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julho 11, 2021
Modo Contínuo na Simone Cadinelli, Rio de Janeiro
A mostra “Modo Contínuo”, em comemoração aos três anos de atividades da galeria, reúne obras inéditas e emblemáticas – em vídeo, pintura, escultura, fotografia, objeto, e instalação – das trajetórias dos artistas Claudio Tobinaga, Gabriela Noujaim, Isabela Sá Roriz, Jeane Terra, Jimson Vilela, Leandra Espírito Santo, Pedro Carneiro, PV Dias, Roberta Carvalho e Virgínia Di Lauro.
Simone Cadinelli Arte Contemporânea inaugura no próximo dia 23 de junho de 2021 a exposição “Modo Contínuo”, em comemoração ao seu aniversário de três anos. A mostra apresenta uma seleção de 35 obras dos artistas Claudio Tobinaga, Gabriela Noujaim, Isabela Sá Roriz, Jeane Terra, Jimson Vilela, Leandra Espírito Santo, Pedro Carneiro, PV Dias, Roberta Carvalho e Virgínia Di Lauro, representados pela galeria.
A visitação é por agendamento prévio, pelos telefones+55 21 3496-6821 e +55 21 99842-1323 (WhatsApp). As obras, com suas informações específicas, poderão ser vistas também no site da galeria: https://www.simonecadinelli.com
“A galeria partiu do seu próprio conceito de apresentar jovens artistas brasileiros com pesquisas em arte contemporânea da melhor qualidade para dar nome a essa exposição. Esta ‘Modo Contínuo’ representa a renovação de linguagens e produção que esses artistas têm a oferecer ao público”, destaca Simone Cadinelli, diretora da galeria.
“Modo Contínuo” reúne obras recentes e inéditas como as pinturas em acrílica sobre papel “As botas de Joelma” (2021), e “Calypso” (2021), do paraense PV Dias(1994); os vídeos e GIFs “Ela disse que tem de ter peneira em casa – cessar” (2020, 8’21), “Decoração suspenso – 2” (2020, 2’07), “Fazer crescer os intervalos” (2020, 9”) e “Fundir-se” (2019, 18”), de Virgínia Di Lauro (1989), baiana radicada em Porto Alegre; a pintura em acrílica sobre tela “Máscaras efetivas contra governo ineficaz. Educação” (2020), de Pedro Carneiro (1988, Rio de Janeiro); e ainda duas pinturas em monotipia seca sobre pele de tinta de Jeane Terra (1975): “Horizonte Náufrago” (2020) e “À Deriva” (2020).
OBRAS EMBLEMÁTICAS
A exposição traz também trabalhos emblemáticos das trajetórias dos artistas, como as pinturas “Sacrifício” (2018), em óleo sobre tela, de Claudio Tobinaga (Rio de Janeiro, 1982); as em acrílica sobre tela e produzidas em 2020 – “Série ponto de vista (Space Invader), de 2020; “Respirar (Breathe) e “Chorar” – de Pedro Carneiro; e em acrílica sobre papel e outros materiais, “Desmembrar o texto, descascar, repovoá-lo” (2020) e “Sem Título” (2019), de Virgínia Di Lauro (Barra da Choça, Bahia, 1989, e radicada desde 2011 em Porto Alegre).
SERIGRAFIAS, FOTOGRAFIAS, VÍDEOS E OBJETOS
De Gabriela Noujaim (Rio de Janeiro, 1983) estarão as serigrafias “Raposa Serra Do Sol” (2019) e “Latinamerica” (2020).
Em papel e tecido são duas obras de Jimson Vilela (Rio de Janeiro, 1987, e radicado em São Paulo) ambas de 2015: “Infiltração I”e Infiltração II.
Além da fotografia “Lapso”(2017”, da série “Apagamento”, a exposição traz da artista Leandra Espírito Santo (Rio de Janeiro, 1983, e também radicada em São Paulo) objetos criados em 2019: “Série Natureza morta (salada de frutas)”, “Série Natureza morta (arroz e feijão)”, “Série Gestos (Ok)” e “Terceira Pessoa”, um letreiro com a frase "Só existo em terceira pessoa" em LED.
