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setembro 18, 2021

Terceiro módulo do Projeto 4x5 na Marília Razuk, São Paulo

Galeria Marília Razuk estreia terceiro módulo do Projeto 4x5, com obras de Eleonore Koch, Desali, Laura Belém, Mariana Serri e Rommulo Vieira Conceição, a partir do tema "Paisagem"

Com curadoria de Douglas de Freitas, o Projeto 4x5 reúne 20 artistas organizados em quatro módulos, exposições de curta duração, em cartaz no espaço físico e virtual da Galeria

Uma exposição em processo que traz ao público uma construção que se desdobra no espaço e no tempo a partir de módulos temáticos e artistas de diferentes trajetórias e gerações. Esse é o cerne do Projeto 4x5, exposição coletiva organizada em quatro módulos sob a curadoria de Douglas de Freitas e apresentada no espaço físico e virtual da Galeria Marília Razuk.

No sábado (18 de setembro), a galeria estreia a terceira etapa da mostra a partir do tema Paisagem. Eleonore Koch - artista homenageada na 34ª Bienal de São Paulo - abre o módulo. A ela, juntam-se Desali, Laura Belém, Mariana Serri e Rommulo Vieira Conceição.

Na ocasião da abertura, Marília Razuk promove uma visita guiada às 11h30 com o curador Douglas de Freitas e os artistas Desali, Mariana Serri e Rommulo Vieira Conceição.

Projeto 4x5

Com curadoria de Douglas de Freitas, o projeto é organizado em quatro eixos temáticos - Espaço, Projeto, Paisagem e Corpo -, eleitos a partir de quatro artistas emblemáticos que integram o acervo da Galeria: Amilcar de Castro, Julio Plaza, Eleonore Koch e Leonilson. Cada módulo é apresentado em exposições de curta duração, de cerca de 15 dias, trazendo, ao todo, obras de dez artistas convidados e dez representados por Marília Razuk.

Em Espaço, primeiro módulo do projeto, foram exibidas obras de Ana Sario, Alexandre Canonico, Daniel Acosta e Hugo Frasa em diálogo com a produção de Amilcar de Castro. Considerado um dos maiores artistas brasileiros, Amilcar foi um dos líderes do movimento neo-concretista, grupo que surgiu no final dos anos 1950 e defendia a liberdade de experimentação, sugerindo que a arte não é mero objeto, possui sensibilidade, subjetividade e vai além do geometrismo puro. “As formas geométricas planas de Amilcar se abrem para o espaço a partir das suas operações, seja de corte e dobra, seja de deslocamento. Nesse sentido, os artistas participantes desse primeiro módulo, trabalham com a forma e suas possíveis relações com o espaço, seja o espaço real, da tela, ou ainda o mental. Assim planos constroem elementos no espaço, ou espaços se planificam nas obras”, explica o curador.

No segundo módulo, Projeto, a pesquisa de forte caráter conceitual e de abordagem semiótica da arte do espanhol Julio Plaza foi conjugada à obra de Ana Dias Batista, Froiid, Vanderlei Lopes e Raquel Gaberlotti. Para além da questão gráfica e espacial dos poemas e dos objetos que esboçam espaços, a obra Plaza é ponto de partida para discutir a responsabilidade de projetar. Nesse sentido, os trabalhos do módulo tratam de tentativas, erros e acertos; desenhar novas regras, metodologias e movimentos; projeto como registro de obra, e não apenas com estudo de execução; e ainda sobre a mágica e o mistério que o ato de criar, ou projetar, envolve.

Já no terceiro módulo, Paisagem, a exposição é conduzida pelas pinturas de paisagens desabitadas da artista alemã Eleonore Koch, em diálogo com obras de Desali, Laura Belém, Mariana Serri e Rommulo Vieira Conceição.

Encerrando o projeto, de 2 a 17 de outubro, a Galeria apresenta o módulo Corpo, mostra que parte da obra autobiográfica e sensitiva de Leonilson ao lado de obras de Adalgisa Campos, Amanda Melo da Mota, Lais Myrrha e Maria Laet.

Todos os módulos serão exibidos de forma híbrida, no espaço físico e no Viewing Room da Galeria. O público poderá, inclusive, acompanhar os processos de montagem e desmontagem que ocorrem entre as mostras.

Sobre o curador

Douglas de Freitas (São Paulo 1986) é curador do Instituto Inhotim. Trabalhou de 2011 a 2019 como curador no Museu da Cidade de São Paulo (Secretaria Municipal de Cultura), onde realizou a performance de Maurício Ianês, as instalações de Tatiana Blass, Lucia Koch, Iran do Espírito Santo, Felipe Cohen, Laura Belém, Sara Ramo e Vanderlei Lopes na Capela do Morumbi; as exposições retrospectivas “Guerra do Tempo” de Marilá Dardot; “Arte à Mão Armada” de Carmela Gross; e “Allegro” de Guto Lacaz, na Chácara Lane. Em 2018 realizou a exposição "Morumbi Caxingui Butantã”, com instalações de Cinthia Marcelle, Matheus Rocha Pitta e Marcius Galan, que ocuparam respectivamente a Casa do Bandeirante, a Casa do Sertanista e a Capela do Morumbi. Foi o curador selecionado na Temporada de Projetos do Paço das Artes de 2011; vencedor do Prêmio PROAC Artes Visuais 2014 e 2016; do Edital Amplificadores de Artes Visuais do Recife 2015, com a exposição Em Espera, no Museu Murillo La Greca; e do Prêmio Funarte de Arte Contemporânea 2013, na Sala Nordeste de Artes Visuais, em Recife. Em 2017 organizou o livro monográfico de Carmela Gross pela editora Cobogó.

Posted by Patricia Canetti at 5:04 PM