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setembro 9, 2021

Clube de Colecionadores do MAM Rio lança nova edição na ArtRio 2021

Clube de Colecionadores MAM #8: Museu apresenta nova edição em setembro, na ArtRio, e lança programa de participação e relacionamento com benefícios exclusivos e descontos

Conjunto reúne trabalhos de Dalton Paula, Gê Viana, Paulo Nazareth e Rivane Neuenschwander; e edição especial de Thiago Martins de Melo

O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM Rio) lançará a 8ª edição do Clube de Colecionadores no dia 8 de setembro, em seu estande na feira internacional ArtRio 2021. O novo conjunto apresenta quatro gravuras de Dalton Paula, Gê Viana, Paulo Nazareth e Rivane Neuenschwander, e conta com edição especial de Thiago Martins de Melo. O Clube 8 foi selecionado pela equipe curatorial do MAM Rio em consonância com as linhas temáticas do programa artístico, valorizando práticas engajadas com as questões do presente.

Criado em 2004, o Clube de Colecionadores é uma oportunidade de aquisição de obras exclusivas de artistas visuais brasileiros, com tiragem limitada. A renda arrecadada a partir da venda dos conjuntos é integralmente revertida para os projetos de arte, cultura e educação do MAM Rio. “Há 17 anos, o Clube fomenta o colecionismo, difunde a arte contemporânea e incentiva a produção artística”, afirma Fabio Szwarcwald, diretor executivo do museu.

“Esta edição dialoga com os demais projetos do museu, sendo composta por artistas com inserção no mercado e trajetórias profissionais consolidadas, cujos interesses de pesquisa nos ajudam a pensar as narrativas de museu que queremos”, reflete a curadora Beatriz Lemos.

Em paralelo, a instituição lança o Agente MAM Rio, um programa de participação e relacionamento que visa aproximar público e museu. Fazendo parte, os apoiadores incentivam regularmente os projetos do MAM Rio, bem como recebem benefícios na programação – não só do museu, mas de várias instituições parceiras, como o MASP e o MAM SP.

A adesão é feita através do site (www.mam.rio) e as vantagens incluem convites para aberturas de exposições, visitas sob medida, participação garantida em encontros promovidos pela instituição e descontos (na loja do MAM Rio, em ingressos para a casa de shows Vivo Rio e no estacionamento do museu). Os Agentes MAM Rio também têm direito a 20% de desconto na aquisição do conjunto e/ou da edição especial do Clube de Colecionadores.

O programa apresenta duas categorias: ‘individual’ (R$ 190 a anuidade, ou R$ 95 para estudantes, professores e pessoas com mais de 60 anos) ou ‘dupla’ (R$ 270 por ano), caso o apoiador tenha interesse em estender os benefícios a um(a) acompanhante. Em ambas as categorias é possível fazer uma doação extra e contribuir com as demais ações do museu. O programa inclui, ainda, a opção ‘vale-presente’ que pode ser oferecida a terceiros, proporcionando acesso facilitado e independente ao museu e sua programação, ao longo do ano todo.

“O programa Agente MAM Rio tem como objetivo criar canais que permitam uma maior aproximação às ações e iniciativas do museu, um acompanhamento mais próximo do que fazemos e pensamos, ao mesmo tempo que cria uma estrutura coletiva de apoio,” informa Pablo Lafuente, que compõe a direção artística da instituição em parceria com Keyna Eleison.

Sobre as obras

Clube de Colecionadores #8 (os trabalhos não são vendidos separadamente; R$ 8 mil)

Dalton Paula
Enfia a faca na bananeira, 2017-2021
serigrafia sobre papel Hahnemühle 300 g/m2
43,6 x 100 cm
tiragem 100 + 7 PA

Os trabalhos de Dalton Paula partem da problematização das estruturas sociais no país, articulada à herança deixada por africanos escravizados. Sua atuação no campo artístico vem ganhando grande visibilidade nos últimos anos, contribuindo para o aprofundamento dos estudos afrodiaspóricos e a maior conscientização estrutural do racismo em nossa sociedade. Enfia a faca na bananeira é parte de uma série de pinturas (2017-2021) que, para o Clube de Colecionadores, foi impressa como serigrafia. A obra reúne cenas do cotidiano de trabalho protagonizadas por ferramentas e símbolos de poder, cura e resiliência.