A carioca Isabela Sá Roriz (1982) mostra o objeto em elastômero “Sem Título”(2018).
A paraense Roberta Carvalho, que mora em São Paulo, está na exposição com as fotografias “Lúmen Essência I” (2013) e “Cinema Líquido 2” (2015).
VITRINE E LANÇAMENTO DE LIVRO
A vitrine da galeria, voltada para a Rua Aníbal de Mendonça, em Ipanema, ganha um panorama da artista Leandra Espírito Santo, destacando trabalhos de séries variadas, de 2017 a 2021. Por meio de uma linguagem cômica e irônica, Leandra Espírito Santo faz reflexões sobre nossos procedimentos cotidianos, dos mais comuns aos mais complexos, investigando a relação entre a arte e as diversas técnicas e tecnologias. Ela “relativiza seus usos”, e pensa na relação que mantemos com essas tecnologias, em nosso corpo e comportamento. No final de 2020, a Pinacoteca de Jundiaí, em São Paulo, incorporou ao seu acervo duas obras da artista.
No próximo dia 14 de julho será lançado o livro “Latinameria2020”, da artista Gabriela Noujaim, idealizado e produzido durante a pandemia, no início de seu isolamento voluntário, em abril de 2020. A artista desenvolveu a série “Cov19 Latinamerica”, serigrafias com o mapa da América Latina sobre máscaras cirúrgicas. Os trabalhos foram enviados para profissionais da saúde e para mulheres de diversas regiões e áreas de atuação. A ação com esta obra se completava no ato de vestir a máscara, registrado pelos destinatários, nos apresentando estratégias de coletividades humanas e enfatizando um estado de atenção para as questões sociais e humanitárias. Dessa forma, o trabalho “tangencia o limiar entre vida e obra de arte”. Após as pessoas se auto fotografarem com a máscara, elas enviavam o registro para a artista. Esse material virou um vídeo e teve como desdobramento o livro.
A pesquisa de Gabriela Noujaim é voltada para questões do universo feminino, como forma de união e aproximação. “Um manifesto de força, já que se observou um aumento dos índices de violência doméstica durante o isolamento social”. Populações indígenas são outro interesse da artista. E que também, por suas características específicas e muitas vezes sua situação de vulnerabilidade social, se mostram desamparada diante da pandemia. “As profissionais de saúde, por atuarem na linha de frente do combate à pandemia, acabam sendo atingidas de maneira desproporcional tanto física quanto psicologicamente. Com pautas distintas, mulheres indígenas, mulheres vítimas de violência, profissionais de saúde e de outras áreas de atuação, se unem para um bem comum, tornar um vírus invisível, visível em um país de escassos recursos para o seu combate”.
SOBRE OS ARTISTAS
• Claudio Tobinaga (Rio de Janeiro, 1982)
Desenvolve projetos em múltiplos meios, tendo a pintura como principal suporte de sua produção. Produz imagens em que um universo distópico emerge de fotografias coletadas das redes sociais e de imaginários periféricos, principalmente da Zona Norte do Rio de Janeiro. Suas pinturas apresentam corpos e símbolos da cultura de local e de massa em diferentes contextos, fragmentados e justapostos. Suas principais referências permeiam as influências dos fluxos migratórios ocorridos entre o Japão e o Brasil. Como neto de imigrantes japoneses, suas produções dialogam com imagens de seriados japoneses de Tokusatsu, composições da publicidade e revistas japonesas e de imigrantes. Nesse sentido, suas pinturas, nos apresentam uma identidade fragmentada, uma colagem de referências: um glitchcultural. Participou de exposições no Brasil e no exterior, e é formado pela Escola de Música Villa-Lobos (UFRJ), frequentou diversos cursos na Escola de Artes Visuais do Parque Lage e foi monitor de modelo vivo (EBA-UFRJ) e desenho de observação (EAV Parque Lage) junto ao professor Frederico Carvalho. Desde 2012 é assistente no ateliê da artista Lucia Laguna. Atualmente tem se dedicado à livre docência em pintura e desenho.
