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agosto 1, 2021
Beatriz Milhazes no Masp, São Paulo
Mostra é um desdobramento da exposição Beatriz Milhazes: Avenida Paulista
O MASP inaugurou, em 25 de junho de 2021, o Gabinete Beatriz Milhazes. A mostra será composta por 17 pinturas de pequeno formato da artista e ficará em cartaz até 1 de agosto. O gabinete abre após o encerramento da exposição Beatriz Milhazes: Avenida Paulista, a maior já realizada sobre a carreira da artista carioca e feita em parceria com o Itaú Cultural. A curadoria é de Adriano Pedrosa, diretor artístico, MASP, e Amanda Carneiro, curadora assistente, MASP.
Assim como a mostra que a precedeu, esta também apresenta obras feitas entre 1989 e 2020, percorrendo quase toda a carreira de Milhazes. O ano de 1989 é um ponto de inflexão na obra da artista, pois foi quando Milhazes desenvolveu a técnica que denominou de “monotransfer”, em que ela pinta sobre uma folha de plástico transparente e depois decalca ou transfere o elemento pintado e seco para a tela.
Conhecida por suas pinturas em grandes formatos e projetos em escala arquitetônica, Milhazes também dedica especial atenção às telas diminutas: nelas, as formas, elementos e composições assumem um intricado detalhamento.
A expografia da galeria expositiva no primeiro subsolo, que fez parte da mostra anterior, foi renovada e evoca dois modelos clássicos de montagens de coleção e de exposição: o gabinete de curiosidades e o estilo Salon. No Gabinete Beatriz Milhazes, as telas encontram-se instaladas numa única parede, e a concentração deliberada é acentuada pelo vazio das outras superfícies, todas pintadas em azul.
A vitrine que já estava no espaço, contendo mais de 80 documentos relacionados aos 30 anos de carreira de Milhazes, entre convites, folders, catálogos, livros de artista, revistas e cartões, continuará no ambiente.
Realizar uma exposição apenas com as pinturas pequenas da artista era um desejo antigo de Milhazes e Adriano Pedrosa. "O gabinete é uma possibilidade azul de conviver, observar, analisar, sentir e refletir sobre as pinturas de pequeno formato. Um passeio poético e carinhoso por minha história por meio de publicações cronológicas dos anos 1980 a 2020", reflete Milhazes.
Segundo Amanda Carneiro, as telas apresentam o universo particular de Milhazes, cujo repertório de imagens oscila entre a abstração e a figuração, a geometria e a forma livre e “revelam”, completa Carneiro, “seus tão característicos motivos, do arabesco ao babado, do broto rosa aos círculos e dos corações ao símbolo de paz”.
Duas outras obras da exposição anterior complementam esta e permanecem no Acervo em Transformação: a pintura Avenida Paulista (2020), feita especialmente para a exposição e doada pela artista ao MASP, e a escultura Marola (2010-2015), em empréstimo de longa duração da artista ao museu.