chaves respondesse às perguntas formuladas por Júlia Csëko, passando a sua frente na ordem de inscrições. Xico Chaves alegou que, ao perguntar para o ministro da Cultura Gilberto Gil como se formariam estas Câmaras, recebeu como resposta o seguinte: A sociedade civil que se organize e que teria "sobrado" para a Funarte a criação das regras. Patricia Canetti reiterou seu argumento anterior de que a Funarte foi quem emperrou o processo de discussão das Artes Visuais. Respondeu a Fabiana que a questão não era propriamente a eleição e sim o processo que não era transparente, e que nas outras regiões ninguém estaria sabendo de nada. Falou que o nosso segmento era muito grande e que, por falta de divulgação adequada, esta reunião não era representativa e mais uma vez acusou a Funarte de ter colaborado na formação das Câmaras de outros segmentos e prejudicado o de Artes Visuais. Alexandre Lambert alegou que os outros setores já estão mais organizados, sendo constituídos, em sua maioria, por pessoas jurídicas, como o segmento de Artes Cênicas. Lia do Rio falou que o pequeno quorum não era impeditivo de se tomar resoluções e que muitas discussões importantes já haviam sido feitas no grupo Artes Visuais Políticas, e que para sensibilizar o governo seria importante a demonstração de quanto o trabalho em Artes Plásticas mobiliza a cadeia produtiva. Daniela Cristina Silva, da área de conservação fotográfica da Funarte, colocou que, por muitas áreas não estarem representadas nesta reunião, uma votação neste momento seria injusta e sugeriu uma nova convocação para daqui a sete (7) dias, pois gostaria de ter a chance de mobilizar o pessoal do meio fotográfico. Fabiana Santos fez a proposta de se elegerem três (3) representantes provisórios e que se divulgue, pela Internet, o nome dessas pessoas. Xico Chaves alertou que o prazo para eleição dos representantes seria até julho. Patricia Canetti sugeriu que a Funarte divulgue um documento conclamando os diversos setores que compõem o setor de Artes Visuais (Arquitetura, Design, Ilustração, Fotografia e Artes Tecnológicas) a se reunirem e se organizarem, além de explicar o que são as Câmaras Setoriais. Márcia Lontra, da Funarte, concordou em mandar tal documento para a divulgação através do Canal Contemporâneo. Alexandre Lambert propôs o dia seis (6) de julho para uma nova reunião quando deverão ser eleitos os representantes definitivos. A reunião se encerrou sendo decidido que haverá um novo encontro no dia quatro (4) de julho, tendo Alexandre Lambert e Lia do Rio se propostos como candidatos.
Vinte e cinco pessoas (25) assinaram a lista de presença, em anexo.
Rio de Janeiro, 15 de junho de 2005.
Alexandre Lambert
Claudia Herszenhut
junho 24, 2005
Seminário das Câmaras Setoriais de Artes Visuais
COMUNICADO MINC - FUNARTE
Escolha dos Representantes para o Seminário das Câmaras Setoriais de Artes Visuais
Abrangendo os segmentos de Artes Visuais, Artes Tecnológicas, Artes Gráficas, Fotografia, Arquitetura e Design
Data provável do seminário, ainda a ser confirmada, dias 17, 18 e 19 de agosto de 2005
Até 8 de julho de 2005
Funarte / CEAV
Rua da Imprensa 16/13 º andar, Centro, 20030-120, Rio de Janeiro - RJ
cavisuais@funarte.gov.br
Em breve mais informações no www.funarte.gov.br
www.cultura.gov.br/projetos_especiais/camaras_setoriais/index.php
www2.cultura.gov.br/scripts/noticia.idc?codigo=1286
O Centro de Artes Visuais da Funarte, tendo recebido recentemente do MINC a missão de viabilizar a realização de seminário sobre a Câmara Setorial na área de sua competência, comunica a todos os setores representativos do país que se considerem incluídos no campo das Artes Visuais, que promovam encontros da classe em seus respectivos Estados, onde deverão ser discutidas diretrizes e organizada uma pauta de assuntos e ainda indicada a representação que participará do "Seminário das Câmaras Setoriais de Artes Visuais", a realizar-se em agosto (provavelmente nos dias 17, 18 e 19), no Rio de Janeiro.
A data limite para apresentação da referida representação é dia 8 de julho de 2005, quando deverá ser encaminhado um documento para a Funarte/ Rio de Janeiro, Rua da Imprensa, 16/13 º andar (CEAV) - Cep:20030-120, Rio de Janeiro, RJ, que poderá ser entregue pessoalmente ou por correio (postado até a data limite de 8 de julho de 2005).
O documento deverá constar dos nomes completos, assinaturas e números dos registros de indentidade dos participantes das reuniões que indicaram os representantes, juntamente com os nomes dos eleitos para a referida representação, acompanhados de seus nomes completos, assinaturas, RGs e contatos (telefone e/ou endereço eletrônico).
Envie uma cópia com os nomes para o Canal Contemporâneo: canal@canalcontemporaneo.art.br.
Os Estados e segmentos que não apresentarem seus representantes até esta data não poderão participar do Seminário uma vez que a Funarte necessita de tempo hábil para viabilizar administrativamente a organização do evento, incluindo disponibilização de passagens e diárias e outros procedimentos imprescindíveis.
Estamos ainda preparando um documento mais extenso compreendendo histórico e posicionamento do Centro de Artes Visuais/Funarte incluindo sugestões temáticas cabíveis da discussão para ser enviado a todas as áreas em processo de mobilização.
Abaixo apresentamos um breve texto sobre o que são e o que se pretende com a realização dessas Câmaras Setoriais.
Câmaras Setoriais
As iniciativas do Ministério da Cultura no campo participativo provocaram a mobilização e organização de vários segmentos ligados às diversas linguagens de expressão artística. A proposta ministerial para a formação das Câmaras Setoriais de Cultura tem gerado grupos e fóruns em diversas regiões do país, voltados ao debate e a formulação de políticas públicas para as diversas linguagens artísticas.
As Câmaras Setoriais pretendem se constituir em espaços consultivos e de debates para a formulação de políticas públicas para os diversos atores da sociedade, visando fornecer elementos para tomadas de decisão, monitoramento das ações do governo e subsídios para elaboração de diretrizes, estabelecendo uma relação mais democrática entre o Estado e produtores culturais e artistas.
A construção da Câmara poderá contribuir para a mudança de paradigmas na relação Estado-sociedade-cultura ao estimular a escuta dos vários segmentos e a formação de uma cultura política não-clientelista, seja da sociedade ou do mercado. Desta forma pode refletir a preocupação de novos tempos na política e no desenvolvimento cultural do país.
Pretende-se a partir da escuta do MINC/FUNARTE e de vários representantes das artes visuais e participantes do GT, definir um Seminário Nacional que contribua para a definição conceitual do que conforma o campo das Artes Visuais.
O Seminário deverá contribuir para o diálogo entre os vários segmentos, a ampliação, conexão entre as dinâmicas locais e a câmara setorial.
A idéia é construir um Seminário Nacional que considere não apenas a reflexão sobre conceitos e experiências, mas que também se constitua em espaço de debates enfatizando o papel da arte no processo de diálogo.
O Seminário contará com a participação de 40 pessoas dos vários segmentos das Artes Visuais (artes visuais, gráficas, design, fotografia e arte tecnológica) e debaterá aspectos conceituais sobre a abrangência das artes visuais hoje e o seu campo de ação e indicações para a composição da câmara setorial.