• Gabriela Noujaim (Rio de Janeiro, 1983)
A artista tem estruturado sua poética com interesse pela imagem técnica construída a partir de vídeos, fotografias, gravuras e instalação, onde cria possibilidades de futuros, em que as noções de permanência e risco são questionadas. Integrou em 2020 a ARTFEM – WomenArtists 2nd InternationalBiennialof Macau, única bienal no mundo dedicada apenas a artistas mulheres. Participou da exposição "Prêmio Jovens Mestres Rupert Cavendish" (Londres, 2011). Recebeu a Menção Honrosa no festival de videoarte "Lumen EX" (Badajoz, Espanha) e o Prêmio de Aquisição da 39a Exposição de Arte Contemporânea de Santo André, SP (2011). Possui obras na coleção do Museu de Arte do Rio; Instituto Ibero-Americano, Berlim; Centro Cultural São Paulo, Escola de Artes Visuais Parque Lage; Museu de Arte Digital, Valência; Galeria Cândido Mendes, Rio de Janeiro; SESC, Copacabana; Palácio de Las Artes Belgrano, Buenos Aires; Espaço Culturais dos Correios, Rio de Janeiro.
• Isabela Sá Roriz(Rio de Janeiro, 1982)
Isabela Sá Roriz é artista visual, mestre em Linguagens Visuais pela UFRJ. Seus trabalhos trazem à tona toda a sutileza e a impermanência das relações que nos constituem, e que nos rodeiam. Trazem a “afirmação” de que nós e tudo que nos co-habita é instável, e que estruturas são sistemas de equilíbrios frágeis e inconstantes. Pois, corpos e espaços são como processos produtores de conhecimento e, ao mesmo tempo, processos indetermináveis.
• Jeane Terra (Minas, 1975)
Radicada no Rio de Janeiro, Jeane Terra tem treze anos de trajetória, em que participou de mostras individuais e coletivas no Brasil e no exterior. frequentou diversos cursos na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Rio de Janeiro, e cursou por dois anos o bacharelado em artes plásticas na Escola Guignard, em Belo Horizonte, entre outros cursos na área. Foi assistente da artista plástica Adriana Varejão por dez anos. Sua pesquisa está atrelada à memória e suas subjetividades, investigando fragmentos e nuances da transitoriedade das cidades, do apagamento urbano, do crescimento desenfreado das urbes e de sua ocupação. Muitas vezes autorreferente, seu trabalho gravita a usina ruidosa de onde vem a substância de sua memória. Trabalhando com diferentes suportes, se dedica especialmente à pintura, escultura, fotografia e videoarte.
• Jimson Vilela (Rio de Janeiro, 1987. Vive e trabalha em São Paulo)
Doutor em Poéticas Visuais (ECA/USP, 2020), Jimson Vilela atua como artista visual desde 2008 e tem a palavra, a linguagem e a gramática como parte da sua poética artística, assim como os suportes para tal: o livro e o papel. Possui trabalhos em coleções públicas como MAC Niterói, MAM-RJ, MAR-RJ e Pinacoteca do Estado de São Paulo.
• Leandra Espírito Santo(Rio de Janeiro, 1983. Vive e trabalha em São Paulo.)
Leandra Espírito Santo é doutora em Artes Visuais pela Escola de Comunicações e Artes da USP (ECA/USP, SP). Nascida no interior do Rio de Janeiro, atualmente, vive e trabalha em São Paulo. Começou sua produção artística em 2010 e desenvolve trabalhos híbridos a partir de meios como performance, vídeo, fotografia e linguagens tridimensionais.
