|
agosto 11, 2021
Bruno Gularte Barreto no MARGS, Porto Alegre
Com financiamento da Lei Aldir Blanc (com recursos da Lei nº 14.017/2020) e realização da Estranho Produções e Primeira Fila Produções, o projeto 5 Casas retrata a busca pelas memórias de infância do artista 20 anos após deixar a pequena cidade onde nasceu, no interior do Rio Grande do Sul. Essa busca se dá através de um extenso trabalho de arqueografia pessoal, onde o artista coleta fragmentos da sua história, marcada pela morte prematura de seus pais. Ao buscar reconstruir as memórias de um passado que tentou esquecer, como que tentando esquecer a dor da perda, do luto e das saudades, ele se depara com as complexidades e contradições da própria cidade onde viviam, e vai reencontrar e retratar uma série de lugares e pessoas que foram importantes na sua formação.
Uma velha professora de francês tocando um piano desafinado acompanhada de seus 36 gatos, um homem que vive há mais de 40 anos sozinho em uma fazenda mal assombrada, um grupo de freiras que conduzem uma escola de ensino fundamental, um jovem gay sofrendo bullying e agressões e um menino cujos pais morreram 20 anos atrás são os personagens que vão guiar esse percurso rumo a um universo de imagens fragmentadas, paisagens esquecidas e laços desfeitos. Ao retornar em busca de suas lembranças o artista vai se deparar não somente com a realidade dos lugares e pessoas que ficaram, mas também com a possibilidade de redescobrir a sua própria história.
Apresentada na Galeria Iberê Camargo e na Sala Oscar Boeira do 2º andar do MARGS, a exposição traz a público uma série de fotografias, foto-instalações, objetos e vídeos que lidam com os conceitos de memória, autobiografia e autoficção. No MARGS, “Bruno Gularte Barreto: 5 CASAS” integra o programa expositivo “Poéticas do agora”, dedicado a artistas atuais cuja produção recente tem se mostrado promissora e relevante no campo artístico contemporâneo.
A exposição faz parte do Projeto 5 CASAS, que teve origem no programa de mestrado em poéticas visuais no PPGAV/UFRGS sob a orientação do crítico e professor Alexandre Santos. Desde então, o projeto contou com a realização de uma exposição a convite do Centro de Fotografía de Montevideo e de um longa-metragem documental 5 CASAS / 5 HOUSES. O filme participou de grandes eventos internacionais e, em novembro de 2020, teve sua première internacional como único longa-metragem brasileiro na competitiva oficial do maior festival de arte documental do mundo, o IDFA, em Amsterdam. E segue percorrendo o circuito de festivais internacionais, tendo em março de 2021, estreado na França, no Festival de Toulouse e em junho de 2021 estreia programada na Itália no Biografilm, em Bolonha.
O projeto conta ainda com um livro/arte homônimo que está sendo concebido por Bruno Gularte Barreto e conta com texto de apresentação de Alexandre Santos e com colaboração de Amanda Teixeira (Azulejo Arte Impressa) e Daniel Eizirik (Riacho), e terá lançamento com larga distribuição gratuita para instituições de arte e educação do interior e da capital. Disponível para venda na Livraria Baleia.
Mais informações em: www.facebook.com/estranhoprod
Bruno Gularte Barreto
Atua como artista visual, diretor e fotógrafo. É mestre em poéticas visuais pelo PPGAV/UFRGS. Suas obras integram, entre outras, as coleções do MAC-RS e Coleção Joaquim Paiva (MAM-RJ). Projeto ao qual se dedica atualmente, “5 CASAS” compreende uma série de exposições fotográficas, livro, longa metragem documental e minissérie televisiva, contando com o financiamento do IDFA Bertha Fund (Holanda – Fundo de desenvolvimento do International Documentary Film Amsterdam), PRODAV 04 (Brasil, FSA – desenvolvimento de séries documentais), PRODECINE 05 (Brasil, FSA – produção de filmes com inovação de linguagem) e NRW Stifung (Alemanha – finalização). O projeto participou como convidado de programas de treinamento nos principais festivais e de eventos de mercado internacionais: IDFA (Holanda), Visions du Réel (Suíça), DocMontevideo (Uruguai), DOK Leipzig (Alemanha), etc. A primeira exposição do projeto ocupou o segundo andar do CDF (Centro de Fotografía de Montevideo), renomado espaço dedicado à fotografia na capital uruguaia e o longa metragem documental teve sua premiére internacional no IDFA, maior e mais importante festival dedicado à arte documental do mundo e já tem exibições programadas em outro grandes festivais ao longo de 2021, como os Rencontres de Toulouse, na França e o Vision du Réel, na Suiça. Realizou a exposição, “DESORGANISMOS”, na Galeria Xico Stockinger da Casa de Cultura Mário Quintana (Porto Alegre) com o financiamento da bolsa Décio Freitas de Pesquisa. Seus trabalhos receberam diversos prêmios, tendo os filmes participado de importantes festivais nacionais e internacionais e as exposições sendo realizadas em galerias públicas de grande visibilidade. Realizou o curta metragem “Linda, uma História Horrível”, agraciado com o Prêmio PETROBRÁS Cultural, premiado no Festival de Gramado, Curta-se, Festival Mix Brasil (Grande Prêmio Canal Brasil), Star Film Fest (Croácia), Festival de Cinema da Fronteira e selecionado para o Festival de Huesca (Espanha), Festival del Nuevo Cine Latinoamericano (Havana), e Queer Lisboa (Portugal). Desenvolveu como diretor e dramaturgo, a peça “Homem que Não Vive da Glória do Passado”, vencedora do Prêmio FUNARTE Myriam Muniz. Dirigiu o curta metragem “Enciclopédia”, participando do circuito de Festivais como o Festival Internacional del Nuevo Cine Latinoamericano (Cuba), Olympia Film Festival (Grécia), Mostra de Tiradentes, Festival de Guarnicê, Latin American Film Festival (Irlanda), Goiânia Mostra Curtas, Chicago Film Festival (EUA), Brasil Cine (Suécia), etc. No momento se dedica à direção de dois espetáculos e um curta metragem: a peça “A Vó da Menina” vencedora do edital do ponto de Teatro do Instituto Ling e o projeto “A Vó da Chapeuzinho”, vencedora do FAC-RS das Artes, além da produção de dois novos desdobramentos do projeto 5 CASAS, do livro do projeto 5 CASAS e de uma exposição do projeto a ser realizada no MARGS (Museu de Arte do Rio Grande do Sul), ambos financiados pela Lei Aldir Blanc.