Gê Viana
Sentem para jantar, 2021
série Atualizações traumáticas de Debret impressão em jato de tinta com pigmento natural
de colagem digital sobre papel Hahnemühle
Photo Rag 308 g/m2
29,7 x 42 cm
tiragem 100 + 7 PA

Inspirada pelos acontecimentos da vida familiar maranhense, especialmente no que se refere aos costumes e códigos de heranças afroindígenas, Gê produz colagens a partir de imagens de arquivo e experimentos urbanos em formato lambe-lambe. Sentem para jantar, da série Atualizações traumáticas de Debret, é uma colagem digital que dá continuidade ao processo já em curso de revisões históricas e iconográficas, tendo como base as obras do artista francês Jean-Baptiste Debret para a célebre publicação “Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil” (1834-1839), obra que pautou imageticamente o período colonial.

Paulo Nazareth
Leônidas da Silva, 2021
serigrafia sobre papel Pólen 90 g/m2
96 x 66 cm
tiragem 100 + 7 PA

A obra Leônidas da Silva compõe a nova série de serigrafias do artista, que visa difundir imagens de personalidades negras, indígenas e racializadas, fundamentais para a constituição política e cultural brasileira. A composição desses retratos e sua inserção como obra de arte faz referência aos processos de apagamentos históricos tão correntes quando pensamos nas presenças e ausências na narrativa histórica do país.

Rivane Neuenschwander
Trópicos malditos, gozosos e devotos (gravura), 2021
linoleogravura sobre papel Canson Edition 250 g/m2
28 x 38 cm
tiragem 100 + 7 PA

Trópicos malditos, gozosos e devotos (gravura) se trata de uma desdobramento da série de pinturas de mesmo título, realizadas a partir de conversas sobre o medo, a violência sexual e a guerra. Nesta série, Rivane constrói relações sutis e explícitas com as angústias da atualidade e a afirmação de tempo cíclico. A obra é resultado dos primeiros experimentos em xilogravura realizados pela artista.

Edição especial (vendida separadamente a R$ 7 mil):
Thiago Martins de Melo
A cauda, 2021
resina pigmentada
23 x 36 x 19 cm | 4,4 kg
tiragem 30 + 7 PA

A cauda, escultura idealizada especialmente para o Clube de Colecionadores do MAM Rio, discute a relação mística e espiritual entre humanos e animais, tendo referências à cultura tradicional do Brasil, com seus mitos, lendas e ocorrências reais. A obra apresenta uma figura feminilizada, que pode ser lida como uma mulher, sob um animal com feições de felino e cauda de réptil.

Sobre os artistas

Dalton Paula
Brasília, DF, 1982. Vive em Goiânia, GO.
Artista visual, pintor, gravurista e performer. Seus trabalhos apresentam um processo de recriação e de reconstrução de identidades históricas e culturais, por meio do compartilhamento de uma memória comum e da divulgação de conhecimentos legados pelos povos escravizados.
Participa de grandes mostras, como a Feira SP-Arte em 2016, em que vende todos os trabalhos apresentados em exposição solo da Sé Galeria, sua representante. No mesmo ano, recebe o Prêmio Illy Sustain Art, conferido a artistas brasileiros de até 35 anos de idade, com o objetivo de revelar e incentivar novos talentos das artes visuais no país.
Participa da 32ª Bienal de São Paulo – Incerteza Viva, que gera grande repercussão a seu trabalho, pois é a partir dela que Dalton passa a ser artista visual em tempo integral.
Os trabalhos de Dalton Paula partem de sua condição individual de homem negro no presente, articulada à problematização da herança deixada por africanos escravizados. Sua atuação confere significados positivos a essa parte da cultura brasileira, valorizando-a nas cenas artísticas nacional e internacional.

Gê Viana
Santa Luzia, MA, 1986. Vive e trabalha em São Luís, MA.
Fotógrafa e artista visual, graduada em artes visuais pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Na busca por uma expressão artística não linear, usa a fotografia para a criação de fotomontagens, fotos performances e experimentos de intervenção urbana e rural.
Inspirada pelos acontecimentos da vida familiar e seu cotidiano em confronto com a cultura colonizadora hegemônica e seus sistemas de arte e comunicação, Gê produz colagens decoloniais a partir de imagens de arquivo, criando experimentos urbanos em formato lambe-lambe.