• Pedro Carneiro Pedro Carneiro (1988, Rio de Janeiro)
Pedro Carneiro desenvolve em seu trabalho questões relativas às relações humanas e raciais em conflito nos espaços urbanos. É através de pinturas, intervenções territoriais e espaciais, desenhos e light design que seus trabalhos constroem uma imagem em reflexo a histórias reais/irreais tendo como ponto de partida o reencontro com sua ancestralidade, buscando o seu entendimento como indivíduo negro na sociedade atual. Ao longo de sua trajetória, realizou trabalhos no Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná, Pernambuco, Bahia e Mindelo (Cabo Verde). Colaborando com artistas como Rodrigo França, Mateu Velasco, Paulo César Medeiros, Nicolau Mello entre outros.
• PV Dias (Belém, 1994. Vive entre o Rio de Janeiro e o Pará)
Mestrando em Ciências Sociais na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, e com formação pela EAV Parque Lage em 2019, sua pesquisa aborda possíveis rasuras na estruturação das imagens de um território. Junto a essa frente, está trabalhando sobre intervenções em violências coloniais dos lugares por onde o artista percorre captando registros, que se dividem entre Amazônia e o sudeste do Brasil. De 2013 a 2015, participou da organização do Festival de Audiovisual de Belém. Em 2019 participou de exposição coletiva “Arte Naif: nenhum Museu a Menos”, na EAV Parque Lage, no Rio, com curadoria de Ulisses Carrilho. Assinou a capa da antologia poética “Poesias para se ler antes das notícias”, da Revista Cult (agosto de 2019), integrou a coletiva no espaço Caixa Preta, em 2019, no Rio de Janeiro, com curadoria de Rafael Bqueer; e, expôs no Instituto Goethe da Bahia, com curadoria do Tiago Sant'Ana e no espaço Pence, com curadoria de Silvana Marcelina 2019. Em 2020, participou da exposição “Estopim e Segredo”, na EAV Parque Lage, com curadoria de Ulisses Carrilho, Gleice Kelly e Clarissa Diniz.
• Roberta Carvalho (Belém do Pará, 1980. Vive e trabalha em Belém do Pará e São Paulo)
Mestranda em Artes da UNESP (PPGARTES), desenvolve trabalhos no trânsito entre a imagem, a intervenção urbana, a videoprojeção e a videoarte.Seus trabalhos inserem a imagem digital fotográfica ou em vídeo no espaço público, seja urbano ou rural. Várias imagens construídas e projetadas são de personagens comuns e muitas vezes às margens da sociedade, refletindo uma relação simbólica com o entorno onde a ação artística acontece, suscitando questões identitárias e sociais, como em “Symbiosis, série iniciada em 2007, onde faces de ribeirinhos amazônicos são projetadas em áreas verdes nestas próprias comunidades. É idealizadora do Festival Amazônia Mapping, iniciado em 2013. Suas obras integram os acervos do Museu de Arte do Rio (primeira obra em realidade aumentada do Museu), Museu de Arte Contemporânea Casa das 11 Janelas (PA) e Museu da Universidade Federal do Pará.
• Virgínia di Lauro(Barra da Choça, Bahia, 1989. Vive e trabalha em Porto Alegre, Rio Grande do Sul)
A partir do corpo, incluindo o seu próprio, a poesia, a memória, os sonhos, processos internos, Virgínia di Lauro desenvolve suasproduções nos mais diversos suportes como vídeos, fotografias, GIFs e pinturas. Mora em Porto Alegre desde 2011, onde cursa Artes Visuaispela UFRGS – depois de ter cursado Design de Moda e História da Arte. Em 2018 realizou a exposição individual “Tramas no Vazio” no Instituto Estadual de Artes Visuais. Em 2019 participou da exposição coletiva, Artistas Mulheres Tensões e Reminiscências, na Pinacoteca Rubem Berta, Porto Alegre, RS, com curadoria das Mulheres no Acervo. Em 2020 participou da residência artística “Caminhos para uma Imagem”, no Rio de Janeiro, com o artista Frederico Arêde, e frequentou o curso Creativity Master Class com Charles Watson na Escola de Artes Visuais (EAV), Parque Lage