Paulo Nazareth
Governador Valadares, MG, 1977. Vive e trabalha em Santa Luzia, Belo Horizonte, MG.

Artista performático. Após estudar entalhe em madeira com o escultor baiano Mestre Orlando (1944-2003), em 2005, licencia-se em desenho e plástica, e torna-se bacharel em desenho e gravura no ano seguinte pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), onde também estuda linguística entre 2006 e 2010. Trabalha em uma barraca de feira onde vende produtos diversos.
Chama a atenção do circuito nacional e internacional de arte a partir de 2010, quando deixou a comunidade de Palmital, em Belo Horizonte, para participar da feira Miami Basel. Realiza o percurso de Minas Gerais até Miami, EUA, a pé, fotografando-se com cartazes e anúncios ao longo do trajeto na performance Notícias da América (2011-2012). Apresenta na feira a instalação Banana Market, uma perua Kombi repleta de bananas. Recebeu convites para a Bienal de Veneza de 2013 e para a 12ª Bienal de Artes Visuais de Lyon. No Brasil, expõe e recebe o Prêmio MASP de Artes Visuais 2012, na categoria Talento Emergente. Participa de diversos programas de residência na Argentina, Indonésia e Índia, e integra exposições no Brasil, Uruguai, França, Noruega, Alemanha e EUA.

Rivane Neuenschwander
Belo Horizonte, MG, 1967 | Vive e trabalha em São Paulo, SP.
Sua prática artística compreende pintura, fotografia, instalação, objeto, cinema e ações participativas. Foi artista residente no Royal College of Art, em Londres, de 1996 a 1998, onde obteve o título de mestre, e no Iaspis, em Estocolmo, Suécia, em 1999.
Participou de várias exposições em importantes museus e galerias no Brasil e no exterior.
Em 21 de junho de 2010, o jornal The New York Times associou os trabalhos de Neuenschwander, uma das mais celebradas artistas plásticas brasileiras, aos de Lygia Clark e Hélio Oiticica.

Thiago Martins de Melo
São Luís, MA, 1981. Vive e trabalha entre São Luís e São Paulo, SP.

Mestre em Psicologia - Teoria e Pesquisa do Comportamento pela Universidade Federal do Pará (UFPA-PA), é artista visual e trabalha com pintura, escultura, instalação, animação em stop motion e gravura.
Seus trabalhos integram as coleções permanentes do MASP; Pinacoteca do Estado de São Paulo; ARoS Aarhus Kunstmuseum (Aarhus, Dinamarca); Astrup Fearnley Museum of Modern Art (Oslo, Noruega); IAGO - Instituto de Artes Gráficas de Oaxaca (Oaxaca, México); ICA Miami (Miami, EUA); Ilmin Museum of Art, Seul (Coréia do Sul); PAMM - Pérez Art Museum Miami (Miami, EUA); Rubell Museum (Miami, EUA); Servais Family Collection (Bruxelas, Bélgica); Thyssen-Bornemisza Art Contemporary (Viena, Áustria), entre outros.

Sobre o MAM Rio

O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM Rio), fundado em 1948, está construído no tripé arte-educação-cultura. Seu acervo de cerca de 15 mil obras forma uma das mais importantes coleções de arte moderna e contemporânea da América Latina. O museu realizou inúmeras exposições que marcaram as expressões e linguagens das artes visuais e abrigou múltiplos movimentos artísticos brasileiros.

O MAM Rio é uma instituição cultural constituída como uma sociedade civil de interesse público, sem fins lucrativos, apoiada por pessoas físicas e empresas, tendo como parceiro estratégico o Instituto Cultural Vale e como patrocinadores master o Grupo PetraGold, a Petrobras e a Ternium.

Em janeiro de 2020, a nova gestão do MAM Rio deu início a um processo de profunda transformação institucional, envolvendo novas ideias, novos fluxos de trabalho e atitudes. As ações buscam coerência com o projeto original do museu, pautado pelo tripé arte-educação-cultura. Um movimento de potencialização das ações já realizadas na instituição, em consonância com seu histórico, e de acolhimento de todos que desfrutaram da efervescência dos diversos espaços do MAM Rio, incluindo públicos que nunca o visitaram

Posted by Patricia Canetti at 2:09 PM